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CASOS CONCRETOS - CIVIL II 2020

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Nome: Gabriel dos Santos Pinto 
Matrícula: 202002369035 
Questão Discursiva do Caso 4 
Resposta Fundamentada: 
-No caso em estudo, temos uma obrigação de dar coisa certa, lidando, sem que o devedor tenha culpa com 
um inadimplemento. Neste caso, aplica-se o “res perit domino” (de acordo com ART 238, CC), Ana, dona 
das sacas de café Conilon, deverá efetuar a devolução a Pedro da quantia adiantada pelo mesmo. 
Doutrina de referência: 
Para o entendimento dos elementos das obrigações, precisamos diferenciar dois conceitos alemães o 
"Schuld", débito em si, a dívida e o "Haftung", que consiste na responsabilização, ou seja, é a 
responsabilidade e a consequência pelo não cumprimento do "schuld". Dessa forma entendemos que o 
que causa temor no devedor, não é o schuld, mas sim, o haftung. 
O haftung é o que na prática vai diferenciar uma obrigação jurídica das demais. Quando o juiz manda 
penhorar a casa, o carro, uma obra de arte do devedor, estará aplicando o haftung, responsabilizando o 
devedor pelo débito. 
É possível haver schuld sem haftung? É possível, caso de uma dívida prescrita. A prescrição elimina a 
pretensão, ela não elimina o direito. Significa que existe o débito, mas não existe a responsabilização. 
Outro exemplo é a dívida de jogo, impossibilitando assim a repetição do indébito, porque não era um 
débito, não obrigam o pagamento. Entendimento do Artigo 814, ao mencionar que não se pode cobrar a 
quantia que voluntariamente se pagou. E pela força do Artigo 189, que diz: "violado o direito nasce para 
o titular a pretensão a qual se extingue pela prescrição, nos prazos que se aludem os artigos 205 e 206". 
-Site : Migalhas.com.br 
-Livro: Direito Civil Brasileiro, Carlos Roberto Gonçalves. 
Questão Discursiva do Caso 7 
Resposta Fundamentada: 
É transmissão total ou parcial do crédito a um terceiro a cessão de crédito, sendo onerosa ou não, se manter 
a obrigação com o mesmo devedor cedido. De acordo com o princípio da boa fé, podemos dizer que 
mesmo que não haja legitimidade para autorizar a cessão ou não, de acordo com ART 292, dever haver 
comunicação do ato de ceder o crédito como garantia de eficácia. Se não for informado o devedor e o 
mesmo dessa maneira não souber a quem pagar e assim realizar o pagamento ao credor primitivo, não será 
responsabilizado. Haja vista sendo considerado o cumprimento da obrigação. Destarte, dessa maneira 
produzirá efeito jurídico. 
Doutrina de referência: 
-Cessão de crédito é negócio jurídico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na 
relação obrigacional. 
-A cessão de crédito pode ser conceituada como um negócio jurídico bilateral ou sinalagmático, gratuito 
ou oneroso, pelo qual o credor, sujeito ativo de uma obrigação, transfere a outrem, no todo ou em parte, 
a sua posição na relação obrigacional. Aquele que realiza a cessão a outrem é denominado cedente. A 
pessoa que recebe o direito do credor é o cessionário, enquanto o devedor é denominado cedido. 
-Desse modo, temos que a cessão de crédito é o contrato pelo qual o credor transfere seus créditos a 
terceiro estranho a relação obrigacional de origem. 
Importante asseverar que a cessão transfere todos
4
 os elementos da obrigação, tais como, juros, multas 
e, inclusive, garantias da dívida, salvo expressa disposição em contrário. Logo, se a obrigação cedida é 
garantida por hipoteca, o cessionário torna-se credor hipotecário; se por penhor, o cedente é obrigado a 
entregar o objeto empenhado ao cessionário. 
Outro aspecto relevante acerca da cessão de crédito é que o cedido (devedor na relação obrigacional) 
não pode se opor à realização do negócio, ou seja, a cessão independe da anuência do devedor. 
Após essas considerações iniciais, aprofundaremos o estudo desse instituto, o qual está regulamentado 
pelos artigos 286 a 298 do Código Civil Brasileiro. 
A princípio, todo e qualquer crédito pode ser objeto de cessão de direito, esteja ele vencido ou não. 
Porém, o art. 286 do Código Civil faz uma ressalva: 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a 
convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de 
boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
-1ª regra: Não é possível ceder o crédito em alguns casos, em decorrência de vedação legal como, por 
exemplo, na obrigação de alimentos (art. 1.707 do CC
6
) e nos casos envolvendo os direitos da 
personalidade (art. 11 do CC
7
). 
2ª regra: Essa impossibilidade de cessão pode constar de instrumento obrigacional, o que também gera a 
obrigação incessível. De qualquer forma, deve-se concluir que se a cláusula de impossibilidade de 
cessão contrariar preceito de ordem pública não poderá prevalecer em virtude da aplicação do princípio 
da função social dos contratos e das obrigações, que limita a autonomia privada, em sua eficácia interna, 
entre as partes contratantes (art. 421 do CC
8
). 
3ª regra: Essa cláusula proibitiva não pode ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do 
instrumento da obrigação, o que está em sintonia com a valorização da eticidade, um dos baluartes do 
atual Código. Isso ressalta a tese pela qual a boa-fé objetiva é princípio de ordem pública, conforme o 
Enunciado n. 363 CJF/STJ, da IV Jornada de Direito Civil: „Os princípios da probidade e da confiança 
são de ordem pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação." 
-Não podem ser cedidos créditos atinentes aos vencimentos de funcionários ou os créditos por salários; 
os créditos decorrentes de direitos sem valor patrimonial; os créditos vinculados a fins assistenciais; os 
créditos que não possam ser individualizados, pois a cessão é negócio dispositivo, devendo ser seu 
objeto determinado, de forma que não valerá a cessão de todos os créditos futuros, procedentes de 
negócios etc
9
. 
-Site: Migalhas.com.br 
-Livro: Direito Civil Brasileiro, Carlos Roberto Gonçalves. 
-Livro: Manual do Direito Civil, Flávio Tartuce.

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