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AULA TRIBUTARIO II-3

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DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO II 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed. 
Email: ruimachadojr01@gmail.com 
 
Turma 2001 TARDE: 
Email: 
Senha: 
Representante de Turma: Francisco Pedro (95) 98408-4283 
 
Turma 3001 NOITE: 
Email: 
Senha: 
Representante de Turma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OPÇÃO 1 
AV1 – 10pts 
30 QUESTÕES SUBJETIVAS – SEM CONSULTA 
 
OPÇÃO 2 
Artigo – 6pts 
Apresentação do Resumo do Artigo em Congresso – 4pts 
Google Acadêmico 
 
 
Turma TRIB. II 2001 TARDE: 
GRUPO TEMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Turma TRIB. II 3001 NOITE: 
GRUPO TEMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula Semana 1 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Crédito tributário. Conceito. Teorias sobre o nascimento. 
Lançamento tributário. Natureza jurídica. Modalidades e 
princípios 
 
Referencial Teórico 
Art. 139 ao 150 do Código Tributário Nacional 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 
186 a 198 
Vittorio Cassone, Direito Tributário, 28ª ed, - pág. 235 a 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Para a constituição do crédito tributário é necessário percorrer as 
seguintes etapas: 
1ª – Elaboração da Constituição Federal (CF); 
2ª – A CF delega a competência à U-E-DF-M, que por meio de lei, 
instituir tributos; 
3ª – sobrevém à lei, que descreve o tipo tributário, a hipótese de 
incidência (verbo + complemento [ICMS circular + mercadoria; IPI 
industrializar + produto; IR auferir + renda]; abstração); 
4ª – o sujeito passivo pratica um fato gerador tributário: nesse 
instante, nasce a obrigação tributária, (Obrigação Tributária 
Principal , somente mediante lei [pagar tributo ou penalidade 
pecuniária] e Obrigação Tributária Acessória, admite “legislação 
tributária/atos infralegais, art. 96 CTN [obrigação de fazer, não fazer 
ou tolerar]), em que ele é o devedor de um tributo que, no momento, 
é representado por um valor considerado ilíquido; 
5ª – sobrevém o lançamento (constitui o crédito tributário e declara 
a obrigação tributária, além de atribuir um grau de liquidez, certeza 
e exigibilidade), cujo procedimento administrativo converte a 
obrigação tributária em crédito tributário. Todavia, conforme o tipo 
de lançamento – como veremos – esse crédito tributário pode ser 
considerado líquido ou ilíquido. Se líquido, já ocorre à constituição 
definitiva do crédito tributário, podendo então ser exigido, se o 
sujeito passivo não efetuar pagamento dentro do prazo legal. Se 
ilíquido, o sujeito passivo terá prazo para contestar – caso em que 
somente após a decisão administrativa final ficará constituído o 
crédito tributário. 
6ª – se pago, extingue-se o crédito. Se não pago, o crédito tributário 
será levado a registro no Livro da Dívida Ativa, extraindo-se a 
certidão para a propositura de Ação de execução fiscal. 
 
 
a) Hipótese de Incidência 
 É uma tese hipotética de incidência tributária. 
 Está no plano das leis, num plano abstrato, num plano geral. 
Exemplo: Auferir renda; Circular mercadoria; Importar produtos; 
Exportar produtos; Prestar Serviços; Industrializar Produto. 
IR - Auferir renda; 
ICMS - Circular mercadoria; 
II - Importar Produtos; 
 
 
b) Fato Gerador 
Situação concreta. 
A partir do momento que o contribuinte/consumidor realiza 
aquilo que estava descrito hipoteticamente na hipótese de 
incidência há a realização do FATO GERADOR (aquilo que estava 
descrito hipoteticamente acaba de incidir na conduta do sujeito) – 
ocorre a incidência tributária. 
A incidência tributária só ocorre em respeito ao Princípio da 
Legalidade, ou seja, é necessário que haja lei para que ocorra a 
incidência de tributos, conforme art. 9º inc. I do CTN. 
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça... 
O tributo somente será exigido ou aumentado, somente em 
virtude de lei. 
 Pode ser realizado por qualquer pessoa (tendo capacidade ou 
não tendo capacidade o sujeito poderá realizar o fato gerador). 
Exemplo: menor de idade; incapaz; ato ilícito. 
Exemplo: criança de 03 meses, a única coisa que teoricamente ela 
consegue fazer é pagar tributo. Caso o pai dela faleça, a herança só 
passa para ela a partir do pagamento do Imposto ITCMD. 
 
c) Obrigação Tributária 
Se for realizado um fato gerador, nasce infalivelmente, a qual 
torna o contribuinte um devedor tributário, ou seja, um devedor de 
patrimônio, devedor de condutas, devedor de atos comissivos ou 
omissos. 
Obrigação Tributária Principal – é a obrigação de se pagar um 
tributo ou uma multa (penalidade pecuniária); 
 . O seu fato gerador é definido em lei. 
 Obrigação Tributária Acessória – é um fazer, um não fazer, ou 
um tolerar. Não possui cunho patrimonial. É basicamente uma 
norma de conduta que é exigida do contribuinte. Exemplo: O 
contribuinte tem que prestar uma declaração de IR; tem que emitir 
nota fiscal; 
 . O seu fato gerador pode ser definido pela legislação 
tributária (art. 96 do CTN – Lei e atos infralegais [decreto, portaria, 
instruções normativas, etc.]) 
. Não invade a esfera patrimonial do sujeito, quando se exige 
que o contribuinte entregue uma declaração.... não se está 
invadindo sua esfera patrimonial. 
 Todos toleram a fiscalização tributária. Exemplo: Saio 
do país, no retorno ao Brasil não tenho nenhum produto, não estou 
importando nenhuma mercadoria, não tenho quantia acima do limite 
legal, ou seja, basicamente não tenho que pagar nada, não realizei 
o fato gerador da obrigação tributária principal. Mas se o fiscal exigir 
que eu pare, abra as malas e demonstre os produtos que eu trago, 
eu tenho que tolerar essa fiscalização (obrigação tributária 
acessória). 
Obs. Peculiaridade – A Obrigação Tributária ainda não é exigível. 
O sujeito pode ser obrigado tributariamente, mas ainda sim, não é 
obrigado a pagar. 
 
d) Lançamento 
É a declaração da Obrigação tributária. 
 É a constituição do Crédito Tributário. 
O contribuinte só se torna devedor tributário a partir do 
lançamento tributário. 
Após a constituição do Crédito Tributário nós temos os 
requisitos da liquidez, da certeza e da exigibilidade. 
 
Obs. Existe uma grande crítica no dia a dia do contribuinte em 
relação a carga tributária, mas se nós não tivéssemos tributos nós 
não teríamos Estado. 
 Um poder só se sustenta a partir do momento em que ele 
tenha condições de ser sustentado. 
 É a arrecadação tributária que confere a soberania para o 
Estado. 
 
 . Modalidades para Constituição do Crédito Tributário 
 
 
 
 I – De Ofício – Art. 149 do CTN, 
I.I – Técnica de Arbitramento – previsto no Art. 148 do CTN - 
ocorre quando o contribuinte não presta as informações / 
declarações devidas para se evadir da declaração 
(contribuinte não possui uma contabilidade idônea), vindo o 
fisco a constituir o lançamento por Ofício através desta 
técnica. Possibilita a defesa e o contraditório. 
 I.II – Revisão do lançamento administrativo – Art. 149 do CTN 
 
 II – Por Declaração – Art. 147 do CTN, quando o 
contribuinte declara, o fisco analisa aquela declaração (calcula o 
montante tributável) e posteriormente lança o tributo (constitui o 
crédito tributário). 
 III – Por Homologação - Art. 150 do CTN, nesse lançamento 
o contribuinte paga antecipado, e esse pagamento fica sujeito a 
ulterior homologação. 
 O fisco não precisa lançar e nem tampouco analisar a 
declaração (prazo decadencial de 5 anos). 
 
 
.......................................................................... 
É pelo lançamento que se constitui (nasce no mundo) o 
crédito tributário. 
É o direito que a Fazenda Pública tem de exigir o 
cumprimento da obrigação tributária principal do sujeito passivo. 
 
Obs.: Somente após constituído o crédito tributário, é que essa 
obrigação será exigívelpela Fazenda Pública. 
 
 
 
 
2. LANÇAMENTO TRITUBÁRIO 
 
Obs. O lançamento a principal, além de torna-la exigível. 
É uma atividade administrativa vinculada, imprescindível para 
se cobrar qualquer tributo. 
Conforme o art. 142 do Código Tributário Nacional: 
Lançamento 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o 
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível. 
 
Obs. Com o surgimento da obrigação tributária, é necessário que a 
autoridade administrativa com conhecimento da legislação aplicável 
defina o valor exato a ser pago de tributo ou multa, apurando a base 
de cálculo e aplicando sobre ela a alíquota vigente. Além disso, 
deve-se verificar quem é o sujeito passivo (contribuinte ou 
responsável) que possui o dever legal de pagar o montante devido. 
A todo esse procedimento, denominamos lançamento. 
 
Obs. A competência para lançar é absolutamente privativa da 
autoridade a que a lei deferiu tal competência. 
 Apesar de ter esse nome PRIVATIVA, possui caráter de 
EXCLUSIVIDADE, não podendo ser DELEGADA ou AVOCADA. 
Obs. Delegação: Ocorre quando uma pessoa delega a outra o 
exercício de uma atribuição. 
 Avocação: Ocorre quando o superior hierárquico exerce 
temporariamente a competência de um subordinado. 
Exemplo: Em relação aos tributos de competência da União, cabe 
privativamente ao Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil o 
lançamento. Nos Estados ou Municípios, cabe ao Auditor-Fiscal 
Estadual ou Municipal. 
 
Obs. Antes do lançamento já existia a obrigação tributária, por meio 
dele apenas é declarada sua existência. Já o crédito tributário 
nasce com o lançamento, é constituído por ele. 
 
Obs. O lançamento apresenta uma natureza jurídica mista, pois ele 
é DECLARATÓRIO da Obrigação Tributária ao mesmo tempo em 
que é CONSTITUTIVO do Crédito Tributário. 
 Indisponibilidade do Lançamento 
Art. 142. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
****** Isso significa que não há discricionariedade por parte da 
autoridade competente quanto ao lançamento, em decorrência do 
princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 
Obs. O lançamento aperfeiçoa-se com sua notificação ao sujeito 
passivo. 
 STF: “A notificação ao sujeito passivo é condição para que o 
lançamento tenha eficácia. Trata-se de providência que aperfeiçoa 
o lançamento, demarcando, pois, a constituição do crédito que, 
assim, passa a ser exigível do contribuinte (...)”. 
 
 
 
 
 
Obs. Exceção à notificação do sujeito passivo. 
 O STJ editou as súmulas 436 e 446 consolidando o 
entendimento de que o tributo declarado e não pago legitima o fisco 
a proceder atos de cobrança sem qualquer notificação do 
contribuinte. 
 Tributos Declarados. 
Súmula STJ nº 436: “A entrega de declaração pelo 
contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito 
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do 
fisco”. 
Súmula 446 do STJ: “Declarado e não pago o débito tributário 
pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão 
negativa ou positiva com efeito de negativa”. 
 
 
 
 
 Taxa de câmbio aplicável ao lançamento 
Como a taxa de câmbio se altera diariamente, é necessário saber, 
no momento de realizar o lançamento, qual a taxa de câmbio a ser 
utilizada. 
De acordo com o art. 143 do CTN: 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário 
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua 
conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato 
gerador da obrigação. 
 
 
 
 
2.1 Legislação aplicável ao lançamento 
 
 Conforme art. 144 do CTN: 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador 
da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
Obs. O lançamento possui efeitos ex tunc / retroativos. 
A lei aplicável é a do momento em que se caracterizou o fato 
gerador, e não a lei vigente no momento do lançamento. 
Exemplo: Ocorreu no mês de Jan/2014 o fato gerador de um 
imposto, cuja alíquota era de 20%. No mês de março, uma nova lei 
alterou a alíquota do imposto para 30%. Digamos que em Janeiro 
de 2015, a autoridade administrativa realizou o lançamento. Qual 
será a alíquota aplicada? 
Certamente, será 20% (alíquota vigente na data de ocorrência do 
fato gerador). 
 . Aspecto Material do Lançamento está relacionado à própria 
dívida tributária e seus elementos como fato gerador, hipótese de 
incidência, valor da dívida e sujeito passivo. Em relação a esses 
aspectos, vale a regra da irretroatividade da lei. 
 . Aspecto Formal são procedimentos do lançamento como a 
competência e os poderes de investigação da autoridade fiscal. São 
eles regulados pela lei vigente na época da realização do 
lançamento. 
Exemplo: Imagine que no mês de Jan/2014 ocorra o fato gerador 
de um imposto. A legislação que regulava os procedimentos formais 
a serem adotados pela autoridade administrativa era a Lei “A”. Em 
Julho/2014, a Lei “B” revogou a Lei “A”, alterando os procedimentos 
aplicáveis ao lançamento do referido imposto. Aí eu te pergunto: 
qual lei deve ser aplicada ao lançamento, realizado em Janeiro de 
2015? 
Certamente, é a Lei “B”. 
 
Obs. Decisão do STJ: “O STJ possui entendimento consolidado no 
sentido de que a legislação que institui novos procedimentos 
fiscalizatórios pode ser aplicada na constituição de créditos 
tributários cujo fato gerador tenha ocorrido antes da sua entrada em 
vigor”. (REsp 1212780-SP/2010) 
 
 
 
2.2 Alteração do lançamento notificado 
 Concluído o lançamento, o Fisco necessita comunicar 
oficialmente ao sujeito passivo do débito existente. 
 Ao ser notificado, o contribuinte terá três opções: quitar a 
obrigação, impugnar o lançamento contra ele realizado, ou não se 
manifestar acarretando a revelia. 
 É a notificação que confere efeitos ao lançamento, iniciando a 
contagem do prazo para pagamento ou impugnação. 
Obs. Até a notificação, a revisibilidade do lançamento é absoluta. 
 
 Com a notificação, a situação muda totalmente. A partir 
deste momento, a regra é a vedação da alteração do 
lançamento efetuado, ou seja, o lançamento é presumidamente 
definitivo. 
Obs. O lançamento é apenas presumidamente definitivo (sua 
presunção é relativa), pois pode ser alterado nas hipóteses do art. 
145 do CTN. Como consequência, o crédito tributário também não 
está definitivamente constituído com o lançamento. Senão, 
vejamos: 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só 
pode ser alterado em virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos 
no artigo 149. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.1 Impugnação do sujeito passivo (art. 145, I) 
 Após o contribuinte ser notificado do lançamento efetuado, 
existem três situações possíveis de ocorrer: pagamento, 
impugnação ou revelia. 
 Caso o sujeito passivo concorde com o valor lançado, poderá 
efetuar o seu pagamento, hipótese em que ocorrerá a extinção do 
crédito tributário, conforme art. 156, I, do CTN. 
 Mas o contribuinte pode discordar do lançamento realizado, 
tendo o direito de contestar, dentro de determinado prazo fixado na 
legislação tributária de cada ente, o lançamento por meio da 
impugnação. Instaura-se, então, a fase litigiosa (ou contenciosa) 
do lançamento. 
 Caso a decisão administrativa de 1a instância proferida for 
desfavorável ao sujeito passivo, tem ele a oportunidadede pagar 
e desistir do processo ou recorrer de forma voluntária ao órgão de 
2a instância, o que se denomina “recurso voluntário”. 
Obs. Ainda que o contribuinte obtenha decisão definitiva 
desfavorável na esfera administrativa, o contribuinte sempre pode 
se socorrer no âmbito do Poder Judiciário. 
Obs. Ao se impugnar o lançamento ou ao oferecer o recurso 
voluntário, é possível que o valor do crédito tributário seja 
alterado, inclusive para maior, se for detectado erro no 
lançamento. 
Obs. Se o contribuinte não pagar e também não impugnar, o 
crédito tributário torna-se definitivamente constituído. 
 
 2.2.2 Recurso de Ofício (art. 145, II) 
 Caso a decisão administrativa, proferida na 1a instância, seja 
desfavorável ao Fisco, fica sujeita ao recurso de ofício, ou seja, o 
processo é encaminhado a 2a instância para novo julgamento. 
 
 2.2.3 Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (art. 145, 
III) 
 Se dá pela atuação da própria autoridade administrativa que 
efetuou o lançamento ou seu superior hierárquico. 
 Essa modalidade de alteração do lançamento se funda no 
princípio da legalidade, onde a Administração Pública deve tomar 
as medidas necessárias para o fiel cumprimento da lei. 
Obs. Se for constatada alguma ilegalidade no lançamento, a 
autoridade administrativa deve promover a alteração de ofício, a fim 
de corrigi-lo, independentemente de provocação do sujeito passivo. 
Obs. Todo tributo pode ser lançado de ofício, caso ocorra alguma 
das hipóteses do art. 149 do CTN, sendo que tais alterações 
somente podem ser efetuadas, enquanto não estiver extinto o 
direito da Fazenda Pública pela decadência. 
 
Obs. Dica para memorização do art. 149 do CTN, 
LANÇAMENTO POR OFÍCIO 
I. Quando a lei determinar; 
II. Quando a declaração for entregue fora do prazo ou na 
forma prevista na legislação; 
III. Deixar de atender pedido de esclarecimento da autoridade 
administrativa; 
IV. Falsidade, erro, inexatidão ou omissão; 
V. Ação ou omissão que resulte em penalidade pecuniária 
(multas); 
VI. Dolo, fraude ou simulação; 
VII. Fato não conhecido ou não provado; 
VIII. Fraude ou falta funcional da autoridade lançadora. 
 
 
 
 
3. MODALIDADES DE LANÇAMENTO 
 
 Conforme o CTN arts. 147 a 150 existem 03 modalidades de 
lançamento do crédito tributário, sendo classificadas de acordo com 
o grau de participação do sujeito passivo nas atividades que 
antecedem ao lançamento: 
 
Obs. É a lei quem determina a modalidade de lançamento pela qual 
o tributo será lançado. 
 
 
 
 
3.1 Lançamento de ofício (ou direto), art. 149 do CTN 
 
 O fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento 
sem a participação do contribuinte. Dessa forma todo o 
procedimento que compõe o lançamento é realizado pela 
autoridade administrativa. 
 
Exemplo: . IPTU; IPVA; 
 . TAXAS; Contribuição de Melhoria; 
 . Contribuições Corporativas (de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas); 
 . Contribuição de Iluminação Pública. 
 Obs. Em síntese, esse lançamento ocorre quando a lei determinar, 
ou quando alguém pisar na bola seja este alguém o sujeito passivo 
ou o próprio fisco. 
 O art. 149 do CTN determina os casos em que é cabível o 
lançamento de Ofício: 
 
 
 
 
 
 
3.2 Lançamento por declaração (ou misto), art. 147 CTN 
 
 O sujeito passivo atua mais intensamente, auxiliando a 
autoridade administrativa com as informações necessárias para 
efetuar o lançamento. 
 
Obs. O particular apenas declara os dados, mas quem calcula o 
tributo devido é o fisco, que notifica o particular para pagar. 
 O particular fornece os dados, mas não aplica o direito. 
 
 De acordo com o art. 147 do CTN, 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito 
passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação 
tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria 
de fato, indispensáveis à sua efetivação. 
 O lançamento é realizado pelo Fisco com base em 
informações fornecidas previamente pelo sujeito passivo ou 
terceiro. 
Exemplo: ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), quando 
o contribuinte informa a venda de um imóvel e o valor da operação. 
 
 3.2.1 Técnica do arbitramento, art. 148 CTN 
 Caso as declarações prestadas pelo sujeito passivo sejam 
omissas ou não mereçam fé, o lançamento após processo regular 
será ARBITRADO pela autoridade fiscal. 
Ainda, segundo o art. 148 do CTN, 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em 
consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos 
jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará 
aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé 
as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos 
expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, 
ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial. 
Exemplo: Ticio adquire imóvel de luxo, por um preço de R$ 
2.000.000,00, declarando ao fisco que a operação foi de R$ 
100.000,00, para escapar da tributação do ITBI. O fisco, ao detectar 
que a declaração de Ticio não merece fé, arbitrará o valor mais 
próximo da realidade. 
 
Obs. O arbitramento não é considerado como uma 
modalidade de lançamento, mas sim como técnica para 
definição da base de cálculo. 
Obs. Uma das maneiras que o fisco utiliza para efetuar o 
arbitramento é a utilização das pautas fiscais, sendo esta uma 
tabela dos valores aproximados dos produtos, utilizada para definir 
a base de cálculo do tributo. 
 
Obs. Lançamento por Declaração x Homologação 
 . No lançamento por declaração, a atividade do contribuinte 
consiste em informar a autoridade os dados necessários para o 
lançamento. 
 No lançamento por homologação, a atividade do contribuinte 
consiste em antecipar o pagamento. 
 
3.3 Lançamento por Homologação ou “Auto lançamento”, art. 150 
do CTN 
 
 Também denominado “autolançamento” tem como 
característica intrínseca a intensa atuação do sujeito passivo no 
procedimento, conforme prevê o caput do art. 150 do CTN, 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos 
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o 
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se 
pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 
 
Obs. É o particular que presta as informações, calcula o tributo e 
realiza o pagamento antecipado. 
 O particular aplica o direito, calcula o tributo devido, recolhe e 
entrega uma declaração para que o fisco analise se o pagamento 
realizado foi correto ou não. 
Exemplo: 
Ticio precisa fazer sua declaração de imposto de renda, e no 
exercício de 2017 teve as seguintes despesas: 
. Com um curso de inglês; . Curso preparatório para concursos e 
despesa com a educação de seu filho que está fazendo faculdade. 
Chega o momento de fazer a Declaração de IR e Tício quer abater 
despesas com educação. 
 Dai a pessoa pode ficar na dúvida, todas essas 03 despesas 
podem ser abatidas como despesas em educação? 
 . Se o lançamento fosse por Declaração, você só informaria 
essas despesas, e as autoridades fiscais pegariam os fatos 
declarados e sobre eles aplicaria o direito. 
 . Já no lançamento por homologação, você não somente 
declara fatos, você tem que qualificar juridicamente esses fatos 
aplicando a norma cabível. É você quem tem que saber o que é 
despesa com educação, a responsabilidade é sua. (pegue o manual 
do IR e estude; entre na página da receita; contrate um contador), 
pois a responsabilidade é sua. 
 
. É o sujeito passivo que deve promover o recolhimento do tributo 
ANTES do lançamento, sem prévio exame da autoridade 
administrativa, sendo realizado um controle posterior do pagamento 
efetuado.Essa é a modalidade de lançamento da maior parte dos 
tributos, exemplo: ICMS, IPI, IR, PIS, 
 
Obs. É através da homologação que a autoridade administrativa 
manifesta sua concordância com a exatidão dos atos praticados 
pelo sujeito passivo. 
Obs. A Homologação pode ser Expressa ou Tácita 
 A homologação tácita ocorre quando a Fazenda Pública não 
se manifesta sobre o pagamento efetuado pelo sujeito passivo e 
decorre o prazo decadencial (prazo para a realização do 
lançamento), art. 150 §4º CTN. 
 Já a homologação expressa se dá com o pronunciamento da 
Fazenda Pública. 
 
Art. 150 § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco 
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo 
sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se 
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
 
ATIVIDADE 
CASO CONCRETO 1 
 
Aula Semana 2 
SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO 
DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Conceito. 
Efeitos. Causas legais 
 
Referencial Teórico 
Art.151 do Código Tributário Nacional 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 
199 a 208 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O lançamento constitui o crédito tributário, tornando líquida, 
certa e exigível a obrigação já existente. No caso de ausência de 
pagamento voluntário ou êxito na impugnação (decisão favorável) 
do sujeito passivo, o atributo da exigibilidade permite que a 
Fazenda Pública promova os atos executivos necessários para o 
recebimento dos valores devidos. 
A Fazenda Pública deve buscar o adimplemento da obrigação 
nas vias do Poder Judiciário, com base na ação de execução fiscal. 
Ocorre que em certas hipóteses previstas no CTN, a 
Administração é impedida de realizar as providências para exigir o 
crédito lançado. São situações em que a exigibilidade ficará 
suspensa, previstas no art. 151 do CTN: 
 
 
Trata-se de um rol exaustivo, tendo em vista o disposto no 
art. 141 do CTN: 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente 
se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou 
excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não 
podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funci-
onal na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas ga-
rantias. 
 
E no art. 111 inc. I, do CTN, o qual impõe a interpretação lite-
ral da legislação que disponha sobre a suspensão do crédito tributá-
rio. 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que 
disponha sobre: 
 I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
 
 De acordo com o Par. Único do art. 151 CTN, a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário NÃO dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias relacionadas à obrigação principal. 
Art. 151, § único. O disposto neste artigo não dispensa o 
cumprimento das obrigações assessórios dependentes da 
obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conse-
quentes. 
 
Obs. Tanto as pessoas imunes ou isentas, como aquelas que ve-
nham a ter a exigibilidade do crédito tributário suspensa, devem 
continuar cumprindo com as obrigações acessórias. 
 
 
Obs. Causa Suspensiva Prévia – o que se suspende é a exigibili-
dade do crédito tributário, e não o dever de lançar. 
 
1.1 A moratória 
 A moratória é a dilação do prazo para pagamento do crédito 
tributário. Em regra, deve ser concedida por meio de lei. 
É tratada nos arts. 152 a 155 do CTN 
 
1.1.1 Requisitos para concessão da moratória e moratória 
parcelada 
No art. 153, o CTN estabelece os requisitos mínimos que 
devem constar da lei que conceder à moratória. (norma direcionada 
ao legislador) 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize 
sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros 
requisitos: 
I - o prazo de duração do favor; 
II - as condições da concessão do favor em caráter individual; 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a 
que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à 
autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter indi-
vidual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso 
de concessão em caráter individual. 
 
Obs. Na concessão da moratória em caráter individual podem 
ser exigidas garantias do sujeito passivo. 
Obs. A alínea “b”, do inc. III, trata-se da moratória parcelada, 
que consiste na quitação da dívida tributária em parcelas. 
 
 
 Conforme disposto no art. 154 do CTN, não são todos os 
créditos que são abrangidos pela moratória, 
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória 
somente abrange os créditos definitivamente constituídos à da-
ta da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento 
já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notifi-
cado ao sujeito passivo. 
§ único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, 
fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em bene-
fício daquele. 
 
Ou seja, a moratória somente abrange os créditos tributários 
constituídos (após o lançamento) e aqueles que já estão em fase 
de lançamento, mas ainda não concluídos, “salvo disposição de 
lei em contrário”. 
 Além disso o CTN inibiu a extensão da benesse aos casos de 
dolo, fraude ou simulação de sujeito passivo ou terceiros em 
benefício daquele. 
 
 
 
 
 
 
Obs. Moratória x Parcelamento 
O parcelamento é o pagamento em parcelas que ocorre em 
circunstâncias de mora, ele não exclui os juros e multa. 
Já a moratória, é um favor legal ou benefício fiscal de 
prorrogação de pagamento, ou seja, o fisco estabelece um novo 
prazo para o pagamento do tributo, não incidindo juros ou sequer 
multa. 
* SDC = salvo disposição em contrário. 
 
 
1.1.2 Moratória individual 
De acordo com o art. 155 do CTN, caput, 
 Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual 
não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre 
que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir 
os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o 
crédito acrescido de juros de mora: 
 
Obs. Moratória em caráter individual: não gera direito adquirido. 
 Moratória em caráter geral: gera direito adquirido. 
 
 
 
1.2 O Parcelamento 
 É uma política fiscal prevista no art. 155-A do CTN, por meio 
do qual o Estado estimula que os contribuintes inadimplentes a 
regularizem seus débitos. 
 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e 
condição estabelecidas em lei específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do 
crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as 
disposições desta Lei, relativas à moratória. 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de 
parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o 
deste artigo importa na aplicação das leis gerais de 
parcelamento do ente da Federação ao devedor em 
recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de 
parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. 
 
Obs. Em relação ao ICMS, com base no art. 10, da LC 24/75, 
exige-se autorização para concessão de parcelamento, a ser 
definida nos convênios realizados no âmbito do CONFAZ. 
 
Obs. Segundo o STJ, o parcelamento não equivale ao pagamento 
do tributo, não sendo suficiente para configurar a denúncia 
espontânea (prevista no art. 138 do CTN, por meio da qual o 
devedor, antes que o Fisco instaure contra ele qualquer 
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, confessa 
para a Fazenda que praticou uma infração tributária e paga ostributos em atraso e os juros de mora. Como “recompensa”, ele 
ficará dispensado de pagar a multa). 
 
Art. 155-A § 3o Lei específica disporá sobre as condições de 
parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação 
judicial. 
 O legislador busca através desse § meios diferenciados para 
que a empresa supere a crise econômico-financeira pela qual está 
passando. 
 Dessa forma cada ente terá 2 leis, uma versando sobre as 
regras genéricas do parcelamento, e outra definindo regras 
especiais para parcelamento da dívida tributária das empresas em 
recuperação judicial. 
 
Art. 155-A § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o 
deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento 
do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não 
podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao 
concedido pela lei federal específica. 
 Caso o ente não possua lei específica que verse sobre o 
parcelamento dos débitos do devedor em recuperação judicial, 
aplica-se a regra do §4º, do art. 155-A do CTN. 
Exemplo: Imagine que o Município de Boa Vista não tenha editado 
lei específicas sobre o parcelamento de crédito tributário para 
devedores em recuperação judicial. Considere também as 
seguintes informações: 
a) Prazo máximo de parcelamento da lei geral de parcelamento de 
Boa Vista: 60 meses; 
b) Prazo máximo de parcelamento da lei geral de parcelamento da 
União: 48 meses; 
c) Prazo máximo de parcelamento da lei específica de 
parcelamento para devedores em recuperação judicial da União: 72 
meses. 
d) Pergunta-se: Qual o prazo deve ser aplicado ao parcelamento de 
tributo municipal, quando o devedor se encontrar em recuperação 
judicial? 
Resp. 72 meses 
 
1.3 As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras 
do processo tributário administrativo. 
 Diante de um lançamento efetuado com o qual não concorda, 
o sujeito passivo pode impugná-lo tanto na via administrativa como 
na via judicial. 
 Ao optar pela via administrativa, o sujeito passivo goza de 
algumas vantagens, dentre as quais se destaca a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário. 
 
 
Regularmente instaurado o contencioso administrativo, a 
exigibilidade do crédito tributário estará suspensa. Fique atento, 
pois o mesmo NÃO acontece em relação à instauração de litígio 
judicial. 
Obs. A simples instauração do processo judicial não tem o poder de 
determinar a suspensão do crédito tributário, mas o depósito 
integral e em dinheiro do montante exigido pelo Fisco (incluindo 
juros e multas) suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
 
Obs. Acerca dos recursos administrativos: 
Súmula Vinculante STF nº 21: “É inconstitucional a exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo”. 
Súmula STJ nº 373: “É ilegítima a exigência de depósito prévio para 
admissibilidade de recurso administrativo”. 
 
Obs. Com a decisão administrativa final favorável ao sujeito 
passivo, o crédito tributário fica extinto (CTN, art. 156, IX). Por outro 
lado, se a decisão for desfavorável, o crédito volta a se tornar 
exigível. 
 . Em caso de decisão desfavorável, o contribuinte deverá 
arcar também com os encargos moratórios porventura devidos. 
 
Obs. Devido ao Princ. da Inafastablidade de Jurisdição (CF/88, art. 
5º XXXV), nada impede que o sujeito passivo ingresse com ação 
judicial a qualquer tempo. 
 
Obs. Resumo 
 
 
 
 
1.4Liminar em mandado de segurança ou liminares (ou tutela 
antecipada) em outras ações judiciais 
 
 O CTN estabelece 2 modalidades de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, originadas de decisões proferidas 
no âmbito do Poder Judiciário: 
a) Concessão de medida liminar em mandado de segurança (Art. 
151, IV); 
b) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação (art. 151, V). 
Obs. Mandado de Segurança – Ação judicial, cujo objetivo é 
defender direito líquido e certo ameaçado, ou seja, aquele direito 
que pode ser provado sem a necessidade de produção de provas 
em juízo. A presente ação deve ser impetrada dentro de 120 dias, a 
contar da ciência do interessado do ato praticado pela autoridade 
(notificação do lançamento, por exemplo). 
 . Medida Liminar – Para que seja concedida tem que ficar 
demonstrado o periculum in mora (perigo na demora) e o fumus 
boni juris (fumaça do bom direito), ou seja, o decorrer do tempo 
pode prejudicar a eficácia da ação, havendo fundamento relevante 
para a concessão da liminar. 
Obs. Sendo concedida a liminar em sede de mandado de 
segurança a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa até a 
decisão. 
 
 
 
 
 
Exemplo: Ticio é alvo de uma cobrança ilegal de um tributo, ficando 
impedido de participar de licitações públicas, por estar em débito 
com o fisco. Se a medida liminar não for concedida, e, ao final da 
ação, ficar comprovado que a exigência era mesmo ilegal, de nada 
adiantou a ação judicial. Ficou claro? 
 
1.5 Depósito do montante integral 
 O depósito do montante integral (valor exigido pela Fazenda) 
é direito subjetivo do contribuinte, podendo ser realizado tanto na 
via judicial quanto na administrativa (sendo atípico). 
Obs. O ajuizamento de ação judicial não é causa de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário. 
 Ou seja, mesmo que o contribuinte ingresse com uma ação 
judicial para discutir a cobrança, o fisco pode realizar a execução 
fiscal. 
Obs. Para que haja a suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário com o ajuizamento da ação judicial, o contribuinte pode: 
 . Tentar obter liminar ou tutela antecipada (CTN,art.151,IVeV) 
 . Realizar o depósito do montante integral (CTN, art. 151, II). 
 
Súmula Vinculante STF 28 – É inconstitucional a exigência de 
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação 
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito 
tributário. 
 
O depósito do montante integral é facultativo, ou seja, mesmo 
que não efetue o depósito do montante integral, o sujeito passivo 
tem o direito de contestar o lançamento no Judiciário, mas não 
haverá suspensão da exigibilidade do crédito. 
 
Obs. Ainda que a liminar seja concedida, o sujeito passivo pode 
efetuar o depósito, com o objetivo de impedir a fluência dos juros de 
mora, caso o crédito volte a ser exigível posteriormente, se a 
decisão de mérito for favorável à Fazenda Pública. 
 
Súmula STJ 112 – O depósito somente suspende a 
exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro. 
Obs. Objetivos do depósito do montante integral: 
 Via Judicial – suspender exigibilidade do crédito tributário. 
 - Evita a fluência dos juros de mora. 
 Via Administrativa – evitar fluência dos juros de mora. 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
CASO CONCRETO 2 
 
 
Aula Semana 3 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Extinção do crédito tributário. Conceito. Causas. Enfoque 
especial em compensação e restituição 
 
Referencial Teórico 
Art.156 a 174 do Código Tributário Nacional 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 
209 a 241 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 De acordo com o art. 141 do CTN, 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente 
se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou 
excluída, nos casos previstos nesta Lei (CTN), fora dos quais 
não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade 
funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas 
garantias. 
Obs. Rol taxativo. 
 
A extinção do crédito tributário, conforme o art. 156 do CTN, 
se dá por: 
Extinção do Crédito Tributário 
Modalidades de Extinção 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipadoe a homologação do lan-
çamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 
4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do dis-
posto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendi-
da a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa 
ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e 
condições estabelecidas em lei. 
 
Obs. A Dação em Pagamento não se confunde com o pagamento. 
 Na Dação em Pagamento o credor aceita receber a obrigação 
de forma diversa do que foi estabelecido inicialmente. Como as 
obrigações tributárias são pecuniárias (em dinheiro), pagar com 
bens imóveis é uma forma de dação em pagamento. 
 
 
 
 Ou seja, o crédito tributário se extingue quando for: 
 . Satisfeito – mediante pagamento, pagamento seguido de 
homologação no caso dos tributos sujeitos a lançamento por 
homologação, compensação, conversão em renda de valores 
depositados ou consignados ou dação em pagamento de bens 
imóveis na forma e condições estabelecidas por lei (incisos I, II, VI, 
VII, VIII e XI), ainda que mediante transação (inc. III); 
 . Desconstituído – por decisão administrativa ou judicial (inc. 
IX e X); 
 . Perdoado - (inc. IV: remissão); 
 . Precluso – o direito do Fisco de lançar ou de cobrar o 
crédito judicialmente (inc. V: decadência e prescrição). 
Obs. Preclusão, significa perda de direito de se manifestar no 
processo, por ter esgotado o prazo. No Direito Tributário, a 
decadência é perda do prazo para lançar; a prescrição é a perda do 
prazo para propor ação de cobrança. 
 
1.1 O Pagamento 
 É a principal forma de extinção do crédito tributário. 
 A regra geral, prevista no art. 162 do CTN, I, é a que o 
pagamento seja feito em moeda corrente, cheque ou vale postal. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
Obs. A extinção do crédito tributário não ocorre com a entrega do 
cheque, mas somente na compensação bancária (art. 162§2º CTN). 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel 
selado, ou por processo mecânico. 
 
Obs. Vale Postal: é uma ordem de pagamento, realizada por 
intermédio da empresa de correios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Estampilha e Papel Selado: são selos adquiridos do fisco, 
após entrega de dinheiro, para comprovar a quitação da dívida 
tributária. 
 
 
 
 
 
 Processo mecânico: É a autenticação fiscal que atesta 
pagamento de tributo. 
 
Obs. De todo modo o pagamento acaba sendo feito em dinheiro. 
 Em relação ao cheque e ao vale postal, são instrumentos de 
transferência de valores. 
 Já em relação à estampilha, papel selado e ao processo 
mecânico, trata-se de mecanismos de comprovação de que o 
pagamento foi realizado, em dinheiro. 
 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento 
integral do crédito tributário. 
Obs. Se o contribuinte é multado, não deixa de continuar obrigado 
ao cumprimento da obrigação tributária relativa ao tributo. 
 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do 
pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois 
da data em que se considera o sujeito passivo notificado do 
lançamento. 
 
Obs. O prazo de pagamento do tributo, em regra, é o próprio ente 
instituidor que o define, mas caso não haja disposição a respeito, o 
prazo será de 30 dias, a contar da notificação do lançamento ao 
sujeito passivo. 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. Hierarquia para ordenação de pagamentos. 
 Ocorre quando um mesmo sujeito passivo deve dois ou mais 
créditos tributários a uma mesma Fazenda Pública. Nesse caso, o 
recebimento deve ser feito obedecendo a ordem prevista no art. 163 
do CTN. 
Obs. Como atualmente os pagamentos são feitos diretamente na 
rede bancária, não há supervisão da autoridade administrativa para 
determinar a ordem em que os créditos devem ser pagos. 
 
 
Obs. Leia-se, em 1º lugar, deve-se dar prioridade aos débitos em 
que o contribuinte figura como contribuinte, e só depois àqueles 
pelos quais é responsável. 
 Caso não seja possível tal distinção, ou seja, suponha que 
em todos os débitos o sujeito passivo é contribuinte. Nesse caso, 
deve-se dar prioridade àqueles que são “mais vinculados 
(ARRECADAÇÃO)” (contribuições de melhoria), e só depois 
receber os débitos que são “menos vinculados”, até que se chegue 
aos impostos (tributos não vinculados). 
 Se ainda assim persistirem as dúvidas, a autoridade 
administrativa deve dar prioridade àqueles cuja data de prescrição 
esteja mais curta. 
 Por último, caso os prazos de prescrição coincidam, terá 
prioridade os créditos tributários de maior valor. 
 
 
Obs. Pagamento indevido e restituição 
 Vejamos o que diz o art. 165 do CTN, 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de 
prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja 
qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o 
disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou 
maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, 
ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador 
efetivamente ocorrido; 
II - erro na identificação do sujeito passivo, na determinação 
da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na 
elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao 
pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória. 
 As 03 hipóteses previstas no art. 165 do CTN se resumem 
basicamente em duas: restituição sem instauração de litígio (incisos 
I e II) e restituição com instauração de litígio (inc. III). 
 Em caso de pagamento indevido, o sujeito passivo possui o 
direito de ser restituído. Não importa quem calculou o montante 
devido, se foi o Fisco ou o sujeito passivo. 
 
Obs. Prazo para pleitear a restituição 
 O prazo é sempre de 5 anos, contados do pagamento 
indevido, conforme art. 168, I do CTN. 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o 
decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da 
extinção do crédito tributário; 
 
Obs. Consignação em Pagamento 
 É utilizada quando o sujeito passivo esteja impedido, por fato 
imputável ao credor, de exercer o seu direito de pagar e obter a 
quitação do tributo. Vejamos: 
 
 
 
 
 
1.2 A Compensação (art. 170 e 170-A, CTN) 
 
 A essência da compensação ocorre quando duas pessoas 
são devedoras e credoras uma da outra, simultaneamente. Por 
exemplo: Sebastião deve ao Município de Salvador R$ 250,00, e 
este deve a Sebastião R$ 100,00. As dívidas podem ser extintas até 
o montante em que se compensarem. No exemplo citado, 
Sebastião continuará devendo à Fazenda Municipal o valor de R$ 
150,00. 
 Conforme o art. 170 do CTN, 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que 
estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à 
autoridade administrativa, autorizar a compensação de 
créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou 
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 
 
Obs. A compensação somente se faz possível se houver lei 
autorizativa. 
 Não é suficiente a previsão do CTN para realizar a 
compensação. Cada ente federativo deve editar lei versando sobre 
a matéria. 
 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aprovei-
tamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito 
passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva deci-
são judicial. 
 
Obs. Não é possível compensar créditos objetos de decisão 
judicial recorrível, medidas cautelares ou liminares ou, ainda, 
tutela antecipada. 
 
 
 
 
Obs. Jurisprudência STJ sobre compensação: 
. nº 212: “A compensação de créditos tributários NÃO pode ser 
deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ouantecipatória”. 
Obs. Não é possível compensar créditos objetos de decisão judicial 
recorrível, medidas cautelares ou liminares ou, ainda, tutela 
antecipada. 
. nº 213: “O mandado de segurança constitui ação adequada para 
a declaração do direito à compensação tributária”. 
. nº 460: “É incabível o mandado de segurança para convalidar a 
compensação tributária realizada pelo contribuinte”. 
 
1.3 Transação 
 
 A transação é um acordo por meio do qual cada lado – 
Fazenda Pública e sujeito passivo – cede um pouquinho, faz 
concessões, para por fim ao litígio. 
Obs. Só ocorre transação diante de um litígio (a transação é 
terminativa) 
 
Conforme art. 171 do CTN, 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, 
aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar 
transação que, mediante concessões mútuas, importe em 
determinação de litígio e consequente extinção de crédito 
tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para 
autorizar a transação em cada caso. 
 
Obs. A transação só pode ocorrer mediante lei autorizativa. 
Exemplo: A lei pode autorizar a Fazenda a deixar de receber parte 
do crédito tributário, com a condição de que o sujeito passivo 
desista do litígio e pague a parcela restante do crédito tributário 
dentro do prazo previsto. 
 
Obs. Na transação a extinção do crédito tributário pode ocorrer de 
forma combinada. No exemplo acima, uma parte foi extinta pela 
transação e a outra, pelo pagamento. 
 
 
 
 
 
1.4 A remissão (art. 172 CTN) 
 
 É o perdão da dívida, um benefício fiscal e como tal, deve ser 
regulado por lei específica. 
 
Obs. . Remissão - posição mais extrema de extinção do crédito 
tributário no que concerne a abrir mão de algo que faz parte do 
patrimônio público; - O patrimônio do Estado diminui. 
 . Compensação – o crédito se extingue, mas você também 
extingue uma obrigação (exemplo a União lhe devia e você devia 
tributo a União – as obrigações são compensadas); 
 
Está previsto no art. 172 do CTN, 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a 
conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou 
parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, 
quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território 
da entidade tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera 
direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no 
artigo 155. 
 
 
Obs. A remissão pode se referir ao perdão tanto de tributo como de 
multas, desde que já tenha sido constituído o crédito tributário. 
 
 
 
 
 
Obs. Jurisprudência 
STF, ADI 2.405-MC/RS: Possibilidade do Estado-membro 
estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios 
créditos tributários. 
 
1.5 Consignação em pagamento (art. 164 CTN) 
 A ação de consignação em pagamento é movida no 
âmbito do Poder Judiciário, com o objetivo de que o sujeito 
passivo exerça o seu direito de pagar e quitar a obrigação 
tributária, quando se encontra impedido pelo próprio credor. 
Obs. Pode acontecer, entre outras situações possíveis, de o credor 
recusar o pagamento do tributo, condicionando-o ao pagamento de 
outra obrigação. 
Exemplo: Imagine agora a situação prevista no inciso III: o 
contribuinte possui um apartamento no Município de Guarulhos, e 
recebe notificações de lançamento de IPTU tanto do Município de 
São Paulo como do Município de Guarulhos. Trata-se de 
bitributação. O que fazer se não se sabe exatamente quem é 
credor da obrigação? Move-se, então, uma ação judicial de 
consignação em pagamento. 
 
Obs. A extinção do crédito tributário não ocorre com a ação de 
consignação em pagamento, mas sim quando estiver julgada 
procedente. 
 
1.6 Pagamento antecipado e a posterior homologação 
 A extinção definitiva do crédito tributário, no que se refere aos 
tributos lançados por homologação, apenas ocorre com a homolo-
gação do lançamento, ato que, como regra, pode levar até 5 anos, 
contados do fato gerador. 
 
 
1.7 Conversão do depósito em renda 
Com o depósito do montante integral, exigido pela Fazenda 
Pública, o sujeito passivo suspende a exigibilidade do crédito 
tributário. Havendo decisão em favor da Fazenda Pública, ocorre a 
conversão do depósito em renda do vencedor da ação. 
Portanto, o crédito que anteriormente estava com a 
exigibilidade suspensa, com a decisão definitiva torna-se extinto. 
 
1.8 Decisão administrativa final 
Ao ser notificado do lançamento contra ele efetuado, o sujeito 
passivo, como já foi visto, possui duas opções: pagar ou impugnar 
o lançamento. 
Ao impugnar administrativamente o lançamento, o sujeito 
passivo dá início ao processo administrativo fiscal, seguindo as 
normas específicas do ente federativo que detém a competência 
tributária do tributo objeto de discussão. 
Se a decisão final no âmbito administrativo for favorável 
ao sujeito passivo, o crédito tributário fica definitivamente 
extinto, com base no art. 156, IX. 
E se a decisão final for desfavorável?” 
Nesse caso, cabe ao contribuinte pagar o crédito tributário ou 
ajuizar ação judicial para discutir no Poder Judiciário a legitimidade 
do lançamento contra ele efetuado. 
 
1.9 Decisão judicial transitada em julgado 
Caso o contribuinte recorra ao Judiciário para discutir a 
procedência do lançamento, é a decisão transitada em julgado 
(contra a qual não cabe recurso) que determinará se o crédito 
tributário subsistirá ou não. 
Caso a decisão seja favorável ao sujeito passivo, tem-se 
por extinto o crédito tributário. Se, por outro lado, a decisão for 
em favor da Fazenda Pública, não haverá outra opção ao sujeito 
passivo, senão o pagamento. 
 
1.10 Dação em pagamento em bens imóveis 
A dação em pagamento é instituto do direito privado, regulado 
pelos arts. 356 a 359 do Código Civil. Trata-se de “pagamento” efe-
tuado por meio da entrega de bem ou direito que não seja moe-
da. 
 
Obs. a extinção só pode ser feita com BENS IMÓVEIS. 
 
A dação em pagamento depende de lei autorizativa, editada 
por cada esfera do Estado. 
 
ATIVIDADE 
CASO CONCRETO 3 
 
Aula Semana 4 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
Decadência e prescrição do crédito tributário. Distinção. 
Características e peculiaridades. Modalidades de prescrição 
 
Referencial Teórico 
Art.173 e 174 do Código Tributário Nacional 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 
209 a 241 
 
Sabe-se que, com a ocorrência do fato gerador, surge a 
obrigação tributária. No entanto, a dívida somente se torna exigível 
com o lançamento, que é o procedimento administrativo que 
constitui o crédito tributário. O prazo decadencial é justamente o 
prazo que a autoridade administrativa possui para promover o 
lançamento. No fim do prazo decadencial, ocorre a decadência. 
Já o prazo prescricional é aquele que a Fazenda Pública 
possui, após o lançamento definitivo do tributo, para promover 
a ação de execução fiscal, com o objetivo de satisfazer o crédito 
tributário. No fim do prazo prescricional, ocorre a prescrição. 
Obs. O lançamento é o marco que divide o prazo decadencial do 
prazo prescricional. 
 
 
 
Obs. Alguns detalhes devem ser frisados: 
. Tanto o prazo decadencial como o prescricional são de 5 anos (a 
distinção ocorre na fixação do termo inicial de contagem); 
. Tanto a decadência como a prescrição são causas de extinção do 
crédito tributário (art. 156, V). 
. O lançamento é o marco que divide o prazo decadencial do prazo 
prescricional. 
 
Obs. Se o contribuinte paga crédito prescrito ou decaído, faz jus à 
restituição. 
Obs. Conforme o art. 146, III, b, da CF/88, cabe à leicomplementar dispor sobre normas gerais em matéria de 
prescrição e decadência tributárias. 
 
1. DECADÊNCIA (art. 173 CTN) 
 
A Fazenda Pública tem que respeitar um prazo para a 
constituição do crédito tributário por meio do lançamento. A perda 
deste prazo implica na perda do direito de crédito ou 
decadência. 
É a perda do direito de realizar o lançamento. 
 
Obs. Decadência x Prescrição 
. Decadência - Prazo para que o Fisco cobre o contribuinte; Existe 
um prazo para que o Fisco lance um tributo, notificando o 
contribuinte a pagá-lo. 
Obs. Na decadência ainda não temos crédito tributário constituído. 
. Prescrição – Prazo para cobrar na Justiça; Lançado o tributo, 
constituído o crédito tributário, o que se espera é que o contribuinte 
pague o valor que foi cobrado, se ele não pagar o Fisco vai precisar 
ir ao Judiciário para receber esse valor de maneira coativa. 
 
1.1 Regra geral de contagem da DECADÊNCIA (art. 173, I do CTN) 
 
Art. 173, I do CTN - Primeiro dia do exercício seguinte, àquele 
em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 
 
Regra Especial de contagem 
Art. 150, §4° do CTN - Decadência em tributos lançados por 
homologação 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda 
Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e defini-
tivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude 
ou simulação. 
 
A regra geral não se aplica aos tributos lançados por 
homologação. 
 
Obs. Antes do lançamento se estava contando Decadência (prazo 
para lançar; após o Lançamento se está contando Prescrição (prazo 
para ajuizamento de ação fiscal). 
 
 
 
Exemplo: Se o fato gerador de um determinado tributo acontece 
em 1 de janeiro de 2007, o lançamento já pode ser feito a partir 
deste dia. Contudo, o prazo decadencial só começará a ser contado 
a partir de 1º de janeiro de 2008. Assim, o lançamento poderá 
ocorrer até 31 de dezembro de 2012. 
 
 
1.2 Regra da anulação do lançamento por vício formal (art. 173, II 
do CTN) 
De acordo com o art. 173, II, do CTN, o direito de a Fazenda 
Pública constituir o crédito tributário extingue-se após o prazo de 5 
anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão 
que houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado. 
Exemplo: Determinado sujeito passivo é notificado do lançamento 
de um tributo contra ele efetuado. Discordando de alguns aspectos 
descritos na notificação, o sujeito passivo impugna o lançamento. 
Ao final do litígio, chega-se à conclusão que, embora o fato gerador 
tenha ocorrido, a autoridade que promoveu o lançamento não 
possuía competência para o ato. A consequência disso é a 
anulação do lançamento. 
Se houve lançamento, não há mais contagem de prazo 
decadencial, e sim prescricional. Contudo, veja que o lançamento 
foi anulado em decorrência de vício formal. 
Em decorrência da anulação, a Fazenda Pública deverá 
promover novo lançamento, corrigindo os erros formais ocorridos no 
lançamento anterior. Para isso, ela possui novamente à sua 
disposição o prazo de 5 anos, contados da data da decisão 
definitiva que anulou o lançamento. 
Obs. Vício Formal x Vício Material 
Vício formal: diz respeito aos requisitos burocráticos. 
Exemplo: competência da autoridade. 
Vício material: diz respeito à obrigação tributária. 
Exemplo: não ocorrência do fato gerador. 
Obs. Interrupção x Suspensão de um prazo 
A interrupção de um prazo, seja ele decadencial ou prescricional, 
indica que o prazo antigo é abandonado e novo prazo começar a ser 
contado novamente. Ou seja, o prazo é integralmente devolvido. 
A suspensão de um prazo indica que a contagem é suspensa, 
retornando, quando legalmente determinado, do momento em que havia 
parado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. Má-fé = DOLO / FRAUDE / SIMULAÇÃO 
 
Art. 173, I do CTN 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tri-
butário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lan-
çamento poderia ter sido efetuado; 
 
Art. 150, §4º do CTN 
Art. 150. O lançamento por homologação... 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco 
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo 
sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se 
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo 
se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
 
Obs. Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte 
reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada 
qualquer outra providência por parte do fisco. 
 
O contribuinte presta a declaração, mas não efetua o pa-
gamento devido no vencimento. Nesse caso, entende o STJ que 
a declaração do sujeito passivo é suficiente para constituir o 
crédito tributário (sem o respectivo lançamento), não havendo 
mais que se falar em decadência, mas sim em prescrição: 
 
 
 
2.PRESCRIÇÃO (art. 174 CTN) 
 
Haverá prescrição quando houver uma execução fiscal 
ajuizada fora de hora. 
 
Art. 174, caput – A data de início de contagem da prescrição 
se dá a partir da data da constituição definitiva do crédito 
tributário. 
 
Opera-se a prescrição quando não há propositura de ação 
de execução fiscal dentro do prazo estabelecido no CTN, com o 
objetivo de cobrar do sujeito passivo o crédito tributário na via 
judicial. 
Ou seja, a prescrição é a perda da ação. 
Contudo, tal prazo só começa a ser contado a partir do dia em 
que não mais se discute a legitimidade do lançamento, ou seja, a 
partir do dia em que o crédito tributário é considerado 
definitivamente constituído. 
 
Obs. O art. 146, III, b, da CF/88, determina que cabe à lei 
complementar definir normas gerais acerca da decadência e 
prescrição tributária. 
 
Obs. Ao contrário da decadência, que representa a perda do 
próprio direito, na prescrição esse direito se mantém, porém, sem a 
possibilidade de se acionar o Judiciário para exigi-lo. 
 
Obs. Súmula 409 do STJ, cuja redação é a seguinte: “Em execução 
fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser 
decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).” 
 
Exemplo: Nome Sujo SPC – Instituição Financeira 
 
 
 
 
 
 
 De acordo com o art. 174 do CTN, a ação para cobrança do 
crédito tributário prescreve em 5 anos, contados da data da sua 
constituição definitiva, isto é, da data da notificação regular do 
lançamento. 
 
2.1 Prescrição para Tributos Lançados por Homologação 
O termo inicial do prazo prescricional é a data de constituição 
definitiva do crédito tributário. Contudo, em se tratando de tributos 
lançados por homologação, é preciso tomar cuidado, pois a entrega 
da declaração, confessando a dívida, constitui o crédito tributário. 
Tributos lançados por homologação 
Termo inicial da prescrição: 
Data do vencimento da Obrigação Tributária; ou 
Data da entrega da declaração, se esta for posterior ao 
vencimento da referida obrigação. 
 
 
2.2 Interrupção do prazo prescricional, § único do art. 174 do CTN. 
 O § único do art. 174, estabelece as situações onde o prazo 
para a prescrição se interrompe (desconsidera-se o período 
transcorrido e reinicia-se a contagem do prazo por mais 5 anos). 
Art. 174. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução 
fiscal; 
 
Ou seja, ao admitir a ação de execução fiscal, o juiz realiza o 
despacho que ordena a citação do devedor, e é esse despacho 
que faz com que se interrompa a prescrição, devolvendo 
integralmente o prazo de 5 anos à Fazenda Pública. 
Obs. O que interrompe a prescrição é o despacho, e não a citação 
pessoal! 
 
II - pelo protesto judicial; 
Trata-se de medida judicial intentada pelo credor(Fazenda 
Pública), com o objetivo de manifestar sua intenção de ver satisfeito 
o seu direito. 
 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
São as notificações, intimações ou interpelações judiciais, 
com a finalidade de manifestar a intenção do credor em receber a 
dívida. Podemos afirmar, então, que o protesto judicial, disposto no 
inciso anterior, está contido entre os atos judiciais que constituam 
em mora o devedor. 
 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que 
importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 
 
Confissão de dívida, que pode ocorrer tanto na esfera 
administrativa como na judicial. 
Obs. O inciso IV traz a única hipótese em que ocorre interrupção da 
prescrição por iniciativa do devedor. 
Exemplos: pedido de parcelamento e pedido de compensação 
de débito. 
Exemplo: Imagine que a autoridade administrativa tenha realizado 
o lançamento de algum tributo e notificou o devedor. Considere 
ainda que o contribuinte manteve-se inerte, ou seja, não pagou nem 
impugnou o lançamento dentro do prazo previsto na legislação do 
respectivo ente federativo. Ocorrida à constituição definitiva do 
crédito tributário, tem início o prazo prescricional, para que se 
promova a ação de execução fiscal. 
Passados dois anos, o devedor solicita à Fazenda o 
parcelamento de referido débito. Obviamente, o sujeito passivo está 
nesse momento reconhecendo que possui uma dívida com o 
Fisco. Interrompe-se, então, a prescrição, fazendo com que o Fisco 
tenha novamente 5 anos para promover a execução fiscal. 
 
 
 
 
2.3 Suspensão do prazo prescricional, art. 151 do CTN 
 Distintamente do que ocorre com a interrupção da prescrição, 
na suspensão, o prazo deixa de ser contado, até que se encerre 
a situação o que suspendeu. Após esse evento, continua-se o 
curso do prazo prescricional do ponto onde havia parado. 
O que se suspende não é o direito de lançar, mas sim a 
exigibilidade do crédito, impedindo a Fazenda Pública de 
promover a ação de execução fiscal. 
Hipóteses de suspensão do prazo prescricional: 
a) Suspende-se o prazo prescricional enquanto o crédito tiver 
sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 (moratória, 
depósito do montante integral, reclamações e recursos 
administrativos, liminares ou tutelas antecipadas e 
parcelamento). 
b) Suspende-se o prazo prescricional quando a moratória for 
concedida individualmente, em decorrência de artifício doloso, 
até que ocorra a revogação do benefício. Tal regra também se 
aplica aos seguintes benefícios fiscais: anistia, remissão, isenção e 
parcelamento. 
c) Suspende-se o prazo prescricional com a inscrição do 
crédito tributário em dívida ativa por 180 dias, ou até a 
distribuição da execução fiscal, se esta se der primeiro. 
d) Suspende-se por até um ano o prazo prescricional, quando 
não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, no 
curso do processo de execução fiscal. 
 
 
ATIVIDADE 
CASO CONCRETO 4 
 
 
 
 
 
Aula Semana 5 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Exclusão do crédito tributário. Visão geral. Isenção – conceito, 
institutos afins, classificação e revogação. Anistia: conceito, 
institutos afins e classificação. 
 
Referencial Teórico 
Art. 175 do Código Tributário Nacional 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 
242 a 245. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A exclusão do crédito tributário (art. 175, CTN), é um 
impedimento para constituição do referido crédito, ou seja, ainda 
que tenha ocorrido o fato gerador, a Fazenda Pública não poderá 
efetuar o lançamento. 
 Segundo o art. 141 do CTN, dispõem que o crédito tributário 
regularmente constituído só pode ter sua exigibilidade excluída nos 
casos previstos no próprio CTN. 
 
 
 
Obs. A exclusão do crédito tributário tem a função de impedir a 
constituição do referido crédito. 
 . O crédito tributário não chega a ser constituído. 
 
Obs. A Exclusão impede que o lançamento seja realizado. 
 Não nasce crédito tributário, pois o lançamento está impedido. 
 
 
Obs. Conforme o § único do art. 175 do CTN, a exclusão do crédito 
tributário NÃO dispensa o cumprimento das obrigações 
acessórias. 
Exemplo: A pessoa Isenta de pagar IR, mesmo assim é obrigada a 
entregar a declaração de IR. 
 
 A exclusão se dá por meio da isenção e da anistia, conforme 
art. 175 do CTN. 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; (exclui crédito tributário relativo ao tributo) 
II - a anistia. (exclui crédito tributário relativo à infração 
/multa) 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa 
o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da 
obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela 
consequente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. Isenção x Anistia 
 . Isenção – quando a obrigação excluída se refere a um 
tributo; 
 . Anistia – quando a obrigação se referir a uma multa. 
 
Obs. Conforme o art. 150 §6º da CF, para concessão de isenção ou 
anistia é necessário Lei Específica. 
 
Art. 150. - (…): 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de 
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, 
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser 
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou 
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima 
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem 
prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
 
 
Obs. Com base no art. 150 §6º do CF, se o Município deseja 
isentar certo contribuinte do pagamento do IPTU, deve editar lei 
específica, que regule exclusivamente sobre a isenção ou sobre o 
IPTU. O mesmo raciocínio deve ser aplicado às multas (anistia). 
 
Obs. Diferença entre Exclusão, Extinção e Suspensão do crédito 
tributário. 
 . Na Suspensão, acontecem coisas no mundo que impedem o 
fisco de continuar a cobrança, o crédito fica durante um tempo 
sem a possibilidade de ser cobrado. 
 . Na Extinção o crédito tributário deixa de existir. 
 . A Exclusão ocorre antes da constituição do crédito tributário 
(não chega a existir) e a Extinção ocorre posteriormente a 
constituição do crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Isenção (Art. 176 a 179 do CTN) 
 
 Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário em que 
se dispensa o pagamento de tributos. 
 A Isenção é um benefício ou incentivo fiscal, devendo a lei 
que a concede ser específica. 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção 
não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Obs. Como regra, a isenção não é aplicável às taxas e às 
contribuições de melhoria, por serem tributos de caráter 
contraprestacional, ou seja, há a realização de alguma atividade 
estatal que justifique a cobrança. 
 
1.1.1 Espécies de Isenção 
. Isenção concedida em caráter individual 
 O benefício é restrito a determinadas pessoas, que 
preencham os requisitos estabelecidos pela lei. 
Ex. Isenção de IPI concedida aos deficientes físicos. Deve 
comprovar que é deficiente 
 
. Isenção concedida em caráter geral 
 Não há, portanto, necessidade de comprovação, nem 
despacho individual por parte da autoridade administrativa. 
Ex. Isenção de IPTU a todos os moradores do Município do 
Canta. Alcança todos os proprietários de imóveis urbanos, 
independentemente de qualquer comprovação. 
 
 Conforme diz o texto do art. 178 do CTN, 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em 
função de determinadas condições, pode ser revogada ou 
modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no 
inciso III do art. 104. 
 
Obs. A isenção decorre de opção política, por isso possuem caráter 
precário, o faz com que a qualquer tempo novas leis venham 
revogar as isenções anteriormente concedidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. A Isençãoainda que prevista em contrato é sempre 
decorrente de lei específica (art. 150 §6º da CF), conforme art. 176 
do CTN. 
Exceção: A isenção relativa à ICMS, em que não basta lei, é 
necessário que haja aprovação do benefício fiscal por meio de um 
convênio celebrado entre os Estados e o DF. 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Obs. Na falta de qualquer norma, disposição legal em sentido 
contrário, você não pode pegar uma isenção que foi prevista 
originariamente para um imposto e automaticamente estendê-la 
para uma taxa. 
Exemplo: Em várias cidades do Brasil, ex-combatentes da 2ª guerra 
mundial, são isentos do pagamento do IPTU, mas eles podem ser 
surpreendidos, mesmo nessas cidades, recebendo notificação para 
pagar Taxa de coleta domiciliar de lixo. 
 A pessoa é isenta de IPTU, e não da taxa. 
 
Revogação de isenção 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de 
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a 
qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. 
Obs. Inc. III do art. 104 do CTN. 
Se é uma isenção de um Imposto sobre patrimônio ou renda, 
o Fisco pode revogar, mas tal medida só tem efeito no 1º dia 
do exercício seguinte. 
 
 
Obs. Isenção Não Onerosa x Onerosa 
 . Não Onerosa, é dada sem que o destinatário tenha que se 
submeter a qualquer encargo. 
Exemplo: Os rendimentos da Caderneta de Poupança estão isentos 
do IR, você não tem nenhum encargo, não tem que fazer nada. 
Obs. A regra, é a possibilidade de revogação ou modificação, a 
qualquer tempo, da isenção não onerosa 
 
 . Onerosa – é dada por prazo certo e dependendo do 
cumprimento de requisitos. 
Exemplo: A empresa BMW vem para o Brasil, e o Estado da Bahia 
concede isenção de IPVA por 8 anos para todos os carros de uso 
da fabrica, desde que ela vá para o interior da Bahia e gere ao 
menos 200 empregos. 
 
Obs. Quando a Isenção é por prazo certo e depende de requisitos 
ela gera direito adquirido para quem cumpriu os requisitos, mesmo 
que a lei venha a ser revogada. 
 Nesse caso a Isenção é irrevogável, não pode ser retirada. 
 
 Conforme Súmula 544 do STF: 
STF – Súmula 544 – “Isenções tributárias concedidas, sob 
condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. 
 
 Não se pode confundir a revogação da isenção onerosa 
(impossível, por conta da proteção ao direito adquirido) com 
revogação da lei concessória de isenção onerosa (possível, pois 
não se pode impedir o parlamento de revogar uma lei). 
Obs. Em resumo, a revogação da lei concessiva de isenção 
onerosa não tem o condão de prejudicar quem já cumprira os 
requisitos para o gozo do benefício legal, mas impede o gozo 
daqueles que não tinham cumprido tais requisitos na data da 
revogação da lei. 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 Anistia (Art. 180 a 182 do CTN) 
 Trata-se do perdão legal de infrações tributárias e, 
consequentemente, da multa correspondente. 
 A anistia impede que haja lançamento da multa decorrente do 
cometimento da infração. 
 
Obs. Só se aplica às infrações cometidas antes da vigência da lei. 
 . Não se pode perdoar infração futura, sob pena de se 
formalizar um incentivo legal à desobediência civil. 
 
Obs. Concessão da Anistia – marcos temporais: 
a) Após o cometimento da infração (sob pena de servir de incentivo 
à prática de atos ilícitos); 
b) Antes do lançamento da penalidade pecuniária (Se quer perdoar 
a infração/multa depois do lançamento cabe somente REMISSÃO); 
 
Obs. A anistia não se aplica. 
 Segundo o art. 180, I e II do CTN, 
 
Obs. Conluio, é o ajuste entre duas ou mais pessoas que praticam 
atos com o intuito de ludibriar a Fazenda Pública. 
 
Obs. Concessão de Anistia 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
Ex. Imposto de renda; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até 
determinado montante, conjugadas ou não com penalidades 
de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em 
função de condições a ela peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela 
lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma 
lei à autoridade administrativa. 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
CASO CONCRETO 5 
 
Aula Semana 6 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Preferências do crédito tributário. Sigilo. 
 
Referencial Teórico 
Art. 183 a 185 do Código Tributário Nacional 
Livro: 
Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado, 9ª ed., – pag. 
246 a 255. 
 
 O Estado goza de diversos privilégios/vantagens no 
ordenamento jurídico, quando comparado com os credores 
particulares. Quando o Estado está cobrando um tributo, essas 
vantagens se fazem presentes, pois o dinheiro arrecadado com o 
tributo será empregado em benefício de toda a coletividade. 
 Em virtude disso o CTN criou regras que vão facilitar a 
entrada do Estado Credor no patrimônio do particular devedor do 
tributo para receber o valor que pertence ao Estado. 
 
Obs. As garantias que se têm para pagamento de um débito são o 
Patrimônio e a Renda. 
 
 
Obs. Garantia x Privilégios do Crédito Tributário. 
. Garantia – Facilita a entrada do Estado Credor no patrimônio 
particular para receber a prestação relativa ao tributo, podendo até 
utilizar uma parcela do patrimônio que nenhum outro credor poderia 
utilizar. 
 . Mecanismo criado pelo legislador para facilitar a cobrança do 
crédito tributário. 
. Privilégio – É a regra que põem o credor estatal em uma posição 
de vantagem naqueles processos que ocorrem à cobrança coletiva 
de créditos. Exemplo: a Falência. 
 . Têm como objetivo conferir ao crédito tributário prioridade de 
pagamento. 
Exemplo: Vamos comparar a Falência a um cadáver estendido no 
chão, e os vários urubus credores cada um querendo pegar o seu 
pedaço. Quando se fala em privilégio do crédito tributário vamos 
falar de regras que colocam o Urubu Rei (o Estado) numa posição 
de vantagem nessa fila. Numa das primeiras colocações nessa fila, 
com preferência sobre diversos outros credores. 
 
 
Obs. Há créditos que preferem ao crédito tributário. 
 
 
 
 
1. AS GARANTIAS COMO ROL NÃO EXAUSTIVO 
 Conforme art. 183 do CTN, 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao 
crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas 
em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se 
refiram. 
 
 
 
 
 
Obs. A lista de Garantias no CTN, é exemplificativa. 
 Os tributos são muito diferentes entre si, e essas diferenças 
justificam e até mesmo exigem garantias específicas para casos 
específicos. 
Exemplo: II x ITR 
 . No II o fato gerador é instantâneo, qual seja, a entrada de 
mercadoria estrangeira em território brasileiro. 
 . Já no ITR o fato gerador é uma situação permanente, qual 
seja, ser proprietário de imóvel rural. 
 
 Sendo assim, cada ente federativo pode criar leis, com o 
objetivo de assegurar o recebimento do tributo devido pelo sujeito 
passivo. 
Exemplos: 
. Quando determinados bens entram em regime de admissão 
temporária (ingresso temporário de bens no território nacional, que 
retornarão ao país de origem) pode ser exigido do contribuinte uma 
garantia de que, se o bem não retornar ao país de origem, haverá o 
pagamento do imposto de importação. 
 Portanto, o importador pode ter que realizar depósito em 
dinheiro entre outras garantias previstas na legislação aduaneira, 
para garantir o pagamento do tributo. 
. A União pode exigir o oferecimento de uma garantia real, como 
condição para fruição de determinado benefício fiscal. Assim, se o 
contribuinte agir em desacordo com a legislação que regula o

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