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REVISÃO ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA SURGIMENTO DAS CIDADES A pré-história é dividida em 3 períodos considerando como base o desenvolvimento técnico. I. Paleolítico – “Idade da Pedra Lascada”: do surgimento do ser humano até aproximadamente 12.000 anos atrás; II. Neolítico – “Idade da Pedra Polida”: de 12.000 anos até 6.000 anos atrás; III. Idade dos Metais: de 6.000 anos atrás até o surgimento da escrita Ciências que estudam a Pré-história: I. Paleontologia: estuda fósseis humanos II. Arqueologia: estuda os objetos feitos pelos homem (esculturas, pinturas, instrumentos...) ⬗ Nenhum grupo humano, povo, tribo, etnia ... existe sem arte, seja ela a edificação de templos e casas ou a realização de pinturas e esculturas, ou outros. ⬗ A arte pré-histórica transmite a necessidade de sobrevivência do homem primitivo além do registro do cotidiano, comportamentos, valores e crenças. ⬗ Uma edificação era erigida com finalidade. Uma estátua ou pintura também tinha uma função, utilidade. Tudo tinha um propósito e não destinadas a contemplação. PALEOLÍTICO ⬗ Paleolítico: Naturalismo (natureza representada como ela é captada) ⬗ Armas e instrumentos “lascados”, ou seja, produzidos de modo a adquirir bordas cortantes. ⬗ Primeiras expressões de arte eram muito simples: traços nas paredes das cavernas ou mãos em negativo, desenvolvendo-se a desenhos e pinturas de animais. Manifestações artísticas: pinturas rupestres, figura entalhadas em pedra, modelagem em barro. ⬗ Poder das imagens M ão s e m n eg at iv o. C av er na d e G ar ga s – Fr an ça D at aç ão ap ro xi m ad a d e 2 7. 00 0 A .C . Pi nt ur a r up es tre n a G ru ta d e A lta m ira , n o m un ic íp io d e Sa nt ill an a d el M ar , n a E sp an ha Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria e datação aprox. de 24.000 anos ⬗ Esculturas: predomínio de figuras femininas ⬗ Sociedade de homens caçadores (caça e pesca) e coletores (frutos, grãos e raízes) – subsistência ⬗ Instrumentos: madeira, osso e pedra. ⬗ Descoberta do fogo: triunfo do homem sobre o meio ambiente (frio, animais e fome) ⬗ Início da organização social para garantir a sobrevivência: cooperação e organização social – eficiência de uma caçada. ⬗ Comunidades nômades que acabaram evoluindo para sedentárias com as conquistas sobre a natureza. Vênus de Dolní Vestonice ARQUITETURA ⬗ Ocupação das cavernas – refúgios em abrigos naturais: aberturas em rochas, cavernas e grutas. Transformação dos elementos da natureza a serviço das necessidades humanas ⬗ Primeiras cabanas : Amata França - Estruturada por ossadas ou toras de árvores. - Revestidas com peles de animais. - Fogueira central. - Furo central no teto para exaustão da fumaça. Representação de uma cabana em Amata, datação de 400.000 a.C. NEOLÍTICO ⬗ Armas e instrumentos com pedras polidas por atrito, tornando-as mais afiadas. ⬗ Revolução Neolítica: domesticação de animais e início da agricultura, que leva ao sedentarismo e rápido aumento populacional, gerando os primeiros núcleos familiares. ⬗ Constrói as primeiras moradias (madeira, adobe e pedra) – aldeias; trabalho com metais, cerâmica e tecelagem. ⬗ Pinturas rupestres: ser humano passa a ser representado em suas atividades cotidianas e coletivas, há o desafio de sugerir o movimento. ⬗ Surgimento da primeira forma de escrita: escrita pictográfica Pintura rupestre nas cavernas de Tassili n’Ajjer, Argéliav ARQUITETURA Nuragues: ⬗ Edificações em pedra, sem nenhuma argamassa e em forma de cone truncado. Nuragues. Aldeia de Barumini, na Sardenha. Çatalhüyük, Anatólia – Turquia Um dos primeiros assentamentos, e não possuía ruas e calçadas. As casas aglomeradas no entorno de pátios, com circulação e entrada para as moradias pelos terraços. Jericó, antiga cidade da Judéia, e próxima a Jerusalém. É um oásis natural no deserto: atrativo populacional que ainda serve a população atual. Primeiras casas circulares com teto abobadado, e posteriormente casas retangulares com tijolos de barro. Cidade amuralhada. IDADE DOS METAIS ⬗ Artista desenvolve o trabalho com o metal e as esculturas servem de documento dos costumes do período. ⬗ Domínio de técnicas de fundição: permite a criação de instrumentos agrícolas mais eficientes. A disputa pelas terras, leva a conflitos e ao desenvolvimento de armas de metal. ARQUITETURA ⬗ Emprego de blocos de pedra na alvenaria ⬗ Alvenaria de adobe (barro cru) ⬗ Coberturas de palha, ramagens e barro sobre armação simples de madeira ⬗ Traçado irregular para adaptar-se a topografia do terreno Escultura neolítica em bronze, encontrada na Sardenha. Museu Pigotini, Roma MENIR: monumento representado por um monólito cravado verticalmente no solo. CROMELEQUE: conjunto de menires alinhados. DÓLMEN: monumento megalítico representada por blocos verticais, coberto por bloco horizontal. São câmaras funerárias coletivas. CROMELEQUE TRILÍTICO: duas ou mais pedras fincadas verticalmente no chão, com uma grande pedra colocada horizontalmente sobre elas. CIDADES ⬗ A cidade nasce da aldeia e se forma, quando determinados serviços já não são executados pelas pessoas que cultivam a terra. ⬗ Contraste entre dois grupos sociais: dominantes (detentores da produção agrícola) e subalternos. ⬗ A especialização dos serviços leva a evolução da cidade. ⬗ Algumas sociedades neolíticas já conhecem: os cereais cultiváveis, o trabalho dos metais, a roda, o carro puxado pelos bois, o burro de carga, as embarcações a remo ou a vela. Com um trabalho organizado em comum, conseguem produzir recursos abundantes e evoluir continuamente seu domínio técnico e militar da cidade sobre o campo. MESOPOTâMIA 13 ⬗ A pintura era quase inexistente. Há a presença de relevos nas pedras representando mitos, amuletos, pessoas comuns, cenas cotidianas e animais. ⬗ Escrita cuneiforme. ⬗ As casas se desenvolviam em torno de um pátio central retangular. ⬗ Cidades muradas. ⬗ Zigurate: construção piramidal com degraus e base quadrada ou retangular. É composto de vários pisos sobrepostos, formados por sucessivos andares, cada um menor que o anterior. Era a morada dos deuses ⬗ Materiais e elementos construtivos: - Barro: matéria prima principal da arquitetura da Mesopotâmia, poderia dar origem ao tijolo seco ao sol (adobe), ou cozido, que era mais raro devido a escassez de madeira na região. - Pedra: embora a pedra não tenha sido amplamente usada, existiam algumas pedreiras de calcário na região. Foram usados o diorito, o basalto, alabastro e granito. O giz natural e o lápis-lazúli eram usados nas decorações dos templos, esculturas e joias. - Madeira: a madeira mais abundante na região era pouco resistente, o tronco da palmeira e algum salgueiro. Os sumérios buscavam o cedro nas longínquas florestas do Líbano, Já o ébano era uma madeira nobre usada para esculpir estátuas. - Betume: jorra naturalmente da terra e era recolhido e usado como argamassa de impermeabilização dos tijolos. EGITO 16 “O Egito é uma dádiva do Nilo” Heródoto 17 • Às margens do Rio Nilo • Tudo no Egito era orientado pela religião ⬗ Antigo Império (3100 a.C. a 2040 a.C.) –construções das grandes pirâmides. Os faraós não tinham controle entre todos os nobres. ⬗ Médio Império (2040 a.C. a 1640 a.C.) – os faraós restauraram o poder. Povo egípcio é invadido pelos hicsos (civilização semita de origem asiática ). ⬗ Novo Império (1550 a.C. a 1070 a.C.) – os hicsos foram expulsos do Egito. O costume de levantar pirâmides tinha sido abandonado, mas permanece a grandiosidade dos monumentos. ⬗ Para os egípcios, eram as práticas rituais que asseguravam a felicidade nesta vida e a existência após a morte. A religião, portanto, permeava toda a vida egípcia: Interpretando o Universo; Justificando a organização social e política; Determinado o papel das classes sociais; Orientando toda a produção artística. ⬗ A arte: obedecia a uma série de padrões e regras,o que limitava a criatividade ou imaginação pessoal do artista. Assim, o artista egípcio criou uma arte anônima, pois a obra deveria revelar perfeito domínio das técnicas de execução, e não o estilo de quem a executava. ⬗ Entre as regras seguidas na pintura e nos baixos-relevos, destaca-se a lei da frontalidade, na qual o tronco das figuras representado de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés vistos de perfil. Tumba de Tutankamon ⬗ Na pintura do Novo Império: abandona a rigidez de postura das figuras, elas parecem ganhar movimento. ⬗ Data também dessa época a utilização dos hieróglifos como elemento estético e que passaram a fazer parte da ornamentação das obras arquitetônicas Nebamun, Hatshepsut e a filha dos dois Templo de Abu-Simbell ⬗ O simbolismo da relação entre o poente e o nascente do sol é primordial para compreendermos as formas de implantação das cidades e construções egípcias. OESTE = POENTE = MORTE Lugar de morada dos mortos (necrópoles) LESTE = NASCENTE = VIDA Lugar de morada dos vivos (templos) Tipos de simetria: ⬗ Simetria axial ou bilateral: resulta do uso vertical como princípio de organização. ⬗ Simetria translativa ou série: resulta da repetição rítmica das formas (remonta à pré-história) criando ordem compositiva. Os conceitos geométricos da arquitetura egípcia exemplificados na seção longitudinal e na planta do templo de Consu, em Carnac. Simetria axial e em série. 23 ⬗ A cidade divina é construída de pedra, para permanecer imutável no curso do tempo; é povoada de formas geométricas simples: prismas, pirâmides, obeliscos ou estátuas gigantescas como a grande esfinge, que não observam proporção com as medidas do homem e se aproximam, pela grandeza, dos elementos da paisagem natural. É habitada pelos mortos, que repousam cercados de todo o necessário para a vida eterna, mas é feita para ser vista de longe, como o fundo sempre presente na cidade dos vivos. A cidade divina é uma cópia fiel da cidade humana, onde todas as personagens e os objetos da vida cotidiana são reproduzidos e mantidos imutáveis. ⬗ Já a cidade dos vivos é construída de tijolos, inclusive os palácios dos faraós no poder. ⬗ A arquitetura egípcia é composta por monumentos funerários, religiosos e lugares destinados para a moradia. ⬗ Suas principais características são: - Dimensões grandiosas / monumentalidade; - Simplicidade nas formas; - Aspecto maciço e pesado; - Arquitrave (lintel ou viga que repousa sobre os capiteis das colunas); - Teto abobadado (convexo, encurvado - não usavam arco) - Policromia (muitas cores) - Uso inicial da madeira, adobe e ladrilho. ⬗ Os monumentos funerários podem ser divididos em: mastabas, pirâmides e hipogeus. ⬗ Em relação as habitações, essas se diferenciam em: residência para a população agrícola e residência para população de pastores e caçadores. ⬗ A população agrícola, sedentária, precisava de uma habitação mais sólida, estável e protegida contra as inundações. Já a população de pastores e caçadores, nômade, necessitava de um programa mínimo e tinha sua estrutura móvel e feita com troncos, ossos e peles de animais. ⬗ A Vila de Deir el-Médina, vila operária, é uma das mais conhecidas e estava destinada para moradia dos artesãos e construtores designados para edificar as tumbas reais durante o Novo Império. ⬗ A vila tinha uma rua principal, e cerca de 70 moradias dentro das muralhas. As casas possuíam uma sala de recepção, uma segunda sala de estar, quarto e cozinha com adega e escadas, além de um terraço para dormir. ⬗ Mastabas: túmulo egípcio. A palavra mastaba provém do termo árabe maabba, que significa “banco”, pois à distância esse tipo de túmulo lembra um banco de pedra ou lama. As mastabas podiam ser construídas com pedra calcária ou tijolo de barro (adobe). ⬗ A câmara mortuária, em geral, localizava-se bem abaixo da base, ligando-se a ela por uma passagem em forma de poço. Suas paredes se erguiam em talude e o teto era ligeiramente abobadado. O interior era decorado com mármores, baixos-relevos e pinturas que faziam referência a cenas de vida eterna. ⬗ Imhotep construiu a pirâmide escalonada de Saqqara a partir de uma mastaba retangular com câmara subterrânea e em blocos de adobe. Progressivamente foi aumentando o templo à medida que o fazia, entendeu que seria melhor fazê-lo em blocos de pedra. ⬗ A pirâmide de Saqqara tinha quase 100 metros de base por 60 de altura, e suas fazes em conformadas como triângulos isósceles. Com a pirâmide de Zoser nasce o período da história egípcia conhecido como a “etapa das pirâmides”, e que finaliza com a invasão dos hicsos. ⬗ A pirâmide de Meidum ou Falsa Pirâmide se encontra em El Fayum e foi construída como escalonada e revestida com pedra calcária. Essa é a primeira pirâmide de faces lisas e foi iniciada pelo último faraó da III dinastia, e acrescida por Sneferu. A pirâmide media 147 metros de base e 93,5 de altura, atualmente com 65 metros de altura. ⬗ As pirâmides representam o apogeu plástico da expressão arquitetônica egípcia atingida no Antigo Império. A pirâmide curvada de Sneferu, faraó da IV dinastia, mede cerca de 190 de base por 102 de altura. Ela tem este nome por ter suas faces quebradas em dois ângulos, o plano mais baixo possui inclinação de 52º e o superior de 42º. ⬗ A pirâmide vermelha é a maior das três pirâmides localizadas no complexo funerário de Dashur, e a terceira maior do Egito. Acredita-se que foi a primeira verdadeira pirâmide com os lados lisos. Foi construída durante o reinado do faraó Sneferu, e alguns sugerem ter sido local de seu descanso final. ⬗ As obras arquitetônicas mais famosas, são as pirâmides do deserto de Gizé, construídas por ordem de três importantes faraós do Antigo Império: Quéops (a maior), Quéfren e Miquerinos. Todas as pirâmides estão orientadas segundo os pontos cardeais. TEMPLO ⬗ Os templos determinam duas constantes fundamentais: a simetria axial e o sistema de pórtico (pilares e vigas). Templo de Amon em Luxor ⬗ O templo funerário chamado Hipogeu é uma câmara funerária escavada, com a fachada esculpida diretamente na montanha. O Templo Hipogeu de Abu Simbel é um templo construído pelo faraó Ramsés II (XIX disnastia), dedicados ao seu culto como deus e de sua esposa Néfertari. ⬗ Os templos hipogeus de Mentuhotep I e o Templo de Hatshepsout, foram planejados pelo arquiteto Senmut, e construídos em pedra, estão situados no Vale dos Reis. A característica compositiva principal do hipogeu é a linearidade da planta que expressa uma edificação que se desenvolve através da simetria axial e em série. ⬗ As formas das composições estruturais no Egito basearam-se nos recursos naturais do país. As hastes dos papiros foram amarradas para fazer os primeiros suportes (colunas), e os muros foram coroados com palmas e com flores de lótus (capitéis - parte superior, remate de uma coluna, que pode ser decorada ou simples). Essas formas foram transladadas para a construção. ⬗ Arquitrave: trave horizontal que se apoia em duas (trilítico) ou mais colunas. ⬗ Fuste: é a parte da coluna entre o capitel e a base, ou seja, é o próprio apoio. Pode ser monolítico ou constituído por diversas pedras chamadas tambores. ⬗ Base: é o ponto de ligação do fuste com o pedestal ou pavimento do edifício. Surge inicialmente como uma simples placa de pedra, consequência da necessidade de evitar que a umidade do chão danificasse as primeiras colunas de madeira. ⬗ Ábaco: significa prancha. Em arquitetura, refere-se ao elemento sobre o capitel de uma coluna onde apoia a arquitrave ou de onde parte um arco. Este elemento é geralmente achatado e mais largo que o capital, pois a sua função principal é servir de base de apoio ao peso exercido pelo elemento superior. ⬗ Capitel: faz a união entre o elemento vertical (fuste) e horizontal (arquitrave) de características estáticas muito diferentes. Assim, o capitel não só soluciona problemas técnicoscomo assume, acima de tudo, papel estético, sendo normalmente a parte mais trabalhada da coluna, a parte mais característica de uma dada ordem ou estilo. GRÉCIA 46 CIVILIZAÇÃO MINÓICA ⬗ Por volta de 2.500 a.C. a ilha de Creta já possuía cidades com construções de pedra e tijolo. ⬗ Elaborada produção de joias e outros objetos de metal. ⬗ Os cretenses contavam com uma desenvolvida marinha mercante, o que lhes permitiu dominar o comércio no Mediterrâneo e entrar em contato com diferentes povos, como os mesopotâmicos e os egípcios. A prosperidade daí resultante traduziu-se em grande desenvolvimento urbanístico. ⬗ A cultura egéia tem início na ilha de Creta. ⬗ Sociedade independente e pacífica, dotada de apurado sentido estético. ⬗ A arquitetura centra-se nos palácios e não nos túmulos e templos. PALÁCIOS ⬗ Grandes estruturas arquitetônicas. ⬗ Formavam um conjunto orgânico que integrava funções religiosas, econômicas e políticas. Eram compostos por armazéns, escritórios e pequenas capelas. Seriam moradas régias e centros administrativos e comerciais. ⬗ Planta em torno de um pátio central com a agregação de sucessivos espaços. ⬗ Materiais usados: tijolo e madeira. ⬗ Elementos arquitetônicos: colunas de madeira com forma cônica. PALÁCIO DE CNOSSOS ⬗ Data de 1.700 a 1.500 a.C. ⬗ Planta arquitetônica evoluída em torno de um pátio central dispondo muitas salas, algumas delas agrupadas de forma que uma conduza à outra, segundo uma ordem bem planejada. Palácio de Cnossos Palácio de Cnossos Palácio de Cnossos ⬗ O Palácio de Cnossos foi erguido sobre as ruina de outro palácio, destruído cerca de 1.700 a.C. ⬗ Dentre os espaços dispostos em torno do pátio central, temos: santuários, armazéns, oficinas, aposentos e adegas. ⬗ Não houve preocupação de uma unidade monumental, resultou de sucessivas ampliações, de um crescimento gradual, orgânico e espontâneo. ⬗ A sua concepção de espaços é orientada para o bem estar, como o aproveitamento da luz natural e enriquecida por uma requintada decoração de afrescos. ⬗ Colunas de madeira com fuste liso e estreito na parte inferior. ⬗ Capitel arredondado e achatado. ⬗ Ábaco quadrado PINTURA ⬗ Ela mostra menos rigidez e imobilidade que a pintura egípcia. ⬗ Há preocupação no efeito causado pela combinação das cores: utilizava cores vivas e contrastantes, com tons de vermelho, azul e branco, bem como de marrom, amarelo e verde. ⬗ Preferência pelos movimentos à verdade anatômica, com tentativa de representação do esforço e da perspectiva. Damas de Cnossos, afresco no Palácio de Cnossos CIVILIZAÇÃO MICÊNICA ⬗ Foi um dos maiores centros da civilização grega e uma potência militar que dominou a maior parte do sul da Grécia. ⬗ A arquitetura de Micenas é muito diferente da Minóica: os palácios do continente eram fortalezas erigidas sobre colinas, rodeadas de muralhas defensivas, de enormes blocos de pedra. As colinas fortificadas eram rodeadas de pequenos povoados rurais, em contraste com a densa urbanização da costa. ⬗ Da arte que se desenvolveu na cidade de Micenas, merece destaque a arquitetura, que apresentou traços próprios. Um exemplo é a Tumba dos Átridas, ou Tesouro de Atreu. ⬗ A Tumba de Átridas: feita no interior de uma colina. ⬗ Um corredor conduz a uma sala circular coberta por uma grande cúpula de 14 metros de diâmetro e 13 metros de altura. A sala comunica-se com o compartimento retangular onde ficavam os restos mortais dos príncipes micênicos. ⬗ O aspecto mais interessante da construção é a cúpula, uma vez que, para sustenta-la, não foram usados arcos. As pedras foram dispostas horizontalmente, ficando cada bloco um pouco desalinhado em relação ao anterior, de modo a provocar um afunilamento até o encontro total das fileiras concêntricas de pedra. GRÉCIA Dos povos da antiguidade, os gregos apresentam a produção cultural mais livre ⬗ Do ponto de vista de sua produção artística, são relevantes os seguintes períodos históricos da Grécia antiga: - Período arcaico: da formação das cidades-Estados, em meados do século VII a.C. até a época das Guerras Greco-Pérsicas, no século V a.C. - Período clássico: das Guerras Greco- Pérsicas até o fim da Guerra do Peloponeso (século IV a.C.) - Período helenístico: do século IV a.C. até o século II a.C. A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA ⬗ Aproximadamente no final do século VII a.C., os gregos começaram a esculpir, em mármore, grandes figuras de homens. Era evidente nessas esculturas, a influência do Egito, não só como fonte inspiradora, mas também da própria técnica de esculpir grandes blocos. ⬗ Mas enquanto os egípcios procuravam fazer uma figura realista de um homem, o escultor grego acreditava que uma estátua que representasse um homem não deveria ser apenas semelhante a um homem, mas também um objeto belo em si mesmo. ⬗ O escultor grego do período arcaico, assim como o escultor egípcio, apreciava a simetria natural do corpo humano. Para deixar clara ao observar essa simetria, o artista esculpia figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado de kouros, palavra grega que significa homem jovem. Kouros, final do século VII a.C. – Metropolitan Museum of Art, Nova York ⬗ Na Grécia, os artistas não estavam submetidos a convenções rígidas, pois as estátuas não tinham uma função religiosa, como no Egito. Em vista disso, a escultura grega pôde evoluir livremente. Assim, o escultor grego começou a não se satisfazer mais com a postura rígida e forçada do kouros. ⬗ A estátua Efebo de Crítios, mostra alterações nesse aspecto: em vez de olhar para a frente, o modelo tem a cabeça ligeiramente voltada para o lado; em vez de apoiar-se igualmente sobre as duas pernas, o corpo descansa sobre uma delas, que assume o quadril desse lado um pouco mais alto.Efebo de Crítios, cerca de 480 a.C. – Museu da Acrópole, Atenas. ⬗ Nessa procura de superação da rigidez das estátuas, o mármore mostrou-se um material inadequado: era pesado demais e se quebrava sob seu próprio peso, quando determinadas partes do corpo não estavam apoiadas. Os braços estendidos de uma estátua, por exemplo, corriam sério risco de se quebrar. ⬗ A solução para esse problema foi trabalhar com um material mais resistente. Começaram então, no período clássico, a fazer em bronze, pois esse metal permitia ao artista criar figuras que expressassem melhor o movimento, como na estátua O Zeus de Artemísio, em que os braços e as pernas dessa estátua mostram uma atividade vigorosa. Seu tronco, porém, traduz imobilidade. Zeus de Artemísio, cerca de 470 a.C. – Museu Arqueológico Nacional, Atenas. ⬗ Já no período helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figuras apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Toro Farnese ARQUITETURA ⬗ As edificações que despertam maior interesse são os templos. Essas obras não foram construídas para reunir dentro delas um grupo de pessoas para o culto religioso, mas para proteger das chuvas ou do sol excessivo as escultura dos seus deuses e deusas. Parthenon ⬗ A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. ⬗ As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia. ⬗ Os principais monumentos da arquitetura grega são: - Templos: dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides, que homenageavam as mulheres de Cária. - Teatros: eram construídos em lugares abertos (encosta)e que compunham de três partes: 1. A skene ou cena, para os atores; 2. A konistra ou orquestra, para o coro; 3. O koilon ou arquibancada, para os espectadores. - Ginásios: edifícios destinados à cultura física. - Praça: ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles a filosofia. ⬗ A vida pública era polarizada entre as atividades culturais e esportivas. A primeira tratava da ciência e da filosofia, onde a política era uma consequência. As construções podiam ser de duas formas: com âmbito as atividades ao ar livre ou em recintos fechados. O uso de ambos os espaços era democrático. ⬗ Construções ao ar livre: teatro, estádio, ginásio – palestra. ⬗ Construções em recintos fechados: casa de cultura ou biblioteca, senado, hospital. ⬗ O teatro na Grécia Antiga teve suas origens ligadas a Dionísio, e durante as celebrações, que duravam seis dias, em honra ao deus e em meio a procissões e com o auxílio de fantasias e mascaras, eram entoados cantos líricos, que mais tarde evoluíram para a forma de representação plenamente cênica. ⬗ Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial na cidade de Atenas. Reconstrução do Teatro de Dionísio em Atenas ⬗ Os prédios teatrais gregos eram construções ao ar livre, formadas em encostas para facilitar o escalonamento das arquibancadas e aproveitar a acústica do vale. ⬗ O ginásio / palestra era um centro esportivo, cultura e social, composto por alojamentos ao redor de um grande pátio peristilo, no qual os atletas profissionais praticavam a luta livre ou boxe. ⬗ O homem é considerado como a medida de todas as coisas: antropometria Escala humana “O homem é a medida de todas as coisas; daquelas que são enquanto são e daquelas que não são enquanto não são” (Parmênides, século V a.C.) ⬗ Se o homem é a medida de todas as coisas, a escala humana determinará a proporção ou o cânone de beleza. ⬗ Ordem: regras objetivas que dispõem de maneira regular e perfeita as partes (escala e módulos), que concorrem para a composição de um conjunto belo (proporções estáticas). - Um conceito de categoria, de unidade, de razão e proporção - Um instrumento regulador da arquitetura - Um conjunto de regras, um sistema de controle que gera uma linguagem - Um sistema estrutural que organiza elementos arquitetônicos ⬗ Ordem Dórica: era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma ideia de solidez e imponência. Templo da Concórdia ⬗ Ordem Jônica: representava a graça e o feminismo. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilobata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher. Templo de Athena Nike ⬗ Ordem Coríntia: o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação. ⬗ Enquanto da dominação grega, a ordem coríntia foi pouco explorada, sendo tratada como uma derivação da ordem jônica plenamente em ascensão. ⬗ Foram os romanos que realmente a estabeleceram como ordem. Templo de Zeus ⬗ Por volta do ano 200 a.C., pode-se dizer que as casas erguidas nas modernas cidades e inspiradas nas mesmas levantas em Ur, na Mesopotâmia 2.000 anos antes, tornam-se a habitação tipo. Nela se inspiraria mais tarde a habitação romana. ⬗ A casa grega se desenvolve ao redor de um pátio quadrado ou ligeiramente retangular, circundado por colunas (pátio peristilo). POLIS ⬗ Origem: colina, onde se refugiavam os habitantes do campo para defender-se do inimigos. ⬗ Acrópole: cidade alta: onde ficam os templos dos deuses, e onde os habitantes da cidade ainda podem refugiar-se para um última defesa. ⬗ Astu: cidade baixa: onde se desenvolvem os comércios e as relações civis. ⬗ Ambas são partes de um único organismo, pois a comunidade citadina funciona como um todo único, qualquer que seja seu regime político. ⬗ Órgãos necessários para o funcionamento da polis: - Pritaneu: o lar comum, consagrado ao deus protetor da cidade. Compreende um altar com um fosso cheio de brasas, uma cozinha e uma ou mais salas de refeição. - Bulé: o conselho dos nobres ou dos funcionários que representam a assembleia dos cidadãos, e mandam seus representantes ao Pritaneu. - Ágora: assembleia dos cidadãos, que se reúnem para ouvir as decisões dos chefes ou para deliberar. O local de reuniões era usualmente a praça do mercado, que também se chama ágora. ⬗ A Ágora era, antes de tudo, um espaço aberto e definitivo como um cômodo externo, o verdadeiro centro civil da pólis, e para aonde se convergiam os cidadãos. ⬗ Como espaço urbano é um espaço flexível e irregular, cujos componentes podiam ser modificados constantemente. ⬗ Deste espaço se origina a praça. Atenas ⬗ A população (excluídos os escravos e os estrangeiros) é sempre reduzida, não só pela pobreza dos recursos mas por uma opção política: quando cresce além de certo limite, organiza-se um expedição para formar uma colônia longínqua. ⬗ Esta medida não é considerada um obstáculo, mas, antes, a condição necessária para uma organização suficientemente numerosa para formar um exército na guerra, mas não tanto que impeça o funcionamento da assembleia, isto é, que permita aos cidadãos conhecerem-se entre si e escolherem seus magistrados. ⬗ Os gregos têm consciência de sua comum civilização, porém não aspiram à unificação política, porque sua superioridade depende justamente do conceito da polis, onde se realiza a liberdade coletiva do corpo social (pode existir a liberdade individual, mas não é indispensável). ⬗ A cidade: - É um todo único, onde não existem zonas fechadas e independentes. Pode ser circundada por muros, mas não subdividida em recintos secundários. As casas de moradia são todas do mesmo tipo, e são diferentes pelo tamanho, não pela estrutura arquitetônica; são distribuídas livremente na cidade, e não formam bairros reservados a classes ou a estirpes diversas. - O espaço da cidade se divide em três zonas: as áreas privadas ocupadas pelas casas de moradia, as áreas sagradas (os recintos com os templos dos deuses), e as áreas públicas, destinadas às reuniões políticas, ao comércio, ao teatro, aos jogos desportivos... ⬗ A cidade: - Respeita as linhas gerais da paisagem natural, que em muitos pontos significativos é deixada intacta, interpreta-a e integra-a com as edificações arquitetônicas. - O organismo da cidade se desenvolve no tempo, mas alcança, de certo momento em diante, uma disposição estável, que é preferível não perturbar com modificações parciais. O crescimento da população não produz uma ampliação gradativa, mas a adição de um outro organismo equivalente ou mesmo maior que o primitivo (chama-se paleópole, a cidade velha; neápole, a cidade nova), ou então a partida de uma colônia para uma região longínqua. ROMA 87 ⬗ A formação cultural dos romanos foi influenciada principalmente por gregos e etruscos. ⬗ Embora tenhamos muita informação sobre os gregos, pouco sabemos sobre os etruscos, em parte pela dificuldade em decifrar sua escrita. Eles teriam vindo da Ásia e não chegaram a constituir um grande império, mas suas cidades tinham sistema de esgotos, aquedutos e ruas pavimentadas. Ocuparam Roma no século VI a.C. ⬗ A arte romana assimilou, da arte greco-helenística, a busca por expressar um ideal de beleza, e, da arte etrusca, mais popular, a preocupação em expressar a realidade vivida. ⬗ Podemos dividir a história desse período em três grandes períodos: Monárquico (753 a.C. - 509 a.C.), Republicano (509 a.C. -27 a.C.)e Imperial (27 a.C. - 476 d.C.). Em 395 d.C., o imperador Teodósio divide o Império em das partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. ARQUITETURA ⬗ Um dos legados mais importantes deixados pelos etruscos aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. Esses dois elementos arquitetônicos permitiram aos romanos criar amplos espaços internos, livres do excesso de colunas. ⬗ O arco foi uma conquista que permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra. ⬗ No final do século I d.C., Roma já havia superado as influências grega e etrusca e estava pronta para desenvolver criações artísticas independentes e originais. ⬗ A planta das casas romanas era rigorosamente e invariavelmente desenhada segundo um retângulo básico. ⬗ A porta de entrada, que ficava de um dos lados menores do retângulo, conduzia a um espaço central chamado átrio. O telhado do átrio possuía uma abertura retangular que permitia a entrada da luz, do ar e também da água da chuva, que era coletada no implúvio. ⬗ Os romanos costumavam erigir seus templos num plano mais elevado, de modo que a entrada só era alcançada por uma escadaria, construída diante da fachada principal. Esses elementos arquitetônicos – pórtico e escadaria – tornavam a fachada principal bem distinta das laterais e do fundo do edifício.Panteão ⬗ Nem todos os templos, porém, resultaram da soma da tradição romana com os ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar espaços interiores. Panteão ⬗ Graças ao uso de arcos e abóbadas, herdados dos etruscos, os romanos construíram edifícios – sobretudo anfiteatros – bastante amplos. Usando ordens de arcos sobrepostos, os construtores romanos obtiveram apoio para construir o local destinado ao público – o auditório. ⬗ Com essa solução arquitetônica não era mais necessário assentar o auditório nas encostas de colinas, como faziam os gregos. A primeira consequência disso foi a possibilidade de construir tais edifícios em qualquer lugar, com qualquer topografia. ⬗ O anfiteatro caracterizava-se por um espaço central elíptico, onde se dava o espetáculo e, circundando esse espaço, um auditório, composto de um grande número de filas de assentos que formavam uma arquibancada. Coliseu, Roma ⬗ A arte romana revela-nos um povo de grande espírito prático: por onde passou, estabeleceu colônias e construiu casas, templos, termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais. Uma das mais representativas obras da construção civil dos romanos é o aqueduto Le Pont du Gard, localizado na França. ⬗ A maior parte da pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio, em 79 d.C., e cujas ruínas foram descobertas no século XVIII. ⬗ Nos painéis podiam criar-se, por exemplo, a ilusão de janelas abertas, por onde se viam paisagens com animais, aves e pessoas; barrados sobre os quais aparecem figuras de pessoas sentadas ou em pé, formando grandes pinturas ou murais; ou, ainda, conjuntos que valorizavam a delicadeza dos pequenos detalhes Detalhe de cena em fundo preto da Casa dos Vettii ⬗ Os romanos são considerados verdadeiros mestres na arte do mosaico, cujos exemplos de maior valor artístico são também os que decoravam os edifícios de Pompéia. ⬗ Tanto na pintura como no mosaico, os artistas romanos, ora de maneira rústica mas alegre, ora de maneira segura e brilhante, souberam misturar realismo com imaginação, e suas obras ocuparam grandes espaços nas construções, complementando ricamente a arquitetura. Casa dos Vettii PERÍODO BIZANTINO 98 ARTE ⬗ A arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta e sagrada do imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções foi estabelecida, tal como ocorrera na arte egípcia. ⬗ Das convenções, temos a frontalidade, uma vez que a postura rígida da personagem leva o observador a uma atitude de respeito e veneração. ⬗ Além da frontalidade, outras regras minuciosas foram impostas aos artistas pelos sacerdotes, como a determinação do lugar de cada personagem sagrada na composição e a indicação de como deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as dobras das roupas e os símbolos. ⬗ Passou-se também a retratar as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se compartilhassem as mesmas características: assim, a representação de personalidades oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas.Mosaico - Imperador Justiniano ⬗ As personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das personalidades do Império. Jesus Cristo, por exemplo, aparecia como rei e Maria como rainha. Da mesma forma, situações típicas da corte eram transpostas para as representações dos santos. Mosaico – Procissão dos mártires ARQUITETURA ⬗ O caráter majestoso da arte bizantina pode ser observado também na arquitetura das igrejas. Um dos melhores exemplos é a Basílica de Santa Sofia. ⬗ A liberdade de culto concedida por Constantino no século IV aos cristãos teve profundas consequências. Antes disso, as catacumbas e algumas casas eram utilizadas para a realização das cerimônias. Mas era preciso criar um novo sistema arquitetural para celebrar a fé cristã, naquele momento oficialmente reconhecida. O próprio Imperador Constantino dedicou recursos à tarefa, e dentro de poucos anos foi erguido um espantoso número de grandes igrejas, não só em Roma, mas na terra santa e em Constantinopla. ⬗ A arquitetura cristã primitiva também apresenta outra característica de interesse: o contraste entre o exterior e o interior. O exterior é de tijolos simples, intencionalmente deixado sem ornatos, o oposto do templo clássico. O átrio foi destruído e a torre acrescentada na Idade Média. Mas o interior da Basílica dá lugar à maior riqueza, com mármores e mosaicos que “evocam o esplendor do reino de Deus”. ⬗ Desenvolvimento da engenharia e de técnicas construtivas inovadoras, principalmente nas Basílicas, que eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada com uso da cúpula. ⬗ Por meio de um sistema de arcos, foi possível utilizar a cúpula em plantas quadradas, algo até então inédito no mundo. Essa cobertura ficou conhecida como cúpula sobre pendentes. PERÍODO ROMÂNICO 105 ⬗ No século V, inicia-se a transição da vida social e econômica da cidade para o campo, desfavorecendo a evolução cultural que nesse período é quase inexistente. No século VII somente a Igreja continuava a contratar construtores, carpinteiros, marceneiros, pintores e outros profissionais. ⬗ No século VIII após a coroação de Carlos Magno há um imenso desenvolvimento cultural, além da união do poder real e do poder papal. Carlos Magno ARQUITETURA ROMÂNICA ⬗ O nome românico foi criado para designar as obras arquitetônicas dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura se assemelhava à das construções dos antigos romanos. Seus aspectos mais significativos são a utilização da abóbada, dos pilares maciços que a sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas. ⬗ O primeiro aspecto que chama a atenção nas igrejas românicas é o tamanho: elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas “fortaleza de Deus”. ⬗ As igrejas românicas podiam ser construídas com abóbadas de dois tipos: a abóbada de berço e a abóbada de arestas. ⬗ A abobada de berço era simples: consistia num semicírculo – o arco pleno – ampliado lateralmente pelas paredes. Apresentava duas desvantagens: o excesso de peso do teto de alvenaria, que podia provocar sérios desabamentos, e a reduzida luminosidade interna, resultante das janelas estreitas. ⬗ A abóbada de arestas consistia na intersecção, em ângulo reto, de duas abóbadasde berço apoiadas sobre pilares. Com isso, obtinha-se certa leveza e maior iluminação interna. ⬗ Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou transmitir aos fiéis valores religiosos. ⬗ Um lugar muito usado para isso era o portal, na entrada do templo. No portal das igrejas românicas, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano: a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Encontra-se ainda em Saint-Pierre um dos mais bonitos portais românicos, com um belíssimo tímpano e uma pilastra central chamada treno, que divide a abertura da porta em duas partes iguais. PINTURA ROMÂNICA ⬗ Os pintores românicos caracterizavam-se não como criadores de telas de pequenas proporções, mas como verdadeiros muralistas. Assim, a pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, favorecidas pelas formas arquitetônicas: as abóbadas e as paredes laterais com poucas aberturas criavam grandes superfícies. Na pintura mural era utilizada a técnica do afresco. ⬗ Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. A pintura românica praticamente não registrou assuntos profanos. Para as igrejas e os mosteiros, geralmente eram escolhidos temas como a criação do mundo e do ser humano, o pecado original, a arca de Noé, os símbolos dos evangelistas e Cristo em majestade. ⬗ O mural, Cristo em majestade, tem no centro a figura de Jesus Cristo, cercado de anjos. Ele expressa bem as duas características essenciais da pintura românica: a deformação e o colorismo. ⬗ A deformação, na verdade, traduzia os sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da realidade. ⬗ O colorismo traduziu-se no emprego de cores chapadas, uniformes, sem preocupação com meios- tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. CIDADES MEDIEVAIS 112 ⬗ A diferença entre as comunidades urbanas e rurais tornam-se cada vez menores, com as cidades cada vez mais pobres e as aldeias desenvolvendo de modo semelhante as cidades, nos topos de colinas. Tanto na cidade quanto na aldeia rural há escassez dos meios de produção e falta de técnicos especialistas para um desenho urbano organizado e planejado. ⬗ As cidades medievais apresentam uma variedade extraordinária. Mas ainda que cada uma possua fisionomia e caráter próprios, podem se agrupar conforme certos tipos gerais. Em primeiro lugar, e em função de sua origem, diferenciaremos as cidades de fundação nova das cidades de base histórica. ⬗ As aldeias rurais seguem, com indiferença as formas irregulares do terreno e as formas regulares dos manufaturados romanos; enfim, apagam toda diferença entre natureza e geometria, isto é, deformam com pequenas irregularidades as linhas precisas dos monumentos e das estradas antigas e simplificam as formas imprecisas da paisagem, marcando as linhas dos dorsos montanhosos, das enseadas e dos cursos de água. ⬗ A origem de todas as cidades de fundação nova se vincula diretamente ao renascer comercial, assumindo as infraestruturas da nova economia de intercâmbio mercantil ou cultural como diretrizes para seu desenvolvimento urbano: as cidades comerciais e universitárias, das quais Paris é um exemplo. ⬗ No final do século X há um surto populacional levando ao aumento da produção agrícola, da indústria e do comércio. O DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES-ESTADO ⬗ Parte da população que não encontra trabalho nos campos volta a habitar as cidades fortificadas, os burgos. Entretanto, por serem pequenas e sem possibilidade de expansão dentro das muralhas, as cidades crescem então, externamente formando os subúrbios que em pouco tempo tornam-se maiores que o núcleo original, havendo necessidade de construção de uma nova muralha. Esse processo ocorre sempre que necessário. ⬗ A cidade-Estado medieval depende do campo para o abastecimento de viveres, e controla de fato um território mais ou menos grande; mas, diferentemente da cidade grega, não concede paridade de direitos aos habitantes dos campos. Permanece uma “cidade fechada”, suas relações econômicas e politicas podem ser estendidas à escala nacional ou mundial mas sua politica permanece guiada pelos interesses restritos da população urbana. A COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO AGRÍCOLA ⬗ O desenvolvimento das cidades leva a mudanças no campo, que aumentam a produção agrícola que entra em crise por basear-se numa economia autossuficiente. São criadas, portanto, novas cidades nos terrenos livres, voltadas para a produção agrícola e com organização semelhante das cidades-Estado. Também surgem na periferia do mundo europeu novas cidades, mas com motivos econômicos ou militares. ⬗ Em meados do século XIV há uma série de epidemias, como a grande peste, que levam ao declínio da atividade econômica e consequentemente a interrupção do desenvolvimento das cidades-Estado e da fundação de novas cidades. ⬗ Nas cidades medievais podem-se catalogar algumas características gerais e relacionar com as características políticas e econômicas. 1. As cidades medievais têm uma rede de ruas não menos irregular que a das cidades mulçumanas. Porém, as ruas são organizadas de modo a formar um espaço unitário, no qual sempre é possível orientar-se e ter uma ideia geral do bairro ou da cidade. As ruas não são todas iguais, mas existe uma gradação contínua de artérias principais e secundárias; as praças não são recintos independentes das ruas, mas largos ligados estreitamente às ruas que para elas convergem. Somente as ruas secundárias são simples passagens: todas as outras se prestam a vários usos: ao tráfego, à parada, ao comércio, às reuniões. As casas, quase sempre de muitos andares, se abrem para o espaço público e têm uma fachada que contribui para formar o ambiente da rua ou da praça. 2. Uma cidade bastante grande nunca tem um único centro: tem um centro religioso (com a catedral e o palácio episcopal), um centro civil (com o palácio municipal), um ou mais centros comerciais com as lojas e os palácios das associações mercantis. Estas zonas podem ser sobrepostas em parte, mas a contraposição entre o poder civil e religioso, que não existe na antiguidade, é sempre mais ou menos acentuada. 3. O centro da cidade é o local mais procurado; as classes mais abastadas moram no centro, as mais pobres na periferia; no centro se constroem algumas estruturas muito altas: a torre do palácio municipal o campanário ou os zimbórios de catedral, que assinalam o ponto culminante do perfil da cidade. 4. As cidades medievais que conhecemos receberam uma forma definitiva nos séculos seguintes, do século XV ao século XVIII, quando seu tamanho e sua aparelhagem já estavam estabilizados. ⬗ Para compreender a cidade antiga, é suficiente uma descrição completa de poucas cidades dominantes: Atenas, Roma e Constantinopla. Ao contrário, na Idade Média não existe nenhuma supercidade, mas um grande número de cidades médias, entre as quais uma dúzia nos séculos XIII e XIV alcançam mais ou menos o tamanho dos 300 aos 600 hectares de superfície e dos 50.000 aos 150.000 habitantes. Dentre essa cidades podemos citar: Veneza, Bruges, Bolonha, Nuremberg e Florença. PERÍODO GÓTICO 120 ⬗ Nos primórdios da Idade Média o centro da vida social estava no campo e o desenvolvimento intelectual e artístico ficava restrito aos mosteiros. ⬗ No século XII, teve início uma economia fundamentada no comércio. Como consequência, o centro da vida social deslocou-se do campo para as cidades e surgiu uma nova classe social: a burguesia urbana. A cidade voltou a ser o lugar onde as pessoas se encontravam e trocavam informações. Novamente, ela era o centro renovador dos conhecimentos, da arte e da própria organização social. ⬗ A partir do século XII há o crescimento da atividade comercial, iniciada com a venda de excedentes da produção rural. O desenvolvimento econômico faz surgir estabelecimentoscomerciais de outro tipo, intermediando a produção e o consumo, corporações de artesãos e instituições bancárias. ⬗ A arrecadação de impostos, por outro lado, enriquece a estrutura de governo e favorece a formação de estados unificados. O crescimento dessa nova economia, de tipo burguesa, tem impacto profundo sobre o sistema econômico feudal. ⬗ Quando a produção de excedentes passou a valer riqueza, são métodos de produção mais intensos e racionais, e fez-se de tudo para produzir mais do que as necessidades da casa. Produzir e vender passaram a ser atividades fundamentais. ⬗ No começo do século XII, a arte românica ainda era a predominante, mas já começavam a aparecer mudanças que conduziriam a uma profunda revolução na arquitetura, principalmente na arte de projetar e construir grandes edifícios. ⬗ Características gerais do estilo gótico: 1. Verticalismo 2. Arco quebrado ou ogival 3. Abóbada de arcos cruzados 4. Vitrais ⬗ Esquema simplificado: - Abóbada: teto - Pináculo: torre - Gárgula: parte externa da colha para escoar água. Geralmente decorada com seres monstruosos. - Clerestório: parte da parede da nave. - Trifório: galeria estreita que forma pequenas arcadas. - Nave: espaço destinado a acomodar fiéis. - Arcobotante: peças em forma de arco. - Contraforte: pilar que reforça a parede. ⬗ Enquanto que a fachada da igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais, que dão acesso às três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais. Catedral de Saint-Denis ⬗ Rosácea: vitral de igreja, característico do estilo gótico, cuja forma se assemelha à de uma flor. ⬗ A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico, presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. Catedral de Saint-Denis ⬗ O aspecto mais importante da arquitetura gótica, porém, é a abóbada de nervuras, que difere da abóbada de arestas da arquitetura românica pois deixa visíveis os arcos ogivais, que formam sua estrutura. ⬗ O emprego desse arco permitiu a construção de igrejas mais altas. Além disso, o desenho das ogivas, que se alonga e aponta para o alto, acentua a impressão de altura e verticalidade. Catedral de Notre-Dame em Amiens, França Abóbada de berço Abóbada de aresta Abóbada de ogiva ⬗ Abóbada de cruzamento de ogivas – deriva da abóbada de aresta e identifica-se facilmente pelos arcos ogivais. ⬗ A consequência estética mais importante da introdução dos pilares foi a substituição das sólidas paredes com janelas estreitas, do estilo românico, pela combinação de pequenas áreas de parede com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados, chamados vitrais. Catedral de Saint-Etienne de Bourges, França ⬗ Em 1160, inicia-se a construção da catedral de Notre- Dame de Paris, uma das maiores igrejas góticas do mundo, que introduziu um novo e importante recurso técnico: o arcobotante. ⬗ O arcobotante é uma peça em forma de arco que transmite a pressão de uma abóbada da parte superior de uma parede para os contrafortes externos. Isso possibilitou que as paredes laterais não tivessem mais a função de sustentar as abóbadas. Os edifícios góticos puderam, então, abusar do emprego das grandes aberturas, preenchidas com belíssimos vitrais. Catedral Notre-Dame de Paris, França ⬗ No século XIII, o estilo gótico já estava plenamente amadurecido e ricamente ornamentado por vitrais e esculturas. ⬗ Em 1194, a Catedral de Chartres foi quase totalmente destruída e na sua reconstrução, a parede interna foi dividida em três andares: arcada principal, trifório e clerestório. Catedral Notre-Dame de Chartres, França ESCULTURA ⬗ A escultura gótica estava associada à arquitetura. Nos tímpanos dos portais ou no interior das grandes igrejas, os trabalhos escultóricos enriqueciam as construções e documentavam, na pedra, os aspectos da vida humana mais valorizados na época. ⬗ O Cavaleiro revela vigor e equilíbrio na composição do volume do corpo do cavalo e do cavaleiro medieval. Cavaleiro – Catedral de Bamberg, Alemanha ⬗ A observação dos manuscritos ilustrados permite-nos chegar a duas conclusões: - Compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas. - Os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na composição de uma cena, que seu trabalho acabou influenciando as criações de alguns pintores. PINTURA ⬗ A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XIII, XIV e início do século XV, quando começou a ganhar novos aspectos que pronunciavam o Renascimento. Sua principal característica foi a procura do realismo na representação de figuras. ⬗ O trabalho de Cenni di Pepo, conhecido como Cimabue, ainda foi influenciado pelos ícones bizantinos, mas já apresentava uma nítida preocupação com o realismo ao representar a figura humana. Procurou, por meio da postura dos corpos e do drapeado das roupas, dar algum movimento às figuras de anjos e santos; entretanto, não chegou a realizar plenamente a ilusão da profundidade do espaço. A virgem e o menino rodeados por seis anjos - Cimabue ⬗ A principal característica da pintura de Giotto foi a identificação da figura dos santos com a de pessoas de aparência bastante comum. ⬗ Na pintura ao lado, é evidente o destaque dado a figura humana: São Joaquim e os pastores estão representados em tamanho maior que o das árvores e quase se igualam, em altura, às montanhas que compõem a paisagem. Retiro de São Joaquim entre os pastores - Giotto 137 ATIVIDADE RENASCIMENTO ⬗ Pesquisa sobre artista renascentista: biografia; referências históricas e estéticas; obras ⬗ Entrega e apresentação: 24/04 10. Donatello 11. Ticiano Vecellio 12. Caravaggio 13. Pieter Bruegel 14. Hans Holbein 15. Albrecht Dürer 16. Andrea de Verrocchio 17. Fra Angelico 18. Lorenzo Ghiberti 19. Paolo Uccello 1. Giotto di Bandone 2. Leonardo da Vinci 3. Sandro Botticelli 4. Massacio 5. Filippo Brunelleschi 6. Pierro Della Francesca 7. Hieronymus Bosch 8. Michelangelo Buonorroti 9. Rafael Sanzio
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