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DIREITO , MORAL E RELIGIÃO CIÊNCIAS POLITICA J.B

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DIREITOX MORALX RELIGIÃO PROF. JULIANA BRAGA 
 
1.1 – Normas Relevantes do Compotamento Humano. 
 
Norma Física – “ser” 
Norma Ética – “dever ser” 
 
1.2 - Normas Éticas. 
 
a) Religião: Conciência Individual e reprovabilidade social mínima; 
b) Moral: Consciência da coletividade e reprovabilidade social maior; 
c) Direito: Consciência social, reprovabilidade social máxima, poder de coerção e 
sanção por descumprimento da norma jurídica. 
 
1.2 - Teoria sobre a relação do direito e as normas éticas. 
 
 Mínimo ético: toda norma jurídica é norma moral (círculos concêntricos) 
 Mínimo Jurídico: toda norma moral é norma jurídica; 
 Incomunicabilidade das normas: pontos de contato (círculos secantes). 
 
1.3 – Funções do Direito. 
 Promover a solidariedade social; 
 Satisfazer as necessidades das pessoas; 
 Solucionar os conflitos de interesses, isto é, de necessidades pessoais. 
 
1.4 – Estrutura do Direito. 
 
 Sistema Jurídico e lógico-jurídico 
 
1.5 – Fundamento do Direito. 
 
 Realização de objetivos sociais fundamentais; 
 Valores: segurança, igualdade, liberdade, bem comum, justiça, solidariedade social, 
dignidade humana e erradicação da pobreza. 
 
1.6 – Direito Positivo e Direito Natural. 
 
Jusnaturalismo: 
 Admite o positivismo, mas sobre ele prevalece. 
 Utiliza-se de outras fontes e formas de expressão. 
 Uso da interpretação teleológica da lei. 
 
Juspositivismo: 
 Nega o naturalismo. 
 Pressupõe a justiça de toda lei. 
 Pode ser: escrito e não escrito (costume). 
 
1.1 Norma Física e Norma Ética. 
 
Norma é uma regra abstrata sobre algo que pode ser analisado pelo ser 
humano. 
 
Há dois tipos de normas relevantes à humanidade: as normas físicas e 
as normas éticas. 
 
Lei física é aquela que regula a natureza e os seus fenômenos. 
 
Então, a norma física independe de qualquer consideração humana, 
impondo-se por si própria. Trata-se de um imperativo categórico, por ser tratar 
de uma norma absoluta. 
 
A ciência física estuda a norma cujo conteúdo é o “ser”. Um 
fenômeno físico sucede porque é assim que tem de ocorrer. 
 
Já a convivência social norteia-se por um outro conjunto de normas 
que determinam o procedimento a ser adotado pela pessoa em suas relações 
com os outros. Essas normas comportamentais não se confundem com as 
normas físicas, embora às vezes uma norma de conduta tenha subsídios de 
uma norma física. 
 
Assim a ciência física estuda as normas da existência, a ciência ética 
estuda as normas comportamentais, isto é, o “dever ser”. O “dever ser” é, 
portanto, o conteúdo da norma ética ou de conduta. 
 
Lei ética é a norma que regula a conduta humana. 
 
Desde a mais simples regra de convívio social até as mais complexas, 
o ser humano deve estabelecer o seu comportamento conforme a coletividade, 
que ele se acha transitória ou definitivamente inserido. 
 
A conduta antiética tão somente acarreta uma certa reprovabilidade 
social destituída de qualquer pena corporal ou patrimonial. Entretanto, se a 
rejeição social for mais intensa com relação a determinado comportamento 
pode causar alguma penalidade ou sanção contra o violador da norma. 
 
Observa-se, então, que a norma ética depende da intuição do espírito 
humano. É lei decorrente dos juízos normativos estabelecidos pela sociedade. 
 
O comportamento da sociedade guia-se pelas normas éticas do 
“dever ser”. As normas éticas mais relevantes para regular o 
comportamento pessoal são: a religião, a moral e o direto. Entre elas, 
destaca-se o direito, ciência ética de maior importância, tendo em vista o 
seu alcance e conteúdo sancionatório. 
 
1.2 – O direito e as outras normas sociais. Poder e sanção. 
 
O “Direito” pode significar uma das ciências éticas que regulam o 
comportamento humano, norma jurídica, autorização legal, permissão, justiça, 
equidade. 
 
Não há um consenso sobre o conceito de direito. Pode ser mencionado 
como “um conjunto de normas gerais e positivas, que regulam a vida social”. 
Origina-se a palavra “direito“ do latim directum, ou seja, aquilo que é reto, 
que está de acordo com a lei. Nasceu junto com o homem, pois ele é um ser 
eminentemente social. Destina-se a regular as relações humanas. As normas 
de direito tem a função de equilibrar a relação dos seres humanos, a vida em 
sociedade. 
 
Então, há uma marcante diferença do “ser” do mundo da 
natureza e o “dever ser” do mundo jurídico Os fenômenos da natureza 
estão marcados pelas leis físicas, enquanto que o mundo jurídico, do 
“dever ser”, está baseado na escolha de uma conduta à ser seguida pela 
coletividade. Portanto, o direito é a ciência do “dever ser”. 
 
Para um melhor entendimento busco um conceito doutrinário do 
professor Roberto Senise Lisboa em seu Manual de Direito Civil, que trata o 
direito como ciência ética, dentro dos seus vários significados. Afirma que 
“direito é o conjunto de normas jurídicas elaboradas a partir de 
princípios naturais e da razão humana, que atribui ou autoriza uma série 
de condutas em sociedade”. 
 
Ao que se pode concluir dentre ao que já foi dito, o direito é o 
principal instrumento dentre as normas éticas existentes (moral e a religião) 
porque assume o papel de promover a organização, a adequação e a 
integração da pessoa em sociedade. Não há como se promover a pacificação 
social sem a existência de normas jurídicas a regularem a convivência entre 
as pessoas. Portanto, posso afirmar que o direito pressupõe a existência de 
sociedade, sendo também verdadeira a recíproca de que, apenas há 
sociedade, como ordinariamente se entende, com a presença de normas 
jurídicas. (O DIREITO NECESSITA DA CONVIVÊNCIA DO HOMEM 
EM SOCIEDADE) 
 
Observa-se que, dentre as normas éticas (direito, religião e moral), o 
direito é que tem um poder de reprovação maior do que as outras. Então, o 
Estado valendo-se de normas jurídicas pode aplicar até mesmo sanções que 
acarretem uma restrição à liberdade e também penas pecuniárias em desfavor 
do infrator. 
 
Assim o poder legalmente constituído deve sujeitar o infrator da 
norma às conseqüências que já estavam pré-estabelecidas e de 
conhecimento da coletividade. 
 
 A sanção jurídica tem origem no poder da vontade geral, que será 
materializada por meio da norma jurídica, na qual o infrator dessa norma 
sofrerá uma pena patrimonial ou corporal, tal qual prevê o ordenamento 
jurídico. 
 
O direito acaba por se constituir, assim, em ciência imprescindível 
para a segurança e a estabilidade social, por se revestir de métodos 
coercitivos mais drásticos que os das demais ciências éticas, na busca da 
ordem e no atendimento ao bem comum. 
 
Não é o que se sucede com as outras normas éticas, como a religião e 
a moral. 
 
Religião. Por se tratar de questão de foro íntimo, a religião está 
intimamente vinculada à consciência pessoal de cada um, ou quando 
muito, ao grupo religioso ao qual pertence a pessoa. 
 
Eventual transgressão da norma religiosa proporcionará, no máximo 
um sentimento de autopunição ou um prejuízo espiritual para o grupo 
religioso do qual a pessoa infratora ou pecadora faça parte, não trazendo uma 
repercussão social de maior gravidade, a menos que se tenha verificado a 
ofensa a alguma norma jurídica. 
 
Nos sistemas em que relegam a religião e suas normas distintas das 
normas pré-estabelecidas do direito, apesar da existência entre pontos comuns 
tratados por ambas as ciências éticas em questão, a economia exerce forte 
impacto sobre as normas jurídicas para que as mesmas possam acompanhar o 
avanço científico e tecnológico. Como ocorre com a informática e o direito. 
Contudo, a religião acarretou a estagnação do progresso, pois falta uma 
conciliação entre tecnologia e os dogmas religiosos. 
 
Moral. É o conjunto de normas éticas sociais que, uma vez 
transgredidas, acarretam uma reprovabilidade social mais acentuada que 
as decorrentes da violaçãode uma norma de religião. O comportamento 
imoral ou amoral proporciona uma repulsa sobre parcela mais 
significativa do estrato social se comparado com o ato contrário à religião. 
 
Já a moral e o direito regulam a conduta humana e objetivam o bem 
comum. Porém é importante analisar a importância que a moral exerce sobre o 
direito. 
 
Dentro dessa relação destacam-se teorias sobre o direito e a moral. A 
primeira delas é chamada de teoria do mínimo ético ou dos círculos 
concêntricos, preceitua que o direito seria constituído somente por normas 
morais. Portanto, teríamos normas morais que não são reguladas pelo 
direito, enquanto toda norma jurídica seria regulada pela moral. 
 
Na verdade, esta teoria não condiz com a realidade, pois há normas 
jurídicas que foram influenciadas pela norma moral ou religiosa e normas 
jurídicas desprovidas de qualquer relação com a moral e a religião. Por 
exemplo, o adultério é considerado pelo direito civil como falta grave no 
casamento, recebeu a influência da moral e da religião. 
 
A segunda teoria denominada de mínimo jurídico estabelece 
justamente o contrário, pois diz que o direito compreenderia toda moral, 
sendo qualquer norma moral uma norma jurídica. 
 
Tal conclusão não é verdadeira, já que há determinadas normas morais 
que sequer são reguladas pelo direito. É o caso, por exemplo, do pagamento de 
dívida de jogo de azar não oficializado pelo poder público. 
 
Dentre essas teorias que relacionam a moral e o direito, a mais 
adequada é a teoria da intercomunicabilidade ou dos círculos secantes. 
Reconhece-se que o direito e a moral, assim como a religião, são ciências 
éticas independentes, porém se reconhece que há vários pontos de 
convergências entre elas. 
Assim constata-se que há várias normas morais no universo 
jurídico e vice-versa. O direito, por vezes, é indiferente à moral, mas em 
outras oportunidades regula de acordo ou contra a moral. 
 
1.3 – Função, estrutura e fundamento do direito. 
 
Como ciência ética o direito possui por objetivo a pacificação social, a 
estabilidade e a segurança das relações jurídicas e o bem comum, mas além 
dessas funções também procura resolver conflitos de interesses, ou seja, 
solucionar o litígio entre duas ou mais pessoas. 
 
Destaca-se que o direito é o produto de uma realidade complexa e 
dinâmica, que surge em decorrência de um processo histórico, cultural e 
dialético, como técnica de solução de conflitos. 
 
Daí, podemos destacar três funções básicas do direito: 
 
A) promover a solidariedade social, inclusive com a adoção 
de condutas de cooperação mútua nas relações familiares 
e na prática de atos e negócios jurídicos; 
 
B) satisfazer as necessidades das pessoas; 
 
C) solucionar os conflitos de interesses, isto é, os litígios 
existentes entre duas ou mais pessoas por causa de suas 
necessidades pessoais. 
 
Com o propósito de assegurar a convivência pacífica em 
sociedade o direito busca a realização de uma justiça distributiva, ou seja, 
estabelece o reconhecimento do direito de cada um e assegura a isonomia 
entre duas ou mais pessoas aliadas à proporcionalidade. Quer isto dizer, o 
tratamento igualitário deve ser aplicado levando-se em conta as 
diferenças existentes entre as pessoas, a fim de que se possa, então, atingir 
uma real igualdade. 
 
Os princípios dessa justiça distributiva tornaram-se dominantes no 
direito da pós-modernidade, mediante a adoção de uma orientação voltada 
para concretizar essa solidariedade social viabilizando-se a proteção dos 
pobres e a erradicação da pobreza. 
 
Quanto a estrutura do direito, apresenta-se permeada por uma 
vastidão de normas jurídicas (lei em sentido amplo). Por outro lado, há 
outras formas de expressão do direito como: o costume, os princípios 
gerais, a doutrina e a jurisprudência. A partir dessa estrutura firmam-se 
negócios jurídicos, como contratos, transações, na qual o aplicador do 
direito busca aplicar a lei correta para aquele caso concreto, fazendo uma 
análise do conteúdo daquela norma jurídica e das disposições negociais. 
 
Por outro lado, o ordenamento jurídico conferiu novos 
fundamentos constitucionais ao direito, que irá alcançar todos os ramos 
da ciência jurídica. São eles: a solidariedade social, a proteção da 
dignidade da pessoa humana, a redução das desigualdades e a 
erradicação da pobreza. 
 
Esses novos fundamentos são as metas e princípios de todo o direito, 
inclusive do direito comum, cuja estrutura jurídica deve estar ajustada a esses 
valores, para assegurar a igualdade real e a justiça distributiva. 
 
1.4 – Direito Positivo e Direito Natural (jusnaturalismo e juspositivismo). 
 
Duas orientações filosóficas foram concebidas com o objetivo de 
explicar e justificar o direito: a jusnaturalista e a juspositivista. 
 
“Direto natural” é o conjunto de normas éticas inerentes ao ser 
humano que fundamentam os princípios gerais para a elaboração do direito 
positivo. Ou nos dizeres de Carlos Roberto Gonçalves: ”o direito natural é a 
idéia abstrata do direito, o ordenamento ideal correspondente a uma justiça 
superior”. 
 
Em contrapartida, as normas jurídicas decorrentes de um processo 
legislativo não se confundem com o direito natural. Constituem o direito 
positivo que é influenciado pelo jusnaturalismo. 
 
O jusnaturalismo é consequência dos princípios inerentes à natureza 
social e racional do ser humano. Por tal motivo, é imutável. 
 
São princípios inerentes ao jusnaturalismo: 
 
a) a pressuposição de sua prevalência sobre o direito 
positivo, já que o direito natural é inerente ao ser humano e 
assim, não pode ser infirmado por normas formais que se 
afiguram contrárias a essa situação; 
 
b) a necessidade de utilização de outras fontes e formas de 
expressão do direito, pois a lei não é a única forma de 
expressão a ser adotada para a solução do caso concreto; e 
 
 
c) a defesa da interpretação teleológica ou finalística da 
norma jurídica, quer dizer que ao se aplicar o direito ao 
caso concreto, o julgador deve fazer uma interpretação 
teleológica da lei à luz do direito natural, ou seja, deve 
buscar o real sentido e alcance da norma para aquela 
situação, a fim de atingir a pacificação social necessária a 
partir de sua utilização. 
 
O Direito Positivo é o ordenamento jurídico em vigor em determinado 
país e em determinada época. É o direito posto. 
 
No mesmo patamar, o juspositivismo, nega a existência do direito 
natural e procura firmar-se como único direito. Considera que o direito vigente 
deve ser obedecido formalmente, pressupondo-se que nele há sempre justiça. 
 
Ora, é preciso observar que nem sempre a norma jurídica, em que 
pese a sua legalidade formal, poderá ser considerada justa ou, pelo 
menos, legítima. Nem tudo que é legal pode ser tido como legítimo. Isto 
quer dizer que a legitimidade é aferida mediante a harmonização do 
conteúdo da norma com os anseios da sociedade que é sua destinatária. 
Daí por que nunca se deve esquecer que, apesar de as leis serem 
formuladas por representantes da sociedade, eles nem sempre adotam 
posturas que correspondem às expectativas dela. 
 
Mas a importância do direito positivo para a pacificação social é 
inegável, qual quer que seja a orientação jusfilosófica adotada. 
 
O direito positivo pode ainda ser classificado, quanto a forma, em: 
 
a) direito escrito (ius scriptum); 
b) direito não escrito (ius non scriptum). 
 
O direito escrito é constituído por todas as normas jurídicas editadas 
pelo Poder Público, que se encontram em vigor. 
 
O direito não escrito é também conhecido como direito 
consuertudinário ou costumeiro, que é paulatinamente estabelecido pelo uso 
social, ante o reconhecimento estatal de sua validade e eficácia. 
 
Nos sistemas jurídicos em que a lei é a forma máxima de 
expressão do direito, predomina um direito escrito. Já nos sistemas em 
queo costume surge como forma de expressão mais importante, ainda 
que ao lado da lei, predomina o direito não escrito. 
 
Uma forma de diferenciação do direito positivo e do direito natural, é 
que, no positivo não se exige o pagamento de dívida prescrita e de jogo. Mas 
para o direito natural este pagamento é obrigatório. 
 
 
 
– Relação entre direito objetivo e subjetivo. 
 
 
Direito objetivo é o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a 
cuja observância os indivíduos podem ser compelidos mediante coerção. Enquanto que, a 
faculdade individual de agir de acordo com o direito objetivo, de invocar a sua proteção, 
nada mais é do que o direito subjetivo. Por exemplo, a norma jurídica confere o direito á 
propriedade ao titular de determinado bem imóvel, se o titular desse direito subjetivo vai 
exercê-lo ou não é elemento completamente estranho ao direito em si, que subsiste nos 
termos do ordenamento jurídico. 
Nestes termos, o direito subjetivo é um poder atribuído à vontade do indivíduo, 
para a satisfação de seus próprios interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo direito 
objetivo. Numa maneira mais simplista, é o direito que se pode exercer por meio da norma 
jurídica conferido ao seu titular. 
Na verdade, o direito objetivo e o subjetivo são aspectos de uma mesma realidade, 
que pode ser encarada de uma ou outra forma. O direito objetivo é o conjunto de normas 
jurídicas impostas pelo Estado, por isso é a expressão de uma vontade geral. Enquanto, que 
o direito subjetivo representa o exercício do direito conferido ao seu titular, daí falar-se em 
expressão da vontade individual. O direito subjetivo deriva do objetivo, nascendo com ele. 
Assim, se o direito objetivo é modificado, altera-se também o direito subjetivo. 
Os filósofos ligados à Teoria Pura do Direito integram as doutrinas negativistas, 
que não admitem a existência de um direito subjetivo. Kelsen afirma que o direito subjetivo 
é o próprio direito objetivo, pois a obrigação jurídica é a própria norma jurídica. 
 
2 – Direito Objetivo e os Ramos do Direito. 
 
O direito positivo é o conjunto de normas jurídicas estabelecidas pela autoridade 
competente, formando, assim, um sistema jurídico. 
 
O direito objetivo divide-se, assim, em vários ramos do direito: direito civil, 
comercial, tributário, previdenciário,... 
Ao que se refere a sua classificação, o direito objetivo divide-se em: 
 
a) Quanto ao território: 
 Direito objetivo geral: Se estende por todo o território e atinge todo o 
destinatário da norma jurídica. 
 Direito objetivo particular: A norma terá sua vigência e eficácia apenas 
para algumas regiões do território. 
 
b) Quanto aos seus destinatários: 
 Direito Objetivo Comum: é o conjunto de normas aplicáveis a todas 
as pessoas de um dado território, sem qualquer distinção. 
 Direito Objetivo Especial: é o conjunto de normas incidentes sobre 
determinadas pessoas, em razão de sua qualidade ou situação jurídica. 
 
c) Quanto à matéria: 
 Direito Objetivo, Ordinário, Comum ou Regular: é o conjunto de 
normas que regulam as relações sociais habituais das pessoas. Por 
exemplo, normas sobre família, propriedade e negócio jurídico. 
 Direito Objetivo extraordinário, singular ou atípico: é o conjunto de 
normas que regulam situações jurídicas especiais. Exemplo: normas sobre 
o alistamento militar. 
 
 
 2.1 – Relação pública, privada ou social. 
 
Desde o período romano, concebeu-se a divisão do direito objetivo em direito 
público e privado. 
A relação entre Estados, ou entre Estado e o particular, é denominada de relação 
pública. 
Em regra, normas de direito público não podem ser afastadas pela vontade das 
partes são consideradas norma imperativas, buscam uma tutela coletiva. Já as normas de 
direito privado podem ser afastadas pela vontade das partes, desde que não sejam normas 
congentes ou imperativas. 
A relação entre particulares é conhecida como relação privada. 
Exceto para fins didáticos, a maioria da doutrina afirma que se encontra 
ultrapassada a divisão entre o direito público e o direito privado, segundo a qual aquele tem 
por objeto o interesse da coletividade e este possui a finalidade de satisfazer as 
necessidades ou utilidades dos particulares. 
A primeira razão é referente a incrementação da internacionalização do comércio 
e à edição de legislação protetiva do comerciante, que passou a tratá-lo de forma mais 
privilegiada que o particular, quando do exercício da atividade mercantil. 
Também a evolução socioeconômica pela qual o mundo, em especial com a 
Revolução Industrial, aliada ao posterior desenvolvimento tecnológico verificado nos 
séculos XIX e XX, permitiu a massificação das contratações, a expansão mundial das 
comunicações e do intercâmbio de bens entre os povos, mediante o processo ao qual se deu 
o nome de globalização. 
Diante dessa realidade, o mundo experimentou ao longo dos séculos um 
vertiginoso desequilíbrio econômico entre empregador e empregado, na qual o poder 
público teve que intervir nessa relação para que o empregado não continuasse a se submeter 
a situações desfavoráveis de trabalho. 
Esse intervencionismo estatal nas relações privadas tornou-se conhecido como a 
publicização do direito privado, pois o poder público passou a intervir nas relações entre 
particulares. 
Diante desse desequilíbrio econômico o poder público, passou a editar normas 
jurídicas de ordem pública e de interesse social, ou seja, aquelas que não podem ser 
afastadas pela vontade das partes para equilibrar a relação entre empregador e empregado 
(CLT) e a relação entre consumidor e o fornecedor (Código de Defesa do Consumidor). 
 
Surgiram, assim, os ramos que vieram a ser tratados de forma mais significativa, 
como o direito do trabalho e o direito do consumidor. Este último ramo somente sofreu 
tratamento legislativo próprio a partir da segunda metade do século XX, representado pela 
Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor), que apresenta contornos em comum com 
a era da informática, pois irá regular a proteção do consumidor em face do comércio 
virtual. (será objeto de estudo ao que se refere ao comércio eletrônico) 
Para uma melhor explicação, afirmo que antes do surgimento dessa legislação de 
proteção ao consumidor, a preocupação do adquirente de produtos estava restrita às normas 
de produção, sem consolidação de normas benéficas aos consumidores. Assim se a coisa 
adquirida tivesse algum defeito oculto (desconhecido ao menos pelo adquirente) à época da 
celebração da relação jurídica, o consumidor tinha dificuldades em provar que esse vício ou 
defeito já existia quando da celebração do contrato. Daí, com o surgimento do Código de 
Defesa do Consumidor ocorreu o que chama de inversão do ônus da prova, ou seja, o juiz 
poderá determinar, se preenchidos os requisitos legais, que o fornecedor é quem terá de 
provar que o defeito inexistia quando da aquisição do bem, liberando-se o consumidor da 
prova do nexo de causalidade entre a colocação do produto ou serviço no mercado e o 
prejuízo por ele sofrido. 
A legislação do consumidor é, a semelhança da trabalhista, constituídas de normas 
de ordem pública, que não podem ser afastadas pela vontade de uma ou de ambas as partes. 
Em contraposição a publicização do direito privado, verificou-se o fenômeno 
conhecido como a privatização do público, com a organização de uma sociedade civil e sua 
maior participação no processo político e econômico, vindo até mesmo a englobar 
atividades que antes eram essencialmente típicas do poder público. 
Outra postura que o Estado assumiu, além de editar normas protetivas para 
determinada classe social ou a grupos de pessoas de determinada qualidade jurídica, 
também procurou adotar a postura de um Estado Assistencial, mediante a adoção de 
atividades de auxílio à satisfação de interesses da população. 
O Estado demonstrou não serum executor ideal de tais atividades que poderia, 
sem o comprometimento da soberania, ser realizadas pelos particulares. 
 Assim, os particulares passaram a desenvolver atividades típicas do Poder 
Público, ante a ineficiência do Estado, para a satisfação dos interesses da população. É o 
que acontece com a previdência privada, saúde e educação. 
 Também deixou de ser absoluta essa diferenciação entre a relação privada e a 
particular, diante da globalização e das relações negociais, pois a internacionalização das 
relações entre particulares, sempre submetidas a regras protetivas de soberania de cada 
Estado, é caso típico de publicização de relações eminentemente privada. 
Como os interesses de uma sociedade civil, modernamente mais participativa, 
devem ser protegidos pelo Estado, daí surgiu uma nova forma de expressão do direito, o 
chamado direito social, para tutelar os interesses de uma sociedade; ou, ainda, o chamado 
direitos de grupos, para classe ou categorias de pessoas prejudicadas por atos e negócios 
jurídicos praticados tanto pelo Estado, como por outrem. 
A maioria da doutrina afirma que tanto o direito público quanto privado estão 
subordinados pela justiça distributiva, dada a observância do princípio constitucional da 
solidariedade social. 
No entanto, toda essa crítica atribuída quanto a divisão do direito público e 
privado, não invalidam essa divisão para fins didáticos. Além disso, a idéia de solidariedade 
e de relevância dos interesses sociais devem ser aplicados a todos os ramos do direito. Por 
isso, que alguns autores adotam a divisão didática do direito objetivo em: direito público, 
privado e social. 
 
3 – Ramos do Direito Privado. 
O direito privado estuda a relação jurídica entre os sujeitos em geral, com exceção 
dos entes da administração pública direta e indireta. 
Os principais ramos do direito privado são: 
 Direito Civil: Regula a relação jurídica entre particulares em suas 
atividades comuns. Por exemplo, relação de filiação, casamento, doação, 
herança, aquisição de propriedade. 
 Direito Comercial: regula a relação jurídica entre empresários ou 
comerciantes no exercício da atividade profissional. Por exemplo: negócio 
jurídico sobre importação e exportação de produtos. 
É preciso observar, que as relações jurídicas entre fornecedores ou de um 
fornecedor com um intermediário, são relações jurídicas estritamente comerciais, a menos 
que essa atividade seja de natureza civil. 
Porém, se a relação jurídica for entre fornecedor, isto é, quem realiza atividade 
profissional de colocar produtos e serviços no mercado, e um consumidor, ou seja, quem 
adquire ou utiliza de um produto ou serviço como destinatário final , esse vínculo será 
regido pelo direito do consumidor. 
 Direito Internacional Privado: regula a norma jurídica e de que Estado 
será aplicado determinada relação de direito – a norma de direito interno 
ou a lei externa. Caso prevaleça a norma externa é preciso verificar qual 
lei estrangeira será aplicável. Por exemplo: um argentino que tem 
domicílio no Brasil e se casa com uma venezuelana, também com 
domicílio em território nacional, sujeita-se à lei brasileira que dispõe sobre 
o matrimônio civil.

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