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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Social e Institucional
Profa. Dra. Rosane Neves
Alunos Pedro Soares e Ricardo Ghilardi
 
Ética: Psicologia e Publicidade
Trabalho apresentado no dia 21 de maio de 2007 em sala de aula
Este trabalho é desenvolvido na tentativa de relacionar duas áreas muito distintas do campo das ciências, a Psicologia e a Publicidade, que, nos dias atuais, estão por vezes aliadas em busca de um interesse mercadológico em comum: o estudo do comportamento e da subjetivação voltado para o consumo. 
Neste trabalho realiza-se uma abordagem relacionando a influência que o saber e a pesquisa Psicológica podem exercer na área da Publicidade e da Propaganda. Tendo em vista que a Publicidade é uma atividade muito influente no modo de viver contemporâneo, principalmente nas culturas mais desenvolvidas, desenvolve-se aqui que esta prática, buscando alianças com o campo da Psicologia e do estudo do comportamento humano, pode atingir seus objetivos mais eficientemente tentando cada vez mais subjetivar e condicionar os indivíduos a determinadas práticas de consumo.
Com uma breve visão histórica: as primeiras tentativas de união entre as áreas de conhecimento citadas ocorreram na necessidade que a Publicidade sentiu de adentrar e explorar o comportamento humano visando o consumismo e a utilização em massa dos produtos que promovia. Com o passar dos anos, principalmente depois da popularização dos meios instantâneos de comunicação como o rádio, a televisão e, posteriormente, o computador, os fazeres publicitários passaram a realizar abordagens mais diretas quanto a necessidade dos indivíduos em consumirem compulsivamente, na tentativa de satisfação de seus desejos. Dessa forma, promovendo uma verdadeira individualização compulsiva das necessidades de consumo. Com esta grande abrangência populacional que os meios de comunicação adquiriram, uma revolução das práticas publicitárias teve início. Cada vez mais a propaganda era voltada ao consumidor individualizado, e à necessidade que este tinha de obter determinado produto, na tentativa de vender um sonho ou uma fantasia. Deixou-se gradativamente de lado a propaganda voltada ao produto com a iniciativa de promover um objeto de qualidade que desbancasse a concorrência por seus verdadeiros atributos. Podemos pensar que, de certa maneira, hoje a propaganda é capaz de suprir a falta de qualidade de um produto justamente por atribuir a este fantasias que alimentam desejos implícitos ao ser humano. Essas manifestações são facilmente observadas, por exemplo, nas propagandas de cigarro, que ao invés de venderem qualidade, vendem o prazer e o sentimento de liberdade que julgam conter em seu produto.
Três pontos básicos são abordados como alicerces na realização deste estudo. Primeiramente, as questões básicas de uma possível “Psicologia da Publicidade”, em que a primeira tenta emprestar seus conhecimentos em função da demanda da segunda. Na tentativa de descobrir como consumidores podem eleger um produto em detrimento de outros, que aspectos um produto deve conter para que atinja o maior número possível de consumidores, e que aspectos da psique podem estar envolvidos na questão da escolha. Também o estudo dos estímulos psicológicos, como a questão do uso de cores com determinadas características que se relacionam com o comportamento humano.
Outro ponto que propõem uma interessante investigação é a relação que a Publicidade, juntamente com a Psicologia, pode se relacionar com o Narcisismo das pessoas (Publicidade e Narcisismo). As maneiras como a produção cultural afeta o indivíduo com fins de dominação e exploração, na tentativa de condicionar os cidadãos a uma determinada realidade. Este ponto pode trazer questões importantes como a busca da realização e da auto-satisfação buscados no ato de consumir, embasados na nova ordem “consumo logo existo” (Melman,...) e na fragilidade do ego, na visão de que  “O consumo dá a ilusão de preencher o vazio interior humano...” quando, na verdade “aprofunda-o ao aumentar sua impotência mediante seus problemas reais.” (Pinheiro, 2005). De certa forma, ao objeto é atribuído um fetichismo por parte do indivíduo, estetizado, recebendo qualidades subjetivas.
Em um terceiro momento, o trabalho trata da publicidade do próprio psicólogo enquanto prestador de um serviço e as maneiras de se promover e realizar a propaganda de seu trabalho. As questões éticas envolvidas e as maneiras corretas de inspirar demandas de trabalho, como todo profissional liberal.
 
Referências:
BACHAMANN. V. L. A psicologia da publicidade e da propaganda. (...)
CALLIGARIS. C. Cartas a um jovem terapeuta. Reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos. O que fazer para ter mais pacientes. Alegro, 2004.
PINHEIRO. M. C. T. Narcisismo e publicidade: uma análise psicossocial dos ideais de consumo na contemporaneidade. Estudos e Pesquisa em Psicologia. Vol. 5 n. 2. Rio de Janeiro. Dezembro, 2005.
SEVERIANO, M. F. V. Narcisismo e publicidade: uma análise psicossocial dos ideais do consumo na contemporaneidade. São Paulo: Annablume, 2001.
Psicologia da Publicidade
A utilização dos conhecimentos da psicologia na publicidade teve início nos anos 20. Na época buscou-se descobrir como os consumidores elegiam os aspectos mais atraentes de um determinado produto. Para tanto, a publicidade exigiu da psicologia formas de medir a atenção, memorização, enfim, como se dava a percepção dos consumidores sobre os produtos que deveriam ser vendidos. A evolução das pesquisas revelou que os consumidores desejavam produtos ainda não existentes, e isso permitiu o surgimento do marketing. Além de investigar o comportamento do consumo, a psicologia também teve a responsabilidade de criar modos de influenciar esse comportamento.  Nesse momento, além dos processos sensoriais envolvidos no comportamento de consumo, cabia à psicologia avaliar as crenças, tendências e motivações dos consumidores.
Entretanto, Bachmann (2003) aponta que ocorreu uma sensível diminuição da influência da psicologia na área da publicidade. Essa separação se deu, de acordo com a autora, por três principais motivos. O primeiro foi o advento da informática, em que muitos publicitários acreditaram que essa tecnologia poderia ser suficiente para garantir suas comunicações. O segundo fator foi a dicotomia entre publicidade e marketing. Para a autora, enquanto a publicidade visa tornar conhecido um produto, ao marketing apenas interessa vende-lo. O terceiro fator foi a alta dose de intuição inerente a produção publicitária. Alguns publicitários julgaram a intuição, dentro do processo criativo, incapaz de receber contribuições da psicologia. Esses três fatores contribuíram para que a psicologia perdesse espaço nessa área de atuação, o que também acabou tornando esse campo carente de novas pesquisas da psicologia.
Publicidade e Narcisismo:
Primeiramente, caracteriza-se o narcisismo na perspectiva freudiana: a primeira imagem de um indivíduo é construída a partir de uma relação intersubjetiva, isto é, a partir do olhar do outro. Ao longo de sua vida, sua imagem é construída também a partir de sua inserção na cultura, onde extrai seus modelos ideais, valores e padrões de conduta. Severiano (2001) assinala como o homem contemporâneo se encontra cada vez mais fragilizado em seu eu, ao retirar de uma cultura narcísica de consumo seus ideais de status, de poder, de beleza, dentre outros. “O consumo dá a ilusão de preencher o vazio interior humano, mas, na verdade, aprofunda-o ao aumentar sua impotência mediante seus problemas reais”. A ideologia do consumo não provê um projeto identificador capaz de vincular as pessoas de uma comunidade entre si, com um ideal a ser realizado fora do indivíduo. Ela “paparica” seus membros isoladamente e lhes faz promessas de realizações plenas. Deste modo, confunde a realidade com as aspirações megalomaníacas do “eu ideal” de cada um, que apresenta modos de pensar que desconhecem a falta e a diferença. A publicidade estimulamodos de pensar primitivos, que remetem ao narcisismo primário, em que a criança não fazia a diferenciação entre seu eu real e seu eu ideal. (Pinheiro, 2005). A revivência deste narcisismo primário representa um não investimento em si, pois seu eu depende do olhar do outro de tal maneira que seu desejo também fica a mercê do desejo do outro. O eu acaba não diferenciando o outro, sub-desenvolvendo o eu. Logo, a pessoa se vê conforme o outro a deseja. Desta forma, a publicidade se apresenta como um ideal coletivo, que conforta a fragilidade do eu necessitário da aprovação do outro.
Severiano (2001) assinala alguns fatores sociais que acabaram por gerar uma instabilidade psíquica nos indivíduos, como a urbanização e o anonimato nas grandes metrópoles, junto com a descrença na comunidade, na ética, na religião, ou nas instituições políticas. Estas descrenças acabaram por fazer o homem deixar de investir em ideais coletivos e direciona seus interesses para ideais narcísicos. E o desejo de participação social é substituído pela participação no consumo. Deste modo, a publicidade mostra-se uma forte arma na tentativa de aproveitar esta fragilidade do ser humano, imerso em sua individualidade, para corroborar seus ideais de aumento de consumo e a venda de um sonho subjetivo que conforte o “eu” da sociedade moderna.
Publicidade do próprio psicólogo
Uma das maiores preocupações do psicólogo que acaba de se formar é como conseguir clientes. Calligaris (2004) conta uma história de como se dava a procura de clientes por psicanalistas recém formados na França da década de 70. O que se entendia era que os clientes apenas poderiam vir por indicações de outros profissionais. Para receber indicações de outros profissionais, era necessário ser conhecido dentro das associações da época. Essa crença fez com que novos terapeutas buscassem impressionar os colegas, a fim de se fazerem conhecidos. A forma de se fazer conhecido existente era, basicamente, publicar artigos com pesquisas próprias. Infelizmente, como o principal objetivo dessas publicações era de impressionar, muitas pesquisas não tinham relação com as práticas. Elas eram produções que não tinham efeito acumulativo, pois não eram lidas nem citadas novamente. Esse mecanismo fez com que muita energia se gastasse com publicações, mas sem a correspondente contribuição para o campo da prática terapêutica.
Atualmente ainda é um desafio ao psicólogo a promoção de seus serviços. Calligaris (2004) entende que, como qualquer outra profissão liberal, ao psicólogo é exigida “uma certa capacidade social de inspirar confiança e receber demandas”. Essa exigência pode ser respondida através da publicidade dos próprios serviços, desde que essa promoção esteja adequada ao código de ética da profissão. O artigo 20 do código de ética da psicologia regula essa publicidade, afirmando que “o psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: a)informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; b) fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua; c) divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão; d) não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; e) não fará previsão taxativa de resultados; f) não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais; não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; h) não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais”. (Código de ética do psicólogo, art 20).
http://www.ufrgs.br/e-psico/etica/temas_atuais/psicologia-e-publicidade-texto.html
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
 
Instituto de Psicologia
 
Departamento de Psicologia Social e Institucional
 
Profa. Dra. Rosane Neves
 
Alunos Pedro Soares e Ricardo Ghilardi
 
 
 
Ética: Psicologia e Publicidade
 
Trabalho ap
resentado no dia 21 de maio de 2007 em sala de aula
 
Este trabalho é desenvolvido na tentativa de relacionar duas áreas muito 
distintas do campo das ciências, a Psicologia e a Publicidade, que, nos dias 
atuais, estão por vezes aliadas em busca de um interes
se mercadológico em 
comum: o estudo do comportamento e da subjetivação voltado para o 
consumo.
 
 
 
Neste trabalho realiza
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se uma abordagem relacionando a 
influência que o saber e a pesquisa Psicológica podem exercer 
na área da Publicidade e da Propaganda. Te
ndo em vista que 
a Publicidade é uma atividade muito influente no modo de 
viver contemporâneo, principalmente nas culturas mais 
desenvolvidas, desenvolve
-
se aqui que esta prática, buscando 
alianças com o campo da Psicologia e do estudo do 
comportamento hum
ano, pode atingir seus objetivos mais 
eficientemente tentando cada vez mais subjetivar e 
condicionar os indivíduos a determinadas práticas de 
consumo.
 
 
Com uma breve visão histórica: as primeiras tentativas de 
união entre as áreas de conhecimento citadas o
correram na 
necessidade que a Publicidade sentiu de adentrar e explorar o 
comportamento humano visando o consumismo e a utilização 
em massa dos produtos que promovia. Com o passar dos 
anos, principalmente depois da popularização dos meios 
instantâneos de c
omunicação como o rádio, a televisão e, 
posteriormente, o computador, os fazeres publicitários 
passaram a realizar abordagens mais diretas quanto a 
necessidade dos indivíduos em consumirem 
compulsivamente, na tentativa de satisfação de seus desejos. 
Dessa 
forma, promovendo uma verdadeira individualização 
compulsiva das necessidades de consumo. Com esta grande

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