Buscar

prevenção e política de atendimento

Prévia do material em texto

Prevenção
Prevenção Geral
• Prevenção Primária – garantia dos direitos fundamentais e políticas sociais básicas
• Prevenção Secundária – atuação do Conselho Tutelar, programas de apoio, auxílio e orientação
ao menor e à família
• Prevenção Terciária – aplicação de medida socioeducativa
• Lei “Menino Bernardo – nº 13.010”: tem como objetivo a difusão de formas não violentas de
educação; incluiu alguns artigos no ECA.
Coletivização da responsabilidade de
prevenção
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de
ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
importará em responsabilidade da pessoa física ou
jurídica, nos termos desta Lei.
Linhas de ação contra as formas de
violência
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão atuar de forma articulada na
elaboração de políticas públicas e na execução de
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou
de tratamento cruel ou degradante e difundir formas
não violentas de educação de crianças e de
adolescentes, tendo como principais ações: 
I - a promoção de campanhas educativas
permanentes para a divulgação do direito da criança
e do adolescente de serem educados e cuidados
sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos;
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário,
do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da
Criança e do Adolescente e com as entidades não
governamentais que atuam na promoção, proteção
e defesa dos direitos da criança e do adolescente; 
III - a formação continuada e a capacitação dos
profissionais de saúde, educação e assistência social
e dos demais agentes que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente para o desenvolvimento das
competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao
enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente; 
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
criança e o adolescente; 
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
visem a garantir os direitos da criança e do
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de
atividades junto aos pais e responsáveis com o
objetivo de promover a informação, a reflexão, o
debate e a orientação sobre alternativas ao uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante
no processo educativo; 
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para
a articulação de ações e a elaboração de planos de
atuação conjunta focados nas famílias em situação
de violência, com participação de profissionais de
saúde, de assistência social e de educação e de
órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos
da criança e do adolescente. 
Parágrafo único. As famílias com crianças e
adolescentes com deficiência terão prioridade de
atendimento nas ações e políticas públicas de
prevenção e proteção.
 
Dever de informar suspeitas – devem ser
comunicadas ao conselho tutelar.
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre
outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas
capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho
Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
contra crianças e adolescentes. 
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
comunicação de que trata este artigo, as pessoas
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. 
7
Acesso à informação
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
• É responsabilidade dos pais a ponderação sobre o que é adequado ou não. A classificação
indicativa é mera orientação por parte do Estado (não é censura).
• É infração administrativa não afixar a classificação administrativa (arts. 252 e 253)
• Participação em espetáculos públicos – é exigido alvará judicial, não sendo a mera presença
dos pais suficiente (art. 149 e 258).
Prevenção Especial
Classificação indicativa
Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
recomendem, locais e horários em que sua apresentação
se mostre inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa
etária especificada no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
diversões e espetáculos públicos classificados como
adequados à sua faixa etária.
Art. 75. Parágrafo único. As crianças menores de dez
anos somente poderão ingressar e permanecer nos
locais de apresentação ou exibição quando
acompanhadas dos pais ou responsável.
Responsabilidade de produtores de
conteúdo: 
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente
exibirão, no horário recomendado para o público infanto
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de
sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e
funcionários de empresas que explorem a venda ou
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para
que não haja venda ou locação em desacordo com a
classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão
exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da
obra e a faixa etária a que se destinam.
Livros e revistas:
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada,
com a advertência de seu conteúdo.
Autor desconhecido, 14/01/20
informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas
que contenham mensagens pornográficas ou obscenas
sejam protegidas com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão
respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da
família.
Casas de jogos, apostas etc:
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
ou por casas de jogos, assim entendidas as que
realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão
para que não seja permitida a entrada e a permanência
de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para
orientação do público.
Produtos proibidos – produtos que, regra geral,
fazem mal à saúde e causam vícios
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
de:
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles
que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso de utilização
indevida;
V - revistas e publicações a que aludeo art. 78;
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Hospedagem:
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos
pais ou responsável.
Autorização para viagens: menores de 16
anos não podem viajar desacompanhados para
fora da comarca sem autorização – alteração em
2019 (apenas crianças não podiam)
• Exceção – comarca contígua ou
acompanhada de parente até o terceiro
grau ou outra pessoa autorizada pelos
pais.
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16
(dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca
onde reside desacompanhado dos pais ou dos
responsáveis sem expressa autorização judicial. (Redação
dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída
na mesma região metropolitana; 
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis)
anos estiver acompanhado: 
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai,
mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
ou responsável, conceder autorização válida por dois
anos.
QUESTÃO: Clarisse, mãe de Bernardo, de cinco anos de
idade, pretende viajar com o filho, da Comarca de Rio
Branco, Estado do Acre, para a Comarca de São Paulo,
Estado de São Paulo. Comprou passagens aéreas e irão
acompanhados da avó paterna. O pai de Bernardo é
falecido. No momento do embarque, foi exigida a certidão
de óbito, esquecida por Clarisse, que apresentou, além de
sua certidão de casamento, a Cédula de Identidade original
dos três passageiros, impedidos de embarcar pela
companhia aérea. Exigiram a presença do pai, a
apresentação da prova do óbito ou a autorização de
viagem. A conduta do representante da companhia aérea
está:
A) correta, porque não se trata de comarca contígua à
residência da criança, ainda que na mesma unidade da
Federação, e não está incluída na mesma região
metropolitana.
B) errada, porque foi provado o óbito do pai por duas
testemunhas idôneas, o que supre a falta da prova
documental ou a autorização de viagem pelo falecido ou
judicial.
C) errada, porque a criança estava acompanhada de
ascendente maior, até o terceiro grau, comprovado o
parentesco. - viagem de avião ≠ viagem para exterior
D) correta, porque a criança, ainda que acompanhada de
duas pessoas maiores, não tinha autorização expressa do
pai com firma reconhecida e não houve comprovação do
alegado óbito.
Viagem para o exterior:: regra geral, a
autorização é indispensável, exceto se for
acompanhada de ambos os pais ou, apenas de
um expressamente autorizada pelo outro.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro através de documento com
firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
nenhuma criança ou adolescente nascido em território
nacional poderá sair do País em companhia de
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Política de Atendimento
Conjunto de instituições, princípios, regras, objetivos e metas que dirigem a elaboração de planos
destinados à tutela dos direitos, permitindo a materialização da norma.
• Envolve todos os âmbitos da administração pública.
União – estabelecimento de linhas gerais de política de atendimento;
Estados – Apoio técnico e financeiro
Município – concretização dos programas de atendimento e apoio (princípio da municipalização)
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto
articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.
• Conselhos dos direitos da criança e adolescente: deve haver participação popular e seus
membros não são remunerados.
Art. 88, II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária
por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da
criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.
Linhas de Ação
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social de garantia de proteção social e de
prevenção e redução de violações de direitos, seus
agravamentos ou reincidências; 
III - serviços especiais de prevenção e atendimento
médico e psicossocial às vítimas de negligência,
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais,
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa
dos direitos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
abreviar o período de afastamento do convívio
familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e adolescentes; 
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob
forma de guarda de crianças e adolescentes afastados
do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-
racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com
necessidades específicas de saúde ou com deficiências
e de grupos de irmãos. 
Diretrizes: Conjuntos de instrução, comandos
normativos que devem ser cumpridos
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e
nacional dos direitos da criança e do adolescente,
órgãos deliberativos e controladores das ações em
todos os níveis, assegurada a participação popular
paritária por meio de organizações representativas,
segundo leis federal, estaduais e municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos,
observada a descentralização político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos
direitos da criança e do adolescente;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo
local, para efeito de agilização do atendimento inicial
a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional;
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
encarregados da execução das políticas sociais básicas
e de assistência social, para efeito de agilização do
atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
em programas de acolhimento familiar ou
institucional, com vista na sua rápida reintegração à
família de origem ou, se tal solução se mostrar
comprovadamente inviável, sua colocação em família
substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei; 
VII - mobilização da opinião pública para a
indispensável participação dos diversos segmentos da
sociedade. 
VIII - especialização e formação continuada dos
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
atenção à primeira infância, incluindo os
conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
desenvolvimento infantil; 
IX - formação profissionalcom abrangência dos
diversos direitos da criança e do adolescente que
favoreça a intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu desenvolvimento
integral; 
X - realização e divulgação de pesquisas sobre
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência. 
,

Continue navegando