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Superadobe: A técnica da terra ensacada

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Salvador, Bahia 
2020 
 
 
ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
CARLOS ANTONIO LAGO FONSECA 
 
 
 
 
 
SUPERADOBE 
A técnica da terra ensacada 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, Bahia 
2020 
CARLOS ANTONIO LAGO FONSECA 
 
 
 
 
 
 
SUPERADOBE 
A técnica da terra ensacada 
 
 
 
Trabalho ministrado pelo professor 
Ernesto Regino Xavier de Carvalho, 
como método avaliativo referente à 
disciplina de patologia nas construções, 
do curso de arquitetura e urbanismo do 
centro universitário Jorge Amado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
DIFERENÇA ENTRE TÉCNICAS COM ADOBE ................................................ 3 
TÉCNICA DO SUPERADOBE ........................................................................... 4 
PROCESSOS DA CONSTRUÇÃO .................................................................... 5 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 8 
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 9 
 
3 
 
DIFERENÇA ENTRE TÉCNICAS COM ADOBE 
 
Existem diversas técnicas de construções ecológicas alternativas. No 
entanto, são poucas as técnicas que permitem utilizar a própria terra do terreno 
como principal matéria prima para a construção da casa, o que é um grande 
diferencial principalmente para quem possui um terreno aclive onde será 
necessário a retirada da terra e o transporte para outra área. Há muitos anos em 
diversas partes do mundo se utilizou o tijolo Adobe (mistura de barro cru, areia 
e fibra vegetal) como principal matéria prima de construção. No entanto, a 
industrialização nos trouxe opções mais vantajosas em comparação aos 
tradicionais tijolos Adobe. Porém foram desenvolvias técnicas que 
aperfeiçoaram o método construtivo com adobe, uma delas é o superadobe e o 
hiperadobe, tornando as construções mais sustentáveis, econômicas e 
resistentes. 
Figura 1 - Técnicas de construções com adobe 
 
Fonte:http://mcmvconstrucao.blogspot.com/2016/02/hiperadobe-x-superadobe.html 
 
O adobe é um tijolo de terra crua cuja produção consiste em misturar terra 
e água, porém, por necessidade de estabilizar as propriedades, que geram 
rachaduras nos tijolos, durante o processo de cura, é muito comum adicional 
palha (fibras). Os tijolos são moldados em formas retangulares, o processo de 
cura se dá ao ar livre por um período que gira em torno de trinta dias, 
dependendo das condições climáticas. 
O superadobe é uma técnica de autoconstrução ecológica e sustentável, 
onde é possível construir uma casa com poucos recursos usando sacos de 
polipropileno amarrados com arame, preenchidos com terra argilosa e moldado 
através do apiloamento por processo artesanal ou semi-industrial, através de 
pistões. Não é preciso peneirar a terra, nem a moldar e nem acrescentar palha, 
como no adobe. 
http://mcmvconstrucao.blogspot.com/2016/02/hiperadobe-x-superadobe.html
 
4 
 
O hiperadobe foi desenvolvido a partir do superadobe, a grande diferença 
entre eles é que no superadobe se utiliza o sacos de polipropileno, já o 
hiperadobe usa o Raschel, o mesmo material utilizado em sacos de frutas que 
além de não usar muito plástico comparado com os sacos de polipropileno, não 
precisa ser queimado. O Raschel funciona como um "chapisco" para receber o 
reboco natural, não precisa de arame farpado entre as camadas, pois por sua 
trama natural, a terra da camada de baixo se fundi com a camada nova. 
Podemos dizer que o hiperadobe é uma evolução do superadobe. Mesmo tendo 
que comprar os sacos de hiperadobe pagando mais caro do que os sacos de 
superadobe, no final da obra a economia será maior, e o acabamento será 
melhor. 
 
TÉCNICA DO SUPERADOBE 
 
A técnica da terra ensacada, chamada de superadobe, foi criada pelo 
arquiteto iraniano Nader Khalili. É um processo construtivo sustentável no qual 
sacos de polipropileno são preenchidos com solo argiloso e moldados no próprio 
local através do apiloamento do mesmo por processo artesanal ou semi-
industrial, através de pistões. 
A preparação é feita no próprio local, colocando o solo umedecido em sacos de 
polipropileno onde ela será socada, não é preciso peneirar a terra, nem moldá-
la e nem acrescentar palha, com o auxílio de um socador manual ou mecânico, 
e em seguida coloca no local onde será a parede, em fiadas de 20 cm de altura. 
Quando a parede estiver na altura desejada, os sacos de polipropileno são 
retirados das laterais e reboca-se a parede. 
A principal característica do superadobe é sua simplicidade e rapidez em relação 
ao adobe comum. Além de ser um material com baixo custo, conforto térmico e 
acústico, as construções tem grande resistência e suportam conturbações 
variadas. 
 
 
 
5 
 
PROCESSOS DA CONSTRUÇÃO 
 
A primeira coisa que devemos pensar para construir com o superadobe, 
como em qualquer técnica, é em fazer uma boa fundação. Esta pode ser de 
pedra, se temos disponível no lugar, de concreto, ou até mesmo de terra 
compactada. 
Figura 2 - Tipos de fundações 
 
Fonte: https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf 
 
A fundação deve ser um pouco mais larga que a parede a ser construída. 
Por exemplo, se vamos usar sacos de 40 cm de largura, podemos fazer uma 
fundação de 60 cm, deixando 10 cm para cada lado. É importante também 
deixarmos a parede de terra uns 15 cm acima do nível do solo, assim ela não 
absorverá umidade, mantendo a parede seca e segura. 
Se tivermos um terreno muito estável (bastante pedregoso, por exemplo), 
podemos construir as fundações diretamente com o superadobe. Neste caso, é 
aconselhável misturar a terra com cimento e algum impermeabilizante, para dar 
estabilidade e garantir a proteção contra a água. Depois de pronta a fundação, 
podemos começar a construir as paredes de superadobe. 
Primeiramente desenrolamos um tanto de saco da bobina. O tamanho do 
saco pode ser o mesmo tamanho da parede, deixando uns 50 cm de cada lado 
para fazer uma dobra no início e no final. Encapamos o balde sem fundo com o 
saco, deixando uma sobra de um dos lados. 
Uma pessoa pisa na sobra de saco (Figura 3) e ao mesmo tempo segura 
o balde. Outra enche bem o balde com terra, com a ajuda de um balde comum. 
 
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf
 
6 
 
Figura 3 – Processo de enchimento Figura 4 - Processo de enchimento 
 
Fonte: https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf 
 
Quando o balde sem fundo estiver completamente cheio, o puxamos 
devagar, fazendo, ao mesmo tempo, uma “dobra” para que a parte de saco que 
está sobrando fique pra baixo da fiada. Logo a pessoa que está segurando o 
balde pode ficar de pé, desde que continue segurando bem firme (Figura 4). Vai 
haver um tanto de saco vazio entre a altura da parede e o balde. Deve se tomar 
cuidado para o saco ficar cheio, não pode deixar espaço com ar dentro do saco. 
 
Figura 5 - Processo de apiloamento Figura 6 - Processo de apiloamento 
 
Fonte: https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf 
 
À medida que a parede vai ficando mais comprida, enquanto uns se 
ocupam de encher o saco, outros podem começar a comprimir a fieira com um 
pilão de madeira (Figura 5). A cada duas ou três fieiras, colocamos duas linhas 
de arame farpado, principalmente nas extremidades. A cada cinco fieiras, vamos 
apiloando as laterais da parede, procurando deixá-las o mais regular possível 
(Figura 6). Para terminar de compactar as laterais usamos um martelo de 
borracha. Quanto mais regular a parede, mais fácil será fazer o reboco. 
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf7 
 
As esquadrias, devemos planejar onde vamos fazer as aberturas da casa, 
como as portas e janelas. A qualidade da ventilação e da iluminação no interior 
da casa dependerá do planejamento das aberturas. Uma das formas de fazer é 
ir erguendo as paredes e colocar uma verga de madeira nos locais onde estarão 
as partes superiores de cada janela, e seguir com a construção normalmente. 
Quando as paredes estiverem terminadas, marcamos com uma caneta o vão 
das janelas e logo fazemos os buracos com uma espátula ou com um motosserra 
(Figura 7). Cuidado com o tamanho das vergas, bem como com a localização 
das janelas e portas. 
Figura 7 - Processo de aberturas Figura 8 - Processo de aberturas 
 
Fonte: https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf 
 
Podemos também, em alguns casos, deixar o vão das aberturas já prontos 
à medida que vamos subindo as paredes. Para isto precisamos de um elemento 
muito forte que suporte o peso das paredes superiores e das pessoas que 
estarão pisoteando e compactando a parede. Podemos fazer isso com uma 
manilha, por exemplo (Figura 8). Ele ficará na parede e já servirá de moldura 
para a janela. 
Para aplicar o reboco é preciso retirar (queimar) o saco polipropileno para 
ter contato direto com o adobe. A aplicação é a convencional. 
Em relação à cobertura, podemos apoiar diretamente na parede de 
superadobe, sem necessidade de fazer uma cinta. A parede é muito forte quando 
bem feita, e podemos apoiar inclusive uma cobertura bem pesada como um 
telhado vivo ou então fazer a cobertura com o mesmo material das paredes, em 
forma de domo. 
 
 
 
 
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf
 
8 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O uso da terra na construção civil apresenta diversas vantagens tais como: 
excelente conforto térmico e acústico, quase não gera resíduo, quase não 
consome recursos não renováveis (energia elétrica, água), o material é 
totalmente reciclável, a terra é um material econômico e pode ser obtida no local 
da obra, não sendo necessário transporte. Apesar de todos os pontos fortes, 
existem também pontos fracos que são os seguintes: o material sofre desgaste 
quando em contato com água, no entanto, pode-se eliminar esse problema 
usando beirais que façam com que a água passe o mais distante possível das 
paredes e fundações usando pedras ou baldrames evitando que a água suba 
por capilaridade e atinja as paredes. No processo de cura há contração da terra, 
gerando fissuras e rachaduras, também não é recomendável construir edificação 
com mais de um pavimento, a secagem da terra costuma ser bastante lenta. 
Enfim, as construções com terra são bastante viáveis, tanto do ponto de vista 
técnico/econômico, como do ponto de vista ecológico, se forem construídas 
visando à preservação dos recursos, atenderão os pré-requisitos da 
sustentabilidade, porém, a sustentabilidade será garantida quando houver 
envolvimento da comunidade, em todo o processo, desde a concepção até a 
execução final. 
Para que o superadobe seja aplicado em larga escala no Brasil é 
imprescindível a criação de uma norma brasileira com parâmetros, metodologias 
construtivas e ensaios a serem realizados para uso eficaz dessa técnica, cujas 
informações atuais são, em maioria, empíricas e geradas por estudos 
internacionais, sendo necessário recorrer ao uso da norma peruana E.080/2006. 
É necessário o estabelecimento de ensaios para avaliar tecnicamente o 
superadobe, que garantam a segurança e a confiabilidade dessa tecnologia 
construtiva, que apresenta ótimas perspectivas favoráveis a seu uso. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
REFERÊNCIAS 
 
MARTINS, Graciane. Hiperadobe x Superadobe. Mcmv construcao, 2016. 
Disponível em: http://mcmvconstrucao.blogspot.com/ Acesso em: 14, abril, 2020. 
 
PROMPT, Cecília. Curso de bioconstrução. Ministério do meio ambiente, 
2008.Disponível em: 
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao
15012009110921.pdf Acesso em: 14, abril, 2020. 
 
 
http://mcmvconstrucao.blogspot.com/
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf
https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf

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