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Relação Jurídica e seus Elementos

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DIVISÃO DO DIREITO E A RELACÃO JURÍDICA.
1. O que se entende por Relação Jurídica? E quais seus elementos?
Segundo Maria Helena Diniz, as normas de direito regulam o comportamento humano dentro da sociedade, isto é, porque o homem na vida social está sempre em interação, influenciando a conduta de outrem que dá origem as relações sociais, estipuladas pelas normas jurídicas transformam-se em relações de direito. 
De acordo Del Vecchio, a relação jurídica consiste num vínculo entre pessoas, em razão do qual uma pode pretender um bem a outra que é obrigado.
As relações jurídicas estão presentes diariamente e em praticamente cada ato de nossa vida pessoal, profissional e social. Ao nos relacionarmos com outras pessoas sejam físicas ou jurídicas, estamos mantendo consciente ou inconscientemente uma relação jurídica. 
De uma forma clara e precisa, o jurista alemão Savigny definiu relação jurídica como vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada. Em seu entendimento, toda relação jurídica apresenta um elemento material, constituído pela relação social, e outro formal, a determinação jurídica do fato, mediante normas. 
Para Hans Kelsen, a relação jurídica se dá entre dois fatos enlaçados por normas jurídicas. A relação jurídica por introduzir a norma jurídica, exige então, a participação de duas pessoas, um sujeito ativo e sujeito passivo e objeto da relação. 
Elementos da relação jurídica:
Sujeito ativo: É o titular do direito subjetivo, instaurado na relação jurídica, o qual pode usar do seu direito com contra o sujeito passivo. Sujeito ativo a pessoa que na relação, ocupa a situação jurídica ativa, é o portador do direito subjetivo que tem o poder de exigir do sujeito passivo cumprimento do dever jurídico, como na maioria das relações jurídicas as duas partes possuem direitos e deveres entre si, sujeito ativo é o credor da prestação principal. Sujeito ativo ou titular do direito é a pessoa natural ou jurídica.
Sujeito passivo: É aquele que está obrigado, diante do sujeito ativo a respeitar o seu direito por uma ação ou por uma omissão. O sujeito passivo é o responsável pela obrigação principal. Sujeito ativo e passivo apresentam-se sempre em conjunto nas relações jurídicas, um não pode existir sem o outro do mesmo modo de que não existe direito onde não há dever.
Outro elemento da relação jurídica é o vínculo, que pode ser explicado como a ligação entre os sujeitos da relação, estabelecendo os sujeitos ativos e passivos de cada relação. No dizer de Miguel Reale é o vínculo que confere a cada um dos participantes da relação, o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável. 
Objeto: O vínculo existente na relação jurídica está sempre em função de um objeto. As relações jurídicas são estabelecidas visando a um fim específico, as relações jurídicas criadas pelo contrato de compra e venda por exemplo, tem por objetivo a entrega da coisa, enquanto no contrato de trabalho o objeto é a realização do trabalho. É sobre o objeto que recai a existência do sujeito ativo e o dever do sujeito passivo.
2. Na relação jurídica, como são identificados os camelôs e os ambulantes? Explique a sua resposta.
Os camelôs e os ambulantes se enquadram nos indivíduos despersonalizados. Os indivíduos despersonalizados são aqueles que embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações não preenchem as condições legais. Os camelôs e ambulantes exercem suas atividades, mas não de forma legal, tem empresas, comércios mas não registraram esta empresa, compram e vendem seus produtos, mas não tem registro junto à junta comercial que o torne uma pessoa jurídica e com obrigações, por este fato que se enquadram nos indivíduos despersonalizados.
	
3. Cite dois exemplos de pessoas jurídicas de Direito Publico interno e dois de Direito publico externo.
As pessoas jurídicas de Direito Público interno são a União, os Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias (inclusive as associações públicas) e demais entidades de caráter público que a lei assim definir.
	São pessoas jurídicas de Direito Público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público tais com a OMC, a ONU, o MERCOSUL etc.
4. O que se entende por Direito Subjetivo e Direito Objetivo?
O Direito Subjetivo, designa a faculdade da pessoa de agir dentro das regras do direito. É o poder que as pessoas tem de fazer valer seus direitos individuais. De acordo com Diniz, o direito subjetivo compreende “A permissão dada pelas normas jurídicas válidas para fazer ou não fazer alguma coisa para ter algo ou exigir por meio dos órgãos competentes da norma jurídica”. Na concepção de Rizzato “O direito subjetivo, nada mais é, que a prerrogativa colocada pelo direito objetivo, à disposição do sujeito de direito. É tanto o efetivo exercício do direito objetivo quanto à potencialidade do exercício desse mesmo direito”.
Já o Direito Objetivo estabelece normas de conduta social. De acordo com elas, devem agir os indivíduos. Segundo Maria Helena Diniz, o Direito objetivo é um complexo de normas jurídicas que rege o comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. Rizzatto Nunes define o Direito objetivo “É o conjunto das normas jurídicas escritas ou não escritas independentes do momento do seu exercício e aplicação concreta”. 
5. Cite uma teoria que justifique a Divisão do Direito Publico e Direto Privado.
Teoria Trialista: Com a publicitação do direito o Estado passou a regular cada vez mais a autonomia da vontade, inserindo regras de direito público dentro de normas que seriam predominantemente privadas. Como resultado surge a Teoria Trialista que diz que o direito é misto, podendo apresentar regras de direito público e privado. Ex.: Direito de Família, Direito do Consumidor, Direito do Trabalho...
6. O Direito comercial esta enquadrado em qual ramo do Direito? Quais são seus Caracteres?
O Direito Comercial está enquadrado no ramo do Direito Privado. É o direito que visa o lucro, aquele que regula o exercício e atividade profissional do Comércio.
	Entre suas características principais estão:
• Mediação: A relação entre comprador e vendedor, produtor e consumidor;
• Habilidades: Deve ser uma Prática Habitual. Ex. Se tenho 10 sacos de arroz e vendo essa única vez, essa, não se caracteriza como comércio.
• Lucro: O fim do comércio é o lucro, sendo essa, característica principal do Direito Comercial.
7. Defina Direito Penal e Direito Processual Penal.
O Direito Penal é um ramo do Direito, cujo seu conceito deve referir-se, de alguma forma, ao conceito de Direito em geral, é o conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de comportamento podendo ser considerados como infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes. Considerando-se que ao Direito Penal estão reservadas as mais graves sanções do ordenamento jurídico (a pena e a medida de segurança) e que estas sanções são consequências jurídicas do injusto penal.
É composto por todos os preceitos que regulam os pressupostos e consequências de uma conduta atribuída com pena ou medida de segurança. Dentre os pressupostos se encontram as descrições de condutas delitivas como o homicídio, por exemplo. Dessa forma, o que faz com que um preceito pertença ao Direito Penal não é somente uma regulação normativa de uma violação a mandamento ou proibição, mas o fato dessa infração ser passível de sanção através de pena ou medida de segurança. Portanto, o Direito Penal define o que é um injusto penal e comina as consequências para a hipótese de descumprimento dos preceitos estabelecidos.
Já o Direito processual penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal. Além desse aspecto, o Direito Processual Penal trata da sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como da persecução penal, é o ramo do direito público dedicado ao estudo da aplicação jurisdicionaldo direito penal, sistematizando os órgãos relacionados e seus respectivos auxiliares. Com esse objetivo estabelecido, sua finalidade será a de definição da relação jurídica nascida do ilícito penal, assim que este ocorre. 
8. Qual o conceito de jurisprudência e de competência?
Jurisprudência é um conjunto das decisões, aplicações e interpretações das leis. Também podendo ser descrita como ciência do Direito e do estudo das leis. De acordo com algumas fontes o real significado de jurisprudência significa “a ciência da lei”.
A jurisprudência surgiu com o Direito Inglês, que foi desenvolvido para ir contra os costumes locais que não eram comuns. O Direito inglês apresentou-se então como direito jurisprudencial, onde predominava a regra de precedente.
Já a Competência, trata-se da delimitação da jurisdição, ou seja, o espaço em que cada jurisdição vai ser aplicada. É o alcance do poder do juiz distribuído por lei. Exemplo: Um juiz que atua na vara cível possui jurisdição, mas somente para julgar questões cíveis. Não lhe é permitido julgar homicídios, pois é de competência criminal.
9. Qual a diferença entre capacidade de fato e capacidade de Direito?
Capacidade de fato: É a aptidão para exercer pessoalmente atos da vida civil. Em regra, adquire-se a capacidade de fato com a maioridade ou a emancipação (menor capaz). Nem todas as pessoas têm, a exemplo dos incapazes. capacidade de fato, só algumas pessoas a têm, e está relacionada com os exercícios dos atos vida civil. Ou seja, toda pessoa possui capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato. Uma pessoa física pode adquirir a capacidade de fato ao longo de sua vida, tanto como pode perdê-la
Capacidade de Direito: É inerente ao ser humano que possui personalidade jurídica. É a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres, ou seja, de ser sujeito de direitos e deveres na ordem privada. É aquele que possui personalidade natural possui personalidade de direito. A capacidade de direito é condição do próprio ser humano. Todas as pessoas têm, sem distinção.
Dessa forma, a capacidade de direito não pode ser recusada, pois é inerente, e é uma capacidade permanente, pois só se extingue com a morte.
10. Apresente o quadro da divisão e subdivisão do Direito Positivo.
	
Direito Positivo
	
Público
	
Interno
	· Direito Constitucional
· Direito Administrativo
· Direito Tributário
· Direito Processual
· Direito Penal
· Direito Eleitoral
· Direito Militar
	
	
	Externo
	· Direito Internacional
Público
	
	
Privado
	
Interno
	· Direito Civil
· Direito Comercial
	
	
Difuso
	
Interno
	· Direito do Trabalho
· Direito Previdenciário
· Direito Econômico
· Direito do consumidor
· Direito Ambiental
	
	
	
Externo
	· Direito Internacional
Privado
Ituporanga-SC, 18 de maio de 2020.

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