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PERGUNTAS - AV3 DE NEY - Rubis (sociólogo) Doutor rubis, na teoria da anomia, Robert Merton explica a origem do comportamento desviado, onde as classes menos favorecidas que cometem a maioria das infrações penais devido a insuficiência dos meios institucionalizados, porém ele foi duramente criticado por falar que o crime de colarinho branco é praticado pelo sujeito que não conseguiu interiorizar as regras de convivência. Já Edwin Sutherland em sua teoria da associação diferencial, diz que o crime não consiste apenas em uma inadaptação de pessoas pertencentes as classes menos favorecidas, mas que ele é aprendido mediante comunicação com outras pessoas. O senhor poderia nos explicar um pouco mais sobre essa teoria ? - Rebeca (professora de sociologia da UNIJORGE) Professora, Edwin Sutherland foi o sujeito que rompeu com essa barreira preconceituosa de que crime estaria associado a pobreza e foi ele quem trouxe a expressão crime de colarinho branco, no final da década de 30. Nós sabemos que a lei do colarinho branco é ainda do governo de José Sarney, lá da década de 80, a 33 anos atrás, isso é uma clara demonstração de que esse problema no Brasil não é de hoje, aliás, vê antes da década de 30, sendo assim, podemos dizer que a criminalidade de colarinho branco é estrutural ? - Vanessa (secretária da cultura da Bahia) Secretária, De acordo com Baratta, “Sutherland contribui para a ideia das subculturas criminais principalmente, com as formas de análise do comportamento criminoso, e do aprendizado das várias associações diferenciais que o indivíduo tem com outros indivíduos ou grupos”. Neste sentido, poderia nos esclarecer de que forma Sutherland evoluiu com o desenvolvimento a teoria da associação diferencial? Satle quebrou o paradigma de teorias anteriores onde à criminalidade e pobreza eram diretamente ligados, através da evidenciação do fenômeno dos crimes de colarinho branco, expressão que ele utilizou durante seu discurso no evento nacional de sociologia que ocorreu em 27.12.1939, no qual ele era presidente da sociedade norte America de sociologia. Neste sentido, ele passa a investigar processos para desconstruir as teorias onde o crime estava vinculado a questões biológicas, psíquicas ou sociológicas e focou em um relevante campo de pesquisa que foi a criminalidade de indivíduos de classe social alta no exercício de sua profissão, buscou de forma empírica explicar cientificamente essa espécie de delito já que nenhuma outra teoria até aquele momento havia esclarecido essa espécie de crime, então ele passou 10 anos investigando sobre as ações praticadas de mais 70 grandes empresas americanas e diferentemente das criminologias tradicionais, ele não focou unicamente em documentos criminais, ele estudou também documentos administrativos, documentos civis e através dessas pesquisas ele conseguiu comprovar que grandes empresas e seus executivos fraudavam, criavam cartéis e combinavam preços e lesavam milhares de pessoas. Dessa forma ele também mostrou que esse tipo de crime raramente eram investigados, identificados ou punidos, ele fez uma critica social mostrando a diferença de tratamento do sistema penal e chegou aos três principais fatores do por que o crime de colarinho branco dificilmente é punido. - Raio de luar (Advogada) Advogada raio de luar, nós sabemos que há uma seletividade penal pela perspectiva do combate aos crimes de colarinho branco. Você poderia nos explicar qual é o fato motivador que limita e por vezes impede os crimes de colarinho branco e seus agentes ingressarem no sistema penal ? - Saulo (Professor de Criminologia da Unijorge) Deputado, nós temos a lei de crime de responsabilidade, a lei da transparência, a lei de improbidade administrativa, temos o próprio código Penal que trabalha dezenas de tipos penais relacionados à corrupção, dentre muitas outras leis. Eu queria entender se a gente realmente precisa mesmo de tanta lei assim ou há uma redundância entre elas ? Até porque apesar de termos leis fartas , nós temos uma sociedade que pede cada vez mais leis, leis mais duras para o colarinho branco e para muitos outros crimes.
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