Buscar

A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

10
 FACULDADE SÃO JUDAS TADEU
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MARCIO DA SILVA DE CARVALHO
A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE
RIO DE JANEIRO
2016.1
FACULDADE SÃO JUDAS TADEU
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MARCIO DA SILVA DE CARVALHO
A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE
Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso à Faculdade São Judas Tadeu como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis, sob a orientação do professor Fabiano de Almeida Oliveira.
RIO DE JANEIRO
2016.1
TERMO DE APROVAÇÃO
MARCIO DA SILVA DE CARVALHO
A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE
Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso à Faculdade São Judas Tadeu como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis, aprovado pela seguinte banca examinadora:
____________________________________________
Professor Me.Orientador Fabiano de Almeida Oliveira.
	Faculdade São Judas Tadeu	
____________________________________________
Professor Especialista Rubem Roberto Magalhães de Souza
Faculdade São Judas Tadeu
____________________________________________
Professor Especialista Vanderlei Mello de Oliveira
Faculdade São Judas Tadeu
Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2016.
Dedico esse trabalho a minha família que sempre estive comigo na saúde e na doença e aos meus professores que me ensinaram a ser uma pessoa melhor. 
AGRADECIMENTOS
A DEUS pela presença constante em todos os momentos da minha vida, e a todas as pessoas, que de forma direta ou indireta contribuíram para a conclusão deste curso, em especial minha companheira, Lindomar, que me incentivou no ingresso a esse curso.
RESUMO
Exercendo suas atividades profissionais, o contador, pode trabalhar de diferentes maneiras, em diferentes segmentos. Pode atuar como contador de empresas, contador na área pública, auditoria independente, consultoria ou professor. Sem depender da forma ou seguimento onde trabalha, o profissional terá relacionado com sua função muitos fatores dos quais dependem de seu próprio discernimento. A performance do profissional e o comportamento ético do contabilista, quando se trata desses elementos, podem ser decisivos no sucesso ou fracasso de sua carreira profissional, sem depender do seguimento que você trabalha ou de sua formação profissional. As Instituições que se importam com o código de ética, estão procurando, em todo mundo, investir em programas de treinamento que programam a cada dia novos instrumentos de conscientização profissional, conforme o grau de maturidade de cada cultura organizacional. Casos que envolveram grandes empresas e governos de diferentes países que atestam a importância dos documentos de orientação ética para o comportamento de seus integrantes. Um deles é o da empresa norte-americana General Eletric que despendeu US$ 7,9 milhões, subornando um general israelense para que manipulasse uma concorrência para venda de armamentos ao governo de Israel, em 1992. A GE concordou em pagar multa de US$ 69 milhões por ter iludido o Pentágono e o Ministério da Defesa de Israel. Este puniu o general a 13 anos de prisão. O caso Enron, que foi o maior processo de falência do mundo. A Enron varria débitos para a sociedade com propósitos específicos das quais tinha participações majoritária, mas por normas contábeis duvidosas, não eram consolidadas no balanço final, resultando em lucros superestimados de US$ 591 milhões, e dívidas não registradas no último balanço de US$ 628 milhões (dados preliminares). A ética empresarial determina o comportamento da empresa quando ela age com princípios morais seguindo regras aceitas pela coletividade. O bem comum da instituição está vinculado à atuação ética da empresa nas teorias do utilitarismo, do dever ético contratual, substancia e segue alguns conjuntos de regras éticas formalizadas, tal como, o Código de Ética Profissional dos Contabilistas.
Palavras-chave: Código de ética, Ética empresarial, Ética do contador. 
ABSTRACT
Performing his professional duties, the counter can work in different ways, in different segments. Can act as counter companies, accountant in the public area, independent auditing, consulting or teacher. Without depending on the form or follow where you work, the professional will related to its function of many factors which depend on their own judgment. The performance of professional and ethical behavior of the accounting officer, when it comes to these elements may be decisive in the success or failure of his career without relying tracking you work or your training. The institutions that care about the code of ethics, are looking all over the world, invest in training programs that schedule every day new professional awareness instruments, as the degree of maturity of each organizational culture. Cases involving large companies and governments of different countries that attests to the importance of ethical guidance documents for the behavior of its members. One is the US General Electric company spent US$ 7.9 million, bribing an Israeli general to manipulate competition for the sale of arms to the government of Israel in 1992. GE has agreed to pay a fine of US$ 69 million to have eluded the Pentagon and the Ministry of Defense of Israel. This has punished the general to 13 years in prison. The Enron case which was the world's largest bankruptcy proceedings. Enron swept debts to society for specific purposes which had majority stakes, but for dubious accounting rules, were not consolidated in the balance, resulting in overstated profits of US$ 591 million, and liabilities not recorded in the last balance sheet of US$ 628 million (preliminary data). Business ethics is the company’s behavior when it acts with moral principles following rules accepted by society. The common goodness of the institution is bound by the ethical performance of the company in utilitarian theories of contract ethical duty, substance and follows some set of formalized ethical rules, such as the Code of Professional Ethics of Accountants.
Keywords: Code of ethics, Business ethics, Ethics counter.
SUMÁRIO
		
INTRODUÇÃO	9
1- 	A ÉTICA	10
1.1- DEFINIÇÃO DE ÉTICA	10
1.2- A MORAL E OS COSTUMES (ÉTHOS)	11
1.3- PROBLEMAS MORAIS E ÉTICOS	12
1.4- CAMPO DA ÉTICA	14
1.5- FONTES DAS REGRAS ÉTICAS	14
2- 	O CONTADOR E O NOVO MERCADO GLOBALIZADO	17
3- 	A RESPONSABILIDADE SOCIAL, ECONÔMICA E PENAL DO CONTADOR	19
4- 	FRAUDES CONTÁBEIS E EMPRESARIAIS	21
4.1- O CASO ENRON	21
4.2- O CASO TYLENOL (1982)	24
5- 	O CÓDIGO DE ÉTICA EMPRESARIAL	27
6- 	O CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL CONTADOR	29
7- 	PRESCRIÇÃO NORMATIVA DE CONDUTA	32
8- 	AUDITORIA INDEPENDENTE	34
9- 	O PROFISSIONAL PERITO	35
10- 	O PROFISSIONAL AUDITOR	36
11- 	O PROFISSIONAL CONTADOR	37
12- 	O PROFISSIONAL PROFESSOR	38
CONSIDERAÇÕES FINAIS	40
REFERÊNCIAS	41
ANEXOS	43
INTRODUÇÃO
A convivência social leva as pessoas travarem, entre si, diariamente, grande número de relacionamentos. Esse aspecto tem por base a necessidade e interesse de atingirem seus objetivos, que podem ser de natureza individual ou coletiva. Esses relacionamentos são motivados por aspectos da forma em que o ser humano se comporta que tais aspectos recebem influência das crenças e valores que cada indivíduo carrega. É natural que conflitos surjam entre pessoas envolvidas nos vários tipos de relacionamentos existentes em uma sociedade, é normal a perseguição pelas partes de objetivos antagônicos.
Como, por exemplo, o caso de uma pessoa que entra numa loja com o objetivo de adquirir um aparelho eletrodoméstico. Certamente na loja encontrará alguém com o objetivo de vender eletrodomésticos. Para ambos os objetivos, tanto para o de comprar e o de vender sejam concretizados, é imprescindível que um relacionamento comercial seja mantido pelas partes.
Perceba que no relacionamentoenvolverá pessoas com objetivos opostos, uma objetiva comprar, enquanto outra deseja vender. Desse relacionamento, várias questões podem surgir, tais como, marca e preço do produto e condições de pagamento, e prazo de entrega.
Na discussão para resolver tais questões, cada lado assumirá uma posição e comportamento próprios, dentro daquilo que acredita ser certo e justo para a situação. Desse modo os objetivos individuais só serão atingidos caso ambas as pessoas, não obstante as posições opostas, cheguem a um ponto em comum. Essa circunstância é de caráter particular e requer decisões simples de serem tomadas, e repete-se diariamente na sociedade.
Já outras questões de caráter coletivo requerem soluções mais difíceis para serem resolvidas. O principal desafio dessas questões é encontrar o ponto de entendimento, se possível eliminando os conflitos, ou no mínimo atenuando essa situação para as pessoas envolvidas.
O presente trabalho foi desenvolvido de pesquisas em órgãos gestores de informações contábeis e procurando o perfeito alinhamento com todas as normas contábeis da atualidade e leis da sociedade, visando o bom desempenho, e difusão da Ética para a sociedade.
1- A ÉTICA
1.1- DEFINIÇÃO DE ÉTICA
No nascimento cada indivíduo tem seu próprio berço, que será para ele a principal referência de tudo na vida, a família e o conjunto de condições que o cercam, a classe econômica, a religião e o país em que nasceu.
Em primeira condição cada pessoa recebe um grupo de informações a respeito à forma de viver, deixadas pelos seus ancestrais, passada de pai para filhos, da forma de viver, assuntos da sociedade que lhe cercam, de suas crenças e da justiça social. Seu comportamento, o modo de agir, e até mesmo a forma de se vestir é fortemente influenciado pelas pessoas que o cercam e pelas condições que lhe são adicionadas durante toda vida. Cada pessoa está dirigida por essas informações que lhe são passadas durante sua existência.
Em sua etimologia, a Ética vem do grego ethos, que significa “modo de ser” ou “caráter”, forma de vida adquirida ou conquistada pelo homem. A moral vem do latim mos ou mores, “costume ou costumes”, no significado de conjunto de mormas ou regras adquiridas pelo hábito.
Segundo Vázquez (2008, p.23) “A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, é ciência de uma forma específica de comportamento humano.”
Para Sá (2009, apud MACHADO, 2012) ética é a ciência que rege a forma que o ser humano se comporta, de si próprio e de sua sociedade.
Segundo Lisboa (1997, apud MACHADO, 2012) cada pessoa ao nascer tem sua própria forma de viver em relação a sua família e as pessoas que o cercam, sua condição de vida, classe social e religião. Que também pode mudar conforme mudarem seus referenciais da forma que vivem sua existência.
Lisboa também conceitua ética como parte da filosofia do que é certo ou errado, do que é bom e do que é mal.
Segundo Sá (2001, apud GOLVÊIA, 2006, p.86). A forma que as pessoas se comportam não é instável, diante das modificações sofridas nas condições que cercam cada pessoa durante a vida; também depende da capacidade individual de cada um de entender e analisar as informações que lhe são passadas, isso pode mudar seus valores e seu comportamento e influenciar novas pessoas, sabendo-se que na sociedade existem pessoas imperativas no modo de viver. Pessoas buscam satisfazer suas necessidades, adaptarem-se ao ambiente que o cerca, elas precisam alimentar-se, se vestir, se divertir, para isso precisam buscar trabalho e em seguida obedecer a ordens de chefia. O interesse na busca da satisfação de suas necessidades influencia diretamente nas mudanças das condições que o cercam em todas as fases da vida.
A Ética ao ser definida como um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos ao comportamento humano moral, se opõe a sua definição tradicional que a simplifica em um simples capítulo da filosofia, e desenrola-se ao estudo de diversos fatores que evidenciam claramente as diferenças entre ética e moral. A ética está para a reflexão, assim como a moral está para o comportamento adquirido por hábito. (VÁZQUEZ, 2008, p.24).
1.2- A MORAL E OS COSTUMES (ÉTHOS)
Desde o nascimento e durante toda sua existência o homem vive em sociedade; “o homem é um animal social por natureza” (LISBOA, 2014, p.16). Viver em sociedade é uma condição humana, virtude de várias sociedades que tornam sua sobrevivência segura e dão continuidade a sua espécie. De diversas naturezas são os relacionamentos estabelecidos no cotidiano pelo ser humano. Começa pelo relacionamento primário que ocorre entre os pais e filhos, e assim durante sua existência atingem inúmeros outros relacionamentos, na escola, no trabalho, na religião, saúde e lazer. Cada relacionamento tem razão particular para existir e busca determinado objetivo.
Podemos então dizer que cada um deles é uma formação de sociedade em particular. Como por exemplo: uma sociedade matrimonial; sociedade religiosa; sociedade militar; sociedade empresarial; sociedade de trabalho.
A quantidade de relacionamentos entre membros de determinada sociedade e entre várias outras, torna complexa a vida comum. Essa complexidade existe pelo fato de uma pessoa fazer parte de várias sociedades, que podem buscar atingir objetivos opostos. Todas as sociedades estão relacionadas entre si de alguma forma, inclusive no que é pertinente aos países. Com base nessa visão ampliada, todos os homens, em primeiro plano, formam uma única sociedade, a sociedade dos habitantes terrestres. A partir daí, são derivadas todas as demais sociedades: os habitantes dos países, dos estados, das cidades, os integrantes das profissões e das religiões. Por meio de sua necessidade, cada homem está obrigado a viver com os demais, e esta convivência ultrapassa fronteiras entre as pessoas, para atender seus interesses durante o percurso de sua vida para alcançar seus objetivos. Para a pessoa em particular, e a sociedade em que convive, obriga-se a manter relacionamentos com as demais. A própria sobrevivência da raça humana depende desses fatores.
1.3- PROBLEMAS MORAIS E ÉTICOS 
Mesmo se as pessoas fizerem parte da mesma sociedade, não significa que elas sejam iguais, que pensem da mesma forma, que acreditem nas mesmas coisas, que individualmente busquem o mesmo objetivo, que precise atender as mesmas necessidades. Cada pessoa carrega seus próprios valores e suas próprias crenças, busca alcançar seus interesses particulares a fim de suprir suas necessidades; ela tem sua própria maneira de se comportar-se.
A procura de objetivos diferentes por parte das pessoas que se comportam de maneira desigual, na busca de interesses distintos, inclusos nas sociedades, produz conflitos de desejos entre os indivíduos ou contra as sociedades. Algumas vezes é preciso decidir qual interesse atender em primeiro plano, qual comportamento deve adotar diante de algumas situações, decidir o que é justo, o que é certo, o que é errado, o que é bom, o que é ruim. Em várias situações, dependendo do comportamento adotado pelas pessoas ou pela sociedade como um todo, é possível haver como consequência prejuízos que atingem tanto quem tomou a decisão em defesa de seu próprio interesse, quanto para quem teve seu interesse contrariado.
O cotidiano apresenta várias situações, nas quais, em virtude das decisões tomadas, os comportamentos assumidos, dos interesses contrariados, prejuízos individuais e coletivos são causados. Como por exemplo:
· Um carro que avança um farol vermelho;
· Funcionário que aceita um suborno;
· Marginal que realiza um assalto;
· Briga entre torcidas de times rivais;
· Guerra entre dois povos e etc.
Percebe-se que mesmo que a humanidade seja obrigada a viver em sociedade, nem sempre tem convivência pacífica, sendo tanto mais difícil quanto maiores forem os conflitos de interesses existentes. Quanto maior for a distância entre as sociedades, mais difícil torna-se a solução dos conflitos.
A questão colocada é: o que é direito quando o interesse de uma determinadapessoa contraria o de outra, isto é, o que é certo ou errado, bom ou ruim, justo ou injusto para as pessoas?
Todos os problemas que estão presentes em qualquer grupo social, são relacionados com a forma que as pessoas se comportam e podem ser apontados de modo geral problemas ligados a Ética. Considerando que cada indivíduo não vive sem os demais, torna-se essencial que seus conflitos de interesses sejam ultrapassados e que se estabeleça um tipo comum de comportamento, que mesmo não servindo para um elemento em particular, mas sirva para o beneficio da sociedade no todo.
Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado.
O uso popular do termo “ética” implica em diferentes significados.
Para os filósofos, a ética é o estudo teórico do padrão de julgamentos morais (LISBOA, 2014, p.30).
A ética como expressão do pensamento correto, leva a ideia de universidade moral, a forma ideal universalizada do comportamento humano, expressa em princípios que são válidos para todo pensamento moral sadio (LISBOA, 2014, p.30).
As pessoas não são totalmente boas ou más, não basta apenas ditar normas de conduta para que os indivíduos ajam com probidade e decência. É preciso controles e sanções compatíveis, que coíbam e intimidem os infratores.
O problema principal da ética é o de analisar o que significa e onde nasce o comportamento humano. Um dos conceitos da ética nos negócios é que tudo que está em conformidade com princípios de conduta é ético (LISBOA, 2014, p.30).
De acordo com o uso comum, os termos moral, bom, certo, justo, honesto, são sinônimos de “ético”. Como um ramo da filosofia a ética influenciou e foi por ela influenciada.
A Ética é um discurso de legalidade que está no coração da ideologia de construir uma relação social que pode ser visualizada como uma relação de poder, poder do que é certo e do que é justo (LISBOA, 2014, p.30).
1.4- CAMPO DA ÉTICA
Os dilemas morais surgem por causa do tipo de comportamento dos indivíduos, e estão relacionados com o cotidiano de cada sociedade. O mesmo comportamento pode ser visto por outra sociedade como imoral, enquanto diante de outra sociedade pode ser moralmente correto.
É exemplo de fato normal de nossa sociedade condenar o ato de roubar, por outro lado um chefe de família pode acreditar que possa roubar caso sua família passe por necessidades e privações, e tomar isso como pretexto e justificativa pelo ato doloso. Tratamos do fato de justificação dos valores que dão suporte a ação.
Existe um dilema moral que julga a ação de determinado indivíduo, ou grupo de indivíduos, contrariando aquilo que genericamente a maioria da sociedade acredita ser comportamento correto para a situação.
Observando qualquer sociedade, nota-se a existência de dilemas morais. São os reflexos das ações das pessoas. Surgem no momento em que diante de uma situação qualquer, o ato de algum indivíduo ou de um grupo de indivíduos, contraria aquilo que uma sociedade estabeleceu como padrão de comportamento para aquela situação.
O comportamento do individuo, é fruto dos valores de cada crença, e sofre alterações ao longo da história. O fato significa que aquilo que sempre foi considerado como um comportamento amoral pode, a partir de algum momento, passar a ser visto como um comportamento correto a luz da moral. Os problemas provenientes do comportamento do ser humano encontram-se inseridos no campo de preocupações da Ética. Mesmo que não torne os indivíduos moralmente perfeitos, a ética tem por função investigar e explicar o comportamento das pessoas ao longo das várias fases da história.
Essa função tem grande importância, tanto no sentido de explicar o passado, quanto servir de base regulamentar para fixar padrões de comportamentos, aceitos pela maioria, para diminuição dos conflitos de interesses dentro da sociedade.
1.5- FONTES DAS REGRAS ÉTICAS
O postulado, no qual a Ética seria função da realidade social é motivo de controvérsias entre filósofos e sociólogos, considerando que os diversos sistemas éticos (dos médicos, dos contadores, dos empresários, consumidores) têm o mesmo valor, desde que regulados pela realidade social.
Durkheim reconhecia que há “elevados valores humanos”, nos quais se exprime a civilização; ou seja, o dia a dia do cidadão constitui uma fonte de regras éticas (LISBOA, 2014, p.38). 
As origens das regras éticas podem ser citadas (LISBOA, 2014, p.45):
a. A natureza humana verdadeira;
b. A forma ideal de comportamento humano, expressa de princípios valiosos para o pensamento sadio;
c. A procura refletida dos princípios do comportamento humano;
d. A legislação de cada país, dos foros internacionais, ou os códigos de ética de cada corpo profissional organizado;
e. Os costumes (éthos).
Não existe um consenso entre os estudiosos no que diz respeito às origens citadas. Na opinião de alguns filósofos, não existiriam duas naturezas humanas, ou seja, uma verdadeira e outra falsa, mas uma só, fonte maior das normas éticas (LISBOA, 2014, p.45).
Segundo outros autores, a realidade social é a maior fonte das regras éticas, ela influencia o comportamento das pessoas, mostra durante suas vidas, o que é certo e o que é errado.
A reflexão sobre como as pessoas se comportam no cotidiano irá indicar com clareza, quais as origens do comportamento social aceito, o comportamento ético.
As regras que regem a ética nas sociedades, como nas sociedades de profissionais, estejam elas definidas de maneira formal ou não, são estabelecidas com bases em situações que contemplam o comportamento adequado das pessoas que integram a sociedade diante de determinada situação.
Qualquer ato que desrespeita uma regra estabelecida e aceita pela sociedade, independente de sua natureza, representa uma falta de ética.
O ato de sonegar Imposto de Renda, além de representar uma transgressão das normas fiscais é um ato de falta de ética e é um crime fiscal.
Da mesma forma quando alguém assalta um banco, além de um crime penal, essa pessoa teve uma atitude antiética.
As pessoas diante de determinadas situações tendem em decidir entre cumprir ou quebrar uma regra. Nesse momento dois fatores pesam nesta decisão: (1) o benefício que a violação da regra proporcionará; (2) o custo de sofrer a penalidade pela quebra da regra (LISBOA, 2014, p.47).
A organização de qualquer sociedade está pautada num conjunto de regras, que de modo geral, abordam situações do cotidiano da sociedade.
As regras que regem as sociedades se apresentam de vários modos, formalmente impostas através das leis, ou informais, coercitivas ou facultativas, elas podem ser segregadas por fatores como, natureza, objetivo, competência de quem as determina, abrangência (LISBOA, 2014, p.46).
É normal na natureza humana que algumas pessoas optem por cumprir as regras, por serem obedientes às mesmas; outras obedecerão às regras para não sofrer as penalidades, mesmo que não concordem; e outras descumprirão as regras e sofrerão o risco da penalidade.
Uma vez que o exercício profissional tem suas próprias regras, também tem as punições normais contidas no Código Penal. Os profissionais especialistas, ao desrespeitarem qualquer regra, assumem o risco das penalidades inerentes da profissão.
O convívio harmônico em sociedade trará benefícios a partir do momento em que todos se disponham em proteger os valores éticos. Para isso os valores devem ser claros, amplamente difundido, e válido para todos.
2- O CONTADOR E O NOVO MERCADO GLOBALIZADO 
Hoje é preciso ter uma nova visão e mais abrangente das condições de trabalho exigidas pelo mercado globalizado através de diversas mudanças em ritmo acelerado. Todas as profissões passam por novos planejamentos para adaptarem-se as mudanças do mercado globalizado e os novos preceitos surgidos tornam o mercado mais exigente e exige a adaptação das empresas para manter sua atividade competitiva.
O mundo passa por novas descobertas, com novas descobertas surgem novas ideias influenciando no modo de agir, impondo novas regras. Estamos vivendo, em uma nova sociedade dinâmica, instável,evolutiva e de transformação.
 Diante desse senário, é necessária a atualização do profissional de contabilidade para superar as novas barreiras surgidas pela competividade em mudanças aceleradas do mercado globalizado. Em uma economia que se desenvolve, o contador se destaca profissionalmente.
O contador na década de 1960 era chamado de ”guarda-livros”. Esse conceito mudou. No Brasil atual a contabilidade está voltada para o enfoque gerencial, não se prende somente em simples registros ou somente para atender o fisco. Conhecer o passado é fundamental para compreender o presente e construir um futuro melhor para a profissão contábil.
Segundo Marion (2007, p.33), o profissional de contabilidade é responsável por gerar informações e pelo armazenamento dos dados, os quais serão utilizados especialmente pelos empresários para tomada de decisões. O trabalho do contador possui grande influência na sobrevivência das empresas. O autor considera que o contador deva ser o intérprete das informações geradas, pois não adianta apenas apurar os dados, é necessário que os gestores entendam claramente os relatórios gerados. Os profissionais contábeis têm grande influência no processo decisório das empresas, o que lhe confere grande responsabilidade. Espera-se, assim, que o profissional tenha uma postura ética, elabore relatórios com clareza e de fácil entendimento, seja um profissional íntegro e retribua a confiança depositada em seu trabalho.
O profissional de contabilidade desempenha significante função na análise e aperfeiçoamento da ética na profissão contábil, porque situações e cobranças de sua consciência ética sempre o rodeiam, o profissional deve ser firme em suas decisões, prestar informações claras e concisas de seus registros contábeis, e agir de forma correta com o que for lícito.
Na ética contábil, os contadores convidados a assinarem demonstrações contábeis fraudulentas ou com omissões, devem abster-se, e propor soluções alternativas que estejam em comum acordo com os interesses da empresa e que sigam os preceitos éticos, sem ferir as normas contábeis. Se a empresa não se importar com a contabilidade, isso será falta de ética profissional, e estará demonstrando incompetência nas suas atitudes.
Segundo Lisboa (1997, apud MACHADO, 2012) a competência profissional é principio ético que deve nortear os procedimentos de elaboração de uma contabilidade confiável.
A empresa que não leva sua contabilidade a sério e não segue os procedimentos contábeis corretamente tem forte tendência a criar uma cultura negativa que será difundida para outras empresas causando problemas futuros na sua organização, podendo levá-la a falência, com sérias consequências judiciais.
3- A RESPONSABILIDADE SOCIAL, ECONÔMICA E PENAL DO CONTADOR
A contabilidade tem importante papel em qualquer entidade administrativa, sendo elas de pequeno, médio, e grande porte. As informações geradas na contabilidade são necessárias para atender a inúmeros usuários das informações contábeis: sócios, acionistas, auditores, instituições financeiras, governo, investidores, o fisco e outros.
Tão quanto é exigido, importante e interessante para seus usuários, tamanha é a responsabilidade pela veracidade das informações geradas pelo profissional contábil. 
Com o Código Civil que entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003, através da Lei 10.406/2002, mais especificamente em seus artigos 1.177 e 1.1778, os profissionais de contabilidade passam a ter, junto com seus clientes, a responsabilidade pelos atos dolosos perante terceiros através da responsabilidade solidária e também respondem pessoalmente perante aos seus auxiliares e delegados pelos atos culposos.
O Código Civil em questão possui 18 artigos relacionados ao contabilista e à escrituração contábil: os artigos 1.177 a 1.195 da Seção III – Do Contabilista e Outros Auxiliares. Os artigos relevantes ao presente estudo são os artigos 1.177 e 1.178: 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito. 
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.
Através dessa ampliação da responsabilidade civil, estendendo-se ao profissional de contabilidade, a relação do contabilista com seus clientes passou por mudanças, pois diante desse cenário se produz uma relação transparente entre o contador e seus clientes, e reorganiza a contabilidade de forma que atenda as novas normas estabelecidas para a realização dos serviços contratados. Para atender as mudanças, o profissional de contabilidade tem que estar em constante atualização e agir conforme os princípios éticos.
O contabilista, se tratando em casos de prestadores de serviços, também têm suas responsabilidades previstas no Código de Defesa do Consumidor. O seu art.14 determina que o fornecedor dos serviços responda pela reparação de danos causados aos consumidores em decorrência de informações insuficientes ou inadequadas que possam trazer riscos aos consumidores. No caso dos profissionais liberais, o §4º prevê que a responsabilidade será apurada mediante a comprovação de culpa.
4- FRAUDES CONTÁBEIS E EMPRESARIAIS
A fraude contábil ocorre quando um ato doloso é cometido intencionalmente para lesar ou prejudicar alguém, o erro contábil não tem esse propósito. A fraude também ocorre quando se comete um erro premeditado a fim de prejudicar terceiros.
No Brasil o Conselho Federal de Contabilidade regulamenta:
Norma n.11.1.4.1 – Para os fins destas normas, considera-se: a) fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e b) erro, o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.
Para Sá (2001, apud GOLVÊIA, p.88) em relação às fraudes contábeis existem vítimas e agentes, elas podem ser cometidas por qualquer indivíduo da relação empresarial tais como: o acionista ou sócio, o administrador da empresa, a empresa como um todo, o fornecedor, o cliente, o banco, o governo, o empregado. As fraudes contábeis podem, portanto, ser cometidas contra a empresa por seus funcionários; pelas empresas contra o governo ou contra o mercado; pelo funcionário contra o governo, entre outros, alternando-se a posição de vítima e de praticante.
4.1- O CASO ENRON
Um dos maiores processos de falência do mundo foi o caso da ENRON, que envolveu ativos de US$ 63 milhões, perdas de US$ 32 milhões em valor de mercado para as ações, e de quase US$ 1 bilhão de perdas para o fundo de pensão dos funcionários. 
Os baixos padrões morais de seus principais executivos, os frágeis padrões de governança corporativa, falhas cometidas por auditores da empresa Arthur Andersen LLP, fizeram dessa falência um caso polêmico.
A falência da Enron ocorreu durante um surto de irracionalidade provocado pela alta das ações das empresas de alta tecnologia integrantes da Nova Economia. Além disso, foi impulsionada pelo fato da desregulamentação do mercado de energia e gás, ocorrido entre 1999 e 2000.
A nova visão da economia introduziu um paradigma: os ativos mais importantes das empresas de alta tecnologia, não são as fábricas ou máquinas declaradas como patrimônio em suas demonstrações contábeis, mas sim os ativos intangíveis constituídos pelasmarcas, clientes e tecnologias que desenvolvem. Nos padrões contábeis tradicionais os gastos em pesquisa para criar um software ou em marketing para construir uma marca, são registrados como custos correntes, gerando prejuízos. Para algumas empresas de tecnologia, entende-se como ativos intangíveis recuperáveis no futuro, pois em alguns casos, esse gasto constitui uma despesa e não um investimento.
Essa prática da contabilidade torna alguns indicadores financeiros, como o preço/lucro, inadequados para os investidores, pois não significa que esteja efetivamente entrando dinheiro nas empresas, na medida em que não podem mais confiar nos balanços elaborados nos critérios convencionais para por preço adequado às ações das empresas de alta tecnologia. Na falta de parâmetros confiáveis em um ambiente de ganhos fáceis, o mercado valorizou demais os intangíveis, gerando uma enorme diferença entre as empresas feitas por um mercado convicto e o que representava de fato um retorno econômico.
Nos anos finais a desonestidade no meio empresarial foi estimulada pelos lucros provenientes do crescimento continuo do valor das ações, e do valor de empresas da Nova Economia em especial, o que é propício à oferta de dinheiro fácil. Essa oferta instigada pelo setor de alta tecnologia, que fez uso intenso da “contabilidade pro forma” para melhorar resultados, e o processo de elaboração de orçamento interno implica em um volume aumentado de autoengano.
Desde 1997, as atividades da Enron não se restringiam mais ao mercado de distribuição de eletricidade e gás natural, pois a empresa diversificava fortemente suas atividades, tendo lançado em novembro de 1999 o site Enron Online, o maior portal de comercio do mundo, que intermediava 6 mil transações dias. Nos últimos 2 anos o portal negociou US$ 880 bilhões, envolvendo a capacidade de transmissão de dados a derivados do mercado financeiro, passando por aço, papel, petroquímicos, carvão, emissões de gás e, naturalmente, energia elétrica. Obtendo em 1998 lucros de US$ 698 milhões, que passaram para cerca de 1,2 bilhões em 2000, sendo que 80% desses resultados vieram de transações de novos mercados que não tinham sido explorados 3 anos antes. 
Juntamente com o crescimento dessas atividades, que tornaram a Enron uma empresa da Nova Economia, a Enron se beneficiava de seus ativos fixos, compostos por usinas e gasodutos, para concentrar-se na compra e venda de contratos de fornecimento. Acreditavam que, para ganhar dinheiro, a empresa não precisava ter ativos, bastava comprar e vender o que os ativos geram e mostrar os lucros gerados em seu balanço. A empresa atuava, na prática, mais como um banco de investimentos do que uma produtora de gás e energia, com a vantagem de não estar sujeita a regulamentos rigorosos de um banco comercial.
No final de 1996, as ações estavam cotadas em 21,50 dólares, tendo ultrapassado o valor de 40 dólares no final de 1999. O ano de 2000 foi muito bom devido aos efeitos da desregulamentação do mercado de gás e energia, o que colocou o valor das ações em outro patamar, oscilando em torno de 90 dólares.
No começo de 2001, a Enron passou por sérios problemas: o desabastecimento de energia na Califórnia e a queda das ações no mercado associada com os documentos da empresa, mais à NASDAQ (bolsa eletrônica das empresas da nova economia) do que a Dow Jones (bolsa de valores de empresas de economia tradicional). Essa situação levou a queda do preço da ação no decorrer do primeiro semestre de 2001, que caiu para um patamar de 60 dólares. E ainda surpresas maiores a esperavam para o 2º semestre: o valor das ações despencou 99% durante as sete semanas anteriores ao pedido de concordata pela empresa em 30.11.2001, ficando cotada a 67 centavos de dólar.
No último trimestre daquele ano os fatos sucederam-se rapidamente: em setembro de 2001 começou a circular um boato a respeito da saúde financeira da empresa; em outubro a empresa informou um prejuízo de US$ 618 milhões no terceiro trimestre, reduziu seus ativos em US$ 1,2 bilhões. A nota de dívida da empresa foi cortada pelas agências de classificação de risco; em novembro desse mesmo ano a empresa admitiu ter inflado seus lucros em US$ 586 milhões ao longo dos 5 anos anteriores; nesse mesmo mês, fracassa sua última cartada: a fusão com a empresa rival Dynergy.
Assim, o mercado soube a verdade: A Enron varria débitos para a sociedade com propósitos específicos das quais tinha participações majoritária, mas por normas contábeis duvidosas. Não eram consolidadas no balanço final, resultado em lucros superestimados de US$ 591 milhões e dívidas não registradas no último balanço de US$ 628 milhões (dados preliminares).
Antes de o escândalo vir à tona, executivos da Andersen passaram horas apagando arquivos de computador e destruindo documentos no triturador de papel. Duas semanas depois de vir à tona o escândalo, o executivo-chefe da Andersen, Joseph Bernardino demitiu o responsável pela conta da Enron e mais cinco outros executivos graduados, além de publicar uma retratação pública. Em 10 de janeiro, a Andersen confessou que seus funcionários eliminaram ou deletaram um numero significativo, mas indeterminado de documentos relacionados com a auditoria feita pela empresa Ana contabilidade da Enron.
Em decorrência dos escândalos financeiros do período, inclusive o da Enron que drasticamente afetou o futuro da empresa de auditoria Arthur Andersen, foi redigida a Lei Sarbanes-Oxley para garantir a geração de mecanismos e segurança das informações de auditoria e torná-las mais confiáveis nas empresas, agregando normas para criação de comitês designados a supervisionar suas atividades e operações, evitando fraudes e facilitar o meio de identificá-las, se ocorrerem, dando garantia à transparência nos modelos de gestão das empresas. (BERGAMINI JR, Ética empresarial e contabilidade: O caso Enron).
4.2- O CASO TYLENOL (1982)
O medicamento Tylenol tinha 35% do mercado de analgésicos para adultos nos EUA, US$ 450 milhões vendidos por ano e 15% dos lucros da empresa que o fabrica.
Em 29 de setembro de 1982, 7 pessoas na periferia de Chicago morreram após tomarem cápsulas de Tylenol Extra-Forte. O produto passou a ser visto de maneira negativa em todo os EUA, era fabricado pela empresa Mc Neil Consumer Products Company, que afirmavam que o produdo foi adulterado.
Jornalistas descobriram que o cianeto era utilizado como agente analítico para testar o Tylenol, nos estágios de matéria-prima e no produto final. Criou-se uma dúvida sobre se as mortes teriam sido causadas por que o Tylenol teria sido contaminado com o cianeto na sua fabricação.
Os dirigentes da empresa Johnson & Johnson decidiram abrir totalmente as portas da empresa para os jornalistas, assim manteriam o público informado para que enfrentassem o problema. A primeira decisão tomada com total consentimento da direção da empresa, foi colaborar inteiramente com os veículos de comunicação. A imprensa foi autorizada a alertar o público sobre o perigo. 
Verificou-se mais tarde que nenhuma reunião tinha sido marcada para tomar essa decisão importante. Os envenenamentos precisavam de uma atitude imediata para proteger o consumidor. A empresa não teve nenhuma dúvida em se manter transparente e à disposição da imprensa para esclarecimentos dos fatos.
Teve como sugestão culpar a Mc Neil Consumer Products Company pelo ocorrido, mas essa sugestão foi rejeitada pelos diretores da Johnson & Johnson, que tomaram essa decisão como falta de ética.
Para sustentar sua tradicional credibilidade junto ao público a Johnson & Johnson assumiu o ônus do problema.
Durante a investigação concluíram que os componentes do cianeto, causador dos envenenamentos, não eram usados na produção do Tylenol, só eram utilizados nos Laboratórios da Mc Neil para realização de testes. Nestes termos conclui-se que a Johnson & Johnson também era vítima. Essa explicação foi bem aceita pela imprensa que cobria o assunto, e foram lançados 125 mil noticiários jornalísticos com notícias do caso Tylenol, todos eles favorecendoa empresa.
Fonte: The Daily Herald (1982)
A cotação das ações da companhia despencou sete pontos, a quota participativa do Tylenol no mercado dos EUA desceu para 87%, teve recolhimento do produto de todas as prateleiras dos EUA. Com um prejuízo de US$ 50 milhões, foram retiradas todas as propagandas do Tylenol. 
A Johnson & Johnson teve que investir muito na verdade dos fatos e na defesa do Tylenol.
Uma nova oportunidade de marketing surgiu com a superação da crise e a divulgação jornalística. Houve uma boa resposta dos consumidores quando o produto foi recolocado no mercado, 65% das vendas foram recuperadas, resgatando a imagem da empresa.
Diante do exposto fica a lição que tomar decisões corretas sempre será válido diante de uma causa justa, porque o público espera um posicionamento ético e atitudes dignas. Dessa forma a empresa sempre terá uma boa imagem. (PREZI, Johnson & Johnson: O Caso Tylenol – 1982).
5- O CÓDIGO DE ÉTICA EMPRESARIAL
O código de ética profissional, apesar de servir para coibir procedimentos antiéticos, não tem esse como seu principal objetivo. Seu objetivo principal é expressar e encorajar o sentido da justiça e decência em cada indivíduo do grupo organizado (LISBOA, 2014, p.59).
A principal condição para se ter um código de ética efetivo é a liderança dentro da organização. Isso não significa que esse conjunto de procedimentos deva ser imposto de cima para baixo, da administração para os funcionários, mas também que os administradores se disponham a segui-lo antes de todos.
O conteúdo do código de ética tem de ser consensual perante todos do grupo, seus preceitos devem abranger a todos os membros da organização, ou da instituição.
O código de ética varia de organização para organização. Ele se diferencia em conteúdo, extensão e formato. Entre os vários códigos de éticas existentes, eles podem ter conteúdos assemelhados. Exemplificando itens que podem constar em um código de ética (LISBOA, 2014, p.59):
a. Dividir tudo (rotinas de trabalho, novas descobertas etc.);
b. Ser justo;
c. Não magoar as pessoas (elas vão te magoar também);
d. Colocar no lugar certo as coisas que tirou;
e. Limpar suas próprias sujeiras;
f. Não pegar o que não é seu;
g. Comida e leite quente fazem bem a você;
h. Levar uma vida balanceada;
i. Tirar uma soneca á tarde;
j. Quando você sair para o mundo, repare a movimentação, cumprimente as pessoas ao seu redor, seja leal;
k. Prestar atenção em curiosidades.
Ou, sucintamente:
a. Seja honesto;
b. Seja responsável;
c. Seja eficiente;
d. Seja preparado;
e. Seja digno;
f. Seja justo;
g. Seja bondoso.
Um código de ética deve conter normas sobre obrigações do grupo organizado sobre áreas, como: competência, sigilo, integridade e objetividade (LISBOA, 2014, p.61).
6- O CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL CONTADOR
O código de ética é um corpo de princípios relacionando as práticas de comportamento permitidas e proibidas no exercício da profissão.
Um ponto importante para programar uma administração ética, é distinguir o que deve ser feito entre dois conceitos que fundamentam a ética: a questão ética e os dilemas éticos (LISBOA, 2014, p.62). A questão ética está relacionada a como está construído o problema.
Se um alto executivo mente e viola as regras de sua instituição, a questão ética (ou antiética) é clara e o problema pode ser facilmente resolvido.
O dilema ético não lida com a solução do problema. O que envolve a escolha dos fatores conflitantes, a solução não é divulgada. Se o referido alto executivo for parente ou amigo do presidente da empresa, para decidir a resolução do problema, o administrador estará diante de um dilema ético.
Como exemplo de dilema ético pode se citar o caso de um contador ser convidado pelo presidente da empresa a assinar um balanço com distorções e problemas de evidenciação. Essa situação se revela com conflito de valores pessoais do contador: ao assumir uma atitude estritamente profissional de não assinar as demonstrações, ou manter seu cargo assinando-as. Entre os problemas causadores de dilemas éticos nas instituições estão a falta de diretrizes claras, a comunicação de diferentes níveis hierárquicos e a inexistência de discursões abertas sobre os problemas éticos que afetam as empresas (LISBOA, 2014, p.62).
As instituições que se importam com o código de ética, estão procurando, em todo mundo, investir em programas de treinamento ético que programam a cada dia novos instrumentos de conscientização profissional, conforme o grau de maturidade de cada cultura organizacional.
O código de ética do contador tem por objetivo habilitar o profissional a adotar uma atitude pessoal, de comum acordo com os princípios éticos conhecidos e aceitos pela sociedade.
O código de ética do contador contém princípios inerentes à profissão contábil, eles dizem respeito à (LISBOA, 2014, p.61):
a. Responsabilidade, perante a sociedade, atuar com esmero e qualidade, adotando critério livre e imparcial;
b. Lealdade, perante o contratante e seus serviços, guardando sigilo profissional e recusando tarefas que contrariem a moral;
c. Responsabilidade para com os deveres da profissão (aprimoramento técnico, inscrição no conselho de classe);
d. Preservação da imagem profissional, mantendo-se atualizado sobre as normas técnicas de trabalho, adotando igualmente, as mais altas normas profissionais de conduta. O contador deve cumpri-las para o desenvolvimento e difusão dos conhecimentos próprios da profissão. O respeito aos colegas deve ser sempre observado.
A preparação técnica por melhor que ela seja, não é o bastante, o contador deve ter uma postura social adequada para as exigências da sociedade.
O profissional deve defender abertamente os princípios e valores éticos aplicados na sua profissão. Desse modo construir uma imagem verdadeira e nobre para uma nova geração de profissionais.
O contador da atualidade enfrenta um árduo desafio: distinguir os limites da honestidade e da dignidade de seus atos. Deve identificar com clareza quais são os princípios morais que norteiam sua conduta. As questões aparecem para ele em virtude do mercado globalizado interagente com diferentes povos, ocasionando aumento das relações comerciais internacionais em nível global (LISBOA, 2014, p.62).
Uma das condições principais para o sucesso profissional do contador é aderir a um conjunto de princípios éticos que sirvam de premissas as suas ações.
A título de denotação cita-se: ANEXOS A/H - Código de Ética do Profissional Contador.
O Código de Ética Profissional do Contabilista Resolução CFC nº 803/96, de 10-10-1996 foi alterado pela Resolução CFC nº 1.307/10. Dentre suas principais alterações, apresenta-se de primeira mão, o nome que passa de “Código de Ética Profissional do Contabilista” para “Código de Ética Profissional do Contador”.
Apesar de se nomeado “do contador”, ele aplica-se a toda classe profissional tanto para Bacharel, quanto para Técnico. 
Através da Lei 12.249/10 foram estipuladas novas condutas de comportamentos aos profissionais quanto à participação nos programas de educação continuada, e a inscrição no CRC. Sua transgressão também pode ser considerada como infração ética.
6.1- PRINCIPAIS MUDANÇÃS DA RESOLUÇÃO CFC 803/96 PELA 1.307/10
Passa a ser considerada infração ética o não cumprimento dos programas de educação continuada dos programas de educação continuada estabelecidos pelo CFC, a falta de comunicação de mudança no domicílio ou da organização contábil, a falta de comunicação de fatos necessários ao controle e fiscalização profissional e a falta de auxílio à fiscalização do exercício profissional.
Também foram incluídas no Código novas condutas contrárias à ética profissional, tais como apropriar-se indevidamente de valores confiados à sua guarda, exercer a profissão demonstrando comprovada incapacidade técnica e deixar de apresentar documentos e informações quando solicitados pela fiscalização dos Conselhos Regionais.
O documento regulamenta como dever do profissional contábil exercer sua profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidadetécnica, observada toda legislação vigente, em especial dos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Ficam resguardados os interesses dos seus clientes ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e da independência profissional.
7- PRESCRIÇÃO NORMATIVA DE CONDUTA
Entre os deveres dos contadores para a sociedade, figura o alto padrão de conduta ética.
Exemplo de código de ética é aquele do contador gerencial, elaborado pelo Institute of Manegement Accountants.[footnoteRef:1] Com base nesse Código, pode sugerir que o código de ética do contador no Brasil contemple os itens abaixo: [1: INSTITUTE OF MANEGEMENT ACCOUTANTS. Statements on management accounting: objectives of management accounting, New York, Statement nº 1B, June 17, 1982.] 
A. COMPETÊNCIA:
a. Manter um nível adequado de competência profissional, aperfeiçoando-se através do treinamento constante;
b. Adequar-se aos dispositivos legais pertinentes (Leis, regulamentos, instruções, medidas provisórias, código de ética da profissão);
c. Preparar relatórios claros e completos, com recomendações apropriadas após cada análise.
A competência do funcionário engloba, também, a habilidade de integrar-se no meio social em que vive. Essa Habilidade social engloba falar em público e ter conhecimento sobre o ambiente social em que opera a empresa.
B. SIGILO:
a. Guardar segredo de toda informação confidencial da empresa;
b. Informar os subordinados, bem como monitorá-los, de forma manter sigilo das informações;
c. Abster-se de usar informações confidenciais em proveito próprio ou para pessoas relacionadas;
Parece óbvio, à primeira vista, ser obrigação do contador manter sigilo das informações que dizem respeito à empresa, já que ela está competindo, com outras, por uma fatia do mercado. Sempre mencionado, mas nem sempre praticado, o sigilo em casos de proveito de informações privilegiadas fornecidos de dentro da própria empresa.
Os contadores devem ter como linha de atuação o apego irrestrito às normas da lei. Caso haja problemas com a administração da empresa, no sentido de adotar procedimentos que contrariem os dispositivos legais, ações devem ser tomadas para salvaguardar a própria responsabilidade profissional. Isto inclui a elaboração de demonstrações contábeis claras, com recomendações para procedimentos alternativos de evidenciação que abrange as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.
C. INTEGRIDADE
a. Evitar conflitos de interesse, avisando as partes envolvidas do conflito potencial;
b. Recusar qualquer presente que possa influenciar suas ações;
c. Evitar tomar qualquer atitude que possa prejudicar a empresa e atingir seus objetivos de forma ética;
d. Reconhecer e comunicar à administração da empresa qualquer limitação profissional no exercício da função;
e. Comunicar toda e qualquer informação, julgamento e opinião a administração da empresa.
D. OBJETIVIDADE
a. Adotar linguagem clara e objetiva;
b. Evidenciar toda e qualquer informação relevante que possa influenciar o usuário do relatório financeiro. (LISBOA, 2014, p.69).
8- AUDITORIA INDEPENDENTE
O principal objetivo da auditoria independente é emitir pareceres sobre a apresentação adequada das demonstrações contábeis que representam a posição patrimonial e financeira da empresa durante os períodos contábeis e as origens e aplicações de recursos, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica no que for pertinente.
O auditor independente, enquanto profissional graduado em Contabilidade deve ser capaz de formular o parecer ou não, utilizando-se dos procedimentos consagrados pela rotina de trabalho e após o exame detalhado das peças contábeis.
A possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre as demonstrações contábeis, o chamado “risco de auditoria”, não pode ser confundida com falta de ética profissional. Esse é um evento fortuito, não condenável sob o aspecto ético: tentou acertar, mas não foi possível. Este, ao contrário, é a quebra do relacionamento saudável que deve existir entre empresa de auditoria independente e os interessados em seu parecer. Entre esses, as Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias e Futuros, acionistas, investidores potenciais, analistas etc. (LISBOA, 2014, p.66).
O número de auditores independentes, em atividade, em um país pode ser usado como motivo de preocupação ética do país com os negócios de suas empresas. Assim pode-se interpretar o maior número de auditores independentes nos EUA, comparados aos do Brasil, e Grã-Bretanha, como uma maior preocupação com a ética nas empresas (LISBOA, 2014, p.67). Todavia que a existência de forte mercado de capitais, com expressivo número de empresas, com ações negociadas na Bolsa, talvez seja fator preponderante.
No Brasil, em termos de formação de auditores independentes, uma das possibilidades é a intensificação da educação continuada, como base dos princípios éticos sólidos que forneçam, além dos conhecimentos técnicos da profissão, valores morais de integridade, justiça e respeito.
Reconhecimento das universidades como instituição social, destinada a formar pessoas capazes de cumprir efetivamente sua responsabilidade de servir a sociedade, pois é condição das mais importantes para o sucesso da profissão de auditor.
9- O PROFISSIONAL PERITO
O papel de perito contábil, atividade que constitui prerrogativa do bacharel em Ciências Contábeis, é de grande importância no auxílio à justiça na resolução de demandas que envolvam matéria contábil.
Para exercer a perícia contábil, o profissional necessita atender a todos os requisitos do profissional contador. De modo particular, ele precisa ter um conhecimento profundo a respeito do objeto de seu parecer em determinada situação da empresa.
As informações divulgadas por ele para a justiça, verbalmente ou através de seu parecer, devem estar embasadas em análises profundas e sobre elas o profissional não pode apresentar qualquer dúvida. Se o profissional não conseguir obter todos os dados relativos a quaisquer das circunstâncias envolvidas na questão em julgamento, não deve emitir opinião ou parecer (LISBOA, 2014, p.82).
Quando convocado pela justiça para auxilia-la na função de perito contábil, o profissional não deve aceitar a missão caso possua algum tipo de ligação com qualquer das partes envolvidas. Aceitando o encargo, ele não deve, a partir de então, aceitar, da mesma forma, qualquer tipo de envolvimento com as partes. É fundamental que sua isenção e imparcialidade sejam preservadas (LISBOA, 2014, p. 83).
Diante da tentativa de aproximação de algum dos envolvidos na questão então em julgamento pela justiça, principalmente quando tal fato tiver por objetivo conduzir o profissional a maquiar, omitir ou, de alguma forma, desvirtuar as informações que devem ser entregues ao juiz, o fato deve ser imediatamente comunicado à justiça (LISBOA, 2014, p.83).
10- O PROFISSIONAL AUDITOR
Quando estiver atuando como auditor independente, além de todos os conhecimentos técnicos requeridos pela função, o profissional deve zelar, acima de tudo, por sua independência.
No exercício de sua atividade, para qualquer que seja a informação a que tenha acesso, o profissional deve observar em toda extensão das Normas de Auditoria. Especialmente, ele deve ter em mente que, mesmo tendo sido contratado pelos administradores da empresa, seu parecer servirá para dar credibilidade às demonstrações contábeis. Tal fato certamente irá influenciar as decisões de pessoas alheias à empresa.
Tão quanto as informações contábeis sejam auditadas, seja de responsabilidade dos administradores da empresa, o auditor não deve permitir que qualquer informação inverídica venha ser nelas incluída.
Como é natural, o auditor independente presta serviços para muitas empresas diferentes e, em virtude dessa situação, o profissional necessita cuidar para que as informações de uma empresa não venham ser conhecidas pelas demais. Se eventualmente essa prestação de serviço acontecer, ao mesmo tempo, para as empresas concorrentes,um cuidado maior deve ser dedicado pelo auditor.
Caso o profissional atue como auditor interno, a despeito de sua situação de empregado, ele deve procurar atuar, da mesma forma que o auditor independente, com independência.
11- O PROFISSIONAL CONTADOR
Atuando como contador de empresas, o profissional, seja ele bacharel em Ciências Contábeis ou Técnico em Contabilidade, como empregado ou por conta própria, precisa (LISBOA, 2014, p.81):
a. Conhecer de maneira profunda os Princípios Fundamentais de Contabilidade em vigor no Brasil, da mesma forma que no país de origem da empresa, quando for o caso dela não ser brasileira. Vale destacar que esse conhecimento implica atualização constante;
b. Conhecer profundamente o sistema tributário do país, especialmente no que diz respeito aos tributos inerentes à atividade da empresa;
c. Conhecer de forma ampla a atividade da empresa, aqui incluído o seu mercado de atuação;
d. Conhecer de maneira clara o modelo de decisão dos usuários das informações contábeis.
Sendo portador dos conhecimentos apontados, e de outros mais específicos para cada caso, resta ao profissional aplicá-los e utiliza-los de forma adequada. Nestes termos um princípio de orientação geral seria elaborar as informações contábeis respeitando as regras vigentes, tanto as externas a empresa, quanto as internas, baseadas no modelo de decisão da empresa (LISBOA, 2014, p.81).
O profissional, especialmente quando na condição de empregado da empresa, não deve deixar que sua eventual dependência econômica do empregador o obrigue a divulgar informações não verdadeiras.
12- O PROFISSIONAL PROFESSOR
A ética deve procurar o bem comum, em seu total sentido, medindo interesses individuais e coletivos. Ela tem a intensão de privilegiar o bem comum estabelecendo princípios gerais de convivência. Doutrinador, sua maior intensão é defender determinados princípios, ou benefícios para toda sociedade. Se para cada atividade há a existência de mornas específicas, pode-se afirmar que não há um único modelo ético geral. Não se fala mais em ética, mas sim das éticas, em virtude da complexidade do mundo de hoje que se encontra em constante transformação.
Ele é fundamental para a compreensão das relações estabelecidas na escola que, socialmente, englobam o problema da distribuição do saber e do poder. Como escreve Sonia Kramer,
Precisamos pôr na ética nossas mãos e nosso coração (...) uma ética que, tecendo-se nos confrontos e se desenhando a partir da diversidade de vida comum não abdica nunca de si mesma (..) trata-se pois de uma nova forma didática política (...) uma ética que concretiza, assim sua ligação visceral com a educação (KRAMER, 1993)
A missão do profissional professor, considerando seu trabalho de formação de futuros profissionais, é de tal importância para o desenvolvimento da Contabilidade, enquanto ramo de conhecimento e, portanto, para o próprio fortalecimento da classe profissional.
Dessa forma, um aspecto que deve sustentar todas as informações transmitidas pelo profissional aos seus alunos é o aspecto ético.
Desde o início de sua formação, o profissional deve compreender que por maior que seja seu conhecimento técnico, ele jamais será um profissional respeitado caso não preze o seu lado ético. Despertar essa consciência no profissional em formação é função do profissional professor.
Compete ao profissional professor, além de ensinar a ética, agir em qualquer situação, perante seus alunos, de maneira ética. Muitas situações podem surgir no dia-a-dia de uma classe de aula, nas quais um comportamento ético precisa ser assumido e mostrado como exemplo.
Os exemplos de profissionais citados neste tópico não encerram as possibilidades de atuação do contabilista. Qualquer que seja o tipo de atuação do profissional, ao administrar informações, não deve em nenhuma circunstância esquecer-se de que as informações que administra não lhe pertencem.
Mais ainda, ele não pode esquecer-se da influência que aquelas informações exercem na tomada de decisões de terceiros, estejam eles próximos ou não do campo de atuação profissional. Essa observação é importante, não apenas em virtude do aspecto ético nela envolvido, mas também pelos aspectos cível e criminal.
Na prática de suas atividades profissionais, o contador, pode atuar de diferentes maneiras, em diferentes departamentos. Ele pode atuar como contador de empresas, contador da área pública, auditoria independente, consultoria, ou como professor.
Sem depender de sua formação ou setor atuante, o profissional terá relacionado com sua atividade muitos fatores dos quais depende a próprio discernimento e, portanto, o bom desempenho profissional. Entre esses fatores, alguns merecem mais atenção e estão ligados diretamente as formas de atuação do profissional contador. São eles (LISBOA, 2014, p.86): “informação, ser humano e recursos materiais.”
Muitos problemas éticos podem surgir em torno desses três fatores. Daí, a necessidade de um amplo domínio profissional sobre eles. Esses fatores são importantes por causa dos valores que possuem. A informação representa um dos maiores bens dentro de qualquer entidade. Isso porque ela é a base para qualquer tomada de decisões.
O ser humano deve ser considerado como patrimônio principal de uma organização e os recursos materiais representam a substância necessária para completar o processo operacional.
O comportamento ético do contador, quando tratar de qualquer desses fatores, pode ser decisivo para o sucesso ou fracasso de sua carreira profissional, sem depender da forma em que ele atua.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desempenho de sua função o contador sempre se depara com dilemas que são comuns na profissão contábil e na vida. Tais como: eu quero, eu devo, e eu posso. A ética cria princípios para decidir problemas como: têm coisas que eu posso, mas não devo; coisas que devo, mas não posso; têm coisas que eu posso, mas não quero. A reflexão do que está sendo feito, e é o correto a fazer. A ética profissional envolve comportamento, envolve moral, envolve conflito de interesses, também pode ser entendida como comportamento do ser humano no desempenho de sua profissão, consiste na resposta entre a razão e a conveniência da situação ou pessoal. Sem o conhecimento técnico, o conhecimento de Direito, de Administração, de Filosofia ou Contabilidade, torna-se impossível escrever sobre ética profissional, pois não há uma profissão ou ciência para embasar uma conduta ética social. O modelo de conduta apresentado neste estudo é o modelo de conduta através da investigação do comportamento do profissional pelas Ciências Contábeis, o Código de Ética do Profissional Contador.
As organizações aumentaram seus interesses por atitudes éticas, pois se a mesma é negligenciada, passa a vigorar desconfiança entre as empresas, falta de lealdade dos empregados, o uso da tecnologia a serviço da fraude, colocando em jogo o destino da organização. O Código de Ética Profissional é a materialização formal da vontade do Conselho Federal de Contabilidade em expressar regulamentos de conduta aos profissionais contadores, não só o Bacharel, mas também ao Técnico em Contabilidade, e a toda classe contábil. São estabelecidos os deveres e as proibições ao exercício da profissão. Hoje com a globalização, a tecnologia, os grandes sistemas gerenciais, a necessidade de sustentabilidade, o desvio de conduta da sociedade se tornou mais trágico, impactando um número maior de indivíduos em uma sociedade interagente. Esse estudo foi motivado pela preocupação comum na sociedade sobre as questões éticas. Os noticiários abundam notícias de fraudes empresariais, e corrupção política. Para julgamento de tais conflitos a ética unida às leis é uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento social harmônico e também de uma forma melhor de viver.
REFERÊNCIAS
	
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
	
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução Nº 1.389/2012. Disponível em < http://www.cfc.org.br>. Acesso em:10 out. 2015. 
	
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução Nº 1.457/2013. Disponível em < http://www.cfc.org.br>. Acesso em: 10 out. 2015.
	
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução Nº 803/1996 - Código de Ética Profissional do Contador. Disponível em < http://www.cfc.org.br>. Acesso em: 10 out. 2015.
	
COSTA, Edna de Cassia; ALTREITER, Elis Andréia. Revista Eletrônica do Curso de Ciências Contábeis – FACCAT. A Responsabilidade Civil e Penal do Profissional Contábil. Hortênsias, RS. Disponível em: <https://seer.faccat.br/index.php/contabeis/article/view/166/145>. Acesso em: 18 de out. 2015.
	
GOUVÊIA, Phablo Ercson; AVANÇO, Leonardo. Ética e fraudes contábeis. Londrina, PR. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/juridicas/article/view/1314/1260>. Acesso em: 18 de out. 2015.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
	
	LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade – FIPECAFI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
	
LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
	
LOPES DE SÁ, Antônio. Ética profissional. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
	
PREZI. Johnson & Johnson: O Caso Tylenol – 1982. Disponível em < https://prezi.com/l0xaztg8knkd/copy-of-johnson-johnson-caso-tylenol/>. Acesso em: 26 abr. 2015.
	
Qualit@s - Revista Eletrônica - ISSN 1677- 4280 - Volume 1 - 2006 / número 1. Disponível em: http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualit%20as/article/viewFile/57/49>. Acesso em: 24 set. 2015.
	
MACHADO, Lucinéia de Brito. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – Aplicabilidade do Código de Ética entre os Profissionais Contábeis de Guaçuí - ES. Disponível em: <www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/58016790.pdf >. Acesso em: 24 set. 2015.
	
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez, DELL'ANNA, João. Ética. 30. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
	
ANEXOS
ANEXO A – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO B – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO C – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO D – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO E – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO F – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO G – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
ANEXO H – Código de Ética do Profissional Contador
Fonte: CRC-RJ (2016)
PORTAL DO CRC­RJ
Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e
regimentais,
CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Profissional da Contabilidade, aprovado em
1970, representou o alcance de uma meta que se tornou marcante no campo do exercício
profissional;
CONSIDERANDO que, decorridos 26 (vinte e seis) anos de vigência do Código de Ética Profissional
do Profissional da Contabilidade, a intensificação do relacionamento do Profissional da Contabilidade
com a sociedade e com o próprio grupo profissional exige uma atualização dos conceitos éticos na
área da atividade contábil;
CONSIDERANDO que, nos últimos 5 (cinco) anos, o Conselho Federal de Contabilidade vem
colhendo sugestões dos diversos segmentos da comunidade contábil a fim de aprimorar os
princípios do Código de Ética Profissional do Profissional da Contabilidade – CEPC;
CONSIDERANDO que os integrantes da Câmara de Ética do Conselho Federal de Contabilidade,
após um profundo estudo de todas as sugestões remetidas ao órgão federal, apresentou uma
redação final,
RESOLVE:
Art. 1º Fica aprovado o anexo Código de Ética Profissional do Contador.
Art. 2º Fica revogada a Resolução CFC nº 290/70.
Art. 3º A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação.
Brasília, 10 de outubro de 1996.
Contador JOSÉ MARIA MARTINS MENDES 
Presidente
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR
CAPÍTULO I
DO OBJETIVO
Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir
os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à
profissão e à classe.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
CAPÍTULO II
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES
Art. 2º São deveres do Profissional da Contabilidade:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a
legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da
dignidade e independência profissionais;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do
serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades
competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;
III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;
IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual
circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar
trabalho, estendendo­se a obrigação a sócios e executores;
V – inteirar­se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso;
VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou
empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que
os interesse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos
da renúncia;
VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao
conhecimento desse, a fim de habilitá­lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas;
VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão;
IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por
remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético­
profissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.
X – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC;
(Criado pelo Art. 5º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XI – comunicar, ao CRC, a mudança de seu domicílio ou endereço e da organização contábil de sua
responsabilidade, bem como a ocorrência de outros fatos necessários ao controle e fiscalização
profissional.
(Criado pelo Art. 6º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XII – auxiliar a fiscalização do exercício profissional.
(Criado pelo Art. 7º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao Profissional da Contabilidade:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na
diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, em detrimento aos demais, sendo
sempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos, trabalhos realizados e
relação de clientes;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou
desprestígio para a classe;
III – auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra exclusivamente
de sua prática lícita;
IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação,
supervisão e fiscalização;
V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não
habilitados ou impedidos;
VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação pertinente;VII – valer­se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos honorários a receber;
VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a fraudá­la ou praticar,
no exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção;
IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para aplicação
ilícita;
X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade profissional;
XI – recusar­se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente, confiadas;
XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua guarda;
XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei ou contra os
Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho
Federal de Contabilidade;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades ilícitas;
XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou transação que,
comprovadamente, tenha tido conhecimento;
XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de sigilo profissional, em
publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado ou orientado, salvo quando
autorizado por eles;
XVII – iludir ou tentar iludir a boa­fé de cliente, empregador ou de terceiros, alterando ou deturpando
o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou elaborando peças
contábeis inidôneas;
XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos Regionais de
Contabilidade, depois de regularmente notificado;
XIX – intitular­se com categoria profissional que não possua, na profissão contábil;
XX – executar trabalhos técnicos contábeis sem observância dos Princípios de Contabilidade e das
Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou imposições que
possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho;
XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha
participado;
XXIII – Apropriar­se indevidamente de valores confiados a sua guarda; 
(Criado pelo Art. 12, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XXIV – Exercer a profissão demonstrando comprovada incapacidade técnica.
(Criado pelo Art. 13, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XXV – Deixar de apresentar documentos e informações quando solicitado pela fiscalização dos
Conselhos Regionais.
(Criado pelo Art. 14, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010) 
Art. 4º O Profissional da Contabilidade poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico­
profissional, assinado e sob sua responsabilidade.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá;
I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida;
II – abster­se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia,
mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
III – abster­se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos
de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo
seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação;
V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre
peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º;
VI – abster­se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de
documentos;
VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios
de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
VIII – considerar­se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis,
observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho
Federal de Contabilidade;
IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de
Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho,
relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.
CAPÍTULO III
DO VALOR DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS
Art. 6º O Profissional da Contabilidade deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato
escrito, considerados os elementos seguintes:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar;
II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho;
III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços;
IV – o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço prestado;
V – a peculiaridade de tratar­se de cliente eventual, habitual ou permanente;
VI – o local em que o serviço será prestado.
Art. 7º O Profissional da Contabilidade poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo a outro
profissional, com a anuência do cliente, sempre por escrito, de acordo com as normas expedidas
pelo Conselho Federal de Contabilidade.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Parágrafo único. O Profissional da Contabilidade poderá transferir parcialmente a execução dos
serviços a seu cargo a outro profissional, mantendo sempre como sua a responsabilidade técnica.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 8º É vedado ao Profissional da Contabilidade oferecer ou disputar serviços profissionais
mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
CAPÍTULO IV
DOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE
Art. 9º A conduta do Profissional da Contabilidade com relação aos colegas deve ser pautada nos
princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados de
harmonia da classe.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz nem
justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atos infringentes de normas éticas ou
legais que regem o exercício da profissão.
Art. 10 O Profissional da Contabilidade deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas
de conduta:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – abster­se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;
II – abster­se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido
para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que permaneçam as
mesmas condições que ditaram o referido procedimento;
III – jamais apropriar­se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que deles
não tenha participado, apresentando­os como próprios;
IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício profissional.
Art. 11 O Profissional da Contabilidade deve, com relação à classe, observar as seguintes normas de
conduta:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias especiais que justifiquem
a sua recusa;
II – zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas
instituições;
III – aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe, admitindo­se

Outros materiais