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DEONTOLOGIA E LEGISLAÇÃO Danieli Urach Monteiro Exercício e âmbito da profissão Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar a regulamentação das especialidades farmacêuticas com as atividades privativas do profissional farmacêutico. Definir os direitos e deveres do profissional farmacêutico. Reconhecer as proibições do farmacêutico no âmbito da profissão. Introdução O profissional farmacêutico vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, visto as suas inúmeras possibilidades de atuação. Devido às suas múltiplas competências e habilidades, o farmacêutico necessita de uma boa base a ser desenvolvida no processo formativo, unindo a teoria e a prática a fim de definir solidamente o ramo que deve seguir dentro da profissão. Por se tratar de uma profissão da área da saúde, é imprescindível desenvolver ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde da população. O seu âmbito profissional geralmente está rela- cionado ao uso racional de medicamentos, mas diversas outras espe- cialidades podem ser seguidas pelo farmacêutico. A farmácia comercial é um dos principais campos de atuação do farmacêutico, sendo que o desenvolvimento das suas atividades nas diferentes esferas (aquisição, armazenamento, dispensação, atenção farmacêutica, etc.) o torna um profissional habilitado para atuar visando ao bem-estar e à saúde da população. Neste capítulo, você vai aprender sobre a regulamentação das espe- cialidades farmacêuticas, sobre os direitos e deveres do farmacêutico, e quais são as proibições no âmbito da sua atuação profissional. Regulamentação das especialidades farmacêuticas e atividades privativas do profissional farmacêutico A Resolução nº. 572, de 25 de abril de 2013, dispõe sobre a regulamentação das especialidades farmacêuticas por linhas de atuação. Nesse documento, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) considera a necessidade de estabelecer as diferentes linhas de atuação do profi ssional farmacêutico, agrupadas por especialidades farmacêuticas. Essas especialidades estão assim defi nidas para efeito de registro de certifi cados e títulos na carteira profi ssional do farmacêutico, nos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs). As linhas de atuação do farmacêutico reúnem-se em especialidades, cujos conhecimentos necessários para execução de tais atividades sejam semelhan- tes entre si, sendo agrupadas da seguinte maneira, segundo a Resolução nº. 572/2013 (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013): alimentos; análises clínico-laboratoriais; educação; farmácia; farmácia hospitalar e clínica; farmácia industrial; gestão; práticas integrativas e complementares; saúde pública; toxicologia. No site do CFF, você encontra todas as áreas de atuação do farmacêutico: https://goo.gl/MKSOZs O currículo do farmacêutico com formação generalista apresenta no diferen- tes disciplinas que comtemplam todas as linhas de atuação que o profissional pode seguir. Dessa forma, o conhecimento, a dedicação e a atuação prática do Exercício e âmbito da profissão2 estudante contribuem não só para a formação do profissional, mas também para experiência de atuação. Algumas linhas de atuação, para serem exercidas pelo profissional far- macêutico, requerem uma formação complementar, como a homeopatia. Para exercer a profissão como farmacêutico homeopata, o profissional deve ser graduado em farmácia, registrado no CRF de sua jurisdição, com forma- ção teórico-prática em homeopatia e/ou farmácia homeopática, por meio de disciplinas específicas em cursos de graduação em farmácia, ou cursos de especialização ou cursos de aprimoramento reconhecidos pelo CFF (CON- SELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014a). O Quadro 1 traz exemplos de especialidades de cada linha de atuação do farmacêutico. Linha de atuação Especialidades Alimentos Banco de leite humano Controle de qualidade de alimentos Análises clínico- laboratoriais Análises clínicas Bacteriologia clínica Banco de materiais biológicos Banco de órgãos, tecidos e células Banco de sangue Educação Docência do ensino superior Educação ambiental Educação em saúde Metodologia de ensino superior Farmácia Assistência farmacêutica Atenção farmacêutica Atenção farmacêutica domiciliar Biofarmácia Dispensação Farmácia hospitalar e clínica Farmácia clínica domiciliar Farmácia clínica em cardiologia Farmácia clínica em cuidados paliativos Farmácia industrial Controle de qualidade Biotecnologia industrial Farmacogenômica Gases e misturas de uso terapêutico Quadro 1. Exemplos de especialidades das linhas de atuação do farmacêutico (Continua) 3Exercício e âmbito da profissão A atuação do farmacêutico nas atividades não privativas previstas nas especialidades não prejudicará seu exercício por outros profissionais igualmente habilitados, conforme legislação específica. As especialidades farmacêuticas podem ser direcionadas para a área humana ou veterinária, quando couber (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013). As diversas frentes de atuação podem ser desenvolvidas pelo profissional farmacêutico em cada linha de atuação. Para conhecer todas as especialidades desenvolvidas pelo farmacêutico dentro das linhas de atuação, acesse o link da Resolução nº. 572/2013: https://goo.gl/JEFxwt Fonte: Adaptado de Conselho Federal de Farmácia (2013) Linha de atuação Especialidades Gestão Assuntos regulatórios Auditoria em saúde Avaliação de tecnologia em saúde Empreendedorismo Práticas integrativas e complementares Antroposofia Homeopatia Medicina tradicional chinesa-acupuntura Saúde pública Atendimento farmacêutico de urgência e emergência Controle de qualidade e tratamento de água Controle de vetores e pragas urbanas Toxicologia Análises toxicológicas Toxicogenética Toxicologia ambiental Toxicologia analítica Toxicologia clínica Quadro 1. Exemplos de especialidades das linhas de atuação do farmacêutico (Continuação) Exercício e âmbito da profissão4 As diferentes especialidades propostas por entidade interessada poderão ser reconhecidas pelo CFF, desde que sejam apresentadas justificativas e obtenham a aprovação desse órgão federal. Algumas atividades só podem ser realizadas pelo profissional farmacêutico, conforme a legislação vigente. As atividades privativas do farmacêutico estão descritas no Decreto nº. 85.878, de 7 de abril de 1981, e na Resolução nº. 577, de 25 de julho de 2013. Assim, qualquer estabelecimento que obrigatoriamente requeira a presença de um farmacêutico e não o tiver está impedido de realizar as atividades privativas desse profissional. A Resolução nº. 577/2013 (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013) aborda o farmacêutico atuante em farmácias e drogarias. Por essa resolução, somente será permitido o funcionamento sem a assistência do farmacêutico diretor técnico, ou do farmacêutico responsável técnico, ou do farmacêutico assistente técnico ou do farmacêutico substituto pelo prazo de até 30 dias, sendo que, nesse período, não serão realizadas algumas atividades privativas do farmacêutico, como: aviamento de fórmulas magistrais ou oficinais; dispensação de medicamentos com retenção de receita ou sujeitos a regime especial de controle; fracionamento de medicamentos; efetuação de procedimentos de intercambialidade; execução de serviços farmacêuticos (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013). O Decreto nº. 85.878/1981 trata das atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos, descrevendo diversas atividades em que esse profissional não pode ser substituído por qualquer outro (BRASIL, 1981). É atribuição privativa do farmacêutico o desempenho de funções de dispensação ou manipulação de fórmulas magistrais e farmacopeicas, quando a serviço do público em geral ou mesmo de natureza privada (BRASIL, 1981). 5Exercício e âmbito da profissãoSegundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 67, de 8 de outubro de 2007 (BRASIL, 2007), a manipulação é considerada o con- junto de operações farmacotécnicas, com o intuito de elaborar preparações magistrais e oficinais para uso humano. Essas operações farmacotécnicas compreendem: avaliação farmacêutica da prescrição; manipulação; fracionamento de substâncias ou produtos industrializados; envase; rotulagem; conservação das preparações. Outras atribuições exclusivas do farmacêutico são (BRASIL, 1981): assessoramento e responsabilidade técnica em estabelecimentos indus- triais farmacêuticos em que se fabriquem produtos que tenham indica- ções e/ou ações terapêuticas, anestésicos ou auxiliares de diagnóstico ou capazes de criar dependência física ou psíquica; responsabilidade técnica em órgãos, laboratórios, setores ou estabe- lecimentos farmacêuticos em que se executem controle e/ou inspeção de qualidade, análise prévia, análise de controle e análise fiscal de produtos que tenham destinação terapêutica, anestésica ou auxiliar de diagnósticos ou capazes de determinar dependência física ou psíquica. Os medicamentos de controle especial, regulamentados pela Portaria nº. 344, de 12 de maio de 1998, devem ser armazenados em local fechado, com chave ou outro dispositivo que ofereça segurança, sob a responsabilidade do farmacêutico. De acordo com a RDC nº. 20, de 5 de maio de 2011 (BRASIL, 2011), e a Resolução CFF nº. 542, de 19 de janeiro de 2011 (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2011), os medicamentos antimicrobianos devem ser dispensados pelo farmacêutico. Outra função praticada pelo farmacêutico em farmácias e drogarias é executar a intercambialidade terapêutica e a substituição genérica, conforme: Exercício e âmbito da profissão6 Lei nº. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999; RDC nº. 135, de 29 de maio de 2003; RDC nº. 58, de 10 de outubro de 2014; Resolução CFF nº. 349, de 20 de janeiro de 2000. Também nesses mesmos estabelecimentos, segundo a RDC nº. 22, de 29 de abril de 2014 (BRASIL, 2014a), o farmacêutico responsável técnico ou seu subs- tituto legal devidamente cadastrado e associado ao Sistema de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) deve ter acesso restrito ao sistema informatizado do estabelecimento, que gera os arquivos XML para envio ao SNGPC. São atividades privativas do farmacêutico (BRASIL, 1981) o assessoramento e a responsa- bilidade técnica em órgãos, laboratórios, setores ou estabelecimentos farmacêuticos em que se pratiquem extração, purificação, controle de qualidade, inspeção de qualidade, análise prévia, análise de controle e análise fiscal de insumos farmacêuticos de origem vegetal, animal e mineral, e depósitos de produtos farmacêuticos de qualquer natureza. De acordo com a RDC nº. 80, de 11 de maio de 2006 (BRASIL, 2006), o fracionamento de medicamentos deve ser realizado sob a supervisão e a responsabilidade do farmacêutico tecnicamente responsável pelo estabeleci- mento, tendo em vista as Boas Práticas para Fracionamento de Medicamentos. Em conformidade com o Decreto nº. 85.878/1981 (BRASIL, 1981), são atividades privativas do farmacêutico: fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabeleci- mentos, setores, fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica; elaboração de laudos técnicos e realização de perícias técnico-legais relacionados com atividades, produtos, fórmulas, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica; magistério superior das matérias privativas constantes do currículo próprio do curso de formação farmacêutica, obedecida a legislação do ensino; desempenho de outros serviços e funções, não especificados no presente Decreto, que se situem no domínio de capacitação técnico-científica profissional. 7Exercício e âmbito da profissão A RDC nº. 44, de 17 de agosto de 2009 (BRASIL, 2009), dispõe sobre as Boas Práticas Farma- cêuticas em farmácias e drogarias, na execução de serviços como atenção farmacêutica (aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos e administração de medicamentos) e perfuração de lóbulo para a colocação de brincos. Essas boas práticas devem ser atribuídas ao profissional farmacêutico, sendo que a aplicação de medicamentos injetáveis pode ser realizada por outro profissional habilitado, no entanto, são necessários o acompanhamento (supervisão) e a autorização expressa do farmacêutico responsável, conforme Resolução CFF nº. 499, de 17 de dezembro de 2008 (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2008). Direitos e deveres do profissional farmacêutico O farmacêutico se tornou um profi ssional indispensável para o bem-estar da população, atuando de maneira responsável e ética, crescendo, assim, a sua interação com a sociedade. Por esse motivo, os seus deveres e direitos também sofreram alterações no decorrer dos anos. Os direitos e deveres do profissional farmacêutico estão estabelecidos em um documento oficial do CFF: Resolução nº. 596, de 21 de fevereiro de 2014, que estabelece o Código de Ética Farmacêutica. O profissional farmacêutico, inscrito no CFF, deve seguir preceitos e normas estabelecidos nessa resolução. No Capítulo II, o art. 11 descreve os direitos a serem exigidos pelos farma- cêuticos. Os deveres estão descritos no Capítulo III, art. 12 (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Todo farmacêutico atuante deve ter ciência dos direitos conquistados e das normas éticas a serem seguidas. Com a Resolução nº. 596/2014, estabeleceram-se, claramente, os direitos inerentes dessa profissão, visto que o primeiro direito a ser estabelecido é que todo farmacêutico tem o direito de exercer a sua profissão sem discriminação (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Como pertencente à área da saúde, a interação do farmacêutico com outros profissionais da área é primordial, principalmente interagir com o profissional prescritor, de forma cordial, formal e amigável, propondo alternativas de Exercício e âmbito da profissão8 fundamento técnico, visando à saúde e ao bem-estar do paciente e evitando ao máximo a possibilidade de erro. O farmacêutico deve manter-se atualizado frente à legislação vigente para poder exigir dos profissionais o cumprimento dessa legislação, o que é impor- tante para que a interação com o prescritor seja realizada com embasamento legal, além do conhecimento técnico, a fim de garantir o direito do consumidor na segurança e eficácia do tratamento medicamentoso. Outro direito do profissional farmacêutico é recusar-se a exercer a profissão, sem condições dignas de trabalho. A identificação de irregularidades deve ser exposta ao responsável pelo estabelecimento, sendo que o farmacêutico deve apresentar soluções fundamentadas e documentadas, tanto técnicas quanto legais, buscando regularizar sua situação. Caso isso não ocorra, o profissional deve recusar-se a exercer a profissão e denunciar a empresa aos órgãos competentes. Qualquer irregularidade trabalhista apurada pelo farmacêutico em seu ambiente de trabalho deve ser exposta aos responsáveis de forma branda e amigável, buscando apresentar atribuições de sua capacidade na área de atuação, solicitando a correta adequação da situação, havendo uma ressalva nas situações de urgência sanitária. O farmacêutico tem o direito a negar-se a realizar atos contrários aos ditames da ciência, ética e técnica, dessa forma, é fundamental sua atualização frente aos conhecimentos técnicos e à legislação vigente, para que possa ter embasamento legal para negar-se a participar de atos ilícitos. Quando ocorrer ilegalidade, o farmacêutico deve comunicar os outros envolvidos e ao seu respectivo CRF. A garantia que o profissional farmacêutico tem de ser fiscalizado por pro- fissional igualmente capacitado, visando à correta fiscalização das atividades pertinentes a esse profissional, está descrita nos seguintes documentos: Resolução nº. 596/2014; Decreto nº. 85.878/1981; Resolução CFF nº. 539, de 22 de outubro de 2010. O farmacêutico tem o direito de se impor e mostrar autonomia frente a suas atividades profissionais, demonstrando sua competência e evitando a prática 9Exercício e âmbito da profissão de atos ilícitos. Dessa forma, deve ser valorizado e respeitado no exercício da profissão, independentemente de sua função, gerando reconhecimento no ambiente profissional. O ambiente de trabalho é o local onde são desenvolvidas as atividades pertinentes à profissão, portanto, é direito do farmacêutico ter acesso a todas as informações referentes ao desenvolvimento de suas funções, visando ao bom desempenho profissional. A atualização de conhecimentos e aspectos técnicos frente à legisla- ção vigente é essencial na conduta do farmacêutico frente aos usuários de medicamento, a fim de decidir e justificar, de forma embasada, seu posicionamento quanto à prescrição, orientando-o quanto à segurança e eficácia do tratamento. Por fim, é direito do farmacêutico não estar limitado a regimes impostos pelo estabelecimento de trabalho na escolha dos meios cientificamente reco- nhecidos a serem utilizados. Nesse caso, manter-se atualizado é essencial para que possa argumentar quando necessário no exercício da profissão. Os direitos referentes ao profissional farmacêutico, estabelecidos na Reso- lução nº. 596/2014, devem ser conhecidos e acatados tanto pelos profissionais quanto pelos estabelecimentos farmacêuticos, visando desenvolver as ativi- dades impostas no exercício da profissão de maneira correta e responsável (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Os deveres que norteiam a profissão farmacêutica estão descritos na Resolução nº. 596/2014, Capítulo III, art. 12, que descreve que durante o tempo em que o farmacêutico estiver inscrito em um CRF, estando ou não no exercício da profissão, deve cumprir os deveres relatados nessa resolução (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). O primeiro dever do profissional farmacêutico relatado na Resolução nº. 596/2014 trata de denúncias de infrações do código de ética aos CRFs e às demais autoridades, pois esse profissional tem o compromisso com a ética, apresentando, assim, o conhecimento apropriado para discernir os fatos que infringem as regras, buscando preservar a saúde e o bem-estar da população. Assim, é obrigação do farmacêutico denunciar qualquer ato suspeito de infração ética (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Exercício e âmbito da profissão10 Em casos de catástrofes, epidemias ou outra situação de tamanha importância, é dever do farmacêutico dispor de seus serviços profissionais, sem qualquer remuneração, bus- cando contribuir para a recuperação, promoção e manutenção da saúde da sociedade. É imprescindível ao profissional farmacêutico respeitar as normas e diretrizes no âmbito profissional, seguindo os preceitos éticos e morais, evitando riscos à saúde e ao bem-estar da população. Nesse contexto, é dever do farmacêutico respeitar o direito à decisão do usuário sobre seu tratamento. Assim, o profissional deve orientar quanto aos riscos e benefícios decorrentes do seu tratamento ou da ausência dele, de modo a contribuir para salvaguardar a saúde do usuário. O farmacêutico deve recusar-se à submissão de práticas contrárias à lei ou a regula- mentos em situações que infringem os preceitos éticos, devendo, assim, comunicar as autoridades competentes de forma fundamentada, buscando preservar os legítimos interesses da profissão e da saúde. Guardar sigilo sobre fatos e informações decorrentes do exercício da profis- são é dever do farmacêutico, no entanto, nos casos suspeitos ou confirmados de doenças de notificação compulsória e resultados laboratoriais que pertencem à relação nacional de notificação compulsória definida pelo Ministério da Saúde, é necessária a comunicação aos órgãos competentes. O profissional comprometido com a saúde da população e com a profissão que exerce deve respeitar a vida, preservando a integridade do ser humano ou da coletividade, assim, jamais deve colaborar com ações que possam prejudi- car a saúde da população. O farmacêutico assume — com responsabilidade social, ética, sanitária, ambiental e educativa — os deveres como profissional farmacêutico na busca por promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde da população, independentemente do cargo que ocupe ou da área farmacêutica de atuação desse profissional. 11Exercício e âmbito da profissão A orientação farmacêutica sobre os riscos e benefícios da terapia medi- camentosa é primordial para o usuário de medicamentos, pois é direito do cidadão o acesso à informação e sua livre escolha de tratamento. O profissional farmacêutico tem o dever de selecionar e supervisionar os colaboradores sob sua responsabilidade e que irão auxiliar no exercício de suas atividades. Além disso, deve denunciar às autoridades qualquer forma de agressão ao meio ambiente e risco inerente ao trabalho que possa prejudicar a saúde e a vida humana. As atividades inerentes ao profissional farmacêutico dentro do estabeleci- mento em que trabalha são de sua responsabilidade. Dessa forma, o farmacêu- tico será responsabilizado por qualquer irregularidade nesse ambiente, por isso, é imprescindível que recuse o recebimento de mercadorias ou produtos sem rastreabilidade de origem, sem nota fiscal ou em desacordo com a legislação vigente, pois os riscos de falsificação de mercadorias são extremamente altos. Em caso de encerramento do vínculo profissional do farmacêutico com o estabeleci- mento, o CRF deve ser comunicado em até 5 dias. O respeito mútuo entre colegas de profissão e os demais profissionais é essen- cial, visto que manter uma relação amigável de liberdade e respeito às individua- lidades de cada profissional é imprescindível para um bom convívio, assim, é um dever do farmacêutico manter essa convivência saudável com todos ao seu redor. A pesquisa científica é uma área bastante habitada por farmacêuticos. Segundo a Resolução nº. 596/2014, é dever desses profissionais respeitar as normas éticas nacionais vigentes, protegendo a vulnerabilidade dos envolvidos, ao participarem de pesquisas com seres humanos ou animais. Vale salientar que todas as pesquisas envolvendo seres humanos ou animais devem ser previamente submetidas à análise do Comitê de Ética em Pesquisa ou Comitê de Ética em Pesquisa com Uso de Animais (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Exercício e âmbito da profissão12 Ainda sobre os deveres, é importante aos futuros farmacêuticos ficarem atentos ao afastamento temporário das atividades profissionais, pelas quais detêm responsabilidade técnica. O afastamento deve ser comunicado previa- mente ao CRF, que deverá ocorrer com antecedência mínima de 48 horas. Se o afastamento ocorrer por motivo de doença, acidente pessoal, óbito familiar ou por outro motivo imprevisível, que requeira avaliação pelo CRF, a comunicação formal e documentada deverá ocorrer em 5 dias úteis após o fato. A Resolução nº. 601/2014 aborda a atuação dos farmacêuticos homeo- patas. No art. 10, traz (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014a, documento on-line): “Art. 10 É dever do farmacêutico homeopata prestar assistência técnica necessária para realização de todas as etapas do processo de manipulação magistral.” Lembramos que, dependendo da área de atuação do farmacêutico, há diferentes deveres a serem cumpridos. Como um profissional de saúde, o farmacêutico deve estar sempre ciente de direitos, deveres, normas e princí- pios que regem o exercício da profissão farmacêutica, possibilitando, assim, o adequado desenvolvimento da atividade profissional. Proibições do farmacêutico no âmbito da profissão Na Resolução nº. 596/2014, Capítulo IV, estão descritas as proibições atri- buídas ao profi ssional farmacêutico. Essas proibições estão, na sua maioria, relacionadas aos princípios éticos e morais no âmbito profi ssional, buscando desenvolver as atividades referentes à profi ssão de maneiraíntegra e correta (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). A primeira proibição que consta na Resolução nº. 596/2014, art. 14, I, descreve o profissional e sua relação com a pesquisa científica, sendo expressamente proibida a participação do farmacêutico em pesquisa não aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP) ou Comissão de Ética no Uso de Animais, bem como a participação em experiências com fins bélicos, raciais ou eugênicos (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Do mesmo modo, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (CLE) por parte do participante da pesquisa ou de seu representante legal é imprescindível para a realização de pesquisa com seres humanos. 13Exercício e âmbito da profissão É proibido ao profissional farmacêutico exercer concomitantemente a medicina, bem como exercer atividades que não tenham embasamento legal pelo CFF, como, por exemplo, prescrever medicamento de venda sob prescrição médica. A prática de ato profissional que cause dano físico, moral e psicológico é proibida ao farmacêutico, pois pode ser caracterizado por imperícia, negligência ou imprudência, colocando em risco a saúde da população. Ao manter vínculo profissional em um estabelecimento, a responsabilidade por diversas atividades é exclusiva do farmacêutico, assim, é proibido deixar de prestar assistência técnica efetiva ou permitir a utilização de seu nome por instituição em que não exerça pessoal e efetivamente sua função. A realização e a participação do farmacêutico em atos fraudulentos são inaceitáveis de acordo com a Resolução nº. 596/2014, visto que contraria a lei por benefício próprio ou de terceiros, sendo inadmissível na prática profissional (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). É considerada infração grave fornecer meio, instrumento, substância ou conhecimento, a fim de induzir ou participar de práticas de tortura, eutanásia, aborto ilegal, toxicomania ou de quaisquer outras formas de procedimento degradante ou cruel em relação ao ser humano e aos animais. Uma das práticas mais exercidas por profissionais farmacêuticos é o ma- nuseio de medicamentos. O inciso VIII do Capítulo IV do Código de Ética é enfático quando estabelece a proibição ao profissional farmacêutico, no exercício de sua profissão, de qualquer procedimento com medicamentos que não incluam a identificação clara e precisa sobre a(s) substância(s) ativa(s) neles contida(s), bem como suas respectivas quantidades, contrariando as normas legais e técnicas. A exceção está na farmácia hospitalar, que poderá realizar a codificação do medicamento fracionado sem, contudo, omitir o seu nome ou fórmula. A ação fiscalizadora por parte do CRF ou dos órgãos sanitários é prevista por lei e deve ser acatada pelo profissional farmacêutico, sendo proibido desacatar ou Exercício e âmbito da profissão14 dificultar o trabalho desses profissionais. Os órgãos fiscalizadores identificam problemas na atuação profissional, mas também nos estabelecimentos em que o profissional está inserido, assim, nenhum farmacêutico, em qualquer área de atuação, deve aceitar remuneração abaixo do estabelecido, como o piso salarial oriundo de acordo, convenção coletiva ou dissídio da categoria. Algumas atividades desenvolvidas pelo farmacêutico necessitam obrigatoriamente de uma especialização ou de um título específico na área, como, por exemplo, a homeopatia, a floralterapia, a acupuntura, entre outras. Dessa forma, é proibido ao farmacêutico declarar possuir títulos científicos ou especialização que não possa comprovar, nos termos da lei. Também está proibido de exercer a profissão e funções relacionadas à farmácia, exclusivas ou não, sem a necessária habilitação legal. Quando o farmacêutico aceita cargo de perito, auditor ou relator de qual- quer processo ou procedimento, deve ter ciência de que não poderá avaliar se houver interesse ou envolvimento pessoal e/ou institucional, sendo proibido permitir interferência nos resultados apresentados como perito ou auditor. De maneira alguma, o profissional farmacêutico poderá exercer a profissão farmacêutica quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão. Caso seja constatado que esse profissional está trabalhando, ele sofrerá novo processo ético-disciplinar e será aplicada nova pena de suspensão do exercício profis- sional por mais 6 meses. É proibida ao farmacêutico a manipulação (extrair, produzir, fabricar, transformar, beneficiar, entre outros) de medicamentos ou produto sujeito a controle sanitário, contrariando a legislação vigente, ou permitir que tais práticas sejam realizadas. Como exemplo, temos a constatação de medicamentos vencidos expostos para a venda. Os futuros farmacêuticos devem estar atentos ao estabelecimento em que pretendem trabalhar, pois este deve estar devidamente registrado, cadastrado e licenciado nos órgãos de fiscalização sanitária, nos órgãos do exercício 15Exercício e âmbito da profissão profissional, na Junta Comercial e na Secretaria de Fazenda da localidade de seu funcionamento. Além disso, devem estar vigilantes em relação aos prazos para renovação dos licenciamentos nos órgãos fiscalizadores. Também relacionado ao estabelecimento de trabalho, o farmacêutico não deve aceitar a interferência de outra pessoa em suas atividades profissionais, bem como delegar atribuições privativas do farmacêutico. A ética deve ser constante na profissão farmacêutica. Assim, exercer a profissão ilegalmente ou ser omisso e/ou cúmplice de instituições que prati- quem atos ilícitos relacionados à atividade farmacêutica são infrações graves, em qualquer área de abrangência do farmacêutico. Também é proibido a esse profissional se responsabilizar por ato farmacêutico que não praticou ou do qual não participou, devendo ficar atento às atividades específicas do farmacêutico. Do mesmo modo, é proibido ao farmacêutico prevalecer-se de cargo de chefia ou empregador para desrespeitar a dignidade de subordinados. Promover concorrência desleal ou pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem emprego, cargo ou função exercidos por outro farmacêutico são proibidos pela Resolução nº. 596/2014. Também é proibida a concessão de vantagens a outros profissionais com o intuito de beneficiar-se, como, por exemplo, o farmacêutico conceder gratificação ao prescritor, que indica sua farmácia para manipulação de fórmulas ou seu laboratório para a realização de exames laboratoriais (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2016). O farmacêutico é proibido de receber remuneração por serviços que não tenha efetivamente prestado, bem como coordenar, supervisionar, assessorar ou exercer a fiscalização sanitária quando for sócio ou acionista de qualquer categoria ou prestar serviços à empresa com ou sem vínculo empregatício. De acordo com a Lei nº. 13.021, de 8 de agosto de 2014 (BRASIL, 2014b, documento on-line): “Art. 16 É vedado ao fiscal farmacêutico exercer outras atividades profissionais de farmacêutico, ser responsável técnico ou proprietário ou participar da sociedade em estabelecimentos farmacêuticos”. A Lei nº. 13.021/2014 está de acordo com a proibição do farmacêutico na Resolução nº. 596/2014, deixando claro ao farmacêutico que, ao exercer atividade profissional de fiscalização, não poderá ter qualquer vínculo com o estabelecimento comercial, nem se forem em municípios diferentes. Exercício e âmbito da profissão16 É proibido ao farmacêutico submeter-se a atividades mercantilistas, que, no exercício da profissão, venham a comprometer seu desempenho técnico, em prejuízo das suas atividades profissionais, como, por exemplo, priorizar metas de vendas em ambiente farmacêutico, sendo caracterizado por infração leve (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2016). Os atos ilícitos de qualquer espécie realizados utilizando conhecimentos da profissão farmacêutica são proibidos sob pena de infração grave. Um exemplo é o fornecimento desubstância ou insumos utilizados na purificação de drogas. Utilizar-se de documentos, atestados ou certidões falsas para o benefí- cio próprio é considerado infração grave, segundo a Resolução nº. 596/2014 (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Além disso, o farmacêutico deve ter consciência de que as senhas referentes à sua atividade profissional são intransferíveis para outro profissional. Como exemplo, temos a senha do SNGPC, sistema exclusivo para uso do farmacêutico responsável técnico ou seu substituto. O SNGPC é um instrumento informatizado, implantado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que objetiva controlar a aquisição e a dispensação de medicamentos de controle especial, como anorexígenos, antibióticos e anti- depressivos. É obrigatória a utilização do sistema em todos os estabelecimentos farmacêuticos. É proibido ao farmacêutico realizar interação com outros estabelecimen- tos, de forma a viabilizar a realização de prática vedada em lei ou regula- mento, visando benefício próprio, como, por exemplo, drogarias manterem acordos com farmácias de manipulação, caracterizando intermediação de fórmulas. O farmacêutico deve ficar atento no exercício da profissão, visto que a assinatura de papel em branco, possibilitando o uso de seu nome ou atividade profissional, ainda que por negligência, é considerada uma infração grave, visto que não terá controle do que será atestado nesse documento. 17Exercício e âmbito da profissão Vale salientar que é proibido: intitular-se farmacêutico responsável técnico sem a devida certidão de regularidade; intitular-se apto a ministrar aulas sem o devido reconhecimento e ha- bilitação necessária; divulgar informação sobre temas farmacêuticos de conteúdo inverídico, sensacionalista, promocional ou que contrarie a legislação vigente. De maneira alguma, o profissional farmacêutico poderá promover a uti- lização de substâncias ou a comercialização de produtos que não tenham a indicação terapêutica analisada e aprovada, bem como que não estejam des- critos em literatura ou compêndio nacionais ou internacionais reconhecidos pelo órgão sanitário federal. Isso porque a comprovação científica da ação terapêutica é primordial para a utilização de qualquer tipo de medicamento. O bom relacionamento entre o farmacêutico e o profissional prescritor é essencial para o usuário de medicamentos, visto que é proibido aviar receitas com prescrições médicas ou de outras profissões, em desacordo com a técnica farmacêutica e a legislação vigente, necessitando, sempre que necessário, entrar em contato com o prescritor, a fim de sanar qualquer dúvida em benefício do paciente. São proibidos a produção, a fabricação e o fornecimento, em desacordo com a legislação vigente, de radiofármacos, reativo ou reagente destinado às diferentes análises complementares do diagnóstico, sob pena de infração grave. Também a alteração de processo de fabricação de produtos sujeitos a controle sanitário ou a modificação de seus componentes básicos, (nomes e demais elementos objeto do registro) são expressamente proibidas, pois contrariam as disposições legais e regulamentares. Para finalizar as proibições descritas na Resolução nº. 596/2014, é proibido ao farmacêutico fazer declarações injuriosas, caluniosas, difamatórias ou que depreciem o farmacêutico, a profissão, as instituições e as entidades farmacêu- ticas, sob qualquer forma (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014b). Portanto, é de extrema importância ao farmacêutico tomar conhecimento de seus direitos, deveres e proibições estabelecidas em leis, a fim de que, no exercício da profissão, possa desenvolver suas atividades de maneira íntegra, honesta, correta em seus atos e competente, buscando sempre a saúde e o bem-estar da população. Exercício e âmbito da profissão18 1. O processo ético está descrito no Có- digo de Ética Farmacêutica (Resolução nº. 596/2014), que trata da apuração ética frente às infrações cometidas por farmacêuticos no exercício da profissão. Assinale a alternativa que descreve qual órgão é responsável pela instalação do processo ético. a) CFF. b) Anvisa. c) CRF. d) Estabelecimento farmacêutico que ocorreu a infração. e) Comissões de ética. 2. O farmacêutico atuante no exercício da profissão deve ter ciência dos direitos conquistados e das normas éticas a serem seguidas. Assinale a alternativa que representa os direitos farmacêuticos descritos na Reso- lução nº. 596/2014. a) Os farmacêuticos têm o direito de serem valorizados e respeitados no exercício da profissão, inde- pendentemente de sua função, impondo, assim, sua autonomia frente a atividades profissionais, demonstrando sua competência e evitando a prática de atos ilícitos. b) Os farmacêuticos têm o direito à independência em sua função, na atuação frente à venda casada e troca de medicamentos controlados, demonstrando sua competência e evitando a prática de atos ilícitos. c) Os farmacêuticos têm o direito a recusar-se exercer a profissão em instituição privada sem condições dignas de trabalho, no entanto, em instituições públicas, o profissional deve acatar as condições estabelecidas pelo estabelecimento. d) Os farmacêuticos têm o direito à independência nas atividades profissionais somente se exercidas em instituições privadas; nas instituições públicas, o profissional deve acatar as condições estabe- lecidas pelo estabelecimento. e) Os farmacêuticos têm o direito à autonomia somente quando exercerem a profissão em estabelecimentos públicos, de- monstrando sua competência e evitando a prática de atos ilícitos. 3. Os deveres a serem cumpridos pelos profissionais farmacêuticos no âm- bito da profissão estão descritos na Resolução nº. 596/2014, Capítulo III. Assinale a alternativa que representa um dever do farmacêutico. a) O farmacêutico tem o dever de garantir ao usuário de medica- mentos o acesso a medicamentos sujeitos a controle especial, sem a sua devida prescrição, possibili- tando, assim, a sua livre escolha. b) O farmacêutico tem o dever de indicar o melhor tratamento medicamentoso para o usuário de medicamentos, pois, muitas vezes, este não tem conhecimento para realizar a melhor escolha. c) O farmacêutico tem o dever de induzir o usuário à aquisição de medicamentos de referência, 19Exercício e âmbito da profissão evitando, assim, a utilização de medicamentos similares, que não fazem o efeito desejado. d) O farmacêutico tem o dever de ga- rantir ao usuário de medicamentos o acesso à informação sobre as práticas terapêuticas oficialmente reconhecidas no País, possibili- tando, assim, a sua livre escolha. e) O farmacêutico tem o dever de praticar a venda de medica- mentos antimicrobianos, com ou sem receita, buscando o trata- mento correto para o usuário de medicamentos. 4. A Resolução nº. 596/2014, Capítulo IV, art. 14, trata das proibições do profissional farmacêutico. O que diz a resolução em relação aos profissionais que exercem cargo de fiscalização? a) Ao profissional farmacêutico, que é responsável por coordenar, su- pervisionar, assessorar ou exercer a fiscalização sanitária ou profis- sional, é proibido exercer qualquer outra atividade farmacêutica. b) Ao fiscal sanitário ou profissional, que é responsável por coordenar, supervisionar e assessorar a fiscalização, é permitido somente exercer outro cargo ou função farmacêutica quando não há conflito de horário. c) O cargo de fiscalização sanitária ou profissional só poderá ser ocupado por profissional enfer- meiro habilitado com registro no Conselho Regional de Enfer- magem da sua região. d) O profissional farmacêutico, que é responsável pela fiscali- zação sanitária ou profissional, somente poderá exercer outro cargo se assumir cargo de far- macêutico responsável técnico quando não tiver conflito de horário. e) O cargo de fiscalização sanitária ou profissional é destinado a profissionais farmacêuticos que tenhamtrabalhado, no mínimo, 10 anos no ramo farmacêutico. 5. O farmacêutico com formação generalista tem um amplo campo de conhecimento, com diferentes linhas de atuação. Segundo a Resolução nº. 572/2013, qual das alternativas apresenta as linhas de atuação do farmacêutico? a) Farmácia; docência; práticas integrativas e complementares; e gestão. b) Análises clínico-laboratoriais; farmácia hospitalar e clínica; farmácia industrial; e farmácia clínica domiciliar. c) Alimentos; educação; farmácia; gestão e saúde pública. d) Toxicologia; farmácia; gestão; e homeopatia. e) Análises clínico-laboratoriais; farmácia; atenção farmacêutica; e gestão. Exercício e âmbito da profissão20 BRASIL. Decreto nº. 85.878, de 7 abril de 1981. Estabelece normas para execução de Lei nº. 3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 abr. 1981. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/decretos/85878.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Lei nº. 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 ago. 2014b. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13021-8-agosto-2014-779151- norma-pl.html>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 20, de 5 de maio de 2011. Dispõe sobre o controle de medica- mentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 mai. 2011. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/rdc0020_05_05_2011. pdf/fa3ec1c1-8045-4402-b17f-ed189fb67ac8>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 22, de 29 de abril de 2014. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados — SNGPC, revoga a Resolução de Diretoria Colegiada nº. 27, de 30 de março de 2007, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 abr. 2014a. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/sngpc/ RDC%2022%202014%20DOU.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada n°. 67, de 8 e outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 out. 2007. Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/ index.php/legislacao/item/rdc-67-de-8-de-outubro-de-2007>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farma- cêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comerciali- zação de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 ago. 2009. Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/ rdc-44-2009>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 80, de 11 de maio de 2006. Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos, dá nova redação aos arts. 2° e 9º do Decreto n°. 74.170, de 10 de junho de 1974, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 mai. 2006. Disponível em: <http://www.crfms.org.br/download/334-rdc-n-80-de-11-de-maio- de-2006.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. 21Exercício e âmbito da profissão CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n°. 499, de 17 de dezembro de 2008. Dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos, em farmácias e drogarias, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2008. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/499.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº. 542, de 19 de janeiro de 2011. Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na dispensação e no controle de antimicrobianos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 jan. 2011. Disponível em: <http://www.cff.org.br/ userfiles/file/resolucoes/542.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº. 572, de 25 de abril de 2013. Dispõe sobre a regulamentação das especialidades farmacêuticas, por linhas de atuação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 mai. 2013a. Disponível em: <http://www.cff.org. br/userfiles/file/resolucoes/572.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n°. 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabe- lece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 mar. 2014b. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/ resolucoes/596.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n°. 601, de 26 de setembro de 2014. Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito da homeopatia e dá outras providencias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 dez. 2014a. Disponível em: <http://www.crf-rj.org. br/arquivos/fiscalizacao/resolucoes/ResolucaoCFF601.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Código de ética farmacêutica: versão comentada. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Es- tado de São Paulo, 2016. Disponível em: <http://portal.crfsp.org.br/images/arquivos/ codigodedticacomentado_digital.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. Leituras recomendadas BRASIL. Lei nº. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 fev. 1999. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/cciVil_03/Leis/L9787.htm>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 58, de 10 de outubro de 2014. Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registro de medicamentos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 out. 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0058_10_10_2014.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 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