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Lei das Organizações Criminosas

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LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Lei 9.034/95.
Essa Lei não traz um conceito de organizações criminosas.
A doutrina denomina que a lei das organizações criminosas é um exemplo de direito penal de emergência.
Direito Penal de Emergência.
Caracteriza-se pela quebra de garantias, justificada por uma situação excepcional. EX: na época Bush, o tratamento dado aos terroristas. Tratamento diferenciado, suprimindo garantias.
Foi o doutrinador Sergio Moccia quem criou essa expressão “direito penal de emergência”.
A crítica é que sempre haverá situação de perene emergência. Sempre vai haver uma situação excepcional para ser justificada a quebra de garantia.
Direito Penal do Inimigo
Expressão criada por GÜNTHER JAKOBS.
Certos indivíduos são refratários ou fechados em relação às normas. Como essas pessoas não se permitem orientar pelas normas, não fazem jus às garantias fundamentais.
Objeto da Lei 9.034/95
É uma Lei eminentemente processual. Ela não define o que é organização criminosa. Ela dispõe sobre meios de prova e procedimentos investigatórios, que serão adotados em relação aos ilícitos praticados por quadrilha ou bando; às associações criminosas; e por último, por organizações criminosas.
Conceito de Quadrilha ou Bando, Associações Criminosas e Organizações Criminosas
Crime Organizado Por Natureza e Crime Organizado Por Extensão
Um não se confunde com o outro.
O crime organizado por natureza, diz respeito a punição em si pelos crimes de quadrilha, associação ou organizações criminosas. Quando o agente é punido pelo crime de quadrilha, associação ou organizações.
Crime organizado por extensão, diz respeito à punição pelos ilícitos praticados pelo bando ou quadrilha, associação ou organizações criminosas. Quando é punido pelos ilícitos praticados por essas quadrilhas, associação ou organização.
Medidas Investigatórias
Art. 2º da Lei 9.034/95. 	Comment by Everton: Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas: (Redação dada pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração.
Ação Controlada
Art. 2º, II da Lei 9.034/95.	Comment by Everton: II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações;
É uma das medidas investigativas, que consiste no retardamento da intervenção policial para que se dê no momento mais oportuno sob o ponto de vista da colheita de provas.
A ação controlada, na Lei das Organizações Criminosas, não depende de autorização judicial. A chamada ação controlada descontrolada é assim chamada porque não há autorização judicial.
Existe essa ação controlada também na Lei de Drogas (Art. 53, II da Lei 11343/06).	Comment by Everton: Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.
OBS: Na Lei de drogas, a ação controlada depende de autorização judicial.
Também existe a ação controlada na Lei de Lavagem de Capitais – Art. 4º, §4º da Lei 9.613/98.	Comment by Everton: § 4º A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores, poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.
A autoridade policial tem discricionariedade quanto ao momento de efetuar a prisão, que, no entanto, continua sendo obrigatória. Irá manter o indivíduo sob vigilância e depois fará a prisão quanto ao melhor momento.
Quebra do Sigilo de Dados Bancários, Fiscais, Financeiros e Eleitorais
Art. 2º, III, e Art. 3º, “caput” da Lei 9.034/95.	Comment by Everton: Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:III - o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais.	Comment by Everton: Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei, ocorrendo possibilidade de violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso segredo de justiça.
Diz que a diligência será realizada pessoalmente pelo juiz.
Aqui se deve observar o sistema adotado pela CF.
	Sistema Inquisitorial
	Sistema Acusatório
	Caracteriza-se pela extrema concentração de poderes ao órgão julgador, o qual recolhe a prova de ofício e determina sua produção;
	O Papel do juiz, na investigação, deve ser de atuar como garante das regras legais. Deve prevalecer inerte, e quando provocado irá atuar;
	É caracterizado pela não observância das garantias do devido processo legal, sendo o acusado considerado mero objeto de investigação;
	O acusado deixa de ser considerado objeto de investigação, e é considerado sujeito de direitos. Observar-se-á o contraditório e a ampla defesa;
	Não há separação das funções de acusar, defender e julgar. O juiz colhe a prova, oferece acusação, às vezes defende, e depois julga. Tem como consequência a violação da imparcialidade;
	Separação entre as funções de acusar, defender e julgar. Imparcialidade preservada;
A CF/88 adotou o Sistema Acusatório, Art. 129, I.	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
A ADI 1570 ajuizada em face do Art. 3º da Lei 9.034/95, questionando “a realização da diligência pelo juiz” de quebra de sigilo bancário, fiscal, financeiro e eleitoral.
Em relação ao sigilo de dados bancários e financeiros, o STF entendeu que o Art. 3º da Lei 9.034/95 teria sido REVOGADO pelo advento da LC 105/01.
No tocante aos dados fiscais e eleitorais, o Art. 3º foi declarado INCONSTITUCIONAL pelo STF, não só por comprometer o princípio da imparcialidade como também por violar o devido processo legal, possibilitando o denominado ressurgimento do juiz inquisidor.
OBS: Nova redação do Art. 156, I do CPP.	Comment by Everton: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
É facultado ao juiz de ofício ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade e a adequação da medida. Para a doutrina, o Art. 156, I, do CPP padece do mesmo vício que o Art. 3º da Lei 9034/95, porque deixa o juiz atuar de ofício.
Temos que ter em mente que não cabe ao juiz agir de ofício na fase de investigação, afronta ao princípio da imparcialidade, contraditório e ampla defesa e devido processo legal.
Quebra de Sigilo de Dados Bancários e Financeiros
Passarama ser regulamentados pela LC 105/01.
Quem poderá realizar a quebra (Sem Autorização Judicial)?
· Juiz;
· Comissão Parlamentar de Inquérito.
ATENÇÃO
Lembrar-se da cláusula de reserva de jurisdição, em que determinadas garantias só poderão ser restringidas por meio do Poder Judiciário.
É cláusula de reserva do judiciário:
· A inviolabilidade domiciliar;
· A interceptação telefônica;
· A decretação de prisão, salvo no caso da prisão em flagrante;
· Segredo de justiça, só o Poder Judiciário pode decretá-lo e afastá-lo. 
OBS: A CPI Estadual também pode fazê-lo. Detém as mesmas prerrogativas. STF - ACO 730.
Ministério Público
Para prova do MP, dizer que a quebra de sigilo de dados estaria dentro do poder de requisição, Art. 129, VIII da CF.	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
Posição do STF - Quando envolver verbas públicas, o MP poderia quebrar diretamente o sigilo. O tema não é tão pacífico. Há outra corrente, que diz que a LC 105/01 é a Lei competente para a matéria, e ela não prevê essa possibilidade. Posição que prevalece no STJ.
Autoridades Fazendárias
Art. 6º da LC 105/01. Autoridades e agentes fiscais tributários da União, Estados, DF e Municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso.
Contra esse dispositivo, há 07 ADIs no STF, mas nenhuma medida cautelar foi deferida.
A argumentação é que o sigilo é um direito à intimidade (é desdobramento), e que daí necessitaria de autorização do garante das regras, que é o Juiz.
Captação e Interceptação Ambiental
Em ambientes Art. 2º, IV da Lei 9.034/95.	Comment by Everton: Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial; (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
De acordo com a lei, depende de autorização judicial. É um instituto diferente da interceptação telefônica.
Quanto às gravações captadas por câmaras de vigilância, aplicar-se-á a teoria do risco.
Na medida em que conversas são feitas em um ambiente público, ou em se tratando de um delito cometido em um local onde haja uma câmera de vigilância, isso significa que o agente teria renunciado à proteção de sua intimidade ou vida privada, razão pela qual os elementos produzidos serão considerados válidos, inclusive para fins de persecução penal.
EX: Caso da Suzane Von Richitoffem, situação na qual ela conversa com o advogado. Nesse caso, especificamente em razão de ser conversa de advogado com cliente, é violação da intimidade.
Infiltração de Agentes Policiais
Art. 2º, V, da Lei 9034/95.	Comment by Everton: Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circunstanciada autorização judicial. (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
É a pessoa integrante da estrutura dos serviços policiais ou de inteligência, que é introduzida em uma organização criminosa ocultando sua verdadeira identidade, e tendo como finalidade a obtenção de informações objetivando a desarticulação da organização criminosa. Depende de autorização judicial.
A Lei de Drogas também prevê a infiltração de agentes de polícia no Art. 53, I. Depende de autorização judicial.
Qual a natureza jurídica de agente infiltrado?
É um meio de obtenção de prova. É para ele indicar onde estão os meios de prova. Ele não vai ser usado como testemunha no caso.
Quais são os limites de atuação do agente infiltrado?
Ele pode praticar o crime de quadrilha ou bando, associação ou organizações criminosas. Caso ele o faça, estará agindo no estrito cumprimento do dever legal.
Ele vai ser eventualmente obrigado a cometer alguns outros delitos. Em relação a estes outros delitos, a lei não diz nada. Entra em jogo o princípio da proporcionalidade – ponderação de interesses, segundo entendimento da doutrina.
Se por acaso a verdadeira identidade desse agente for descoberta. A lei brasileira não diz nada. Em alguns países, se ele tenha sua identidade revelada, ocorre inclusive sua aposentadoria compulsória. No Brasil, há possibilidade de aplicação subsidiária da Lei 9.807/99, que dispõe sobre proteção às testemunhas.
Identificação criminal
1. Lei 8.069.90 – Art. 109;
2. Lei 9.034/95 – Art. 5º;
3. Lei 10.054/00;
A nova lei da identificação criminal revogou a Lei 10.054/00 e as previsões anteriores de outras leis. As novas determinações estão previstas no Art. 1º da Lei 12.037/09.	Comment by Everton: Art. 1º  O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei.
A identificação criminal poderá ocorrer nas hipóteses do Art. 3º da Lei 12.037/09.	Comment by Everton: Art. 3º  Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Segundo o Art. 7º da nova lei, no caso de não oferecimento da denúncia ou depois de arquivado definitivo em trânsito em julgado de sentença, ou caso haja absolvição, o acusado pode pedir o desentranhamento da documentação fotográfica.	Comment by Everton: Art. 7º  No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil.
Delação premiada
O Art. 6º da Lei 9.034/95 diz que nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3, quando a delação espontânea do agente levar ao esclarecimento das infrações penais e sua autoria.	Comment by Everton: Art. 6º Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de um a dois terços, quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria.
Portanto, a delação premiada funciona tão somente como uma causa de diminuição de pena (vide aula de lavagem de capitais).
Liberdade provisória
Deve-se tomar cuidado especificamente com o Art. 7º da Lei 9.034/95, uma vez que ele veda a concessão de liberdade provisória com ou sem fiança.	Comment by Everton: Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa.
Atualmente, o entendimento é que a pessoa não pode ser mantida na prisão simplesmente porque a lei manda prender. A prisão cautelar é medida excepcional, não a regra. Toda e qualquer prisão cautelar depende de autorização judicial devidamente fundamentada.
Prazo para encerramento da instrução criminal
Deve haver atenção redobrada ao Art. 8º da Lei 9.034/95. O prazo será de 81 dias quando o réu estiver preso e de 120 dias quando o réu estiver solto.	Comment by Everton:Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por crime de que trata esta Lei, será de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu estiver preso, e de 120 (cento e vinte) dias, quando solto.
Esse prazo pode ser questionado em virtude da Lei 11.719/08. Isso se dá pelo fato de que 81 dias era o prazo que resultava da somatória de todos os prazos previstos no CPP para o réu preso, assim, diante da nova lei do procedimento (Lei 11.719/08), esses 81 dias teriam sido alterados. Resta então definir qual seria o outro prazo:
	Réu Preso
	Procedimento
	Prazo
	Inquérito Policial (*)	Comment by Everton: No âmbito da justiça federal, o prazo é de 15 dias, podendo ser duplicado; no caso de prisão temporária em crimes hediondos o prazo é de 30 dias, podendo se dobrado.	Comment by Everton: A maioria da doutrina entende que o prazo da prisão temporária não é computado na dilação desse prazo – nesse sentido: Pacceli, Denílson Feitosa.
	10 dias;
	Oferecimento da denúncia
	05 dias
	Recebimento da denúncia
	05 dias
	Resposta à acusação (*)	Comment by Everton: A própria lei prevê a nomeação de dativo, sendo o juiz obrigado nesse caso, a dar a ele, mais dez dias.
	10 dias
	Possibilidade de absolvição sumária
	05 dias
	Audiência uma de instrução e julgamento
	60 dias
Fazendo a somatória desses prazos, chega-se aos novos prazos:
· Prazo mínimo – 95 dias (*);	Comment by Everton: Esse prazo para a conclusão da instrução criminal não tem natureza absoluta, podendo ser dilatado em virtude da complexidade da causa e/ou pluralidade de réus. Portanto, haverá excesso nas seguintes hipóteses: mora processual causada por diligências suscitadas exclusivamente pela acusação (ex.: laudo de verificação de voz) + excesso resultante da inércia ou desídia do poder judiciário + restar caracterizado um excesso abusivo, atentando contra a garantia da razoável duração do processo – caracterizado o excesso, a prisão deve ser objeto de relaxamento, sem prejuízo da continuidade do processo.
· Prazo máximo – 175 dias.
Excesso de prazo após a pronúncia ou após o encerramento da instrução criminal
Súmula 21 e Súmula 52 do STJ.	Comment by Everton: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução.	Comment by Everton: Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo.
O STF e o STJ percebem que o entendimento destas súmulas tem sido mitigadas/relativizadas. Elas não devem ser interpretadas literalmente. O fato de o réu ter sido pronunciado ou encerrada a instrução não dá ao Estado o direito de mantê-lo preso preventivamente ad eternum aguardando o julgamento.
Excesso de prazo provocado pela defesa
Às vezes a própria defesa provoca o excesso de prazo para depois alega-lo para o relaxamento da prisão cautelar.
Súmula 64 STJ. O réu não pode se favorecer de sua própria torpeza.	Comment by Everton: Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.
Relaxamento da prisão por excesso de prazo e natureza da infração penal
Súmula 697 STF. Mesmo para os crimes hediondos é possível o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.	Comment by Everton: A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
Recolhimento à prisão para apelar
· Art. 3º da Lei 9.613/98;
· Revogado o Art. 594 e 595 do CPP;
· Art. 31 da Lei 7.492/93;
· Lei 8.072/90, art. 2º §3º;
· Lei 9.034/95, art. 9º;
· Lei 11.343/06, art. 59 da Lei de Drogas.
Durante anos estes dispositivos foram considerados válidos. EX: O STJ já teve entendimento (conforme a Súmula 09) de que a necessidade de prisão para apelar não ofendia a garantia legal de presunção de inocência.
O STF dá duas decisões bastante importantes:
1. No HC 88.420 o STF reconhece a importância do duplo grau de jurisdição previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos (Decreto 678/92), independentemente do recolhimento à prisão.
O Art. 9º da Lei 9.034/95 não está de acordo com a Convenção Americana de Direitos Humanos;	Comment by Everton: Art. 9º O réu não poderá apelar em liberdade, nos crimes previstos nesta lei.
2. No HC 84.078 o STF entendeu que por conta da presunção de inocência o acusado só pode ser preso após o transito em julgado de sentença penal condenatória, salvo se presentes os pressupostos que autorizam a decretação da prisão cautelar. Assim, a Súmula 347 do STJ e o Art. 387, parágrafo único do CPP trazem a orientação de que o conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.	Comment by Everton: Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta.
Ter cuidado com as seguintes Leis:
· Lei 11.719/08;
· Lei 12.403/11.
· Nova redação dos Art. 387, parágrafo único e Art. 283 ambos do CPP;
· Revogação dos Art. 594, 595, 393 do CPP.
Início do cumprimento da pena em regime fechado
O Art. 10 da Lei 9.034/95 diz que os condenados iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.	Comment by Everton: Art. 10 Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.
A progressão deve adotar o critério comum, onde a progressão se dá com 1/6 – vale lembrar que na lei dos crimes hediondos, a progressão se dá com 2/5 e 3/5.
Regime disciplinar diferenciado
Uma das causas para o ingresso no RDD é o envolvimento com organizações criminosas.
O Art. 52, §2º da Lei 7.210/84 (execuções penais) diz que a suspeita de envolvimento em organizações criminosas é um dos requisitos que autoriza o regime disciplinar diferenciado (RDD).	Comment by Everton: Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.

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