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Arquitetura Pré-Românica, Arquitetura Carolíngia, Arquitetura Otoniana, Arquitetura Asturiana, Arquitetura Moçárabe, A arte pré-românica, Germânicos, Irlandeses, Arte Carolíngia,

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A arquitetura pré-românica tem origem na decadência do Império Romano do Ocidente, 
o que resulta no rompimento da troca cultural, surgindo variadas artes próprias, dessa 
forma cada região da Europa, seguia seus próprios costumes baseados em seu poder 
aquisitivo. Perde o comércio e os caminhos, o que resulta no aparecimento de novos 
conceitos funcionais e estéticos. Esse período inicia no século V até o XI com o 
surgimento do românico. É baseado em duas etapas, a primeira vai até VIII caracterizada 
pela pobreza de meios e predomínio do elemento germânico, entretanto ainda é 
importante o caráter cristão para a maioria dos povos. Francos na França, Ostrogodos e 
Lombardos na Itália, Vândalos ao norte Africano, Visigodos na Espanha, Saxões e Celtas 
na Inglaterra e Irlanda, posteriormente Vikings no Báltico, irão manter suas 
características artísticas. A segunda etapa inicia no século VIII tem por característica a 
tendência unificadora, resultado da semelhança entre os povos bárbaros da cultura 
ocidental mediterrânea, o maior representante é Carlos Magno, cujo, restaura o império 
ocidental, que posteriormente vai resultar no surgimento do românico. Será visível a 
influência de etapas anteriores, assim como influencias bizantinas e islâmica, dessa forma 
a cultura bizantina irá influenciar fortemente a arte carolíngia e românica. A instalação 
dos muçulmanos no mediterrâneo ocidental resulta em grandes feitos com suas obras e 
também como transmissores de formas e conceitos da sua cultura. Também é dividida em 
períodos, anterior a 750 d.C., é dominado por bárbaros, posterior a 750 d.C., império 
romano e otomano, asturiana descendente do Islã e Visigodos e moçárabe. 
Primeiro Período, 
As construções dessa época são bastante raras, devido a sua fragilidade arquitetônica e 
também por estarem sendo renovadas com o passar dos períodos. Eram feitos conjuntos 
de construções em madeira, por serem construções independentes eram bastante 
espaçadas e contavam com uma grande sala central, utilizada nas reuniões da 
comunidade. As edificações não possuíam proporção ou simetria, eram preparadas para 
a guerra o que explica a ausência de grandes aberturas. Nos edifícios religiosos está 
empregado aparelho de silhares e alvenaria, podendo ser entre fiadas de tijolo, enquanto 
as colunas imitam e aproveitam o capitel coríntio são usados também arcos de meio ponto 
e em mitra, pequenos templos continuam com a forma basílical de três naves, pilares 
retangulares, utilizam do arco de meio ponto e da cobertura de madeira. Porém também 
foram construídas grandes basílicas, grandes mosteiros, um exemplo disso é o de São 
Martinho de Tours, contando com cripta, campanários podendo ser independentes ou 
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incorporados ao templo, nesse exemplo estão sobre o cruzeiro. Entretanto as construções 
que recebem mais destaque pela conservação e método construtivo são os batistérios, são 
independentes, utilizam aparelho de silhares irregulares entre fiadas de tijolo, seu arco é 
comumente feito em tijolos, como suporte empregam as colunas ou pilares em formato 
retangular. Sob influência paleocristã começam a utilizar a planta central na maioria das 
vezes poligonal, tem como principal exemplo o de Riez, que faz referência ao bizantino, 
de planta quadrada, utiliza de suportes reaproveitados para a formulação de um polígono 
central com cobertura de cúpula octogonal. Na Itália dominada pelos ostrogodos que 
formaram em Ravena seu ponto político, as construções mais características desse 
período de influência paleocristã e bizantina são vistas, exemplo é o Palácio de Teodorico, 
apresenta uma cultura ainda viva pela construção de palácios imperiais, também retrata a 
falta de meios, afina, foram empregados tijolos e colunas aproveitadas, na fachada é 
perceptível a organização em dois corpos e três ruas, foram utilizados arcos de meio ponto 
sobre as colunas, a rua central possui um vão recebendo ênfase. O edifico de maior 
característica e significado é o mausoléu de Teodorico, possui planta circular e dois 
andares, sua cobertura é feita por meio de falsa cúpula monolítica, é visível a tentativa de 
cópia de obras romanas e também a falta de técnica para que isso fosse possível, as 
paredes são de silhares com arcos de meio ponto, ampla rosca com aduelas engatilhadas, 
também existem portas retangulares com arcos e frisos ornamentados retratando a 
utilização de peças de metal e o reconhecimento aos guerreiros. Em 568 os chamados 
lombardos tornam Pavia sua capital, porém não existem resquícios de sua arquitetura, 
durante o século VIII Tempietto longobardo de Cividale, apresenta uma decoração 
escultórica onde ficam visíveis as influências clássicas e bizantinas, cuja, também é vista 
em igrejas como a de Santa Teutéria e Tosca (Verona), Santa Maria Redona (Brescia). 
Poucas são as obras que se conservaram desse período, por esse motivo torna-se difícil 
encontrá-las, o melhor exemplo é a igreja de Monkwearmouth, com uma torre erguendo-
se do pórtico, é possível perceber a utilização de coberturas de madeira, arcos de mio 
ponto. E também em alguns lugares como mitra, a construção das torres de madeira, em 
especial a de Earl’s Barton. Bastante característicos são, as casas fortificadas (rath), 
conjunto como palafitas (crannog) e também as torres circulares (cloitech), possuindo um 
único acesso e vários metros de altura. O pouco que sobrou de igrejas, possui planta 
retangular e cobertura de madeira. Nesse período os vikings começam sua arquitetura em 
madeira, também restam poucos vestígios, eram característicos, um hall, sala grande para 
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reuniões, cobertura apiramidada e ricas talhas em suas portas e colunas, nas cidade e 
acampamentos existem construções em madeira e muralhas. 
Na primeira etapa pré-românica é visível a melhor qualidade nas construções dos 
visigodos da Espanha, o que é explicado por terem mais contato com os romanos, também 
as influências africanas e bizantinas. O estilo visigodo foi considerado em comparação ao 
período, como o mais belo e sólido sistema construtivo, apresentando o emprego 
sistemático da parede de cantaria, com silhares bem lavrados e aparelhados, na 
sustentação são encontradas colunas lisas com capitéis coríntios, possuindo uma ou duas 
fileiras de folha de acanto que suprimem os caules e possuem a nervura das folhas com 
mais destaque, posteriormente surge o capitel figurado, também plinto e base passam a 
ser talhados, essas decorações são presentes nas colunas e pilares de cancelos, como 
exemplo a alcaçova de Mércia e a Igreja toledana do Salvador. Sobre o capitel é comum 
encontrar um ábaco com decoração geométrica ou vegetal, podendo ser também uma 
cruz, é uma característica construtiva que a base do capitel possua um diâmetro menor 
em comparação ao fuste e a coluna, não possui colarinho, é uma prática comum a 
introdução de colunas na parede, ao menos o cimácio, fazendo com que o fuste fique 
livre. O arco de ferradura é bastante utilizado, normalmente é colocado uma junta o que 
faz a clave desaparecer, sendo possível visualizar na cripta de San Antonin. Entretanto 
arcos de meio ponto e em mitra também são empregados, as vezes combinados, outra 
característica marcante é a utilização de abóbada sem nervura e contrafortes, as cúpulas 
são obtidas por meio da disposição de fiadas e abobadas apoiadas em arcos que se cruzam, 
formados por tijolos. É comum a disposição de capelas retangulares libertas daigreja por 
um cancelo, na parede da testeira encontra-se o nicho, ao lado da capela central podem 
existir duas sacristias, o acesso a estas pode ser a partir de um tramo que precede a capela-
mor e no pórtico está a entrada do templo, as vezes na zona dos pés existe resquícios da 
junção de câmaras laterais, podendo se comunicar com o interior do templo, mas o mais 
frequente é o acesso pelo exterior. As igrejas basílicais visigodas tem por maior 
representante a de San Juan de Banõs, possui conservada sua lápide. São três naves 
separadas por quatro arcos de ferradura, apoiados sobre quatro colunas, sua cabeceira 
possui uma capela retangular com abóbada, as laterais substituem restos de sacristias. 
Existe um pórtico que se abre em arco de ferradura e posteriormente passa a igreja por 
uma porta adintelada, dessa forma é cominado arco – dintel. A igreja funerária de São 
Fructuoso de Montérlios, possui planta de cruz grega, possível notar a influência oriental, 
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quatro cúpulas e uma abóbada de Berço, no módulo de acesso (tramo), existem arcos de 
ferradura, possui decoração encordoada e combinação de arcos de meio ponto e em mitra. 
A igreja de San Pedre de la Nave foi levada para sua atual localização (Campillo) no ano 
de 1930, possui planta de cruz inserida em um retângulo, suas sacristias são abertas para 
o tramo, localizado antes da capela-mór, os pés da igreja são organizados a partir do 
cruzeiro, possui três naves. Sobre a Capela-mór existe uma espécie de câmara, que possui 
uma rica decoração de faixas e capiteis. Essa decoração é bastante única ao desenvolver 
um programa iconográfico baseado no Cristo-sol, o que contribui muito para o interesse 
do templo. 
Segunda etapa - posterior a 750 
A segunda etapa é caracterizada pela renovação artística e política causada por Carlos 
Magno, tanto na arquitetura como nas outras artes é vista a tradição clássica do Baixo 
Império, etapa cristã. Após Carlos Magno são empregadas as paredes de silhares, 
alvenaria e o tijolo. Normalmente colocadas em paredes articuladas, com arcos cegos, 
utilizados para reforça-los. No lugar do pilar passa a ser usada a coluna (com exceção da 
Espanha), com capitéis esquemáticos. Os arcos utilizados são de meio ponto, feitos em 
tijolo e por influência bizantina são decorados cromaticamente com alteração do colorido 
das aduelas, na cobertura é utilizada a madeira, também são empregadas as abobadas de 
berço e de arestas. A igreja de maior destaque é a basílical com capela mor semi-circular, 
precedida de cruzeiro podendo haver uma torre acompanhada de outras duas nos braços 
da nave de cruzeiro. Uma forma de característica carolíngia é o corpo ocidental (passa 
para a arquitetura otoniana), caracterizado pela colocação de tribuna alta nos pés do 
templo, no exterior é colocada uma torre enquadrada por outras duas nos lados, concebida 
como construção independente e contraposta à organização de cabeceira. A construção 
que melhor representa o período é a capela palatina de Aquisgran, iniciada em 798 com 
término em 805, o arquiteto Oton ou Eudes ed Metz, obteve inspiração no esquema de Sã 
Vital de Ravena, formado por octógono central com cobertura cúpular, rodeado por naves, 
sua forma exterior é de um hexadecágono, sua cobertura é feita por abóbadas de aresta. 
Foram levados dos edifícios ravaneses os suportes, gelosias e elementos decorativos e 
construtivos de fácil transporte, é inegável que a grande característica desse período são 
as grandes construções abaciais. Durante o reinado de Otão I (936-937), é vista uma das 
melhores etapas da arquitetura ocidental, em que as basílicas seguem os modelos 
carolíngios, possuindo três naves, cruzeiro e corpo ocidental aos pés, suas colunas 
possuem capitel cúbico, com faces planas e curva em sua parte inferior, são dispostas de 
duas formas nas igrejas, alternando o pilar com duas colunas, modelo saxônico ou 
alterando o pilar e uma coluna, modelo romano. É visível a influência carolíngia na Marca 
Hispânica catalã, a basílica de Santa Maria, tem abside de planta de ferradura, já a de São 
Pedro possui três éxedras na cabeceira, como planta trebolada, enquanto a de São Miguel 
possui planta quadrada, oito colunas no centro e arcos criando espaço, arredondados ou 
angulares, abside e pequena cúpula sobre tramo central. 
Arquitetura Carolíngia 
É influenciada pela arquitetura clássica, Romana e Bizantina. Suas construções possuem 
exterior pesado, maciço e severo, entretanto o interior possui uma rica decoração em 
mosaicos, pinturas, murais e baixos-relevos. Um grande exemplo dessa arquitetura é a 
Capela Palatina de Carlos Magno (798-805), em que existe a mistura de características e 
vários anexos feitos posteriormente. 
Arquitetura Otoniana 
Sobre influencias romanas, bizantinas e carolíngias, inicia um novo modelo arquitetônico, 
com planta de corpo ocidental, duas cabeceiras, entradas laterais, dois transeptos 
contrapostos, tribuna e torres nos cruzeiros e transeptos, sua abside ainda possui forma de 
arco de ferradura. 
Arquitetura Asturiana 
A arte asturiana ou asturiense, recebe esse nome por ter seu centro nas Astúrias, onde 
estão conservados os monumentos de maior destaque, é aplicado a arquitetura cristã, 
desenvolvida desde o século VIII até XII, sem fazer distinção entre as características pré-
românicas, asturiana e arte românica. É possível perceber aspectos de tradição Visigoda 
e Carolíngia, na decoração é observável influencias vindas pelo mar, tradição local e 
Idade de Ferro. Sua evolução é observável em três períodos, o pré rameriense, com 
destaque durante o reinado de Alfonso II, o Casto, (789-842), nesse período o domínio 
asturiano chega ao pais basco, assim são estabelecidas as relações com a Europa, devido 
a uma aliança política com Carlos Magno. O reinado de Ramiro I estabiliza o Reino das 
Astúrias, de grande presença na zona ao norte de Douro. O último período, pós-ramirense 
está ligado ao reinado de Afonso III, o Magno, (866-910), onde são incorporadas as zonas 
do Douro médio, o que posteriormente resultará na mudança de capital e surgirá uma arte 
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de repovoamento com características da arquitetura moçárabe. Na arquitetura asturiana 
são empregadas as paredes de silharia ou alvenaria e arcos de descarga em tijolo, seguindo 
a técnica carolíngia, no suporte são usados pilares, com imposta e base decorada com 
filetes, algumas vezes dá lugar ao pilar composto, com colunas geminadas, de fuste liso, 
acanalado ou encordoado. Os capiteis mais usados são dois, o primeiro que é uma 
derivação do coríntio, conhecido por meio da arte visigoda, formado por duas fileiras de 
folhas de acanto, rudes e carnosas com nervuras marcadas, o segundo deriva do capitel 
cúbico de origem bizantina, possuindo frentes divididas em setores geométricos com 
molduras encordoadas, dispondo figuras animais ou humanas. O arco utilizado é o de 
meio ponto, feito comumente em tijolo, seguindo a sistemática carolíngia ou ravenaico. 
Entretanto durante o período ramirense, é utilizado o arco de meio ponto peraltado, 
enquanto no pós-rameriense é empregado o arco de ferradura sob influência islâmica, os 
arcos possuem pouca decoração, normalmente apresentado liso e sem molduras, durante 
o período rameriense, passa a ser decorado com uma faixa talhada que termina em forma 
arredondada nos arranques, nas janelas os arcos são normalmente emoldurados pelo 
retângulo afundado da parede em que se abrem, podendo ser vista como influencia 
visigoda, entretanto no período pós-ramieriense torna-se comum a utilização de 
características islâmicas no enquadramento dos arcos. A cobertura mais utilizada é de 
madeira, podendo ser de uma ou duas águas, porém, nas cabeceiras é feita por meio do 
emprego da abóbada de berço, que no período rameriense evolui para abóbada de berço 
com nervuras, comoé visto em Santa Maria del Naranco, com estudo do problema de 
contrapeso na estrutura do arco, em São Miguel de Lillo também é utilizado um sistema 
de sustentação com abóbadas de diferentes alturas e eixos contrapostos, para que 
contrabalancem suas forças, devido a estruturação acredita-se que essa estrutura tenha 
influencia Síria. Os templos possuem normalmente planta basílical em cruz latina, com 
três absides retangulares na cabeceira, assim como duas câmaras ou sacristias que 
normalmente abrem-se nos extremos do braço do cruzeiro, dessa forma se funde o modelo 
mais comum de igrejas centro-europeias de cabeceira tripartida, com pórticos dispostos 
aos pés, também estão presentes coros, podendo ter câmaras laterais, referenciando o 
modelo Aquisgram, que futuramente será a base do corpo ocidental das basílicas no final 
da arte carolíngia e otoniana. É comum encontrar nas igrejas asturianas uma câmara de 
refúgio acima da capela-mor, conhecida como câmara do tesouro, onde o seu único acesso 
é por uma janela encontrada acima da utilizada para iluminar o presbitério, sendo utilizada 
em caso de ataque muçulmano ou marítimos, para armazenar em momentos de perigo os 
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objetos litúrgicos, livros e bens da igreja. Em decorrência as grandes dimensões de alguns, 
existe a crença de que poderiam ser usados como armazéns ou celeiros. Uma das igrejas 
com maior destaque no período pré-ramirense é a San Julián de los Prados ou Santullano, 
construída entre 825-830, possui alpendre ou pórtico aos pés, herança visigoda, dando 
passagem as três naves com cobertura de madeira, separadas por arcos de meio ponto 
localizados acima de pilares simples, grande arco a modo de iconocastase ou septum, 
janelas pequenas e semi-circulares em frente as jambas marcando a passagem ao cruzeiro, 
formado de grande nave transversal e cobertura de madeira, nos extremos estão locadas 
duas sacristias, uma que em cima possuía uma tribuna e estava em comunicação com o 
palácio, também existiam outras construções. No cruzeiro separado por cancelos, 
encontram-se três capelas retangulares, abóbadas com arcadas geminadas à parede sobre 
a coluna, acima da capela-mor está uma ampla câmara do tesouro. No exterior da igreja 
em todo seu entorno são encontrados contrafortes geminados, contribuindo ao efeito de 
verticalidade de origem asturiana. A iluminação interior é dada por meio de janelas 
retangulares colocadas na parte alta da nave central e cruzeiro, nelas estão dispostos 
gelosias, com lâminas de alabastro ou outro material translúcido. Durante o reinado do 
Ramiro I foram feitos grandes edifícios de importância para a história da arquitetura cristã 
ocidental, entre eles está a Igreja de Santa Maria del Naranco, palácio que foi convertido 
em igreja, ganhou reconhecimento em 4 de junho de 848. Um dos corpos retangulares 
sobrepostos, correspondendo a uma capela palatina ou aula régia de origem germânico, 
contando com corpo inferior com cobertura em abóbada, dividido em cinco tramos por 
arcos perpianhos, que se inicia pelo vestíbulo e porta no lado menor, no lado oposto 
encontra-se uma câmara de banhos. No corpo superior encontra-se uma grande sala com 
cobertura em abóbada de berço nervurada, onde correspondem com faces de colunas 
sogueadas, geminadas ao muro contraventadas por contrafortes exteriores enlaçadas por 
arcos de meio ponto. As nervuras assentam no muro e prolongam-se exteriormente até a 
cúpula dos arcos que repousam sobre as colunas. Decorrente dos tramos desiguais é 
necessário reduzir o espaço entre os suportes, criando assim arcos de meio ponto menores, 
nos extemos da sala ligados por triplo vão, estão as varandas ou espaços cobertos abertos 
para o exterior, por meio de arcos de meio ponto peraltados. No lado leste existia um 
altar, no setentrional estava a entrada a esta sala, dada por porta retangular, abria-se no 
campo de um arco da arcaria que se gemina ao muro no interior, utilizando a combinação 
arco-dintel, já vistas no alpendre de San Juan de Baños. No pós-ramirense as principais 
características ficam na fixação da igreja basílical de três naves, com três capelas de 
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influência islâmica. A obra de maior destaque é a igreja de São Salvador de Valdediós 
(893), é um templo basílical com vestíbulo, duas câmaras laterais e três naves abobadadas 
sobre pilares quadrados, possui três capelas na cabeceira e câmara do tesouro acima da 
capela-mor. É de grande destaque, a disposição e desenvolvimento do coro, a altura da 
nave central que sobressai sobre as laterais o que cria um perfil triangular, antecipador 
das soluções românicas, pórtico abobadado com nervuras situado em seu costado 
meridional. Exemplo é a Santa Maria del Naranco, que é marco no ponto de partida de 
características da arquitetura românica castelhana, também difunde arcos de ferradura de 
tipo islâmico e o enquadramento dos vãos com alfiz. Dessa forma a arte asturiana passa 
a ser difundida e incorporada em outras formas moçárabes. 
Arquitetura Moçárabe 
Chamam-se moçárabes o povo do reino visigótico conquistado pelos árabes, que 
mantiveram suas crenças cristãs, inicialmente viviam livres e possuíam permissão para 
realizar seus cultos. Entretanto com a coroação de Carlos Magno, passou a ser perigosa a 
existência de núcleos cristãos dentro do território islâmico, foram estabelecidas medidas 
para exercer fácil controle, esses atos resultaram em inúmeras revoltas. Decorrente da 
repressão, instabilidade política e social, também o aumento dos cristãos, fez com que 
emigrassem para as terras nortes da Península Ibérica, os moçárabes adotaram à própria 
cultura todos os elementos islâmicos que não iam contra os costumes cristãos, dessa 
forma a cultura moçárabe é criada em decorrência de três fatores: evolução das formas 
visigodas, influência das características islâmicas e das comunidades cristãs orientais 
islâmicas. O ápice da cultura moçárabe é durante o século X, desaparecendo no final do 
século XI, ao impor o rito romano beneditino. Nas características construtivas está a 
utilização de silhar as vezes o silharejo, para a construção dos muros, utiliza-se a coluna, 
para sustentação, mais fina e esbelta, destaque aos efeitos de claro e escuro, arcos em 
ferradura, seguindo o modelo do arco islâmico califal, alteração de cores nas aduelas, 
utilização de alfiz para enquadrar os arcos, de influência califal é observável que a frente 
do arco é mais larga na clave do que nos arranques, a cobertura é feita em madeira e 
normalmente com duas águas, entretanto a maior característica é a utilização de diferentes 
modelos de abóbadas, entre eles: abóbadas de canhão, de arestas, califal e mais comum é 
a de taipas. Acima da estrutura de abóbada ou madeira, são instaladas telhas curvas, 
criando um amplo beiral apoiado em mísulas ou modilhões de lóbulos, de influência 
islâmica. Na planta das igrejas, existem iconóstase e cancelos que separam a cabeceira do 
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restante da igreja, as cabeceiras sempre de planta exterior retangular e interior geralmente 
de ferradura, as portas estão normalmente em um dos lados evitando sua colocação no 
eixo principal, é inegável a falta de uniformidade e grande variedade nas soluções 
arquitetônicas empregadas. Exemplos de grande importância na Espanha islâmica, as 
igrejas de Bobastro (Málaga) e Santa Maria de Meleque (província de Toledo). A primeira 
escavada na rocha, do tipo basílical com cruzeiro, três naves e cabeceira com três capelas, 
a segunda possui planta em cruz grega, paredes em silharia, cabeceira formadapor duas 
câmaras laterais retangulares e capela-mor, coberta com abóbadas de berço no cruzeiro 
possui uma espécie de zimbório sobre abóbada de arestas capialçadas. Em León e Galicia 
exististe resquícios de uma arquitetura moçárabe rica e de qualidade. Em Castela as 
igrejas de maior destaque são: San Cebrián de Mazote (Valladolid), Santa Maria de 
Lebeña (Cantábria), San Millán de la Cogolla (La Rioja) e San Baudel – San Baudélio de 
Berlanga (Sória). A última possui corpo quadrado, originado de uma grossa coluna central 
onde estão apoiados de forma radial oito arcos de ferradura, que sustenta a cobertura, 
acima do pilar existe uma pequena câmara coberta por abóbada de cruzaria califal. Coro 
alto, sobre fuste simples e arcos de meio ponto peraltado, originando abobadilhas onde 
acrescenta uma escada geminada à parede. Também são vistas influencias carolíngias em 
Aragão e Catalunha. 
A arte pré-românica 
A Idade Média também conhecida como Idade das Trevas, ocorre entre os séculos V – 
XV, sendo considerada um intervalo entre a Antiguidade Clássica e a Renascença 
Italiana, em alguns casos a Idade Média é vista como Idade da Fé, afinal a ideia de Idade 
das Trevas ficou presa ao momento inicial do período, próxima a morte de Justiniano e o 
reinado de Carlos Magno. Durante o século V também são registrados ataques de povos 
bárbaros, onde: França pelos Francos, Sudoeste da França pelos Burgúndios, na Itália são 
os Ostrogodos e Lombardos, Espanha os Visigodos, Saxões e Celtas atacam a Inglaterra 
e Irlanda enquanto na Zona do Báltico são os Viking. Todos esses Bárbaros possuem a fé 
em comum. 
Germânicos 
 As tribos germânicas carregaram consigo por muito tempo uma tradição artística 
conhecida como estilo animalista, exemplos disso são encontrados no Irã em forma de 
bronzes e ouro no sul da Rússia, consiste na utilização combinada de formas orgânicas e 
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abstratas, retratando disciplina formal e liberdade imaginativa, tornando-se durante a 
Idade das Trevas um importante elemento de arte celto-germânica, outra característica 
muito presente é a simetria na disposição das peças, assim como, a elaboração de faixas 
entrelaçadas utilizadas de maneira ornamental, vindas da arte romana, entretanto a mescla 
com o estilo animalista parece ter sido uma criação da Idade das Trevas. Também 
apresentam inúmeros trabalhos em metal, com variações de técnicas e materiais, 
normalmente as obras apresentavam uma grande habilidade por quem as executava, com 
o tempo eles aperfeiçoaram o traço artístico, técnica e também passaram a trabalhar com 
materiais como a madeira e pedra. Foi na Escandinávia que o estilo animalista floresceu, 
a cabeça de animal (início do século IX), foi encontrada em um navio viking, composta 
de diferentes elementos, apresenta incrível realismo nos detalhes, sua superfície foi 
trabalhada em entrelaçamentos e desenhos geométricos, entregando a origem nos 
trabalhos em metal. 
Irlandeses 
Os irlandeses nunca estiveram vinculados ao Império Romano, quando os missionários 
durante o século V levaram até eles o Evangelho, encontraram uma sociedade celta, de 
acordo com os romanos, bárbara. Os irlandeses aceitaram de bom grado o cristianismo, 
entretanto adaptaram o recebido a sua vida rural, abandonando as tentações da cidade em 
busca da perfeição espiritual nos campos, dessa forma surgiram os primeiros mosteiros, 
que se espalham até o norte próximo à Bretanha ocidental. Os mosteiros foram 
transformados em centros de aprendizagem, surgindo um grande fervor missionário, 
resultando em monges irlandeses construindo mosteiros no norte da Bretanha e também 
no continente Europeu, dessa forma agilizaram a disseminação do cristianismo na 
Escócia, norte da França, Holanda e Alemanha, enquanto estabeleceram o mosteiro como 
centro cultural, influenciando muitos séculos da era medieval. Nos mosteiros eram 
produzidas cópias da Bíblia e outros livros cristãos, durante as oficinas de escrita 
(sciptoria), em decorrência tornaram-se centros de realizações artísticas, afinal um 
manuscrito que possuísse a palavra de Deus era tido como algo sagrado e deveria 
transmitir visualmente sua importância. As pinturas ilustrativas não recebiam tanta 
atenção e dedicação quanto os ornamentos decorativos. O melhor exemplo pertence ao 
hiberno-saxão, onde estão juntos elementos celtas e germânicos. A página da Cruz 
(Evangelho de Lindisfarne), é uma grande criação, com muita complexidade, foi colocada 
nas divisões de sua estrutura geométrica, um denso entrelaçado de figuras animais. Para 
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esse efeito o artista criou “regras”, em que as formas orgânicas e geométricas deveriam 
estar isoladas, também aquelas que zelam pela simetria, efeito de reflexão da imagem e 
repetição de cores e formas. Os iluminadores hiberno-saxões, utilizavam os símbolos 
conservados dos quatro evangelistas: Mateus representado pelo anjo, Marcos o leão, João 
a águia e Lucas o Touro, sendo que possuíam fácil compreendimento e tradução para a 
linguagem ornamental. Entretanto, a placa ornamental de bronze, exemplifica o quão 
possuíam dificuldades na retratação de formas humanas, apresentam inabilidade ao 
formular o corpo humano em uma unidade orgânica, dessa forma, a representação de 
cristo perde toda a proporção corpórea, a situação era repetida em todas as localidades 
durante a Idade das Trevas, ninguém sabia o que fazer com as imagens humanas. 
Arte Carolíngia 
É o império construído por Carlos Magno, os símbolos utilizados nos manuscritos 
carolíngios, influenciaram nossa atual forma de escrever, o motivo de conhecermos como 
letras romanas é decorrente da junção entre o celto-germânico e o mundo mediterrâneo. 
O interesse pela cultura clássica fazia parte da tentativa de Carlos Magno implantar 
antigas tradições na mente de seu povo semibárbaro, surpreendentemente os resultados 
foram positivos, o que ficou conhecido como “restauração carolíngia” ou primeira fase, 
também retratada como a mais importante. 
Arquitetura 
Possui importante papel no programa cultural de Carlos Magno, que ainda em busca dos 
clássicos deixa-se encantar pelos monumentos da era constantiniana em Roma e de 
Justiniano em Ravena, acreditava que através de construções deveria representar a 
imensidão de seu reinado, um exemplo disso é a Capela do Palácio, inspirada na Igreja 
de San Vitale (Ravena). Feita em estrutura semelhante, as colunas grades de bronze eram 
importadas da Itália, trata-se de uma releitura da real obra, os elementos estruturais 
definem as divisões de seu espaço interno, as igrejas eram decoradas com mosaicos, 
murais e esculturas em relevo. Os mosteiros também eram de extrema importância, sua 
planta sugerida foi desenvolvida em concilio, como um protótipo que poderia ser 
modificado para se enquadras nas necessidades locais, era uma construção complexa e 
fechada que possuía inúmeros elementos arquitetônicos, aparentemente não foi 
construído nenhum mosteiro igual a planta, entretanto é de grande importância na 
apresentação das características que vigoraram ao longo da Idade Média. Os mosteiros 
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assim como as Universidades implantadas por Magno, eram destinadas a poucas pessoas, 
nos primeiros eram produzidas as capas de livros e manuscritos. 
Manuscritos e Capas de livros 
Eram originárias dos livros as imagens nos murais, mosaicos e esculturas em relevo, 
porém apenas os scriptoria restaram em quantidades consideráveis, criavam comumente 
iluminuras que poderiamser agrupadas em diferentes modelos, todas aquelas que foram 
produzidas sob vigia de Carlos Magno são muito semelhantes aos originais. A pintura de 
São Marcos com mobiliário característico bárbaro também apresenta um artista 
familiarizado com a pictórica romana, também pelo acanto no inferior da moldura. São 
Mateus é a representação na fase ortodoxa do ressurgimento carolíngio, comum nesse 
período os torneamentos nos mobiliários. O Evangelho de Lindau (Século IX), apresenta 
o trabalho celto-germânico em metal e como foi adaptado da Idade das Trevas, para o 
ressurgimento carolíngio. 
Arte Otoniana 
Nos anos de 919-1024, os reis saxões possuíam um forte governo central, com Oto I as 
ideologias de Carlos Magno foram resgatas, Oto conseguiu o domínio de grande parte do 
território italiano após casar-se com a viúva de um rei lombardo. Então em 962, o Império 
Romano passa a ser uma instituição germânica, porém os sucessores de Oto não 
conseguiram dar seguimento a essa instituição. 
Escultura 
Durante os séculos X até XI a Alemanha possuía maior destaque em suas artes e política. 
Os germânicos iniciaram restaurando as tradições carolíngias o que logo originou na 
criação de novas e originais características, facilmente perceptíveis se compararmos 
Cristo na capa dos Evangelhos de Lindau com o Crucifixo de Gereão, no segundo é 
retratada uma figura nova para a arte ocidental, mesmo que o movimento seja contido. É 
de grande percepção a influência oriental na Alemanha, originada do casamento de Oto 
II. Foi dada ao escultor alemão a tarefa de transformar o pathos bizantino em esculturas 
maiores, repletas de realismos e expressividade, tornando-se a principal característica da 
arte alemã, é usada também a forma de um corpo pesado, traços de esforço físico e 
também os ângulos e traços fundos no rosto provocam mais emoções, mostrando 
habilidade na representação facial. 
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Arquitetura 
Oto III como bispo de Hildesheim, ordenou a construção da Igreja da Abadia Beneditina 
de São Miguel, sua planta possui dois coros e entradas laterais, uma referência a igreja do 
mosteiro da planta de Sankt Gallen. Porém na Igreja de São Miguel a simetria é um dos 
principais elementos, com dois transeptos idênticos, torres transversais e pequenas torres 
com degraus, os suportes da arcada nave não são uniformes, sendo pares de colunas 
separadas por pilares quadrados, dessa forma a arcada é dividida em três unidades iguais, 
em que as naves laterais e a nave principal possuem larguras incomuns de acordo com o 
comprimento, para dessa maneira obter equilíbrio harmonioso entre eixo longitudinal e 
transversal, o coro localizado a oeste foi elevado acima do restante da igreja, assim 
comporta uma capela semi-subterrânea, ou cripta, de certa forma um santuário especial, 
onde era possível o acesso pelo transepto ou pela face oeste, também possui na entrada 
duas portas de bronze esculpidas. 
Manuscritos 
Possuidores da mesma intensidade e expressão que as pinturas, os manuscritos 
apresentam os elementos carolíngios e bizantinos fundidos, ganhando grande força e 
alcance. Exemplo, o Evangelho de Oto III, onde existe a reprodução da cena em que 
Cristo lava os pés dos discípulos, existe nela traçados da pintura primitiva, passando pela 
arte bizantina e por fim utilizando tons de pastel no ilusionismo das paisagens romanas, 
a moldura também é descendência das perspectivas arquitetônicas que decoravam as 
casas de Pompéia, a interpretação do artista otoniano transforma uma paisagem 
arquitetônica em cidade celestial. 
Arquitetura românica 
O estilo românico surgiu em toda a Europa Ocidental mais ou menos junto, abrangendo 
diferentes estilos regionais, mesmo que com aspectos relacionados e sem possuir fonte 
central, o que relaciona com a Idade das Trevas. Foi surpreendente o número de 
construções que surgiram no século XI, os avanços nos meios construtivos 
proporcionaram a execução de mais igrejas e também obras maiores e mais harmoniosas, 
com características romanas, os tetos das naves centrais passam a ser abobadados e seu 
exterior decorado com ornamentos arquitetônicos e esculturas. Os monumentos 
românicos mais importantes localizavam-se em áreas que poderiam ter representado o 
mundo católico. Porém as construções mais ricas, maior variedade de tipos e ideias mais 
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ousadas localizam-se na França. É vista uma riqueza de invenção arquitetônica que não 
encontra paralelo em nenhuma era anterior. 
Sudoeste da França 
Utilizaremos como exemplo Saint-Sernin (Toulousse), de planta mais complexa e 
integrada, em cruz latina sua nave central possui maiores dimensões, ampliado elos 
braços transversais que serviriam para abrigar um número maior de devotos, abside na 
extremidade leste, possuía abóbadas de aresta por toda extensão, formando os módulos 
do restante da construção, por exemplo, a largura da nave central é duas vezes a largura 
de uma nave lateral. Os telhados têm níveis diferentes das naves laterais contrastando 
com o frontão mais alto da nave central e do transepto, existe um conjunto de telhados 
semicirculares cobrindo a extremidade leste. Os elementos estruturais como os grossos 
ressaltos de pilar entre as janelas, utilizados no alivio do empuxo gerado pelas abóbadas, 
são transformados em decorações. A nave central possui elevadas proporções, conta com 
a presença de trifórios que filtram a luz destinada a nave central, ainda é possível observar 
resquícios da arquitetura romana nas abóbadas de berço, arcos torais, colunas embebidas 
e pilastras. A meias colunas contidas em toda a altura da parede da nave central erguem-
se de modo artificial ao encontro das abóbadas de berço, o leste da igreja possui abside e 
deambulatórios repletos de luz. O responsável pela construção tratou de deixar beleza e 
engenharia unidas. A utilização de tetos abobadados para diminuir a incidência de fogo, 
fez com que as naves laterais fossem estruturadas para suportar todo o peso da grande 
altura. 
Oeste da França 
Com destaque em Poitiers (Oeste da França), temos Notre-Dame-La-Grande, um grande 
exemplo das fachadas românicas, baixas e largas, suas arcadas feitas para abrigar grandes 
figuras, abaixo existe um vão na parede dentro de estrutura de arcos, repousando sobre 
colunas baixas e grossas fica a entrada principal, possui uma faixa com relevos que se 
estende do arco central até nas duas torres, com capitéis cônicos de altura igual à do 
frontão central, os capitéis são clássicos adornados de folhas, irrefutável origem romana. 
Sua ornamentação é feita com esculturas, entretanto é levado a acreditar que o projetista 
nunca tenha estudado a cultura romana, afinal sua decoração é feita em uma espécie de 
“casa de bonecas”, emoldurando as figuras bíblias. 
Normandia e Inglaterra 
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Mais ao norte na Normandia encontraremos a Igreja da Abadia de Saint-Etienne, fundada 
por Guilherme, o Conquistador. Possui decoração mínima, os elementos arquitetônicos 
são minimizados ao comparar com os quatro grandes contrafortes que dividem, a frente 
da igreja em três seções verticais, ressaltadas pelas duas torres, que mesmo sem pináculo 
já recebem alturas impressionantes, enquanto Saint-Sernin é encorpada e muscular, Saint-
Etienne impressiona por ser fria e impassível, uma estrutura para ser admirada em todas 
as suas proporções. É caracterizada como Gótico Primitivo e é responsável pela revolução 
na engenharia estrutural, tornando possível a execução das grandes obas do PeríodoGótico. Na Inglaterra podemos usar como exemplo a Catedral de Durham, iniciada em 
1093, sua nave central é um terço mais largo que a de Saint-Sernin, enquanto seu 
comprimento geral é 121 metros maior, o que a deixa entre as maiores igrejas da Europa 
Medieval. Sua nave central foi projetada para ser abobadada, dessa forma representa o 
primeiro uso sistemático da abóbada de aresta com nervuras, e sobre uma nave de três 
andares, as naves laterais também possuem abóbadas de aresta, os intercolúnios da nave 
central são separados por arcos transversais, as abóbadas de aresta são feitas de forma que 
as nervuras usadas nas juntas formam um desenho em X duplo, que divide a abóbada em 
sete seções. Devido aos intercolúnios da nave central serem mais longos, os arcos 
transversais ficam apoiados nos pilares heterogêneos, que variam de acordo com o 
tamanho, os maiores são colocados onde o empuxo das abóbadas é maior. Acredita-se 
que o arquiteto percebeu que se colocasse abóbadas de resta sobre a nave e sobre as naves 
laterais, obteria uma área semicircular nas extremidades de cada abóbada transversal, que 
poderia comportar janelas, dessa forma o peso do empuxo estaria concentrado em seis 
pontos firmes. As nervuras eram usadas para proverem um esqueleto, reduzindo o peso e 
empuxo, durante o período essa tecnologia pé encontrada em fase experimental, as 
características dos arcos indicam a busca pela melhoria. De modo estético a nave central 
de Durham é a mais bela da arquitetura românica. 
Itália 
Devido sua importância é de se esperar que abrigasse as mais colossais obras, entretanto 
não é o que acontece, todos aqueles que queria reviver o império estavam no norte da 
Europa. Por conta da autoridade espiritual do Papa eram difíceis as ambições imperiais 
na Itália, possuíam centros de prosperidade onde o Papa ou algum imperador alemão, 
estariam aliados caso gerasse lucro para eles. Entretanto sem vontade de recriar o Império 
Romano, além do mais, utilizavam as antigas igrejas cristãs, que eram enriquecidas com 
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adornos inspirados na arquitetura romana pagã. Um exemplo da arquitetura toscano-
românica é a Catedral de Pisa, é mais alta que a Sant Apollinare sua predecessora, também 
devido ao seu grande transepto sua planta é em cruz latina, com colocação de uma 
claraboia em um ponto bastante alto. Estão em Sant Apollinare as caracteristas principais 
da basílica, com fileiras de arcada uniforme, e até o campanário (Torre Inclinada de Pisa), 
que pendeu em decorrência da fragilidade de seus alicerces. A única influencia romana, 
foi a utilização de mármore multicolorido no exterior das igrejas, atualmente é baixo o 
número de coisas que sobrou em Roma, considerando que grande parte foi roubada para 
embelezar outras estruturas. Porém com o interior do Panteão é possível reconhecer o 
motivo de tentar igualar essas incrustações no Batistério (Florença), os painéis verdes e 
brancos possuem traçado geométrico. Arcadas cegas, possuem detalhes e proporções que 
remetem características clássicas, porém, as incrustações são do renascimento, podendo 
caracterizar o edifício como uma obra de transição. 
Escultura 
Também é nesse período que ressurge a escultura monumental, o que causa grande 
espanto, afinal nem a arte carolíngia ou a otoniana, demonstraram tendências nessa 
direção. As estátuas continuaram a ser criadas na ate ocidental, os relevos em pedra são 
vistos apenas em ornamentos, dessa forma, as únicas tradições da arte medieval são as 
esculturas em miniatura. 
Sudoeste da França 
Foi onde ressurgiu a escultura em pedra, relacionadas com os caminhos das 
peregrinações, afinal o maior objetivo das esculturas é atrair os fiéis leigos. O rápido 
crescimento da escultura em pedra é reflexo do fervor religioso. 
Borgonha 
Nas igrejas românicas o tímpano é substituído por uma composição centrada de Cristo 
Entronizado, a Visão Apocalíptica do Juízo Final. Na Catedral de Autun, o tema foi 
retratado de maneira única, a metade direita do tímpano mostra o julgamento das almas, 
na parte inferior os mortos erguem-se de seus túmulos, acima existem demônios e anjos 
em cada lado da balança. É possível perceber a imaginação macabra de origem pré-
românica. 
O vale do Rio Mosa 
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É raro encontrar alguma personalidade artística pois toda arte medieval é anônima. 
Entretanto no vale do Rio Mosa, desde os carolíngios existia uma consciência das fontes 
clássicas. 
Pintura 
A pintura românica não apresenta uma evolução alarmante, afinal deu continuidade à 
tradição pictórica, com ênfase nas iluminuras, porém possui grande variedade de estilos 
de acordo com as regiões. As maiores realizações sriptoria são do norte da França, Bélgica 
e sul da Inglaterra. A tendência de linearidade inflexível foi amenizada pela cultura 
bizantina, mesmo que as formas humanas e florais podem ser cópias bizantinas ou 
carolíngias. Enquanto os contornos firmes e a percepção de formas são características da 
pintura românica, exemplo é A Construção da Torre de Babel. No século XII ocorreu uma 
mudança no estilo nos dois lados do Canal. Exemplo A Travessia do Mar Vermelho 
apresenta traços que descrevem formas tridimensionais, nas dobras do planejamento, o 
volume do corpo. Não é surpresa que o estilo teve origem nos trabalhos em metal. 
Arquitetura Gótica 
Características gerais 
Algumas características podem definir uma construção gótica entre eles estão, 
internamente, os arcos de ogiva ou arco quebrado, as abóbadas com arcos cruzeiros e 
ogivais, colunas, trifórios e clerestórios, vitrais. As rosáceas são elementos internos e 
externos. Mas também existem os apenas externos, traceria, tímpano decorado com 
esculturas, arquivolta, portal, gabletes e florões, cogulho, gárgulas, contrafortes e arco 
botantes, além de auxiliarem na sustentação, pináculo, torres. 
Não é possível definir o período Gótico somente em termos temporais, é necessário 
considerar a abrangência e sua profundidade. No ano de 1150, essa área era bastante 
pequena, comportando apenas Paris e arredores (Ile-de-France), cem anos depois a maior 
parte da Europa, Sicília à Islândia, eram góticas, com ajuda dos Cruzados o estilo foi 
levado até o Oriente Próximo. Em 1450 inicia o declínio do período que desaparece quase 
por completo em 1550. A disseminação gótica é bastante peculiar, em alguns lugares 
abrange quase quatrocentos anos enquanto em outros não chega a cento e cinquenta. O 
termo “Gótico” foi criado para a arquitetura, também é nessa área que as características 
ficam mais fáceis de reconhecer. Faz pouco tempo que pinturas e esculturas góticas 
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ganharam destaque, dessa forma são incertos os limites nessas áreas. A evolução sugere 
como o estilo se desenvolveu, começou na arquitetura e durante um século teve papel 
dominante. A escultura perdeu aos poucos a rigorosidade arquitetônica, suas maiores 
realizações estão entre 1220 – 1420, em 1400 é a arte mais importante nos Alpes. 
Inicialmente é um desenvolvimento local em Ile-de-France, que se espalha por toda a 
Europa, passando a ser conhecida como opus modernun e francigenum (obra moderna ou 
francesa), século XIII o estilo vai perdendo a aparência “importada”, e os estilos regionais 
vão se fortalecendo, no século XIV é observável a troca de influencias entre as regiões, 
até que em 1400 surge o “Gótico Internacional”, homogêneo em todos os lugares. 
Divididas de forma temporal, estão as fases do gótico: Gótico Primitivo (Proto-Gótico) – 
anos 1137-1144. Gótico Pleno (Gótico Clássico) – Séculos XII – XIII. Gótico Tardio – 
Séculos XIII – XIV, também existem as tipologiasGóticas, Gótico Lanceado anos 1200-
1300, decoração com lancetas. Gótico irradiante ou rayonnant anos 1300-1400, decoração 
com linhas radiais na traceria. Gótico perpendicular: Inglaterra século XIV, decoração 
com linhas perpendiculares. Gótico flamejante (flamboyant): França anos 1400-1500, 
exuberância na decoração escultórica, ornamentação fluída e ornamentação cobrindo toda 
a superfície como uma teia. 
França: Saint-Denis 
Saint-Denis fica em Paris é classificada como Proto-Gótica, orientada pelo Abade Suger. 
Surgiu nessa localidade pois o poder do rei teve expansão durante o século XII e Sugar 
era o principal conselheiro de Luís VI. Sugar firmou a aliança entre a monarquia e a igreja, 
dessa forma o rei apoiava o Papado na luta contra os imperadores germânicos. A igreja 
de Saint-Denis possuía duplos prestigio, era o santuário do Apóstolo da França e o 
monumento mais importante em comemoração a dinastia Carolíngia, Suger queria fazer 
uma abadia no centro espiritual da França, dessa forma o antigo edifício precisou passar 
por reformas. Também é o modelo que serve de inspiração para as demais catedrais. 
Notre-Dame 
Com o ressurgimento da vida urbana, o futuro da arquitetura gótica era dado nas cidades. 
O crescimento não afetou apenas economia e política, os mosteiros foram substituídos 
por catedrais e universidades. Os esforços artísticos resultaram em grandes catedrais. 
Notre-Dame (Paris), iniciada em 1163, é a catedral que mais segue as características de 
Saint-Denis, caracterizada como Gótico Clássico, de planta compacta e unificada, duplo 
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deambulatório de coro, indo até as naves laterais, transepto baixo e largo, excedendo 
pouco a largura da fachada. Outro fator que chama atenção é o sistema de construção das 
abóbadas, cada intercolúnio, excluindo cruzeiro e abside, ao longo do eixo central possui 
forma oblonga, dividida por sistema de nervuras, e também por uma terceira nervura, 
onde a extremidade de cada uma origina uma coluna na nave central, conhecida como 
abóbada sextapartida, esse tipo de abóbada dá seguimento a experimentação do estilo 
Românico, que busca tornar mais leve a alvenaria entre os supores, possui reminiscências, 
nas galerias acima das naves laterais, foram usados arcos agudos, é visto avanço da 
engenharia estrutural com grandes aberturas para janelas e vitrais, leveza e elegância nas 
formas, as paredes não possuem adornos e a decoração fica por conta das suntuosas 
esculturas, outra característica é a verticalidade na nave central, conseguida por ênfase 
aos elementos verticais do que propriamente pelo tamanho. Os contrafortes não são 
visíveis do interior, os maciços blocos são projetados ao lado do edifício, acima do nível 
das subdivisões das naves laterais transformam-se em arcobotantes, que auxiliam na 
dispersão das cargas da nave central. A fachada Oeste tem aspecto bastante monumental, 
exceto as esculturas, o projeto é inspirado em Saint-Denis que reflete as achadas 
românico-normandas. Entre as características que distinguem Notre-Dame, os 
pormenores foram integrados em um meio harmonioso, formalidade aplicada também nas 
esculturas, rigor cúbico da frente sem adornos, as arcadas rendilhadas, grandes portais e 
janelas diluem a continuidade da construção, na fachada está a rosácea, os ornamentos 
em pedra recebem destaque da alvenaria, porém no transepto não é possível separar os 
ornamentos da janela de sua moldura, toda a superfície é coberta por um entrelaçamento 
continuo. Com os avanços da engenharia, foi possível eliminar as sólidas paredes 
românicas, fazer abóbadas mais eficazes concentrando o empuxo em pontos fixos. Notre-
Dame possui harmonia entre as partes, e sua inundação de luz pelas janelas é quase divina. 
Chartes 
Localizada em Rouen (França), classificada como Gótico Clássico e Gótico Tardio 
(Século XII), é a única que ainda conserva grande parte de seus vitrais originais, 
decorrente da grande luminosidade das janelas tem-se a impressão de paredes 
translúcidas, as janelas atuam como imensos e multicoloridos filtros, modificando a 
qualidade da luz diurna. As fachadas são decoradas com diferentes elementos góticos. De 
planta básica das igrejas góticas, abóbada de arestas baseada no arco agudo, devido a sua 
flexibilidade inimaginável até o momento, a arquitetura gótica na França ficou cada vez 
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mais arrojado, as naves ficaram mais grandiosas, os contrafortes mais rendilhados, até 
que alguns ruíram. É surpreendente que algumas construções do Gótico Flamboyant 
tenham permanecido em pé. As formas ondulares e curvas dos lavores em pedra da Igreja 
de Saint Maclou de Rouen, são tão exuberantes que esconderam toda a parte estrutural, 
densa e fantasiosa de elementos decorativos que a estrutura fica quase completamente 
oculta. Surpreendentemente a arquitetura gótica adaptou-se a diferentes circunstancias 
locais, tanto que esses monumentos na Inglaterra, Alemanha, e outros países, são motivo 
de orgulho nos tempos modernos, esse fato pode ser explicado pela persuasão do seu 
próprio estilo que despertava a imaginação de muitas comunidades. 
Inglaterra 
A Inglaterra foi bastante receptiva com o novo estilo, o gótico inglês não evoluiu do 
Românico. O gótico inglês primitivo desenvolveu seu próprio estilo, e o melhor exemplo 
é a Catedral de Salisbury, feita durante 1220 – 1270, é caracterizada como Gótico 
Primitivo, diferente das igrejas góticas Francesas, Salisbury está locada em meio rural 
não exigindo que ela seja muito alta. É possível perceber algumas características 
francesas, grandes janelas acima da entrada principal, mesmo que algumas características 
aparentem ser acréscimos posteriores, como os arcobotantes que não parecem 
necessários, dois transeptos acentuadamente prolongados, ampla fachada terminada em 
torreões baixos e largos, também conserva características românicas, com sensação de 
amplitude e naturalidade. O pináculo se eleva sobre o cruzeiro que é aproximadamente 
cem anos mais velho que as demais partes da igreja, indicando a rápida evolução gótico 
inglesa, para uma verticalidade acentuada. A capela-mor da Catedral-de-Gloucester, 
Gótico Tardio inglês (Gótico Perpendicular), apresenta afinidade com os interiores das 
igrejas francesas, repetição de pequenos ornamentos esculpidos. O sistema de abóbadas 
traz uma inovação inglesa, a propagação de nervuras em um reticulado ornamental de 
múltiplos filamentos, impedindo a visão nítida das separações dos intercolúnios e as 
subdivisões, concedendo ao interior unidade visual. Mesmo que o estilo inglês tenha se 
desenvolvido independente do francês, existe relação entre as duas variedades 
decorativas. 
Itália 
A arquitetura Gótica Italiana recebe destaque por toda a Europa, não podendo ser avaliada 
pelos mesmos padrões da arquitetura gótica francesa. Porém desenvolveu esculturas 
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extraordinárias. A igreja Franciscana de Santa Croce, Florença, representa muito bem a 
arquitetura Gótica, mesmo que seu teto seja em madeira e não de abóbadas. Isso está 
relacionado com a simplicidade das basílicas cristãs ligada com a ordem franciscana e a 
tradição da igreja primitiva. Não apresenta sistema estrutural Gótico, apenas na capela-
mor com abóbadas de aresta, as paredes são continuas e não possuem relevos, mas 
apresenta maravilhosos murais, e não possui arcos botantes. O uso de arco quebrado não 
é suficiente para o título de Gótico, mas as paredes na nave apresentam leveza e a 
transparência das igrejas do Norte, o grande numero de janelas na cabeceira infiltra muita 
luz. Em Santa Croce a ideia central era criar um interior imponente, enquanto na Catedral 
de Florença, sua principal marca é suacúpula octogonal, cobrindo um espaço central, 
fazendo com que a nave pareça um acréscimo posterior, as janelas e portas são os únicos 
elementos góticos exteriores, as paredes são sólidas trabalhadas com mármore embutido, 
constituindo um equivalente perfeito do Batistério românico bem em frente. Sua fachada 
principal, não recebe a mesma importância que as fachadas francesas e poucas ficaram 
inacabadas. Entre as que foram terminadas está a Catedral de Orvieto, que permite 
comparação com as fachadas românicas toscanas, assim como com as fachadas góticas 
francesas, possui indiscutível leveza, suas torres foram reduzidas a torreões para não 
ocorrer intriga com o frontão central, todo o projeto passa a sensação de dimensões 
reduzidas, a fachada da Catedral de Orvieto parece ter seus elementos combinados, exceto 
as rosáceas, não possui aberturas reais, essas partes não são percebidas como elementos 
sólidos, mas como superfícies translúcidas, revestidas de mosaicos brilhantes. As 
construções seculares do Gótico Italiano, tem caráter tão especifico quanto as igrejas. No 
norte da Europa não tem nada que se compare com a imponência do Palazzo Vecchio, e 
a Câmara Municipal de Florença, acreditava-se que a moradia de um homem de posse era 
literalmente sua fortaleza, construída para resistir assaltos testemunhando a importância 
de seu proprietário, por trás de suas paredes ameadas o governo sentia-se protegido, suas 
altas torres além de simbolizar orgulho cívico, também apresentavam domínio a cidade, 
aos campos vizinhos, sendo posto de observação. 
Escultura 
França 
Os portais da fachada oeste de Saint-Denis foram iniciados por volta de, é notável como 
a simetria e clareza substituíram os movimentos frenéticos e as multidões, as figuras não 
são emaranhadas, mas sim eretas e independentes de modo que o conjunto todo possa ser 
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visto a uma grande distância. As figuras são alinhadas, na verdade são estatuas alinhadas 
em seu próprio eixo, adossadas a coluna. A forma cilíndrica das colunas onde estão as 
figuras, faz com que pareçam presas em uma atmosfera de imobilidade. Suas cabeças 
possuem suavidades humanas deixando clara a busca pelo realismo, seus elementos 
principais são simples, sendo de fácil entendimento para qualquer um familiarizado com 
as noções básicas da bíblia. No grupo da Anunciação é visto o eixo do corpo 
rigorosamente vertical, as dobras do planejamento profundas e afuniladas, criado no ano 
de 1240 por mestres parisienses, fez tanto sucesso que se tornou o padrão da escultura 
Gótico Pleno em toda a Europa, a complexidade do panejamento é tanta que as formas 
corporais desaparecem nas pregas. 
Alemanha 
Os estilos adquirem características das antigas tradições de cada pais, a arte Gótica é o 
reflexo de conferir aos temas tradicionais do cristianismo um apelo emocional cada vez 
mais intenso. A Alemanha representa no século XIII, o desenvolvimento de uma nova 
tipologia de imagens religiosas, destinadas às devoções particulares, a imagem mais 
característica é a de Pietà, uma representação da Virgem lamentando Cristo Morto, sendo 
criada em contrapartida à Madona com o Menino. Nesse período o realismo é apenas um 
veículo de expressão. Após 1350, inicia novamente a busca pelo peso e volume, o clímax 
foi atingido no ano de 1400, nas obras de Claus Sluter, escultor holandês, sua principal 
obra é O Poço de Moisés, apresenta um realismo minimalista e também uma nova 
concepção de peso e volume. 
Itália 
A escultura Gótica na Itália iniciou provavelmente no extremo sul, que faziam parte do 
domínio do imperador germânico Frederico II, onde as suas preferencias favoreciam o 
estilo clássico do grupo da Visilação. Nicola Pisano, em 1260, concluiu um púlpito de 
mármore para o batistério de Catedral de Pisa, retornando às decorações da Sala de Íxion, 
com uma espécie de caixa pouco profunda, abarrotada de formas sólidas que além de 
contar a história da natividade, apresenta os episódios associados a ela. Na escultura 
gótica do Norte não existe um equivalente dessa obra, Nicola foi busca-la no final da fase 
do estilo romano. Giovanni Pisano, responsável por Sua Madona, de proporções bastante 
achatadas e com a tipologia facial romana, essas características foram combinadas com 
outras, góticas e contemporâneas, como a postura em S. Por volta de 1400, à época do 
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Estilo Internacional, a influência francesa foi absorvida pela Itália. Lorenzo Ghiberti, 
responsável pelo O Sacrifício de Isaac, a composição parece ter pouca força dramática, 
responsável por isso é o gosto do período, derivando da mesma arte palaciana na qual foi 
produzida o anjo sorridente de Reims, podendo ter sofrido a mesma influência francesa. 
Pela primeira vez o fundo plano e sem relevos não é tido como uma parede, mas um 
espaço onde as figuras emergem. 
Pintura 
França 
Suger enfatiza o efeito dos vitrais utilizados cada vez em maior quantidade, por conta da 
evolução da arquitetura. A técnica do vitral foi aperfeiçoada no período românico, onde 
os desenhistas passaram a ser cada vez mais influenciados pelo estilo dos escultores, isso 
é resultado do reflorescimento do Classicismo. Os métodos medievais da manufatura dos 
vidros não permitem a execução de grandes vidraças. Essas obras são pinturas com o 
vidro exceto os traços marrons e pretos, os mestres vidreiros envolviam a junção em tiras 
de vidro, fragmentos que acompanham os contornos do desenho. A tendência do vitral é 
resistir a qualquer tentativa de obtenção de formas tridimensionais. Após 1250 ocorreu 
um declínio na atividade arquitetônica reduzindo as encomendas, e os centros de 
produção foram transferidos dos scriptoria monásticos para as oficinas dirigidas por 
leigos. Mestre Honoré, pintou uma cena que parece se desenrolar em um palco, devido 
ao fato de não terem direção de fundo, sua mobilidade é avançada para adiante, chegando 
a perder o enquadro. 
Itália 
A pintura italiana, gerou no final do século XIII uma explosão de energia criadora onde 
os resultados foram tão multiplicados quanto ocorreu com a ascensão das catedrais 
góticas na França. O modo grego prevaleceu até o final do século XIII, oportunizando os 
pintores italianos a absorver a tradição bizantina. 
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