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VEJA: CC 2002 não elenca em artigo específico os modos de aquisição da propriedade. A partir do art.1238 CC apresenta as formas para bens imóveis: • Usucapião – seção I (aula 9) • Aquisição por registro do titulo – seção II • Aquisição por acessão – seção III • Art.1417 e 1.418 – direito real à aquisição de imóvel Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária e derivada CONTRATO: FORMA INSTRUMENTAL PARA AQUISIÇÃO DAS COISAS – MAS CONTRATO SOZINHO NÃO transfere a PROPRIEDADE. Domínio ocorre pela tradição (bens móveis – art. 1.226) - Domínio ocorre pela transcrição (bens imóveis – art. 1.227) + art. 108 CC Direito francês: o efeito translativo decorre do próprio contato realizado entre as partes, transferindo-se a propriedade pelo consentimento (ânimo, vontade) - contrato é obrigação e gerador do direito real. Direito Alemão: uma vez feito o contrato, requerido o registro, se abstrai a origem do contrato. Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. §1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. §2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Presunção iuris tantum (relativa, até prova em contrario é titular do direito real aquele constante do registro imobiliário) = enquanto o registro não for anulado, presume-se apto a produzir efeitos. Registro: ocorrer na circunscrição do imóvel. Expressa previsão legal a respeito da questão: Art.1245, § 1º Código Civil Art.1245, § 2º (reforça a assertiva quanto à presunção) Procedimento administrativo => registro do imóvel reconhece-se direitos aos proprietários. a) Sequela (nasce com o registro imobiliário e com a tradição). b) Direito de dispor da coisa (doar, vender, ceder, entre outros) Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária e derivada Procedimento administrativo => registro do imóvel reconhece-se direitos aos proprietários. a) Sequela (nasce com o registro imobiliário e com a tradição). b) Direito de dispor da coisa (doar, vender, ceder, entre outros) Principio da Inscrição - todos os imóveis deverão endereçar o sistema para a existência jurídica. Significa que a constituição, transmissão e extinção de direitos reais só se opera por atos intervivos e mediante registros imobiliários. Lei 6.015/73 – Lei de Registros Públicos - para que o imóvel exista e que haja uma titularidade de direitos reais ele deve ser matriculado. (art.195 – LRP) Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária e derivada Principio da Continuidade Registral: Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro. (Renumerado do art. 197 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). Imóvel Registro Domínio http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6216.htm M o d o s d e A q u is iç ão d a P ro p ri ed ad e Im o b ili ár ia Originária = é propriedade adquirida sem qualquer vinculo/relação com o titular anterior; não existe ou não há importância jurídica na figura da pessoa antecessora. Não existe relação jurídica do adquirente com o proprietário precedente (ainda que esse proprietário possa ter existido) Derivada = DERIVA DO NJ - existe sim relação jurídica com o titular anterior; existe a transmissão da propriedade de um sujeito para o outro. A validade e a eficácia da transferência nesse caso são examinadas no fato, ato ou negocio jurídico de transferência. TRADIÇÃO: é a entrega da coisa ao adquirente => animus de lhe transferir a propriedade Ex: compra e venda, doação => a aquisição da propriedade de coisa móvel acontece com a entrega da coisa. Regra geral a transferência da propriedade ocorre pela tradição. Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. a) TRADIÇÃO EFETIVA: o transmitente está presente e demonstra a coisa, suas pertenças e extensão; objeto é mostrado e posto à disposição do adquirente. Exemplo: o transmitente da propriedade leva o adquirente a um local do imóvel que está entregando, mostrando-lhe e apontando-lhe a área e seus limites. Especifica o bem móvel. b) TRADIÇÃO SIMBÓLICA ou FICTA: é tradição consensual e entrega da coisa é fictícia, e se dá por atitudes, gestos, conduta indicativa da intenção de transferir a posse. Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária e derivada b1) CONSTITUTO POSSESSÓRIO´- exige clausula expressa = clausula constituti (NJ – ambas as partes) FUNDAMENTO: Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Tradição simbólica ou ficta moveis e imóveis – posse para propriedade O vendedor, transferindo para outra pessoa, a propriedade (domínio) da coisa, conserva-a, em seu poder, mas agora na qualidade de locatário (cláusula constituti). Ex: vendi (transferi o domínio) meu imóvel para Maria, mas como eu NÃO tinha outro, ALUGUEI, o imóvel de MARIA, por 6 meses – no NJ estabelecemos clausula constituti. b2) TRADITO BREVI MANU = INVERSO do CONSTITUTO POSSESSORIO se configura quando o possuidor de coisa alheia (o locatário, comodatário, o arrendatário, etc.) passa a possuir a coisa como própria, após ter adquirido a propriedade. O APTO que eu alugava (eu tinha posse) de Maria, foi comprado por mim (passo a ser real proprietário). Note que: não houve transferência da posse - transferiu-se só a propriedade. É a situação em que o possuidor direto passa a ser possuidor pleno da coisa Eu, PROPRIETÁRIA DA COISA, alieno, MAS, continuo na posse da coisa – agora, como LOCATÁRIA (art. 1.204 CC). Anteriormente eu tinha a POSSE PLENA, com a alienação, passo a ter a POSSE DIRETA E IMEDIATA como locatária. Aquisição originária: aquisição por acessão – Secção III – art.1.248 CC ADESÃO DE IMÓVEL À IMÓVEL (NATUREZA OU ATO HUMANO ) ACESSÃO DE COISA MÓVEL a coisa IMÓVEL => decorre das construções e plantações em terreno alheio. Ex: plantação de café em terras de outra pessoa. NATUREZA JURIDICA: MODO DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE INVOLUNTÁRIA - a vontade do proprietário em continuar com a coisa estabelece, ainda que de forma tácita, que ele pelo menos aceitou ou tolerou a acessão. Acessão imobiliária HÁ acréscimo ao solo de outrem, aumentando o âmbito de sua propriedade e seu valor. Princípio da gravitação jurídica: passa a pertencer ao dono da coisa principal tudo aquilo que se adere a ela => regra “o acessório segue o principal”. Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - CASA EDIFICADA EM TERRENO ALHEIO, DE PROPRIEDADE DO PAI E SOGRO DOS LITIGANTES - BOA-FÉ - ACESSÃO - PERDA EM FAVOR DO PROPRIETÁRIO DO SOLO - IMPOSSIBILIDADE DE PARTILHAMENTO - INDENIZAÇÃO DEVIDA. "O dono do solo adquire, efetivamente, a construção feita, com a obrigação de indenizar, tratando-se de construtor de boa-fé. Para esse efeito, a doutrina e a jurisprudência fixaram o entendimento de que benfeitorias e acessões têm conceitos análogos, confundindo-se na sua terminologia, reconhecendo-se a ambas o direito de indenização e de retenção" Construída pelos cônjuges casa residencial sobre a laje da residência de propriedade do pai de um deles, comprovada a boa-fé e, ao ensejo do falecimento do patriarca, passando o imóvel ao domínio do espólio, terá o construtor direito de ser ver indenizado pelo que efetivamente gastou na construção, sendo que a partilha decorrerá do inventário. TJ-MG : 2963620 MG 2.0000.00.296362-0/000(1) Qual é o problema jurídico? PROPRIETÁRIOS DISTINTOS x POSSIBILIDADE DE INDIVIDUALIZAR ACESSÓRIO E PRINCIPAL Acessão Imobiliária: acréscimo aumenta o âmbito de sua propriedadee seu $$$ (pode acontecer por vias naturais ou humanas). A lei entende por bem deixar a propriedade ao titular da coisa principal para evitar o condomínio, permite sempre que possível o ressarcimento para evitar injusto enriquecimento. Acessões Naturais Formação de Ilhas Aluvião (gradativa) Avulsão (abrupto) Álveo Abandonado (Rio que seca) Acessões Artificiais Terra própria – material alheio Terra alheia – material próprio Acessão inversa ACESSÃO modalidade de aquisição da propriedade em 5 espécies Localização no Código Civil TÍTULO III - Da Propriedade CAPÍTULO I - Da Propriedade em Geral CAPITULO II – DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOVEL Seção III - Da Aquisição por Acessão (Art. 1.248) Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária ILHA FORMADA EM RIO NAVEGÁVEL É DE DOMINIO PUBLICO!!!! Ilha formada em rio não navegável pode ser adquirida, pois é suscetível de se tornar propriedade particular - passa a ser de propriedade do titular da área ribeirinha. Somente interessa ao Direito Civil as ilhas formadas em rios não navegáveis. ART. 1.249 - Divide-se o rio pela linha da metade do álveo (superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto) fracionando-se a ilha em duas partes. Código de Águas (Decreto 24.643 de 10 de julho de 1934), divide cursos d’águas em: públicos e particulares. Públicos: rios públicos os rios navegáveis Particulares: não navegáveis. Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária 50% =>MARIA JOSE<=50% MARIA JOAO JOSE Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Somente interessa ao Direito Civil as ilhas formadas em rios não navegáveis. Formação de Ilhas Art.1249 CC MARIA IL H A A ZU L JOAO JOSE Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Somente interessa ao Direito Civil as ilhas formadas em rios não navegáveis. Aluvião: aumento e/ou diminuição em suas propriedades, de modo lento, paulatino, não dá pra saber a origem do aumento ou redução. NÃO DÁ DIREITO A INDENIZAÇÃO = IMPERCEPTIVEL E OCORRE PAULATINAMENTE. Diferente da avulsão (abrupto, rápido) – nesse caso é possível indenizar, pois a origem é conhecida. Sabe-se quem perdeu e quem ganhou. AVULSÃO: "quando a força súbita da corrente arranca uma parte considerável e reconhecível de um prédio, arrojando-a sobre outro prédio" (art. 19 , do Código de Aguas). Nessa hipótese, a lei das águas (não divergente do Código Civil) determina que "o dono daquele não poderá reclamá-lo ao deste, a quem é permitido optar; ou pelo consentimento na remoção da mesma, ou pela indenização ao reclamante" (art. 20, Código de Águas). Art. 1251 C.C: Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Caio Mário (1993:99) lembra da possibilidade de a avulsão ocasionar prejuízo, e não vantagem. Silvio de Salvo Venosa entende que, em se tratando de causa natural, caso fortuito, não há que se falar em indenização (não dever de indenizar). ABANDONO DE ALVEO: curso do rio seca ou se desvia. Ocorrendo desvio da corrente de água, os proprietários das terras por onde as águas naturalmente abrem novo curso não têm direito à indenização (caso fortuito). Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. Regra: álveo abandonado (alveus derelictus), pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, na proporção das testadas até o meio do álveo (art. 1.252 CC). Se há intervenção humana (artificial) a perda de terreno deve ser indenizada. Se a mudança da corrente ocorre por utilidade pública, o dono do prédio ocupado deve ser indenizado, passando o álveo abandonado a pertencer ao poder expropriante, como forma de compensação (art. 27 do Código de Aguas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm JOAO Construiu ou plantou na terra própria com material de Maria Regra1 – Terra própria com material alheio: João adquire a propriedade dos materiais mas deve PAGAR O VALOR DOS MATERIAIS USADOS. Se de má-fé: PAGAR O VALOR DOS MATERIAIS USADOS + PERDAS E DANOS. TE R R EN O P R O P R IO U SA N D O M A TE R IA L A LH EI O Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. MARIA JOÃO Construiu ou plantou na terra de MARIA com material próprio Regra 2 – Terra alheia com material próprio BOA-FÉ de JOÃO João sai do imóvel e Maria indeniza a construção/plantação (desde que João de boa-fé) MA-FÉ de JOÃO João deve sair, perde o edificado ou plantado Se Maria exigir, pode ser que ainda tenha que deixar tudo do jeito que encontrou antes de construir.TE R R EN O A LH EI O C O M M A TE R IA L P R Ó P R IO Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Terreno de MARIA Construção cara MARIA JOÃO Construiu ou plantou em terreno alheio Regra 3 – Valor da propriedade INFERIOR ao VALOR DA CONSTRUÇÃO: JOÃO se torna proprietário se indenizar Maria desde que: Demonstre a boa-fé; Indenize o VALOR do terreno perdido Terreno barato A C ES SÃ O I N V ER SA Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste (20%), adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido (indeniza), se o valor da construção exceder o dessa parte, E responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. Parágrafo único. Pagando em décuplo (1OX) as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente (ficar mais cara) o dessa parte E não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. Boa-fé invasão não maior que a 20ª parte do terreno alheio: Se torna proprietário da parte invadida se a construção ficar mais cara que a parte do terreno Indeniza pela parte invadida Paga a desvalorização da área que sobrou.... Má-fé invasão não maior que a 20ª parte do terreno alheio: Paga 10x as perdas e danos do 1.258 Se torna proprietário da parte invadida se a construção ficar mais cara que a parte do terreno SE não puder voltar ao status anterior Aula 04. Modos de Aquisição da Propriedade imobiliária originária Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescerà construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro. Boa-fé: invasão maior do que 20ª parte do terreno Perdas e danos referentes à construção acrescida; Perdas e danos referentes à área do terreno perdida; Perdas e danos referentes à desvalorização da área que sobrou Má-fé: invasão maior do que 20ª parte do terreno Demolir o que foi construído; Pagar perdas e danos apurados em dobro!
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