CONTRAPISOS - CONSTRUÇÃO CIVIL 2

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 UNIVERSIDADE DE SOROCABA
 PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
 CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
 Jéssica Letícia Gama
 CONTRAPISOS
 Sorocaba/SP
 2020
 Jéssica Letícia Gama
 CONTRAPISOS
Relatório do curso de graduação em Engenharia Civil, da matéria de Construção Civil 2, o qual compõe parte da nota para ser aprovado (a) na disciplina.
Orientador: Profº. Mário Sérgio Killian.
 Sorocaba/SP
 2020
 RESUMO
O estudo dos contrapisos na construção civil é de grande importância, embora não receba a devida atenção, sendo encarada como uma atividade secundária e realizada sem que, na maioria das vezes, seja considerado algumas características e propriedades que interferem diretamente em seu desempenho. Os resultados obtidos então, acabam por ser ineficientes, resultando em espessuras elevadas, consumo excessivo de aglomerantes e sem permitir um controle de qualidade durante a produção. Por isso a necessidade de conhecer os parâmetros de projeto à respeito das funções que o contrapiso deve desempenhar, suas características e finalidades, e ainda a dosagem adequada, as técnicas de execução utilizadas, os materiais e a mão de obra, para que possam ser aplicadas de acordo com as necessidades de cada situação. 
Palavras-chave: Contrapiso. Construção civil. Desempenho. Aglomerante. 
 ABSTRACT
The study of sub-floors in civil construction is of great importance, although it does not receive due attention, being seen as a secondary activity and carried out without, in most cases, considering some characteristics and properties that directly interfere in its performance. The results obtained then turn out to be inefficient, resulting in high thicknesses, excessive consumption of binders and without allowing quality control during production. Therefore, the need to know the design parameters regarding the functions that the subfloor must perform, its characteristics and purposes, as well as the proper dosage, the execution techniques used, the materials and the labor, so that they can be applied according to the needs of each situation.
Keywords: Counterfloor. Construction. Performance. Binder.
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	06
DESENVOLVIMENTO	07
1.1. Definição................................................................................................07
1.1.1. Funções e finalidades......................................................................07
1.1.2. Características e propriedades........................................................07
1.1.3. Outros parâmetros para a sua produção.........................................08
1.1.4. Características dos contrapisos.......................................................08
1.1.5. Diretrizes para o controle de qualidade de execução.....................08
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS	09
REFERÊNCIAS	10
1. INTRODUÇÃO
 Muitas evoluções significativas vêm ganhando espaço e sendo incorporadas no ramo da construção civil. O desenvolvimento de novos materiais e tecnologias que buscam melhorar as condições de vida e trabalho do homem acompanha a humanidade há milhares de anos. Existem muitas diferenças entre os países no que se diz respeito aos métodos construtivos, seja pelas necessidades apresentadas e pelo conhecimento adquirido e difundido. O fato é que, embora algumas novidades estejam sendo testadas, esse setor no Brasil ainda se mostra muito artenasal.
 No caso dos contrapisos, um dos subsistemas na produção de um edifício, é necessário de um grande desenvolvimento tecnológico, pois são empregadas técnicas e práticas de execução que foram repassadas ao longo do tempo, perdendo assim qualidade e obtendo procedimentos e resultados ineficientes.
 Segundo Fiorito (2009), o contrapiso é constituído de argamassa de cimento e areia com impermeabilizante, ou cimento, cal e areia, que tem a função de tirar as imperfeições da superfície do concreto simples, sendo assim uma camada niveladora. Sua espessura varia de obra para obra. Se a superfície do concreto estiver mal acabada ou se forem projetadas canalizações para tomadas ou telefones, o contrapiso será mais espesso e dependendo do método de assentamento adotado, se convencional ou colado com argamassa colante, o contrapiso poderá ser ou não fonte de água causadora de eflorescência, entre outras patologias na edificação.
 Nos dias de hoje, são poucos os recursos disponíveis para padronizar os projetos elaborados e uma execução correta, pois não existe norma nacional específica, gerando assim o desconhecimento do material e abrindo espaço para que diversas técnicas de execução sejam empregadas, sem um controle de qualidade. 
 Por conta desse quadro de carência tecnológica se procura cada vez mais soluções técnicas que possibilitem a melhora do cenário, da qualidade oferecida nas construções, garantia de mão de obra qualificada e a redução de insumos e gastos no processo tradicionalmente realizado, que necessitado ser aperfeiçoado.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Definição 
 Para que seja possível definir o contrapiso é necessário definir os processos que estão diretamente envolvidos no desempenho, como as suas funções e características, e também a base sobre a qual o mesmo será aplicado e os materiais que serão utilizados, como o tipo de revestimento, argamassa, entre outros. Importante destacar também a necessidade de se conhecer as solicitações previstas em projeto e as técnicas que serão usadas na execução.
2.1.1. Funções e finalidades
 Eliminar irregularidades da base, formar e/ou corrigir caimentos, embutir instalações, criar desníveis entre ambiente, melhorar o isolamento térmico e acústico, ajudar na aderência e fixação dos pisos e servir até como barreira de estanqueidade são as principais finalidades dos contrapisos.
2.1.2. Características e propriedades
 Certas características e propriedades devem ser apresentadas pelos contrapisos para que desempenhem suas funções, como as condições superficiais, que são responsáveis pela aderência do piso e revestimento de piso; a aderência, que é a capacidade de absolver deformações por conta das solicitações de uso; a resistência mecânica, que é a capacidade de manutenção do próprio contrapiso por conta das solicitações durante a execução e sua utilização; a capacidade de absorver deformações, que o contrapiso deve apresentar ao se deformar sem apresentar fissuras que venham a comprometer o seu desempenho; a compacidade, que determina a capacidade do contrapiso em resistir ao esmagamento, a mesma podemos definir pela relação entre o volume de vazios da argamassa e o seu volume total; e a durabilidade. 
2.1.3. Outros parâmetros para a sua produção
 Os seguintes parâmetros também devem ser considerados para definir um contrapiso: as características da base, para que possamos definir o tipo de contrapiso, conhecendo a sua resistência, deformidade, o acabamento superficial e o nivelamento da base; as características dos materiais, para que seja possível definir a argamassa, considerando sua granulometria e teor de finos; as solicitações de obra, conhecendo assim a época em que o contrapiso será executado, verificando grau de exposição e o tempo; e as características do revestimento de piso, para determinar os desníveis, a espessura e a aderência que deve apresentar.
2.1.4. Classificação doscontrapisos 
 Temos o contrapiso aderido, que tem total aderência com a base, e por trabalhar em conjunto com a laje, se consegue pequenas espessuras (20 e 40 mm); o não aderido, onde a aderência com a base não é essencial, dispensando assim limpeza e o preparo da base, mas obtendo assim uma espessura maior, superior a 35 mm; e o contrapiso flutuante, que tem a presença de camadas intermediárias de isolamento e impermeabilização, o que impede a sua aderência, obtendo uma espessura que varia de 40 a 70 mm. 
2.1.5. Diretrizes para o controle de qualidade de execução
 Segundo Mercia, é necessário que se tenha um programa de controle de qualidade de produção que se inicia com a aquisição dos materiais básicos, realizando assim uma compra técnica, garantindo a qualidade. Só então passa-se à produção do contrapiso. Considerando que essas etapas tenham sido implantadas, segue-se então mais quatro etapas, que são elas: o controle normal de execução (CNE), o controle normal de aceitação (CNA), o controle especial de aceitação, que é feito em duas fases (controle especial de aceitação 1 e 2) e, por fim, o controle do processo. O controle desde a execução dos contrapisos, instalações hidro-sanitárias e revestimentos, verificação dos níveis, sempre atendendo ao projeto e corrigindo imediatamente os serviços necessários. Vale destacar que os mesmos foram propostos a partir do atual cenário da construção civil, podendo ser feitas alterações posteriores, com os avanços que forem alcançados.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 É realmente necessário que as etapas para o controle de qualidade de execução sejam aplicadas, sempre sob supervisão de um técnico responsável. Dessa forma, evitaríamos tantos gastos desnecessários e problemas que sempre surgem por conta da falta de atenção, cuidado e planejamento até nos mínimos detalhes. 
 Nosso país tem uma cultura de sempre buscar pelo que é mais fácil e barato, esquecendo de levar em conta diversos fatores dos serviços. A princípio pode sair barato, mas com o tempo o barato sai caro, pois é necessário arcar com as consequências e correr atrás de manutenção ou até mesmo de refazer algo que foi realizado incorretamente, com perda de qualidade. 
 Se todo esse cuidado for aplicado, usando a tecnologia para um melhor desenvolvimento, garantindo qualidade, treinando mão de obra, o que também trará uma mentalidade voltada a isso e poupando tempo e recursos, revertemos a situação atual. 
REFERÊNCIAS
BARROS, Mercia Maria Semensato Bottura de. Tecnologia de produção de contrapisos para edifícios habitacionais e comerciais. São Paulo: 1991. 
FIORITO, Antonio J. S. L. Manual de argamassas e revestimentos: estudos e procedimentos de execução. 2. Ed. São Paulo: Pini, 2009. 
RIPPER, Ernesto. Manual prático de materiais de construção: recebimento, transporte interno, estocagem, manuseio e aplicação. 1. Ed. São Paulo: Pini, 1995.