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Concordância Verbal e Nominal

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CONCORDÂNCIA VERBAL E CONCORDÂNCIA NOMINAL 
1. O QUE É CONCORDÂNCIA VERBAL? ...................................................................... 4 
2. REGRAS DA CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................. 5 
3. CASOS DE CONCORDÂNCIA QUE DEVEM SER OBSERVADOS ............................ 5 
4. CONCORDÂNCIA VERBAL EM CERTAS EXPRESSÕES ......................................... 7 
5. VERBOS IMPESSOAIS ............................................................................................. 8 
6. RELAÇÕES ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA ....................................................... 10 
7. O QUE É CONCORDÂNCIA NOMINAL?................................................................. 10 
8. REGRAS DA CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................ 12 
9. CLAREZA DA MENSAGEM E EUFONIA ................................................................ 13 
10. CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA .......................................................................... 16 
11. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 18 
 
 
 
6 
 
2 
 
 
 
3 
 
 
 
AULA 6 
 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
E CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
 
 
 
Reconhecer as principais regras de concordância verbal; 
Reconhecer as principais regras de concordância nominal; 
Compreender a importância da concordância verbal para o 
processo de ; 
Compreender a importância da concordância nominal para o 
processo de comunicação. 
 
4 
 
1. O QUE É CONCORDÂNCIA VERBAL? 
Na língua, a concordância se relaciona com a sintaxe (campo da gramática que estuda 
as relações estabelecidas entre as palavras). Assim, dizemos que a concordância é uma 
relação de harmonia entre elementos constituintes de um enunciado. No caso específico da 
concordância verbal, a harmonia se estabelece entre o sujeito e o verbo (NICOLA, 2014). 
Assim, na concordância verbal, há a flexão dos verbos (de pessoa e número) associada 
aos substantivos que estabelecem a relação. Por exemplo, em um enunciado em que o sujeito 
está na 3ª pessoa do singular, o verbo, que faz concordância com este nome, também deverá 
estar no singular (flexão de número) e na 3ª pessoa do discurso (NICOLA, 2014). 
EXEMPLIFICANDO 
 
Em “As batatas estão prontas”, temos um sujeito (batatas), assunto principal 
do enunciado, e um verbo (estão) que se refere ao sujeito. Considerando que 
“batatas” é um substantivo feminino no plural, e que corresponde à 3ª pessoa 
do discurso, o verbo “estão” faz, então, concordância em número e pessoa 
com o substantivo a quem se refere. 
A concordância verbal é um componente básico do princípio comunicativo; logo, 
entendê-lo, conhecer suas regras e aplicá-las tornará o ato de comunicação claro e adequado, 
qualquer que seja o contexto (BECHARA, 2015). 
 
Imagem 1: Compreender a concordância verbal é importante para um processo comunicativo eficiente0F1. 
 
 
1 Fonte: Disponível em: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/83a14cb90d5fbec0b721014660630c68.jpg>. Acesso em: 
23/03/2018. 
 
5 
 
Os ajustes do verbo, em relação ao sujeito, são indispensáveis quando estamos em 
uma situação formal e precisamos fazer o uso da variedade padrão da língua portuguesa. 
Agora que já sabemos o que é concordância verbal, vamos entender como são as 
regras de uso deste importante princípio. 
 
 
2. REGRAS DA CONCORDÂNCIA VERBAL 
A regra geral da concordância verbal aponta que o verbo deverá concordar com o 
núcleo do sujeito simples, em pessoa (1ª, 2ª e 3ª) e número (singular e plural). Por exemplo, 
em “Maria adquiriu o apartamento de seus sonhos”, “Maria” é o núcleo do sujeito simples 
(possui apenas uma palavra de importância) e, assim, o verbo deverá fazer a concordância 
com ele (PATROCÍNIO, 2011). 
Porém, existem alguns casos que tornam a questão da concordância mais complexa, 
e, por isso, devem ser reconhecidos para que possamos fazer o uso conforme a variedade 
padrão culta da língua. 
 
 
3. CASOS DE CONCORDÂNCIA QUE DEVEM SER OBSERVADOS 
 Verbo + pronome “se” 
Neste caso, há duas possibilidades de concordância verbal. Primeiro, o verbo seguido 
de partícula “se” pode indicar voz passiva sintética, ou seja, o sujeito sofre a ação verbal. Aqui, 
a concordância deverá ser realizada da seguinte maneira: quando o sujeito está no singular, 
o verbo fica no singular; quando o sujeito está no plural, o verbo também deverá flexionar 
para o plural. Veja: “Publicou-se a notícia”; “Publicaram-se as notícias”. 
A segunda possibilidade é quando temos o verbo + “se” indicando índice de 
indeterminação do sujeito. 
Observe: “Não se dispunha de informações atualizadas”. Neste caso, temos um verbo 
transitivo indireto, ou seja, um verbo que necessita de um complemento que venha 
 
6 
 
preposicionado (quem dispõe, dispõe de alguma coisa). Isto significa dizer que, na oração, há 
o que chamamos de objeto indireto (de informações atualizadas), porém não conseguimos 
identificar quem é, de fato, o sujeito. Logo, o “se” torna-se um índice de indeterminação de 
sujeito e, por isso, o verbo permanece no singular (BECHARA, 2015). 
FIQUE ATENTO 
 
A concordância do verbo + “se” (na voz passiva sintética) com o sujeito faz-
se pela regra geral, mesmo sendo um caso em que devemos prestar mais 
atenção. Então: sujeito no singular, verbo no singular; sujeito no plural, verbo 
no plural. 
A questão da concordância de verbo + “se” nem sempre é empregada de forma a contemplar 
as regras de concordância verbal. Muitas vezes, em placas de publicidade, encontramos 
“vende-se casas”. Trata-se, portanto, de uma incorreção gramatical, posto que deveríamos 
encontrar “vendem-se casas” (NICOLA, 2014). 
 
Imagem 2: Há casos em que a concordância não segue a regra geral1F2. 
 
 
 Verbo + pronomes relativos “que” e “quem” 
Em relação aos pronomes relativos “que” e “quem”, dá-se a seguinte situação: se o 
“que” estiver exercendo a função de sujeito da oração, como em “não fomos nós que 
tomamos o refrigerante”, o verbo concordará com o antecedente do pronome; porém, quando 
o sujeito for representado pelo pronome “quem”, o verbo deverá ficar na 3ª pessoa do singular. 
Veja: “Não fomos nós quem tomou o refrigerante”. 
 
2 Fonte: Disponível em: <http://www.novaconcursos.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/03/concordancia-verbal.jpg>. 
Acesso em: 23/03/2018. 
 
7 
 
 Nomes próprios 
Quando houver um nome próprio no plural, fazendo as vezes de núcleo do sujeito, a 
concordância deverá ser feita com o artigo que o precede. Veja: “Os Lençóis Maranhenses 
surpreenderam pelas belezas naturais”. Caso não haja artigo, o verbo ficará no singular. Ex.: 
“Canoas localiza-se em Porto Alegre” (NICOLA, 2014). 
Agora, conheceremos a relação de concordância em certas expressões. 
 
 
4. CONCORDÂNCIA VERBAL EM CERTAS EXPRESSÕES 
Expressões de uso corrente da língua causam dúvidas no momento em que aplicamos 
as regras de concordância verbal. Veja como fica a concordância verbal em certas 
expressões. 
 
 Expressões com “qual de nós”, “quais de vós”, “alguns de nós/vós” 
Na concordância verbal, em expressões com “qual de nós”, “quais de vós” e “alguns de 
nós/vós”, deve-se proceder da seguinte maneira: estando o pronome inicial no singular + 
“nós/vós”, o verbo segue para a 3ª pessoa do singular (“Qual de nós aceitará esse trabalho?”); 
se o pronome inicial estiver no plural + “nós/vós”, o verbo poderá concordar tanto com a 3ª 
pessoa do plural quanto com “nós/vós” (“Quais de nós conversaremos com a professora?” ou 
“Quais de nós conversarão com a professora?”). 
 
 Expressões partitivas 
Em expressões partitivas, como “maior parte de”, “uma porção” e “um grande número 
de”, seguidas de nome no plural,é possível fazer tanto a concordância no singular quanto no 
plural. Por exemplo, em “Um grande número de pessoas participou/participaram das 
manifestações populares em prol de melhorias sociais”, “participou” concorda com número e 
“participaram” concorda com a palavra “pessoas”. 
 
 
 
8 
 
 Expressões numéricas 
Quando as expressões são numéricas aproximativas, o verbo sempre deverá 
concordar com o numeral. Veja: “Mais de um paciente se irritou com o atraso do ônibus”; “Com 
a chuva, faltaram mais de 15 alunos”. 
FIQUE ATENTO 
 
Quando a expressão “mais de um” exprimir reciprocidade, o verbo deverá 
ficar, necessariamente, no plural. Veja: “Mais de um diretor se acusaram pela 
falência”. O mesmo critério deverá ser seguido quando esta expressão 
aparecer repetida. Por exemplo: “Mais de um sociólogo, mais de um 
economista defendem economia colaborativa”. 
 Expressões indicativas de percentagem 
Em expressões indicativas de percentagem, a concordância deverá ser feita no plural, 
sempre que apresentar mais de 1,999%. Veja: “10% das pessoas ficaram de fora da lista”. 
Há outros casos dos quais devemos ficar atentos. Continue acompanhando! 
 
 
5. VERBOS IMPESSOAIS 
Como vimos, há diferentes casos em que a concordância verbal não segue a regra 
geral. A concordância com os verbos “ser”, “fazer”, “haver” e “acontecer”, por exemplo, deve 
ser realizada com atenção, visto que, na maioria dos casos, estes verbos são aplicados de 
forma impessoal, ou seja, não apresentam um sujeito. 
Observe algumas situações de concordância com o verbo “ser”: 
 quando empregado na indicação de horas, faz concordância com o número a que 
se refere. Veja: “Quando saí era uma hora"; "Quando cheguei ao local indicado 
eram duas”; 
 quando o verbo se relaciona à data, preferencialmente, ele deverá concordar com 
a palavra “dia/dias”; 
 estando explícita ou não na oração. Veja: “Hoje é (dia) 6 de novembro”; “Hoje são 
6 (dias) de novembro”; 
 
9 
 
 já em expressões quantitativas, o verbo deverá ficar no singular. Veja: “Seis quilos 
de farinha é pouco para fazer o tanto de macarrão que desejas” (PATROCÍNIO, 
2011). 
Nas situações em que o verbo “ser” funciona como verbo de ligação, ou seja, 
estabelece um vínculo com o sujeito e o predicativo (característica atribuída ao sujeito), a 
concordância se faz dentro da regra geral. Veja: “Minha vida é uma aventura constante”; “Meus 
parentes eram de terra longínqua”. 
Além disso, o verbo “ser” também poderá estabelecer a concordância com elementos 
que se deseja realçar, como podemos ver em “As cheias do rio é o tormento de quem mora 
nas redondezas”. Neste caso, o verbo concordou com o predicativo, para enfatizar a ideia de 
“tormento”. 
Agora, perceba as situações especiais do verbo “fazer”: 
 quando empregado na indicação de tempo transcorrido, ou ainda por transcorrer, 
ficará sempre no singular. Veja: “Ontem, fez 20 anos que vivo aqui no Brasil”. 
 em construções de verbo “fazer” + verbo “dever”, a impessoalidade será 
transferida para o verbo “dever”, logo ele ficará no singular. Ex.: “Deve fazer umas 
três semanas que não faço nenhuma atividade física”. 
Já o verbo “haver”, no sentido de existir, deverá sempre ser empregado no singular. 
Por exemplo: “Há muitos afazeres nesta casa”. 
SAIBA MAIS 
 
A Revista Exame listou os cinquenta erros mais comuns de uso da língua 
portuguesa. Dentre eles estão os desvios relativos ao emprego da 
concordância verbal. Não saber usar tais regras pode comprometer – em 
muitos casos – o desempenho profissional. Leia sobre esse assunto 
acessando o site: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-50-erros-
de-portugues-mais-comuns-no-mundo-do-trabalho> 
A seguir, conheceremos outras situações especiais de concordância verbal. 
 
10 
 
6. RELAÇÕES ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA 
Quando o sujeito for composto, a concordância verbal preferencialmente deverá ser 
feita no plural. Veja: “João e Maria foram ao cinema”. Porém, em alguns casos, quando há o 
desejo de enfatizar elementos, o verbo ficará no singular, concordando com aquele que estiver 
mais próximo. Por exemplo: “A angústia, a inquietação e a tristeza faz parte do nosso 
crescimento pessoal”. 
Por fim, tome cuidado com a concordância ideológica (ou silepse), que se caracteriza 
pela falta de uniformidade entre as pessoas gramaticais (1ª, 2ª e 3ª) envolvidas no processo 
comunicativo. Veja: em “A turma ovacionaram o professor de pé”, a concordância foi realizada 
com a ideia de muitas pessoas compondo a turma (PATROCÍNIO,2011). 
SAIBA MAIS 
 
A concordância verbal é uma das maiores dificuldades no uso da língua 
portuguesa. Para aprofundar seus conhecimentos, leia “Concordância 
Verbal”, de Maria Aparecida Baccega. No livro, de forma bem didática, a 
autora traça uma série de exemplos práticos para uso e aplicação das regras 
da concordância verbal em nosso dia a dia. 
Como vimos, na concordância verbal, há exceções à regra geral, e, nestes casos, 
devemos ter um olhar no intuito de reconhecê-las e aplicá-las de maneira adequada às 
situações formais, que sempre nos exigem a utilização da norma culta. 
 
 
7. O QUE É CONCORDÂNCIA NOMINAL? 
Na língua portuguesa, há uma área específica que estuda a relação estabelecida entre 
as palavras: a sintaxe. Este componente é um dos pontos mais importantes do estudo da 
língua, pois aborda a relação de concordância que deve ser estabelecida entre os termos, ou 
seja, entre as palavras (NICOLA, 2014). 
Para entender a relação de concordância, ou o “princípio sintático de acordo com o 
qual toda palavra variável referente ao substantivo deve se flexionar (alterar a forma) para se 
adaptar a ele” (PATROCÍNIO, 2011, p. 572), observe o exemplo a seguir: 
 
11 
 
 Somente dois barquinhos pequenos abasteciam todas as comunidades de 
pescadores. 
A palavra “barquinhos” é um substantivo, que está sendo acompanhado por “dois” e 
“pequenos”. Como o substantivo está no plural, os termos que o acompanha também foram 
colocados no plural; além disso, como “barquinhos” pertence ao gênero masculino, o adjetivo 
“pequenos” também está no gênero masculino. 
No exemplo, verificamos a concordância nominal, que é a relação estabelecida entre 
um nome (o substantivo ou a palavra que tenha valor de substantivo) e as palavras a ele 
relacionadas, como os adjetivos, ou palavras que estiverem sendo empregadas com a mesma 
função, como alguns tipos de numerais, artigos e pronomes (NICOLA,2014). 
EXEMPLIFICANDO 
 
Veja: “Harry Potter é o livro mais conhecido de J.K. Rowling”. Neste caso, as 
palavras “o”,“livro” e “conhecido” mantêm uma relação de concordância entre 
elas. O termo “livro”, que é o substantivo pertencente ao gênero masculino, 
está sendo acompanhado pelo artigo (o), que também fica no masculino e no 
singular, para fazer concordância com o termo a que está se referindo. 
Ao fazermos a troca de um substantivo por outro, é preciso fazer a acomodação das 
demais palavras que o estão acompanhando. Veja: “O jornal mais vendido é o impresso” e “A 
revista mais vendida é a impressa”. Em ambos os casos, temos o particípio do verbo “vender” 
atuando como adjetivo, o que necessita ter a concordância devidamente acomodada. 
Assim, entendemos que a concordância nominal é um tipo de adaptação das palavras 
dentro da enunciação, ou seja, uma relação construída entre elas, para que o processo 
comunicativo fique sempre mais claro. Agora, que já sabemos o que é, de fato, a concordância 
nominal, vamos reconhecer quais são suas principais regras. 
 
12 
 
 
Imagem 3: A concordância nominal estabelece harmonia entre as palavras2F3. 
 
 
8. REGRAS DA CONCORDÂNCIA NOMINAL 
Na concordância nominal, a regra geral é que o adjetivo e as demais palavras que 
acompanham o substantivo (ou palavra que atue como substantivo, o que pode acontecer 
com um pronome) devem fazer concordância com ele em gênero (feminino/masculino) e 
número (singular/plural)(BECHARA, 2015). Veja: “Gritos estranhos vinham daquela casa”; “As 
reportagens das revistas eram muito boas”. Note que as palavras em destaque estão 
estabelecendo relação de concordância nominal, conforme a regra geral. 
 
Imagem 4: As palavras que se referem ao substantivo concordam em gênero e número com ele3F4. 
 
 
3 Fonte: Disponível em: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/15c18d86aa43be59eab9478c1351c074.jpg>. Acesso em: 
23/03/2018. 
4 Fonte: Disponível em: <https://portalsuaescola.com.br/wp-content/uploads/2017/09/palavra-dificeis-620x330.png>. Acesso 
em: 23/03/2018. 
 
13 
 
Embora haja uma regra geral de concordância nominal, há casos em que ela não será 
aplicada, especialmente quando houver dois substantivos a que o adjetivo se refira. Assim, é 
preciso avaliar com cuidado se, ao fazer a concordância nominal, não haverá dificuldade de 
interpretação da frase e a qual dos substantivos se deseja enfatizar. 
Note que a regra geral deve ser sempre aplicada para harmonizar os elementos de 
uma enunciação. Agora, vamos compreender quais são as demais regras e casos especiais 
da concordância nominal. 
 
 
9. CLAREZA DA MENSAGEM E EUFONIA 
A concordância nominal entre adjetivos e substantivos, em modo geral, é fácil. 
Dificuldades podem aparecer quando o adjetivo se relaciona com mais de um substantivo 
(BECHARA, 2015). Neste caso, duas medidas de estabelecimento de concordância devem ser 
tomadas: a primeira é a regra da clareza da mensagem que se deseja enunciar, evitando a 
ambiguidade (duplo sentido); a segunda é a regra da eufonia (som agradável), que atua na 
construção do texto. 
Nestas situações, é possível efetuar a concordância apenas de número, com o adjetivo 
no plural, ou concordando com o número do substantivo mais próximo. Veja: “Vendem-se 
câmeras e máquinas de lavar digitais”; ou “Vendem-se câmeras e máquina de lavar digital”. 
No segundo exemplo, percebemos a ambiguidade, pois poderá incorrer a dúvida: as câmeras 
e as máquinas de lavar são digitais, ou apenas a máquina de lavar é digital? 
Assim, para evitar este tipo de imprecisão, ou seja, dúvida em relação ao substantivo 
a que se quer referir, siga as regras a seguir: 
 quando os substantivos são do mesmo gênero, o adjetivo concorda com esse 
gênero. Ex.: O copo e o prato limpos; 
 quando os substantivos são de gêneros distintos, o adjetivo poderá ficar no 
masculino, ou concordar com o substantivo mais próximo. Ex.: O copo e a 
máquina limpos; O copo e a máquina limpa (BECHARA, 2015). 
 
 
 
14 
 
FIQUE ATENTO 
 
Alguns adjetivos não apresentam marca de gênero (feminino e masculino). 
Eles somente podem ser identificados pelo contexto, mais especificamente 
pelo próprio substantivo a que eles se referem. Veja: “Esse menino é muito 
inteligente/Essa menina é muito inteligente” ou “Os meninos são muito 
inteligentes/As meninas são muito inteligentes”. Neste caso, admitem 
apenas a concordância de número. 
 quando há o desejo de destacar um dos substantivos, realiza-se uma aproximação 
direta do adjetivo com este substantivo. Veja: “Comprou um velho tripé e uma 
máquina de lavar”; ou “Comprou uma máquina de lavar velha e um tripé”; 
 em casos de substantivos de números diferentes, o que deve ser feito é repetir o 
adjetivo. Ex.: “Comprou velhas máquinas de lavar e um tripé velho”; 
 em nomes próprios, quando há um adjetivo que se refira aos dois, o termo 
qualificador deverá ir para o plural. Ex.: “As doces Carolina e Nicolli” (PATROCÍNIO, 
2011). 
No caso da eufonia, em uma frase como “Passei nas primeiras e segunda fases do 
concurso”, a palavra “fases” exerce função de adjetivo, e, ao estabelecer a concordância com 
“primeira” e “segunda”, cria um “som agradável, o que não aconteceria se disséssemos “nas 
primeira e segunda fase”. Assim, dependendo da intenção do falante, as formas de obter a 
concordância nominal podem variar. Agora, vamos tratar de outros casos que também geram 
dúvidas quanto à concordância nominal. 
SAIBA MAIS 
 
Para aprofundar seu estudo, leia “Português com o professor Pasquale: 
concordância nominal", de Pasquale Cipro Neto. No livro, o autor traz 
exemplos práticos de como estabelecer corretamente a concordância 
nominal entre as palavras e ensina reconhecer quando não há a concordância 
adequada. 
Casos particulares 
Algumas expressões, ou mesmo adjetivos, exercem mais de uma função na língua, e, 
por isso, geram dúvidas no momento da realização da concordância nominal. Veja alguns 
casos particulares (PATROCÍNIO, 2011): 
 
15 
 
 expressões do tipo “é proibido”, “é necessário”, ou “é preciso” ficarão invariáveis 
caso o substantivo a que se referem tenha sentido genérico. Ex.: É proibido 
animais no recinto/É necessário arrolamento das provas ao caso/É preciso 
comprar os livros. Porém, caso haja determinantes, a expressão deverá fazer a 
concordância. Ex.: É proibida a passagem de pedestres. 
 
Imagem 5: A expressão “é proibido” fica invariável em substantivos genéricos4F5. 
 
Mais exemplos de casos particulares: 
 palavras como “caro”, “barato” e “só” podem funcionar tanto como advérbio, e, 
assim, serem invariáveis, quanto como adjetivo, neste caso, concordando com o 
substantivo a que se referem. Veja: em “Pagamos caro pelo material”, “Não 
custam barato estas joias” e “Eles só convidaram os amigos”, as palavras estão 
funcionando como advérbios, logo, são invariáveis. Agora, em “São caras as 
entradas para o espetáculo”, “Joias baratas não são joias” e “Muitos convivem sós 
no universo”, as palavras estão na função de adjetivo, concordando com o 
substantivo a que se referem; 
 palavras como “obrigado”, “incluso” e “anexo” exercem função de adjetivo, e, 
portanto, são variáveis. Assim, elas devem concordar com a palavra a que se 
referem. Ex.: A menina disse obrigada (porque menina é substantivo feminino); As 
multas estão inclusas no processo (porque multa é feminino); A cópia veio anexa 
ao contrato (porque cópia é substantivo feminino); 
 a expressão “em anexo” é uma locução adverbial, por isso é invariável. Veja: As 
certidões virão em anexo (a expressão se manteve no masculino). 
 
 
5 Fonte: Disponível em: https://madivorcemediators.com/wp-content/uploads/2017/09/things-mediation-is-NOT.jpg>. Acesso 
em: 23/03/2018. 
 
16 
 
EXEMPLO 
É muito comum, na comunicação interna de uma empresa, a troca de e-mails 
que apresentam desvios na escrita, especialmente no que tange à 
concordância nominal. Por exemplo, quando encontramos “segue anexo as 
solicitações”, deveríamos encontrar “seguem em anexo as solicitações”, ou, 
ainda, “seguem anexas as solicitações”. Em um caso como este, o emissor 
da mensagem transmite a impressão de que não sabe aplicar as regras de 
concordância nominal. Vale lembrar que, hoje, em muitos casos, um dos 
critérios de seleção no mercado de trabalho é o domínio da norma culta da 
língua portuguesa. 
 a palavra “meio”, quando faz a função de adjetivo, é variável, logo, deverá fazer 
concordância com a palavra a que se refere. Ex.: A criança comeu meio 
hambúrguer (ou seja, metade do hambúrguer); São seis e meia (metade de hora); 
 a palavra “bastante”, no sentido de “muito/muita/muitos/muitas”, também sofrerá 
variação. Ex.: Ocorreram bastantes visitas ao doente (muitas visitas ao doente) 
(BECHARA, 2015). 
A seguir, conheceremos outro caso particular: concordância ideológica. 
 
 
10. CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA 
A concordância ideológica, ou silepse, é o estabelecimento de concordância entre 
palavras, considerando as ideias que elas estão expressando, e não de suas formas 
gramaticais (PATROCINIO, 2011). Em outras palavras, na concordância ideológica, deixamos 
de lado a concordância gramatical e utilizamos a concordância mental. Assim, ela pode ser 
feita em: 
 gênero:em “Sua excelência (o presidente) está interessado em discutir novas 
medidas”, “excelência” é feminino, mas o adjetivo “interessado” está no 
masculino, concordando com a ideia de “presidente”; 
 número: em “Como vai a galera? Estão bem?”, “galera” é singular, mas a 
concordância é feita com a ideia de “todos”; 
 pessoa: em “Os patrocinadores estão afinados com o projeto. Temos orgulho 
disto”, houve a supressão do termo “nós”, mas a concordância foi realizada com 
a ideia expressa pelo pronome na 1ª pessoa do plural. 
 
17 
 
Atente para os casos em que os enunciados concordam com a palavra “cidade”, como 
em “Visitei a bela Recife”. Neste exemplo, há uma concordância com a palavra “cidade” que 
está subentendida na oração. 
SAIBA MAIS 
 
Leia a matéria publicada no site da Revista Exame e conheça uma dica para 
não errar na concordância nominal. Acesse o site: 
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/a-regra-para- nunca-mais-errar-
a-concordancia-nominal 
Como vimos, há uma regra geral e algumas particularidades na concordância nominal. 
Atente-se a elas, pois, assim, o processo comunicativo ficará mais fácil e claro. 
 
18 
 
11. REFERÊNCIAS 
ABRANTES, Talita. A regra para nunca mais errar a concordância nominal. EXAME.com, 2013. 
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/a-regra-para-nunca-mais-errar-a-
concordancia-nominal>. Acesso em: 3 jul. 2017. 
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CIPRO NETO, Pasquale. Português com o professor Pasquale: concordância nominal. v. 5. 
São Paulo: Publifolha, 2002. 
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PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do. Aprender e praticar gramática. São Paulo: FTD, 2011. 
 
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	1. O QUE É CONCORDÂNCIA VERBAL?
	2. REGRAS DA CONCORDÂNCIA VERBAL
	3. CASOS DE CONCORDÂNCIA QUE DEVEM SER OBSERVADOS
	4. CONCORDÂNCIA VERBAL EM CERTAS EXPRESSÕES
	5. VERBOS IMPESSOAIS
	6. RELAÇÕES ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA
	7. O QUE É CONCORDÂNCIA NOMINAL?
	8. REGRAS DA CONCORDÂNCIA NOMINAL
	9. CLAREZA DA MENSAGEM E EUFONIA
	10. CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA
	11. REFERÊNCIAS

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