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2020320_19276_Texto de Filosofia

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1. O QUE É FILOSOFIA? 
1.1 CONCEITO E OBJETO
Filosofia é uma palavra grega que significa "amor à sabedoria" e consiste no estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. E, filósofo é um indivíduo que busca o conhecimento de si mesmo, sem uma visão pragmática, movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade.
Além do desenvolvimento da filosofia como uma disciplina, ela é ínseca à condição humana, não é um conhecimento, mas uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser. Foca questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé, e sim na razão. Desta forma, a filosofia pode ser definida como a análise racional do significado da existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão do ser.
Apesar de ter algumas semelhanças com a ciência, muitas das perguntas da filosofia não podem ser respondidas pelo empirismo experimental. Pode ser dividida em vários ramos. A “filosofia do ser”, por exemplo, inclui a metafísica, ontologia e cosmologia, entre outras disciplinas. Enquanto que a filosofia do conhecimento inclui a lógica e a epistemologia, enquanto filosofia do trabalho está relacionada a questões da ética.
Diversos filósofos deixaram seu nome gravado na história mundial, com suas teorias que são debatidas, aceitas e condenadas até os dias de hoje.Alguns desses filósofos são Aristóteles, Pitágoras, Platão, Sócrates, Descartes, Locke, Kant, Freud, Habermas e muitos outros. Cada um fez suas teorias baseadas nas diversas disciplinas da filosofia, lógica, metafísica, ética, filosofia política, estética e outras.
De acordo com Platão, um filósofo tenta chegar ao conhecimento das Ideias, do verdadeiro conhecimento caracterizado como episteme, que se opõe à doxa, que é baseado somente na aparência.
Segundo Aristóteles, o conhecimento pode ser divido em três categorias, de acordo com a conduta do ser humano: conhecimento teórico (matemática, etafísica, psicologia), conhecimento prático (política e ética) e conhecimento poético (poética e economia).
Nos dias de hoje, a palavra "filosofia" é muitas vezes usada para descrever um conjunto de ideias ou atitudes, como por exemplo: "filosofia de vida", "filosofia política", "filosofia da educação", "filosofia do reggae" e etc. A Filosofia surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a.C. Naquela época, a Grécia era um centro cultural importante e recebia influências de várias partes do mundo.
Assim, o pensamento crítico começou a florescer e muitos indivíduos começaram a procurar respostas fora da mitologia grega. Essa atitude de reflexão que busca o conhecimento significou o nascimento da Filosofia.
Antes de surgir o termo filosofia, Heródoto já usava o verbo filosofar e Heráclito usava o substantivo filósofo. No entanto, vários autores indicam que Tales de Mileto foi o primeiro filósofo (sem se descrever como tal) e Pitágoras foi o primeiro que se classificou como filósofo ou amante da sabedoria.
1.1.1 A UTILIDADE DA FILOSOFIA
É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para que matemática ou física? Para que geografia ou geologia? Para que história ou sociologia? Para que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou química? Para que pintura, literatura, música ou dança? Mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia?
Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem do direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.
1.2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO
1.2.1 SENSO COMUM E CONHECIMENTO
Senso comum é o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções comumente admitidas pelos indivíduos. Significa o conhecimento adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do mundo. Caracteriza-se por conhecimentos empíricos acumulados ao longo da vida e passados de geração em geração. É um saber que não se baseia em métodos ou conclusões científicas, e sim no modo comum e espontâneo de assimilar informações e conhecimentos úteis no cotidiano.
O senso comum é uma herança cultural que tem a função de orientar a sobrevivência humana nos mais variados aspectos. Atrvés dele, uma criança aprende o que é o perigo e a segurança, o que pode e o que não pode comer, o que é justo e o que é injusto, o bem e o mal, e outras normas de vida que vão direcionar o seu modo de agir e pensar, as suas atitudes e decisões.
Também fazem parte do senso comum os conselhos e ditos populares que são tidos como verdades e seguidos pelo povo. Por exemplo: “Deve-se cortar os cabelos na lua crescente para que cresçam mais rápido”.
1.2.2 SENSO COMUM E SENSO CRÍTICO
Enquanto o senso comum está associado ao conhecimento irrefletido, o senso crítico é baseado na crítica, na reflexão, na pesquisa e no pensamento. Portanto, as informações são analisadas com inteligência para se tentar chegar a uma conclusão.
1.2.3 SENSO COMUM E CIÊNCIA
O senso comum é um conhecimento assistemático, ou seja, não possui uma organização prévia ou investigação de estudos para se chegar a uma conclusão. A ciência, no entanto, é tida como um conhecimento sistemático, pois é organizada a partir de um conjunto de teorias, estudos e observações científicas que sejam coerentes e que possam se comunicar entre si.
Desse modo, o conhecimento científico é a base da ciência, pois todas as suas preposições, teorias e hipóteses são comprovadas (ou não) através de uma série de experiências e analises.
1.2.4 SENSO COMUM E IDEOLOGIA
Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana.
Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação, já o Sociólogo Victor Lopo crê que ideologia é um conjunto de razões no qual se baseiam todas as decisões e pontos de vista de um ser,sendo assim um modo de dominação intuitivo.
1.2.5 FILOSOFIA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
O pensamento filosófico é caracterizado pela reflexão, ou seja, a busca de algo por si mesmo por meio da especulação, examinando e analisando com cuidado. Ao definir a filosofia como reflexão ela se constitui como um conhecimento do conhecimento, isto é, filosofar é atuar sobre o próprio conhecimento científico, interrogando-o e problematizando-o. 
A pedagogia é entendida como uma ciência e seus princípios devem ser submetidos à reflexão filosófica, uma vez que a filosofia não se limita ao domínio do que pode ser observado pelos sentidos, orientando-se em direção ao conhecimento dos princípios que escapam à percepção dos sentidos. Em Filosofia da Educação, a filosofia se coloca como forma de conhecimento e a educação como um problema filosófico. Os dois termos juntos representam o estudo dos fundamentos das teorias e práticas educativas na sociedade. 
A função essencial da Filosofia da Educação consiste em acompanhar, criticamente, a atividade educacional de forma a explicitar os seus fundamentos,esclarecer a função e a contribuição das diversas disciplinas pedagógicas e avaliar o significado das soluções escolhidas. A ausência de orientação filosófica no terreno da educação acarreta consequências lamentáveis. 
Neste sentido, só é possível melhorar e reformar o sistema educativo quando se têm uma verdadeira Filosofia da Educação, na qual haja um acordo acerca da finalidade, das possibilidades e das condições da educação. Assim, para o êxito da ciência pedagógica é indispensável a Filosofia da Educação.

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