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Diversidade Cultural nos Filmes de Iñárritu

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A diversidade cultural e social 
nos filmes de Alejandro González Iñárritu 
 
 João Paulo Palú1 
 
Resumo 
O cinema e as outras mídias em geral se ressentem na atualidade de uma apresentação e 
discussão maior de temas pertinentes à sociedade, como, por exemplo, a diversidade 
cultural e a discriminação social. O diretor mexicano Alejandro González Iñárritu 
responsável pelos filmes Amores Brutos (2000), 21 Gramas (2003) e Babel (2006) é um 
dos poucos que investe em temas polêmicos e não o faz como estratégia de auto-
promoção, seu cinema contempla principalmente os marginalizados e discriminados 
pela sociedade. Este trabalho pretende analisar os três filmes lançados pelo cineasta e 
mostrar a diversidade de temáticas exploradas por cada um deles bem como os pontos 
que têm em comum que denotam mais uma persistência em tratar de questões caras a 
um determinado autor, do que simples acomodação em torno de um mesmo tema ou 
fórmula. É ainda intenção do trabalho analisar as qualidades estéticas dos filmes que 
vêm se somar aos temas abordados, na tentativa de identificar um cineasta com uma 
curta, porém promissora carreira cinematográfica. 
 
Palavras-chave: Alejandro González Iñárritu, cinema, diversidade, marginalização, 
narrativa não-linear. 
 
Introdução 
O diretor mexicano Alejandro González Iñárritu (43) lançou em 2006 seu 
terceiro longa-metragem intitulado Babel (2006) que conta 4 diferentes histórias ligadas 
por um acontecimento aparentemente banal, um caçador japonês que, em férias no 
Marrocos, presenteia seu guia com um rifle de caça. 
A partir desse fato, a vida de uma família de criadores de cabra no Marrocos, um 
casal de americanos em férias no Marrocos, uma japonesa surda-muda em Tóquio e 
duas crianças norte-americanas com sua babá mexicana na fronteira México-EUA vão 
estabelecer uma ligação contada de maneira fragmentada por Iñárritu. 
A ligação de diferentes personagens através de um fato em comum e a sua 
posterior repercussão é marca registrada desse cineasta que também é o diretor de 
Amores Brutos (2000) e 21 Gramas (2003). 
Para elaborar seus roteiros e filmes, o diretor conta com a colaboração do 
roteirista mexicano Guillermo Arriaga, parceria que de acordo com a mídia 
especializada terminou, após ambos anunciarem o rompimento depois de Babel. 
Terminada ou não a parceria entre Iñárritu e Arriaga, o que se pode ver em seus 
três filmes é uma preocupação em retratar diferentes pontos de vista e personagens que 
dificilmente são vistos nas telas de cinema. 
O que se mostra diferente no cinema de Inarritú e seu roteirista é a preocupação 
por personagens marginalizados que de alguma maneira são colocados, ou se colocam, 
em situações de tensão social frente a personagens de classes sociais mais privilegiadas 
e como essa segregação social se reflete nas ações dos personagens. 
Deve-se destacar a estética similar dos filmes cujas histórias são contadas de 
maneira não-linear onde passado, presente e futuro se misturam em uma linha temporal 
que permite ao espectador entender fatos e atitudes de personagens antes mesmo deles 
acontecerem. 
Não se pode afirmar que sua temática ou estética são totalmente revolucionárias 
na arte cinematográfica, basta citar dois grandes filmes da década de 90 como Short 
Cuts – Cenas da Vida (1993) de Robert Altman e Pulp Fiction – Tempo de Violência 
(1994) de Quentin Tarantino que adotam estruturas semelhantes, porém, se pode 
assegurar que ambas não são usadas de maneira vazia, elas tem um propósito bem 
definido, as histórias se mostram atuais, e a maneira “hipertextual” em que se 
apresentam é o retrato do início do século XXI. 
Em cada um dos três filmes temos personagens centrais com algum tipo de 
discriminação social, em Amores Brutos há um ex-guerrilheiro comunista transformado 
em matador de aluguel que perambula pelas ruas da cidade do México recolhendo 
material para ser reciclado, seus únicos amigos são um bando de cães vira-latas. 
Em 21 Gramas temos o ex-condenado e ex-alcoólatra que se converteu a uma 
religião evangélica mas que acaba provocando um acidente que destrói uma família e 
em Babel há a empregada doméstica, uma mexicana trabalhando ilegalmente nos EUA 
e ainda uma família de criadores de cabra em inóspitas montanhas do Marrocos. 
Outro fator constantemente presente na filmografia de Iñarritú é misturar 
personagens de mundos diferentes através de uma tragédia e então, mostrar os distintos 
desdobramentos dessa na vida de cada um, de acordo com sua condição social. 
O diretor parece sempre querer dizer que os personagens que mais sofrem são 
aqueles que têm uma vida econômica mais tranqüila, os marginalizados, apesar de 
sofrerem carregam dentro de si algum tipo de gene que os predispõe a enfrentar os 
problemas melhor do que os personagens de classes mais altas. 
Amores Brutos apresenta uma modelo rica e famosa que namora um publicitário 
de meia-idade que deixa a família para morar com ela, no entanto, essa modelo se 
envolve em um acidente automobilístico que a deixa gravemente ferida e cicatrizada, 
sua vida de glamour, portanto, terminou. 
Outro acidente automobilístico muda a vida dos personagens de 21 Gramas, 
aqui, a vida confortável da classe média alta é representada por uma ex-viciada em 
drogas que ao se casar com um bem-sucedido arquiteto e ter duas filhas, deixa para trás 
sua vida pregressa para depois retomá-la, ao se ver sozinha com a morte de toda família. 
Em Babel o acidente de carros é substituído por uma bala perdida disparada por 
um menino marroquino que testa o rifle comprado pelo pai, a bala acerta um ônibus de 
turistas que excursiona pelas montanhas do país. 
A personagem atingida é uma norte-americana que tenta reconstruir seu 
casamento com o marido após a perda de um bebê, ela se vê entre a vida e a morte em 
lugar desconhecido, onde as pessoas teoricamente mais próximas, os outros turistas do 
ônibus, pretendem seguir viagem com medo de também sofrerem um atentado, que 
julga-se, tratar de um ato terrorista. 
O terceiro grupo de personagens dos filmes de Inarritú também sofre com a 
discriminação, agora não tanto de ordem econômica, mas de outra natureza, em Babel 
há uma adolescente japonesa que por ser surda-muda é rejeitada pelos garotos de sua 
idade, ela é também rejeitada pelas próprias colegas por ser a única virgem do grupo. 
21 Gramas traz um professor de matemática que necessita urgentemente de um 
transplante de coração, o diretor mexicano chama aqui a atenção para os milhões de 
enfermos que de uma maneira ou de outra dependem de um sistema de saúde que 
mesmo no país mais rico do mundo, os EUA, se apresenta ineficiente. 
A violência contra a mulher é mostrada em Amores Brutos através da 
personagem que procura fugir da violência do marido com o auxílio do cunhado, que 
também é seu amante. A violência aqui ainda encontra outra faceta na clandestina briga 
de cães em que o rapaz usa seu cão para ganhar dinheiro e fugir com a mulher do irmão. 
Através desse breve relato das personagens e suas tramas se percebe que o 
cinema de Iñarritú é rico em temas atuais procurando mostrar personagens que fazem 
parte da vida social mesmo que muitas vezes ignorados por grande parte da sociedade. 
Uma análise mais detalhada de cada um dos filmes em separado se mostra 
importante, tendo-se a certeza de que o tema não se esgotará, mas com a esperança de 
que despertará futuras contribuições e diferentes visões das apresentadas neste trabalho. 
 
Amores Brutos 
O título brasileiro do filme lançado em 2000 fica aquém do impacto de seu título 
original em espanhol Amores Perros, que pode ser traduzido como Amores Cães, tal 
título pode ser entendido pelo amor dos personagens por cães, como um da raça 
rottweiler chamado no filme de Cofi ou ainda um outro da raça poodle, chamado Richi. 
Os “amores cães” podemainda ser interpretados como o amor de certos 
personagens que “sofrem como cães” a partir do momento em que um terrível acidente 
automobilístico acontece, mudando e entrelaçando seus destinos. 
O acidente é o ponto de partida para uma narrativa criada pelo diretor Alejandro 
González Iñárritu e o roteirista Guillermo Arriaga onde três histórias distintas 
acompanham personagens que vivem em mundos diferentes e acabam por se 
influenciar. 
A trama se passa na Cidade do México, país mais populoso da América Latina, 
cenário perfeito para se falar de desigualdades sociais, o acidente, ocorre quando o 
jovem Octavio (Gael García Bernal), decide fugir com a mulher de seu irmão, Susana 
(Vanessa Bauche), usando seu cão rottweiller Cofi em uma rinha de cães para ganhar 
algum dinheiro. 
O plano acaba não dando certo pois o cão leva um tiro de outro dono de 
cachorro, obrigando Octavio a sair pelas ruas da cidade desgovernadamente e bater no 
carro de Valeria (Goya Toledo), seus planos são frustrados e ele tem que enfrentar o 
irmão, o descontentamento de Susana por sua incompetência, e ainda a perda do cão 
após o acidente. 
Valeria é uma modelo que tem uma vida completamente distinta de Octavio, 
porém, ela também tem uma paixão por cães pois é dona da poodle Richi, aqui a 
analogia é clara, enquanto o cão rottweiller, forte e feroz, pertence a um jovem à beira 
da marginalidade, a cadela poodle, pequena e delicada, é propriedade de uma 
personagem que representa uma alta classe social. 
A modelo se envolve no acidente no momento em que está mudando para seu 
novo apartamento onde pretende morar com Daniel (Álvaro Guerrero) um publicitário 
de meia-idade que abandona esposa e filhas para viver com Valeria. 
O terceiro arco dessa história é Chivo (Emilio Echevarría), um ex-guerrilheiro 
comunista que sobrevive como catador de papel e ainda atua como matador de aluguel, 
ele assiste ao acidente enquanto investiga os hábitos de sua próxima vítima. 
Dono de vários cães de rua, Chivo vê o rottweiller ferido e o socorre levando-o 
para sua casa, o assassino frio que não sente nenhuma compaixão por suas vítimas 
resgata o cachorro e faz de sua recuperação uma possibilidade de redenção própria. 
As conseqüências do acidente na vida dos personagens têm caminhos diversos 
como, por exemplo, o casal formado pela modelo e o publicitário que arrepende-se de 
ter deixado a família ao ver sua vida com Valeria se tornar um drama após o acidente. 
A modelo se vê confinada a uma cadeira de rodas e passa a ter contato com o 
mundo da janela do apartamento, o que ela vê então é uma grande ironia, um outdoor 
com sua imagem nos tempos de fama e sucesso, mas isso não é o pior que lhe acontece. 
Seu sofrimento aumenta quando sua cadela de estimação fica presa no assoalho 
do apartamento ao perseguir ratos, a modelo desesperada pela perda da poodle não tem 
outra solução senão arrebentar quase completamente o chão em busca do animal. 
A prisão da cadela no chão é a metáfora da prisão imposta a Valeria que passa a 
experimentar um sentimento novo, de cerceamento de seus direitos de ir e vir, pois 
passa a depender de outros para realizar as tarefas mais simples, o diretor transforma 
uma personagem até antipática em uma deficiente física, chamando a atenção para 
tantos outros deficientes que não tem uma vida digna, com o mínimo de direitos 
garantidos. 
Outra personagem que se sente aprisionado só que interiormente é Chivo que 
teve que renunciar à sua família para se tornar guerrilheiro comunista e depois, quando 
a família, principalmente a filha, não o aceitou de volta, passou a viver pelas ruas da 
grande cidade e ter como única companhia um bando de cães. 
Chivo começa a se libertar de sua prisão após pegar o cão que estava no acidente 
e cuidar dele, passa então a questionar sua vida como matador de aluguel, refletindo se 
deve ou não realizar o próximo serviço para o qual foi contratado, é quando começa a se 
aproximar de sua filha que no final lhe abre uma possibilidade de reconciliação. 
 Em seu primeiro filme, o diretor mexicano mostra personagens que sofrem e 
que não se recuperam inteiramente de seus sofrimentos, no entanto, não se pode acusá-
lo de ser partidário do conhecido dramalhão mexicano, pelo contrário, Iñárritu constrói 
dramas que são reais e tem razão para isso, não precisa cair em fórmulas fáceis e 
apelativas. 
 
21 Gramas 
O segundo filme de Iñarritú pode ser considerado a sua estréia internacional pois 
é falado em inglês, foi produzido pelo estúdio norte-americano Universal e conta com 
atores do primeiro escalão hollywoodiano como Sean Penn, Naomi Watts e ainda o 
mexicano Benicio Del Toro. 
Lançado em 2003, o título do filme se refere aos 21 gramas de massa corporal 
que supostamente uma pessoa perde ao morrer, enquanto cientistas apresentam 
explicações racionais para tal acontecimento, muitas religiões acreditam ser este o “peso 
da alma”. 
O diretor mexicano segue a definição dos que acreditam numa vida após a morte 
e discute nesse filme questões de culpa, redenção, perdão e como em seu primeiro 
filme, mostra ao espectador personagens de algum modo marginalizados pela sociedade. 
O ponto de mudança na vida dos personagens também acontece após um 
acidente automobilístico como em Amores Brutos, aqui, no entanto, o acidente é 
causado por um ex-presidiário Jack Jordan (Benicio Del Toro) que vive trabalhando 
para sua igreja. 
Os envolvidos no acidente também são diferentes do primeiro filme, aqui a 
perda é maior pois duas meninas e seu pai são atropelados e vem a falecer deixando a 
mãe e esposa Cristina Peck.(Naomi Watts) completamente desamparada. 
Ela, que antes de casar e formar uma família era viciada em drogas, fraqueja 
diante de tal situação e passa a consumí-las novamente, o “beneficiado” com o acidente 
que em Amores Brutos foi o ex-guerrilheiro e matador de aluguel que ficou com o cão 
rottweiller, em 21 Gramas é o professor de matemática Paul Rivers (Sean Penn) que 
recebe o coração do marido de Cristina em um transplante que o livra da morte. 
Após receber um novo coração, Paul fica curioso em saber a quem pertencera 
anteriormente, ele contrata um detetive e acaba se envolvendo com Cristina, a esposa do 
homem que lhe doou o coração, não sem antes passar por uma crise com sua esposa 
Mary (Charlotte Gainsbourg) que o ajudou durante seu período convalescente querendo 
até ter um filho seu por meio de inseminação artificial. 
A narrativa mais uma vez é não-linear, assiste-se, por exemplo, a uma cena que 
ocorreu meses antes de outra, a linha temporal é formada pelo espectador lentamente de 
acordo com o contato que ele tem com o sofrimento e a angústia dos personagens, o que 
pode ser uma faca de dois-gumes pois pode tanto atiçar a curiosidade quanto inutilizar 
uma cena pois já se sabe de antemão sua conclusão. 
É interessante notar que aqueles que mais sofrem com o acidente viviam vidas 
felizes antes, Cristina tinha se recuperado das drogas e levava uma vida de classe-
média, Jack reconstruiu sua vida na prisão ao ter contato com uma religião e pregava o 
evangelho. 
Em Amores Brutos, os envolvidos no acidente passavam por momentos 
distintos, enquanto a modelo estava feliz pelo seu sucesso, sua casa e seu amante, o 
jovem encontrava-se em uma situação-limite pois teve que usar seu para conseguir 
dinheiro e fugir com a cunhada. 
Jack representa ainda uma classe de pessoas que por terem passado por uma 
prisão ficam para sempre estigmatizadas em qualquer sociedade, ele é despedido do 
clube onde trabalhava carregando tacos de golfe pela reclamação dos associados em ver 
suas tatuagens. 
Aqui, o diretor mexicano focaliza pessoas que são freqüentemente retratadas 
pela mídia de maneira unidimensional, bandidos que se convertem a uma religião e se 
transformam em fanáticos religiosos. Graças ao excelente trabalho de Del Toro, o 
personagem Jack não podeser visto somente por esse ângulo. 
Fica evidente que Jack é um sujeito que luta constantemente contra seus 
problemas sociais (ex-presidiário) e emocionais (ex-alcoólatra) ele é visto aconselhando 
um jovem sobre o futuro, carrega a Bíblia para onde vai mas ao mesmo tempo se 
orgulha de sua caminhonete equipada ganha numa rifa, presente de Jesus, acredita. 
Vemos o personagem como um ser humano comum com defeitos e qualidades e 
que após o acidente do qual fugiu sem prestar socorro, passa a carregar um sentimento 
de culpa e questionar se Deus o abandonou depois de tanto esforço em pregar seus 
ensinamentos, fica dividido entre esconder o acidente ou se entregar. 
Jack então confessa o “crime” que cometeu e vai para a cadeia, lá tenta se 
suicidar, mostrando-se determinado a pagar pelo mau que cometeu, quando é solto por 
falta de provas decide ir morar em um motel longe da família. 
Outro personagem característico da filmografia de Iñárritu é Paul Rivers, é 
difícil assistir filmes em que um doente terminal é um dos personagens principais, o 
personagem interpretado por Sean Penn, diferente dos personagens Cristina e Jack 
parece ser o único a procurar uma dor ao invés de ficar feliz pelo transplante, pesa sobre 
ele um sentimento de culpa misturado a um sentimento de gratidão por carregar o 
coração que um dia pertenceu ao marido de Cristina. 
Ao mesmo tempo em que carrega essa culpa e gratidão, Paul não hesita em 
abandonar a esposa para ficar com Cristina, o espectador não sabe se sente pena ou 
raiva do personagem, que, como qualquer ser humano que cria em si todo tipo de 
contradição. 
Por fim há a personagem Cristina Peck que parece questionar o espectador se ele 
não faria o mesmo que ela ao ver sua família morta, até onde a vida continua para 
alguém que perdeu aquilo que a mantinha longe de seus maiores problemas, as drogas. 
Sua única maneira de continuar a viver é para descobrir quem a privou de sua 
felicidade e se vingar, para isso, não pensa duas vezes em usar Paul que está apaixonado 
por ela para cometer um crime. 
Paul, no entanto, não consegue matar Jack, no último momento ele apenas 
dispara a arma e manda Jack desaparecer da região, Cristina analisando o revólver e 
vendo que faltam balas pergunta se Paul o matou e ele, mentindo, diz que sim. 
Jack acha a possibilidade de pagar pelo crime e vai até o quarto de motel onde 
Cristina e Paul estão hospedados, lá pede para Paul matá-lo mas ele não consegue, 
Cristina irada, começa a bater em Jack com tudo o que encontra pela frente até que Paul 
dispara a arma contra si mesmo. 
Jack e Cristina socorrem Paul que morre no hospital, ela também descobre, ao 
doar sangue, que está grávida, já Jack ao se ver tão perto da morte retorna para sua 
família, o filme acaba com Cristina renovada pela gravidez que lhe trará nova razão 
para viver. 
Iñárritu não julga seus personagens e pede o mesmo para o público, ele mostra 
como mesmo aqueles que a sociedade veladamente ou não despreza, devem ser vistos 
antes como seres humanos que precisam ser entendidos, seus atos não são gratuitos, 
algo os levou a fazer o que fazem, e, por pior que sejam os acontecimentos, há sempre 
espaço para um recomeço. 
 
Babel 
O mais recente filme de Alejandro G. Iñárritu foi lançado em 2006 e concorreu a 
diversas categorias do Oscar 2007, entre elas, melhor filme e melhor diretor. O roteiro, 
como Amores Brutos e 21 Gramas foi escrito pelo diretor e o roteirista Arriaga. 
O título do filme se refere à famosa Torre de Babel citada no primeiro livro 
bíblico, o Gênesis, onde no capítulo 11 tentou-se construir uma torre que chegasse até 
os céus. Deus, irado com tal pretensão do ser humano fez com que cada um começasse a 
falar uma língua diferente criando desentendimento entre os homens, impedido a 
conclusão da torre. 
Babel tem como tema central os problemas de comunicação não somente entre 
pessoas que falam diferentes idiomas mas também entre diferentes culturas e ainda entre 
pessoas que falam o mesmo idioma mas que não conseguem se entender. 
 É o caso dos personagens Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett) que 
viajando Marrocos tentam reconstruir um casamento abalado após a morte de um dos 
filhos ainda bebê, numa parada do ônibus de turismo que os leva entre as montanhas 
marroquinas, Susan pergunta ao marido o motivo de tal viagem, por que foram tão 
longe para resolver um problema conjugal. 
 Paralelamente ao drama do casal americano, o espectador conhece os outros 
arcos que compõem o filme, mais uma vez, roteirista e diretor lançam mão de uma 
narrativa não-linear que aos poucos vai fazendo sentido e conectando suas peças. 
 Há a família marroquina que mora nas montanhas pastoreando cabras, ela é o 
ponto de partida do filme e a responsável pelo fato que muda a vida de todos os 
personagens, temos o pai da família que compra o rifle de outro camponês, o filho mais 
novo e mais esperto que o filho mais velho, a mãe dos meninos e a irmã, responsável 
por despertar no irmão mais novo seus primeiros desejos sexuais. 
 Os outros dois fios desse novelo são a adolescente japonesa surda-muda que 
além dos problemas típicos da idade sente a falta da mãe que se suicidou e é 
discriminada pelas colegas por não ter tido relações sexuais com nenhum homem ainda 
e, finalmente, a babá mexicana que trabalha ilegalmente nos EUA cuidando dos filhos 
do casal Richard e Susan e que, sem opção, leva as crianças ao México para não perder 
o casamento do filho. 
 Diferente dos acidentes de seus dois filmes anteriores, em Babel, Iñárritu usa um 
outro acontecimento para iniciar a narrativa, o rifle dos marroquinos acerta a americana 
Susan que estava no ônibus de turismo e a deixa à beira da morte 
 O tiro disparado pelo menino mais novo é também um acidente, pois ele e o 
irmão estão testando o rifle que o pai lhes deu para defender as cabras de coiotes e 
acabam disparando contra o ônibus que viaja em uma estrada distante de onde estão, 
assustados escondem do pai o fato. 
 O tiro que acerta Susan desencadeia o segmento mais interessante do filme, onde 
o título Babel se encaixa perfeitamente, pois Richard fica impotente de socorrer sua 
esposa em um lugar inóspito e os turistas que viajam com ele, teoricamente as pessoas 
mais próximas, ficam assustadas e querem deixá-los numa vila e voltar para um local 
seguro com o ônibus. 
 O guia turístico marroquino faz o que está ao seu alcance e se compadece com a 
situação do casal, quando um médico examina Susan e diz que a situação é grave, o guia 
não traduz exatamente o que está acontecendo, mas Richard exige a verdade 
desesperando-se com a possibilidade de perder a esposa. 
 Uma interessante questão levantada pelo filme é que o tiro que acerta Susan se 
transforma em um ato terrorista de proporções mundiais, Iñárritu toca num ponto central 
do mundo ocidental pós 11 de setembro onde o medo e o inimigo estão sempre 
presentes na vida das pessoas. 
 Se fosse no mundo real, quem não garantiria que a repercussão do fato mostrado 
pelo filme não seria o mesmo, a imprensa ocidental levantadas suspeitas sobre o mundo 
árabe e superdimensionando uma notícia, no filme, o socorro demora a chegar pois o 
consulado norte-americano se encarrega de enviar um helicóptero para resgatar sua 
cidadã por temer que uma ambulância marroquina não prestaria o devido socorro. 
 O tiro disparado no Marrocos que acerta uma americana acaba influenciando os 
planos de uma mexicana nos EUA, Amélia (Adriana Barraza) é uma imigrante ilegal 
que pretende ir ao México participar do casamento do filho mas que devido ao problema 
com o casal norte-americano, tem que levar as crianças para o México. 
 No casamento tudo corre bem, as crianças se encantam por estar em um mundo 
novo de que só ouviram falar (não muito bem), pelos pais, elas participam da festa, 
brincam com outras crianças mexicanas, o problema está no retorno aos EUA.O sobrinho da babá (Gael Garcia Bernal) é o encarregado de levá-los de volta 
para casa, o problema acontece na fronteira México-EUA quando um policial impede 
que eles entrem nos EUA por não terem os documentos autorizando o transporte das 
crianças, com medo de ser preso, o sobrinho resolve fugir com o carro deixando babá e 
crianças no meio do deserto. 
 Após passar a noite e uma parte do dia perambulando pelo deserto, a babá é 
encontrada por um policial que a prende e resgata as crianças, no interrogatório, ela 
recebe uma dura do policial que diz para ela nunca mais voltar a entrar nos EUA, muito 
abalada, ela quer saber o estado das crianças que ajudou a criar desde o nascimento. 
 O diretor mexicano expõe aqui com toda propriedade uma situação muito 
familiar aos mexicanos e também aos brasileiros, que é o sonho de viver nos EUA, de 
um lado há o povo marginalizado que luta por uma vida melhor em outro país e de outro 
aqueles que expulsam do país quem os incomoda. 
 A história da adolescente japonesa se liga as outras pois o rifle pertencia a seu 
pai, com quem não se entende, que o deu a um marroquino quando foi lá caçar, esse 
marroquino posteriormente vende a arma que desencadeia todos os dramas do filme. 
 Como já comentado, a adolescente é surda-muda e se sente excluída do convívio 
social pois quando se aproxima de meninos estes a desprezam devido à sua deficiência. 
Mais uma vez Iñárritu toca em questões sociais que muitas vezes passam longe da 
grande mídia e da sociedade. 
 Se em Amores Brutos a modelo fica paralítica, aqui a surda-muda mostra a 
dificuldade que essas pessoas tem de levar uma vida normal principalmente pelo fato 
da grande maioria da sociedade não saber lidar com os diferentes tipos de deficiências. 
 Desesperada por não se sentir desejada por ninguém, ela resolve se entregar a 
um policial que quer esclarecer a origem da arma que atingiu a norte-americana, para 
isso ela o chama em seu apartamento e aparece nua diante dele, o policial percebendo a 
instabilidade emocional da moça pede para ela se cobrir e tenta confortá-la. 
 O policial vai embora mas fica claro que uma relação amorosa entre ambos está 
estabelecida, o pai ao voltar do trabalho encontra com o policial que lhe pergunta sobre 
a arma e este confirma que a deu ao guia marroquino, ao chegar em casa, vê a filha na 
varanda e a abraça, gesto que se conclui, não fazia há muito tempo. 
 Voltando ao Marrocos, os meninos contam ao pai o que fizeram por verem que a 
polícia está atrás deles, não sabendo o que fazer, tentam fugir quando a polícia ao 
pensar que se trata de perigosos terroristas abre fogo contra o pai e os dois meninos. 
 O pior acontece para o menino mais velho que acaba levando um tiro e morre, o 
mais novo, desesperado por ver o irmão se entrega e pede aos policiais que o prendem e 
salvem o irmão, ele confessa ter sido o autor do disparo que atingiu a americana. 
 A americana, a vítima, após sofrer muito é resgata e sobrevive, o agressor, o 
árabe é punido com a morte, com Babel o diretor mexicano apresenta um filme que 
mais do que mostrar a falta de comunicação entre os povos, fala da intolerância, da 
desumanização das relações entre as pessoas, da exploração e de como é difícil ser 
diferente no mundo atual. 
 
Conclusão 
 Três filmes na carreira de um diretor ainda não constituem o que geralmente se 
chama de “obra”, mas é um bom indício de onde essa carreira pode chegar, Alejandro 
G. Iñárritu apresenta traços de um diretor preocupado em evoluir, filme após filme, em 
torno do que um dia pode vir a ser “o cinema de Iñárritu” como hoje temos o cinema de 
Hitchcock ou o de Glauber Rocha. 
 Esse trabalho dá uma pequena pista de que o mexicano parece estar no caminho 
certo ao tentar, através da análise de seus três filmes, identificar pontos estéticos e 
temáticos em comum, questões que reunidas e analisadas levam o espectador que se 
depara com Amores Brutos, 21 Gramas ou Babel a perceber que se tratam de filmes de 
um mesmo diretor. 
 Não se pode esquecer que os três filmes tiveram como roteirista creditado, 
Guillermo Arriaga que, segundo informações colhidas em revistas especializadas não 
fará parte dos projetos futuros de Iñárritu, portanto, somente um quarto filme sem sua 
colaboração pode dimensionar o seu potencial peso na filmografia analisada. 
 É sabido que o roteiro de um filme não é o filme, ótimos roteiros nas mãos de 
diretores menos capazes se convertem em filmes medíocres, bem como roteiros fracos 
nas mãos de pessoas talentosas se transformam em grandes filmes. 
 Este trabalho reconhece a importância do roteirista na elaboração dos filmes mas 
leva em conta novamente informações da imprensa de que Iñárritu é participante ativo 
na criação dos personagens e tramas de seus filmes, portanto o sucesso ou fracasso deles 
se deve mais ao seu trabalho como “Iñárritu diretor” do que como “Iñárritu roteirista”. 
 Deve-se destacar as críticas e elogios recebidos pelos filmes, as primeiras dizem 
que Iñárritu teria descoberto uma fórmula para realizar filmes e a repete sempre, 
mudando personagens e situações que no fundo são os mesmos em todos os filmes. 
 Essas críticas entendem como fórmula a maneira não-linear e fragmentada da 
narrativa dos filmes, onde cenas aparentemente soltas se encontram no final ou ainda, 
um acontecimento em comum que afeta todos os personagens de alguma maneira. 
 Algumas críticas ressaltam que uma história não-linear é um modo de esconder 
possíveis “furos” no roteiro e, propositadamente, confundir o espectador que então julga 
o filme de maneira positiva ressaltando qualidades que ele não possui. 
 Seguramente se pode afirmar que a narrativa fragmentada é uma escolha 
consciente do diretor, mas tal recurso não é usado apenas para confundir o espectador 
ou chocá-lo, parece ter mais relação com o tipo de filme que se quer fazer, ou melhor, o 
tipo de história se quer contar. 
 Os filmes do diretor mexicano contam com várias histórias ou “arcos”, onde 
diversos núcleos de personagens se desenvolvem podendo ou não se cruzar, há, como já 
citado nesse trabalho, vários filmes que adotam essa narrativa; indo um pouco mais 
longe as telenovelas, principal produto ficcional latino-americano, seguem estrutura 
narrativa parecida. 
 Deixando a parte “literária” de lado, deve-se destacar no cinema de Iñárritu os 
recursos cinematográficos utilizados para desenvolver o filme, como montagem, 
enquadramento, som, luz, interpretação, entre outros. 
 Em qualquer um de seus três filmes o mexicano contou com excelentes atores 
como em Amores Brutos onde trabalhou com atores mais conhecidos no México, 
destacando-se Emilio Echevarría intérprete do ex-guerrilheiro que cuida do rottweiler e 
Gael Garcia Bernal, jovem e talentoso ator que interpretou Octavio, hoje em Hollywood. 
 Tanto 21 Gramas quanto Babel, rodados em inglês, trazem em seus elencos 
atores mundialmente conhecidos como Sean Penn, Brad Pitt e Naomi Watts o que atesta 
o prestígio alcançado por Iñárritu após seu primeiro filme, tais estrelas gostam de 
alternar papéis em filmes mais comerciais com projetos mais densos e que os desafiem 
enquanto atores o que sempre pode levá-los a receber prêmios. 
 A montagem do filme está diretamente ligada ao que o diretor quer transmitir a 
seu público; mais de um teórico já atestou que cinema é montagem, (Andrew, 1989,p. 
52) e os três filmes aqui analisados se apóiam sobremaneira em sua montagem. 
 Já se discutiu as características da narrativa fragmentada, a montagem bem 
realizada vem confirmar as qualidades de um roteiro bem amarrado, onde o espectador 
se mantém interessado o tempo todo, é preciso, no entanto, cuidado para não revelar 
mais do que o necessário e comprometer o trabalho todo. 
Tal questão foi levantada na análise do filme 21 Gramas que em determinadosmomentos trazia uma cena que mais à frente influenciava o desenvolvimento de uma 
outra, “estragando” o caráter de ineditismo de uma seqüência. 
 Tais problemas são mais comuns nesse filme que nos outros dois, em Amores 
Brutos a montagem se mostra instintiva certamente por se tratar do primeiro filme do 
diretor, já Babel é montado com ações intercaladas a maioria no tempo presente. 
 Os enquadramentos e os aspectos técnicos como luz e som podem ser vistos 
como utilizados para trazer uma maior sensação de realismo ao espectador, a câmera 
geralmente anda solta entre os personagens, ela não assume um ponto de vista estático 
mas procura fazer parte do interior da ação que se desenvolve. 
 A luz geralmente busca ser a mais natural possível, “estourada” durante cenas 
diurnas e difusa em noturnas, sempre com a intenção de funcionar como mais um 
aspecto que traga verossimilhança à narrativa e o som segue o mesmo estilo, 
trabalhando com ruídos e sujeiras comuns em cenas captadas fora de estúdio. 
 Os filmes dirigidos por Alejandro González Iñárritu apresentam temas 
incômodos e problemas sociais os mais diversos, eles estão representados tanto em 
personagens discriminados e marginalizados quanto no próprio ambiente das histórias. 
 Em Amores Brutos a Cidade do México pode ser considerada uma personagem 
do filme, pois tem grande influência sobre a vida dos outros personagens, ela se 
apresenta uma metrópole rica na história da modelo e seu amante e pobre e miserável na 
do ex-guerrilheiro, o diretor conseguiu extrair duas facetas da cidade que se evitam mas 
que acabam sempre se misturando. 
 Ainda no filme de estréia de Iñárritu, há temas como a violência doméstica 
contra a mulher, a discriminação contra ex-presidiários, este último também presente 
em 21 Gramas que agrega outros temas como o uso de drogas, o problema das pessoas 
que dependem de um transplante de órgão para continuar a viver, o diretor, apesar de 
tocar em temas fortes, nunca apela para a emoção fácil, apenas expõe pontos de vista. 
 Já Babel trata de questões como a discriminação contra imigrantes personificada 
na babá mexicana, o preconceito contra árabes travestido em medo de terroristas e ainda 
as dificuldades de interação social de uma pessoa surda-muda. 
 Ao apresentar tantas questões polêmicas e infelizmente pouco discutidas, os 
filmes de Iñárritu dão visibilidade para tais temas e contribuem na formação de uma 
sociedade mais aberta ao diálogo e ao respeito das mais diferentes correntes ideológicas, 
religiosas e econômicas, tais filmes porém, estão em falta na cinematografia mundial. 
 
Referências bibliográficas 
 
MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Trad. Flávio P. Vieira & Teresinha 
A. Pereira. Belo Horizonte, Editora Itatiaia, 1963. 
 
ANDREW, J. Dudley. As principais teorias do cinema. Trad. Teresa Ottoni. Rio de 
Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1989. 
 
MATTELART, Armand. Diversidade Cultural e Mundialização. São Paulo, Parábola 
Editorial, 2005. 
 
VANOYE, Francis & GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. Trad. 
Marina Appenzeler. Campinas, Papirus Editora, 1994 
 
GORDIRRO, André. ...Presente ... Revista SET. São Paulo: Ed. Peixes, n. 234, p. 34-
35, dez. 2006 
 
SALEM, Rodrigo. 21 gramas. Revista SET. São Paulo: Ed. Peixes, n. 199, p. 64, jan. 
2004. 
 
1 João Paulo Palú – Professor do Centro Universitário Senac – Campus Águas de São Pedro. Graduado 
em Comunicação Social – Radialismo e Televisão pela Universidade Metodista de Piracicaba e 
mestrando em Comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade 
Estadual Paulista (Unesp) - Campus de Bauru.

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