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ENADE InformatIvo #eumandobem 2019 cursos de ciências econômicas INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 2 1 | OEA PREVÊ 5 MILHÕES DE IMIGRANTES VENEZUELANOS EM 2019 2 | COMO O BRASIL LIDA COM OS DIREITOS HUMANOS UNIVERSAL PARA QUEM? 3 | MERCADO DE TRABALHO PRECÁRIO ELEVA NÚMERO DE LARES SEM RENDA, DIZ IPEA SUMÁRIO INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 3 1 | OEA PREVÊ 5 MILHÕES DE IMIGRANTES VENEZUELANOS EM 2019 Segundo relatório, o fluxo migratório já se equi- para aos provocados por guerras como a da Síria e do Afeganistão. A Organização dos Estados Americanos (OEA) prevê mais de 5 milhões de imigrantes da Venezuela em 2019, um fluxo migratório equiparado aos provoca- dos por guerras como a da Síria e do Afeganistão, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (8). O grupo de trabalho da OEA sobre migrantes e refu- giados venezuelanos, criado em setembro por ini- ciativa do secretário-geral, Luis Almagro, apresentou um panorama sombrio em seu relatório preliminar. “Sem nenhuma mudança significativa que possa re- verter a crise econômica, política e social na Vene- zuela, o número total de imigrantes e refugiados poderá ficar em entre 5,39 e 5,75 milhões até o fi- nal de 2019”. Por France Presse INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 4 Se permanecer a atual tendência, o total de imigrantes e refugiados venezuelanos chegará a entre 7,5 e 8,2 milhões no final de 2020. “Os venezuelanos são a segunda população com mais refugiados no mundo, superados apenas pe- los sírios, que estão em guerra há sete anos”, disse Almagro. Vinte anos após a chegada ao poder de Hugo Chávez, falecido em 2013, a Venezuela está mergulha- da em uma crise econômica sem precedentes, e a presidência de Nicolás Maduro é questionada pelo líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino e reconhecido por mais de 50 países. O grupo de trabalho da OEA, coorde- nado pelo político de oposição vene- zuelano David Smolansky, destacou que a “magnitude e a velocidade” do fluxo migratório a partir da Venezue- la têm semelhanças com outras crises de migração, provocadas por guerras. A crise de refugiados na Síria, iniciada em 2011, gerou 6,3 milhões de des- locados em 2017. A guerra no Afega- nistão, que começou em 1978, pro- vocou em onze anos 6,3 milhões de refugiados. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 5 “A velocidade no crescimento do número total de imigrantes e refugiados venezuelanos é tão elevada como na crise síria em seus primeiros anos”, desta- ca o relatório. “Estamos vivendo as consequências de uma guerra sem ter guerra”, disse Carlos Vec- chio, embaixador de Guaidó nos Estados Unidos, durante a apresentação do relatório. Os imigrantes da Venezuela estão majoritariamen- te na Colômbia (1,2 milhão), Peru (700.000), Chile (265.800), Equador (250.000), Argentina (130.000) e Brasil (100.000). Smolansky disse que esta situação tem “cinco de- terminantes”: crise humanitária, violência generali- zada, controle social, violação dos direitos huma- nos e colapso econômico. O relatório revela que 87% dos lares venezuelanos estão abaixo da linha da pobreza, contra 50% em 1996, e informa que a pobreza extrema supera 60%. A taxa de homicídios é de 81,4 para cada 100.000 habitantes. Disponível em: <https://glo.bo/2PO5yNt>. Acesso em: 05 de abr. de 2019. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 6 2 | COMO O BRASIL LIDA COM OS DIREITOS HUMANOS Adotada após a Segunda Guerra Mundial, a Declara- ção Universal dos Direitos Humanos da ONU é consi- derada um marco legal na institucionalização desses direitos. Idealizado por representantes das esferas cul- tural e jurídica, o documento, que completa 70 anos em 2018, tem encontrado forte resistência e gerado debates acalorados no Brasil nos últimos anos. Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos, realizada no começo de abril de 2018, 66% dos brasileiros acredi- tam que os direitos humanos protegem mais os ban- didos do que as vítimas. Na região Norte, por exem- plo, essa percepção alcança 79%. “Existe uma narrativa construída para distorcer os di- reitos humanos”, ressalta Flavia Piovesan, integrante da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e ex- -secretária nacional dos Direitos Humanos. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 7 “Sou professora de Direito Constitucional, e minhas aulas sempre começam falando desse preconceito e de como podemos corrigi-lo. É fundamental dizer que direitos humanos são para todos, que dizem res- peito a uma vida digna”, analisa Piovesan, que tam- bém é docente na PUC-SP. UNIVERSAL PARA QUEM? Segundo o levantamento do Ipsos, 54% dos brasilei- ros concordam com a frase “os direitos humanos não defendem pessoas como eu”. Para Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, o falho acesso aos direitos humanos gera uma distor- ção em seu conceito básico de universalização. “Esses direitos ainda não são uma concretude na vida de cada pessoa, e o Brasil não os realiza como deve. Numa sociedade desigual, onde direitos de todos não são alcançados por todos, quem alcança é um privi- legiado. É uma população branca, urbana, que está em grande parte no Sudeste do país”, analisa. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 8 Para Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil, a desinformação em relação ao tema gera conclusões falsas. “Essa falta de compreensão, associada a recentes ataques por parte de lí- deres autoritários ou grupos que clamam defender a ‘maioria’, tende a alimentar a noção equivocada de que os defensores de direitos humanos defendem apenas ‘minorias’ – ou ainda, aqui no Brasil, ‘bandidos’ – e que, portanto, atuariam do lado destes contra a polícia, por exemplo”, diz. Canineu destaca que defender direitos humanos significa defender o respeito a valores básicos inerentes a todo ser humano, centrados na dignidade, que possibilitem a construção de uma sociedade justa e de- mocrática. “Mas significa também denunciar o Estado quando este excede o seu poder e se torna ele o violador dos direitos fundamentais do cidadão, como o direito à vida, à integridade física, a um processo justo e céle- re, à proteção contra a tortura e a violência, entre outros”, aponta. Para Canineu, ainda há grandes desafios para que esses direitos sejam integralmente implementados e ga- rantidos na prática. “Isso é visto, por exemplo, na segurança pública, em que se verificam altos índices de violência policial, execuções extrajudiciais, encarceramento em massa, presídios superlotados, enquanto tem sido difícil aprimorar investimentos em políticas de segurança efetivas para a população”, aponta. Entre janeiro e setembro do ano passado, 62 ativistas dos direitos humanos foram assassinados no Brasil, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em relatório divulgado pela Anistia Internacional. Disponível em: <http://bit.ly/301FHX5>. Acesso em: 05 de abr. de 2019. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 9 3 | MERCADO DE TRABALHO PRECÁRIO ELEVA NÚMERO DE LARES SEM RENDA, DIZ IPEA A situação ainda precária do mercado de trabalho, com manutenção de uma taxa de desemprego elevada e persistente, principalmente entre os brasileiros menos escolarizados, fez aumentar o número de lares no País sem renda alguma proveniente do trabalho ou com uma remuneração muito baixa. A informação faz parte de um levantamento divulgado nesta quarta- feira, 20, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo do Ipea levou em consideração dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo estudo, houve aumento na desigualdade salarial, com ganhos maiores para as famílias mais ricas do que para as de renda média e baixa. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 10 No quarto trimestrede 2017, 21,5% dos domicílios pesquisados pela Pnad Contínua não tinham nenhum morador desempenhando uma atividade remunerada no mercado de trabalho. Essa proporção subiu para 22,2% no último trimestre de 2018. Antes da recessão econômica, no quarto trimestre de 2013, 18,6% das residências não tinham moradores com ocupação remunerada. Na faixa de domicílios considerados de baixa renda, a proporção de lares nessa situação subiu de 29,8% no quarto trimestre de 2017 para 30,1% no quarto trimestre de 2018. No período pré-crise, no último trimestre de 2013, havia ainda menos residências na faixa de renda mais baixa: 27,5%. O Ipea ressaltou ainda que houve um aumento na desigualdade salarial, com ganhos maiores nos últimos dois anos para as famílias mais ricas do que para as famílias com renda média e baixa. Os dados desagregados de rendimentos, deflacionados pelo Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, mostram que, no quarto trimestre de 2014, a renda média domiciliar do trabalho nos lares mais ricos era 27,8 vezes maior que a média recebida pelas famílias da faixa de renda muito baixa. No último trimestre de 2018, a renda média domiciliar nos lares mais ricos foi 30,3 vezes maior que nos mais pobres. “Nos últimos dois anos, foi a faixa de renda alta que apresentou os maiores aumentos da renda, o que evidencia o aumento da desigualdade”, apontou o Ipea. Como consequência, o índice de Gini – medida de desigualdade de renda – registrou elevação de forma acentuada desde 2016, especialmente se considerada a renda domiciliar do trabalho como referência. O Índice de Gini mede a desigualdade numa escala de 0 a 1. Quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de renda. INFORMATIVO ENADE cursos de ciências econômicas 11 Segundo o Ipea, o índice de Gini da renda domiciliar do trabalho subiu de 0,514 no quarto trimestre de 2014 para 0,533 no mesmo trimestre de 2018. No caso da renda individual proveniente do trabalho, o índice subiu de 0,495 para 0,509 no mesmo período. “Os dados mais recentes mostram que, após ensaiar uma recuperação mais acentuada ao longo do primeiro semestre de 2018, o mercado de trabalho brasileiro voltou a apresentar um cenário de baixo dinamismo, caracterizado pela estabilidade da taxa de desemprego em patamar elevado e pela leve expansão da ocupação e da renda. Estes resultados pouco satisfatórios, entretanto, não chegam a surpreender, tendo em vista que são compatíveis com a lenta trajetória de retomada da economia brasileira”, explicou o Grupo de Conjuntura do Ipea, no estudo sobre o mercado de trabalho. [...] Disponível em: <http://bit.ly/2J369KV>. Acesso em: 05 de abr. de 2019.
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