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RESUMO - INQUÉRITO POLICIAL

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INQUÉRITO POLICIAL (CPP, art. 3°)
1. Conceito: “conjunto de diligências levadas a cabo pela polícia investigativa objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade (justa causa) da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal (MP) possa ingressar em juízo” (Renato Brasileiro);	Comment by Jucimar Freire: Polícia investigativa (PC e PF) – justa causa da infração penal – titular da ação penal – oferecer a denúncia. 
2. Características: (Ah, É IIDDOSO):
a) Administrativo: pré-processual, i.e., não é fase do processo, ao final não haverá a imposição de sanção;	Comment by Jucimar Freire: Ao final o material produzido, diferentemente de um processo judicial, não produzirá sentença, ou resultará em sanção ao investigado, mas será finalizado com um relatório a ser enviado ao titular da ação penal pública. 
b) Escrito/formal: todos os atos são escritos e os orais reduzidos a termo;	Comment by Jucimar Freire: Tudo é escrito e tudo o que for dito será passado a termo (preto no branco). 
c) Indisponível: com a instauração ou iniciado o IP, o delegado não poderá arquiva-lo;	Comment by Jucimar Freire: Se eu iniciar o inquérito (já era!), não poderei mais retroceder com essa minha decisão (não poderei mais arquivá-lo.
d) Inquisitivo: não há contraditório ou ampla defesa, os elementos colhidos nesta fase têm baixíssimo valor probatório, bem como o delegado não precisa de provocação para agir;	Comment by Jucimar Freire: Na fase investigativa não há o contraditório e a ampla defesa, i.e., os elementos de informação produzidos independem de atuação do investigado, este poderá apenas ser ouvido para que seu depoimento sirva, também de informação, pois aqui a fase não é processual, por isso, dispensável. 
e) Dispensável (CPP, art. 39, § 5°): não obrigatória, é uma fase pré-processual que poderá ser dispensada;	Comment by Jucimar Freire: Poderá ser dispensado, não constitui fase do processo (aquela mulher independente que não depende de macho).
f) Discricionária sua condução (arts. 6° e 7ª do CPP): a AP tem ampla liberdade a condução do IP tendo em vista a sua efetividade e o interesse público;	Comment by Jucimar Freire: Característica que visa a efetividade da investigação
g) Oficioso: nos crimes apenados com APP Incondicionada a AP poderá dar início ao IP de ofício quando houver elementos de materialidade e autoria (justa causa) suficientes para dar ensejo à instauração; 	Comment by Jucimar Freire: Quando o crime for punível com ação penal pública incondicionada a AP poderá dar início ao IP de forma ex officio 
h) Sigiloso (art. 20, CPP): os autos do IP são SEMPRE sigilosos em relação ao público em geral, mas SEMPRE acessível às partes envolvidas (ofendido, indiciado e advogado constituído) para o que já estiver documentado;	Comment by Jucimar Freire: O IP é inacessível para quem não for ofendido, indiciado ou advogado constituído.
i) Oficialidade: será instaurado pela polícia judiciária;	Comment by Jucimar Freire: Oficialidade, mesmo que oficial. O IP será instaurado pela polícia judiciária (PC e PF);
3. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP (art. 5°, I e II):	Comment by Jucimar Freire: 	Comment by Jucimar Freire: O IP poderá ser instaurado de várias formas, a depender da espécie de ação penal aplicável ao caso. Quando a ação penal for pública incondicionada, o IP poderá ser instaurado quando dor provocado pela autoridade judiciária e pelo membro do Ministério Público, a requerimento da vítima ou do seu representante legal (CADI) e quando houver flagrante delito. 
1. APP INCONDICIONADA (REGRA):
a) DE OFÍCIO:
Nesse caso o instrumento utilizado para dar início ao IP é a portaria.
A ciência da prática delituosa virá por meio da noticia criminis (notícia do crime) ou da delatio criminis (delação de um crime).
A noticia criminis poderá ser de cognição imediata (quando não há ato jurídico formal e a fonte é genérica, como jornais, revistas, investigações, corpo de delito, dentre outros), de cognição mediata (precedida, necessariamente, de um ato jurídico formal, como requisição do MP, do ministro da justiça e de representação do ofendido) e de cognição coercitiva (flagrante delito).
Por seu turno, a delatio criminis poderá ser simples (formalizada por pessoa do povo), postulatória (o ofendido no exercício da representação) e a inqualificada (denúncia anônima), que autorizará a realização de diligências e investigações no sentido de se verificar a procedência das informações, mas nunca por si só ser fundamento para instauração do IP (Súmula 580, STF).
b) REQUISIÇÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA E DO MP (juiz ou promotor):
Cumprimento obrigatório – verbo “requisitar” – por parte da AP, desde que a ordem não seja manifestamente ilegal e que, cumulativamente, tenha justa causa. Todavia, o descumprimento, mesmo que injustificado, não acarretará crime de desobediência por parte da AP, pois não há uma relação de hierarquia entre o MP e a AP;
c) REQUERIMENTO DA VÍTIMA OU DE SEU REPRESENTANTE LEGAL (CPP, ART. 5º, II): 
A AP não está obrigada a instaurar o IP diante do requerimento – verbo “requerer” – quando não indícios da prática de crime. Em caso de negativa, cabe recurso ao CHEFE DE POLÍCIA (CPP, art. 5º, §2º). No requerimento deve conter alguns requisitos mínimos, porém, dispensáveis dada alguma impossibilidade (art. 5°, § 1°, CPP).
	
d) PRISÃO EM FLAGRANTE: possibilidade não expressa no CPP, em que a Doutrina a equipara a noticia criminis de instauração ex ofício: 
2. APP CONDICIONADA:	Comment by Jucimar Freire: Quando o delito for punível com ação penal pública condicionada a representação, a instauração somente ocorrerá quando houver provocação. Assim, para que a autoridade policial possa dar inicio ao IP deverá ser por requerimento do ofendido ou de seu representante legal, por requisição do Juiz e do MP, por requisição do ministro da justiça, 
a) REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO ou de SEU REPRESENTANTE LEGAL (DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA):
Nesta espécie de ação a representação do ofendido consubstancia-se em condição de procedibilidade para que o IP seja instaurado (CPP, art. 5º, §4º), que poderá ser direcionada ao Juiz, à autoridade policial e ao MP (CPP, art. 39).
Possui prazo decadencial de 6 meses, a contar da data do conhecimento da AUTORIA DO FATO (identidade do marginal, do bandido) sua inércia acarretará a extinção da punibilidade (CPP, art. 38).
Quando a vítima for menor de 18 anos (-18), o exercício do direito de representar será do representante legal, se este ficar inerte fará com que o prazo de decadência somente corra para o menor a partir dos 18 anos completos (súmula 594 - STF), agora, se o autor do delito é o representante legal deve-se nomear um curador especial para que exerça o direito de representação.
b) Requisição da AUTORIDADE JUDICIÁRIA E DO MP: a requisição e o APF deverão vir acompanhados da representação. 
c) REQUISIÇÃO DO MJ: com 	Comment by Jucimar Freire: Esta requisição do MJ somente existe esta hipótese na hipótese de crimes puníveis com ação penal pública condicionada a representação, e em nenhuma mais. 
 A requisição é dirigida ao MP, e não ao delegado de polícia. 
Não está sujeita a prazo decadencial enquanto não houver a prescrição do crime. 
Está hipótese é aplicável a alguns delitos, como nos crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b do CP), nos crimes contra a honra do presidente da República ou contra qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art. 145, parágrafo único do CP) e alguns outros. 
d) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE:
O ofendido deverá representar contra o suposto autor do delito, no prazo máximo de 24 horas contadas do momento da prisão, sem esta é obrigatória a soltura do preso, mas permanece o direito do ofendido de representar depois, mas dentro do prazo de 6 meses. 
3. AP PRIVADA:
A instauração do IP estará condicionada:
a) REQUERIMENTO DA VÍTIMA OU DE QUEM A REPRESENTE LEGALMENTE nos casos de falecimento ou declaraçãode ausência por decisão judicial, neste caso o direito passará, nesta ordem, para o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31).
b) REQUISIÇÃO DO JUIZ OU DO MP: mesmas regras aplicáveis a APPCondicionada, acompanhada do requerimento.
c) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE: mesmas regras para a representação, mesmo prazo para que mostre interesse na instauração do IP a partir da prisão, sem a qual o autor será liberado. 
Quando o autor do delito possuir foro por prerrogativa de função (foro privilegiado), a AP terá dependerá da autorização do Tribunal (competência para processar e julgar o crime) para que possa proceder a instauração do IP. Este é o entendimento do STF, mas há decisões do STJ em sentido contrário. 
4. TRAMITAÇÃO DO IP (desenvolvimento): 
Diligências investigatórias (arts. 6° e 13 do CPP): 
a) Rol exemplificativo (Ler artigos 6° e 13 do CPP);
b) Predomina a discricionariedade na condução do IP;
c) Reprodução simulada ou reconstituição (art. 7°, CPP): 
· Vedada quando contrária a moralidade ou à ordem pública, bem como tem participação não obrigatória por parte do indiciado;
· Facultativa (discricionária);
Requisição de DADOS OU INFORMAÇÕES CADASTRAIS da vítima ou de suspeitos:
a) Órgão responsável: AP e MP;
b) Destinatários da requisição: órgãos públicos e privados;
c) Objeto da requisição: dados ou informações cadastrais das vítimas ou dos suspeitos;
d) Cabimento: SEEER T
· Sequestro ou cárcere privado (art. 148); 
· Extorsão mediante sequestro (art. 159);
· Extorsão mediante restrição de liberdade - sequestro relâmpago – (art. 158);
· Envio de crianças e adolescentes ao exterior (art. 239, do ECA); 
· Redução à condição análoga a de escravo (art. 149);
· Tráfico de pessoas (art. 149-A);
e) Prazo de atendimento da requisição: 24 horas;
Requisição de MEIOS TÉCNICOS DE TELECOMUNICAÇÃO OU TELEMÁTICOS que permitam a LOCALIZAÇÃO de vítimas ou de suspeitos do delito em curso:
a) Cabimento: somente no caso do TRÁFICO DE PESSOAS.
b) Órgão responsável: AP ou MP, necessita ordem judicial, porém as autoridades responsáveis poderão fazer a requisição diretamente quando o Juiz deixar de se manifestar por prazo superior a 12 horas, sendo comunicada a medida imediatamente à autoridade judicial; 
c) Destinatários da requisição: empresas prestadoras de serviço de telecomunicação ou telemática, EX. OI, Claro, Vivo;
d) Objeto da requisição: disponibilização imediata dos meios técnicos adequados (sinais, informações, etc.) quer permitam a localização da vítima ou de suspeitos do delito em curso;
e) Período: não superior a 30 dias, mais que isso somente só com ordem da autoridade judicial; 
f) Prazo para instauração do IP, nesse caso: 72 horas, a contar do registro da ocorrência (B.O.);
g) Restrição ao acesso: conteúdo da comunicação, somente acessível mediante ordem judicial;
Requerimento de diligências pelo indiciado e pelo ofendido: a AP poderá deferir ou não, somente os delitos não transeuntes são obrigatórios (art. 158, do CPP);
Identificação criminal:
a) Art. 5º, LVIII da CF: “o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”;
b) Regulada pela Lei 12.037/90, ler arts. 2° e 3°: 
· Art. 2° - os documentos que identificam civilmente;
· Art. 3° - quando poderá ocorrer a identificação criminal; 
c) Somente permitida quando o investigado não estiver civilmente identificado;
d) Considera-se civilmente identificado quem mediante apresentação dos documentos de carteira de identidade, da carteira de trabalho, funcionais, passaporte, carteira profissional, os documentos de identificação militar ou outro documento que permita atestar a sua identidade;
e) Exceções: 
· Rasura ou indícios de falsificação;
· Documento insuficiente que permita a identificação inequívoca do indiciado;
· Documentos de identidade distintos ou conflitantes;
· Quando imprescindível às investigações policiais, autorizadas pela Autoridade Judiciária, seja de ofício ou mediante representação da AP, do MP ou da defesa;
· Conter registros policiais de outros nomes ou qualificações;
· Estado de conservação, distância temporal ou da localidade da expedição do documento impossibilite a completa identificação das características essenciais; 
f) As cópias dos documentos apresentados serão, em qualquer caso, juntadas aos autos do IP ou outra espécie de investigação;
g) Identificação do perfil genético (art. 9°, da Lei 12.654/12): “os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por crimes hediondos, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração do DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor”;
Nomeação de curador especial para o menor de 21 anos: previsão inviável com a aprovação do Novo Código Civil, alterando a maioridade aos 18 anos;
5. FORMA DE TRAMITAÇÃO:
SIGILO:
a) Moderado, em princípio, será sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, enquanto que aos envolvidos (ofendido, indiciado e advogado das partes) será assegurado total acesso aos autos do IP;
b) Para algumas peças do inquérito poderá ser decretada o sigiloso, se dele depender o sucesso da investigação;
ACESSO DO ADVOGADO AOS AUTOS DAS INVESTIGAÇÕES E FLAGRANTES EM GERAL (art. 7º, XIV do Estatuo da OAB): os autos do inquérito para o advogado dos envolvido não são sigilosos, no que se refere aos elementos que já tenham sido juntados (Súmula Vinculante nº 14).
PRESENÇA DO ADVOGADO OU DA DEFENSORIA PÚBLICA NO INTERROGATÓRIO POLICIAL:
a) O indiciado deve ser alertado sobre seu direito à presença de um advogado durante o seu interrogatório policial (deve ser alertada da possiblidade), sob pena de nulidade;
b) Caso o interrogado não queira, a presença do advogado é dispensável;
c) STF firmou entendimento que - após a edição da Lei 13.245/16, que dispõe sobre o direito de o advogado estar presente durante o interrogatório em sede de investigação – ao advogado não foi dado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de inquirições a ser definido pela Autoridade Policial.
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO: a Doutrina entende que o art. 21 do CPP não foi recepcionado pela CF/88, uma vez que prevê o direito do preso de contato com a família e advogado, bem como mesmo em períodos mais restritivo de direitos, como o Estado de defesa, é vedada a incomunicabilidade do preso.
6. ENCERRAMENTO OU CONCLUSÃO DO IP:
PEÇA: relatório, é a peça que põe termo ao IP, onde constará tudo o que ocorreu no inquérito, direcionado ao titular da ação penal ou ao ofendido;
INDICIAMENTO: 
a) É o ato formal por meio do qual a AP centraliza a investigação em apenas um ou alguns dos suspeitos, como prováveis autores da infração penal
b) Não desconstrói o caráter sigiloso do IP;
c) Lei n. 12.830/13, art. 2°, §6°: “o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias”.
PRAZOS DE CONCLUSÃO: 
a) PRAZO GERAL:
· 10 dias: indiciado preso em flagrante, preventivamente ou temporariamente, a contar da data que se efetuou a prisão, não poderá ser prorrogado, sob pena de constrangimento ilegal, atável por HC;
· 30 dias: indiciado solto, sob fiança ou não, prorrogável por mais 30 dias;
b) PRAZOS DIFERENCIADOS:
· Crimes de competência da Justiça Federal: 15 dias para indiciado preso, prorrogáveis por mais 15 dias. E de 30 dias para indiciado solto.
· Crimes da Lei de Drogas: 30 para indiciado preso e 90 para indiciado solto, prorrogáveis em ambos os casos;
· Crimes contra a economia popular: 10 dias em qualquer caso;
· Crimes militares (IPM): 20 dias estando o indiciado preso e 40 se estiver solto;
c) Jurisprudência: violação de prazo estando o indiciado solto não tem repercussão, pois não acarreta qualquer prejuízo - sendo considerado prazo impróprio (STF);
d) Natureza dos prazos: estando o Indiciado solto, trata-se de prazo processual, caso estiver o indiciado preso, o prazoé material; 
7. ARQUIVAMENTO (art. 17, CPP): (AULA 03 – DPC – IP III):
ASPECTOS GERAIS:
a) Delegado não pode mandar arquivar IP;
b) Trâmite direto entre polícia e MP – res. 63/2009 CJF, STJ Inf. 574: em alguns estados há essa previsão sem passar pelo Judiciário, na Justiça Federal já é comum;
c) MP: oferecer a denúncia, pedir o arquivamento e requerer novas diligências (art. 16, CPP);
ESPÉCIES:
a) ARQUIVAMENTO DIRETO: 
· É ato complexo: o delegado, o juiz e o MP não podem arquivar diretamente o IP isoladamente;
· Quem pode requerer: MP (pública) ou o OFENDIDO ou REPRESENTANTE LEGAL (privada);
· Momento adequado: após o relatório;
· Ato conjunto do juiz e do MP (art. 28, CPP): o MP faz o requerimento ao Juiz, SE DEFERIR, haverá o arquivamento, porém, se INDEFERIR o pedido de arquivamento, remeterá os autos do IP ao Procurador-geral, este decidirá se oferecerá a denúncia, designará outro órgão do MP para oferece-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender;
b) Arquivamento implícito: hipótese criada pela doutrina, que o admite em duas circunstâncias, quando o MP oferece denúncia em relação a alguns fatos ou pessoas investigadas e silencia em relação a outros relacionados; o STF vem decidindo em sentido contrário a esse entendimento, no sentido de que não existe.
c) Arquivamento indireto: quando o MP deixa de oferecer a denúncia por entender que o juízo, atuante durante a investigação, é incompetente para processar e julgar ação penal; grande parte da doutrina entende que o MP deve requerer a remessa dos autos para o juízo competente;
COISA JULGADA DO ARQUIVAMENTO:
Súmula 524 – arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas;
Há hipóteses em que o arquivamento faz coisa julgada material:
a) Arquivamento por atipicidade do fato: entendimento pacífico;
b) Arquivamento em razão do reconhecimento de excludente de ilicitude ou de culpabilidade: 
· Doutrina e Jurisprudência majoritárias entendem pela impossibilidade de reabertura futura das investigações;
· STJ e STF: vêm decidindo em sentido contrário, caso surjam provas novas;
c) Arquivamento pelo reconhecimento da extinção da punibilidade: 
· Não readmite a abertura do IP;
· Reconhecimento da extinção da punibilidade se deu pela morte do agente (art. 107, I do CP) mediante a apresentação de certidão de óbito falsa é possível reabrir as investigações; 
d) STJ – em 4 situações: atipicidade, excludente de ilicitude ou de culpabilidade e extinção da punibilidade fará COISA JULGADA MATERIAL;
e) STF – em 2 situações: atipicidade da conduta ou no caso de extinção da punibilidade; 
8. TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL (encerramento anômalo): cessação da atividade investigatória por decisão judicial quando há abuso na INSTAURAÇÃO ou na CONDUÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES, através do HC “trancativo”;
9. VALOR PROBANTE DOS ELEMENTOS COLHIDOS NO IP: 
O Juiz não poderá fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos no curso do IP, exceto as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas (art. 155 do CPP).
PACELLI – a impossibilidade de fundamentar a decisão somente nos elementos colhidos na investigação está restrito à decisão condenatória.
10. PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MP: o MP possui poderes investigativos (através do Procedimento Investigatório Criminal ou Preliminar), porém, não poderá instaurar e presidir inquérito policial, essas são atribuições exclusivas da Autoridade Policial;
11. VÍCIOS NO INQUÉRITO POLICIAL: vício no IP não gera nulidade da ação penal, sendo incabível cogitar anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade verificada na fase de investigação (informativo 824/STF); 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ART. 28-A, DO CPP)
Possui fundamentação legal no art. 28-A (introduzido no CPP pela Lei 13.964/2019).

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