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DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO II Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed. Email: ruimachadojr01@gmail.com Turma 2001 TARDE: Email: Senha: Representante de Turma: Francisco Pedro (95) 98408-4283 Turma 3001 NOITE: Email: Senha: Representante de Turma: OPÇÃO 1 AV1 – 10pts 30 QUESTÕES SUBJETIVAS – SEM CONSULTA OPÇÃO 2 Artigo – 6pts Apresentação do Resumo do Artigo em Congresso – 4pts Google Acadêmico Turma TRIB. II 2001 TARDE: GRUPO TEMA Turma TRIB. II 3001 NOITE: GRUPO TEMA Aula Semana 1 CRÉDITO TRIBUTÁRIO Crédito tributário. Conceito. Teorias sobre o nascimento. Lançamento tributário. Natureza jurídica. Modalidades e princípios Referencial Teórico Art. 139 ao 150 do Código Tributário Nacional Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 186 a 198 Vittorio Cassone, Direito Tributário, 28ª ed, - pág. 235 a 1. INTRODUÇÃO Para a constituição do crédito tributário é necessário percorrer as seguintes etapas: 1ª – Elaboração da Constituição Federal (CF); 2ª – A CF delega a competência à U-E-DF-M, que por meio de lei, instituir tributos; 3ª – sobrevém à lei, que descreve o tipo tributário, a hipótese de incidência (verbo + complemento [ICMS circular + mercadoria; IPI industrializar + produto; IR auferir + renda]; abstração); 4ª – o sujeito passivo pratica um fato gerador tributário: nesse instante, nasce a obrigação tributária, (Obrigação Tributária Principal , somente mediante lei [pagar tributo ou penalidade pecuniária] e Obrigação Tributária Acessória, admite “legislação tributária/atos infralegais, art. 96 CTN [obrigação de fazer, não fazer ou tolerar]), em que ele é o devedor de um tributo que, no momento, é representado por um valor considerado ilíquido; 5ª – sobrevém o lançamento (constitui o crédito tributário e declara a obrigação tributária, além de atribuir um grau de liquidez, certeza e exigibilidade), cujo procedimento administrativo converte a obrigação tributária em crédito tributário. Todavia, conforme o tipo de lançamento – como veremos – esse crédito tributário pode ser considerado líquido ou ilíquido. Se líquido, já ocorre à constituição definitiva do crédito tributário, podendo então ser exigido, se o sujeito passivo não efetuar pagamento dentro do prazo legal. Se ilíquido, o sujeito passivo terá prazo para contestar – caso em que somente após a decisão administrativa final ficará constituído o crédito tributário. 6ª – se pago, extingue-se o crédito. Se não pago, o crédito tributário será levado a registro no Livro da Dívida Ativa, extraindo-se a certidão para a propositura de Ação de execução fiscal. a) Hipótese de Incidência É uma tese hipotética de incidência tributária. Está no plano das leis, num plano abstrato, num plano geral. Exemplo: Auferir renda; Circular mercadoria; Importar produtos; Exportar produtos; Prestar Serviços; Industrializar Produto. IR - Auferir renda; ICMS - Circular mercadoria; II - Importar Produtos; b) Fato Gerador Situação concreta. A partir do momento que o contribuinte/consumidor realiza aquilo que estava descrito hipoteticamente na hipótese de incidência há a realização do FATO GERADOR (aquilo que estava descrito hipoteticamente acaba de incidir na conduta do sujeito) – ocorre a incidência tributária. A incidência tributária só ocorre em respeito ao Princípio da Legalidade, ou seja, é necessário que haja lei para que ocorra a incidência de tributos, conforme art. 9º inc. I do CTN. Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça... O tributo somente será exigido ou aumentado, somente em virtude de lei. Pode ser realizado por qualquer pessoa (tendo capacidade ou não tendo capacidade o sujeito poderá realizar o fato gerador). Exemplo: menor de idade; incapaz; ato ilícito. Exemplo: criança de 03 meses, a única coisa que teoricamente ela consegue fazer é pagar tributo. Caso o pai dela faleça, a herança só passa para ela a partir do pagamento do Imposto ITCMD. c) Obrigação Tributária Se for realizado um fato gerador, nasce infalivelmente, a qual torna o contribuinte um devedor tributário, ou seja, um devedor de patrimônio, devedor de condutas, devedor de atos comissivos ou omissos. Obrigação Tributária Principal – é a obrigação de se pagar um tributo ou uma multa (penalidade pecuniária); . O seu fato gerador é definido em lei. Obrigação Tributária Acessória – é um fazer, um não fazer, ou um tolerar. Não possui cunho patrimonial. É basicamente uma norma de conduta que é exigida do contribuinte. Exemplo: O contribuinte tem que prestar uma declaração de IR; tem que emitir nota fiscal; . O seu fato gerador pode ser definido pela legislação tributária (art. 96 do CTN – Lei e atos infralegais [decreto, portaria, instruções normativas, etc.]) . Não invade a esfera patrimonial do sujeito, quando se exige que o contribuinte entregue uma declaração.... não se está invadindo sua esfera patrimonial. Todos toleram a fiscalização tributária. Exemplo: Saio do país, no retorno ao Brasil não tenho nenhum produto, não estou importando nenhuma mercadoria, não tenho quantia acima do limite legal, ou seja, basicamente não tenho que pagar nada, não realizei o fato gerador da obrigação tributária principal. Mas se o fiscal exigir que eu pare, abra as malas e demonstre os produtos que eu trago, eu tenho que tolerar essa fiscalização (obrigação tributária acessória). Obs. Peculiaridade – A Obrigação Tributária ainda não é exigível. O sujeito pode ser obrigado tributariamente, mas ainda sim, não é obrigado a pagar. d) Lançamento É a declaração da Obrigação tributária. É a constituição do Crédito Tributário. O contribuinte só se torna devedor tributário a partir do lançamento tributário. Após a constituição do Crédito Tributário nós temos os requisitos da liquidez, da certeza e da exigibilidade. Obs. Existe uma grande crítica no dia a dia do contribuinte em relação a carga tributária, mas se nós não tivéssemos tributos nós não teríamos Estado. Um poder só se sustenta a partir do momento em que ele tenha condições de ser sustentado. É a arrecadação tributária que confere a soberania para o Estado. . Modalidades para Constituição do Crédito Tributário I – De Ofício – Art. 149 do CTN, I.I – Técnica de Arbitramento – previsto no Art. 148 do CTN - ocorre quando o contribuinte não presta as informações / declarações devidas para se evadir da declaração (contribuinte não possui uma contabilidade idônea), vindo o fisco a constituir o lançamento por Ofício através desta técnica. Possibilita a defesa e o contraditório. I.II – Revisão do lançamento administrativo – Art. 149 do CTN II – Por Declaração – Art. 147 do CTN, quando o contribuinte declara, o fisco analisa aquela declaração (calcula o montante tributável) e posteriormente lança o tributo (constitui o crédito tributário). III – Por Homologação - Art. 150 do CTN, nesse lançamento o contribuinte paga antecipado, e esse pagamento fica sujeito a ulterior homologação. O fisco não precisa lançar e nem tampouco analisar a declaração (prazo decadencial de 5 anos). .......................................................................... É pelo lançamento que se constitui (nasce no mundo) o crédito tributário. É o direito que a Fazenda Pública tem de exigir o cumprimento da obrigação tributária principal do sujeito passivo. Obs.: Somente após constituído o crédito tributário, é que essa obrigação será exigívelpela Fazenda Pública. 2. LANÇAMENTO TRITUBÁRIO Obs. O lançamento a principal, além de torna-la exigível. É uma atividade administrativa vinculada, imprescindível para se cobrar qualquer tributo. Conforme o art. 142 do Código Tributário Nacional: Lançamento Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Obs. Com o surgimento da obrigação tributária, é necessário que a autoridade administrativa com conhecimento da legislação aplicável defina o valor exato a ser pago de tributo ou multa, apurando a base de cálculo e aplicando sobre ela a alíquota vigente. Além disso, deve-se verificar quem é o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) que possui o dever legal de pagar o montante devido. A todo esse procedimento, denominamos lançamento. Obs. A competência para lançar é absolutamente privativa da autoridade a que a lei deferiu tal competência. Apesar de ter esse nome PRIVATIVA, possui caráter de EXCLUSIVIDADE, não podendo ser DELEGADA ou AVOCADA. Obs. Delegação: Ocorre quando uma pessoa delega a outra o exercício de uma atribuição. Avocação: Ocorre quando o superior hierárquico exerce temporariamente a competência de um subordinado. Exemplo: Em relação aos tributos de competência da União, cabe privativamente ao Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil o lançamento. Nos Estados ou Municípios, cabe ao Auditor-Fiscal Estadual ou Municipal. Obs. Antes do lançamento já existia a obrigação tributária, por meio dele apenas é declarada sua existência. Já o crédito tributário nasce com o lançamento, é constituído por ele. Obs. O lançamento apresenta uma natureza jurídica mista, pois ele é DECLARATÓRIO da Obrigação Tributária ao mesmo tempo em que é CONSTITUTIVO do Crédito Tributário. Indisponibilidade do Lançamento Art. 142. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. ****** Isso significa que não há discricionariedade por parte da autoridade competente quanto ao lançamento, em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público. Obs. O lançamento aperfeiçoa-se com sua notificação ao sujeito passivo. STF: “A notificação ao sujeito passivo é condição para que o lançamento tenha eficácia. Trata-se de providência que aperfeiçoa o lançamento, demarcando, pois, a constituição do crédito que, assim, passa a ser exigível do contribuinte (...)”. Obs. Exceção à notificação do sujeito passivo. O STJ editou as súmulas 436 e 446 consolidando o entendimento de que o tributo declarado e não pago legitima o fisco a proceder atos de cobrança sem qualquer notificação do contribuinte. Tributos Declarados. Súmula STJ nº 436: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”. Súmula 446 do STJ: “Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa”. Taxa de câmbio aplicável ao lançamento Como a taxa de câmbio se altera diariamente, é necessário saber, no momento de realizar o lançamento, qual a taxa de câmbio a ser utilizada. De acordo com o art. 143 do CTN: Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. 2.1 Legislação aplicável ao lançamento Conforme art. 144 do CTN: Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Obs. O lançamento possui efeitos ex tunc / retroativos. A lei aplicável é a do momento em que se caracterizou o fato gerador, e não a lei vigente no momento do lançamento. Exemplo: Ocorreu no mês de Jan/2014 o fato gerador de um imposto, cuja alíquota era de 20%. No mês de março, uma nova lei alterou a alíquota do imposto para 30%. Digamos que em Janeiro de 2015, a autoridade administrativa realizou o lançamento. Qual será a alíquota aplicada? Certamente, será 20% (alíquota vigente na data de ocorrência do fato gerador). . Aspecto Material do Lançamento está relacionado à própria dívida tributária e seus elementos como fato gerador, hipótese de incidência, valor da dívida e sujeito passivo. Em relação a esses aspectos, vale a regra da irretroatividade da lei. . Aspecto Formal são procedimentos do lançamento como a competência e os poderes de investigação da autoridade fiscal. São eles regulados pela lei vigente na época da realização do lançamento. Exemplo: Imagine que no mês de Jan/2014 ocorra o fato gerador de um imposto. A legislação que regulava os procedimentos formais a serem adotados pela autoridade administrativa era a Lei “A”. Em Julho/2014, a Lei “B” revogou a Lei “A”, alterando os procedimentos aplicáveis ao lançamento do referido imposto. Aí eu te pergunto: qual lei deve ser aplicada ao lançamento, realizado em Janeiro de 2015? Certamente, é a Lei “B”. Obs. Decisão do STJ: “O STJ possui entendimento consolidado no sentido de que a legislação que institui novos procedimentos fiscalizatórios pode ser aplicada na constituição de créditos tributários cujo fato gerador tenha ocorrido antes da sua entrada em vigor”. (REsp 1212780-SP/2010) 2.2 Alteração do lançamento notificado Concluído o lançamento, o Fisco necessita comunicar oficialmente ao sujeito passivo do débito existente. Ao ser notificado, o contribuinte terá três opções: quitar a obrigação, impugnar o lançamento contra ele realizado, ou não se manifestar acarretando a revelia. É a notificação que confere efeitos ao lançamento, iniciando a contagem do prazo para pagamento ou impugnação. Obs. Até a notificação, a revisibilidade do lançamento é absoluta. Com a notificação, a situação muda totalmente. A partir deste momento, a regra é a vedação da alteração do lançamento efetuado, ou seja, o lançamento é presumidamente definitivo. Obs. O lançamento é apenas presumidamente definitivo (sua presunção é relativa), pois pode ser alterado nas hipóteses do art. 145 do CTN. Como consequência, o crédito tributário também não está definitivamente constituído com o lançamento. Senão, vejamos: Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 2.2.1 Impugnação do sujeito passivo (art. 145, I) Após o contribuinte ser notificado do lançamento efetuado, existem três situações possíveis de ocorrer: pagamento, impugnação ou revelia. Caso o sujeito passivo concorde com o valor lançado, poderá efetuar o seu pagamento, hipótese em que ocorrerá a extinção do crédito tributário, conforme art. 156, I, do CTN. Mas o contribuinte pode discordar do lançamento realizado, tendo o direito de contestar, dentro de determinado prazo fixado na legislação tributária de cada ente, o lançamento por meio da impugnação. Instaura-se, então, a fase litigiosa (ou contenciosa) do lançamento. Caso a decisão administrativa de 1a instância proferida for desfavorável ao sujeito passivo, tem ele a oportunidadede pagar e desistir do processo ou recorrer de forma voluntária ao órgão de 2a instância, o que se denomina “recurso voluntário”. Obs. Ainda que o contribuinte obtenha decisão definitiva desfavorável na esfera administrativa, o contribuinte sempre pode se socorrer no âmbito do Poder Judiciário. Obs. Ao se impugnar o lançamento ou ao oferecer o recurso voluntário, é possível que o valor do crédito tributário seja alterado, inclusive para maior, se for detectado erro no lançamento. Obs. Se o contribuinte não pagar e também não impugnar, o crédito tributário torna-se definitivamente constituído. 2.2.2 Recurso de Ofício (art. 145, II) Caso a decisão administrativa, proferida na 1a instância, seja desfavorável ao Fisco, fica sujeita ao recurso de ofício, ou seja, o processo é encaminhado a 2a instância para novo julgamento. 2.2.3 Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (art. 145, III) Se dá pela atuação da própria autoridade administrativa que efetuou o lançamento ou seu superior hierárquico. Essa modalidade de alteração do lançamento se funda no princípio da legalidade, onde a Administração Pública deve tomar as medidas necessárias para o fiel cumprimento da lei. Obs. Se for constatada alguma ilegalidade no lançamento, a autoridade administrativa deve promover a alteração de ofício, a fim de corrigi-lo, independentemente de provocação do sujeito passivo. Obs. Todo tributo pode ser lançado de ofício, caso ocorra alguma das hipóteses do art. 149 do CTN, sendo que tais alterações somente podem ser efetuadas, enquanto não estiver extinto o direito da Fazenda Pública pela decadência. Obs. Dica para memorização do art. 149 do CTN, LANÇAMENTO POR OFÍCIO I. Quando a lei determinar; II. Quando a declaração for entregue fora do prazo ou na forma prevista na legislação; III. Deixar de atender pedido de esclarecimento da autoridade administrativa; IV. Falsidade, erro, inexatidão ou omissão; V. Ação ou omissão que resulte em penalidade pecuniária (multas); VI. Dolo, fraude ou simulação; VII. Fato não conhecido ou não provado; VIII. Fraude ou falta funcional da autoridade lançadora. 3. MODALIDADES DE LANÇAMENTO Conforme o CTN arts. 147 a 150 existem 03 modalidades de lançamento do crédito tributário, sendo classificadas de acordo com o grau de participação do sujeito passivo nas atividades que antecedem ao lançamento: Obs. É a lei quem determina a modalidade de lançamento pela qual o tributo será lançado. 3.1 Lançamento de ofício (ou direto), art. 149 do CTN O fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento sem a participação do contribuinte. Dessa forma todo o procedimento que compõe o lançamento é realizado pela autoridade administrativa. Exemplo: . IPTU; IPVA; . TAXAS; Contribuição de Melhoria; . Contribuições Corporativas (de interesse das categorias profissionais ou econômicas); . Contribuição de Iluminação Pública. Obs. Em síntese, esse lançamento ocorre quando a lei determinar, ou quando alguém pisar na bola seja este alguém o sujeito passivo ou o próprio fisco. O art. 149 do CTN determina os casos em que é cabível o lançamento de Ofício: 3.2 Lançamento por declaração (ou misto), art. 147 CTN O sujeito passivo atua mais intensamente, auxiliando a autoridade administrativa com as informações necessárias para efetuar o lançamento. Obs. O particular apenas declara os dados, mas quem calcula o tributo devido é o fisco, que notifica o particular para pagar. O particular fornece os dados, mas não aplica o direito. De acordo com o art. 147 do CTN, Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. O lançamento é realizado pelo Fisco com base em informações fornecidas previamente pelo sujeito passivo ou terceiro. Exemplo: ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), quando o contribuinte informa a venda de um imóvel e o valor da operação. 3.2.1 Técnica do arbitramento, art. 148 CTN Caso as declarações prestadas pelo sujeito passivo sejam omissas ou não mereçam fé, o lançamento após processo regular será ARBITRADO pela autoridade fiscal. Ainda, segundo o art. 148 do CTN, Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Exemplo: Ticio adquire imóvel de luxo, por um preço de R$ 2.000.000,00, declarando ao fisco que a operação foi de R$ 100.000,00, para escapar da tributação do ITBI. O fisco, ao detectar que a declaração de Ticio não merece fé, arbitrará o valor mais próximo da realidade. Obs. O arbitramento não é considerado como uma modalidade de lançamento, mas sim como técnica para definição da base de cálculo. Obs. Uma das maneiras que o fisco utiliza para efetuar o arbitramento é a utilização das pautas fiscais, sendo esta uma tabela dos valores aproximados dos produtos, utilizada para definir a base de cálculo do tributo. Obs. Lançamento por Declaração x Homologação . No lançamento por declaração, a atividade do contribuinte consiste em informar a autoridade os dados necessários para o lançamento. No lançamento por homologação, a atividade do contribuinte consiste em antecipar o pagamento. 3.3 Lançamento por Homologação ou “Auto lançamento”, art. 150 do CTN Também denominado “autolançamento” tem como característica intrínseca a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento, conforme prevê o caput do art. 150 do CTN, Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Obs. É o particular que presta as informações, calcula o tributo e realiza o pagamento antecipado. O particular aplica o direito, calcula o tributo devido, recolhe e entrega uma declaração para que o fisco analise se o pagamento realizado foi correto ou não. Exemplo: Ticio precisa fazer sua declaração de imposto de renda, e no exercício de 2017 teve as seguintes despesas: . Com um curso de inglês; . Curso preparatório para concursos e despesa com a educação de seu filho que está fazendo faculdade. Chega o momento de fazer a Declaração de IR e Tício quer abater despesas com educação. Dai a pessoa pode ficar na dúvida, todas essas 03 despesas podem ser abatidas como despesas em educação? . Se o lançamento fosse por Declaração, você só informaria essas despesas, e as autoridades fiscais pegariam os fatos declarados e sobre eles aplicaria o direito. . Já no lançamento por homologação, você não somente declara fatos, você tem que qualificar juridicamente esses fatos aplicando a norma cabível. É você quem tem que saber o que é despesa com educação, a responsabilidade é sua. (pegue o manual do IR e estude; entre na página da receita; contrate um contador), pois a responsabilidade é sua. . É o sujeito passivo que deve promover o recolhimento do tributo ANTES do lançamento, sem prévio exame da autoridade administrativa, sendo realizado um controle posterior do pagamento efetuado.Essa é a modalidade de lançamento da maior parte dos tributos, exemplo: ICMS, IPI, IR, PIS, Obs. É através da homologação que a autoridade administrativa manifesta sua concordância com a exatidão dos atos praticados pelo sujeito passivo. Obs. A Homologação pode ser Expressa ou Tácita A homologação tácita ocorre quando a Fazenda Pública não se manifesta sobre o pagamento efetuado pelo sujeito passivo e decorre o prazo decadencial (prazo para a realização do lançamento), art. 150 §4º CTN. Já a homologação expressa se dá com o pronunciamento da Fazenda Pública. Art. 150 § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ATIVIDADE CASO CONCRETO 1 Aula Semana 2 SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Conceito. Efeitos. Causas legais Referencial Teórico Art.151 do Código Tributário Nacional Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 199 a 208 1. INTRODUÇÃO O lançamento constitui o crédito tributário, tornando líquida, certa e exigível a obrigação já existente. No caso de ausência de pagamento voluntário ou êxito na impugnação (decisão favorável) do sujeito passivo, o atributo da exigibilidade permite que a Fazenda Pública promova os atos executivos necessários para o recebimento dos valores devidos. A Fazenda Pública deve buscar o adimplemento da obrigação nas vias do Poder Judiciário, com base na ação de execução fiscal. Ocorre que em certas hipóteses previstas no CTN, a Administração é impedida de realizar as providências para exigir o crédito lançado. São situações em que a exigibilidade ficará suspensa, previstas no art. 151 do CTN: Trata-se de um rol exaustivo, tendo em vista o disposto no art. 141 do CTN: Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funci- onal na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas ga- rantias. E no art. 111 inc. I, do CTN, o qual impõe a interpretação lite- ral da legislação que disponha sobre a suspensão do crédito tributá- rio. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; De acordo com o Par. Único do art. 151 CTN, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário NÃO dispensa o cumprimento das obrigações acessórias relacionadas à obrigação principal. Art. 151, § único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conse- quentes. Obs. Tanto as pessoas imunes ou isentas, como aquelas que ve- nham a ter a exigibilidade do crédito tributário suspensa, devem continuar cumprindo com as obrigações acessórias. Obs. Causa Suspensiva Prévia – o que se suspende é a exigibili- dade do crédito tributário, e não o dever de lançar. 1.1 A moratória A moratória é a dilação do prazo para pagamento do crédito tributário. Em regra, deve ser concedida por meio de lei. É tratada nos arts. 152 a 155 do CTN 1.1.1 Requisitos para concessão da moratória e moratória parcelada No art. 153, o CTN estabelece os requisitos mínimos que devem constar da lei que conceder à moratória. (norma direcionada ao legislador) Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos: I - o prazo de duração do favor; II - as condições da concessão do favor em caráter individual; III - sendo caso: a) os tributos a que se aplica; b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter indi- vidual; c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual. Obs. Na concessão da moratória em caráter individual podem ser exigidas garantias do sujeito passivo. Obs. A alínea “b”, do inc. III, trata-se da moratória parcelada, que consiste na quitação da dívida tributária em parcelas. Conforme disposto no art. 154 do CTN, não são todos os créditos que são abrangidos pela moratória, Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à da- ta da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notifi- cado ao sujeito passivo. § único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em bene- fício daquele. Ou seja, a moratória somente abrange os créditos tributários constituídos (após o lançamento) e aqueles que já estão em fase de lançamento, mas ainda não concluídos, “salvo disposição de lei em contrário”. Além disso o CTN inibiu a extensão da benesse aos casos de dolo, fraude ou simulação de sujeito passivo ou terceiros em benefício daquele. Obs. Moratória x Parcelamento O parcelamento é o pagamento em parcelas que ocorre em circunstâncias de mora, ele não exclui os juros e multa. Já a moratória, é um favor legal ou benefício fiscal de prorrogação de pagamento, ou seja, o fisco estabelece um novo prazo para o pagamento do tributo, não incidindo juros ou sequer multa. * SDC = salvo disposição em contrário. 1.1.2 Moratória individual De acordo com o art. 155 do CTN, caput, Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: Obs. Moratória em caráter individual: não gera direito adquirido. Moratória em caráter geral: gera direito adquirido. 1.2 O Parcelamento É uma política fiscal prevista no art. 155-A do CTN, por meio do qual o Estado estimula que os contribuintes inadimplentes a regularizem seus débitos. Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. § 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. § 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória. § 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. Obs. Em relação ao ICMS, com base no art. 10, da LC 24/75, exige-se autorização para concessão de parcelamento, a ser definida nos convênios realizados no âmbito do CONFAZ. Obs. Segundo o STJ, o parcelamento não equivale ao pagamento do tributo, não sendo suficiente para configurar a denúncia espontânea (prevista no art. 138 do CTN, por meio da qual o devedor, antes que o Fisco instaure contra ele qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, confessa para a Fazenda que praticou uma infração tributária e paga ostributos em atraso e os juros de mora. Como “recompensa”, ele ficará dispensado de pagar a multa). Art. 155-A § 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. O legislador busca através desse § meios diferenciados para que a empresa supere a crise econômico-financeira pela qual está passando. Dessa forma cada ente terá 2 leis, uma versando sobre as regras genéricas do parcelamento, e outra definindo regras especiais para parcelamento da dívida tributária das empresas em recuperação judicial. Art. 155-A § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. Caso o ente não possua lei específica que verse sobre o parcelamento dos débitos do devedor em recuperação judicial, aplica-se a regra do §4º, do art. 155-A do CTN. Exemplo: Imagine que o Município de Boa Vista não tenha editado lei específicas sobre o parcelamento de crédito tributário para devedores em recuperação judicial. Considere também as seguintes informações: a) Prazo máximo de parcelamento da lei geral de parcelamento de Boa Vista: 60 meses; b) Prazo máximo de parcelamento da lei geral de parcelamento da União: 48 meses; c) Prazo máximo de parcelamento da lei específica de parcelamento para devedores em recuperação judicial da União: 72 meses. d) Pergunta-se: Qual o prazo deve ser aplicado ao parcelamento de tributo municipal, quando o devedor se encontrar em recuperação judicial? Resp. 72 meses 1.3 As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo. Diante de um lançamento efetuado com o qual não concorda, o sujeito passivo pode impugná-lo tanto na via administrativa como na via judicial. Ao optar pela via administrativa, o sujeito passivo goza de algumas vantagens, dentre as quais se destaca a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Regularmente instaurado o contencioso administrativo, a exigibilidade do crédito tributário estará suspensa. Fique atento, pois o mesmo NÃO acontece em relação à instauração de litígio judicial. Obs. A simples instauração do processo judicial não tem o poder de determinar a suspensão do crédito tributário, mas o depósito integral e em dinheiro do montante exigido pelo Fisco (incluindo juros e multas) suspende a exigibilidade do crédito tributário. Obs. Acerca dos recursos administrativos: Súmula Vinculante STF nº 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. Súmula STJ nº 373: “É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo”. Obs. Com a decisão administrativa final favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário fica extinto (CTN, art. 156, IX). Por outro lado, se a decisão for desfavorável, o crédito volta a se tornar exigível. . Em caso de decisão desfavorável, o contribuinte deverá arcar também com os encargos moratórios porventura devidos. Obs. Devido ao Princ. da Inafastablidade de Jurisdição (CF/88, art. 5º XXXV), nada impede que o sujeito passivo ingresse com ação judicial a qualquer tempo. Obs. Resumo 1.4Liminar em mandado de segurança ou liminares (ou tutela antecipada) em outras ações judiciais O CTN estabelece 2 modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, originadas de decisões proferidas no âmbito do Poder Judiciário: a) Concessão de medida liminar em mandado de segurança (Art. 151, IV); b) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação (art. 151, V). Obs. Mandado de Segurança – Ação judicial, cujo objetivo é defender direito líquido e certo ameaçado, ou seja, aquele direito que pode ser provado sem a necessidade de produção de provas em juízo. A presente ação deve ser impetrada dentro de 120 dias, a contar da ciência do interessado do ato praticado pela autoridade (notificação do lançamento, por exemplo). . Medida Liminar – Para que seja concedida tem que ficar demonstrado o periculum in mora (perigo na demora) e o fumus boni juris (fumaça do bom direito), ou seja, o decorrer do tempo pode prejudicar a eficácia da ação, havendo fundamento relevante para a concessão da liminar. Obs. Sendo concedida a liminar em sede de mandado de segurança a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa até a decisão. Exemplo: Ticio é alvo de uma cobrança ilegal de um tributo, ficando impedido de participar de licitações públicas, por estar em débito com o fisco. Se a medida liminar não for concedida, e, ao final da ação, ficar comprovado que a exigência era mesmo ilegal, de nada adiantou a ação judicial. Ficou claro? 1.5 Depósito do montante integral O depósito do montante integral (valor exigido pela Fazenda) é direito subjetivo do contribuinte, podendo ser realizado tanto na via judicial quanto na administrativa (sendo atípico). Obs. O ajuizamento de ação judicial não é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Ou seja, mesmo que o contribuinte ingresse com uma ação judicial para discutir a cobrança, o fisco pode realizar a execução fiscal. Obs. Para que haja a suspensão da exigibilidade do crédito tributário com o ajuizamento da ação judicial, o contribuinte pode: . Tentar obter liminar ou tutela antecipada (CTN,art.151,IVeV) . Realizar o depósito do montante integral (CTN, art. 151, II). Súmula Vinculante STF 28 – É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. O depósito do montante integral é facultativo, ou seja, mesmo que não efetue o depósito do montante integral, o sujeito passivo tem o direito de contestar o lançamento no Judiciário, mas não haverá suspensão da exigibilidade do crédito. Obs. Ainda que a liminar seja concedida, o sujeito passivo pode efetuar o depósito, com o objetivo de impedir a fluência dos juros de mora, caso o crédito volte a ser exigível posteriormente, se a decisão de mérito for favorável à Fazenda Pública. Súmula STJ 112 – O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro. Obs. Objetivos do depósito do montante integral: Via Judicial – suspender exigibilidade do crédito tributário. - Evita a fluência dos juros de mora. Via Administrativa – evitar fluência dos juros de mora. ATIVIDADE CASO CONCRETO 2 Aula Semana 3 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Extinção do crédito tributário. Conceito. Causas. Enfoque especial em compensação e restituição Referencial Teórico Art.156 a 174 do Código Tributário Nacional Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 209 a 241 1. INTRODUÇÃO De acordo com o art. 141 do CTN, Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei (CTN), fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Obs. Rol taxativo. A extinção do crédito tributário, conforme o art. 156 do CTN, se dá por: Extinção do Crédito Tributário Modalidades de Extinção Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipadoe a homologação do lan- çamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do dis- posto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendi- da a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Obs. A Dação em Pagamento não se confunde com o pagamento. Na Dação em Pagamento o credor aceita receber a obrigação de forma diversa do que foi estabelecido inicialmente. Como as obrigações tributárias são pecuniárias (em dinheiro), pagar com bens imóveis é uma forma de dação em pagamento. Ou seja, o crédito tributário se extingue quando for: . Satisfeito – mediante pagamento, pagamento seguido de homologação no caso dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, compensação, conversão em renda de valores depositados ou consignados ou dação em pagamento de bens imóveis na forma e condições estabelecidas por lei (incisos I, II, VI, VII, VIII e XI), ainda que mediante transação (inc. III); . Desconstituído – por decisão administrativa ou judicial (inc. IX e X); . Perdoado - (inc. IV: remissão); . Precluso – o direito do Fisco de lançar ou de cobrar o crédito judicialmente (inc. V: decadência e prescrição). Obs. Preclusão, significa perda de direito de se manifestar no processo, por ter esgotado o prazo. No Direito Tributário, a decadência é perda do prazo para lançar; a prescrição é a perda do prazo para propor ação de cobrança. 1.1 O Pagamento É a principal forma de extinção do crédito tributário. A regra geral, prevista no art. 162 do CTN, I, é a que o pagamento seja feito em moeda corrente, cheque ou vale postal. Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; Obs. A extinção do crédito tributário não ocorre com a entrega do cheque, mas somente na compensação bancária (art. 162§2º CTN). II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. Obs. Vale Postal: é uma ordem de pagamento, realizada por intermédio da empresa de correios. Estampilha e Papel Selado: são selos adquiridos do fisco, após entrega de dinheiro, para comprovar a quitação da dívida tributária. Processo mecânico: É a autenticação fiscal que atesta pagamento de tributo. Obs. De todo modo o pagamento acaba sendo feito em dinheiro. Em relação ao cheque e ao vale postal, são instrumentos de transferência de valores. Já em relação à estampilha, papel selado e ao processo mecânico, trata-se de mecanismos de comprovação de que o pagamento foi realizado, em dinheiro. Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. Obs. Se o contribuinte é multado, não deixa de continuar obrigado ao cumprimento da obrigação tributária relativa ao tributo. Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Obs. O prazo de pagamento do tributo, em regra, é o próprio ente instituidor que o define, mas caso não haja disposição a respeito, o prazo será de 30 dias, a contar da notificação do lançamento ao sujeito passivo. Obs. Hierarquia para ordenação de pagamentos. Ocorre quando um mesmo sujeito passivo deve dois ou mais créditos tributários a uma mesma Fazenda Pública. Nesse caso, o recebimento deve ser feito obedecendo a ordem prevista no art. 163 do CTN. Obs. Como atualmente os pagamentos são feitos diretamente na rede bancária, não há supervisão da autoridade administrativa para determinar a ordem em que os créditos devem ser pagos. Obs. Leia-se, em 1º lugar, deve-se dar prioridade aos débitos em que o contribuinte figura como contribuinte, e só depois àqueles pelos quais é responsável. Caso não seja possível tal distinção, ou seja, suponha que em todos os débitos o sujeito passivo é contribuinte. Nesse caso, deve-se dar prioridade àqueles que são “mais vinculados (ARRECADAÇÃO)” (contribuições de melhoria), e só depois receber os débitos que são “menos vinculados”, até que se chegue aos impostos (tributos não vinculados). Se ainda assim persistirem as dúvidas, a autoridade administrativa deve dar prioridade àqueles cuja data de prescrição esteja mais curta. Por último, caso os prazos de prescrição coincidam, terá prioridade os créditos tributários de maior valor. Obs. Pagamento indevido e restituição Vejamos o que diz o art. 165 do CTN, Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. As 03 hipóteses previstas no art. 165 do CTN se resumem basicamente em duas: restituição sem instauração de litígio (incisos I e II) e restituição com instauração de litígio (inc. III). Em caso de pagamento indevido, o sujeito passivo possui o direito de ser restituído. Não importa quem calculou o montante devido, se foi o Fisco ou o sujeito passivo. Obs. Prazo para pleitear a restituição O prazo é sempre de 5 anos, contados do pagamento indevido, conforme art. 168, I do CTN. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; Obs. Consignação em Pagamento É utilizada quando o sujeito passivo esteja impedido, por fato imputável ao credor, de exercer o seu direito de pagar e obter a quitação do tributo. Vejamos: 1.2 A Compensação (art. 170 e 170-A, CTN) A essência da compensação ocorre quando duas pessoas são devedoras e credoras uma da outra, simultaneamente. Por exemplo: Sebastião deve ao Município de Salvador R$ 250,00, e este deve a Sebastião R$ 100,00. As dívidas podem ser extintas até o montante em que se compensarem. No exemplo citado, Sebastião continuará devendo à Fazenda Municipal o valor de R$ 150,00. Conforme o art. 170 do CTN, Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Obs. A compensação somente se faz possível se houver lei autorizativa. Não é suficiente a previsão do CTN para realizar a compensação. Cada ente federativo deve editar lei versando sobre a matéria. Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aprovei- tamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva deci- são judicial. Obs. Não é possível compensar créditos objetos de decisão judicial recorrível, medidas cautelares ou liminares ou, ainda, tutela antecipada. Obs. Jurisprudência STJ sobre compensação: . nº 212: “A compensação de créditos tributários NÃO pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ouantecipatória”. Obs. Não é possível compensar créditos objetos de decisão judicial recorrível, medidas cautelares ou liminares ou, ainda, tutela antecipada. . nº 213: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária”. . nº 460: “É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte”. 1.3 Transação A transação é um acordo por meio do qual cada lado – Fazenda Pública e sujeito passivo – cede um pouquinho, faz concessões, para por fim ao litígio. Obs. Só ocorre transação diante de um litígio (a transação é terminativa) Conforme art. 171 do CTN, Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. Obs. A transação só pode ocorrer mediante lei autorizativa. Exemplo: A lei pode autorizar a Fazenda a deixar de receber parte do crédito tributário, com a condição de que o sujeito passivo desista do litígio e pague a parcela restante do crédito tributário dentro do prazo previsto. Obs. Na transação a extinção do crédito tributário pode ocorrer de forma combinada. No exemplo acima, uma parte foi extinta pela transação e a outra, pelo pagamento. 1.4 A remissão (art. 172 CTN) É o perdão da dívida, um benefício fiscal e como tal, deve ser regulado por lei específica. Obs. . Remissão - posição mais extrema de extinção do crédito tributário no que concerne a abrir mão de algo que faz parte do patrimônio público; - O patrimônio do Estado diminui. . Compensação – o crédito se extingue, mas você também extingue uma obrigação (exemplo a União lhe devia e você devia tributo a União – as obrigações são compensadas); Está previsto no art. 172 do CTN, Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Obs. A remissão pode se referir ao perdão tanto de tributo como de multas, desde que já tenha sido constituído o crédito tributário. Obs. Jurisprudência STF, ADI 2.405-MC/RS: Possibilidade do Estado-membro estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios créditos tributários. 1.5 Consignação em pagamento (art. 164 CTN) A ação de consignação em pagamento é movida no âmbito do Poder Judiciário, com o objetivo de que o sujeito passivo exerça o seu direito de pagar e quitar a obrigação tributária, quando se encontra impedido pelo próprio credor. Obs. Pode acontecer, entre outras situações possíveis, de o credor recusar o pagamento do tributo, condicionando-o ao pagamento de outra obrigação. Exemplo: Imagine agora a situação prevista no inciso III: o contribuinte possui um apartamento no Município de Guarulhos, e recebe notificações de lançamento de IPTU tanto do Município de São Paulo como do Município de Guarulhos. Trata-se de bitributação. O que fazer se não se sabe exatamente quem é credor da obrigação? Move-se, então, uma ação judicial de consignação em pagamento. Obs. A extinção do crédito tributário não ocorre com a ação de consignação em pagamento, mas sim quando estiver julgada procedente. 1.6 Pagamento antecipado e a posterior homologação A extinção definitiva do crédito tributário, no que se refere aos tributos lançados por homologação, apenas ocorre com a homolo- gação do lançamento, ato que, como regra, pode levar até 5 anos, contados do fato gerador. 1.7 Conversão do depósito em renda Com o depósito do montante integral, exigido pela Fazenda Pública, o sujeito passivo suspende a exigibilidade do crédito tributário. Havendo decisão em favor da Fazenda Pública, ocorre a conversão do depósito em renda do vencedor da ação. Portanto, o crédito que anteriormente estava com a exigibilidade suspensa, com a decisão definitiva torna-se extinto. 1.8 Decisão administrativa final Ao ser notificado do lançamento contra ele efetuado, o sujeito passivo, como já foi visto, possui duas opções: pagar ou impugnar o lançamento. Ao impugnar administrativamente o lançamento, o sujeito passivo dá início ao processo administrativo fiscal, seguindo as normas específicas do ente federativo que detém a competência tributária do tributo objeto de discussão. Se a decisão final no âmbito administrativo for favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário fica definitivamente extinto, com base no art. 156, IX. E se a decisão final for desfavorável?” Nesse caso, cabe ao contribuinte pagar o crédito tributário ou ajuizar ação judicial para discutir no Poder Judiciário a legitimidade do lançamento contra ele efetuado. 1.9 Decisão judicial transitada em julgado Caso o contribuinte recorra ao Judiciário para discutir a procedência do lançamento, é a decisão transitada em julgado (contra a qual não cabe recurso) que determinará se o crédito tributário subsistirá ou não. Caso a decisão seja favorável ao sujeito passivo, tem-se por extinto o crédito tributário. Se, por outro lado, a decisão for em favor da Fazenda Pública, não haverá outra opção ao sujeito passivo, senão o pagamento. 1.10 Dação em pagamento em bens imóveis A dação em pagamento é instituto do direito privado, regulado pelos arts. 356 a 359 do Código Civil. Trata-se de “pagamento” efe- tuado por meio da entrega de bem ou direito que não seja moe- da. Obs. a extinção só pode ser feita com BENS IMÓVEIS. A dação em pagamento depende de lei autorizativa, editada por cada esfera do Estado. ATIVIDADE CASO CONCRETO 3 Aula Semana 4 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO Decadência e prescrição do crédito tributário. Distinção. Características e peculiaridades. Modalidades de prescrição Referencial Teórico Art.173 e 174 do Código Tributário Nacional Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 209 a 241 Sabe-se que, com a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária. No entanto, a dívida somente se torna exigível com o lançamento, que é o procedimento administrativo que constitui o crédito tributário. O prazo decadencial é justamente o prazo que a autoridade administrativa possui para promover o lançamento. No fim do prazo decadencial, ocorre a decadência. Já o prazo prescricional é aquele que a Fazenda Pública possui, após o lançamento definitivo do tributo, para promover a ação de execução fiscal, com o objetivo de satisfazer o crédito tributário. No fim do prazo prescricional, ocorre a prescrição. Obs. O lançamento é o marco que divide o prazo decadencial do prazo prescricional. Obs. Alguns detalhes devem ser frisados: . Tanto o prazo decadencial como o prescricional são de 5 anos (a distinção ocorre na fixação do termo inicial de contagem); . Tanto a decadência como a prescrição são causas de extinção do crédito tributário (art. 156, V). . O lançamento é o marco que divide o prazo decadencial do prazo prescricional. Obs. Se o contribuinte paga crédito prescrito ou decaído, faz jus à restituição. Obs. Conforme o art. 146, III, b, da CF/88, cabe à leicomplementar dispor sobre normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias. 1. DECADÊNCIA (art. 173 CTN) A Fazenda Pública tem que respeitar um prazo para a constituição do crédito tributário por meio do lançamento. A perda deste prazo implica na perda do direito de crédito ou decadência. É a perda do direito de realizar o lançamento. Obs. Decadência x Prescrição . Decadência - Prazo para que o Fisco cobre o contribuinte; Existe um prazo para que o Fisco lance um tributo, notificando o contribuinte a pagá-lo. Obs. Na decadência ainda não temos crédito tributário constituído. . Prescrição – Prazo para cobrar na Justiça; Lançado o tributo, constituído o crédito tributário, o que se espera é que o contribuinte pague o valor que foi cobrado, se ele não pagar o Fisco vai precisar ir ao Judiciário para receber esse valor de maneira coativa. 1.1 Regra geral de contagem da DECADÊNCIA (art. 173, I do CTN) Art. 173, I do CTN - Primeiro dia do exercício seguinte, àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Regra Especial de contagem Art. 150, §4° do CTN - Decadência em tributos lançados por homologação § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e defini- tivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A regra geral não se aplica aos tributos lançados por homologação. Obs. Antes do lançamento se estava contando Decadência (prazo para lançar; após o Lançamento se está contando Prescrição (prazo para ajuizamento de ação fiscal). Exemplo: Se o fato gerador de um determinado tributo acontece em 1 de janeiro de 2007, o lançamento já pode ser feito a partir deste dia. Contudo, o prazo decadencial só começará a ser contado a partir de 1º de janeiro de 2008. Assim, o lançamento poderá ocorrer até 31 de dezembro de 2012. 1.2 Regra da anulação do lançamento por vício formal (art. 173, II do CTN) De acordo com o art. 173, II, do CTN, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após o prazo de 5 anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Exemplo: Determinado sujeito passivo é notificado do lançamento de um tributo contra ele efetuado. Discordando de alguns aspectos descritos na notificação, o sujeito passivo impugna o lançamento. Ao final do litígio, chega-se à conclusão que, embora o fato gerador tenha ocorrido, a autoridade que promoveu o lançamento não possuía competência para o ato. A consequência disso é a anulação do lançamento. Se houve lançamento, não há mais contagem de prazo decadencial, e sim prescricional. Contudo, veja que o lançamento foi anulado em decorrência de vício formal. Em decorrência da anulação, a Fazenda Pública deverá promover novo lançamento, corrigindo os erros formais ocorridos no lançamento anterior. Para isso, ela possui novamente à sua disposição o prazo de 5 anos, contados da data da decisão definitiva que anulou o lançamento. Obs. Vício Formal x Vício Material Vício formal: diz respeito aos requisitos burocráticos. Exemplo: competência da autoridade. Vício material: diz respeito à obrigação tributária. Exemplo: não ocorrência do fato gerador. Obs. Interrupção x Suspensão de um prazo A interrupção de um prazo, seja ele decadencial ou prescricional, indica que o prazo antigo é abandonado e novo prazo começar a ser contado novamente. Ou seja, o prazo é integralmente devolvido. A suspensão de um prazo indica que a contagem é suspensa, retornando, quando legalmente determinado, do momento em que havia parado. Obs. Má-fé = DOLO / FRAUDE / SIMULAÇÃO Art. 173, I do CTN Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tri- butário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lan- çamento poderia ter sido efetuado; Art. 150, §4º do CTN Art. 150. O lançamento por homologação... § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Obs. Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. O contribuinte presta a declaração, mas não efetua o pa- gamento devido no vencimento. Nesse caso, entende o STJ que a declaração do sujeito passivo é suficiente para constituir o crédito tributário (sem o respectivo lançamento), não havendo mais que se falar em decadência, mas sim em prescrição: 2.PRESCRIÇÃO (art. 174 CTN) Haverá prescrição quando houver uma execução fiscal ajuizada fora de hora. Art. 174, caput – A data de início de contagem da prescrição se dá a partir da data da constituição definitiva do crédito tributário. Opera-se a prescrição quando não há propositura de ação de execução fiscal dentro do prazo estabelecido no CTN, com o objetivo de cobrar do sujeito passivo o crédito tributário na via judicial. Ou seja, a prescrição é a perda da ação. Contudo, tal prazo só começa a ser contado a partir do dia em que não mais se discute a legitimidade do lançamento, ou seja, a partir do dia em que o crédito tributário é considerado definitivamente constituído. Obs. O art. 146, III, b, da CF/88, determina que cabe à lei complementar definir normas gerais acerca da decadência e prescrição tributária. Obs. Ao contrário da decadência, que representa a perda do próprio direito, na prescrição esse direito se mantém, porém, sem a possibilidade de se acionar o Judiciário para exigi-lo. Obs. Súmula 409 do STJ, cuja redação é a seguinte: “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).” Exemplo: Nome Sujo SPC – Instituição Financeira De acordo com o art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreve em 5 anos, contados da data da sua constituição definitiva, isto é, da data da notificação regular do lançamento. 2.1 Prescrição para Tributos Lançados por Homologação O termo inicial do prazo prescricional é a data de constituição definitiva do crédito tributário. Contudo, em se tratando de tributos lançados por homologação, é preciso tomar cuidado, pois a entrega da declaração, confessando a dívida, constitui o crédito tributário. Tributos lançados por homologação Termo inicial da prescrição: Data do vencimento da Obrigação Tributária; ou Data da entrega da declaração, se esta for posterior ao vencimento da referida obrigação. 2.2 Interrupção do prazo prescricional, § único do art. 174 do CTN. O § único do art. 174, estabelece as situações onde o prazo para a prescrição se interrompe (desconsidera-se o período transcorrido e reinicia-se a contagem do prazo por mais 5 anos). Art. 174. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; Ou seja, ao admitir a ação de execução fiscal, o juiz realiza o despacho que ordena a citação do devedor, e é esse despacho que faz com que se interrompa a prescrição, devolvendo integralmente o prazo de 5 anos à Fazenda Pública. Obs. O que interrompe a prescrição é o despacho, e não a citação pessoal! II - pelo protesto judicial; Trata-se de medida judicial intentada pelo credor(Fazenda Pública), com o objetivo de manifestar sua intenção de ver satisfeito o seu direito. III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; São as notificações, intimações ou interpelações judiciais, com a finalidade de manifestar a intenção do credor em receber a dívida. Podemos afirmar, então, que o protesto judicial, disposto no inciso anterior, está contido entre os atos judiciais que constituam em mora o devedor. IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Confissão de dívida, que pode ocorrer tanto na esfera administrativa como na judicial. Obs. O inciso IV traz a única hipótese em que ocorre interrupção da prescrição por iniciativa do devedor. Exemplos: pedido de parcelamento e pedido de compensação de débito. Exemplo: Imagine que a autoridade administrativa tenha realizado o lançamento de algum tributo e notificou o devedor. Considere ainda que o contribuinte manteve-se inerte, ou seja, não pagou nem impugnou o lançamento dentro do prazo previsto na legislação do respectivo ente federativo. Ocorrida à constituição definitiva do crédito tributário, tem início o prazo prescricional, para que se promova a ação de execução fiscal. Passados dois anos, o devedor solicita à Fazenda o parcelamento de referido débito. Obviamente, o sujeito passivo está nesse momento reconhecendo que possui uma dívida com o Fisco. Interrompe-se, então, a prescrição, fazendo com que o Fisco tenha novamente 5 anos para promover a execução fiscal. 2.3 Suspensão do prazo prescricional, art. 151 do CTN Distintamente do que ocorre com a interrupção da prescrição, na suspensão, o prazo deixa de ser contado, até que se encerre a situação o que suspendeu. Após esse evento, continua-se o curso do prazo prescricional do ponto onde havia parado. O que se suspende não é o direito de lançar, mas sim a exigibilidade do crédito, impedindo a Fazenda Pública de promover a ação de execução fiscal. Hipóteses de suspensão do prazo prescricional: a) Suspende-se o prazo prescricional enquanto o crédito tiver sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 (moratória, depósito do montante integral, reclamações e recursos administrativos, liminares ou tutelas antecipadas e parcelamento). b) Suspende-se o prazo prescricional quando a moratória for concedida individualmente, em decorrência de artifício doloso, até que ocorra a revogação do benefício. Tal regra também se aplica aos seguintes benefícios fiscais: anistia, remissão, isenção e parcelamento. c) Suspende-se o prazo prescricional com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta se der primeiro. d) Suspende-se por até um ano o prazo prescricional, quando não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, no curso do processo de execução fiscal. ATIVIDADE CASO CONCRETO 4 Aula Semana 5 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Exclusão do crédito tributário. Visão geral. Isenção – conceito, institutos afins, classificação e revogação. Anistia: conceito, institutos afins e classificação. Referencial Teórico Art. 175 do Código Tributário Nacional Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 242 a 245. 1. INTRODUÇÃO A exclusão do crédito tributário (art. 175, CTN), é um impedimento para constituição do referido crédito, ou seja, ainda que tenha ocorrido o fato gerador, a Fazenda Pública não poderá efetuar o lançamento. Segundo o art. 141 do CTN, dispõem que o crédito tributário regularmente constituído só pode ter sua exigibilidade excluída nos casos previstos no próprio CTN. Obs. A exclusão do crédito tributário tem a função de impedir a constituição do referido crédito. . O crédito tributário não chega a ser constituído. Obs. A Exclusão impede que o lançamento seja realizado. Não nasce crédito tributário, pois o lançamento está impedido. Obs. Conforme o § único do art. 175 do CTN, a exclusão do crédito tributário NÃO dispensa o cumprimento das obrigações acessórias. Exemplo: A pessoa Isenta de pagar IR, mesmo assim é obrigada a entregar a declaração de IR. A exclusão se dá por meio da isenção e da anistia, conforme art. 175 do CTN. Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; (exclui crédito tributário relativo ao tributo) II - a anistia. (exclui crédito tributário relativo à infração /multa) Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. Obs. Isenção x Anistia . Isenção – quando a obrigação excluída se refere a um tributo; . Anistia – quando a obrigação se referir a uma multa. Obs. Conforme o art. 150 §6º da CF, para concessão de isenção ou anistia é necessário Lei Específica. Art. 150. - (…): § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. Obs. Com base no art. 150 §6º do CF, se o Município deseja isentar certo contribuinte do pagamento do IPTU, deve editar lei específica, que regule exclusivamente sobre a isenção ou sobre o IPTU. O mesmo raciocínio deve ser aplicado às multas (anistia). Obs. Diferença entre Exclusão, Extinção e Suspensão do crédito tributário. . Na Suspensão, acontecem coisas no mundo que impedem o fisco de continuar a cobrança, o crédito fica durante um tempo sem a possibilidade de ser cobrado. . Na Extinção o crédito tributário deixa de existir. . A Exclusão ocorre antes da constituição do crédito tributário (não chega a existir) e a Extinção ocorre posteriormente a constituição do crédito. 1.1 Isenção (Art. 176 a 179 do CTN) Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário em que se dispensa o pagamento de tributos. A Isenção é um benefício ou incentivo fiscal, devendo a lei que a concede ser específica. Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Obs. Como regra, a isenção não é aplicável às taxas e às contribuições de melhoria, por serem tributos de caráter contraprestacional, ou seja, há a realização de alguma atividade estatal que justifique a cobrança. 1.1.1 Espécies de Isenção . Isenção concedida em caráter individual O benefício é restrito a determinadas pessoas, que preencham os requisitos estabelecidos pela lei. Ex. Isenção de IPI concedida aos deficientes físicos. Deve comprovar que é deficiente . Isenção concedida em caráter geral Não há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por parte da autoridade administrativa. Ex. Isenção de IPTU a todos os moradores do Município do Canta. Alcança todos os proprietários de imóveis urbanos, independentemente de qualquer comprovação. Conforme diz o texto do art. 178 do CTN, Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Obs. A isenção decorre de opção política, por isso possuem caráter precário, o faz com que a qualquer tempo novas leis venham revogar as isenções anteriormente concedidas. Obs. A Isençãoainda que prevista em contrato é sempre decorrente de lei específica (art. 150 §6º da CF), conforme art. 176 do CTN. Exceção: A isenção relativa à ICMS, em que não basta lei, é necessário que haja aprovação do benefício fiscal por meio de um convênio celebrado entre os Estados e o DF. Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Obs. Na falta de qualquer norma, disposição legal em sentido contrário, você não pode pegar uma isenção que foi prevista originariamente para um imposto e automaticamente estendê-la para uma taxa. Exemplo: Em várias cidades do Brasil, ex-combatentes da 2ª guerra mundial, são isentos do pagamento do IPTU, mas eles podem ser surpreendidos, mesmo nessas cidades, recebendo notificação para pagar Taxa de coleta domiciliar de lixo. A pessoa é isenta de IPTU, e não da taxa. Revogação de isenção Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Obs. Inc. III do art. 104 do CTN. Se é uma isenção de um Imposto sobre patrimônio ou renda, o Fisco pode revogar, mas tal medida só tem efeito no 1º dia do exercício seguinte. Obs. Isenção Não Onerosa x Onerosa . Não Onerosa, é dada sem que o destinatário tenha que se submeter a qualquer encargo. Exemplo: Os rendimentos da Caderneta de Poupança estão isentos do IR, você não tem nenhum encargo, não tem que fazer nada. Obs. A regra, é a possibilidade de revogação ou modificação, a qualquer tempo, da isenção não onerosa . Onerosa – é dada por prazo certo e dependendo do cumprimento de requisitos. Exemplo: A empresa BMW vem para o Brasil, e o Estado da Bahia concede isenção de IPVA por 8 anos para todos os carros de uso da fabrica, desde que ela vá para o interior da Bahia e gere ao menos 200 empregos. Obs. Quando a Isenção é por prazo certo e depende de requisitos ela gera direito adquirido para quem cumpriu os requisitos, mesmo que a lei venha a ser revogada. Nesse caso a Isenção é irrevogável, não pode ser retirada. Conforme Súmula 544 do STF: STF – Súmula 544 – “Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. Não se pode confundir a revogação da isenção onerosa (impossível, por conta da proteção ao direito adquirido) com revogação da lei concessória de isenção onerosa (possível, pois não se pode impedir o parlamento de revogar uma lei). Obs. Em resumo, a revogação da lei concessiva de isenção onerosa não tem o condão de prejudicar quem já cumprira os requisitos para o gozo do benefício legal, mas impede o gozo daqueles que não tinham cumprido tais requisitos na data da revogação da lei. 1.2 Anistia (Art. 180 a 182 do CTN) Trata-se do perdão legal de infrações tributárias e, consequentemente, da multa correspondente. A anistia impede que haja lançamento da multa decorrente do cometimento da infração. Obs. Só se aplica às infrações cometidas antes da vigência da lei. . Não se pode perdoar infração futura, sob pena de se formalizar um incentivo legal à desobediência civil. Obs. Concessão da Anistia – marcos temporais: a) Após o cometimento da infração (sob pena de servir de incentivo à prática de atos ilícitos); b) Antes do lançamento da penalidade pecuniária (Se quer perdoar a infração/multa depois do lançamento cabe somente REMISSÃO); Obs. A anistia não se aplica. Segundo o art. 180, I e II do CTN, Obs. Conluio, é o ajuste entre duas ou mais pessoas que praticam atos com o intuito de ludibriar a Fazenda Pública. Obs. Concessão de Anistia Art. 181. A anistia pode ser concedida: I - em caráter geral; II - limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; Ex. Imposto de renda; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. ATIVIDADE CASO CONCRETO 5 Aula Semana 6 GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Preferências do crédito tributário. Sigilo. Referencial Teórico Art. 183 a 185 do Código Tributário Nacional Livro: Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 246 a 255. O Estado goza de diversos privilégios/vantagens no ordenamento jurídico, quando comparado com os credores particulares. Quando o Estado está cobrando um tributo, essas vantagens se fazem presentes, pois o dinheiro arrecadado com o tributo será empregado em benefício de toda a coletividade. Em virtude disso o CTN criou regras que vão facilitar a entrada do Estado Credor no patrimônio do particular devedor do tributo para receber o valor que pertence ao Estado. Obs. As garantias que se têm para pagamento de um débito são o Patrimônio e a Renda. Obs. Garantia x Privilégios do Crédito Tributário. . Garantia – Facilita a entrada do Estado Credor no patrimônio particular para receber a prestação relativa ao tributo, podendo até utilizar uma parcela do patrimônio que nenhum outro credor poderia utilizar. . Mecanismo criado pelo legislador para facilitar a cobrança do crédito tributário. . Privilégio – É a regra que põem o credor estatal em uma posição de vantagem naqueles processos que ocorrem à cobrança coletiva de créditos. Exemplo: a Falência. . Têm como objetivo conferir ao crédito tributário prioridade de pagamento. Exemplo: Vamos comparar a Falência a um cadáver estendido no chão, e os vários urubus credores cada um querendo pegar o seu pedaço. Quando se fala em privilégio do crédito tributário vamos falar de regras que colocam o Urubu Rei (o Estado) numa posição de vantagem nessa fila. Numa das primeiras colocações nessa fila, com preferência sobre diversos outros credores. Obs. Há créditos que preferem ao crédito tributário. 1. AS GARANTIAS COMO ROL NÃO EXAUSTIVO Conforme art. 183 do CTN, Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. Obs. A lista de Garantias no CTN, é exemplificativa. Os tributos são muito diferentes entre si, e essas diferenças justificam e até mesmo exigem garantias específicas para casos específicos. Exemplo: II x ITR . No II o fato gerador é instantâneo, qual seja, a entrada de mercadoria estrangeira em território brasileiro. . Já no ITR o fato gerador é uma situação permanente, qual seja, ser proprietário de imóvel rural. Sendo assim, cada ente federativo pode criar leis, com o objetivo de assegurar o recebimento do tributo devido pelo sujeito passivo. Exemplos: . Quando determinados bens entram em regime de admissão temporária (ingresso temporário de bens no território nacional, que retornarão ao país de origem) pode ser exigido do contribuinte uma garantia de que, se o bem não retornar ao país de origem, haverá o pagamento do imposto de importação. Portanto, o importador pode ter que realizar depósito em dinheiro entre outras garantias previstas na legislação aduaneira, para garantir o pagamento do tributo. . A União pode exigir o oferecimento de uma garantia real, como condição para fruição de determinado benefício fiscal. Assim, se o contribuinte agir em desacordo com a legislação que regula o
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