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LITERATURA INFANTIL E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

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LITERATURA INFANTIL E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
 
Maria de Fátima Lima dos Santos
Professora Simoni Soni Pelito	
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (0821) – Prática do Módulo
10/06/2015
RESUMO
A contação de histórias, conduzida em um ambiente agradável, é uma das grandes oportunidades de desenvolvimento da imaginação infantil, ela também é um meio eficaz de colocar a criança em contato com a literatura infantil e o mundo da leitura. é uma das atividades mais antigas do ser humano, servindo inicialmente para contar fatos recentes ou episódios passados, formando agrupamentos fortalecidos e comunidades com identidade e origem. Estes são momentos nos quais se abrem oportunidades importantes para a construção de uma identidade social e cultural que será apresentada a criança. Por meio delas podemos enriquecer as experiências infantis, desenvolvendo a linguagem, ampliando vocabulário, formando o caráter, a confiança no bem e proporcionando a ela viver o imaginário. Nesse sentido, se constrói a presente pesquisa buscando ressaltar a influência e relevância do uso da literatura infantil a partir da contação de histórias no ambiente escolar, se justificando o tema na importância da literatura para o despertar da imaginação e criatividade, contribuindo para o desenvolvimento completo da criança, pois, nesse sentido, afirma-se que a escola se constitui como um espaço no qual propicia a criança uma interação, bem como, oportunidades de expressar-se com os demais alunos. Assim, a criança deixa de ser receptor e passa a ser transmissor e dessa forma, ocorrem trocas de saberes e o exercício da oralidade.
Palavras-Chave: Contação de histórias; Desenvolvimento; Linguagem.
1 INTRODUÇÃO
O método de contar histórias é de fundamental importância para o processo de construção da aprendizagem, por estimular a criatividade, imaginação instigando os educandos a refletirem sobre o assunto trabalhado. Entretanto, ainda encontramos profissionais da educação que realizam essa prática sem nenhuma fundamentação, objetivo, apenas como um passatempo ou relaxamento.
A arte de contar história está para além de uma distração, visa introduzir o aluno ao mundo diversificado através do seu imaginário. Trata-se de um costume antigo que por muitos séculos nos remonta as memórias vivas de um povo, perpassadas entre as diversas gerações através da oralidade. Desse modo, esse hábito constitui-se como uma herança da cultura popular e nessa perspectiva foi criada os mitos, as lendas e as variações de contos.
Através da prática da narração de histórias, visa-se ampliar o mundo literário do leitor e ouvinte incentivando-os ao gosto pela leitura, bem como, o desenvolvimento da inteligência da criança. Bem como, desenvolver a sensibilidade, e o uso da oralidade de forma crítica e criativa.
Nessa perspectiva, essa atividade propicia a criança a manter um convívio e interação social, na medida em que se agrupam com outras crianças, a fim de escutar e socializar pequenas experiências adquiridas nas histórias, exercendo memória e percepção.
Sobre os contadores, cabe ressaltar a necessidade destes, procurarem métodos e didáticas, a fim de envolver a criança nessa prática, buscando outras formas de atrair a curiosidade das crianças para as histórias, sejam elas: contos de fadas, fábulas ou outros tipos de narrativas.
É importante que o professor problematize as histórias a fim de favorecer aos alunos uma analise crítica dos aspectos presente nas entrelinhas do texto, relacionando-os com a realidade em que estão inseridos. Nesse sentido, Alves afirma que:
Meninos e meninas narram história a partir das que contaram para eles. Algumas foram contadas pelos pais, professor, avós, amigos. Outros foram descobertos em páginas coloridas de livros infantis. mas todos narram o enredo a partir de uma matriz cristalizada em sua mente, uma espécie de versão da história que a criança guarda para si. (ALVES apud MONTEIRO, 2010, p. 1)
A escola se constitui como um espaço no qual propicia a criança uma interação, bem como, oportunidades de expressar-se com os demais alunos. Assim, a criança deixa de ser receptor e passa a ser transmissor e dessa forma, ocorrem trocas de saberes e o exercício da oralidade.
O profissional contador de história tem a missão de ensinar de forma a não transferir suas ideias, mas oportunizar o ouvinte a ser capaz de construir seus próprios posicionamentos. Freire confirma esse fato quando diz: “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mais criar as possibilidades para a sua própria produção ou construção”. É de fundamental importância que o profissional contador de história bem como, o professor de qualquer outra disciplina, estando em um ambiente escolar ou não, conscientize os alunos a não ser mero receptor de conhecimento, como queria a educação bancária, mas que busquem interagir com a história contada. (FREIRE, 1996 p.52)
Essa prática permite que a criança resolva seus próprios conflitos através da ludicidade. Nessa perspectiva, percebemos que quando o conteúdo é repassado com ludicidade, há total participação e interesse dos alunos, e o rendimento da aprendizagem eleva-se, pois as crianças aprendem brincando, sem pressão e cobranças.
Dessa forma, através da ludicidade a criança sente-se mais a vontade para se expressar, para discordar de opiniões, expor suas angustias superar conflitos. A criança como brinca ela parte do seu âmbito social, extraindo a imaginação daquilo que vive no seu cotidiano, por isso, é importante na construção da identidade da criança.
Cabe ao professor reconhecer a importância desse recurso, compreendendo que educar não se limita ao mero repasse de conteúdos seguindo um único caminho. É necessária a reformulação de propostas pedagógicas, principalmente se a intenção for a melhoria da qualidade do ensino, bem como, da aprendizagem dos educandos.
2 A LITERATURA INFANTIL NO COTIDIANO DA SALA DE AULA
De acordo com Cunha (2006), a literatura infanto-juvenil, por sua forma específica de comunicação, mediada pelo livro, lidando com o símbolo, com o imaginário, pode se constituir-se em terreno propício à criação de novas formas de relacionamento com a criança.
Sendo a literatura uma forma específica de comunicação mediada pelo livro, lida com símbolos ou signos, os quais podem resultar em práticas pedagógicas eficazes de incentivo à leitura, à oralidade e à escrita. Por meio da leitura, na prática de contação de histórias, o professor, como mediador, pode auxiliar o educando a desenvolver a expressão oral, a leitura, a escrita e interpretação de textos. É por meio do contar histórias que ocorre a mediação e o diálogo entre o leitor e o interlocutor (CUNHA, 2006).
De Acordo com Lajolo e Zilberman (1988), seria muito importante que a escola procurasse desenvolver no aluno, formas ativas de lazer, aquelas que tornam o indivíduo crítico e criativo - mais consciente e produtivo. E a literatura teria papel relevante nesse processo.
Para estas autoras, o ideal da literatura é fazer com que as crianças unam o entretenimento e a instrução ao prazer da leitura, a qual vem educar a sensibilidade, reunindo a beleza das palavras e das imagens. Ainda na visão de Lajolo e Zilberman (1988), a criança pode desenvolver as suas capacidades de emoção, admiração, compreensão do ser humano e do mundo, entendimento dos problemas alheios e dos seus próprios: enriquecendo, principalmente, as suas experiências escolares, cidadãs e pessoais.
Na mesma direção, a literatura para Cunha (2006) amplia e enriquece a nossa visão da realidade de um modo específico, permitindo ao leitor a vivência intensa e, ao mesmo tempo, a contemplação crítica das condições e possibilidades da existência humana.
 A literatura infantil é a primeira forma escrita de contato da criança e do jovem com as tradições culturais e literárias do seu povo. Ao mesmo tempo, que promove recreações, também cultiva valores necessários à vida em sociedade e favorece o raciocínio e a inteligência das crianças e dos jovens. Sua função primordialé despertar, na criança e no jovem o gosto pela leitura e permite-lhes um contato com a realidade que os cerca (SOUZA, 2006, p.38)
Por isso, é necessário que o professor introduza, em sua prática pedagógica, a literatura, como estratégia de incentivo à oralidade, à leitura e à escrita, levando em consideração a faixa etária de seus alunos, podendo também aplicar atividades de contação de histórias. Uma vez que o professor, como mediador da aprendizagem, ao contar histórias, oralmente ou lidas, pode levar o educando a desenvolver a oralidade, a leitura, a escrita, interpretação de textos e desenvolver o raciocínio lógico, isto é, o pensamento crítico, pois a aproximação entre oralidade, leitura e escrita pode contribuir no processo para a formação de leitores.
Para Lajolo,
A literatura é porta de entrada para variados mundos que nascem das várias leituras que dela se fazem. Os mundos que ela cria não se desfazem na última página do livro, na última frase da canção, na última fala da representação, nem na última tela do hipertexto. Permanecem no leitor, incorporados como vivência, marcos da história de leitura de cada um (LAJOLO, 2001, p.44).
Os textos literários são escritos apoiados na imaginação, fantasia e mistério. Falam de coisas reais, mas de um modo fictício e, por isso, eles levam os que ouvem ou leem estes textos a desenvolverem o pensamento, a linguagem, os valores, os padrões de comportamento, enfim, são estímulos a sua imaginação.
As leituras mostram a importância da literatura infantil no processo de formação da criança desde seus primeiros dias de vida. Abramovich (2008, p.16) ressalta “Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias [...]” e Coelho (2000, p.43) coloca sobre a literatura feita para as crianças “[...] é o meio ideal não só para auxiliá-las nas várias etapas de amadurecimento que medeiam a infância e a idade adulta.”
Compreende-se que o ser humano só se torna humano à medida que vai formando conceitos. Para Cademartori (1986) a infância é o momento principal nesta formação e a literatura infantil/juvenil é um instrumento importante para o homem, sendo uma das manifestações culturais e um dos campos de interpretação do mundo, pois possibilita a reformulação de conceitos e a autonomia do pensamento.
Como já é sabido, é importante que a criança ouça muitas histórias repetidas vezes, pois é oralmente que ela faz os primeiros contatos com histórias, textos, poemas e outros. Ler para as crianças é despertar o interesse, a atenção, o imaginário e o mundo das emoções como raiva, tristeza, medo, alegria, insegurança, pavor, paz, tranquilidade e outras mais; é desenvolver a expressão de ideias e o prazer pela leitura, responder a tantas perguntas e encontrar soluções e conceitos. 
Por meio dos personagens, podem-se perceber os conflitos, impasses, soluções que são comuns ao ser humano e, assim, entender melhor as próprias dificuldades e encontrar ideias para a resolução delas. Através das histórias também é possível viajar a outros mundos e tempos. Se estar em contato com textos literários é tão importante para a criança, o trabalho com estes textos na escola também é muito relevante para seu desenvolvimento e aprendizagem.
3 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: A ARTE DE CONTAR E RECONTAR
A contação de história constitui-se num dos momentos mais ricos e significativos dentro das instituições de ensino, e não se entende uma proposta pedagógica que não inclua em seu currículo o contato das crianças com os maravilhosos livros da literatura infantil. Este tema procura enfatizar a literatura infantil como elemento fundamental para o desenvolvimento da imaginação e fantasia.
As atividades com a contação de histórias, pode levar as crianças a desenvolverem seu imaginário assim como suas habilidades, trabalhando com o aguçar das habilidades já existentes e no desenvolvimento de novas, o que trará muitas construções novas e uma leitura de mundo mais ampliada e significativa. 
A oralidade pode ser vista no contexto social desde os tempos mais antigos, quando o homem descobriu que as histórias contadas geravam inquietações positivas nas pessoas como admiração, espanto, aprovação.
Na transição do estado bárbaro para a vida organizada, o contador de histórias representado pelo pajé, segundo Tahan (1966, p. 17), deixou de ser um mero instrumento de diversão e tornou-se um depositário das tradições da tribo, devendo estas ser transmitidas às novas gerações para fins de conservação. Na Antiguidade, a contação de histórias era um meio de divulgação das doutrinas religiosas budistas. Na Idade Média, os contadores de histórias eram muito respeitados. Para cada época, as histórias e seus contadores tiveram o seu valor peculiar, sendo repassados de geração a geração os feitos, decepções, amores, sonhos, temores e esperanças da humanidade.
Abramovich (2008, p.17) afirma que ler histórias é suscitar o imaginário. É o momento em que o mundo é descoberto com seus inúmeros conflitos e impasses, bem como suas soluções. Ao se tratar do público infanto-juvenil, é através das histórias que há uma identificação com os personagens – cada qual correspondendo ao momento que está sendo vivido pela criança ou adolescente – de modo a lidar melhor com suas próprias dificuldades e buscar soluções para cada uma delas.
O contador de histórias cria imagens no ar materializando o verbo e transformando-se ele próprio nesta matéria fluida que é a palavra. O contador de histórias empresta seu corpo, sua voz e seus afetos ao texto que ele narra, e o texto deixa de ser signo para se tornar significado. O contador de histórias nos faz sonhar porque ele consegue parar o tempo nos apresentando outro tempo. Como um mágico, faz aparecer o inexistente, e nos convence que aquilo existe. O contador de histórias atua muito próximo, faz aparecer o inexistente, e nos convence que aquilo existe. Contar histórias é uma arte, uma arte rara, pois sua matéria-prima é o imaterial, e o contador de histórias um artista que tece os fios invisíveis desta teia que é o contar. (Bussato, 2003,p.9). 
Segundo Freire (1982), é a partir da leitura de mundo que o ser humano aprende a ler os demais textos. A literatura oral, além de expandir a leitura do mundo, torna-se uma ferramenta eficaz para despertar a curiosidade por outras artes e exercitar a imaginação dos ouvintes.
Neste contexto ressalta-se: 
Desde os primórdios da humanidade, contar histórias é uma atividade privilegiada na transmissão de conhecimentos e valores humanos. Essa atividade tão simples, mas tão fundamental, pode se tornar uma rotina banal ou representar um momento de excepcional importância na educação das crianças. ( VIEIRA, 2003, p.8)
Além disso, as metáforas, também muito presentes nas histórias, permitem uma possibilidade de identificação das crianças e adolescentes com os personagens, promovendo uma interação entre contador e ouvinte. (GUTFREIND apud BELARDINELLI, 2007)
 
(...) a metáfora guarda essa dupla capacidade: por um lado, é capaz de apresentar nossos dramas e conflitos principais. O símbolo é duríssimo e dá vida para nosso material mais arcaico ou sem nome, ou ainda, para nossos medos primordiais. Por outro lado, a metáfora é feita do simbólico e estético, portanto, indireto. E protege a criança em sua viagem de projeção na intriga e nas personagens, garantindo certa tranquilidade nos processos de identificação. Ela diz tudo sem nada ameaçar. (GUTFREIND apud BELARDINELLI, 2007, p.18).
O ato de contar histórias traz em si uma série de fatores que ultrapassam o domínio das técnicas, envolve muito mais o entendimento por parte do contador e leitor das questões psicológicas e terapêuticas presentes no universo dos ouvintes e as influências que as histórias exercem na vida deles. Não bastam apenas as práticas educacionais e técnicas artísticas, mas principalmente à cumplicidade no olhar, empatia e sensibilidade para entender quando os ouvintes expressarem seus anseios, medos, esperanças e desejos com um simples gesto ou jeito de olharao ouvirem a história. 
Na verdade, o educador, durante sua prática de ensino, ao propor uma atividade, seja ela qual for, precisa certificar-se se essa está de acordo com os interesses e desejos do aluno, pois só assim ocorrerá aprendizagem. Esta é, sem dúvida, uma questão que precisa ser valorizada por aquele que vai contar uma história, pois para que aconteça aprendizagem por parte das crianças, é fundamental que a história esteja de acordo com o interesse delas.
Para dar alguns exemplos do que é necessário ser levado em conta ao escolher um livro para ser trabalhado com os alunos, cabe mencionar que foram considerados pelas pessoas entrevistadas a ilustração, o tamanho da história e da letra, a temática, a linguagem compreensível e adequada à faixa etária, o nível intelectual que a criança se encontra, entre outras. 
Expostas estas ideias, compreende-se o que Abramovich (2008, p. 18) quer deixar evidente ao dizer: ”Daí que quando se vai ler uma história – seja qual for – para crianças, não se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante”.
Coelho (2000) destaca como essenciais de serem reconhecidos e respeitados, os contextos sociais e financeiros aos quais os ouvintes pertencem. Quanto aos interesses, ela institui relação entre a história e a faixa etária das crianças, não esquecendo das experiências de vida dos indivíduos.
 Pré-escolares até três anos: fase mágica – histórias de bichinhos, brinquedos, objetos, seres da natureza (humanizados) – histórias de crianças; de três a seis anos: fase mágica – histórias de repetição e acumulativas (Dona Baratinha, A formiguinha e a neve etc.) – histórias de fadas. Escolares sete anos – histórias de crianças, animais e encantamento, aventuras no ambiente próximo: família, comunidade, histórias de fadas; oito anos – histórias de fadas com enredo mais elaborado, histórias humorísticas; nove anos – histórias de fadas, histórias vinculadas à realidade; dez anos – aventuras, narrativas de viagens, explorações, invenções, fábulas, mitos e lendas. (COELHO, 1995, p. 15)
O papel do professor neste momento é de mediar os conflitos internos e dar a oportunidade da criança desenvolver construções significativas, sabendo ler e compreender a contação e seu enredo, tirando das mesmas as mensagens que se escondem nas entrelinhas, lendo com o tempo o mundo de maneira a ter significado, sabendo o por que, para que e onde utilizar os conhecimento construídos, tudo com a intervenção do professor no momento certo, assim como com planejamento das atividades e das histórias a serem contadas.
Neste momento o professor deve ter, em mente, objetivos dos desenvolvimentos que ter trabalhar com suas crianças, escolhendo para isso as histórias certas, onde seja possível a criança participar, dar sua opinião, questionar e compreender a história e o que a mesma pode transformar em sua vida, o auxiliando no caminho para suas descobertas com significado e com prazer, pois a contação de histórias pode abrir as portas de um mundo e para visões de imenso prazer, transformando e se deixando transformar através do imaginário da criança.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa permitiu verificar que a literatura infanto-juvenil pode propiciar uma aprendizagem mais significativa para aos alunos de uma forma geral, pois os resultados mostram que os alunos ficam mais interessados e participativos nas aulas, nas atividades orais, leitura e escrita, bem como, nas dramatizações, contação de histórias, apresentações em público, interpretações orais e escritas, na produção de textos e em todas as outras disciplinas.
A partir das reflexões realizadas no decorrer deste projeto, observa-se que a importância da contação de histórias ultrapassa a diversão e o encantamento, trazendo consigo valores sociais e demais instrumentos de formação para a vida das pessoas em geral, principalmente, para as crianças, a quem carinhosamente chamamos de “pequenos leitores”. São elas que trazem vida às “histórias de mentirinha”, ao se identificarem com os personagens e situações. As histórias não as movem, mas são movidas por elas. 
Certamente, o professor que tem por objetivo oferecer a seus alunos uma educação que os preparem para a vida, precisa fazer com que sua sala de aula seja um espaço promotor de aprendizagens significativas.
A contação de histórias, quando trabalhada de forma adequada, contribui para que as crianças desenvolvam e ampliem habilidades essenciais para sua vida pessoal e estudantil, pensa-se que esta é indiscutivelmente uma prática digna de ser utilizada pelos professores dos anos iniciais.
Valorizando a ideia que a criança, ao escutar histórias de seu interesse, é levada a fazer associações e relações desta com fatos e situações do cotidiano, percebe-se que o ato de contar histórias possibilita que a mesma tenha uma maior e melhor compreensão do mundo. Isto facilitará e proporcionará a ela o desempenho de papéis sociais de forma autônoma e crítica.
Considerando que o contador, através da leitura expressiva, estimula na criança, com espontaneidade e encantamento, o gosto pela leitura, nota-se que o professor contando histórias, durante sua prática educativa, atua como um agente formador de alunos leitores, proporcionando e permitindo que eles se tornem sujeitos ativos e responsáveis pela construção de seus conhecimentos.
Com tal análise, foi possível ver, através das teorias dos autores estudados e das concepções das pessoas que colaboraram para esta investigação, que o ato de contar histórias é, sem dúvida, uma atividade que oportuniza ao aluno a realização das tarefas de leitura e escrita com mais qualidade.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 5 ed. São Paulo Scipione, 2008.
BELARDINELLI, Cláudia. Educação Infantil e Contação de Histórias: memórias e práticas. São Leopoldo, 2007. Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2007.
BUSSATO, Cleo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. 4 ed.
Petrópolis: Vozes, 2003. 
CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. São Paulo: Brasiliense,1986.
COELHO, Maria Betty. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1. Ed. São Paulo: Moderna, 2000.
CUNHA, Maria Antonieta A. Acesso à leitura no Brasil: Considerações a partir da pesquisa. In: AMORIM, Galeno. (Coord.). Retratos da Leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1982. 
LAJOLO, Marisa. Literatura: leitores & leitura. São Paulo: Moderna, 2001.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: história &histórias. 4. ed. São Paulo: Ática, 1988.
MONTEIRO, Glauce. Beira do Rio. Pará: Jornal da Universidade Federal do Pará, Ano VI, nº80, Fevereiro de 2010. Disponível em: <htp:/www.ufpa.br/beiradorio/novo/index.php?view=article&catid=3%3Aedicao7&id=23%3Acontacao-de-historias-nao-e brincadeira&option=com_content&Itemid=13>. Acesso em: 30 de Nov. de 2014.
SOUZA, Glória Pimentel Correia Botelho de. A literatura infanto-juvenil brasileira vai muito bem, obrigada! São Paulo, DCL, 2006.
TAHAN, Malba. A arte de ler e contar histórias. 5. ed. Rio de Janeiro: Conquista, 1966. 
VIEIRA, Isabel Maria de Carvalho. O papel dos contos de fadas na formação do imaginário infantil. Revista Criança. São Paulo, Ed. Caleidoscópio, 2003. Disponível em: <http://euniverso.com.br/Psyche/Psicologia/desenvolvimento/O_papel_dos_contos_de_fada.htm>. Acesso em 30 de Nov. de 2014.

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