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Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Uma manifestação violenta e inesperada de rompimento do equilíbrio, da normalidade, podendo ser observada em qualquer atividade humana. Um evento ou situação crucial que exige uma resposta especial da Instituição, a fim de assegurar uma solução aceitável. CRISE Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Metodologia que se utiliza de uma sequência lógica para resolver problemas que são fundamentados em possibilidades. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Gerenciamento de crises não é uma ciência exata, pois cada crise apresenta características exclusivas, demandando soluções particulares, que exigem uma cuidadosa análise e reflexão. Gerenciamento de crises é um saber que deve ser utilizado em um tempo restrito e não calculado, pois vidas estão em jogo, diante dos mais diversos problemas sociais, econômicos, políticos e ideológicos da humanidade. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Imprevisibilidade Compressão do tempo Ameaça à vida. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES IMPREVISIBILIDADE A crise é não-seletiva e inesperada, isto é, qualquer pessoa ou instituição pode ser atingida a qualquer instante, em qualquer local, a qualquer hora. Sabemos que ela vai acontecer, mas não podemos prever quando. Portanto, devemos estar preparados para enfrentar qualquer crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES COMPRESSÃO DO TEMPO Embora as crises possam durar vários dias, os processos decisórios que envolvem discussões para a adoção de posturas no ambiente operacional devem ser realizados, em um curto espaço de tempo. As ocorrências de alta complexidade impõem às autoridades responsáveis pelo seu gerenciamento: urgência, agilidade e rapidez nas decisões. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES AMEAÇA À VIDA Sempre se configura como elemento de um evento crítico (decisivo), mesmo quando a vida em risco é a do próprio causador da crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES POSTURA ORGANIZACIONAL NÃO-ROTINEIRA A necessidade de uma postura organizacional não-rotineira é de todas as características essenciais, aquela que talvez cause maiores transtornos ao processo de gerenciamento. É a única que os efeitos podem ser minimizados, graças a um preparo e a um treinamento prévio da organização para o enfrentamento de eventos críticos. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES PLANEJAMENTO ANALÍTICO ESPECIAL E CAPACIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO A análise e o planejamento, durante o desenrolar de uma crise, são consideravelmente prejudicados por fatores, como a insuficiência de informações sobre o evento crítico, a intervenção da mídia e o tumulto de massa geralmente causado por situações dessa natureza. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES CONSIDERAÇÕES LEGAIS ESPECIAIS Além de reflexões sobre temas, como: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, responsabilidade civil, etc., o aspecto da competência para atuar é aquele que primeiro vem à cabeça, ao se ter notícia do desencadeamento de uma crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES A ameaça de vida deve ser observada como um componente essencial do evento crítico, mesmo quando a vida em risco é a do próprio indivíduo causador da crise. Exemplo: se alguém ameaça se jogar do alto de um prédio, buscando suicidar-se, essa situação é caracterizada como uma crise, ainda que inexistam outras vidas em perigo. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Necessidade de muitos recursos para sua solução; Baixa probabilidade de ocorrência e de graves consequências; Desordenamento; Necessidade de acompanhamento próximo e detalhado, tanto pelas autoridades como pela comunidade e pela mídia. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES DOUTRINA DE GERENCIAMENTO DE CRISES ASPECTOS CONCEITUAIS Objetivos Preservar vidas Aplicar a lei Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES A preservação de vidas deve ser prioridade para os responsáveis pelo gerenciamento de uma crise, sendo colocada acima da própria aplicação da lei. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Decisões desde as mais simples às mais complexas vão sendo tomadas a todo o momento pelo gerente da crise; Estratégias, técnicas e táticas utilizadas pela polícia, bem como as limitações jurídicas enfrentadas. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES A avaliação da classificação do grau de risco deve ser uma das primeiras ações a ser mentalizada pelo gerente da crise. a doutrina do FBI estabelece uma escala de risco ou ameaça que serve de padrão para a classificação da crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES 1º Grau – ALTO RISCO 2º Grau – ALTÍSSIMO RISCO 3° Grau – AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA 4° Grau – AMEAÇA EXÓTICA Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES NÍVEIS DE RESPOSTA Os níveis de resposta correlacionam-se com o grau de risco do evento crítico, ou seja, o nível de resposta sobe gradativamente na escala hierárquica, na medida em que cresce o vulto da crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES 1º Tipo - Criminoso comum 2º Tipo - O emocionalmente perturbado 3º tipo - O terrorista por motivação política Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES 1º TIPO - CRIMINOSO COMUM Também conhecido como contumaz, ou criminalmente motivado - é o indivíduo que se mantém através de repetidos furtos e roubos e de uma vida dedicada ao crime. Essa espécie de criminoso, geralmente,provoca uma crise por acidente, devido a um confronto inesperado com a Polícia, na flagrância de alguma atividade ilícita. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Com a chegada das polícias, o indivíduo agarra a primeira pessoa ao seu alcance como refém, e passa a utilizá-la como garantia para a fuga, neutralizando, assim, a ação dos policiais. O grande perigo desse tipo de causador de evento crítico certamente está nos momentos iniciais da crise. Em média, os primeiros quarenta minutos são os mais perigosos. Esse tipo de causador de crise representa a maioria dos casos ocorridos no Brasil. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES 2º TIPO - O EMOCIONALMENTE PERTURBADO Pode ser um indivíduo com alguma psicopatia ou simplesmente alguém que não conseguiu lidar com seus problemas de trabalho ou de família, ou que esteja completamente divorciado da realidade. Algumas doutrinas chamam este último como incidente doméstico, já que normalmente envolve as relações familiares. Estatisticamente, nos Estados Unidos, esse é o tipo de indivíduo que causa a maioria dos eventos críticos. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Brigas domésticas, problemas referentes à custódia de menores, empregados revoltados ou alguma mágoa com relação a uma autoridade podem ser o estopim para a prática de atos que redundem em crises. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES 3º TIPO - O TERRORISTA POR MOTIVAÇÃO POLÍTICA Apesar de não ostentar uma liderança estatística, essa espécie de causadores de eventos críticos é a que causa maior estardalhaço. A própria essência desses eventos, geralmente cuidadosamente planejados por grupos com motivação política ou ideológica, a repercussão e a divulgação constituem, na maioria das vezes, o principal objetivo da crise; Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Revela-se como uma oportunidade valiosa para críticas a autoridades constituídas e para revelação dos propósitos ou programas do grupo. Um subtipo dessa categoria de causadores de eventos críticos é o terrorista por motivação religiosa. É difícil lidar com esse tipo de elemento, porque não pode haver nenhuma racionalização através do diálogo, o que praticamente inviabiliza as negociações. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Ele não aceita barganhar as suas convicções e crenças. O campo de manobra da negociação fica reduzido a tentar convencer o elemento de que, ao invés de morrer pela causa, naquele evento crítico, seria muito mais proveitoso sair vivo para continuar a luta. Para esse tipo de causador de crise pode parecer, em dado momento, ser mais conveniente sair da crise carregado nos braços dos seus seguidores como um herói. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Alternativas Táticas Negociação; Técnicas não letais; Tiro de comprometimento; Invasão tática. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES NEGOCIAÇÃO CONTER, ISOLAR E NEGOCIAR Essas primeiras medidas ou ações-resposta são tomadas quase que, ao mesmo tempo, não havendo, na maioria das vezes, uma perfeita distinção cronológica entre elas. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Na medida em que a ameaça é contida e é feito o isolamento do ponto crítico, a autoridade policial já procura estabelecer os primeiros contatos com os elementos causadores da crise, objetivando o início da negociação. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES “A negociação é quase tudo no gerenciamento de crises. Ressalta também que: “gerenciar crises é negociar, negociar e negociar. E quando ocorre de se esgotarem todas as chances de negociações, deve-se ainda tentar negociar mais um pouquinho . . .”. Monteiro (1994) Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES A negociação pode ser real ou tática. Real também chamada de Técnica É o processo de convencimento de rendição dos criminosos por meios pacíficos, trabalhando a equipe de negociação com técnicas de psicologia, barganha ou atendimento de reivindicações razoáveis. Tática É o processo de coleta e análise de informações para suprir as demais alternativas táticas, caso sejam necessários os seus empregos, ou mesmo para preparar o ambiente, reféns e criminosos para este emprego. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Essa alternativa tática, com o passar do tempo e seu emprego, tem mostrado que os equipamentos tidos como não letais, se forem mal empregados, podem ocasionar a morte, além de não produzir o efeito desejado. TÉCNICAS NÃO LETAIS Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Podemos citar como exemplo, a utilização do cartucho plástico calibre 12, modelo AM 403, da marca Condor, possuindo um formato cilíndrico, além de ser feito de uma espécie de borracha, conhecida como elastômero, que, se for utilizado numa distância inferior a 20 metros, pode produzir ferimentos graves ou até mesmo letais. O fabricante recomenda a utilização em distâncias de 20 metros, fazendo com que, se tal agente não letal for usado numa distância acima do recomendado, não produzirá as fortes dores que se deseja produzir para alcançar a intimidação psicológica e o efeito dissuasivo de manifestantes. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Conjunto de conhecimentos e princípios científicos utilizados na produção e emprego de equipamentos não letais. TECNOLOGIAS MENOS LETAIS Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Projetadas e empregadas especificamente para incapacitar pessoal ou material, minimizando mortes, ferimentos permanentes, danos à propriedade e comprometimento do meio ambiente. ARMAS NÃO LETAIS Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES O objetivo é causar a redução da capacidade operativa e/ou combativa do agressor ou oponente. MUNIÇÕES NÃO LETAIS Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escolade Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Alternativa tática de fundamental importância para resolução de crises envolvendo reféns localizados. A aplicação dessa alternativa tática necessita de uma avaliação minuciosa de todo o contexto, sobretudo, do polígono formado pelo treinamento, armamento, munição e equipamento, que são os elementos fundamentais para que o objetivo idealizado seja alcançado. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Em situações de crises, o atirador de elite fica posicionado, sem ser visto, ao mesmo tempo em que é possuidor de uma ampla visão do cenário em que se desenrola a ação. Ele está sempre em contato com o gerente da crise, através de sistema de rádio, e este repassa tais informações aos negociadores e para o grupo de inteligência, visando o bom andamento da ocorrência. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES A invasão tática representa, em geral, a última alternativa a ser empregada em uma ocorrência com reféns localizados. Isso ocorre porque o emprego da invasão tática acentua o risco da operação, aumentando, como consequência, o risco de vida para o refém, para o policial e para o transgressor da lei. INVASÃO TÁTICA Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Só se admite a aplicação dessa alternativa tática quando, no momento da ocorrência, o risco em relação aos reféns se torna um risco ameaçador à integridade física dos mesmos ou ainda quando, na situação em andamento, houver uma grande possibilidade de sucesso do time tático. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Os perímetros táticos, também chamados perímetros de segurança, são um assunto de relativa simplicidade, mas que, devido à sua enorme importância para a disciplina de Gerenciamento de Crises, merecem e precisam ser destacados. PERÍMETROS TÁTICOS Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES O perímetro tático interno é um cordão de isolamento que circula no ponto crítico, formando o que se denomina de zona estéril. No seu interior, somente devem permanecer os perpetradores, os reféns (se houver) e os policiais especialmente designados e ninguém mais. PERÍMETROS INTERNO Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES O perímetro tático externo é destinado a formar uma zona tampão entre o perímetro interno e o público. Nele ficam instalados o posto de comando (PC) do gerente da crise e o posto de comando tático (PCT) do comandante do grupo tático. PERÍMETROS EXTERNO Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES O isolamento do ponto crítico executa-se através dos chamados perímetros táticos. É praticamente impossível uma crise ser gerenciada sem eles. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Ficam instalados o posto de comando (PC) do gerente da crise e o posto de comando tático (PCT). PERÍMETRO TÁTICO EXTERNO Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES De sua organização e operacionalidade dependem o fluxo de decisões e o próprio êxito da ação durante o evento crítico. É apresentado um esboço de princípios fundamentais de operação e organização de um Posto de Comando, baseado em pressupostos doutrinários. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Posto de comando Posto de Comando - PC é o quartel-general de campo do comandante da cena de ação. Centro de Operações Táticas é o quartel-general de campo do comandante do grupo tático. Também chamado de Posto de Comando Tático – PCT, deve ser localizado no interior do perímetro externo ou junto com o próprio PC. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Posto de comando É uma organização de pessoas com cadeia de comando baseada na divisão de trabalhos e tarefas pré-determinados. Funções desempenhadas: • Colher informações; • Processar informações (coleta, análise e difusão); • Aplicar informações, mediante o planejamento e o auxílio à tomada de decisões; • Agir e reagir, mediante a implementação de planos e decisões e a coordenação de ações; e • Apoiar todas as funções acima, por intermédio de um trabalho de logística e de administração. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Em uma crise, a tensão é máxima, especialmente quando ela eclode composta pelos fatores delinquentes e reféns. Instala-se uma balbúrdia generalizada e a ocorrência atrai curiosos, a imprensa e autoridades políticas para o local, porque é de grande destaque. Em razão disso, surgem muitas dificuldades no Teatro de operações. DIFICULDADES NO TEATRO DE OPERAÇÕES Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Outras dificuldades que se apresentam no local da crise têm relação com: preparações prévias referentes à aquisição de equipamento; conhecimento técnico de comportamento a serem adotados para a solução do evento crítico. A eliminação desses problemas deve ocorrer em um período da organização, chamado de pré-confrontação. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES MANUTENÇÃO DO ISOLAMENTO A solução satisfatória de uma crise começa por um bom isolamento da ocorrência, por isso, o estabelecimento e a preservação dos perímetros, interno e externo, devem ser preocupação constante do comandante do Teatro de operações ou do profissional incumbido dessa responsabilidade. É comum pessoas ou representantes da imprensa tentarem romper os limites dos perímetros para melhor visualização da cena do crime. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Durante um processo de negociação, diversos componentes podem ser colocados como moeda de troca para a liberação dos reféns e dar um ponto final à crise. Exemplo: é possível e muito comum, meliantes exigirem a presença de determinada autoridade para se entregarem. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Na concepção do infrator, a presença de uma autoridade que não seja policial, geralmente um juiz, um advogado ou um promotor, garantirá sua integridade física e, naquele momento da crise, ele já percebeu que não há outra saída senão liberar os reféns e entregar-se. Porém, o medo o impede de assim proceder. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa SocialEscola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Símbolo de oportunismo, vedetismo ou ignorância, as ingerências externas, em via de regra, contrastam com a aplicação de técnicas previstas nos manuais e livros. Em ocorrências com reféns, a convergência de holofotes é total para a cena do crime. INGERÊNCIAS EXTERNAS Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Apesar de ser o órgão mais qualificado para tomar providências e desenvolver ações em momentos de crise, a polícia, por vezes, se vê impossibilitada de atuar para resolver o conflito por ordens de pessoas não qualificadas. FALTA DE AUTONOMIA DA POLÍCIA Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES O papel da imprensa, nos dias atuais, é informar a população de todos os problemas que afligem a sociedade. Instrumento de utilidade pública, ela cumpre relevante papel social: torna o cidadão consciente de seus direitos voltados para a consolidação de sua cidadania. A mídia, no Brasil, na busca de ganhar público, valoriza demais as ocorrências com reféns, com criação de mitos A IMPRENSA Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES 1. Pré-confrontação 2. Resposta imediata 3. Plano específico 4. Resolução Fases de confrontação Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES É a fase que antecede à eclosão de um evento crítico. Durante essa fase, a instituição se prepara, administrativamente, em relação à logística, operacionalmente através de instruções e operações simuladas, planejando-se para que possa atender qualquer crise que vier acontecer na sua esfera de competência. PRÉ-CONFRONTAÇÃO E A RESPOSTA IMEDIATA Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES No planejamento devem ser considerados como pontos mais importantes: • a aquisição de material especializado; • seleção de efetivo; • treinamento de todos os elementos envolvidos cabendo também a difusão doutrinária; • elaboração de estudos de casos; • e roteiros de gerenciamento. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Aquisição de equipamentos/materiais Aquisição de viaturas especializadas para ocorrências de alta complexidade; de equipamentos de comunicação – neste caso até de escuta telefônica; equipamentos de proteção individual para os policiais e outros agentes envolvidos. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Os profissionais diretamente responsáveis pela gerência de crise deverão nesta fase de pré-confrontação procurar novos equipamentos e materiais que possam auxiliá-los na redução de tempo para resolução da crise e, até mesmo, que possam fundamentá-los no processo de tomada de decisão com escopo de observar os princípios do uso progressivo da força. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Seleção de efetivo As organizações policiais costumam responder mediante duas abordagens básicas de gerenciamento: Abordagem ad hoc ou casuística • Consiste em reagir aos eventos críticos mediante uma mobilização de caso a caso. • Corre-se o risco de haver problemas de entrosamento e eficiência, da não localização de autoridades, bem como da falta de estabelecimento de uma unidade de comando. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Abordagem permanente ou de comissão • Adota a praxe de manter um grupo de pessoas previamente designado, o qual é acionado tão logo se verifique uma crise. •Na abordagem permanente, além de possibilitar o entrosamento entre os participantes, mostra-se eficiente na definição do papel de cada um dos componentes do grupo de gerenciamento. •Nessa abordagem é que se torna necessária a seleção criteriosa do efetivo policial, da definição de quais autoridades públicas deverão operar, em conjunto, com o órgão policial, bem como os seus papéis. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Treinamento Fator crucial na fase da pré-confrontação ; é a regularidade do treinamento que deve ser realizado, em conjunto, com todas as pessoas com responsabilidades afins ao gerenciamento de crises participando com o escopo de garantir a aquisição de uma boa inter-operacionalidade quando da ocorrência de crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES o preparo ou aprestamento deve abranger todos os escalões da organização policial, através de uma sistemática de difusão e ensinamento dos princípios doutrinários do gerenciamento de crises, seguidos de treinamento e ensaios que possibilitem o desenvolvimento de habilidades e aptidões em três níveis distintos, a saber: o individual, o de grupo e o de sistema. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Resposta imediata ou ação primeiras ações a serem tomadas, imediatamente após o início de um incidente de alta complexidade. todo agente deve conhecer o gerenciamento de crises e saber qual sua importância para tomar as medidas iniciais da maneira mais apropriada, de forma que possa preparar o local do teatro de operação para os responsáveis diretos pelo gerenciamento Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Solicitar apoio Simultaneamente à contenção, o primeiro agente a se deparar com uma crise deve informar a central de operações o acontecido. Dentro do possível ele deve informar qual o ato criminoso cometido, a quantidade de perpetradores, quantidade de armas, de reféns, local exato onde se encontram melhores via de acesso ao local. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Isolar A ação de isolar o ponto crítico, que se desenvolve praticamente ao mesmo tempo em que a de conter a crise, consiste em delimitar o local da ocorrência interrompendo todo e qualquer contato dos sequestradores e dos reféns (se houver) com o exterior. Limita a entrada de alimentos, energia elétrica e contato telefônico. Os perpetradores devem ser isolados de forma que se imponha a eles a sensação de estarem completamente sozinhos. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Manter contato sem concessões e promessas Esse primeiro contato, aqui não foi chamado negociação porque é necessário que não haja concessões e promessas não necessariamente, a negociação será tomada por um negociador treinado. Subsecretaria de Promoção da Qualidadee Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES PLANO ESPECÍFICO Análise da situação Dada a resposta imediata, com a contenção e o isolamento da ameaça e o início das negociações, principia- se a fase do Plano Específico, que é aquela em que o comandante da cena de ação procura encontrar a solução do evento crítico. O papel das informações (inteligência) é preponderante. As informações colhidas e devidamente analisadas é que vão indicar qual a solução para a crise. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Estratégias a aplicar para a manutenção do controle da área crítica: • Conservar e reforçar os perímetros táticos, ampliando-os e adaptando-os, se necessário, à ação tática escolhida; • Alertar os elementos da patrulha dos perímetros táticos para protegerem, no caso de previsão de tiroteio; • Providenciar, antes do início da Resolução, o posicionamento de ambulâncias, helicópteros, pessoal médico e paramédicos para socorro de eventuais feridos; Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES O PLANO DE RENDIÇÃO OU RESOLUÇÃO O Plano de Rendição ou Resolução é a última fase do gerenciamento de uma crise. Nele se executa e implementa o que ficou decidido durante a fase do Plano Específico. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Várias podem ser as soluções encontradas para um evento crítico: a rendição pura e simples dos bandidos; a saída negociada; a resiliência das forças policiais; o uso de força letal; ou, até mesmo, a transferência da crise para um outro local. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES A resolução se impõe como uma imperiosa necessidade para que a solução da crise ocorra exatamente como foi planejado durante a fase do Plano Específico e sem que haja uma perda do controle da situação. A crise, como evento crucial, costuma apresentar, durante todo o seu desenrolar, ciclos de perigo de maior ou menor intensidade, que variam em função dos acontecimentos que se sucedem e, principalmente, do estado emocional das pessoas envolvidas. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Em casos de rendição • Usar de cautela. A rendição tem que ser bem orquestrada para evitar surpresas. Um movimento inesperado pode ser mal interpretado tanto pelos policiais quanto pelos bandidos e resultar numa catastrófica reação em cadeia; • O Plano Específico há de ser formulado, ensaiado e executado pelo grupo tático. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Quando for usada a força letal • Incapacitar e controlar os bandidos; • Controlar os reféns (se houver); • Manter o ponto crítico sob controle, evitando invasões de estranhos; • Socorrer os reféns, mantendo-os sempre escoltados; Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES • Evacuar os reféns e os bandidos, mantendo esses últimos algemados e em local seguro; • Identificar com segurança todos os reféns, mantendo o controle da situação até que todas as verdadeiras identidades sejam confirmadas e cuidando para que os bandidos não se façam passar por reféns. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES Na volta à normalidade ou fase de pós-evento • Reunir os policiais para avaliar a situação e dar início à desmobilização; • Providenciar a remoção de armas, explosivos, munições e quaisquer outros equipamentos de segurança utilizados na operação; • Realizar um último “briefing” (coleta de dados – instruções) com a mídia; • Desativar o PC. Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - EFES BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Curso de Gerenciamento de Crises. Brasília, 2008.
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