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liberalismo de loock

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Introdução
O liberalismo está alicerçado no princípio de liberdade individual e fundamentado na racionalidade iluminista que representa o rompimento com a ideia de revelação e providência divina. E parte do pressuposto de que o homem é totalmente livre para objetivar-se por si só.
No pensamento liberal, a razão torna-se o instrumento de emancipação humana. Ao invés da participação política na polis ou de qualquer outra coisa, a razão torna-se o meio de efetivar o homem enquanto tal. Ele passa a ser visto como indivíduo, não apenas como membro de um corpo social ou político. Nesse sentido, ele passa a ter uma existência pré-social e pré-política. Numa tal situação, chamada por Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, entre outros, de “estado de natureza”, o homem possui direitos naturais, que precisam ser respeitados mesmo quando abandona este estado, ou seja, quando passa a fazer parte de alguma comunidade política. E a implantação de um estado de sociedade, em contraponto ao estado de natureza. Com isso vamos dar ênfase os autores de tal pensamento.
John Locke
John Locke foi um importante filósofo britânico, nascido no século XVII, que trouxe grandes contribuições para o pensamento da época, tanto em filosofia política quanto em epistemologia. Pertencente a uma família burguesa, formou-se em medicina em Oxford e foi médico e mentor do lorde Shaftesbury, o líder dos Whigs (partido que representava os liberais no Parlamento). Locke viveu em uma Inglaterra permeada por guerras civis, revoluções políticas e execuções de reis, isto é, marcada pelo conflito entre a Coroa, defensora do absolutismo, e o Parlamento, defensor do liberalismo. Assim, se Thomas Hobbes é o teórico que justifica o absolutismo, John Locke é o teórico pai do liberalismo político. 
Locke e o seu tempo 
Sem dúvida nenhuma, a teoria política de John Locke é reflexo das mudanças sociais e políticas de seu tempo, mais especificamente as transformações políticas por que passava a Inglaterra no século XVII. Os séculos XVII e XVIII são marcados pelo surgimento de uma nova classe social, a burguesia, e pela consolidação do capitalismo como modelo econômico. Ora, a Inglaterra esteve sempre mais avançada em relação ao resto da Europa, pois foi justamente em solo britânico que primeiramente ocorreram aquelas revoluções responsáveis pela consolidação do capitalismo: a Primeira Revolução Industrial e a primeira revolução liberal na Europa, a Revolução Gloriosa. Portanto, o primeiro país a viver as transformações políticas da modernidade foi a Inglaterra.
O liberalismo político de John Locke 
No Primeiro tratado sobre o governo civil, Locke desenvolve uma refutação brilhante contra a tese que Robert Filmer defendera no Patriarca, que afirma o direito inato e de origem divina dos reis, os quais seriam todos pertencentes a uma linhagem que remonta a Adão, aquele que teria sido o primeiro rei da Terra. Adão, sendo o primeiro pai e rei, teria recebido de Deus o poder e o direito legítimos de governar, e originaria a tradição ao passar o seu poder e direito aos seus descendentes. Filmer, como Hobbes, era um teórico do absolutismo e pretendia fundamentar o poder monárquico recorrendo à Bíblia, coisa que Hobbes fez com recurso aos conceitos de estado de natureza e o contrato social. 
Assim, no Primeiro tratado, Locke deixa claro que não existe poder inato e divino. Permanece, então, a seguinte questão: de onde se origina o poder político? A resposta será apresentada no Segundo tratado sobre o governo. Como Hobbes e Rousseau, Locke é um jusnaturalista e contratualista, isto é, pertence ao grupo daqueles pensadores que partem da constatação de que os homens nascem possuindo direitos naturais; e que o Estado, ou sociedade civil, tem origem por meio de um pacto/contrato social entre os homens que, anteriormente a ao estado civil, viviam numa condição natural, ou estado de natureza. Para cada um destes autores, o estado de natureza, a sociedade civil e o pacto social possuem características muito diferentes uma vez que possuem objetivos políticos diferentes. No caso de Locke, seu objetivo é fundamentar o liberalismo político. Para que se possa compreender a origem do poder político e do Estado liberal, sua função e objetivos, é preciso partir da condição natural em que se encontrava a humanidade originariamente, isto é, considerar o estado de natureza lockeano. 
Rousseau (dayana)
Para Rousseau, os homens também surgiram sob o estado de natureza e, quando chegaram a um ponto chegaram a um ponto ‘’(...) em que os obstáculos prejudiciais á suas conservações no estado de natureza sobrepujam (...) as forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se nesse estado’’, eles precisaram deixá-lo para não perecerem (ROUSSEAU, J.J. Do contrato social. São Paulo: Nova Cultura, 1999).
O verniz liberal de Rousseau aparece nitidamente para tentar resolver a seguinte questão:
 Encontra uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes (ROUSSEAU, ibid. : 70).
A preocupação do autor, como se vê, é articular a vida em comum, sob um poder superior – o estado de sociedade – sem, contudo, fazer com que o indivíduo perca sua liberdade. Liberdade é um valor muito importante para o autor: ‘’renunciar á liberdade é renunciar á qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres’’. Segundo ele, destituir-se da liberdade é também jogar fora a moralidade (ROUSSEAU, ibid.: 62). Por isso, é importante uma reposta àquela questão, que para ele consiste no contrato social: todos e cada membro da comunidade se ‘’alienaria’’ – abdicaria de todos os seus direitos - totalmente em favor daquela. Sendo a condição igual para todos, ninguém estaria mais ou menos prejudicado. Além disso, sendo a alienação total, a união torna-se perfeita e ninguém pode reclamar de nada.
 Enfim cada um dando-se a todos não se dá a ninguém e, não existindo um associado sobre o qual não se adquiria o mesmo direito que se lhe cede sobre si mesmo, se ganha o equivalente de tudo que se perde, e maior força para conservar o que se tem (ROUSSEAU, ibid.: 70-71)
Contrato social 
Em termos sintéticos, o Contrato Social quer dizer: cada um se dá totalmente, em favor da vontade geral, que será a dirigente suprema da comunidade. Rousseau concebe que o Contrato faz nascer um ‘’corpo moral e coletivo”, constituído por todos os membros da sociedade em questão.
A proposta ...
A proposta de Rousseau é a seguinte: os homens, reunidos, formam o soberano, que também deve ser o detentor do poder legislativo. As leis – formuladas por um Legislador e necessariamente sancionadas pelo soberano, consistindo, portanto, em atos da vontade geral – devem garantir principalmente a liberdade e a propriedade. Os cidadãos, tendo a liberdade garantida dentro do estado de sociedade, também precisam ter as desigualdades supridas ou diminuídas. Para o autor, “o estado social só é vantajoso aos homens quando todos eles têm alguma coisa, e nenhum tem demais” (ROUSSEAU, ibid.: 81, nota 4).
O poder legislativo deve ser exercido pelo soberano. E o executivo? Segundo o autor, não deve ser por ele também exercido, porque “(...) esse poder só consiste em atos particulares que não são em absoluto da alçada da lei, nem consequentemente da do soberano, cujos atos só podem ser leis” (ROUSSEAU, ibid.: 136). Como isso se resolve? Segundo Rousseau, o detentor do poder executivo deve ser o Governo, um corpo encarregado de executar as leis e manter a liberdade. Dependendo de muitas variáveis, tais como o clima, as condições geográficas o tamanho do território e o número de habitantes, o poder executivo (o Governo) deve ser monárquico, aristocrático ou propriamente democrático. O autor afirma também que pode haver formas mistas de governo (em verdade, ele assume que não existem governos puramente simples, mas que todos são mistos ou complexos).Referencias: 
· Reflexões acerca do liberalismo em Locke e Rousseau (Francisco Edilberto M. Machado Neto)
· ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
· FERREIRA, Aurélio Buarque de H. Miniaurélio Século XXI. 5ª ed. rev. ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
· HOLANDA, Francisco Uribam X. de. Do Liberalismo ao Neoliberalismo: o itinerário de uma cosmovisão impenitente. 2ª ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
· LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre o Governo. São Paulo: Martin Claret, 2005.
· OLIVEIRA, Manfredo Araújo. Ética e Sociabilidade. São Paulo: Loyola, 1993.
· Revista Urutágua - revista acadêmica multidisciplinar
 Centro de Estudos Sobre Intolerância - Maurício Tragtenberg
· Departamento de Ciências Sociais
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Av. Colombo, 5790 - Campus Universitário
87020-900 - Maringá/PR - Brasil - Email: rev-urutagua@uem.br ,publicada em 03.12.04 - Última atualização: 16 agosto, 2006.
· Artigo de (Francy José Ferreira Vilela2)
· BOBBIO, N. Locke e o direito natural. Brasília: Ed. UnB, 1997. 
· LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os pensadores). 
· MELLO, L. I. A. John Locke e o individualismo liberal. In: WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da política, v. 1. 13 ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 81-110. 
· PEREIRA, A. R. O direito à propriedade através do trabalho como um ato moral no Segundo Tratado do Governo Civil de Locke. Campinas: PUC-Campinas, 2000. (Dissertação de mestrado em Ética e Filosofia Política).

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