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(Aula 3) Matrizes do Pensamento em Psicologia - Existencia - Humanista

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Nesta webaula, estudaremos alguns conceitos fundamentais à psicologia, como consciência, saúde, doença,
angústia, solidão, medo, vazio, culpa, escolha, liberdade, responsabilidade, autenticidade e morte.
Consciência
A propriedade fundamental da consciência é a intencionalidade.
Compreenda melhor esse conceito com base nas de�nições a seguir:
A consciência não é pura, é consciência de algo ou alguém, em relação com o mundo, sempre em relação
com o mundo.
A consciência não é um receptáculo passivo, uma tela na qual se projetam impressões, ela é ativa, intencional
e doadora de sentido.
A consciência não é uma substância �xa, ela é um �uxo dinâmico e temporal. 
A consciência não é sinônimo de racionalidade, ela é uma unidade dinâmica que abrange fenômenos pré-
re�exivos (vivências de fundo) e re�exivos.
Temporalidade e espacialidade
Tempo e espaço existem como realidades físicas e existenciais, objetivas e subjetivas, que se entrelaçam de modo
dinâmico.
TEMPO OBJETIVO
Existe um tempo objetivo que se sucede em horas, dias e anos, demarcando presente e passado.
ESPAÇO OBJETIVO
Existe um espaço objetivo que se constitui como substrato material de atuação dos entes.
TEMPO SUBJETIVO 
Existe um tempo subjetivo que percebe o tempo objetivo como mais curto ou mais longo, que o ser atua no
presente articulando o passado e o futuro como ampliadores ou limitadores do seu existir.
ESPAÇO SUBJETIVO 
Existe um espaço subjetivo que se constitui na apropriação que fazemos do espaço objetivo, na maneira
como transitamos nele.
Saúde e doença
Estar saudável e estar doente são modos de ser relacionados, respectivamente, à liberdade e à privação da
consciência-mundo.
Matrizes do Pensamento em Psicologia –
Existencial-Humanista
Psicologia existencial
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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Vander Cunha
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A essência fundamental do homem sadio caracteriza-se precisamente pelo seu poder de dispor, livremente, do conjunto de
possibilidades de relação que lhe foi dado manter com o que se lhe apresenta na abertura livre de seu mundo. [...] A
essência de todos os sofrimentos humanos fundamenta-se no fato de que a pessoa perdeu a capacidade de se decidir
livremente acerca de suas possibilidades de comportamento normal.
— (BOSS, Medard. Angústia, culpa e libertação: ensaios de psicanálise existencial. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1981) 
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Angústia
Se a essência não determina a existência, o ser humano escolhe o que faz e é responsável por isso. 
A situação emotiva que pode manter aberta a constante e radical ameaça que incumbe sobre o si-mesmo – ameaça que
provém do mais próprio e isolado ser do ser-aí – é angústia. Nela o ser-aí se encontra diante do nada diante da possível
impossibilidade da própria existência. A angústia se angustia por causa do poder-ser do ente assim constituído, e abre de
tal modo a sua possibilidade extrema. Como a antecipação isola totalmente o ser-aí e nesse isolamento faz com que ele se
torne certo da totalidade do seu poder-ser.
— (HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2011) 
“
”
Sartre (2012) destaca que, para os existencialistas, o homem é angústia. 
O existencialista declara frequentemente que o homem é angústia. Tal a�rmação signi�ca o seguinte: o homem que se
engaja e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolheu ser, mas também um legislador que escolhe
simultaneamente a si mesmo e a humanidade inteira – e não consegue escapar de sua total e profunda responsabilidade. É
fato que muitas pessoas não sentem ansiedade, porém nós estamos convictos de que essas pessoas mascaram a
ansiedade perante si mesmas, evitam encará-la.
— (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2012) 
“
”
Solidão
A solidão é um dos elementos constituintes do ser humano, sua condição original e �nal.
A solidão é o fator essencial da psiquiatria. Se a solidão nunca existisse na existência humana, poder-se-ia admitir que os
distúrbios psiquiátricos seriam desconhecidos, com excessão de algumas doenças causadas por defeitos anatômicos ou
�siológicos do cérebro. [...] Alienação, isolamento e solidão, e tudo o mais que nesta triste sequência possa ser expresso
pela palavra distância [...] tudo isso não existe em si ou por si, mas se mostra na realidade do ambiente; na realidade dos
objetos, na realidade das relações humanas e nas realidades do corpo e do tempo. Tudo está relacionado, nada surgiu em
primeiro lugar.
— (VAN DEN BERG, J. H. O paciente psiquiátrico. Campinas: Livro pleno, 2000) 
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Medo
O medo como atitude existencial é o fechamento para uma existência autêntica, é um sucumbir à banalidade.
Vander Cunha
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Vander Cunha
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Segundo Heidegger (2011), “Temor é a angústia imprópria, entregue a decadência do ‘mundo’ e, como tal, angústia
nela mesma velada”.
Para Sartre (2007), 
Em primeiro lugar, há de se dar razão a Kierkegaard: a angústia se distingue do medo porque medo é medo dos seres do
mundo, e angústia é angústia de mim mesmo. A angústia é vertigem na medida em que tenho medo, não de cair no
precipício, mas de me jogar nele. Uma situação que provoca medo, pois ameaça modi�car de mora a minha vida e meu ser,
provoca angústia na medida em que descon�o das minha reações adequadas a ela.
— (SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2007) 
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Vazio
Sentimento de ausência de sentido para a vida.
O vácuo existencial se manifesta principalmente num estado de tédio. [...] Existem ainda diversas máscaras e disfarces sob
os quais transparece o vazio existencial. Às vezes a vontade de sentido frustrada é vicariamente compensada por uma
vontade de poder, incluindo a sua mais primitiva forma, que é a vontade de dinheiro. Em outros casos, o lugar da vontade
de sentido frustrada é tomado pela vontade de prazer. É por isso que muitas vezes a frustração existencial acaba em
compensação sexual. Podemos observar nestes casos que a libido sexual assume proporções descabidas no vácuo
existencial.
— (FRANKL, Viktor. Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1985) 
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Culpa
A culpa pressupõe uma possibilidade de atuação e uma consciência de impropriedade e débito pelo ato. 
Para Sartre (2007), “É diante do outro que sou culpado. Culpado, em primeiro lugar, quando, sob seu olhar, experimento
minha alienação e minha nudez como um decaimento que devo assumir”. Já para Boss (1981), “Quase todos os que
procuram o psiquiatra estão intimamente corroídos, declaradamente ou veladamente, pela angústia e pela culpa.”
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Morte
A morte é paradoxalmente uma certeza e uma possibilidade que pode quali�car a existência. 
Em sua qualidade de poder-ser, o ser-aí não pode superar a possibilidade da morte. A morte é a possibilidade da pura e
simples impossibilidade do ser-aí. Assim, a morte se revela como a realidade mais própria, incondicionada e insuperável.
— (HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2011) 
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Para Frankl (1985), 
Vander Cunha
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Nunca me canso de dizer que os únicos aspectos realmente transitórios da vida são as potencialidades; porém no
momento em que são realizadas, elas se transformam em realidades; são resgatadas e entregues ao passado, no qual
�cam a salvo e resguardadas da transitoriedade. Isto porque no passado nada está irremediavelmente perdido, mas está
tudo irrevogavelmente guardado.Sendo assim, a transitoriedade da nossa existência de forma alguma lhe tira o sentido.
No entanto ela constitui a nossa responsabilidade, porque tudo depende de nos conscientizarmos das possibilidades
essencialmente transitórias. O ser humano está constantemente fazendo uma opção diante da massa de potencialidades
presentes; quais delas serão condenadas ao não-ser, e quais serão concretizadas? Qual opção se tornará realidade de uma
vez para sempre, imortal “pegada nas areias do tempo”? A todo e qualquer momento a pessoa precisa decidir, para o bem
ou para o mal, qual será o monumento de sua existência.
— (FRANKL, Viktor. Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1985) 
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Vander Cunha
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Escolha, liberdade e responsabilidade
Se a essência não determina a existência, o ser humano escolhe o que faz e é responsável por isso. 
Há um campo de liberdade e uma 'liberdade condicionada', porque tenho possibilidades próximas e distantes.
A escolha de vida que fazemos tem sempre lugar sobre a base de situações dadas e possibilidades abertas. [...] Sou uma
estrutura psicológica e histórica. Recebi uma maneira de existir, um estilo de existência. Todas as minhas ações e meus
pensamentos estão em relação com essa estrutura. No entanto, sou livre, não apesar disto ou aquém dessas motivações,
mas por meio delas, são elas que me fazem comunicar com minha vida, com o mundo e com minha liberdade.
— (MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999) 
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Autenticidade e inautenticidade
O ser autêntico é quem se apropria da sua existência e a transcende para além da banalidade. E o ente que nega o
não-ser.
Segundo Heidegger (2011), “A inautenticidade caracteriza um modo de ser em que o ser-aí pode extraviar-se e, no
mais das vezes se extraviou – mas no qual não é obrigado a se extraviar necessária e constantemente”. 
Boss (1981), por sua vez, defende que “A coragem pode enfrentar a angústia. Onde não há angústia a ser
superada, não é preciso coragem. Mas onde reinam o amor, o estar-abrigado, e a con�ança toda angústia pode
desaparecer." 
Não procurem o sucesso. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso,
como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação
pessoal a uma causa maior do que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.
— (FRANKL, Viktor. Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1985) 
“
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Esperamos que você tenha conseguido re�etir sobre os conceitos trabalhados nesta webaula e que esteja
motivado a procurar outras referências sobre esses temas tão importantes à psicologia.
Vander Cunha
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