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caso 1 ao 8

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1. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra A 
 
O principio da eticidade é aquele que impõe justiça e boa fé nas relações cíveis 
(“pacta sunt servanda”) 
No entanto tem que agir de boa fé em todas as sua fases. 
Portanto, o objetivo desse princípio é a boa fé. 
 
Doutrina 
 
O legislador para criação do novo código civil, utilizou –se de princípios norteadores, 
quais sejam o da eticidade, socialidade e operabilidade, e como decorrência destes 
três princípios surgiram outros que servem de guia quando da aplicação da norma 
no caso concreto, como o da boa fé objetiva e subjetiva, ética, moral, dignidade da 
pessoa humana, autonomia privada, equidade, cooperação, concretude, função 
social da propriedade e dos contratos, entre outros. 
O legislador entendeu por bem privilegiar as cláusulas gerais no Código Civil, 
criando assim, um sistema aberto, conferindo assim ao julgador o poder de criar 
normas para o caso sub judice, possibilitando a aplicação da lei por um longo 
período e concretizando os princípios ressaltados pelo Código Civil em especial o da 
socialidade, eticidade e operabilidade. 
 
Autora: Sindy Mayanna Mascarenhas de Carvalho 
 
Jurisprudência do STJ 
 
Processo: 
 
EREsp 1281594 / SP 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL 
2011/0211890-7 
 
Relator(a) 
Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142) 
 
Relator(a) p/ Acórdão 
Ministro FELIX FISCHER (1109) 
 
Órgão Julgador 
CE - CORTE ESPECIAL 
 
Data do Julgamento 
15/05/2019 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 23/05/2019 
RSTJ vol. 255 p. 73 
 
Ementa 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO 
ESPECIAL. DISSENSO CARACTERIZADO. PRAZO PRESCRICIONAL INCIDENTE 
SOBRE A PRETENSÃO DECORRENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL. 
INAPLICABILIDADE DO ART. 206, § 3º, V, DO CÓDIGO CIVIL. SUBSUNÇÃO À 
REGRA GERAL DO ART. 205, DO CÓDIGO CIVIL, SALVO EXISTÊNCIA DE 
PREVISÃO EXPRESSA DE PRAZO DIFERENCIADO. CASO CONCRETO QUE SE 
SUJEITA AO DISPOSTO NO ART. 205 DO DIPLOMA CIVIL. EMBARGOS DE 
DIVERGÊNCIA PROVIDOS. 
I - Segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, os 
embargos de divergência tem como finalidade precípua a uniformização 
de teses jurídicas divergentes, o que, in casu, consiste em definir 
o prazo prescricional incidente sobre os casos de responsabilidade 
civil contratual. 
II - A prescrição, enquanto corolário da segurança jurídica, 
constitui, de certo modo, regra restritiva de direitos, não podendo 
assim comportar interpretação ampliativa das balizas fixadas pelo 
legislador. 
III - A unidade lógica do Código Civil permite extrair que a 
expressão "reparação civil" empregada pelo seu art. 206, § 3º, V, 
refere-se unicamente à responsabilidade civil aquiliana, de modo a 
não atingir o presente caso, fundado na responsabilidade civil 
contratual. 
IV - Corrobora com tal conclusão a bipartição existente entre a 
responsabilidade civil contratual e extracontratual, advinda da 
distinção ontológica, estrutural e funcional entre ambas, que obsta 
o tratamento isonômico. 
V - O caráter secundário assumido pelas perdas e danos advindas do 
inadimplemento contratual, impõe seguir a sorte do principal 
(obrigação anteriormente assumida). Dessa forma, enquanto não 
prescrita a pretensão central alusiva à execução da obrigação 
contratual, sujeita ao prazo de 10 anos (caso não exista previsão de 
prazo diferenciado), não pode estar fulminado pela prescrição o 
provimento acessório relativo à responsabilidade civil atrelada ao 
descumprimento do pactuado. 
VI - Versando o presente caso sobre responsabilidade civil 
decorrente de possível descumprimento de contrato de compra e venda 
e prestação de serviço entre empresas, está sujeito à prescrição 
decenal (art. 205, do Código Civil). 
Embargos de divergência providos. 
 
Acórdão 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima 
indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior 
Tribunal de Justiça, prosseguindo no julgamento, após o voto-vista 
do Sr. Ministro Felix Fischer conhecendo e dando provimento aos 
embargos de divergência, no que foi acompanhado pelos Srs. Ministros 
Francisco Falcão, Laurita Vaz, Humberto Martins, Napoleão Nunes Maia 
Filho, Og Fernandes e Mauro Campbell Marques, e os votos dos Srs. 
Ministros Herman Benjamin, Jorge Mussi e Luis Felipe Salomão 
acompanhando o relator, por maioria, conhecer e dar provimento aos 
embargos de divergência, nos termos do voto do Sr. Ministro Felix 
Fischer. 
Lavrará o acórdão o Senhor Ministro Felix Fischer. 
Acompanharam o Sr. Ministro Felix Fischer os Srs. Ministros 
Francisco Falcão, Laurita Vaz, Humberto Martins, Napoleão Nunes Maia 
Filho, Og Fernandes e Mauro Campbell Marques. Votaram vencidos os 
Srs. Ministros relator, Raul Araújo, Herman Benjamin, Jorge Mussi e 
Luis Felipe Salomão. 
Não participaram do julgamento as Sras. Ministras Nancy Andrighi e 
Maria Thereza de Assis Moura. 
 
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1. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra C 
 
Desde do ano de 2018 as pessoas que são transgêneros passaram a ter a aopção 
de troca de nome e gênero, definido em regulamentação pela corregedoria do CNJ, 
estabelecendo que os interessados podem solicitar as alterações nos cartórios de 
todo Pais sem a presença de advogados ou defensores públicos (provimento nº 
73/2018), define também que as alterações podem ser realizadas sem 
obrigatoriedade da comprovação da cirurgia de mudança de sexo ou decisão judical. 
Doutrina 
Para Cristiano Chaves: 
"A personalidade jurídica é o atributo reconhecido a toda pessoa (natural ou 
jurídica) para que possa atuar no plano jurídico (titularizando as mais diversas 
relações) e reclamar uma proteção jurídica, mínima, básica, reconhecida pelos 
direitos da personalidade." 
 
A pessoa jurídica, é, portanto, detentora de personalidade jurídica, por 
conseguinte, como corolário de sua personalidade, uma capacidade jurídica para 
relações patrimoniais, no entanto, não é titular de direitos da personalidade, o que 
não impede que seja alcançada por eles, naquilo que couber e que sua falta de 
estrutura bioppsicológica lhe permitir. 
Autor (a) Davi Farizel 
Jurisprudência do STJ 
Processo 
 
AgInt no REsp 1847849 / SP 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL 
2019/0334616-3 
 
Relator(a) 
Ministro MOURA RIBEIRO (1156) 
 
Órgão Julgador 
T3 - TERCEIRA TURMA 
 
Data do Julgamento 
20/04/2020 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 23/04/2020 
 
Ementa 
CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO 
MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ENCERRAMENTO IRREGULAR 
DAS ATIVIDADES. AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS. FUNDAMENTOS 
INSUFICIENTES. REQUISITOS. ABUSO DE DIREITO. DESVIO DE FINALIDADE. 
DISSONÂNCIA ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. 
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 
1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos do Enunciado 
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 
9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 
(relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) 
serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do 
novo CPC. 
2. O irregular encerramento das atividades da empresa e a ausência 
de bens penhoráveis, por si só, não têm o condão de viabilizar a 
desconsideração da personalidade jurídica, sendo imprescindível a 
comprovação do abuso de direito ou do desvio de finalidade. 
Precedentes. 
2. Agravo interno não provido. 
 
Acórdão 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do 
voto do Sr. Ministro Relator. 
Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino, 
Ricardo Villas Bôas Cueva e Marco Aurélio Bellizze votaram com o Sr. 
MinistroRelator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Moura 
Ribeiro. 
 
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3. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra C 
No art. 12 do CC não é especificado de modo taxativo os direitos, uma pessoa que 
tem personalidade pode exigir do Estado através de ação judicial para que cesse a 
ameaça , ou se foi lesionado pode requerer do Estado seus direitos . A pessoa tem 
direito de se proteger ou seus direitos, os direitos que estão no rol da constrição. 
 
 
Doutrina 
Os direitos da personalidade são normalmente definidos como o direito 
irrenunciável e intransmissível que todo indivíduo tem de controlar o uso de 
seu corpo, nome, imagem, aparência ou quaisquer outros aspectos constitutivos de 
sua identidade. Podem ser vistos como direitos atinentes à promoção da pessoa na 
defesa de sua essencialidade e dignidade. O reconhecimento dos direitos da 
personalidade como categoria de direito subjetivo é recente; até ao século XIX uma 
teoria negativista refutava os direitos da personalidade. 
Entretanto, a tutela jurídica da integridade da pessoa sempre esteve presente como 
objeto de preocupação do direito. Em Roma, por exemplo, embora não se 
concebessem os direitos da personalidade, a actio iniuriarum referia-se aos 
atentados à pessoa, física ou moral. Também no direito romano, a lex poetelia 
papilia separou o corpo do devedor da respetiva dívida, ao impedir que o devedor ou 
alguém que dele dependesse (filhos, por exemplo) pudesse tornar-se escravo do 
credor, dando o seu corpo como garantia para empréstimo. 
Estariam, dessa forma, os direitos da personalidade vinculados de forma 
indissociável ao reconhecimento da dignidade humana, qualidade necessária para o 
desenvolvimento das potencialidades físicas, psíquicas e morais de todo ser 
humano. 
Autor (a) Carlos Alberto 
 
Jurisprudência do STJ 
Processo 
AgInt no REsp 1768040 / SP 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL 
2018/0243983-9 
 
Relator(a) 
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO (1144) 
 
Órgão Julgador 
T3 - TERCEIRA TURMA 
 
Data do Julgamento 
23/03/2020 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 25/03/2020 
 
Ementa 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. AÇÃO 
INDENIZATÓRIA. NEGATIVA DA OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE EM AUTORIZAR 
O PROCEDIMENTO MÉDICO. DANO MORAL. NÃO CARACTERIZADO. REEXAME. 
SÚMULA 7/STJ. 
1. O Tribunal de origem concluiu que a situação experimentada com a 
recusa de cobertura de tratamento não foi capaz de caracterizar 
afronta aos direitos da personalidade e justificar a compensação por 
dano moral pleiteada. 
2. O acolhimento do recurso, quanto à existência de dano moral, 
demandaria o vedado revolvimento do substrato fático-probatório 
constante dos autos, a teor a Súmula 7/STJ. 
4. Agravo interno não provido. 
 
Acórdão 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do 
voto do Sr. Ministro Relator. 
Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco 
Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Moura Ribeiro. 
 
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5. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra C 
Está incorreta, já que a pessoa jurídica possui personalidade, distinta dos seus 
integrantes, ou seja, tem direito ao nome, marca, sigilo, reparação do dano moral 
entre outros. 
 
 
Doutrina 
 
Para Antônio Gomes, pessoa natural é a denominação dada pelo código civil a 
pessoa física, cuja compreensão é de uso vulgar. O atual código no seu artigo 2.º 
subistituiu a palavra homem por pessoa, a modificação é apenas de forma e não 
altera ofundo. 
Pessoa veio do latim persona, significa máscara de teatro, ou em sentido figurado, o 
próprio papel atribuído a um ator, isso porque na antiguidade os atores adaptavam 
uma máscara ao rosto, com um dispositivo especial que permitia emitir a voz 
Autor (a) Antônio Gomes 
 
Jurisprudência do STJ 
Processo 
AgInt no AgInt no AREsp 1368717 / PR 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 
2018/0246928-4 
 
Relator(a) 
Ministro GURGEL DE FARIA (1160) 
 
Órgão Julgador 
T1 - PRIMEIRA TURMA 
 
Data do Julgamento 
28/04/2020 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 04/05/2020 
 
Ementa 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. JUSTIÇA GRATUITA. RENDA MENSAL. 
PROVENTOS. CRITÉRIO ABSTRATO. INADMISSIBILIDADE. 
1. É assente na jurisprudência do STJ que a simples declaração de 
hipossuficiência da pessoa natural, ainda que dotada de presunção 
iuris tantum, é suficiente ao deferimento do pedido de gratuidade de 
justiça quando não ilidida por outros elementos dos autos. 
2. Esta Corte Superior rechaça a adoção única de critérios 
abstratos, como a renda mensal advinda dos proventos de 
aposentadoria, uma vez que eles não representam fundadas razões para 
denegação da justiça gratuita. 
3. Agravo interno desprovido. 
 
Acórdão 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do 
voto do Sr. Ministro Relator. 
Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Benedito Gonçalves, 
Sérgio Kukina e Regina Helena Costa votaram com o Sr. Ministro 
Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Gurgel de Faria. 
 
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6. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra A 
No antigo código civil o casamento seria nulo quando se tratava de doente mental 
sem necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. 
Já com advento do Estatuto da pessoa com deficiência, no CC foi a hipótese de 
nulidade do casamento contraído por enfermo mental que não possua o necessário 
discernimento passa a ser valido. 
 
 
Doutrina 
A capacidade civil, no direito, é a capacidade de um indivíduo de executar e atuar 
plenamente em sua vida civil. A atuação plena na vida civil consiste, de forma 
resumida, a poder responder por suas ações neste espectro da vida social: 
assinatura de contratos, compras, vendas, casamentos, acordos de troca, etc. 
 
Autor (a) Paulo Soares 
 
Jurisprudência do STJ 
 
Processo 
AgInt nos EDcl no REsp 1821329 / SP 
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO 
ESPECIAL 
2019/0138383-8 
 
Relator(a) 
Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) 
 
Órgão Julgador 
T2 - SEGUNDA TURMA 
 
Data do Julgamento 
22/04/2020 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 05/05/2020 
 
Ementa 
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. OMISSÃO. 
INEXISTÊNCIA. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO CAUSADO POR VIATURA 
POLICIAL. 
REDUÇÃO NÃO FUNDAMENTADA DO VALOR DA PENSÃO. DEVOLUÇÃO DOS 
AUTOS AO 
TRIBUNAL DE ORIGEM. CABIMENTO. 
1. Na hipótese dos autos, a parte recorrente suscita ofensa ao art. 
1.022 do CPC, alegando que em Recurso Especial o particular não 
requereu a anulação do acórdão vergastado quando, prima facie, 
verifica-se à fl. 1.564/e-STJ, de forma incontroversa, pedido 
sucessivo de anulação do acórdão recorrido. 
2. Outrossim, extrai-se do decisum objurgado que o entendimento do 
Tribunal de origem não está em consonância com a orientação do 
Superior Tribunal de Justiça. In casu, nem a fixação da pensão em 20 
(vinte) salários mínimos nem a redução não fundamentada de tal 
montante para 1 (um) salário mínimo respeitam o disposto no art. 950 
do Código Civil. 
3. Apenas se não existir comprovação dos rendimentos da vítima do 
acidente é que deverá a pensão mensal por incapacidade laboral ser 
estabelecida em 1 (um) salário mínimo. Precedentes do STJ. 
4. Noutro giro, nos termos do multicitado art. 950 do Código Civil, 
"Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa 
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de 
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão 
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou 
da depreciação que ele sofreu". 
5. Levando-se em consideração que a avaliaçãoda existência de 
incapacidade ou do grau de depreciação sofrida, bem como dos 
rendimentos da vítima antes do sinistro, demanda reexame do contexto 
fático-probatório, o que é vedado pela Súmula 7/STJ, mister seja o 
processo devolvido ao Tribunal de origem para que fixe o valor da 
pensão a ser paga, correspondente à importância do trabalho para que 
se inabilitou a vítima, ou da depreciação sofrida, devendo a pensão 
ser fixada em 1 (um) salário mínimo apenas se não existir 
comprovação dos rendimentos da vítima do acidente. 
6. Agravo Interno não provido, com determinação de retorno dos autos 
ao Tribunal de origem. 
 
Acórdão 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do 
voto do Sr. Ministro Relator. 
Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Og Fernandes, Mauro Campbell 
Marques e Assusete Magalhães votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Herman Benjamin. 
 
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7. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra A 
A primeira preposição é falsa, porque o instituto da comoriência acontece quando 
dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não podendo averiguar se 
algum dos comorientes precedeu aos outros , presumir se não mortos, são 
indivíduos que não precisa ser parentes; 
A segunda preposição, conforme art . 17; 
A terceira preposição é falsa, conforme art. 19; 
A assertiva IV é falsa , devido que para criar uma associação, o seu instituidor não 
fará uma dotação especial de bens livres , e sim, sem fins lucrativos . A preposição 
trava-se de uma dotação. 
 
 
Doutrina 
A personalidade se dá com o nascimento com vida, acompanhando o indivíduo 
durante toda a sua vida. E termina com o fim da existência da pessoa natural, ou 
seja, com a morte (art. 6º, CC). 
Verificada a morte de uma pessoa, desaparecem, como regra, os direitos e as 
obrigações de natureza personalíssima (ex.: dissolução do vínculo matrimonial, 
relação de parentesco, etc.). Já os direitos não personalíssimos (em especial os de 
natureza patrimonial) são transmitidos aos seus sucessores. 
 
Autor (a) Douglas Cunha 
 
Jurisprudência do STJ 
 
Processo 
HC501144/SPHABEASCORPUS 
2019/0088301-3 
 
Relator(a) 
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ (1158) 
 
Órgão Julgador 
T6 - SEXTA TURMA 
 
Data do Julgamento 
10/03/2020 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 17/03/2020 
 
Ementa 
HABEAS CORPUS. ESTELIONATO. DOSIMETRIA. REGISTROS CRIMINAIS 
ANTERIORES NOMINADOS DE CONDUTA SOCIAL. ATECNIA. CORREÇÃO DO 
TÍTULO 
DA CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL PARA MAUS ANTECEDENTES. 
CONSIDERAÇÃO 
DESFAVORÁVEL DAS CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. FALTA DE 
FUNDAMENTAÇÃO. 
DECOTE DA VETORIAL. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONCEDIDO. 
1. A Terceira Seção fixou o entendimento de que "condenações 
criminais do réu transitadas em julgado e não utilizadas para 
caracterizar a reincidência somente podem ser valoradas, na 
primeira fase da dosimetria, a título de antecedentes criminais" 
(EREsp n. 1.688.077/MS, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, 3ª 
S., DJe 28/8/2019). 
2. Se existe uma circunstância judicial específica destinada à 
valoração do passado desabonador do réu (antecedentes), revela-se 
uma imprecisão intitulá-la de personalidade ou de conduta social 
negativas. 
3. Todavia, não se pode perder de vista que a dicção legal não impõe 
ao julgador a obrigatoriedade de nomear as circunstâncias legais. O 
que é cogente na tarefa individualizadora da pena-base é indicar 
peculiaridades concretas dos autos, relacionadas às oito vetoriais 
do art. 59 do CP. Se a sentença mencionar várias condenações 
definitivas anteriores do réu para aumentar a sanção básica, sem dar 
título algum à circunstância, não haverá vício no decisum. 
4. As instâncias ordinárias mencionaram cinco condenações 
definitivas da paciente como justificativa para o recrudescimento da 
reprimenda na primeira fase da dosimetria. Entretanto, os registros 
não foram corretamente designados como maus antecedentes, mas sim 
como conduta social. O erro do pronunciamento está relacionado 
somente à atecnia na nomeação da circunstância legal. Assim, em 
habeas corpus, deve ser corrigida a palavra imprópria, para que o 
dado concreto levado em conta pelo juiz seja chamado de maus 
antecedentes. 
5. A motivação da decisão (anotações criminais anteriores), que 
permitiu ao operador do direito expor a razão da escolha da sanção 
ao fato sob julgamento e possibilitou à defesa compreender e 
fiscalizar sua atuação, permanece hígida. O fundamento está 
relacionado à justa reprovação e prevenção do crime e não pode, 
portanto, ser desconsiderado apenas porque houve imprecisão na sua 
classificação, caso contrário seria conferido à ré, em igual 
intensidade, a mesma retribuição cabível aos agentes neófitos em 
práticas ilícitas, o que afrontaria o princípio da igualdade. 
6. Se, em relação às consequências do crime de estelionato não houve 
menção ao dano patrimonial causado a cada uma das vítimas ou às suas 
condições financeiras, nem se mencionou quantia que, por si só, se 
mostra vultosa, inexiste justificativa concreta para considerar 
desfavorável o resultado do dano patrimonial e deve ser afastada a 
vetorial, por falta de motivação idônea. 
7. Habeas corpus parcialmente concedido, a fim de afastar a análise 
desfavorável das consequências do crime e corrigir a falta de 
técnica na denominação dos registros criminais da paciente, 
doravante intitulados de maus antecedentes, e não de conduta social. 
 
Acórdão 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, conceder 
parcialmente a ordem, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os 
Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Antonio Saldanha Palheiro e Sebastião 
Reis Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Laurita Vaz. 
 
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8. Questão objetiva: 
 
Resposta: Letra B, conforme art. 52 CC 
 
Aplicam-se as pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
capacidade. 
 
 
Doutrina 
Pessoa jurídica é um entidade formada por indivíduos e reconhecida pelo Estado 
como detentora de direitos e deveres. O termo pode se referir a empresas, 
governos, organizações ou qualquer grupo criado com uma finalidade específica. 
Ainda que seja formada por uma ou mais pessoas físicas, que são as responsáveis 
pela entidade criada, a pessoa jurídica (juridical person, em inglês) possui 
uma personalidade jurídica independente e diferenciada em relação a cada um de 
seus membros. 
 
 
 Autor (a) Douglas Cunha 
 
 
Jurisprudência do STJ 
Processo 
 
AgInt no AgInt no REsp 1316857 / RS 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO 
ESPECIAL 2012/0063299-3 
 
Relator(a) 
Ministro GURGEL DE FARIA (1160) 
 
Órgão Julgador 
T1 - PRIMEIRA TURMA 
 
Data do Julgamento 
20/04/2020 
 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 27/04/2020 
 
Ementa 
ADMINISTRATIVO. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE 
RECURSOS HUMANOS 
- FDRH. NATUREZA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. PRAZO PRESCRICIONAL. 
1. Consoante o entendimento do STJ, o prazo prescricional 
previsto no Decreto n. 20.910/1932 não se aplica às pessoas 
jurídicas de direito privado, razão pela qual, nas controvérsias que 
envolvem a 
Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos - FDRH - 
do Estado do Rio Grande do Sul, deve ser aplicada a regra prevista 
no Código Civil. Precedentes. 
Agravo interno desprovido. 
Acórdão 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos 
do voto do Sr. Ministro Relator. 
Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Benedito 
Gonçalves, Sérgio Kukina e Regina Helena Costa votaram com o 
Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Gurgel de 
Faria. 
 
 
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9. Questão objetiva: 
 
Resposta:Letra B 
 
Não há alusão no supratranscrito art. 79 do novo Código Civil aos imóveis por 
destinação do proprietário ou por acessão intelectual, como eram denominados no 
Código de 1916 (art. 43, III) aqueles que o proprietário imobilizava por sua vontade, 
mantendo-os intencionalmente empregados em sua exploração industrial, 
aformoseamento ou comodidade, como as máquinas (inclusive tratores) e 
ferramentas, os objetos de decoração, os aparelhos de ar- condicionado etc. A 
razão é que o novo Código Civil acolhe, segundo a doutrina moderna, o conceito de 
pertença, que se encontra no art. 93." 
 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro 
 
 
Doutrina 
São bens que têm existência material, perceptível pelos nossos sentidos, como os 
bens móveis (livros, joias etc.) e imóveis (terrenos etc.) em geral. Em contraposição 
aos mesmos, encontram-se os bens incorpóreos, que são aqueles abstratos, de 
visualização ideal (não tangível). Embora a classificação formal não esteja prevista, 
enquanto norma legal positivada, o fato é que tem grande utilidade. O Código Penal 
brasileiro, por exemplo, traz tipos próprios para os ilícitos praticados contra a 
propriedade imaterial (bens incorpóreos), além de haver expressa disciplina de 
outros crimes contra a propriedade intelectual (patentes, desenhos industriais, 
marcas etc.) na Lei nº 9.279/96, que regula direitos e obrigações relativos à 
propriedade industrial. 
 
 Autor (a) GAGLIANO, Pablo Stolze; GAGLIANO, Rodolfo Pamplona. Novo 
 Curso de Direito Civil: Parte Geral - Vol. 1. 14. ed. Saraiva, São Paulo, 2012. 
 
 
Jurisprudência do STJ 
Processo 
REsp 1717208 / SP 
RECURSO ESPECIAL 
2017/0313143-2 
Relator(a) 
Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) 
Órgão Julgador 
T2 - SEGUNDA TURMA 
Data do Julgamento 
24/04/2018 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 19/11/2018 
Ementa 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. 
INDENIZAÇÃO AO 
DETENTOR DA POSSE. POSSIBILIDADE. ART. 34 DO DECRETO-LEI 
3.365/1941. NÃO VIOLAÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a "desapropriação é o 
procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere 
para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública 
ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de 
indenização" (Manual de direito administrativo, 25. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012, p. 808). 2. No caso concreto, contudo, houve a 
expropriação da posse, a qual, em certos casos, é aceita pela 
jurisprudência do STJ. No REsp 769.731/PR, Relator Ministro Luiz 
Fux, a Primeira Turma do STJ fez constar na ementa do julgado o 
seguinte trecho: "1. A desapropriação de posse não se insere na 
exigência do art. 34 do Dec.-Lei 3.365/41 para o levantamento da 
indenização, que deve ser paga a título de reparação pela perda do 
direito possessório. Precedentes desta Corte: REsp 184762/PR; DJ 
28.02.2000; AG 393343, DJ 13.02.2003; REsp 29.066-5/SP, RSTJ 58:327. 
A desapropriação atinge bens e direitos, mobiliários e imobiliários, 
corpóreos e incorpóreos, desde que sejam passíveis de apossamento 
e comercialidade, tenham valor econômico ou patrimonial e interessem 
à consecução dos fins do Estado. 3. Consoante jurisprudência do E. 
Supremo Tribunal Federal, verbis: 'Tem direito 
à indenização não só o titular do domínio do bem expropriado, mas 
também, o que tenha sobre ele direito real limitado bem como direito 
de posse' (STF, RE 70.338, Rel. Antonio Nader). 4. Deveras, a 
exigência do art. 34 do DL 3.365/41 impõe-se quando a dúvida sobre 
o domínio decorre de disputa quanto à titularidade do mesmo. 5. A 
posse, conquanto imaterial em sua conceituação, é um fato jurígeno, 
sinal exterior da propriedade. É; portanto, um bem jurídico e, como 
tal, suscetível de proteção. Daí por que a posse é indenizável, como 
todo 'e qualquer bem. (In, Recurso 'ex officio' nº 28.617, julgado 
pelo extinto 2º Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo, publicado 
na Revista dos Tribunais nº 481, em Novembro de 1975, às páginas 
154/155)". 
No Agravo de Instrumento que deu origem ao recurso ora examinado, o 
agravante assentou: "não foi localizado qualquer registro imobiliário 
correspondente à área em questão. Restou constatado apenas que os 
apelados detinham um contrato particular de compromisso de compra e 
venda". 
In casu, diante da inexistência de registro imobiliário e de disputa 
pela propriedade, o Tribunal de origem determinou a desapropriação 
da posse e o levantamento do preço diante da sua comprovação. 
A desapropriação da posse já foi acolhida em julgamentos recentes 
do STJ (AgRg no AREsp 761.207/RJ, Relator Ministro Humberto 
Martins, Segunda Turma, DJe 29/4/2016, e REsp 1.267.385/RN, 
Relatora Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 6/9/2013). 6. O 
acórdão recorrido afirma que o acordo realizado abordou expressamente 
a posse. Eis excerto do voto condutor: "só constam instrumentos 
particulares de transmissão de posse [...] Não houve produção de prova 
pericial,pois a oferta da desapropriante foi aceita pelos desapropriados, 
e a sentença apenas homologou o acordo, observando, expressamente, 
tratar-se de demanda dirigida contra os possuidores (fls. 75/76)". 
7. Como bem ressaltado pelo Ministério Público Federal, não caberia 
o exame da tese defendida no Recurso Especial, pois inarredável a
revisão do conjunto probatório dos autos para afastar as premissas 
fáticas estabelecidas pelo acórdão recorrido. Aplica-se, portanto, 
para a análise da suficiência probatória da posse e para o reexame 
do acordo, o óbice da Súmula 7/STJ. 8. Recurso Especial não 
conhecido. 
 
Acórdão 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima 
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior 
Tribunal de Justiça: ""A Turma, por unanimidade, não conheceu do 
recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." 
Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques, 
Assusete Magalhães e Francisco Falcão (Presidente) votaram com 
o Sr. Ministro Relator."

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