Buscar

DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS E SAUDÁVEIS PARA MELHORIA EM HOSPEDAGEM ASSISTIDA A IDOSOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 181 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 181 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 181 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
PROGRAMA DE PÓS–GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
LILIANE CRISTINA DE CAMARGO COCHMANSKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS E SAUDÁVEIS PARA 
MELHORIA EM HOSPEDAGEM ASSISTIDA A IDOSOS 
 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
 
 
LILIANE CRISTINA DE CAMARGO COCHMANSKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS E SAUDÁVEIS PARA 
MELHORIA EM HOSPEDAGEM ASSISTIDA A IDOSOS 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada como requisito parcial 
para obtenção do grau de Mestre em Engenharia 
Civil, do Programa de Pós-Graduação em 
Engenharia Civil da Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná. Área de Concentração: Meio 
Ambiente. Linha de Pesquisa: Sustentabilidade. 
 
Orientador: Prof.Dr. Eloy Fassi Casagrande Jr 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
C662d Cochmanski, Liliane Cristina de Camargo 
2016 Diretrizes sustentáveis e saudáveis para melhoria 
 em hospedagem assistida a idosos / Liliane Cristina 
 de Camargo Cochmanski.-- 2016. 
 178 f.: il. 30 cm. 
 
 Texto em português, com resumo em inglês. 
 Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica 
 Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia 
 Civil, Curitiba, 2016. 
 Bibliografia: p. 147-166. 
 
 1. Engenharia civil - Dissertações. 2. Idosos - Habitações. 
 3. Arquitetura sustentável. 4. Edifícios sustentáveis. 
 5. Qualidade de vida. I.Casagrande Júnior, Eloy Fassi. 
 II.Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa 
 de Pós-graduação em Engenharia Civil. III. Título. 
 
 
 CDD: Ed. 22 -- 624 
 
Biblioteca Ecoville da UTFPR, Câmpus Curitiba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À memória de meu avô materno Alfredo Braun, meus avós paternos 
Fábio e Leonor Camargo e também com muito carinho dedico à minha 
avó materna Olinda Braun. 
Aos meus pais Leonel Pereira de Camargo e Terezinha Nelzi de 
Camargo com muito amor. 
Especial dedicação aos meus filhos Julio Cesar Cochmanski Filho e 
Beatriz Cochmanski e, principalmente, ao meu esposo Julio Cesar 
Cochmanski, de quem recebi muitos incentivos, amor, compreensão e 
paciência. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Aqui agradeço algumas das muitas pessoas que possibilitaram a realização 
desta etapa da minha vida; talvez não seja possível listar todas em papel, mas, sempre 
serei grato pela ajuda. 
Ao Prof. Dr Eloy Fassi Casagrande Jr, pela orientação, instrução e atenção, 
além do carinho e paciência que nunca lhe faltaram, apesar de ter razões para isso, 
meu sincero agradecimento pelo seu pronto atendimento sempre que requerida sua 
atenção. 
Ao Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou Neto, agradeço pelas 
sugestões e auxílio em pesquisas relacionadas a assuntos fundamentais do projeto. 
Aos Professores Dr. José Alberto Cerri e Dra. Libia Patricia Peralta Agudelo 
agradeço pelas orientações e sugestões para o melhor desenvolvimento do trabalho. 
Aos proprietários e responsáveis das Instituições de Longa Permanência para 
Idosos envolvidas na Pesquisa, agradeço de coração a oportunidade que propiciam à 
comunidade científica, permitindo acesso às suas casas, fornecendo informações 
simples, mas de fundamental importância aos estudos ali realizados, contribuindo 
para a busca de melhor qualidade de vida. Grande abraço a todos e obrigado. 
À minha querida amiga Engenheira Ambiental Bruna Fantoni, colega de 
mestrado, pelo companheirismo em momentos de dificuldade, incentivos e, digamos, 
igualdade de situações, grande abraço. 
Enfim, a todos os meus colegas de mestrado, deixo aqui o meu sincero 
agradecimento pelo apoio diante de todas as dificuldades encaradas juntos, sem 
pestanejar em momento algum. 
Muito importante é o agradecimento a todos os professores do programa de 
pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 
pelos anos de estudos que os condicionaram a estar aqui hoje. A todos fica o meu 
forte abraço e levo de vocês a certeza de que tudo que for bem feito tem resultados. 
Aos meus tios maternos e paternos, pela compreensão, apoio e carinho que 
sempre me corresponderam. 
Aos meus pais, as pessoas mais importantes na minha vida, por me educarem, 
partilharem da minha formação, condicionando-me a ser quem sou, me entendendo, 
não me criticando e me apoiando nas decisões difíceis da vida, sempre que precisei. 
 
 
 
 
Aos meus irmãos Taciane, Lins e Tatiane e cunhados (as), confesso, conheço 
vocês para sentir o apoio que darão sempre que eu precisar, mesmo assim me 
sugerem sem nem mesmo eu pedir, grande abraço e obrigada pelo apoio. 
Aos meus primos, que sempre acreditaram e me apoiaram em todas as 
atividades, forte abraço a todos. 
Também gostaria de agradecer aos meus queridos sobrinhos (as) Camilli 
Mocelim, Rafaela e Andrei Cochmanski, Lincon Cochmanski, Izabela e Julian D. 
Cochmanski, pelo carinho e pela inocência com que veem o mundo e pela humildade 
e respeito que demonstram em seus atos. 
E por fim, no entanto, para as pessoas mais importantes da minha vida, 
esposo Julio Cesar Cochmanski e nossos filhos Julio Cesar Cochmanski Filho e 
Beatriz Cochmanski, meus mais sinceros agradecimentos pela compreensão dos dias 
ausentes, perdoem-me pela presença discreta e muitas vezes imperceptível, 
principalmente pela falta mesmo presente em suas vidas, vivo somente para abraça-
los novamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“É preciso muito tempo para tornar-se jovem” 
Pablo Picasso 
 
 
 
 
RESUMO 
 
COCHMANSKI, Liliane Cristina de Camargo. Diretrizes sustentáveis e saudáveis para 
melhoria em hospedagem assistida a idosos, 2016. 178 f. Dissertação (Engenharia 
Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná, Curitiba, 2016. 
 
 
O envelhecimento populacional é um processo natural que está ocorrendo em 
todo o mundo. O Brasil terá apenas 25 anos, enquanto os países europeus levaram 
um século para o envelhecimento da população. Com o aumento da população idosa, 
a sociedade terá importantes consequências culturais, sociais e econômicas, 
advindas de muitos problemas, que estão relacionados às famílias com condições 
econômicas precárias e número cada vez menor de filhos, habitações sem 
planejamento para a terceira idade, asilos sem infraestrutura para atendimento, 
cuidadores de idosos sem formação, descaso, abandono e pobreza. Com todos os 
problemas relacionados à terceira idade, este trabalho busca determinar as diretrizes 
sustentáveis e saudáveis para a melhoria da arquitetura para os idosos. Mediante 
entrevistas estruturadas e visitas nas Instituições de Longa Permanência dos Idosos 
(ILPIs) existentes na cidade de Curitiba, possibilitou-se a identificação das reais 
condições em relação à qualidade de vida dos idosos. Durante a pesquisa observou-
se: carência em infraestrutura da edificação; inexistência de equipamentos para o 
aproveitamento das águas das chuvas e/ou aquecimento da mesma para usar 
principalmente no chuveiro; falta de local ao ar livre com direito ao sol fora do recuo 
frontal e sem exposição à rua; serviços e atividades ofertadas, como médicos 
geriátricos,odontólogos e falta de atividades voltadas às doenças que mais se 
apresentam nas instituições, como o Alzheimer, a Hipertensão e Diabetes. Isso indica 
a necessidade de um espaço projetado para a terceira idade utilizando diretrizes 
sustentáveis e saudáveis, como por exemplo a escolha de materiais não tóxicos e 
próximos ao local da construção devem ser escolhidos durante a fase de projeto, que 
possam melhorar a qualidade de vida dos idosos residentes nas casas de repouso. 
 
Palavras chaves: Terceira idade. Moradia sustentável. Qualidade de vida dos idosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
COCHMANSKI, Liliane Cristina de Camargo. Sustainable and healthy guidelines for 
improving assisted in hosting the elderly, 2016. 178 f. Dissertação (Engenharia Civil) 
– Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná, Curitiba, 2016. 
 
Population aging is a natural process that is taking place worldwide. The Brazil 
will take only 25 years, while European countries had a century to the population aging. 
With population aging, the society had important cultural, social and economic 
consequences, resulting from many problems, which are related to families with poor 
economic conditions and increasingly fewer children, houses without planning for the 
elderly, nursing homes without infrastructure to service, untrained elderly caregivers, 
neglect, abandonment and poverty. With all the problems related to old age, this study 
seeks to determine the sustainable and healthy guidelines for improving the 
architecture for the elderly. By structured interviews and visits in the institutions of the 
Long Term Elderly (ILPIs) in the city of Curitiba, enabled the identification of the actual 
conditions regarding the quality of life for seniors. During the research it was observed: 
lack of infrastructure building; lack of equipment for the use of rainwater and / or 
heating the same for use mainly in the shower; lack of outdoor venue with the sun right 
out the front setback and without exposure to the street; offered services and activities 
such as geriatric doctors, dentists and lack of activities related to diseases that present 
themselves in institutions, such as Alzheimer's, hypertension and diabetes. This 
indicates the need for a space designed for seniors using sustainable and healthy, 
such as the choice of non-toxic materials and nearby the construction site must be 
chosen during the design phase, guidelines that can improve the quality of life of elderly 
people living in nursing homes. 
 
Keywords: Third Age. Sustainable housing. Quality of life for seniors. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Síntese dos fatores de exclusão social......................................... 32
Figura 2 – Fatores de risco individual............................................................. 33
Figura 3 – Comparação do cérebro normal com o cérebro com Alzheimer... 34
Figura 4 – Quarto do idoso no asilo............................................................... 44
Figura 5a – Vila Dignidade Itapeva................................................................... 51
Figura 5b – Planta Vila Dignidade Mogi Mirim – SP......................................... 52
Figura 6a – Condomínio do idoso em Maringá................................................ 53
Figura 6b – Planta tipo condomínio do idoso em Maringá............................... 54
Figura 7 – Cidade Madura Paraíba................................................................ 55
Figura 8 – Atriun Solar Ville Garaude, SP...................................................... 56
Figura 9 – Jardim Solar Ville Garaude, SP..................................................... 57
Figura 10 – Flat no Ventura Residence, SC..................................................... 58
Figura 11 – Flat no Residencial Santa Catarina, SP........................................ 59
Figura 12a – Fachadas das casas e prédios – Lar Recanto Feliz, SP............... 60
Figura 12b – Vista do lago – Lar Recanto Feliz, SP.......................................... 60
Figura 12c – Vista interna (jardins e passeios) – Lar Recanto Feliz, SP........... 60
Figura 13 – Largest Senior Living Providers.................................................... 63
Figura 14 – Quarto da casa Sunrise Senior Living, EUA.................................. 65
Figura 15 – Fachada Augustinum Seniorenresidenz, Freiburg........................ 67
Figura 16 – Praça entre os blocos de Hogewey Village.................................. 68
Figura 17a – Disposição dos blocos e espaços públicos, Hogewey.................. 69
Figura 17b – Planta arquitetônica do térreo, Hogewey...................................... 69
Figura 17c – Planta arquitetônica do pavimento superior, Hogewey................. 70
Figura 18a – Hospital Sara Kubitschek formado por blocos que se interligam 
unindo espaços externos e internos.............................................
74
Figura 18b – Ambiente sustentável e saudável integrado................................. 74
Figura 18c – Ar refrigerado impulsionados pelas unidades de fan-coil, que 
passam pelas piscinas de água gelada .......................................
75
Figura 18d – Sheds com esquema de entrada da Iluminação natural............... 75
Figura 19a – Implantação em L, Wesel.............................................................. 76
Figura 19b – Fachada voltada à rua, Wesel...................................................... 76
Figura 19c – Planta do quarto, Wesel................................................................ 77
Figura 19d – Sala de jantar, Wesel.................................................................... 77
Figura 20a – Imagem das casas de Fujisawa.................................................... 78
Figura 20b – Imagem aérea de Fujisawa........................................................... 78
Figura 21a – Implantação Care Center.............................................................. 79
Figura 21b – Jardim Interno............................................................................... 79
Figura 22 – Tríade de Vitrúvio.......................................................................... 81
Figura 23 – Integração dos sistemas residenciais........................................... 96
 
 
 
 
Figura 24 – Localização geográfica do Município de Curitiba......................... 98
Figura 25 – Distribuição das ILPIs em Curitiba-2014..................................... 99
Figura 26 – “Jardim” entre casas e /ou no recuo............................................. 104
Figura 27 – Horta elevada nos tanques de lavar roupa................................. 105
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Pirâmide Etária 1980 a Pote Etário 2050..................................... 24
Gráfico 2 – Número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil.................... 25
Gráfico 3 – Expectativa de vida no Estado do Paraná em comparação com 
o Brasil......................................................................................... 26
Gráfico 4 – Taxa de fecundidade no Estado do Paraná em comparação com 
o Brasil......................................................................................... 27
Gráfico 5 – Proporção de crianças e de idosos na população total – Brasil, 
1900 - 2020................................................................................. 28
Gráfico 6 – Composição percentual dos gastos das instituições de longa 
permanência – Brasil, 2007 - 2009............................................... 46
Gráfico 7 – Distribuição proporcional das instituições de longa permanência 
brasileiras por regime jurídico – 2007- 2009................................. 47
Gráfico 8 – Proporção de instituições de longa permanênciaque 
declararam oferecer os serviços mencionados – Brasil, 2007-
2009............................................................................................ 48
Gráfico 9 – Distribuição dos recursos financeiros médios mensais das ILPIs 
segundo componentes de despesa - Paraná - 2006/2007........... 49
Gráfico 10 – Escolaridade dos profissionais responsáveis das ILPIs em 
Curitiba– 2015............................................................................. 101
Gráfico 11 – Localização do jardim nas ILPIs em Curitiba – 2015.................... 103
Gráfico 12 – Participação das famílias em visitas aos idosos das ILPIs em 
Curitiba – 2015.............................................................................. 106
Gráfico 13 – Lotação máxima do espaço das ILPIs em Curitiba – 2015........... 108
Gráfico 14 – Opinião dos responsáveis pelas ILPIs sobre o curso de cuidador 
de idoso em Curitiba – 2015.......................................................... 109
Gráfico 15 – Fins lucrativos das ILPIs em Curitiba – 2015................................ 110
Gráfico 16 – Doença que mais se apresenta nas ILPIs em Curitiba - 2015...... 112
Gráfico 17 – Passeios externos dos Idosos com a Família e ILPIs em Curitiba 
– 2015........................................................................................... 113
Gráfico 18 – Problemas das ILPIs.................................................................... 117
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – População residente total e de 60 anos ou mais de idade no Brasil
– 2010............................................................................................. 25
Tabela 2 – Distribuição percentual das pessoas com 60 anos ou mais de 
idade por domicilio e por sexo segundo as regiões brasileiras –
2013................................................................................................ 29
Tabela 3 – Distribuição percentual das pessoas com 60 anos ou mais, por 
classes de rendimento mensal de todas as fontes, segundo as 
grandes regiões brasileiras - 2013................................................... 30
Tabela 4 – Estágios da doença de Alzheimer – 2013....................................... 36
Tabela 5 – Brasil: Evolução do quadro institucional voltado para os idosos, 
com destaque para leis e políticas de governo – 2008.................... 40
Tabela 6 – Comparação entre os custos relativos americanos – 2015.............. 62
Tabela 7 – Pilares básicos para a construção sustentável e saudável – 2010... 
91
Tabela 8 – Indicadores para a construção sustentável e saudável – 2010........ 92
Tabela 9 – Regras para construir um ambiente saudável – 1999...................... 94
Tabela 10 – Quantidade de quartos, camas e banheiros/ILPIs de Curitiba –
2015................................................................................................ 102
Tabela 11 – Quantidade da edificação e do lote/ILPIs de Curitiba – 2015......... 102
Tabela 12 – Cardápio, quantidade de alimentações/dia e idosos que 
necessitam de ajuda para comer nas ILPIs/Curitiba – 2015........... 107
Tabela 13 – Programa de necessidades e dimensões aproximadas para 
hospedagem assistida à idosos....................................................... 125
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
AQUA – Alta Qualidade Ambiental 
ASTM – American Society for Testing and Materials 
ATI – Academia da Terceira Idade 
AURESIDE – Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial 
AVC – Acidente Vascular Cerebral 
BPC – Benefício de Prestação Continuada 
BREDEM – Building Research Establisment 
BREEAM 
– 
Building Research Establishment Environmental Assessment 
Methodology 
CMDPI – Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa 
CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social 
CNDI – Conselho Nacional do Idoso 
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
DCNT – Doenças crônicas não transmissíveis 
ETE – Mini Estação de tratamento de esgoto 
FAS – Fundação de Ação Social 
FNAS – Fundo Nacional de Assistência Social 
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo 
HQE – Haute Qualité Environnementale 
ILPIs – Instituição de Longa Permanência para os Idosos 
LEED – Leadership in Energy and Environmental Design 
LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social 
MAS – Ministério da Assistência Social 
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome 
MPAS – Ministério da Previdência Social 
PNAS – Política Nacional de Assistência Social 
PNI – Política Nacional do Idoso 
SAC – Serviços de Ação Continuada 
SAM – Sustainability Assessement Model 
SAS – Secretaria de Assistência Social 
SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia 
SEAS – Secretaria de Estado de Assistência Social 
SED – Síndrome do Edifício Doente 
SMSC – Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba 
SUAS – Sistema Único de Assistência Social 
SUS – Sistema Único de Saúde 
TO – Terapia ocupacional 
TV – Televisão 
 
 
 
 
UEM – Universidade Estadual de Maringá 
UTI – Unidade de Terapia Intensiva ou Unidade de Tratamento Intenso 
ZR2 – Zona Residencial 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16 
1.1 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................... 16 
1.2 OPERACIONALIZAÇÃO DOS TERMOS ............................................................ 17 
1.3 OBJETIVOS..........................................................................................................18 
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 18 
1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 19 
1.4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 19 
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ...................................................................... 21 
2 REVISÃO WEB-BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 22 
2.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE OS IDOSOS ........................................................ 22 
2.1.1 Envelhecimento da População ......................................................................... 23 
2.1.1.1 Fatores que levaram ao envelhecimento ....................................................... 25 
2.1.2 Perfil dos Idosos ............................................................................................... 28 
2.1.3 Problemas Enfrentados pelos Idosos ............................................................... 30 
2.1.4 Direitos dos Idosos, Deveres da Sociedade e Atual Realidade ........................ 38 
2.2. DEFINIÇÃO DOS ASILOS E ILPIs ..................................................................... 42 
2.2.1 Instituições Asilares às ILPIs ............................................................................ 42 
2.2.2 Realidade das Instituições de Idosos no Brasil com Enfoque no Paraná ......... 45 
2.2.3 Exemplos de Instituições de Idosos ................................................................. 51 
2.2.3.1 Rede pública brasileira .................................................................................. 51 
2.2.3.2 Rede privada brasileira .................................................................................. 55 
2.2.3.3 Modelos internacionais .................................................................................. 61 
2.3 CONSIDERAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL E SAUDÁVEL ...... 71 
2.3.1 Exemplos de Arquitetura Sustentável e Saudável ............................................ 73 
2.3.2 Projeto de Arquitetura .......................................................................................80 
2.3.3 Eficiência Energética ........................................................................................ 80 
2.3.4 Conforto Ambiental do Ser Humano ................................................................. 84 
2.3.5 Certificações ..................................................................................................... 86 
2.3.6 Arquitetura Bioclimática .................................................................................... 87 
2.3.7 Automação Residencial para Idosos ................................................................ 95 
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ..................................................................... 97 
3.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................. 97 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 100 
4.1 DIAGNÓSTICO DAS ILPIs DE CURITIBA ........................................................ 100 
4.1.1 Identificação do Local ..................................................................................... 100 
4.1.2 Espaço Interno e Externo das ILPIs ............................................................... 101 
4.1.3 Administração das ILPIs ................................................................................. 105 
4.1.4 Funcionários / Cuidadores das ILPIs .............................................................. 108 
4.1.5 Valores Monetários das ILPIs ......................................................................... 110 
4.1.6 Cuidados com a Saúde dos Idosos ................................................................ 111 
4.1.7 Perfil dos Idosos nas ILPIs ............................................................................. 112 
4.1.8 Perfil das Edificações Adequadas para os Idosos .......................................... 114 
4.1.9 Diretrizes Sustentáveis e Saudáveis das ILPIs .............................................. 114 
4.1.10 Problemática das ILPIs ................................................................................. 116 
 
 
 
 
4.1.11 Panorama das ILPIs sobre a Percepção dos Responsáveis pelos Cuidados dos 
Idosos ...................................................................................................................... 118 
4.2 DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS E SAUDÁVEIS PARA MELHORIA EM 
HOSPEDAGEM ASSISTIDA À IDOSOS ................................................................. 120 
4.2.1 Retrofit de Residência Unifamiliar para Casa de Repouso de Idosos ............ 120 
4.2.2 Diretrizes de Projeto para Hospedagem Assistida a Idosos ........................... 123 
4.2.2.1 Programa de necessidades e dimensões aproximadas .............................. 124 
4.2.2.2 Escolha do local e aspectos projetuais privilegiando características 
sustentáveis e saudáveis ........................................................................................ 127 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 140 
5.1 CONSIDERACAO GERAL ................................................................................ 140 
5.2 CONCLUSÃO .................................................................................................... 142 
5.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 145 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 147 
APÊNDICES............................................................................................................ 167 
ANEXOS ..................................................................................................................175 
 
 
 
 
16 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
 
O envelhecimento populacional é um processo natural que está ocorrendo no 
mundo todo. Em alguns países o processo de envelhecimento foi mais prolongado e 
atualmente estão em ritmo menor. Porém, em outros, como é o caso do Brasil, a 
população acima dos 60 anos, considerada idosa nos países subdesenvolvidos, está 
crescendo em um ritmo acelerado. Durante um período de 60 anos, esse índice 
passou de 1,6 % em 1940 para 14,5% em 2000 (BATISTA et al., 2008). Contudo, a 
perspectiva de crescimento para a população idosa é que em 2050 atinja 30% (SORDI, 
2015). 
Esse índice crescente da população idosa gera importantes consequências 
culturais, sociais e econômicas, fazendo com que a população perceba esse 
fenômeno; e faça com que haja mudanças nessa área. Observa-se nos últimos anos 
um número maior de pesquisas voltadas para o bem-estar dos idosos. Isto demostra 
que a sociedade está iniciando um processo de conscientização sobre o idoso e os 
problemas que o afetam diretamente, como: pobreza, saúde, família com condições 
econômicas precárias e número cada vez menor de filhos, habitações sem 
planejamento para a terceira idade, asilos sem infraestrutura para atendimento, 
cuidadores de idosos sem formação, descaso e abandono da família em relação aos 
idosos. Enfim, existem problemas relacionados à pessoa idosa e precisam ser 
solucionados imediatamente. 
Esse trabalho justifica-se pela análise dos problemas que envolvem o idoso e 
pela busca em ajudar a sociedade de alguma forma, o que é dever de cada um de 
nós como cidadão. 
Além disto, vem propor diretrizes para casas de repouso de idosos, 
planejando os espaços e verificando as reais necessidades dos moradores, os quais 
usufruirão destes espaços em períodos delicados de suas vidas. Neste caso, busca-
se, além do planejamento adequado para a idade, uma construção que seja 
sustentável e saudável, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes. 
 
 
17 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho, tornou-se necessário conhecer o local 
em que vivem os idosos. Logo, realizou-se entrevistas estruturadas e visitas nas 
instituições existentes em Curitiba, percebendo, assim, quais são as reais condições 
em relação à qualidade de vida dos idosos, dentro das ILPIs. 
Por meio de alguns acontecimentos que foram reportados na mídia, de 
conversas informais aos familiares e também com pessoas que trabalham na área, 
entre outros, pressupõem-se que essas ILPIs apresentem carência em: infraestrutura 
da edificação, locais ao ar livre com direito ao sol, serviços ofertados, pessoas 
capacitadas para cuidar de idosos e qualidade de vida dos idosos que permanecem 
no local. 
Com base nos objetivos propostos, são estabelecidas diretrizes de projeto 
preliminar para o local onde o idoso irá residir, listando as melhorias que podem ser 
aplicadas no interior e exterior da edificação, para que o idoso tenha boa qualidade 
de vida. Por meio desses levantamentos, obtém-se uma análise real da situação das 
ILPIs, bem como os pontos que devem ser melhorados em novas habitações a serem 
desenvolvidas, voltadas aos idosos. 
 
 
 1.2 OPERACIONALIZAÇÃO DOS TERMOS 
 
 
Durante o decorrer do trabalho são apresentados alguns termos. No entanto, 
para melhor compreensão do mesmo são abordados e explicados alguns desses a 
seguir, tais como: 
a) Hospedagem Assistida: É uma atividade de acolhimento de pessoas, ou 
seja, na forma de pousadas ou outros locais para abrigar pessoas, com ou 
sem remuneração, os quais devem fornecer diversos serviços na área da 
saúde, auxilio e manutenção do bem-estar para os seus hóspedes. No caso 
da hospedagem assistida à terceira idade, o atendimento é focado nos 
idosos, da mesma forma que os exercícios, atividades e cuidados são 
voltados a esse público (ANTUNES, 2008); 
b) ILPIs: São Instituições de Longa Permanência para Idosos. No Brasil, ainda 
não existe um consenso sobre o que é realmente, mas sua origem está 
 
 
18 
 
ligada aos asilos criado para atender somente a população carente que 
necessitava de abrigo. No entanto, atualmente a expressão usada em uma 
função híbrida,ou seja, deve existir assistência social integrada com a rede 
de assistência à saúde e oferecer um abrigo aos idosos, o qual tem 
diferentes denominações, como casas de repouso, clínicas geriátricas, 
abrigos e asilos (CAMARANO; KANSO, 2010); 
c) Ambiente Sustentável: É um conceito sistêmico e contínuo, ou seja, ele 
correlaciona e integra de forma organizada os aspectos econômicos, 
sociais, culturais e ambientais da sociedade, de forma que se mantenha 
esse equilíbrio ao longo do tempo. Entretanto, suprindo as necessidades 
do presente sem afetar as gerações futuras. Um ambiente sustentável 
consegue-se por meio da harmonia entre a análise do entorno e o projeto 
da edificação, o qual deve ser economicamente viável, socialmente justo, 
culturalmente aceito e ecologicamente correto (CABRERA, 2009). É um 
ambiente onde a arquitetura está integrada com a natureza e o homem, 
além disso deve-se priorizar a redução de impactos ambientais 
(BARBOSA; LIMA, 2004); 
d) Ambiente Saudável: é o ambiente construído para o ser humano em que é 
planejado em sua totalidade, cuidando do bem-estar da mente, corpo e 
espirito do ser humano (CORRADO, 1999). 
 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
 
Determinar quais seriam as diretrizes sustentáveis e saudáveis para as ILPIs 
de idosos de Curitiba, visando a melhoria do bem-estar dos seus ocupantes. 
 
 
 
 
 
19 
 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
 
1) Levantar os aspectos sustentáveis e saudáveis para a arquitetura e 
construção das hospedagens assistidas de idosos. 
2) Analisar os espaços físicos e a qualidade de vida dos idosos dentro das 
ILPIs existentes atualmente na cidade de Curitiba; 
3) Propor parâmetros para projetos arquitetônicos novos e de reformas para 
a terceira idade seguindo o conceito de construção sustentável e saudável. 
4) Apresentar um programa de necessidade de novas ILPIs. 
 
 
 1.4 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
Durante a realização do trabalho, utilizou-se a pesquisa da literatura e 
documental, encontrada em bibliotecas e principalmente por meio da internet. 
Juntamente, foram realizadas entrevistas estruturadas, com os responsáveis e/ou 
com pessoas que conheçam a funcionalidade de cada ILPI. 
As entrevistas estruturadas (Apêndice A) foram realizadas de três maneiras: 
a) Via local: Foram agendadas antecipadamente pelo telefone. No dia 
marcado, a entrevista era gravada, quando aceita pelo responsável; ou 
redigida; 
b) Via telefone: Também foram agendadas antecipadamente. No dia e horário 
marcado, poderia ser gravada ou por escrito, dependendo se o entrevistado 
permitia ou não; 
c) Via e-mail: Foram enviadas as perguntas da entrevista em arquivo do Word 
para o endereço transmitido. 
 
No dia da entrevista (visita in loco), foi solicitada permissão para tirar fotos do 
interior das ILPIs. No entanto, muitas não permitiam e quando concediam os 
responsáveis escolhiam os locais para o registro. 
 
 
20 
 
Na realização da entrevista estruturada, primeiramente foram colhidos dados 
de identificação da ILPI, do atendente e do responsável. Em seguida, foram 
levantados temas que abordaram diferentes aspectos, tais como: 
a) Espaço interno e externo da ILPI: Se foi adaptado para os idosos ou não; 
número de ambientes (salas, refeitório, banheiros e principalmente quartos 
com banheiros) da casa; se possui espaço ecumênico; jardim (fora do 
recuo frontal e/ou lateral) e horta para os internos; sala de fisioterapia; 
enfermaria ou farmácia; local externo para exercícios físicos; área da casa 
e do terreno; tamanho dos quartos, das janelas, além de verificar a posição 
das mesmas em relação à área externa e a possiblidade do sol penetrar 
nos ambientes durante algum período do dia; 
b) Administração da ILPI: Regime de funcionamento (aberto, semiaberto ou 
fechado); participação da família em relação às visitas; atividades 
realizadas durante a semana e eventos esporádicos; cuidados com a 
alimentação, higienização das roupas, louças e a administração dos 
remédios; capacidade de lotação máxima e número de idosos atuais; e 
graus de dependência atendidos na casa; 
c) Funcionários/cuidadores: Relação entre o número de cuidadores por 
idosos; nível de escolaridade dos cuidadores; carga horária e valor salarial; 
d) Valores monetários da ILPI: Pública, privada com ou sem fins lucrativos; 
valor mensal; forma estabelecida para chegar ao valor da mensalidade; 
e) Cuidados com a saúde do idoso: Se possui atendimento médico 
(geriatra), fisioterapeuta, plano de saúde; atividades desenvolvidas 
especificamente para a doença que mais se apresenta; 
f) Perfil dos idosos da ILPI: Número de homens e mulheres; idade; 
quantidade de idosos por quarto; passeios externos com a família e/ou com 
a ILPI; 
g) Perfil de uma construção adequada: Como deveriam ser as edificações; 
áreas verdes; tamanho do lote; 
h) Diretrizes sustentáveis e saudáveis da ILPI: Se existem algumas ações 
sustentáveis e saudáveis mínimas, como, por exemplo: medidas para 
economia de água; aproveitamento da água de chuva; utilização de placas 
fotovoltaicas para produzir energia elétrica; placas térmicas para o 
 
 
21 
 
aquecimento de água; cuidados com iluminação, ventilação e orientação 
solar durante a fase de projeto; 
i) Dificuldades da ILPI com o meio em que está inserida: Quanto à 
legislação, sociedade, famílias, etc. 
Após a coleta de dados das entrevistas realizadas nas ILPIs, os dados foram 
filtrados por grupos de interesse de acordo com a sequência das perguntas descritas. 
 
 
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 
 
 
Nesta primeira seção, foi abordada o tema da pesquisa assim como sua 
justificativa, a delimitação do estudo, a operacionalização de alguns termos, os 
objetivos e a estrutura do trabalho. Além disto, mostra-se os métodos e procedimentos 
para realização da pesquisa em campo. 
Na segunda seção, apresenta-se o embasamento teórico da dissertação 
realizado por meio de revisão bibliográfica e documental, o qual foi dividido em três 
partes. A primeira parte refere-se ao aspecto geral sobre os idosos. Em seguida, é 
relatado sobre a definição dos asilos e ILPIs e a última parte é sobre os parâmetros 
para a construção sustentável e saudável voltada principalmente aos idosos. 
A terceira seção, refere-se ao procedimento experimental da pesquisa, 
localização da área de estudo e materiais e métodos utilizados para a realização do 
trabalho. 
Na quarta seção, são apresentados os resultados e discussões, por meio da 
análise dos resultados da pesquisa em campo realizada nas ILPIs de Curitiba e as 
diretrizes sustentáveis e saudáveis para melhoria na arquitetura em hospedagem 
assistida a idosos. 
A quinta seção, refere-se às considerações finais e sugestões para futuros 
trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
2 REVISÃO WEB-BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 2.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE OS IDOSOS 
 
 
Segundo o Estatuto do Idoso (LEI No 10.741) (BRASIL, 2003), a pessoa é 
considerada idosa com 60 anos ou mais; índice que é estabelecido para países 
subdesenvolvidos. “No mundo todo, a cada segundo, duas pessoas celebram seu 
sexagésimo aniversário – em um total anual de quase 58 milhões de aniversários de 
60 anos” (UNFPA, 2012, p. 3). 
No Brasil, o fato de a pessoa ser considerada idosa está associado à saída 
da vida produtiva com a via de aposentadoria. Além de outros motivos devido à 
evolução cronológica, estão presentes fenômenos biológicos, psicológicos e sociais, 
os quais resultam em importantes fatores para a percepção e a vivência da idade e 
do envelhecimento. Não existe um consenso sobre o que exatamente define o idoso. 
Contudo, todos esses fatores contribuem e determinam a pessoa ser velha e por esse 
motivo ser descartada, fazendo com que muitas vezes seja descriminada e deixada 
de lado como algo que não serve mais para a sociedade (BATISTA et al., 2008). 
Para Moragas (2004), existem três concepções de velhice:a) Velhice cronológica: Definida pelo fato de se ter atingido os 65 anos, 
juntamente com o afastamento do trabalho profissional. Porém, isto se 
torna inconveniente, quando fica comprovado o impacto diferente do tempo 
para cada pessoa, de acordo com o que tenha sido sua maneira de viver, 
sua saúde, suas condições de trabalho e tudo mais que o deixaram da 
maneira como está atualmente; 
b) Velhice Funcional: Corresponde ao emprego do termo "velho" como 
sinônimo de "incapaz" ou" limitado". Trata-se de um conceito errôneo, pois 
a velhice não representa necessariamente incapacidade. Contudo, para 
mudar esse conceito é necessário lutar contra o conceito de que o idoso é 
funcionalmente limitado; 
c) Velhice – etapa vital: É a mais equilibrada e moderna, baseando-se no 
reconhecimento de que o percurso do tempo produz efeito na pessoa que 
 
 
23 
 
entra em uma etapa diferente das vividas previamente. Essa etapa possui 
uma realidade própria e diferenciada das anteriores, limitada unicamente 
por condições objetivas externas e subjetivas (MORAGAS, 2004). 
 
 
2.1.1 Envelhecimento da População 
 
 
O envelhecimento populacional é uma das mais significativas tendências do 
século XXI; resultado de conquistas políticas, sociais e da incorporação de novas 
tecnologias (CHAIMOWICZ et al., 2013). 
Acompanhando o processo demográfico do Brasil, o envelhecimento ganha 
destaque com o aumento da expectativa de vida, bem como com os ganhos e perdas 
decorrentes desse aumento. A expectativa de vida do brasileiro em 1980 era de 62,7 
anos; esse índice aumentou para 73,9 anos, em 2013. Isso representa 11,2 anos a 
mais do que em 1980; um aumento no número de anos vividos que merecem atenção 
e respeito em todas as áreas do conhecimento. Isto para que os idosos vivam seus 
últimos anos com qualidade e dignidade (PNUD, 2014). 
Atualmente, ocorre um processo de envelhecimento da sociedade em nível 
mundial. Com exceção de alguns países da África, os demais estão passando por 
essa mudança (GUIMARÃES, 2013). “Presentemente, apenas o Japão conta com 
uma população de mais de 30% de idosos; por volta de 2050, estima-se que 64 países 
se juntarão a ele, com uma população idosa de mais de 30% do total” (UNFPA, 2012, 
p. 3). 
De acordo com as projeções das Nações Unidas (2012) 
 
 [...] Uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, e estima-se 
um crescimento para um em cada cinco por volta de 2050 […] pela primeira 
vez haverá mais idosos que crianças menores de 15 anos. Em 2012, 810 
milhões de pessoas tinham 60 anos ou mais, constituindo 11,5% da 
população global. Estima-se que esse número alcance um bilhão em menos 
de dez anos e mais que duplique em 2050, alcançando dois bilhões de 
pessoas ou 22% da população global (UNFPA, 2012, p. 3-4). 
 
 
 
24 
 
Assim como nos países europeus, o Brasil é um país onde a população 
humana está envelhecendo (Gráfico 1). No entanto, até pouco tempo havia o conceito 
de ser um país jovem. Com isso o país, ao contrário de outros, não está preparado 
para atender esses idosos. É necessário, urgentemente a implantação e 
implementação das leis e políticas que contemplem a redução da violência e a 
proteção ao idoso, principalmente no quesito saúde (ENSP, 2009). 
 
 
 
 1980 2010 2050 
 Homens Mulheres 
 
 
Gráfico 1 - Pirâmide Etária 1980 a Pote Etário 2050 
Fonte: IBGE (2008a). 
 
Segundo dados do IBGE (2008a), a população idosa brasileira está crescendo 
em ritmo acelerado. A característica “pirâmide etária” que pode ser observada em 
1980, onde a maior preocupação do governo eram as crianças e adoslecentes, 
atualmente está dando lugar ao “pote etário”, em que a preocupação deve-se voltar 
aos idosos (IBGE, 2008a). 
Em países da Europa, como a França, o índice de envelhecimento da 
população dobrou de 7% para 14% em um século. Em contraste, essa mesma 
variação demográfica ocorrerá nas próximas duas décadas (entre 2011 e 2031) no 
Brasil, ou seja, em um período bem inferior se comparar aos países europeus. E, irá 
mais do que triplicar nas próximas quatro décadas, de menos de 20 milhões em 2010 
para aproximadamente 65 milhões em 2050 (BANCO MUNDIAL, 2011). 
Dados dos IBGE (2011) mostram que o número de idosos no Brasil aumentou 
em 51,61% em dez anos (Gráfico 2). 
80+ 
 
60 – 64 
 
40 – 44 
 
20 - 24 
 
0 - 4 
80 + 
60 - 64 
A
no
s 
 
 
25 
 
 
 Gráfico 2 – Número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil 
 Fonte: IBGE (2011). 
 
O envelhecimento da população brasileira é reflexo, principalmente, da 
diminuição do crescimento populacional aliado a menores taxas de natalidade e 
fecundidade (SDH, 2012). E grande parte da população idosa encontrar-se-á 
principalmente na região Sul e Sudeste do Brasil, onde a perspectiva de vida tende 
de ser maior nos próximos anos (CLOSS; SCHWANKE, 2012). 
A população idosa residente no Paraná está acima da média nacional, esta 
média é mais acentuada na capital, cuja pesquisa foi realizada (Tabela 1) (IPPUC, 
2010). 
 
 
Tabela 1 - População residente total e de 60 anos ou mais de idade no Brasil - 2010 
 
Localidade Total 
Total por localidade 
com 60 anos ou mais 
Percentual 
por localidade (%) 
Curitiba 1.751.907 198.089 11,31 
Paraná 10.444.526 1.170.955 11,21 
Brasil 190.755.799 20.590.599 10,79 
 
Fonte: IBGE (2010). 
Elaborado pelo IPPUC (2010) e complementado pela autora (2015). 
 
 
2.1.1.1 Fatores que levaram ao envelhecimento 
 
 
Segundo Mendes et al. (2005), esse processo de envelhecimento teve início 
 
 
26 
 
nos países desenvolvidos na década de 1940, devido a alguns fatores, tais como: 
 
[...] Decorrência da queda de mortalidade, a grandes conquistas do 
conhecimento médico, urbanização adequada das cidades, melhoria 
nutricional, elevação dos níveis de higiene pessoal e ambiental tanto em 
residências como no trabalho assim como em decorrência dos avanços 
tecnológicos (MENDES et al., 2005, p. 3). 
 
O que aconteceu anteriormente nos países desenvolvidos, no Brasil teve 
início nos últimos 60 anos. Atualmente, continua passando por esse processo, que 
tende a perseverar pelos próximos anos. Chaimowicz et al. (2013) relatam que esse 
crescimento expressivo de idosos está ocorrendo devido aos fatores citados 
anteriormente. E, também pelo fato das taxas de fertilidade serem reduzidas e com 
maior expectativa de vida. 
No Paraná, a expectativa de vida chegará aos 80 anos em 2028, muito antes 
da média nacional que deverá atingir esse patamar em 2050 (Gráfico 3). Isso faz com 
que o Estado tenha mais idosos. Consequentemente, deverá existir uma preocupação 
maior com a qualidade de vida que essas pessoas terão (MARCHIORI, 2013). 
 
 
 Gráfico 3- Expectativa de vida no Estado do Paraná em comparação com Brasil 
 Fonte: Marchiori (2013). 
A
no
s 
 
 
27 
 
No século passado, as mulheres tinham em média seis filhos, apresentando 
uma alta taxa de fertilidade. Porém, três de cada 100 pessoas morriam por ano, 
ocasionando uma alta taxa de mortalidade e a expectativa de vida dos brasileiros não 
passava de 40 anos (CHAIMOWICZ et al., 2013). A partir da metade da década de 
1960, devido a mudanças socioculturais e o crescimento da população urbana, esse 
índice mudou; a taxa de fecundidade caiu para 2,2 filhos por mulher; a mortalidade 
diminuiu e a expectativa de vida aumentou consideravelmente, devendo chegar em 
2030 a 1,51 filhos por mulher no Brasil, enquanto no Paraná esse índice será mais 
acentuado atingindo 1,45 filhos (Gráfico 4) (MARCHIORI, 2013). 
 
 
 
 Gráfico 4- Taxa de fecundidade no Estado do Paraná em comparação com o Brasil 
 Fonte:Marchiori (2013). 
 
 
O envelhecimento populacional que se refere à proporção de crianças e 
idosos é acentuado. Percebe-se um declínio da população de crianças de zero a 14 
anos e, por outro, lado o aumento da população de idosos, de 60 anos ou mais de 
idade (Gráfico 5) (IBGE, 2008b). 
P
or
ce
nt
ag
em
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Gráfico 5 – Proporção de crianças e de idosos na população total – Brasil, 1900 - 2020 
 Fonte: IBGE (2008b). 
 
 
O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da 
população brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de zero a 14 anos 
existiam 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 
crianças de zero a 14 anos existirão 172, 7 idosos (IBGE, 2008b). 
 
 
2.1.2 Perfil dos Idosos 
 
 
Segundo o IBGE (2014), a maioria dos idosos brasileiros independente de 
qual região do país estejam, residem em sua maioria na zona urbana (Tabela 2). 
Fazendo uma comparação entre os sexos, existe uma grande feminização na velhice. 
Essa diferença aumenta, principalmente, entre os idosos com mais de 80 anos (IPEA, 
2004). 
 
 
Crianças (0 a 4 anos) 
Idosos (60 anos ou mais)
1900 1950 2000 2010 2015 2020 
 
 ANOS 
P
or
ce
nt
ag
em
 
 
 
29 
 
 
Tabela 2 – Distribuição percentual das pessoas com 60 anos ou mais de idade por domicilio e por 
sexo segundo as regiões brasileiras - 2013 
Regiões 
Situação de domicílio (%) Sexo (%) 
 Urbana Rural Homem Mulher 
Brasil 83,9 16,1 44,5 55,5 
Norte 72,5 27,5 49,5 50,5 
Nordeste 71,9 28,1 44,7 55,3 
Sudeste 92,6 7,4 46,3 56,7 
Sul 80,9 19,1 44,7 55,3 
Centro Oeste 88,3 11,7 46,5 53,5 
 
Fonte: IBGE (2014) 
Elaborado pela autora (2015). 
 
Devido à expectativa de vida da mulher ser maior em relação aos homens, na 
Europa, América do Norte e Japão, elas vivem em torno de sete anos a mais que os 
homens (CHAIMOWICZ et al., 2013). 
No Brasil, em 2008, a expectativa média de vida das mulheres era de 76,8 
anos contra 69,3 para os homens (MOTOMURA, 2010). 
Apesar disso, 
 
[...] a aparente vantagem das mulheres é parcialmente atenuada pela maior 
prevalência de demências, depressão e dependência funcional entre elas, 
reduzindo sua expectativa de vida livre de incapacidades (CHAIMOWICZ et 
al., 2013, p. 24). 
 
No parágrafo anterior, o autor refere-se à longevidade feminina, citando 
algumas complicações de saúde enfrentadas pelas mulheres na terceira idade, que 
não afetam a sua sobrevivência. Refere-se ainda à expectativa de vida curta para o 
universo feminino na terceira idade, livre de demências, ou seja, as mulheres têm 
menos problemas de saúde que limitam suas vidas, porém, os problemas aparecem 
no fim de sua existência, causando transtorno. No entanto, isto não é fatal. 
A população de idosos brasileiros caracteriza-se principalmente pela raça de 
cor branca 53,4%, seguido pela parda 37,3% e negra 8,3%. Na região Sul, esse índice 
é ainda mais expressivo onde a população branca é 79,5%, parda 15,6% e negra é 
3,7% (IBGE, 2014). 
Dessa forma, Melo e Kreter (2014) completam que 
 
 
 
30 
 
 [...] a velhice é uma mulher branca. Nascem mais negras, mas os 
determinantes sociais do processo de saúde, as doenças e as condições 
mais precárias de vida impedem que a população negra de chegar à velhice, 
particularmente suas mulheres, apesar da condição genética dos negros e 
negras ser mais favorável a longevidade do que a da população branca 
(MELO; KRETER, 2014, p. 3). 
 
Apesar da idade avançada, 64,4% dos idosos brasileiros são as pessoas 
responsáveis pelos domicílios. No entanto, de acordo com IBGE (2014), o rendimento 
mensal de 38,3% dos idosos está entre meio e um salário mínimo, ou seja, entre R$ 
394,00 e R$ 788,00 (Tabela 3) (AGÊNCIA BRASIL, 2015). 
 
 
Tabela 3 – Distribuição percentual das pessoas com 60 anos ou mais, por classes de rendimento 
mensal de todas as fontes, segundo as grandes regiões brasileiras - 2013 
 
Regiões 
Distribuição percentual das pessoas de 60 anos ou mais de idade, 
por classes de rendimento mensal de todas as fontes (%) 
Até ½ salário 
mínimo 
Mais de ½ a 1 
salário mínimo
Mais de 1 a 2 
salários mínimos 
Mais de 2 
salários mínimos
Brasil 1,4 38,3 23,9 24,6 
Norte 2,5 48,6 23,2 15,3 
Nordeste 2,3 51,9 23,3 14,0 
Sudeste 0,9 30,2 23,8 30,2 
Sul 1,0 34,1 26,5 28,9 
Centro Oeste 1,4 41,0 20,6 25,2 
 
Fonte: IBGE (2014) 
Elaborado pela autora (2015). 
 
 
2.1.3 Problemas Enfrentados pelos Idosos 
 
 
Como em todas as situações humanas, a velhice tem uma dimensão 
existencial, que modifica a relação da pessoa com o tempo, gerando mudanças em 
suas relações com o mundo e com sua própria história. Isto faz com que a velhice seja 
difícil de ser aceita por grande parte da população, que vê no idoso o final da vida e 
não como um exemplo a ser seguido (BEAUVOIR, 1990). 
De acordo com o PNUD (2014), problemas como a pobreza e exclusão social 
são os que mais afetam a velhice, devido aos fatores físicos, mentais e econômicos 
que estão associados. Além disso, problemas como as limitações intelectuais, visuais, 
 
 
31 
 
auditivas, motoras e doenças crônico-degenerativas ocasionam dependência nas 
atividades cotidianas e aumentam a frequência nos serviços de saúde (FIELDLER; 
PERES, 2008). 
Esses problemas ocorrem mais em mulheres, onde existe um número maior 
nesta situação em relação aos homens, pelo fato da sua expectativa de vida ser maior. 
Elas estão sujeitas a viver mais tempo em situação de pobreza, porque grande parte 
perde seus parceiros antes. Outro motivo é a maior probabilidade de não se casarem 
(PNUD, 2014). 
A população idosa constitui uma parcela potencialmente vulnerável a estar 
em estado de pobreza, uma vez que características como produtividade e 
empregabilidade declinam com a idade, a partir de um determinado momento no ciclo 
de vida. Isto faz com que muitos tenham dificuldade de inserção no mercado de 
trabalho, gerando problemas em obter renda por meio do trabalho. Com isto, os idosos 
passam a depender significativamente de outras fontes de renda, principalmente da 
aposentadoria e dos rendimentos dos demais moradores do domicílio, para sobreviver 
e manter seu padrão de vida (BARROS; MENDONÇA; SANTOS, 1999). 
No entanto, deve-se lembrar que as famílias com idosos tendem a ser menos 
numerosas, fazendo com que a renda per capita seja menor. Os gastos dos idosos 
também tendem a ser maiores, uma vez que há maior probabilidade de surgimento 
de gastos elevados e inesperados, principalmente com sua saúde (BARROS; 
MENDONÇA; SANTOS, 1999). 
Por outro lado, a aposentadoria tirou muitos idosos da linha extrema de 
pobreza a partir do momento de sua criação. 
 
A proporção de idosos vivendo com menos de US$ 2 por dia – linha de 
pobreza estabelecida pelo Banco Mundial – caiu de 45% para 2% desde o 
início da década de 80. Isso ocorreu graças ao aumento dos gastos públicos 
com aposentadoria após a Constituição de 1988, que garantiu o benefício até 
mesmo para quem nunca havia contribuído (ROCHA, 2012, p.1). 
 
Além da pobreza que atinge muitos idosos, existem outros fatores que o 
afetam diretamente (Figura 1), tornando-o uma pessoa vulnerável dentro da 
sociedade e fazendo com que seja excluída (BORBA; LIMA, 2011). 
 
 
 
32 
 
 
 Figura 1 – Síntese dos fatores de exclusão social 
 Fonte: Borba e Lima (2011) 
 
Segundo a OMS (2002), muitos dos seres humanos que convivem com a 
violência dia após dia assumem que ela é parte intrínseca da condição humana; e não 
percebem que isto não é verdade. Isto faz com que a violência e outros problemas 
contra o idoso passem pela sociedade desatenta,sem serem observados. 
Entre os 65 e 75 anos de idade, existem denúncias por parte dos idosos em 
relação aos maus tratos sofridos, porque nessa faixa etária grande parte deles são 
ativos física e intelectualmente, além de dispor de mais autonomia e condições de 
procurar por ajuda. Porém, a partir dos 80 a 90 anos, por sua fragilidade, requerem 
uma atenção ainda maior no atendimento de suas necessidades de saúde e na 
prevenção das várias formas de violência. Isto não significa dizer que, acima desta 
idade, o fenômeno da violência não ocorra – o que não existe são denúncias por parte 
dos idosos (FLORÊNCIO; FERREIRA; SÁ, 2007). 
Outro problema que preocupa muitos idosos é em relação as doenças da 
terceira idade. Apesar do aumento da expectativa de vida da população brasileira, os 
idosos estão vivendo com menor qualidade de vida, já que convivem mais tempo com 
doenças crônicas típicas da faixa de idade (PIVETTI, 2013). 
 
 
33 
 
Há em torno de 75,5% dos idosos brasileiros com alguma doença crônica, ou 
seja, de curso arrastado, em que boa parte delas são incuráveis. Entre as mulheres, 
esse número é maior: 80.2%, contra 69.3% dos homens (TIEGHI, 2013). 
As principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que mais 
prejudicam a saúde dos idosos brasileiros, segundo o Ministério da Saúde (2011) são: 
a) Cardiovasculares (Infarto, Angina e Insuficiência Cardíaca); 
b) Derrames (Acidente Vascular Cerebral - AVC); 
c) Câncer; 
d) Diabetes e; 
e) Doenças respiratórias crônicas (Pneumonia, Enfisema pulmonar e 
Bronquite). 
 
Essas doenças são resultado de diversos fatores, como determinantes sociais 
(sexo, genética, idade) e condicionantes individuais, de risco (Figura 2), além de 
outros, como hipertensão, dislipidemia, sobrepeso, obesidade e intolerância à glicose. 
 
 
 Figura 2 – Fatores de risco individual 
 Fonte: Ministério da Saude (2011) 
 
Além das doenças citadas, existem outras, de acordo com Fontenelle (2010), 
que são comuns entre os idosos: 
f) Infecção urinária (retenção urinária no homem e incontinência urinária na 
mulher); 
 
 
34 
 
g) Osteoporose (falta de cálcio nos ossos); 
h) Osteoartrose (doença degenerativa da cartilagem articular e das 
articulações ou “juntas”); 
i) Catarata; 
j) Perda de audição. 
k) Demências (vascular, corpos de Lewy, doença de Parkinson e mal de 
Alzheimer). 
 
As demências começaram a ser estudas no início do século XXI, são 
caracterizadas por uma perda progressiva e irreversível das funções intelectuais, 
como alteração de memória, raciocínio e linguagem; perda da capacidade de realizar 
movimentos e de reconhecer ou identificar objetos (EMENDABILI, 2010). 
Uma das demências que mais preocupa atualmente é Mal de Alzheimer. Foi 
descrito pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra e neuropatologista alemão Alois 
Alzheimer ao fazer uma autópsia, quando descobriu no cérebro do morto algumas 
lesões. Tratava-se de um problema de dentro dos neurônios (as células cerebrais), os 
quais apareciam atrofiados em vários lugares do cérebro, e cheios de placas 
estranhas e fibras retorcidas, enroscadas umas nas outras (Figura 3) (LEITE, 2014). 
 
 Figura 3 – Comparação do cérebro normal com o 
 cérebro com Alzheimer 
 Fonte: Leite (2014) 
 
 
Cérebro cortes transversais 
 
 
35 
 
Essa doença atinge em torno de 1,2 milhões de pessoas com mais de 65 anos 
no Brasil; e o número de casos vai mais que dobrar até 2030. No mundo todo, são 
mais de 36 milhões de pessoas e até 2050 este número deve triplicar (ABRAZ, 2013). 
As causas definitivas da doença de Alzheimer ainda não foram encontradas. 
Existem várias teorias, porém, de concreto aceita-se que seja uma doença 
geneticamente determinada, não necessariamente hereditária (transmissão entre 
familiares) (LEITE, 2014). Sabe-se que a doença se desenvolve como resultado de 
uma série de eventos complexos que ocorrem no interior do cérebro (SAYEG, 2011). 
Os principais fatores de risco, segundo Varella (2015) são: 
a) Idade: Entre 60 a 65 anos, abaixo de 1%; a partir dos 65 anos esse índice 
duplica a cada cinco anos. Depois dos 85 anos de idade, atinge 30 a 40% 
da população; 
b) História familiar: O risco é mais alto em pessoas que têm história familiar 
de Alzheimer ou outras demências, em torno de 10%; 
c) Síndrome de Down: Em portadores, a doença surge com frequência mais 
alta e as alterações neuropatológicas instalam-se mais precocemente; 
d) Apolipoproteína E: Indivíduos em que essa proteína possui determinadas 
características genéticas têm probabilidade mais alta de desenvolver 
Alzheimer; 
e) Sexo: As mulheres são mais suscetíveis a ter a doença, entre 12% a 19%, 
enquanto os homens de 6% a 10%; 
f) Trauma craniano: Boxeadores e pessoas que sofreram traumas cranianos 
parecem mais sujeitos à enfermidade. 
 
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ, 2013), existem 
outros riscos que devem ser levados em conta, tais como: 
- Hipertensão; 
- Diabetes; 
- Obesidade; 
- Tabagismo e; 
- Sedentarismo. 
 
 
 
36 
 
A associação da doença com problemas circulatórios é reveladora. Neste 
caso, doenças cardiovasculares, a formação das placas e emaranhados podem estar 
associadas a problemas nos vasos sanguíneos que irrigam os neurônios (PEREIRA; 
SCHENBERG, 2012). 
A doença de Alzheimer, de acordo com a intensidade do quadro degenerativo, 
possui três estágios clínicos: leve, moderado ou grave. A duração de cada estágio é 
variável. Em média, o primeiro estágio tem duração de 2 a 10 anos; o segundo, de 1 
a 3 anos; e o terceiro, de 8 a 12 anos (Tabela 4) (VARELLA, 2015; ABRAZ, 2013). 
 
Tabela 4 - Estágios da doença de Alzheimer – 2013 
 
Estágio inicial Estágio intermediário Estágio avançado 
Problemas de linguagem Perda de memória recente 
Dificuldades para comer e 
comunicar-se 
Perda de memória Não pode viver sozinha Não reconhece pessoas e objetos 
Dificuldade temporal É incapaz de cozinhar Dificuldade de entender fatos 
Dificuldade espacial Dependente da família ou cuidador Incapaz de voltar para a casa 
Dificuldade em tomar 
decisões. 
Necessita de ajuda para a higiene 
pessoal 
Dificuldade para caminhar 
Inativa ou desmotivada. Dificuldade com a fala Dificuldade na deglutição 
Mudança de humor 
Problemas em perder-se e de 
ordem comportamental 
Incontinência urinária e fecal. 
Agressivamente Perde-se em casa e fora Comportamento inapropriado 
Perda de interesse Pode ter alucinações 
Ficar confinada a uma cadeira 
de rodas ou cama 
 
Fonte: ABRAZ (2013) 
Elaborado pela autora (2015) 
 
A cura da doença de Alzheimer pode estar próxima. Uma descoberta da 
equipe de neurocientistas da Universidade de Leicester (Inglaterra), liderada pela 
professora Giovanna Mallucci, descobriu uma substância capaz de barrar a morte de 
neurônios, incialmente testada em ratos de laboratório com a doença. Ao injetar a 
substância, os cientistas conseguiram bloquear este mecanismo paralisador da 
produção de proteínas em uma parte do cérebro, normalizando, assim, todo o 
processo. Com isto, foi possível impedir a morte das células e ainda restaurar os níveis 
de proteína e a comunicação entre os neurônios, prolongando a vida destes animais 
(RUIC, 2013). 
 
 
37 
 
Um outro estudo realizado por pesquisadores do Centro de Pesquisa 
Geriátrica Clínica e Educacional no Minneapolis VA Health Care System (EUA), 
realizado com doses diárias de vitamina E, pode ajudar a retardar o aparecimento da 
demência. No entando, as doses diarias de vitaminas utilizadas no estudo eram 
grandes, embora tenha reduzido a perda neurológica em 19% (COOPER, 2013). 
Recentemente, Susumu Tonegawa e outros cientistas do Massachusetts 
Institute of Technology (MIT) desenvolveram uma técnica utilizando a luz para ativaras células do cérebro no local de armazenamento das memórias perdidas de pessoas 
com amnésia retrógrada, Alzheimer e outras doenças relacionadas a memória 
(SABINO, 2015). 
Existem algumas atividades e cuidados que as pessoas podem realizar para 
prevenir a doença de Alzheimer. A prática de exercícios regularmente pode aumentar 
os níveis de neurotransmissores, melhorando assim a atividade cognitiva em 
indivíduos com prejuízo mental. Isto também auxilia no tratamento de danos 
traumáticos cerebrais, principalmente em doenças neurodegenerativas, estimulando 
a neurogênese e a plasticidade cerebral (MASUMOTO et al., 2010). 
A vitamina D funciona nas células nervosas, promovendo o crescimento dos 
neurônios e suas ramificações. A deficiência da vitamina em idosos está associada 
com um risco da doença de Alzheimer aumentar em cerca de 70%. A vitamina é obtida 
naturalmente especialmente após a exposição à luz solar (UVB) e quantidades 
menores através da dieta (presente em ovos, na sardinha e no fígado de boi), bem 
como suplementos nutricionais (GRUFFAT, 2014). O ômega-3 (encontrado em 
sardinhas, nozes e azeite) também está vinculado à menor incidência da doença de 
Alzheimer (PEREIRA; SCHENBERG, 2012). 
A aquisição de conhecimentos (aprender a tocar um instrumento, desenhar, 
pintar, jogos de raciocínio) cria novas conexões entre os neurônios (sinapses) e 
aumenta a reserva intelectual: fatores que retardam o aparecimento das 
manifestações de demência. O analfabetismo e a baixa escolaridade estão 
associados à maior prevalência (VARELLA, 2015). 
 
 
 
 
 
 
38 
 
2.1.4 Direitos dos Idosos, Deveres da Sociedade e Atual Realidade 
 
 
Para Andrade Filho (2011, p. 5) “a Política Nacional do Idoso objetiva criar 
condições para promover o prolongamento da vida do idoso, colocando em prática 
ações voltadas, tanto para os que estão velhos, como também para aqueles que vão 
envelhecer”. Esse é o primeiro passo para que os idosos tenham uma vida digna e 
com segurança (ANDRADE FILHO, 2011). 
Bem antes da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), na época do 
Brasil colonial, o tema do cuidado com o idoso era geralmente delegado à caridade 
cristã, onde a Igreja ou instituições assistenciais eram responsáveis. “O idoso era visto 
da mesma forma que os mendigos e loucos, como acontecia na Europa” 
(CHRISTOPHE, 2009, p. 52). 
Para o Ministério da Previdência Social (2008), o marco jurídico deu-se com 
a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), em seu artigo n° 230: 
 
- Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as 
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo 
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados 
preferencialmente em seus lares. 
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos 
transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988). 
 
Mais tarde, com o Estatuto do Idoso (LEI No 10.741) (BRASIL, 2003), em seu 
artigo n° 3, houve a sua complementação, embora o art. 230 da Constituição Federal 
(BRASIL, 1988) em si já fosse o suficiente para garantir a proteção ao idoso, pois 
assegurava que era dever da família, da sociedade e do Estado, proporcionar ao idoso 
a participação comunitária, a defesa da dignidade, o bem-estar e o direito à vida. “Toda 
vez que precisamos de leis para efetivar direitos constitucionais é sinal que não os 
respeitamos e, por conseguinte, estamos um passo atrás do espírito constitucional” 
(ALMEIDA, 2003, p. 1). 
Contudo, vivemos em um país onde muitas vezes o idoso não é respeitado e 
sim deixado de lado, o qual tratado como cidadão de segunda espécie, ficando 
marginalizado e por muitas vezes desrespeitado em razão do declínio de vigor físico 
próprio da idade. Não bastando o desrespeito com os idosos, a sociedade, de uma 
forma geral, tem o péssimo hábito de não seguir normas. Infelizmente, não é diferente 
 
 
39 
 
com os idosos. Esse tratamento degradante não parte apenas da sociedade, mas do 
próprio Estado, fazendo com que contribua com a Previdência Social, mesmo 
aposentado. Além do mais, impõe-lhe uma aposentadoria ínfima, presta-lhe um 
serviço de saúde precário, não se preocupa em adotar políticas públicas que o 
beneficie e não exige o cumprimento de fato das leis existentes (MACEDO, 2008). 
Além do artigo citado, existem outros que merecem destaque, a saber: 
 
- Art. 195. Define como será financiado e as fontes de receita que subsidiarão 
o sistema de seguridade social brasileiro. 
- Art. 196. Define que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo 
o acesso universal à população e propõe ações e serviços de promoção, 
proteção e recuperação. 
- Art. 201. Define o sistema previdenciário e prevê a cobertura face aos 
eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada. Estabelece a 
aposentadoria no regime geral da previdência definindo a idade, se homem 
65 anos de idade e 60 anos se mulher. Reduz em 5 anos o limite para os 
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exercem atividades de 
economia familiar (produtor rural, garimpeiro e pescador artesanal). 
- Art. 203. Define a política pública de assistência social a quem dela 
necessitar, independente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice (BRASIL, 1988) 
 
No que diz respeito à vida e à saúde pública, o Estatuto do Idoso (LEI No 
10.741) (BRASIL, 2003), em seus artigos n° 9 e n° 15, complementa e reforça sobre 
garantir a proteção à vida e assegurar de forma integral a saúde do idoso, através do 
Sistema Único de Saúde (SUS); sobre a incumbência do Poder Público fornecer aos 
idosos medicamentos gratuitamente; e o fato dos planos de saúde não poderem 
reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade. Enfim, a saúde do idoso 
merece atenção especial. 
No entanto, atualmente é observada pela sociedade a decadência da saúde 
pública em todos os Estados brasileiros, além do sucateamento do SUS, assistido e 
a mais completa inércia ao longo dos anos pelos sucessivos governos brasileiros. “A 
crise na saúde pública do Brasil deve ser considerada sob três aspectos básicos, 
independentemente de quais sejam a deficiência na estrutura física, a falta de 
disponibilidade de material-equipamento-medicamentos e a carência de recursos 
humanos” (MADEIRO, 2013, p. 1). 
Segundo Souza (2013), “no espírito da lei, vê-se que se trata de uma medida 
grandiosa. Na prática, contudo, o que se vê é um grande descaso, pois, a sua eficácia, 
na maioria das vezes, só ocorre através de ações judiciais” (p. 1). 
 
 
40 
 
Além disso, a saúde bucal tem ficado de lado, quando se discutem as 
condições de saúde da população idosa. A perda total de dentes (edentulismo) é 
aceita pela sociedade como algo normal e natural com o avanço da idade. Ainda não 
existem políticas preventivas de saúde (COLUSSI; FREITAS, 2002). 
O marco Político-Institucional por sua vez foi o lançamento da Política 
Nacional do Idoso (PNI) (Lei n° 8.842) (BRASIL, 1994), que deve orientar e regular o 
conjunto das políticas sociais dirigidas aos idosos, tendo definido a pessoa idosa com 
60 anos ou mais. Dessa forma, a política aborda, intersetorial e interdisciplinarmente, 
com uma visão gerontológica do processo do envelhecimento, visando a atenção 
integral ao idoso e a promoção de sua autonomia e plena participação na sociedade 
(MPS, 2008). 
Na Tabela 5, contém uma síntese da evolução institucional, as principais 
políticas e ações governamentais para os idosos. Nele é possível observar o 
aprimoramento do sistema de seguridade social, com destaque para a esfera da 
assistência social (MPS, 2008). 
 
Tabela 5 - Brasil: Evolução do quadro institucional voltado para os idosos, com destaque para 
 leis e políticas de governo - 2008(continua) 
Ano Principais Medidas e Acontecimentos 
1988 - Promulgação da Constituição Federal 
1990 
- Criação do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Lei Orgânica da Saúde ` 
 n°8080/90 
1993 
- Promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) regulamentação da 
 Assistência Social* 
- Definição dos Serviços de Ação Continuada (SAC) pela LOAS 
1994 
- Promulgação da Política Nacional do Idoso - Lei n°8842/94 
- Criação do Programa de Saúde da Família (Ministério da Saúde) 
1995 
- Criação do Ministério da Previdência Social (MPAS) com destaque para a Secretaria de 
 Assistência Social (SAS) 
- Criação do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS)** 
- Realização da I Conferência Nacional da Assistência Social 
1996 
- Criação do Fundo e do Conselho Nacional de Assistência Social (FNAS e CNAS) 
- Instituição do Benefício de Prestação Continuada - BPC 
1997 - Realização da II Conferência Nacional de Assistência Social 
1998 - Aprovação da primeira Política Nacional de Assistência Social - PNAS 
1999 - Transformação da SAS em Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS) 
 
 
41 
 
Tabela 5 - Brasil: Evolução do quadro institucional voltado para os idosos, com destaque para 
 leis e políticas de governo - 2008 
 (conclusão) 
Ano Principais Medidas e Acontecimentos 
 - Portaria 1395/GM Política de Saúde do Idoso 
2000 - Programa de Valorização de Saúde do Idosos (2000-2003) 
2001 - Realização da III Conferência Nacional de Assistência Social 
2002 -Criação Conselho Nacional do Idoso - CNDI 
2003 
- Criação do Ministério da Assistência Social (MAS) 
- Aprovação do Estatuto do Idoso (Lei 10.741) 
-Realização da IV Conferência Nacional de Assistência Social 
 PPA 2004 /2007 
2004 
- Criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) 
-Criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) 
- Aprovação da Nova Política Nacional de Assistência Social (PNAS) 
- Aprovação da NOB - SUS (Nova NOB) 
2006 
- Aprovação Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
- Instituição da Internação Domiciliar no Âmbito do SUS 
- Realização da V Conferência Nacional de Assistência Social 
 
Obs: *Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993. 
 **O Decreto no 1.605, de 25 de agosto de 1995, regulamenta o Fundo Nacional de Assistência 
Social, instituído pela LOAS. 
Fonte: MPS (2008). Elaboração: Disoc/Ipea 
 
Passaram-se 28 anos desde a Constituição Federal de 1988 e, segundo 
Barros (2012), existe um enorme desrespeito com os idosos. As questões que mais 
incomodam os idosos são: pessoas que não obedecem às filas em bancos, e/ou 
supermercados; pessoas que estacionam em locais reservados aos idosos e jovens 
sentados nos assentos reservados aos idosos nos ônibus. Outra questão relevante 
para a qualidade de vida na terceira idade é a qualidade das calçadas e acessibilidade 
em locais públicos e privados. 
Muitas são as leis que beneficiam o idoso, em especial o Estatuto do Idoso 
(LEI No 10.741) (BRASIL, 2003), é ainda uma utopia, mas precisam ser efetivados 
para que realmente se tenha os direitos garantidos, pois muitos de seus direitos ainda 
são desrespeitados” (BARROS, 2012). 
 
 
 
42 
 
 2.2. DEFINIÇÃO DOS ASILOS E ILPIs 
 
 
Segundo Araújo, Souza e Faro (2009), o asilo dá ideia de guarita, abrigo e 
proteção (ásylos - do grego e asylu - do latim), definido assim como casa assistencial, 
na qual são recolhidas pessoas pobres e desamparadas, como: mendigos, crianças 
abandonadas, órfãos e velhos, para alimentá-las e dar educação. O local é isento à 
execução das leis externas. Devido ao caráter genérico do termo “asilo”, surgiram 
outros nomes, onde o uso seria específico ao cuidado do idoso, como: abrigo, lar, 
casa de repouso, clínica geriátrica e ancianato. Com isto, procurou-se padronizar a 
nomenclatura, surgindo então, a denominação de Instituições de Longa Permanência 
para Idoso (ILPI). 
Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) é uma expressão 
adotada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG, 2003), 
originou-se do termo “Long Term Care Institution”, no qual substitui o termo asilo, 
abrigo, casa de repouso, lar, clínica geriátrica, ancianato e similares (CREUTZBERG; 
GONÇALVES; SOBOTTKA, 2008). 
A ILPI tem a função de fornecer assistência durante períodos prolongados 
para compensar a perda de função devido à doença crônica ou deficiência física ou 
mental (EHCP, 2011). 
O atendimento é integral aos idosos, com função de assisti-los, sejam eles 
dependentes ou não. Ou quando verificada inexistência de grupo familiar, abandono 
ou carência de recursos financeiros próprios ou da família (CREUTZBERG; 
GONÇALVES; SOBOTTKA, 2008). 
 
 
2.2.1 Instituições Asilares às ILPIs 
 
 
Os primeiros registros sobre os locais para cuidar dos idosos, chamados de 
gerontokomeion, foram encontrados na Grécia Antiga. Em relação à legislação de 
funcionamento, foi vista no Império Bizantino e perpetuada no Código Justiniano, que 
data de 534 da era cristã (IPEA, 2010). Logo, o surgimento de instituições para idosos 
 
 
43 
 
não é recente. O primeiro registro de asilo foi fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), 
que transformou a sua casa em um hospital para idosos (ALCÂNTARA, 2004). 
No Brasil, em 1797 no Rio de Janeiro, foi encontrado o primeiro registro sobre 
asilo. Era uma instituição destinada a soldados: a Casa dos Inválidos. Em relação aos 
asilos voltados, especificamente, para a população idosa, um dos primeiros de que se 
tem notícia foi o Asilo São Luiz para a velhice desamparada, criado em 1890, na 
cidade do Rio de Janeiro (IPEA, 2010). 
Contudo as instituições eram um mundo à parte: morar no local significava 
romper laços com família e sociedade. Em locais que “não existiam instituições 
específicas para idosos, estes eram abrigados em asilos de mendicidade, junto com 
outros pobres, doentes mentais, crianças abandonadas, desempregados” (ARAÚJO; 
SOUZA; FARO, 2009, p. 4). 
No espaço da instituição, os indivíduos perdem sua individualidade e 
privacidade, não tem controle da própria vida e muitas vezes tem uma relação difícil 
ou inexistente com funcionários e o mundo exterior, perdendo assim o direito de vida 
social (GOFFMAN, 2003). 
O conceito sobre asilos, largamente difundido em nosso país, de que as 
instituições são “depósitos de lixo” foi construída a partir da concepção de que nesses 
locais há pessoas solitárias e privadas de laços familiares, que ali vivem desprezadas, 
sozinhas e abandonadas. Entretanto, atualmente é possível encontrar idosos que se 
mudam para uma ILPI a partir da escolha voluntária, alegando motivos como viuvez, 
não ter filhos ou não desejar onerar os mesmos, preferir ser independente, entre 
outros motivos (FREITAS; NORONHA, 2010). 
Em geral, o perfil dos idosos que vivem em instituições é marcado pelo 
aumento do sedentarismo, a perda da autonomia e a ausência de familiares, além das 
influências de fatores biológicos, doenças e outras causas externas comuns a essa 
fase de envelhecimento, destacando principalmente a ocorrência de quedas como um 
dos agravos à saúde mais importantes (GONÇALVES et al., 2008). O cuidado com os 
idosos institucionalizados vem preocupando a sociedade devido ao crescente 
aumento da população idosa no Brasil, o que se reflete no aumento da demanda por 
instituições e das denúncias frequentes que indicam a precariedade de algumas delas 
(RIBEIRO et al., 2009). 
 
 
44 
 
Para aqueles idosos que não encontram apoio familiar ou social necessitando 
de auxílio para a realização de atividades da vida diária, resta a possibilidade de morar 
em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (TIER; FONTANA; SOARES, 
2004). Tal inserção também ocorre quando a família não possui

Outros materiais