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CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 − Câncer: o células que não respondem aos controles normais de crescimento e que leva a formação de uma massa ou tumor (neoplasma) com capacidade de invadir e colonizar outros locais (metástases). o Células cancerosas não respondem a sinais, como inibição de contato (bate em outra célula para de se multiplicar) e são resistentes a apoptose (morte celular programada). Apresentam capacidade proliferativa infinita, não se tornam senescentes (não envelhecem) e perdem a dependência de ancoragem (pode estar solta e migrar para outros tecidos). o Um tumor pode ser benigno e não lesivo (expansão lenta) – não prejudica tanto a fisiologia do organismo. →Benignos – Proliferação seguida de diferenciação Problema: Em Glândulas Endócrinas secretam mais hormônio (sérios distúrbios) →Tumores Malignos – Proliferam e não diferenciam A neoplasia maligna apresenta uma expansão rápida que progressivamente infiltram, invadem e destroem o tecido circundante Apresentam capacidade angiogênica (potencial de formar novos capilares) Podem metatastizar CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 o Tumores Malignos – Apesar da proliferação o processo de diferenciação é interrompido o Tumor primário pode gerar tumores secundários (metástases) →Quanto mais INDIFERENCIADA – MAIOR MALIGNIDADE, sendo as vezes impossível detectar a origem Estágios do desenvolvimento de um tumor 1. Surgimento de uma célula tumoral (mutação) 2. Hiperplasia 3. Displasia 4. Tumor in situ 5. Tumor com metástases (Câncer invasivo) • Hiperplasia: aumento no número de células • Displasia: alteração do programa de crescimento e diferenciação celular • Tumor in situ: tumor não invasivo • Tumor invasivo: tumor em metastase que pode ser levado para outros órgãos pelo sangue CÂNCER - Apresenta grande contribuição genética →MUTAÇÃO - mudanças permanentes no DNA Agentes mutagênicos - agentes químicos, físicos e biológicos que alteram o DNA Escapam ao mecanismo de REPARO DO DNA CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 EX: Nitrosaminas são consumidas a partir de alimentos naturais e ou produzidas no estômago a partir de nitritos conservantes. Interage com a guanina, metilando-a. EX: Dímero de pirimidina: Efeito da radiação UV Mecanismos básicos de reparo do DNA Mutações com ganho de função em proto-oncogenes • Os proto-oncogenes (gene normal) são convertidos em oncogenes por mutações no DNA que causam um “ganho de função” • Diversos mecanismos que levam a conversão de proto-oncogenes a oncogenes são conhecidos CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Mecanismos de conversão de proto-oncogenes→oncogenes 1. -Aumento na produção de proteína sinalizadora para o fator de crescimento celular – levando a multiplicação descontrolada PROTO-ONCOGENES Os proto-oncogenes controlam o crescimento e a divisão celular (I) Codificam proteínas que são fatores de crescimento (sinalizador) (II) Receptores de fatores de crescimento (III) Proteínas transdutoras de sinal (IV e V) Reguladores do ciclo celular (VI) fatores de transcrição (de DNA) ONCOGENES • Nome do oncogene: letra minúscula e itálico (ex: myc) • Nome do produto (proteína) do oncogene: Começa com letra maiúcula e sem itálico (Myc) PROTO-ONCOGENES/TUMOR CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Atuação de alguns oncogenes →Os oncogenes e a cascata de transdução de sinal • Todos os genes de proteínas das cascatas de transdução de sinal de fatores de crescimento são proto-oncogenes e podem sofrer alterações para oncogenes 1) Fatores de crescimento e receptores de fatores de crescimento 2) Proteínas de transdução de sinal 3) Fatores de transcrição 1) Fatores de crescimento e receptores de fatores de crescimento • FATORES DE CRESCIMENTO: ligam-se aos seus receptores na membrana, estimulando a rota de transdução de sinais e ativando certos genes que levam a multiplicação dessas células • Se o fator de crescimento ou o receptor são produzidos em excesso, as células podem proliferar anormalmente. 2) Proteínas de transdução de sinal e fatores de transcrição • SÃO PROTO-ONCOGENES • Ras = proteína G monomérica. Ativada quando ligada ao GTP vai migrar pela membrana e ativar uma nova proteína • Raf = serina/tirosina quinase • MEK = MAP-quinase • MAP Quinase (Mitogen Activated Protein Kinases - Proteíno- quinases ativadas por mitógenos) CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Os oncogenes e o aumento do ciclo celular • O crescimento celular envolve duplicação do DNA e divisão celular • É ativado por fatores de crescimento, hormônios e outros mensageiros • Esses ativadores funcionam por meio de ciclinas, quinases dependentes de ciclinas (CDKs) e são inibidas por Inibidores dependentes de quinases (CKIs) Genes supressores de tumor • Codificam moléculas envolvidas na regulação da proliferação celular • Inibe a proliferação em resposta a certos sinais, como por exemplo a lesão do DNA Genes supressores de tumor que regulam diretamente o ciclo celular • rb – gene do retinoblastoma • Regula a ativação de fatores de transcrição (E2F) • Participa da transição de fase G→S - Proteína p53: • p53: proteína p53 (Fator de transcrição) regula o ciclo celular e a apoptose • A p53 é chamada de guardião do genoma, pois interrompe a duplicação em células que sofreram lesão do DNA, direcionando para apoptose • A perda dos dois alelos p53 é encontrado em mais de 50% dos tumores humanos • Impede – células que sofreram danos no DNA – entrem na fase S • Desencadeia mecanismos de Apoptose quando existe dano no DNA P53: 1) Liga-se ao local de lesão do DNA 2) Ativa transcrição do p21 que inibe a atividade do complexo ciclina/CDK (Inibe ciclo celular) 3) Ativa transcrição GADD45 (repara DNA) 4) Ativa gene Bax (apoptose) CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Como: P53 – desencadeia apoptose Papel central no tratamento do câncer pela radioterapia, que altera tanto a celula que ativa a P53 Célula cancerosa e as normais têm seu DNA modificado pela radiação • Normais: serão reparadas antes da fase S • Cancerosas: se o gene p53 estiver funcionando elas seguem para apoptose e serão eliminadas Células Cancerosas com o gene p53 danificado: são muito resistentes ao tratamento com radioterapia Genes supressores de tumor que afetam receptores/transdução de sinal • Reguladores de Ras: a familia Ras está envolvida em transdução de sinal de vários hormônios e fatores de crescimento • Proteína Ras • Normal – é uma proteína G (da membrana celular) ativada por estímulos extracelulares, e depois é desativada facilmente • Defeituosa – (mutante) permanece ativada enviando sinais para a célula se dividir • O NF-1 (neurofibromina) se liga a Ras e inativa a sua atividade de GTPase, diminuindo a proliferação celular Mutações em enzimas de reparo • As enzimas de reparo são genes supressores de tumor, já que se ocorrer o reparo antes do final da duplicação do DNA, não ocorrerá a mutação. • Ex: mutações herdadas nos genes supressores de tumor brca1 e brca2 predispõem mulheres ao câncer de mama Genes brca 1 e 2 Genes supressores de tumor que afetam a adesão celular • Caderina (glicoproteína) medeia a adesão célula-célula dependente de cálcio • Elas são ancoradas intracelularmente por cateninas, que ligam a filamentos de actina. • A perda da expressão da E-caderina permite a célula migrar em metástase. Ex: câncer gástrico • A catenina atua também como fator de transcrição. O complexo APC (polipose adenomatosa do cólon) inativa a catenina. Se APC não é expressa, os níveis de catenina aumentam e ela ativa atranscrição de myc e outros genes de regulação do ciclo celular. Mutações no APC leva a maioria dos casos de câncer hereditário de cólon CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Genes supressores de tumor Câncer e apoptose • Apoptose elimina as células supérfluas • A célula se retrai, a cromatina condensa, o núcleo se fragmenta, a membrana celular forma bolhas, a célula se quebra em vesículas apoptóticas Organismos Multicelulares • a morte celular programada é um evento normal • Benigno A proliferação e a sobrevivência inapropriada de células representam um perigo real Células cancerígenas desobedecem aos controles de proliferação e sobrevivência celular Apoptose CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Rotas normais para apoptose • Dividida em três fases: 1.Iniciação: sinais externos associados a receptores da morte para o Fator de Necrose Tumoral (TNF), sinais internos como lesão no DNA, lesão mitocondrial 2.Fase de integração de sinal: Balanceamento entre sinais apoptóticos e antiapoptóticos (regulado por proteínas bcl-2) 3.Fase de execução: realizado por proteínas proteolíticas caspases Integração de sinais pro e antiapoptóticos • As proteínas bcl-2 do tipo antiapoptótico inserem na membrana externa da mitocôndria para antagonizar os fatores pro-apoptótico Células cancerosas desviam da apoptose • Mutações nos genes que controlam a apoptose →Câncer necessita de múltiplas mutações Ex. câncer de cólon HEREDITÁRIO OU ESPORÁDICO? Alguns exemplos conhecidos 1. ONCOGENE ativado nas Síndromes do Câncer Hereditário Adenomatose Endócrina Múltipla, Tipo 2 (MEN2) ▪ Distúrbio autossômico dominante ▪ Alta incidência de carcinoma medular da tireóide ▪ Mutações no gene RET (codifica um receptor tirosina quinase) CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Ativam o receptor (fosforila a tirosina mesmo na ausência de ligação pelo ligante) Indivíduos que herdam UMA mutação de ativação em RET 60% chance de desenvolvimento de carcinoma medular da tireóide 2. ONCOGENES ativados no câncer esporádico Oncogene mais frequente – ras (variantes h-ras, K-ras N-ras) Codifica a proteína Ras • Normal – é uma proteína G (da membrana celular) que é ativada por estímulos extracelulares, e depois desativada facilmente • Defeituosa – (gene com mutação) permanece ativada enviando sinais constantes para a célula se dividir • Mutação em ponto em Célula somática • Observada em vários tumores • Gene Ras – alvo mutacional de muitos carcinógenos • Atualmente: 50 oncogenes humanos conhecidos • Poucos são herdados 3. Ativação de Oncogenes por translocação 4. A TELOMERASE como ONCOGENE TELOMERASE – transcriptase reversa (sintetiza TTTAGG nas extremidades do DNA) A medida que as células se diferenciam: a atividade da telomerase diminui → telômeros encurtam a cada divisão celular → Apoptose Tumores: →Expressão da telomerase persiste e essas células se proliferam indefinidamente →A expressão persistente da telomerase não parece um evento primário que inicia um câncer humano, mas parece ser uma importante etapa subsequente que permite a sobrevivência das células cancerosas, apesar da divisão celular contínua. CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 GENES SUPRESSORES DE TUMOR (TSGs) Altamente heterogêneos ▪ Controladores – regulam diretamente o crescimento celular ▪ De manutenção – envolvidos no reparo de danos ao DNA -Recessivos – perda de função -Perda dos dois alelos leva indiretamente ao Câncer Hipótese dos dois eventos Tumor: Formas esporádica e hereditária • Herda uma mutação: heterozigoto • Sofre uma segunda mutação: homozigoto 1. Gene do Retinoblastoma (Rb) • Raro e Recessivo • Localização 13q14 • Nas crianças com Retinoblastoma Hereditário (40%) Em todas as células do corpo, falta um pedaço do cromossomo 13 (deleção) Enquanto o outro cromossomo 13 está intacto BASTA: o segundo evento (mutação somática) Tumores múltiplos, geralmente nas duas retinas Na forma esporádica – são necessárias 2 mutações nos dois cromossomos Geralmente ocorre em apenas em uma retina 2. Gene P53 – “Defensor Permanente do DNA” Proteína p53 Impede – células que sofreram danos no DNA – entrem na fase S • Desencadeia mecanismos de Apoptose quando existe dano no DNA • Cerca de 50% de todos os Tumores Malignos humanos • Apresentam mutação ou deleção do gene TP53 • Muito invasivos • Muitas metástases • Identificadas: 1000 mutações diferentes no gene p53 em células tumorais humanas • Portanto: a proteína codificada pelo p53 é muito sensível a qualquer pequena modificação em sua sequência de aminoácidos. 3. BRCA1 e BRCA2 (BReast CAncer ou câncer de mama) Gene BRCA1 – Mama e câncer do ovário CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 Gene BRCA2 - Mama e pâncreas • Camundongos com estes genes eliminados Não sobrevivem além das fases iniciais da vida embrionária EUA – 0,5% das mulheres tem mutação em uma cópia do gene BRCA1 Portanto: suscetíveis ao câncer da mama pela possível mutação no único gene BRCA1 normal 4. Gene APC (Adenomatous Polyposis Coli ou polipose adenomatosa do cólon) • Presença de múltiplos pólipos no cólon (intestino grosso) • Adenomas pré malignos • Devem ser removidos por cirurgia – pois frequentemente se transformam em tumores malignos • Doentes – apresentam deleção de um pequeno segmento do cromossomo 5 - Onde se localiza o gene APC • Indivíduos com 1 deleção → Basta ocorrer mais uma mutação, no gene normal, para que cesse o efeito protetor dos genes APC → Aumenta a possibilidade do pólipo se transformar em maligno A. Progressão do tumor de intestino grosso (colorretal) pelo acúmulo de mutações – 10 a 20 anos B. Milhares de pólipos em um paciente com uma mutação do APC herdada. C. seção transversal de um pólipo Tumores causados por Vírus Vírus com genoma de DNA • possuem genes que codificam proteínas com função de remover o bloqueio para que a célula entre em mitose • São agentes oncogênicos muito fracos nos humanos Dois vírus de DNA oncogênicos nos humanos 1. Epstein-Barr (EPV) • É um herpes vírus que infecta as células B • Associado com carcinoma nasofaringeal 2. Vírus da hepatite B • Está associado ao carcinoma hepatocelular primário CF Uderley 3 de fevereiro de 2020 • Mais frequente tumor de fígado • Uma das neoplasias mais letais Vírus com genoma de RNA • Podem conter oncogenes, que são cópias defeituosas • De proto-oncogenes existentes nas células e adquiridos por esses vírus em infecções anteriores Vírus de RNA oncogênicos nos humanos • HTLV-1 (vírus linfotrópico para às células T humanas) Causa tipo incomum de leucemia • HTLV-2 - causa outra variante de leucemia • HIV Possuem um gene – tat - cujo produto parece controlar a replicação viral
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