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Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 1 IV Impulso de uma força Entende-se por impulso de uma força, a grandeza vectorial definida pelo produto da força pelo intervalo de tempo em que ela actua. Em outras palavras, impulso é uma força muito intensa agindo durante um tempo curto, como exemplo, quando um tenista atinge a bola, ele aplica uma força intensa durante um tempo muito curto. ⃗ ⃗⃗ ( ) ∫ ⃗⃗ ∫ ⃗ ∫ ⃗ ( ) A quantidade ⃗ ∫ ⃗ (4.3) é chamada impulso, daí que a relação (4.2) nos diz que: Agora se substituirmos a definição da quantidade de movimento na expressão (4.2), resulta, ( ) ( ) ( ) Ao recorrermos a definição da velocidade, podemos chegar a expressão de posição, isto é, ∫ ∫ ( ) ∫ ( ) Nos problemas da física, a força sobre uma partícula não é conhecida como função do tempo, mas como função de posição ⌈ ( ) ( )⌉ e, para contornar o problema, introduzimos novos conceitos, isto é, o trabalho e a energia. Universidade Zambeze Faculdade de Ciência e Tecnologia Disciplina: Física I Lição n 0 5: Trabalho e Energia Cursos: Eng rias , Mecatrónica, Civil e Eléctrica Data: 23/03/20 – I Semestre Aula Teórica Impulso e Trabalho Energia Total Potência Forças Conservativas Energia Cinética Discussão de Curvas de Energia Energia Potencial Forças não conservativas Subtemas: Mecânica como ciência A variação da quantidade de movimento da parrtícula é igual ao impulso. Docente Responsável: Msc. Enfraime Jaime Valoi (valoi.enfraime@gmail.com) Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 2 IV.1 Trabalho. Antes de mais, é preciso diferenciarmos o conceito trabalho aplicado no quotidiano (por exemplo, quando afirmamos: vou levar 5 horas para terminar o trabalho) ao conceito trabalho na física. Em física, trabalho está associado a força e não a corpos: diz-se “trabalho de uma força” e nunca “trabalho de um corpo”. Podemos definir o “trabalho”, como sendo a energia transferida para um objecto ou de objecto através de uma força que age sobre o objecto. Quando a energia é transferida para o objecto, o trabalho é positivo e, negativo, quando a energia é transferida do objecto. O trabalho de uma força nem sempre contribui para o deslocamento do corpo, dai que encontramos dois tipos de trabalhos de uma força. O trabalho potente (também chamado motor), quando a força favorece ao deslocamento (trabalho positivo) e, o trabalho resistente, quando a força não favorece ao deslocamento (trabalho negativo). ⃗ ⃗ ( ) Exemplo, ao deixar cair em queda livre um corpo, sua força peso favorece ao deslocamento (trabalho potente) e, em situação contrária, quando atiramos um corpo para cima, seu peso opõe- se ao deslocamento (trabalho resistente). Agora vamos considerar uma partícula que se move sob acção de uma força ⃗ (não paralela ao deslocamento) ao longo da linha como mostra a figura 4.2. 𝑑𝑤 𝐹 𝑑 𝑐𝑜𝑠𝜃 ( 7) Tomando a figura a 4.2, ao considerar que o ângulo entre vectores das forças é 𝜃, então a componente da força �⃗� ao longo do deslocamento �⃗�1 é definida pela relação: �⃗�1 �⃗� cos 𝜃. De relação (4.6) resulta, O trabalho é igual ao produto do deslocamento pela componente da força ao longo desse deslocamento. Figura 4.1 Trabalho Potente (a) e Resistente (b) (Fonte: Fundamentos de Física, 9aEd, Soares et al) Figura 4.2 Trabalho de uma força não paralela (Fonte: Fundamentos de Física, 9aEd, Soares et al) Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 3 Quando a linha de actuação da força for perpendicular em relação ao deslocamento do corpo ( ), então, de expressão (4.7) o trabalho em causa será nulo. ∫ ∫ ∫ ⃗ ( ) Onde, ⃗ ⃗ ⃗ ⃗⃗ ( ) ⃗ ⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗ ⃗ ⃗⃗ ( ) ∫ ∫ ∫ ( ) ∫ ( ) ∫ ( ) ∫ ( ) ( ) IV.1.1 Trabalho de uma Força Elástica ∫ ∫ ∫ ( ) ( ) IV.2 Potência Em aplicações práticas, é importante conhecer a rapidez com que o trabalho é realizado. A eficiência de uma máquina é medida pelo trabalho de sua força em relação ao tempo de realização, definindo assim a potência. Analiticamente, as potências média e instantânea são definidas nas formas, ( ) ( ) ⌈ ⌉ ( ) A figura ao lado mostra uma mola que é comprimida por um bloco que é afastado da sua posição de equilíbrio. Neste caso, a força elástica da mola (em c) definida pela lei de Hooke é positiva (𝐹𝑒𝑙 > ) enquanto, o deslocamento (x) é negativo, por via disso, o trabalho necessário para comprimir a mola, será dada por integração da força elástica na direcção em causa (eixo X), isto é, Figura 4.3 Mola Comprimida (Fonte: Fundamentos de Física, 9aEd, Soares et al) Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 4 Ao considerar que no instante inicial , então, integrando a relação anterior, temos, ∫ ∫ ⌈ ⌉ ( ) Derivando em ao tempo a relação (4.8), outra relação para a potência pode ser escrita, se assumirmos que a força é constante, ( ) IV.3 trabalho e Energia Cinética Considerando a figura 4.4, facilmente percebemos que o corpo varia sua posição deslocando-se de A para B graças a força resultante ⃗ . Recorrendo a definição do trabalho, onde: ⃗ ⃗ ( 7) ∫ ∫ ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) O trabalho realizado sobre uma partícula pela força resultante é igual a variação da sua energia científica. Figura 4.4 Pelo efeito da força resultante �⃗�𝑅 , o corpo passa da posição A para a posição B (Fonte: Fundamentos de Física, 9 aEd, Soares et al). Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 5 IV.4 Trabalho e Energia Potencial A figura 4.5 mostra um objecto movendo-se de A para B. Veja que nessa situação a força de gravidade (peso) opõe-se ao deslocamento e, por essa razão, o trabalho efectuado pela força de gravidade será negativo (resistente), isto é, ⃗⃗ ( ) A quantidade ( ) é denominada energia potencial e é função das coordenadas. Logo se F é uma força conservativa (cosntante), então: ∫ ⃗⃗ ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) O trabalho realizado pelas forças conservativas não depende da trajectória. O trabalho realizado pelas forças conservativas ao longo de uma curva fechada é nula, ∮ ( ) Integral fechada. Visto que, ⃗ ⃗ ⃗ ( ) ( ⃗ ⃗ ⃗⃗) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) O trabalho realizado sobre uma partícula pela força resultante é igual ao negativo da variação da sua energia potencial. Uma força é conservativa quando sua dependência com o vector- posição 𝑟 ou com as coordenadas 𝑥 𝑦 𝑒 𝑧 da partícula é tal que o trabalho 𝑤 pode ser sempre expresso como a diferença entre os valores de uma quantidade 𝐸𝑃(𝑥 𝑦 𝑧) nos pontos iniciais e finais. Figura 4.5 Mola Comprimida (Fonte: Fundamentos de Física, 9aEd, Soares etal) Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 6 IV.5 Princípio de Conservação da Energia. IV.5.1 Energia total (forças conservativas) Nos processos mecânicos, a energia pode ser transformada, isto é, de energia cinética em energia potencial ou vice-versa. Por exemplo, quando um corpo sobe, sua velocidade diminui (diminuindo sua energia cinética), enquanto sua altura aumenta (aumentando a sua energia potencial). Quando a força que age sobre uma partícula é conservativa, então podemos relacionar as expressões (4.19) e (4.22), isto é, ( ) ( ) ( ) Definindo a energia mecânica (total) como sendo a soma da energia cinética com a energia potencial, então analiticamente temos; ( 7) Analiticamente temos, 1 ( ) A expressão anterior é válido para forças conservativas Exercício de Aplicação Determine a altura mínima da qual deve partir uma bola para completar com sucesso a curva em laço mostrado na figura abaixo. Suponha que a bola desliza sem rolar e sem atrito. Quando as forças são conservativas, a energia total (𝐸𝑀) de uma pertícula permanence constante (conservada). 𝐹𝑔 𝐹𝑔 𝑣 𝐹𝑁 𝐹𝑔 𝐹𝑁 𝐹𝑁 Figura 4.4 Conservação de Energia Total 𝑦 𝑅 𝐹𝑔 𝑣 𝐹 𝑅 ℎ B 𝐺 𝐶 𝐴 𝐵 𝐷 𝐸 𝐹 𝐻 𝑋 𝐸𝑃(𝑥) Figura 4.5 Curva de Energias Potencial e Total 5 6 Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 7 Resolução: Pela segunda lei de Newton, temos, , então, ( ) ( ) No ponto B, a bola e o piso estão em contacto, mas, podemos desprezar a força que o piso exerce ( ) visto que aquela posição, é a posição da iminência da bola, isto é, dependendo da velocidade com que tiver, a bola tende a abandonar o piso. Visto isto, de eq.(*), resulta: √ Nota que se, √ , a bola perde o conctato com o piso. Para além disso, facilmente podemos ver que a velocidade não depende da massa da bola. Quanto a altura mínima procurada, recorremos ao princípio de conservação de energia, e escrevemos, ℎ ℎ (ℎ) ( ) ( ) Conclusão: Se , a bola não terá a velocidade para manter-se em contacto com o piso, e, em algum ponto, a bola abandonará o piso. É importante também observar que para qualquer valor de > , a bola atinge a velocidade suficiente para descrever o laço. Outros docentes: dr. Sandro Pais Page 8 IV.6 Discussão de Curvas de Energia Potencial Para fazer o estudo das curvas de energias, vamos considerar a figura 4.4. Naquela figura, as rectas 1, 2, 3, e 4, representam a energia total, ou mecânica ( ) em cada nível, assim, analisando a figura, facilmente percebemos que a esquerda de A e a direita de B, a energia mecânica é menor em relação a energia potencial ( ) e segundo a relação (4.28), a energia cinética será negativa ( ), o que não pode, pois segundo a definição (4.19), a energia cinética é sempre positiva. Quando a energia potencial é máxima [ ( )], o equilíbrio diz-se instável e quando é mínimo [ ( )], o equilíbrio diz-se estável. Para verificar este facto, basta levar em consideração uma partícula oscilando entre A e B, bem como entre D e E. Ainda analisando a figura, veja que a partícula pode deslizar do ponto H até D, mas não pode passar para E, porque na região DE, , logo, esta região, podemos chamar de barreira de potencial (ou proibida). VI.7 Forças não-conservativas. Frequentemente encontramos na natureza, forças que não são conservativas. Uma partícula pode em simultâneo estar submetida a forças conservativas e não conservativas. Agora vamos considerar uma partícula caindo em um fluido. Veja que ela estará, submetida a força conservativa gravitacional e não conservativa, o atrito viscoso. Se é a energia potencial correspondente ás forças conservativas e , o trabalho realizado pelas forças não conservativas – , então, o trabalho total realizado será, ( ) ( ) ( ) ( ) Desta vez a quantidade ( ) não permanence constante, ela cresce ou decresce, dependendo de o ser positivo ou negativo. Para além disso, a mesma quantidade já não é chamada de energia total. A equação (4.31) dá-nos o ganho ou perda de energia devido as forças não- conservativas.
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