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2a e 3a aulas de TEORIA GERAL DO PROCESSO_13 e 20 02 2020_2_3semestre_Noite_atualizadas

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TEORIA GERAL DO PROCESSO (TGP) 
2ª e 3a aulas 13 e 20.02.2020
1ª AULA
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Prof. Mestre Gustavo Abrahão
Prof. Me. Gustavo Abrahão dos Santos
 Advogado (desde 2000) 
	Professor de Ensino Superior (desde 2005)
	Mestre em Direito pela UNISANTOS (2014/2016)
Pós-Graduado em Direito Empresarial pela UNISANTOS (2008)
Pós-Graduado em Ética, Valores e Cidadania na pela USP (2011/2012)
	Graduado em Direito pela UNISANTOS (1995/1999)
	Autor do Livro “Direito Ambiental do Trabalho. A Saúde do Trabalhador a Céu Aberto e na Construção Civil exposto ao Sol”, editora Multifoco, 2018. 
	Autor de capítulo do livro “Direito Ambiental – Temas Polêmicos”, editora Juruá, 2015.
	Autor de 5 (cinco) capítulos de livros pela Editora IPDV, 2015/2016/2017/2018/2019, São Paulo.
	Autor de diversos artigos publicados em Revistas da USP, UFSM, FAGU e outras instituições.
	Congressista no 20º, 21º, 22º, 23º, 24º Congressos Brasileiro de Direito Ambiental, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019.
	Membro da Comissão de Direito Tributárioa OAB Santos, 2019/2021.
	Membro associado do Instituto Planeta Verde, São Paulo, 2015/2020.
	Membro associado do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, 2013/2020. 
 E-mail: gustavo.abrahao@hotmail.com
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
Princípios Processuais Constitucionais 
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
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2ª AULA TEORIA GERAL DO PROCESSO – 13.02.2020
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
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Prof. Mestre Gustavo Abrahão
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Prof. Mestre Gustavo Abrahão
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Art. 139, CPC. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento
II - velar pela duração razoável do processo
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
	As normas de direito material, como, v.g., aquelas contidas no CC, regem as relações jurídicas entre os cidadãos. 
	A locação de um imóvel, por exemplo, celebrada entre o proprietário e o inquilino, inicia-se, pode ser prorrogada e se encerra normalmente. 
	E isso ocorre com a grande maioria dos negócios. 
	Todavia, em algumas situações, o comportamento de uma das partes não é aquele esperado, ou mesmo, alguém pode praticar um ato danoso a outrem.
	 Surge então um litígio entre tais sujeitos de direito, que não pode, em regra, ser solucionado pelas próprias mãos, vale dizer, pela autotutela. 
	Assim, não se chegando a uma composição amigável, a qual é sempre recomendável, aquele que se sentiu lesado poderá ir a juízo em busca de uma decisão judicial que reconheça o seu direito. 
	Principio da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, artigo 5º da CF/88 devem ser respeitado.
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
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Art. 1º CPC. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código.
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	Quem provoca a jurisdição do Poder do Estado é o autor (PF/PJ). Aí se tem o impulso oficial. 
	A função exercida pelos órgãos do Poder Judiciário é precipuamente caracterizada pela inatuação, afigurando-se, pois, pelo denominado princípio da demanda, sempre imprescindível a provocação do Estado, a fim de que este, substituindo a atuação dos interessados, possa, de modo imparcial, declarar o direito, satisfazer o direito declarado ou, ainda, assegurar o direito cuja declaração é invocada. 
	O juiz não detém o poder de iniciar o processo (ne procedat iudex ex officio), ficando sempre na dependência da vontade do autor (nemo iudex sine actore).
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Art. 2º CPC. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	Observe-se que, excepcionalmente, em determinadas situações, a legislação processual investe o juiz da atribuição de proceder de ofício. 
	Contudo, o CPC/2015 diminuiu o âmbito desta prerrogativa, reduzindo-a à arrecadação judicial dos bens vagos (art. 738) e daqueles da herança jacente (art. 744). 
	Não há mais previsão de o inventário ser instaurado por determinação judicial, como ocorria sob a égide do CPC/1973 (art. 989)
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 2º CPC. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
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	Princípio da Inafastabilidade da jurisdição, no art. 5º, inciso XXXV, da CF.
	“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
	Observa-se que o caput do art. 3º do CPC/2015, reitera essa mesma regra, reservando ao Estado-juiz o monopólio da jurisdição.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	Por meio da EC nº 45, acabou inserindo o inciso LXXVIII no art. 5º da CF, com a seguinte redação: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
	Seguindo a mesma premissa que norteou as regras dos arts. 5º, inciso LV, e 93, incisos IX e X, da Constituição, no sentido de garantir, respectivamente, a ampla defesa e o contraditório, a motivação das decisões e a publicidade do procedimento tanto na esfera judicial quanto na administrativa, o texto constitucional passou então a contemplar a garantia do processo, judicial e administrativo, sem dilações indevidas. 
	Assegurou, outrossim, a implementação de meios que garantam a economia e a celeridade processual. (princípios processuais)
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 4º CPC. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
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	O fundamento constitucional da boa-fé decorre da cooperação ativa dos litigantes, especialmente no contraditório, que devem participar da construção da decisão, colaborando, pois, com a prestação jurisdicional. 
	Não há se falar, com certeza, em processo justo e équo se as partes atuam de forma abusiva, conspirando contra as garantias constitucionais do devido processo legal.
	Faltando boa fé processual, nasce a pena de litigância de má-fé (Art. 79 ao 81 do CPC).
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 5º CPC. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
3ª AULA TEORIA GERAL DO PROCESSO – 20.02.2020
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	Art. 378 do CPC, reitera: “Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade”. 
	Princípio da boa fé processual e celeridade processual.
	Afirma-se que, nesta hipótese, a lei prevê a cooperação em sentido material, uma vez que faz recair sobre as partes e terceiros o dever de prestarem a sua colaboração para a descoberta da verdade.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 6º CPC. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
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	Princípio constitucional da igualdade (paridade)
	Aqui paridade processual.
	Art. 5º, e seu inciso I, da CF, ao expressar, de modo enfático, e até repetitivo, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileirose aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 7º CPC. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório
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	Princípio da proporcionalidade e razoabilidade inspirados no artigo 5®7 da CF/88.
	Princípio da legalidade, publicidade e eficiência, inspirados nos princípios da administração pública, previsto no artigo 37 da CF/88.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 8º, CPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
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	O princípio constitucional do contraditório – e o seu desdobramento na garantia do direito de defesa – corresponde a um postulado considerado eterno. 
	Realmente, nenhuma restrição de direitos pode ser admitida sem que se propicie à pessoa interessada a produção de ampla defesa (nemo inauditus damnari potest), e, consequentemente, esta só poderá efetivar-se em sua plenitude com o estabelecimento da participação ativa e contraditória dos sujeitos parciais em todos os atos e termos do processo.
	Exceção, artigo 9º parágrafo único do CPC.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 9º do CPC. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único - O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
 III - à decisão prevista no art. 701.
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	Verdadeiro dever de consulta do juiz, a cooperação aqui contemplada impõe ao tribunal conceder às partes a oportunidade de manifestação sobre qualquer questão de fato ou de direito. 
	O juiz, antes de se pronunciar sobre determinada matéria não debatida, ainda que seja de conhecimento oficioso, deve abrir prazo para prévia discussão pelas partes, evitando, desse modo, seja proferida decisão calcada em “fundamento-surpresa”, circunstância que acarreta a nulidade do pronunciamento judicial por violação à garantia da ampla defesa.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 10 do CPC. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	A regra é a publicidade absoluta ou externa, aquela que autoriza o acesso, na realização dos respectivos atos processuais, não só das partes, mas ainda do público em geral. 
	Já a publicidade restrita ou interna (segredo de justiça), pelo contrário, é aquela na qual alguns ou todos os atos se realizam apenas perante as pessoas diretamente interessadas e seus respectivos procuradores judiciais, ou, ainda, somente com a presença destes. Quando e que tipo de processos?
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 11 do CPC. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único - Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	Segredo de justiça como exceção a publicidade vem preconizada no respectivo parágrafo único do art. 11 do CPC. 
	Coerente com tal enunciado, o art. 189 do CPC/2015 preceitua que: “Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
	 I - em que o exija o interesse público ou social;
	 II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
	III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
	IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Prof. Mestre Gustavo Abrahão
	Em 4 de fevereiro de 2016, a Lei nº 13.256, que, dentre outras alterações, modificou substancialmente o enunciado do art. 12, inserindo o vocábulo “preferencialmente”, que acabou retirando toda a eficácia positiva da norma em apreço. 
	De um dever judicial passa-se a mera faculdade (pode), embora acentuado o caráter preferencial de respeito à cronologia da entrada em juízo dos respectivos processos. 
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 12 do CPC. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
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	Princípio da publicidade processual.
	Exceção , processos com sigilo processual que só terão acesso as partes com senha dada pelo cartório da Vara judicial e advogados das partes pelo “token” no sistema PJE.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 12 § 1º do CPC. A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 12 do CPC. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão
§ 2º - Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
 II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
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	Respeitadas as preferências legais (idosos, casos urgentes cm tutela e liminar), deverão elaborar uma lista dos processos que forem enviados à conclusão do juiz ou do relator Juiz desembargador.
	E aí a lista é disponibilizada à consulta pública na própria serventia e, ainda, na internet, no sítio eletrônico do respectivo tribunal (Portal ESAJ do TJ/SP, por exemplo).
	 ELETRÔNICO SISTEMA DE ACESSO A JUSTIÇA.
	https://esaj.tjsp.jus.br/esaj/portal.do?servico=740000
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 12. § 3º do CPC. Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. 
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Da ordem cronológica da sentença
Art. 12. § 4º do CPC. Após a inclusão do processo na lista de que trata o 
§ 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5º - Decidido o requerimentoprevisto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º - Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
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DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Da aplicação das normas processuais
Art. 13 do CPC. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Reconhece a regra da validade espacial do ordenamento jurídico interno para a regulamentação da jurisdição civil brasileira (territorialidade) e ressalta a influência das normas de Direito Internacional no exercício da jurisdição interna, desde que ratificadas pela República Federativa do Brasil (por Decreto, art. 5º, par. 2º e 3º da CF/88).
Quais são as características da jurisdição???
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	Trata da aplicação temporal da lei processual.
	O respeito da lei nova ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada. 
	Conforme o princípio do isolamento dos atos processuais (mais um princípio processual), a norma processual aplica-se imediatamente aos processos em curso, no ponto em que estiverem, não retroagindo aos atos processuais realizados ou às situações jurídicas consolidadas na vigência da lei anterior. 
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Art. 14 do CPC. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Da aplicação das normas processuais
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	Aplicação supletiva e subsidiária do CPC/2015.
	Trata da aplicação supletiva e subsidiária das normas processuais civis aos processos eleitorais, trabalhistas e administrativos, quando da inexistência de previsão específica. 
	Uma lei específica, exemplo é a LEI Nº 9.784/1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
	Na inexistência de regras processuais desta lei específica, por exemplo, aplica-se o Código de Processo Civil de forma supletiva e subsidiária (complementar).
	O artigo 15 do CPC reconhece a existência, no processo brasileiro, com suas diversas áreas específicas, de um sistema normativo geral, supletivo e subsidiário, representado pelo Código de Processo Civil.
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Art. 15 do CPC. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Da aplicação das normas processuais
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DA FUNÇÃO JURISDICIONAL – Artigo 16 a 69 do CPC
Art. 16 do CPC. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
A jurisdição e a ação são institutos basilares da Teoria Geral do Processo, em virtude de integrar, juntamente com o processo, os três pilares básicos da relação processual jurídica (tríade processual). 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO = Artigo 16 a 20 do CPC
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Art. 16 do CPC. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Territorialidade = Estados e Federação.
Ações judiciais cíveis estaduais e federais.
Ex1: ação contra Município, Justiça Estadual. Seções ou Varas Estaduais, ex: TJ/SP.
Ex2: ação contra Estado, Justiça Estadual. Seções ou Varas Estaduais. Ex: TJ/SP.
Ex3: ação contra União ou adm. Púb. Direta ou indireta federal, Justiça Federal. Seções ou Varas Federais TRF 3º Região SP/MS.
Logo, conclui-se: Instâncias 1ª, 2ª e Superior.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
	O que vem a ser interesse para postular em juízo uma ação judicial processual?
	É a primeira condição da ação - o INTERESSE – sendo ele, a soma do binômio necessidade e utilidade, que significam:
	a necessidade da atividade jurisdicional ser imprescindível para o desfecho da controvérsia apresentada pela parte; 
	a utilidade é a medida processual adotada deve ser o meio hábil para obtenção do objetivo pretendido. Ex: Comum, Especial, Competência Estadual ou federal.
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Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
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	A segunda condição da ação – LEGITIMIDADE - refere-se à exigência de coincidência entre o autor e o réu da relação processual e os titulares da relação jurídica de direito material exposta no processo, visto que a sentença judicial, que eventualmente examina o mérito, opera efeitos perante as partes interessadas.
	Exemplo: Ação judicial processual que cobra aluguel deve ser proposta pelo proprietário locador do imóvel contra o locatário ou o fiador.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Formas de legitimidade da ação judicial processual:
Extraordinária está no salvo do artigo 18, caput do CPC. Vamos ver....
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	A regra é a legitimidade ordinária processual para entrar com ação processual judicial, não se podendo pedir direito alheio a pessoa que detém o interesse e a legitimidade.
	Por outro lado, o caput do artigo 18, “no salvo”, confere legitimidade extraordinária, em caráter excepcional, àqueles sujeitos processuais que estão autorizados pelo ordenamento para atuar em juízo defendo o direito de outrem. Exemplos:
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
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	Legitimidade Extraordinárias, exemplos:
	Ex1: O Ministério Público, quando atua em defesa dos interesses difusos e coletivos.
	Ex2: Os sindicatos são os substitutos processuais que encontram previsão no texto constitucional. 
	Ex3: O locatário com o consentimento do proprietário locador para mover ação contra o vizinho que faz ruídos e descumpre legislação de “sossego alheio da vizinhança”.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
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	Legitimação extraordinária não se confunde com a legitimação ad processum, ou seja, a capacidade para estar em Juízo. 
	Em regra, a parte terá capacidade para ir ao Poder Judiciário. 
	Contudo, em algumas situações, ela não detém tal capacidade, de modo que precisará de um representante para que se legitime a atuar em juízo. 
	Ex: Menor que pleiteia ação de alimentos em face do pai negligente. 
	Nesse caso, a criança ingressará em juízo com representantes Mãe, avó, avô, a fim de que tenha legitimidade “ad processum”.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
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	Exemplos de substituição processual:
	Ex1: No caso de “herdeiros’ que substituem o “falecido” em uma ação civil de cobrança de dívida teríamos a substituição processual.
	Ex2: A impetração de mandado de segurança por “associação” na defesa de direito dos seus “associados’ seria considerada hipóteses de legitimação extraordinária.
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DAJURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Art. 18. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
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	Devido à dúvida que paira, a parte decide ingressar em juízo para confirmar a certeza, atestar a existência, a inexistência da relação jurídica. 
	Nesse caso, o bem da vida buscado perante o Poder Judiciário é a certeza.
	O objetivo da ação é que o juiz venha a DECLARAR a certeza ou incerteza do direito ou relação jurídica, autenticidade ou falsidade do documento.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
De acordo com a doutrina, o interesse em DECLARAR deve ser: a) jurídico; b) objetivo; c) atual.
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	O art. 20, do NCPC, prevê que a parte poderá pleitear tão somente ação declaratória, mesmo que o receio de insegurança jurídica tenha evoluído para uma lesão a direito. 
	De acordo com a doutrina, esse dispositivo prestigia a autonomia individual. 
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
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DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Artigo 16 a 20 do CPC
	Na ação judicial processual será possível postular tutelas/ações condenatórias, declaratórias ou constitutivas. 
	Nos processos que visam tutelas/ações CONDENATÓRIAS, postula-se sentença que condene o réu ao cumprimento de uma obrigação de pagar, fazer, não fazer ou entregar coisa. 
	Nos processos que visam tutelas/ações DECLARATÓRIAS, o objetivo é obter uma certeza sobre a existência ou não de determinada relação jurídica. 
	E, nos processos que visam tutelas/ações CONSTITUTIVAS, postula-se a constituição ou desconstituição de uma relação jurídica.
PROC =CONDECLACONS
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