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Aulas Completas: Prática de Apuração e Pesquisa - Antonio Russo

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3p Prática de Apuração e Pesquisa - Antonio Russo
1 Fundamentos
A apuração foi construída com a utilização das seguintes técnicas:
1 Entrevista jornalística
2 Pauta como condutora do trabalho do jornalista
3 Absorção de tecnologias nas rotinas
No jornalismo, construir sentido é uma forma de tornar algo mais 
objetivo e com menos incertezas (mais verdades).
Cabe ao jornalista:
Apurar cada contradição de suas fontes
Encontrar uma espécie de unidade entre elas
Testar todas as contradições das versões até não haver mais 
incongruências
Fazer a checagem das afirmações
Fase 1: Elaboração da Pauta
Pista inicial + Sondagem inicial + Preparação da pauta
(Pauta mais específico, tema é mais genérico)
Fase 2: Pré-Produção
Análise das fontes + Sequência de abordagem
Produtividade
Credibilidade
Ordenação
Fase 3: Produção
Confrontação de informações + Checagem
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1.
2.
Fase 4: Pós-Produção
Redação + Produção visual da reportagem + Reserva de documentação
• Nomes;
Informações;
Citações exatas;
Pesquisas;
Informação da abertura da matéria.
2 Pauta e fontes de informação
O planejamento se institucionalizou nos magazines, porque 
revistas não são obrigadas, por força de sua convenção natural, a 
cobrir todos os assuntos de sua área, selecionando os temas 
adequados à sua lógica de produção. A obrigação de selecionar algo 
mostra justamente o planejamento de uma edição.
A pauta passou a ser parte do processo de produção dos jornais 
brasileiros na década de 50, pela Última Hora e Diário Carioca. Em 
1960, o Jornal do Brasil elaborava uma pauta mais estruturado e 
completa, que entrou em desuso devido a cópia pelos jornais 
concorrentes e por expor a opinião dos editores.
O Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo (1997), um 
dos maiores jornais do país, a define conteúdo como:
Conjunto de assuntos que uma editoria está cobrindo para o jornal;
Série de indicações transmitidas ao repórter para servir de 
contexto e, principalmente, orientá-lo sobre os ângulos a serem 
explorados.
Na elaboração da pauta observamos:
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●
Qual o ângulo que o seu veículo está interessado em abordar?
Quanto deste tema a matéria pretende cobrir?
Quais recursos você tem para fazer o seu trabalho?
Quem seria importante ouvir para apurar essa pauta?
(Vídeo)
3 Elaboração da pauta
Critérios de Noticiabilidade
São o valores notícia. "O conjunto de valores-notícia que 
determinam se um acontecimento, ou assunto, é susceptível de se 
tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor de ser 
transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo “valor-
notícia."
- (TRAQUINA, 2008, p. 63)
A notícia será resultado dos filtros feitos pelo olhar do repórter, do 
editor e do veículo de comunicação.
Verdade x objetividade: antigamente, dizia-se que a verdade era 
como o reflexo do fato diante do espelho. No entanto, a interpretaçaõ 
ou subjetividade do olhar do repórter, trará a objetividade, o pedaço 
dessa verdade.
"a notícia é um recorte no espaço e no tempo em relação a 
processos sociais mais amplos, e os limites deste recorte são, em 
parte, estabelecidos por critérios de noticiabilidade". - (Franciscato, 
2000)
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Tipos de noticiabilidade: 
Inédito chamou atenção. 
Improbabilidade, o que saiu da rotina. 
Apelo é o que desperta a curiosidade. 
Empatia, identificação do público com o personagem. 
Conflito. 
Proeminência, importância da pessoa. 
Oportunidade, factual ou pauta quente.
Elementos da Construção da Pauta
Componentes: evento, hora, local, contatos para confirmação, 
recursos/equipamentos e aproveitamento editorial (tamanho e 
duração previstos);
Planejamento: suposições podem acabar mascarando a realidade, 
fazendo dela, em vez de um instrumento para verificar algo, um 
direcionamento a fim de comprovar uma ideia original. Caso isso se 
confirme, ela deve apontar suas causas, efeitos, decorrências, 
questões etc;
Deveres: oferecer informações, indicar fontes de pesquisas e 
avaliar o tempo de apuração.
Fontes de informações: são publicações e registros de meios de 
comunicação, press releases, relatos.
Busca da originalidade
Presley e o presidente Kennedy “Qual foi o sentimento ao perder o 
presidente em suas mãos?”.
Preconceito e pressuposto: temos que reconhece-los e nos despir 
deles. A falta de preparo também é algo que se deve observar 
(entrevistar um escritor e perguntar sobre o que se trata sua obra).
Linguagens e Plataformas
A pauta deve flutuar entre a orientação ao jornalista e um conjunto 
de informações que lhe servirão de auxílio.
A pauta de acordo com as mídias em que se veicula:
a)Mídia eletrônica, Barbeiro e Lima (2013) consideram que a pauta 
tem uma importância maior nela que nos demais veículos.
b) TV e portal, em ambos, é necessário se preocupar, desde o 
início, com a imagem. É dever de quem emite a pauta fazer a proposta 
de encaminhamento da matéria com informações complementares, 
como o tipo de imagem a fazer ou o encaminhamento a ser dado.
c) Rádio, é construído um resumo do assunto, com:
Questões que a reportagem pretende responder; Nomes; Cargos; 
Telefones; Endereços; Referências de fonte; Indicação do que já foi 
feito; Linha editorial ou recorte da pauta (se for necessário).
Notícia x Reportagem
Tudo que se produz no jornalismo, é dividido entre opinião e 
informação. A notícia evidencia o fato sendo este temporal e efêmero. 
O repórter não aparece no texto.
A reportagem é atemporal, ouvindo as pessoas que foram afetadas 
pelo fato, relatando desdobramento para elas, por isso, demanda mais 
tempo. Na superfície do texto veremos a presença do repórter, por 
conta de tempos verbais aplicados. Hersey, matéria “Hiroshima”, 1946.
A mídia eletrônica e o rádio possuem ênfase em notícia, devido à 
agilidade de informação que é demandada. A impressa, trabalha mais 
com a reportagem, já que a notícia foi veiculada em outros meios.
Ao começar seu empreendimento jornalístico, você, futuro 
jornalista, deverá pensar na pauta como um instrumento de apoio, não 
um empecilho a tomar mais tempo que a própria reportagem. Por outro 
lado, em uma realidade em que existe tanta informação, muitas vezes 
gerada por agentes sem nenhum filtro jornalístico, ela é uma ferramenta 
que contribui para assegurar um trabalho crível, técnico e transparente.
4 Tipos de Fontes
A partir da Segunda Guerra Mundial, com o aumento do número de 
assessorias de imprensa (inicialmente, parte integrante dos 
departamentos de relações públicas), o contato com pessoas 
entendidas como notáveis foi profissionalizado. A princípio, houve 
algum grau de desconforto com essa transformação, já que, para 
muitos, as assessorias limitavam o trabalho dos profissionais do 
jornalismo, gerando um tipo de barreira de acesso às fontes.
Assim, ficou mais clara a posição do repórter: apesar de sujeito aos 
contextos econômico e de poder, ele segue como um agente do 
público, diferentemente da forma que era exercido a priori, com 
jornalistas tendenciosos e recebendo pagamentos pela notícia favorável 
à empresa.
As assessorias de imprensa, não se limitam a buscar espaço em 
veículos tradicionais ou a atender jornalistas. Pelo contrário: seus 
serviços incluem a produção de conteúdo para um público específico 
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1.
2.
3.
4.
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por meio de redes sociais, revistas internas etc.
Fontes
Para avaliar um bom jornalista, é importante saber se ele repercute 
(algo que já foi veiculado) ou traz informações novas providas por 
fontes.
Mauro Wolf, Teorias da Comunicação, 2006, elenca fatores 
determinantes sobre a identidade das fontes:
Incentivos;
Poder da fonte;
Capacidade de fornecer informações críveis;
Proximidade social e geográfica em relação aos jornalistas, sendo 
esta a mais importante, segundo ele.
Como lembra Lage (2006), as fontes podem ser:
Confiáveis;
Pessoais;
Institucionais;
Documentais.
Classificações e Categorias das Fontes
Oficiais, instituições que preservam o poder;
Oficiosas, ligadasà entidade ou indivíduo, mas que não podem 
falar em seu nome. Chamadas informais ou sigilosas;
Independentes, sem relação ou interesse específico (ONGs);
Primárias, o próprio agente da informação;
Secundárias, especialistas e consultores;
De Categoria,
Representatividade;
Ação;
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Crédito;
Qualificação.
É preciso saber que nem mesmo os experts são neutros ou 
desprovidos de interesses. Por isso, sempre que possível, é importante 
ouvir mais de um especialista para:
Ampliar o espectro de avaliações técnicas e/ou científicas sobre o 
tema;
Aumentar a pluralidade de pontos de vista;
Franquear ao público acesso a um determinado recorte.
Classes de Fontes
Segundo o Manual de redação (2010) do jornal Folha de S. Paulo, há 
quatro classes de fontes, são elas:
Tipo ZERO, documentos, vídeos, arquivos e textos que precisam 
ser cruzados com outras fontes.
Tipo UM, possui um histórico de confiabilidade. Esta fonte tem 
algum conhecimento de causa, estando “próxima do fato que 
relata e não tem interesses imediatos na sua divulgação”. Segundo 
a qualificação, são fontes confiáveis.
Tipo DOIS, conta com os mesmos atributos do tipo um, embora 
não tenha o mesmo histórico de confiabilidade, obrigando o 
cruzamento de sua informação com a de (no mínimo) outra fonte. 
Fontes fidedignas.
Tipo TRÊS, é o de menor confiabilidade, tendo interesses 
econômicos. Fontes duvidosas.
Crédito
Trata-se da identificação da fonte. Ela pode falar ou fornecer 
informação, como se diz no jargão do jornalismo, em on ou em off, ou 
seja, revelando sua identidade ou expressando-se de forma extraoficial.
1.
2.
Uma identificação, dentro dos preceitos jornalísticos, deve conter 
nomes e cargos.
5 Relação com Fontes na Apuração
A ética das relações
Impacto de forças, a notícia é um processo de construção, ela 
passa pela repórter e os filtros dessa notícia, naturalmente 
influenciando a notícia, de acordo com a perspectiva do emissor e de 
cada emissor. Não há verdade absoluta ou uma fonte de verdades.
O profissional interlocutor de uma empresa ou instituição 
(assessores) deve tratar com responsabilidade e ética a informação 
proveniente do local onde atua, embora ele também acabe atuando 
como um divulgador que vende interna e externamente a imagem de 
onde atua.
Canalizar a informação para alcançar públicos e esclarecer temas;
Vender a entidade, oferecendo uma imagem positiva daquela 
organização.
Assessores de imprensa divulgam conteúdos em sites próprios, 
enquanto as organizações se comunicam por intermédio de redes 
sociais. Ainda há trabalhos ligados a uma marca: os chamados branded 
content. Isso significa que as relações dos jornalistas ficaram mais 
complexas, pois elas envolvem outros elementos.
Os tradicionais jornais, portais, rádios e TVs ainda concentram os 
espectros de percepção relativos à credibilidade.
–
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–
Sobre a demanda dos jornalistas por informação e dos assessores 
por visibilidade, há uma espécie de disputa em jogo. Enquanto estes 
tentam oferecer informações que explorem os ângulos desejados, 
aqueles procuram obter justamente as desejadas.
Riscos e problemas
Quando procuram as fontes, os jornalistas querem obter 
informações inéditas e confirmar ou desmentir informações.
Após observar o cotidiano dos jornalistas do New York Times por 
cerca de um ano, Robert Darnton (1990) notou que os repórteres 
tendem a adotar o ponto de vista das pessoas sobre as quais eles 
escrevem, se familiarizam.
Normalmente, as notícias externas veiculadas são oriundas de 
agências internacionais (Reuters) e essas, em sua maioria, são 
ocidentais. Ou seja, não há jornalistas brasileiros na Venezuela 
(comunista) e as notícias repassadas são de outros veículos 
(capitalistas) que estão no país. “Compramos e vendemos”, então, a 
visão que essa nação tem sobre o outro.
Construção da relação com a fonte:
Recursos técnicos, materiais e econômicos: mais tempo para um 
repórter conduzir uma apuração por permitindo o uso de carros, 
viagens, software e tecnologias, etc.
Tempo para apuração: em uma reportagem na qual o profissional 
conta com pouco ou nenhum tempo para fazer essa checagem, o 
poder da fonte sobre o conteúdo aumenta, já que sua fala terá 
menos filtros e acabará aparecendo sem o devido balanço feito 
pelo profissional.
Interesses e pressões dos grupos de comunicação e empresas e 
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anunciantes: defesas de causas específicas.
Humano, interesse e ética.
É comum encontrar, em textos jornalísticos, a repetição de fontes 
pelos seguintes motivos:
Facilidade;
Didatismo;
Capacidade;
Estrutura de divulgação;
Conhecimento temático por parte do jornalista.
Autoridade e produtividade
Ela é usada mais pelo que é do que propriamente pelo que sabe, já 
que grande parte do público crê na autoridade de sua posição.
Em uma pesquisa para a sua tese de doutorado, a jornalista Paula 
Puliti (2013, p. 31) apontou que "o noticiário econômico no Brasil é 
dominado pelo discurso das elites, que têm interesses diferentes dos 
da vasta maioria da população".
"o protagonismo no jornalismo ambiental, como de resto em 
qualquer campo do jornalismo, não se limita ao pesquisador ou ao 
cientista, mas inclui, obrigatoriamente, os que estão fora dos muros da 
academia, como o povo da floresta, o agricultor familiar, o cidadão da 
rua", Fonte: Bueno (2007, p. 37).
Como percebemos, as diferentes relações com as fontes acabam 
trazendo à tona aspectos éticos, sociais e políticos no jornalismo 
produzido.
1.
2.
3.
Ainda existem outros tipos de fontes, como documentos, 
arquivos e dados disponíveis, além das citadas assessorias de 
imprensa. O jornalista pode, a partir dos dados coletados com elas, 
gerar informações, solicitando comentários a serem usados com outras 
fontes e, dessa forma, acabando com a espontaneidade dos fatos.
Quando pede um comentário ou uma análise para gerar fatos, um 
jornalista, mais uma vez, se torna refém de figuras institucionais.
6 Informação exclusiva, furo e código de ética
Furo de reportagem
É o jargão usado para algo publicado em um veículo antes dos 
outros. Muitos furos do jornalismo diário estão ligados a crimes, 
fraudes, corrupção e outras atividades similares.
Os profissionais são pressionados por novos fatores:
Aumento do volume de trabalho;
Concentração de funções;
Necessidade do domínio de diferentes plataformas, tecnologias, 
linguagens e softwares.
"a chance de um furo de reportagem é reduzida nas redações 
multimídias por suas rotinas apressadas relegarem a um segundo plano 
o cultivo de fontes, algo que exige tempo, disponibilidade e contatos 
pessoais regulares." Bastos (2011)
Estabelece-se uma relação quase perversa entre a ideia de furo e a 
velocidade com que a própria informação circula. Com uma corrida 
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desenfreada pelo furo, cresce também, em muitos casos, a fragilidade 
dos conteúdos produzidos e, mais adiante, a credibilidade dos veículos 
e do jornalismo em si.
Código de ética
Oposição do código ao autoritarismo e à opressão;
Defesa dos princípios expressos na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos.
O jornalista não é obrigado a revelar a identidade da sua fonte, 
ainda que o material entregue por ela seja objeto de alguma 
irregularidade. Também não é possível, por via indireta, quebrar o 
sigilo telefônico do jornalista ou apreender seus instrumentos de 
trabalho.
Ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir 
sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de 
pessoas e instituições envolvidas.
Buscas de provas que sejam: Informações de interesse público; 
Trato com respeito das pessoas mencionadas; Clareza na 
informação sobre conteúdos publicitários ou pagos; Imagens que 
não alterem a realidade; Correção de informações veiculadas de 
forma equivocada.
Atenção à manipulação de tecnologias.
Responsabilização pelas informações divulgadas.
Câmera e microfone escondidos, ou seja, informações obtidas de 
maneiras inadequadas não devem ser divulgadas, excetoquando 
há incontestável interesse público e esgotadas todas as outras 
possibilidades.
O jornalista não pode funcionar como um policial, juiz ou delegado. 
Ele é responsável por apurar, construindo uma narrativa que contemple 
tantos aspectos quanto for possível.
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1.
2.
3.
7 Apuração e jornalismo de dados
Investigação
É uma característica essencial de qualquer tipo de atividade 
jornalística. O termo investigativo, então, designa um tipo de jornalismo 
que faz um caminho mais extenso, demandando mais esforço e 
autonomia do profissional.
Mais ofensivo
Pressiona poderes e instituições
À serviço da democracia e saúde pública
A ideia de investigação acabou se distanciando do cotidiano das 
redações, como já destacamos anteriormente, por alguns motivos:
Fragilização de pessoal;
Demandas multiplataformas;
Aumento da velocidade do fluxo de informação.
O que difere o profissional que investiga daquele que apenas apura 
é o fato de ele não ser apenas um receptor de dados e autor de textos 
precisos, e sim o próprio criador de uma informação.
Observação e pesquisa baseadas no estudo exaustivo de arquivos 
públicos.
Conhecimento sobre os processos burocráticos.
Realização de entrevistas com envolvidos no tema.
Livro “Rota 66” de Caco Barcelos.
1.
2.
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4.
5.
6.
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Na década de 1990, o entendimento sobre a RAC (reportagem 
assistida por computador) era muito elástico: ele variava entre a 
utilização de editores de texto em reportagens e o uso de softwares no 
cruzamento de dados e investigações. Com isso, conferia-se à 
objetividade científica tão cara à atividade uma maior agilidade e 
precisão.
Trata-se da função do repórter que rastreia e lida com um material 
bruto, uma espécie de base para o seu trabalho.
Compilação (a mais importante);
Limpeza;
Contextualização;
Combinação;
Comunicação;
Visualização.
Raspagem de dados
Jornalistas trabalham com documentos, arquivos e planilhas para 
conseguirem originar uma notícia. São informações recebidos através 
da Lei de Informações que precisam ser analisadas e se tornam 
reportagens jornalísticas.
Recomendações do manual de jornalismo investigativo sobre a 
melhoria gerada pelas fontes humanas às reportagens. Entre elas, 
listaremos as seguintes:
Não ouvir as mesmas pessoas: Deve-se buscar fontes diferentes 
daquelas que recorrentemente tomam o noticiário quando um 
assunto é abordado;
Desenhar um mapa de fontes: O jornalista delineia as 
possibilidades de abordagem para gerar uma perspectiva nova ou 
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um ponto de vista pouco explorado sobre determinado tema;
Planejar para a superação de obstáculos: É necessário caso as 
fontes soneguem as informações ou a localização de terceiros 
para a confirmação de um dado;
Proteger as fontes se necessário;
Descobrir a motivação delas na reportagem.
Ser objetivo nas entrevistas.
Segundo Ribeiro e outros autores (2018), é muito importante se 
certificar sobre a confiabilidade dos dados e das informações, além da 
forma como eles estão dispostos. Também é fundamental ver os 
indivíduos por trás dos números.
Exemplo: Wikileaks.
8 Lei de acesso à informação e fact-checking
Premissa e Contextualização
A primeira lei de acesso foi promulgada na Suécia em 1766 (antes 
da Revolução Francesa), escrita por Anders Chydenius, durante o 
período da Era da Liberdade (1719 à 1772).
Segundo Angelico (2015), houve uma transformação, inclusive, do 
próprio conceito de informação: se antes ela só constituía um dado a 
ser apresentado, conhecê-la agora passa a ser um direito (garantido 
até pela Unesco 1).
Pare ele, seu conceito está associado à prestação de contas e às 
sanções, mas também pode indicar outras qualidades, como 
responsabilidade, transparência e fiscalização.
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2003 a LAI começa a ser delineada com a apresentação do projeto 
de lei 219/2003 sobre a prestação de informações pelos órgãos 
públicos;
2005 o projeto é aprovado na CCJ;
2007 dois projetos são apresentados com a diretriz do anterior 
(219);
2010 encaminhado pelo então presidente Lula, o projeto é 
aprovado na Câmara e tem um substitutivo rejeitado no Senado;
2011 sancionado pelo presidente.
Conceitos e aplicações
a) Jurisdição
A LAI coloca sob a sua influência:
Órgãos públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário;
Ministério Público;
Autarquias;
Fundações públicas;
Empresas públicas;
Sociedades de economia mistas;
Entidades privadas sem fins lucrativos que recebem recursos 
públicos.
b) Informações
A LAI ainda estabelece uma série de informações que deve ser 
publicada de forma compulsória (sem haver, portanto, a necessidade 
de uma demanda por elas). De acordo com a lei, informações são 
"dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e 
transmissão de conhecimento, contidos em qualquer suporte ou 
formado". (BRASIL, 2011, art. 4º, I)
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Por isso, sites de órgãos públicos devem possuir os seguintes itens:
Ferramenta de pesquisa;
Meios de contato via internet;
Permissão para o salvamento em computadores externos de 
arquivos de texto e planilhas.
Um pedido pode ser feito de qualquer forma; no entanto, é preciso 
haver possibilidades que garantam o seu encaminhamento por meio 
dos sites oficiais. Uma vez realizada a consulta, o órgão consultado tem 
20 dias para oferecer a sua resposta. Caso o acesso seja vetado, está 
prevista a possibilidade de um recurso relativo a essa decisão.
Desafios e limitações
Estudos internacionais apontam os desafios para consolidar tanto a 
cultura de cobrança por fiscalização quanto o acompanhamento de 
dados e informações:
Ausência de conhecimento e divulgação sobre o direito à 
informação;
Falta de apoio à LAI por setores que já acessam as informações de 
alguma forma;
Não haver o uso prático dela por receio ou outra consequência;
Atuação tímida da sociedade na demanda de informações e no 
incremento do direito à informação.
Fonte: (ANGÉLICO, 2015)
Para que um jornalista não tenha seu pedido recusado, algumas 
preparações devem ser feitas: ser humilde, expressar de forma clara, 
solicitar dados sem filtros e demonstrar conhecimento sobre a base de 
dados.
É preciso que o jornalista conte toda a construção da matéria 
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jornalística, de forma a demonstrar à audiência a transparência aliada 
ao interesse público. Precisão, responsabilidade, independência e 
humildade.
Intercept e Raíssa Caroline Lima, funcionária da ALESP que exercia 
sua frequência de trabalho em viagens, https://theintercept.com/
2019/04/27/ela-vai-ter-que-devolver-r-164-mil-pra-voces/.
Agência e serviços de checagem
A checagem de fatos contém em si o conceito mais básico do 
jornalismo: a apuração. Em geral, o seu sentido é bem claro: atestar se 
um conteúdo é verdadeiro ou preciso.
1991 o jornalista da CNN Brooks Jackson recebeu uma ordem para 
checar os discursos dos candidatos à presidência George W. Bush 
e Bill Clinton;
2003 Brooks fundou o primeiro site do planeta dedicado à 
checagem de fatos do mundo: o FactCheck.org;
2010 um dos primeiros registros dessa prática no Brasil foi a 
realização de dois projetos do jornal Folha de S. Paulo: o 
“mentirômetro” e o “promessômetro”;
2014 em 6 de agosto, a jornalista Cristina Tardáguila – citando 
inspirações como o já citado factcheck.org e o Chequeado, da 
Argentina – lançou, no jornal O Globo, o blog Preto no branco. 
Duas semanas depois, houve a estreia do Truco, um projeto da 
Agência Pública para checar falas durante o horário eleitoral.
Aos Fatos, uma das agências de checagem no Brasil, tem os 
seguintes compromissos assumidos:
Apartidarismo;
Equidade;
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Transparência relativa a financiamento, organização e método;
Promoção de correções francas e amplas.
Ela ainda lista algumas etapas a serem cumpridas em sua apuração:
Seleção de informação;
Consulta da fonte original;
Busca por fontes de origem confiável;
Consulta a fontes oficiais;
Consulta a fontes alternativas e registro no texto;
Contextualização;Classificação em uma das sete categorias: Verdadeiro, impreciso, 
exagerado, contraditório, insustentável, distorcido ou falso.
9 Internet e possibilidades de apuração
Segundo Jeff Jarvis (2017), é importante, para uma empresa que 
trabalha com notícias, capacitar as pessoas para o uso das múltiplas 
ferramentas disponíveis.
A partir da criação de comunidades de usuários, existe um grau 
muitas vezes incontrolável de apropriação e compartilhamento das 
notícias. Quando isso ocorre em grande escala, pode haver certas 
distorções.
Dessa forma, muitos autores abandonaram a ideia do gatekeeper 
(profissional cuja função era determinar o que era importante para ser 
noticiado) a fim de se apropriarem da ideia de gatewatching (realização 
de uma espécie de curadoria das informações disponíveis que sejam 
relevantes para o usuário).
Redes sociais como fontes
1.
2.
3.
4.
5.
Para Recuero (2011, p. 12), as redes sociais podem atuar com mais 
de um papel informativo: fontes; filtros; espaços de reverberação das 
informações.
Entre as diversas funções que as redes sociais têm, podemos 
destacar o fornecimento de fontes. Seu contingente inclui desde 
especialistas até meras testemunhas cujos relatos presenciais não 
podem, por condições e limites do jornalista, ser obtidos de maneira 
não virtual.
A teoria dos definidores primários: mesmo diante da estrutura da 
sociedade, ater-se unicamente a ela pode comprometer a credibilidade 
da notícia por deixar seu conteúdo, de certa forma, oficialista. A 
descentralização promovida pelo mundo digital, portanto, obriga o 
jornalista a ter critérios para garantir a confiabilidade do sistema de 
apuração.
A solução para lidar com este enorme mosaico de informações não 
é dispensar a apuração tradicional realizada por meio de fontes 
primárias e secundárias, dados, documentos, registros e informações 
oficiais.
Coletar informações;
Certificar-se de sua veracidade;
Dimensionar o seu tamanho;
Relacioná-las com outras apurações;
Partir para o desenvolvimento do produto jornalístico.
Da mesma forma, é necessário confirmar constantemente a 
existência de suas fontes além das plataformas virtuais (robôs, fakes), 
compreendendo o fragmento postado (muitas vezes, com apenas 
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alguns segundos ou caracteres de informação), para inserir isso em 
uma dinâmica maior de informação.
Saber usar as informações fragmentadas das mídias sociais não 
dispensa:
Confirmação com autoridades locais;
Acompanhamento do assunto com técnicos ou especialistas;
Avaliação de profissionais com técnica e visão jornalística para não 
haver uma avaliação errada da narrativa.
O Storyful Multisearch, que ajuda a procurar informações em redes 
sociais com localização e palavras-chave em sites como Twitter, 
Youtube e Instagram. Já o Trendsmap mostra o que é tendência do 
Twitter no mundo, num país ou numa cidade específica. A função é 
parecida: basta fazer uma pesquisa básica.
Checagem de adulteração
A internet oferece tanto um universo gigante de desinformação 
quanto as ferramentas necessárias para identificar isso.
Como jornalista, é seu papel não apenas identificar, mas também 
ajudar a popularizar essa forma de fazer checagem.
Há muitas páginas desconhecidas que imitam sites jornalísticos, 
geralmente essas páginas têm excesso de publicidade, banners e pop-
ups. A falta de referências, citações e fontes é um indicativo de que seu 
conteúdo pode se tratar de desinformação deliberada.
É importante não ser um mero leitor de manchete.
Lembre-se ainda de que o texto jornalístico sempre evita a 
adjetivação.
A Jeffrey’s Exif Viewer ajuda a conferir e confirmar metadados de 
uma imagem com informações que envolvem horário, local e dispositivo 
usado. Se a imagem estiver na internet, é possível usar esta ferramenta.
Quando é selecionada a maior versão disponível de uma imagem, o 
Tineye emite um alerta sobre o uso dela.
A FotoForensics permite fazer isso por meio de um diagnóstico de 
imagens chamado de análise de nível de erro (ELA, que é a sua sigla em 
inglês).
Visualização de dados
O infográfico permite o entendimento de um fenômeno específico, 
como um acontecimento ou uma dinâmica complexa, cuja explicação 
não pode ser convencionalmente feita em um só meio, como o texto 
escrito. Em termos icônicos, ele pode utilizar: mapas, fotografias, 
ilustrações, gráficos e outros recursos (multimídia e banco de dados).
Infográficos e gráficos devem priorizar elementos funcionais que 
ajudem na eficácia do entendimento. A partir dos dados obtidos, o 
jornalista deve observar o padrão existente, as conexões que podem 
ser mostradas e a forma de transmitir isso ao público.
O Datawrapper tem uma versão gratuita que permite criar gráficos, 
mapas e tabelas para serem utilizados em reportagens online. Já o 
Infogr.am e o Quadrigr.am oferecem ferramentas para gerar 
infográficos e gráficos. Ambos contam com planos gratuitos e tutoriais 
que ajudam a construir narrativas gráficas mesmo para quem não tem 
experiência. O Piktochart, por sua vez, é uma ferramenta bastante 
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simples, possuindo templates para geração de infográficos.
10 Reflexões sobre apuração e ética
Costa Júnior (2010) afirma que, no século XIX, a imprensa mostra 
ser um negócio de alto investimento com os incrementos necessários 
em tecnologia. Com a necessidade de gerar lucro e conquistar leitores, 
a informação prevalece diante da opinião, enquanto os anúncios 
ganham cada vez mais espaço.
O desenvolvimento do jornalismo acaba apontando a credibilidade 
como uma condição para a existência da indústria e uma aproximação 
com os leitores.
Jornais, portanto, precisam amenizar posições, diminuir a exibição 
de suas preferências e conquistar o espaço de confiável testemunha 
dos fatos. É aí que a objetividade começa a virar um bem valioso.
Tratamento isento de fontes
Voz imparcial
Impessoalidade
Restrição do jornalista ao noticiar fatos
Evitar a contaminação da matéria com opiniões
Os veículos, como lembra Costa Júnior (2010), produzem uma 
aparência de objetividade por intermédio de fórmulas de texto ou 
maneiras de editar.
Entre as críticas feitas pelo autor, destacamos a dificuldade de o 
leitor (ou consumidor de informação) ser cativado pela informação, a 
despersonalização do jornalista e o recorte superficial e parcial de 
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mundo nas reportagens.
Apesar de alguns manuais de empresas jornalísticas mencionarem a 
inexistência da objetividade total, isso não isenta seu profissional de 
buscar o maior grau possível dela.
Como lembra Costa Júnior (2010), esse esforço deve ser 
interiorizado pelas redações com as seguintes atitudes:
Procurar conhecer o máximo possível cada personagem envolvido 
numa história;
Não fazer julgamentos prévios;
Reconstituir as qualidades e os defeitos;
Mostrar a humanidade de fato em cada um.
Lembre-se de que todos os envolvidos em uma notícia são 
multidimensionais, participando de um acontecimento a partir de várias 
perspectivas, realidades e possibilidades. O papel do profissional é 
extrair de cada personagem o que interessa, garantindo profundidade a 
seu relato.
Concorrência
O valor e a utilidade dos bens flutuam de acordo com o número de 
utilizadores de um mesmo serviço ou de produtos similares e 
compatíveis.
A realidade, porém, é que tudo capaz de tirar a atenção das 
pessoas em alguma escala acaba atrapalhando o consumo da 
informação jornalística.
A despeito da profusão de produtos específicos, ocorre, em muitos 
casos, uma concentração de tarefas que acaba comprometendo a 
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própria qualidade do produto.
Para Moretzsohn (2012, p. 178), o jornalismo, nesse contexto, terá 
seu fim, pois a análise é sua razão de ser.
Aprofundamento e livro-reportagem
Belo (2006, p. 39) já alertava, há muitos anos, sobre os perigos de 
uma avalanche de informação – a qual, desde então, só vem 
aumentando.
Para ser um livro-reportagem é necessário que a pauta não tenha 
um caráter tão imediatista quanto o da cobertura midiática. Belo(2006, 
p. 41) o considera “o instrumento mais rico para o exercício da 
profissão".
Apresentaremos a seguir algumas possibilidades de livros-
reportagem:
Biografias (como a obra Olga, de Fernando Morais, que aborda a 
história de Olga Benário);
Aprofundamento de fatos (Todo dia a mesma noite, de Daniela 
Arbex, fala sobre a tragédia da Boate Kiss na cidade de Santa 
Maria/RS);
Várias histórias intercaladas (O olho da rua, de Elaine Brum);
Episódios históricos (como os livros sobre a ditadura de Elio 
Gaspari).
Desafios
Christofoletti (2019) prevê a sobrevivência e o ganho de relevância 
do jornalismo a partir do seguinte tripé: envolvimento, engajamento e 
governança.
Quanto ao trabalho do jornalista, é necessário, conforme frisa 
Christofoletti (2019, p. 65) restituir a sua credibilidade e confiança.
A maioria dos jornalistas acaba não ficando tanto tempo envolvida 
em uma apuração efetivamente robusta, embora tente vender isso 
como um valor fundamental da sua atividade profissional.

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