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Preconceito Linguístico

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Aluno: Welton Dias de Lima
Curso: Licenciatura em Matemática
IES: UAM
A relevância do confronto ao preconceito linguístico no Brasil
Para darmos início a esse estudo, tive a iniciativa fazer uma rápida leitura de escritor, famoso na área da linguística, Prof. Marcos Bagno, onde, ele escreveu uma obra que ficou conhecida como “O Preconceito Linguístico: O que é e como se faz” (2002)[footnoteRef:1]. Hoje, ele é considerado a maior autoridade brasileira na discussão sobre variação e preconceito linguístico. Neste livro, ele descontrói os principais mitos acerca da variação linguística que acaba, de certa maneira, a descontruir o preconceito linguístico. [1: BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002] 
Bagno, reafirma na sua obra que não existe uma língua certa ou errada, existem maneiras adequadas ou inadequadas de falar dependendo do contexto. Sendo assim, dentro da literatura, não se pode deixar de lado o modernismo brasileiro, que teve uma das características mais marcantes, que foi a tentativa de valorizar os falares regionais, populares e a cultura não reconhecida tradicionalmente no brasil. 
Nesse sentido, é possível citar por exemplo um poema do Oswald de Andrade chamado “Pronominais” (1925) que fala de um desvio gramatical, comum nos dias de hoje, que é o erro de colocação pronominal ou então o famosíssimo poema Dê-me um cigarro, que também pode ser me dá um cigarro. 
Diante do exposto, fica a pergunta. Por que as pessoas têm um preconceito linguístico tão marcante no Brasil? Vamos pegar como referência o contexto nordestino. Veja a figura abaixo:
Por que os nordestinos, ou então, os falantes poucos escolarizados são tão reprimidos na nossa sociedade? 
Para responder a essas perguntas, demandaria um esforço muito grande, na verdade, existem vários estudos de pesquisa (graduação e stricto senso), onde, existem causas complexas, com o objetivo a serem analisadas, envolvendo diferentes áreas, a citar: a escolar, o social e a midiática. Esses elementos parte do princípio que existe apenas um jeito de falar e que esse único jeito de falar, seria o único possível para se expressar na língua portuguesa, isso não deixa de ser um mito, na verdade, existem diversos falares, regionalismos, variações etárias e as sociais, isso é parte da variedade e da riqueza brasileira. 
Então, poderia dizer por exemplo que a escola, quando valoriza apenas a gramática tradicional, está se limitando a reconhecer apenas um aspecto da linguagem, quando a mídia faz uma representação ridicularizadora dos indivíduos que vêm do Nordeste por exemplo, está reforçando o preconceito linguístico e quando a nossa sociedade faz piadas pela forma usar expressões regionais, também é uma manifestação do preconceito social por meio do preconceito linguístico, ou seja, causa uma construção, uma noção limitada de língua e de linguagem. 
Para concluir, muitos podem até dizer que isso é uma postura vitimista, mas já está mais que comprovado que preconceito linguístico é um problema e sério, por vários motivos. Primeiro, é uma forma de constrangimento quando o agressor zomba do indivíduo que cometeu o desvio gramatical, essa pessoa que foi agredida se sente limita e reprimida, situação muito comum nas pessoas pouco escolarizada. Segundo, a partir da repressão dessas falares regionais ou os regionalismos, algumas variantes podem desaparecer, por consequência, é possível observar a perda linguística ou a perda da variedade linguística, o que os teóricos chamam de homogeneização linguística. Por último, qualquer forma de preconceito é errado, quando o agressor rir da maneira como o indivíduo fala e comunica que de uma outra região, o agressor está é de toda uma cultura daquele indivíduo.

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