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Seminário 2

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IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
Módulo: Tributo e Segurança jurídica
Seminário nº 2 – Espécies Tributárias
Questões
1.	Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos, evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo I). A legislação tributária pode proibir a compensação de tributos entre diferentes espécies sob a justificativa de que a destinação das receitas são diferentes? (Vide REsp 1.449.713)
R: Para classificar os tributos, é necessário estabelecer critérios classificatórios, os quais estão expressamente estabelecidos na CRFB/88. Para isso, adotamos como critérios de classificação do produto quando a sua hipótese de incidência está relacionada a um acontecimento que envolva uma atuação do Estado.
O tributo pode ser vinculado de forma direta, quando sua base de cálculo é o custo efetivamente da atuação estatal, ou indireta, quando a base a base cálculo é a medida dos efeitos dessa atuação. Por sua vez, os tributos não vinculados são aqueles que cuja hipótese de incidência é um acontecimento alheio a atuação do Estado e sim aspectos inerentes ao contribuinte, por isso sua base de cálculo é justamente o fato praticado pelo mesmo, como por exemplo, auferir renda.
Por tributo vinculado, entende-se aquele que tem o produto de sua arrecadação ao custeio de despesas, investimentos, próprios do Estado. Esse critério classificatório é de extrema relevância para classificar os tributos e definir as espécies tributárias, uma vez que é um critério adotado pela própria Constituição Federal, tanto no art. 167, inciso IV, vedando assim a destinação da receita dos impostos, como nos artigos que versam sobre as contribuições e o empréstimo compulsório. A Constituição é clara ao determinar que as contribuições e o empréstimo compulsório devem ter uma destinação específica. Assim, sendo um critério expressamente adotado pela CRFB/88, jamais poderá deixar de ser atendido, o que leva a crer que o art. 4º, do CTN não foi recepcionado pela Constituição Federal de 88, uma vez que veda a destinação como critério classificatório dos tributos. Já o último critério de classificação diz respeito a previsão legal da restituição do valor arrecado ao contribuinte, em um período de tempo determinado.
Com base nos critérios acima mencionados, classificamos os tributos em 5 espécies, quais sejam: 1- impostos, 2- taxas, 3- empréstimos compulsórios, 4- contribuições de melhoria e 5- contribuições.
Imposto (1) é todo tributo cuja sua hipótese de incidência não está vinculada a uma atividade estatal, o produto de sua arrecadação não pode ter uma destinação específica (art. 167, IV, CF) e não são restituível.
As taxas (2) são tributos vinculados a uma atividade do Estado, o produto de sua arrecadação tem destinação e não são restituíveis.
Os empréstimos compulsórios (3), por sua vez, são tributos não vinculados a uma atividade estatal, o produto de sua arrecadação deve ser destinado ao custeio da despesa específica que legitimou sua criação e são restituíveis, dentro do prazo determinado.
Já as contribuições de melhoria (4), são vinculadas a uma atividade do Estado, não possuem destinação específica (não são destinadas ao custeio da obra, uma vez que, a mesma já está realizada, e, por conseguinte, paga) e não são restituíveis. 
Por fim, as contribuições (5) são tributos cuja hipótese de incidência não está vinculada a uma atividade estatal, possuem uma destinação específica e não são restituíveis.
2.	Que é taxa? Que se entende por “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide anexo II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa de poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V).
R: Taxa é um tributo cobrado em razão da prestação, da colocação a disposição de serviços públicos, específicos e divisíveis, ou do exercício do poder de polícia, pelo Estado, o que implica dizer que sua hipótese de incidência está vinculada a uma contraprestação estatal (atividade do Estado), motivo pelo qual, sua base de cálculo deve ser proporcional à atuação do Estado, devendo exibir a intensidade de sua atuação. O produto arrecadado com a cobrança das taxas deve ter uma destinação específica e não possui previsão legal de restituição ao contribuinte.
Serviço públco é todo serviço prestado pelo Estado, ou por quem este designar, sob o regime predominantemente público, que acarrete um benefício, proveito, utilidade ou vantagem ao particular. 
No caso das taxas, esse serviço deve ser específico e divisível. Entende-se por serviço específico aquele que o critério pessoal da regra matriz de incidência conseguir determinar um numero de sujeitos passivos, e por serviço divisível aquele que se consegue identificar a fração individualizada utilizada pelo contribuinte. O serviço colocado a disposição só será específico se o contribuinte tirar proveito sem a necessária utilização do serviço e se puder destacar em unidades autônomas de intervenção, utilidade ou necessidade pública. Já poder de polícia, segundo art. 78, do CTN, é toda atividade estatal que limita exercícios dos direitos individuais em prol do interesse coletivo.
O Supremo Tribunal Federal tem entendido que basta a existência de um órgão fiscalizador, estruturado e em pleno funcionamento para legitimar a cobrança da taxa de poder de polícia, não sendo necessária a efetiva fiscalização para se materializar o tributo, uma vez que a cf/88 não exige a efetivação do poder de polícia, sendo tal requisito necessário apenas na taxa de utilização de serviços públicos
3.	Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 447). Os serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão desses serviços? (Vide anexos VI e VII). E os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial? (Vide anexo VIII).
R: Taxa e preço público, ambos remuneram os serviços públicos. No entanto, o preço público é a remuneração decorrente da prestação de serviço de interesse público, ou do fornecimento ou locação de bens públicos, efetivado por meio de contrato e não imposta compulsoriamente, é necessário haver um contrato, ainda que tácito ou de adesão, dando a quem pretende celebrá-lo a liberdade de contratar ou não. O preço público ou tarifa, possuem caráter remuneratório, isto é, os valores arrecadados devem ser destinados ao aprimoramento e desempenho dos serviços que ele incide. Para a criação da tarifa não é necessária a existência de uma Lei. Já as taxas, estão submetidas ao regime jurídico tributário e impostas compulsoriamente.
O STF diferencia taxa de preço público em razão da essencialidade do serviço público, entendo por haver 03 tipos de serviços:
Serviços públicos propriamente estatais: serviços que somente o Estado pode prestar, o Estado atua no exercício de sua soberania, por isso são serviços indelegáveis e remunerados mediante taxa, sendo cobrados apenas com a utilização efetiva do serviço;
Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços essenciais a comunidade ou coletividade prestados por particulares, podem ser remunerados mediante tarifa ou taxa, dependendo da Lei que disciplinar os serviços públicos, se for obrigatório, será remunerado por taxa, se não for obrigatório, será remunerado por tarifa.
Serviços públicos não essenciais: são serviços delegáveis, prestados exclusivamente ao interesse do contribuinte e remunerados por tarifa.
Assim, os serviços de energia elétrica e telefone por serem serviços públicos não essenciais e de utilização não compulsória devem ser remunerados mediante preço público, já o serviçode água e esgoto, é um serviço público essencial e, portanto, será remunerado por taxa ou tarifa, a depender se a Lei instituiu o serviço como de utilização compulsória (taxa) ou não (tarifa).
Os serviços que, embora prestados pelo Estado, são suscetíveis de prestação pelo particular em regime concorrencial são remunerados mediante tarifa, não se sujeitando ao regime jurídico tributário.
4.	Há necessidade do valor exigido a título de taxa referir-se ao custo do serviço prestado? Caso essa referibilidade não seja verificada, é possível a restituição? No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a base de cálculo da taxa? (considerar em sua resposta o exemplo das taxas judiciais – vide anexos IX, X e XI) 
De acordo com o art. 77, do CTN, podemos extrair que: “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
No mesmo entendimento, preceitua Paulo de Barros Carvalho que taxas são tributos diretamente vinculados, ou seja, quando o antecedente normativo “mencionar fato revelador de atividade estatal, direta e especificadamente dirigida ao contribuinte, exibindo na correspondente base de cálculo, a medida da intensidade da participação do Estado”.
Com isso, entendo que, como o Estado não pode auferir lucro ou qualquer outro tipo de proveito na instituição das taxas, pois elas são contraprestações a um serviço prestado, tal valor a maior deve ser restituído ao contribuinte.
Conforme entendimento jurisprudencial, no caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a base de cálculo da taxa, pode o Estado utilizar “valores fixos retirados da atividade econômica do contribuinte para a mensuração do “quantum debeatur” de taxa.” (ARE 990914/SP, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 20.6.2017), ou também outros fatores como valor da causa ou dos bens postos em lotígio, como versou a jurisprudência na ADI 2696 (Anexo X).
5.	Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à valorização imobiliária? Se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, poderia ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da valorização imobiliária? (Vide anexos XII e XIII).
R: Os requisitos da contribuição de melhoria estão previstas no art. 82, do CTN. Já os seus requisitos de cobrança estão previstos no Decreto-Lei 195/97, em seus art. 5º, 11º, 12º e 13º.
Dessa forma, a contribuição de melhoria (i) tem como requisitos para a sua instituição a conclusão de uma obra pública e a valorização imobiliária, decorrente da obra, dos imóveis circunvizinhos, devendo observar certos limites para sua cobrança, quais sejam, global e individual. Assim, o ente tributante só poderá ser cobrado pela valorização individual de cada imóvel (limite individual).
O ente público responsável pela obra deverá aprovar (ii) Lei específica instituidora da contribuição de melhoria que pretende cobrar, observando alguns requisitos mínimos, antes do início da obra. Ao final da obra, deverá ser realizada uma nova avaliação imobiliária a fim de apurar a valorização decorrente, publicando em seguida edital com o demonstrativo de custos e as valorizações de cada imóvel, fixando-se prazo a partir do qual será iniciada a cobrança. Caso a Lei que instituísse o tributo fosse posterior a concusão da obra e por consequência, a valorização imobiliária, estaria violando o princípio da irretroatividade, uma vez que, abarcaria fatos geradores anteriores a sua criação.
Poderá ser exigido, excepcionalmente, no momento em que se pode confirmar a valorização decorrente da obra, ou seja, quando a obra estiver parcialmente concluída, podendo então apurar a valorização imobiliária dela decorrente. Somente o laudo comprovando a perspectiva dos gastos não é admissível, sendo necessário também a comprovação da valorização imobiliária decorrente da obra.
Desta maneira, a lei que a institui deve ser produzida após a conclusão da obra, de maneira a poder quantificar os benefícios trazidos ao contribuinte e o real custo da melhoria, não violando a irretroatividade, pois o fato gerador do tributo ainda não ocorreu.
6.	Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art. 79, introduzido pela EC n. 31/00), se enquadram em qual espécie? Pode o “adicional” de imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária diversa do tributo adicionado? (Vide anexos XV e XVI e XVII)
R: Trata-se de uma contribuição, uma vez que, não se vincula a uma atividade estatal, incidindo sobre a circulação de mercadorias, serviços e produtos industrializados de natureza supérflua e é destinado ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza. Assim, estaríamos diante de um novo tributo, da espécie contribuição e não de um adicional, pois a Constituição Federal não veda a criação de contribuição residual com fato gerador e base de cálculo iguais as dos impostos, a vedação é para que seja instituída contribuição cujo fato gerador ou base de cálculo sejam idênticos aos de contribuição já existente.
A regra-matriz de incidência tributária do “adicional” e do imposto adicional se difere unicamente porque a base de cálculo será o valor estipulado do “imposto” adicionado mais o valor estipulado do novo tributo.
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