Buscar

Paralelismo sintático

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Gramaticalhas dos vestibulandos 
O que os estudantes de ensino médio mais erram quanto à Gramática do Português! 
 
Roberto Gandulfo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paralelismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gramaticalhas dos Vestibulandos Roberto Gandulfo 
 @portuguescombetinho 
 
 
Introdução 
 
 Olá, meu nome é Roberto e sou estudante do ensino médio. Este guia de Português 
Instrumental – mas talvez não tão instrumental assim – é direcionado aos estudantes que 
se estejam preparando para vestibulares, principalmente em relação à banca Cespe. Usou-
se, ao longo destas obras, a gramática de Celso Cunha e de Lindley Cintra, que é a em 
que a UnB geralmente se baseia. 
 Falou-se, ao longo das apostilas, sobre os assuntos mais recorrentes, não nas 
questões de gramática, mas sim na redação. Com notas de rodapé e com explicações 
detalhadas, tentei mostrar os principais equívocos gramaticais cometidos nas redações 
afora, como crase e vírgula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gramaticalhas dos Vestibulandos Roberto Gandulfo 
 @portuguescombetinho 
 
 
Paralelismo 
I- Introdução 
 
 O paralelismo é a harmonia existente entre termos ou orações coordenados. Caso 
seja necessário, releiam as conjunções da seção IV do capítulo sobre a vírgula, elas serão 
importantes agora. 
 Há três tipos de paralelismo: sintático, morfológico e semântico. Eu, por questões 
didáticas, prefiro “fundir” os dois primeiros em um só. Portanto, estudaremos dois tipos 
de paralelismo: o morfossintático e o semântico. 
 O paralelismo, na verdade, é um conjunto de regras que definem as repetições que 
devem existir entre elementos coordenados. 
 
II- Paralelismo morfossintático 
 
A regra do paralelismo morfossintático é esta: numa enumeração de elementos de 
mesma função sintática: 
1- Usa-se artigo em todos ou em nenhum; 
2- A preposição, se houver, deve ser repetida em todos; 
3- A conjunção subordinativa ou o pronome, se houver, devem aparecer em todos, 
mesmo que sejam iguais; 
4- Os nexos coordenativos vêm em pares e não podem ser separados (ou seja, só se 
usa “seja” com “seja”, e “ou” com “ou, e “não só” com “mas/como também”) 
5- Esses elementos devem ter mesma natureza morfossintática. 
Quanto à regra (3), ela quer dizer que só se coordena ou termo com termo, ou 
oração desenvolvida com oração desenvolvida, ou oração reduzida com oração reduzida. 
 Vamos agora a cinco exemplos incorretos quanto ao paralelismo: 
(a) Eu me referia aos professores, alunos e coordenadores. 
(b) É necessário estudar e que vocês se ajudem. 
(c) Eles sofrem seja pela violência, ou pelo descaso. 
(d) Preciso de suporte e conselhos. 
(e) Eu amo os meus pais, meus irmãos e meu namorado. 
Como se corrigiriam essas frases? 
 Eu me referia aos professores, alunos e coordenadores. 
Perceba que há um objeto indireto composto (sublinhado), porém só se usaram o 
artigo e a preposição no primeiro elemento, mas não nos outros. A preposição deve ser 
repetida em todos os elementos, indiscutivelmente, mas o artigo pode aparecer em todos 
ou em nenhum. Portanto, há duas formas de corrigir essa frase: 
Gramaticalhas dos Vestibulandos Roberto Gandulfo 
 @portuguescombetinho 
 
Eu me referia a professores, a alunos e a coordenadores. 
Eu me referia aos professores, aos alunos e aos coordenadores. 
 É necessário estudar e que vocês se ajudem. 
Aqui coordenou-se uma oração reduzida com uma desenvolvida. Há duas formas 
de corrigir: ou ambas desenvolvidas, ou ambas reduzidas. 
É necessário que vocês estudem e que se ajudem. 
É necessário vocês estudarem e ajudarem-se. 
A repetição do “que” na primeira frase também é obrigatória, por ser conjunção 
subordinativa. 
 Eles sofrem seja pela violência, ou pelo descaso. 
Aqui não se usou adequadamente o nexo coordenativo. Usa-se “seja” com “seja” 
e “ou” com “ou”. Assim, há duas maneiras de corrigir: 
Eles sofrem ou pela violência, ou pelo descaso. 
Eles sofrem seja pela violência, seja pelo descaso. 
 Preciso de suporte e conselhos. 
Aqui não se repetiu a preposição do objeto indireto composto. Corrige-se assim: 
Preciso de suporte e de conselhos. 
 Eu amo os meus pais, meus irmãos e meu namorado. 
Esse caso deve gerar confusões. No capítulo em que se falava sobre crase, eu disse 
explicitamente que o artigo antes de pronomes possessivos adjetivos é facultativo. Sim, 
ele o é, mas não neste caso. Por influência do paralelismo, ou se usa o artigo em todos, 
ou em nenhum. Há duas maneiras de corrigir a frase, portanto: 
Eu amo meus pais, meus irmãos e meu namorado. 
Eu amo os meus pais, os meus irmãos e o meu namorado. 
 
Por fim, vale ressaltar que erros de paralelismo podem alterar a função sintática 
de alguns termos. Darei aqui um exemplo simples: 
(f) Sei que você não está bem e que precisa de ajuda. 
(g) Sei que você não está bem e precisa de ajuda. 
Não há erro em nenhuma das frases, mas a análise é diferente. Perceba que, em 
ambos os períodos, há três orações (já que há três verbos: saber, estar e precisar). 
Em (f), a oração “Sei” é principal para a segunda e para a terceira. As orações 
“que você não está bem” e “e que precisa de ajuda” são subordinada substantivas 
objetivas diretas para a primeira e coordenadas entre si. Em (g), as orações “Sei” e “e 
precisa de ajuda” são coordenadas entre si, enquanto “que você não está bem” é 
subordinada substantiva objetiva direta para a primeira. 
Gramaticalhas dos Vestibulandos Roberto Gandulfo 
 @portuguescombetinho 
 
Antes de passarmos ao próximo tema, preciso falar sobre o nexo prepositivo 
de...a. Eis a questão: ele é comumente utilizado para indicar horas, porém, caso o use para 
isso, deve haver paralelismo sintático. Perceba: 
(h) Eu atendo de 9h a 11h. 
(i) Eu atendo das 9h às 11h. 
É comum virmos “Eu atendo de 9h ‘às’ 11h”, mas isso é inadequado, já que, se 
houve artigo em um, deve haver no outro; se não houve artigo em um, não deve haver 
com outro. Caso haja dúvidas, use “meio-dia” – única hora masculina do dia –, para 
substituir. 
(j) Eu atendo de 7h a meio-dia. 
(k) Eu atendo das 7h ao meio-dia. 
 
III- Alguns detalhes do paralelismo morfológico 
 
Há, ainda, mais algumas regras essenciais para a construção das frases. 
1- Deve haver correlação temporal entre as orações de um período; 
2- Só se coordenam verbos que tenham mesma transitividade e que rejam a mesma 
preposição, se necessária; 
3- Se um termo preposicionado estiver sujeito a outros nomes, aquele deve possuir a 
mesma função sintática para estes, além de eles regerem a mesma preposição. 
Essa parte talvez tenha sido mais complexa. Tentarei explicar melhor cada regra. 
A primeira regra fala sobre correlação temporal, que é uma noção instintiva de 
nós falantes. Veja esta frase que esquisita: 
Se eu ganhar uma bicicleta, andei muito com ela. 
Talvez, para você, ela nem sequer faça sentido. Isso acontece porque “ganhar” é 
um verbo no futuro do subjuntivo e, é claro, coordena-se futuro com futuro. Então, o 
adequado seria isto: 
Se eu ganhar uma bicicleta, andarei muito com ela. 
Perceba que os tempos de um período estão sempre correlacionados: 
(a) Quando eu te tiver, ficarei realizado. 
(b) Quando eu te tive, fiquei realizado. 
A segunda regra fala sobre verbos coordenados; a terceira, sobre nomes 
coordenados. Darei aqui uma dica: se houver nomes ou verbos coordenados, separe-os e 
veja como ficariam isolados. 
Eu entrei e saí da sala. 
Há dois verbos. Agora, dividi-los-ei em duas orações diferentes: 
Eu entrei na sala. 
Gramaticalhas dos Vestibulandos Roberto Gandulfo 
 @portuguescombetinho 
 
Eu saí da sala. 
 Perceberam que as preposições são diferentes? Pois é. Só se podem coordenar 
verbos de mesma transitividade e de mesma regência. Os verbos “entrar” e “sair” não têm 
mesma regência, pois pedem preposições diferentes. A correção da frase, então, fica 
assim: 
Eu entrei na sala e saí dela. 
 Veja mais um exemplo: 
Não arraste nem suba nas mesas.Separando as orações, temos isto: 
Não arraste as mesas. 
Não suba nas mesas. 
 Não têm mesma regência, já que um pede preposição; o outro, não. A correção é 
esta: 
Não arraste as mesas, nem suba nelas. 
 Agora vejamos um exemplo adequado: 
Eu preciso e gosto de você. 
 Veja que, separando as frases, temos isto: 
Eu preciso de você. 
Eu gosto de você. 
 Como a regência é a mesma, a coordenação é adequada: 
Eu preciso e gosto de você. 
 Com nomes, vale a mesma regra. Com nomes que regem complemento nominal, 
é necessário que as preposições sejam as mesmas. 
O gerente deve promover o cumprimento e o seguimento das regras. 
 Vale aqui a mesma dica: separe os nomes e veja se a preposição é a mesma: 
O gerente deve promover o cumprimento das regras. 
O gerente deve promover o seguimento das regras. 
 Como a preposição é a mesma, a coordenação é adequada. 
O gerente deve promover o cumprimento e o seguimento das regras. 
 Um exemplo equivocado seria este: 
Ele é diferente e igual a mim simultaneamente. 
 Se se separarem os nomes, obtém-se isto: 
Ele é diferente de mim. 
Gramaticalhas dos Vestibulandos Roberto Gandulfo 
 @portuguescombetinho 
 
Ele é igual a mim. 
 Para que não se repita o oblíquo tônico, uma opção é apenas separar os adjetivos. 
Ele é igual a mim e diferente simultaneamente. 
 Ou, até mesmo, passar o pronome à forma átona: 
Ele me é igual e diferente simultaneamente. 
 A quarta e última regra fala sobre os termos preposicionado. Basicamente, um 
termo preposicionado não pode ser adjunto adnominal e complemento nominal 
simultaneamente. Veja isto: 
O surgimento e a entrega da comida alegraram minha casa! 
 Separando as frases, temos isto: 
O surgimento da comida. 
A entrega da comida. 
 As preposições são iguais, mas, na primeira, o termo “da comida” é adjunto 
adnominal (a comida surgiu); na segunda, é complemento nominal (a comida foi 
entregue). Por isso, não é permitida a coordenação. A correção é esta: 
A entrega da comida e o seu surgimento alegraram minha casa! 
 
IV- Paralelismo semântico 
 
Estabelecido, então, o paralelismo morfossintático, vamos ao semântico. Na 
verdade, este é mais simples: não se coordenam elementos que não pertençam a um 
mesmo grupo semântico. Veja a frase abaixo: 
Eu visitei a França, a Inglaterra, a Espanha e o papa. 
 Aqui fica clara a interferência do termo “o papa”. Tratava-se de um grupo 
semântico, em que estavam países. A inserção do termo interferente causa quebra na linha 
de pensamento. Uma maneira de corrigir é esta: 
Eu visitei não só a França, a Inglaterra, a Espanha, como também o papa. 
 A separação clara entre esses termos evita a confusão semântica que se faz entre 
eles.

Outros materiais