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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título: A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DOS TRABALHADORES POBRES DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (1780-1848) Autor: Noelí Cristina Perobelli França Disciplina/Área: História Escola de Implementação do Projeto e sua localização: Escola Estadual Eurides Cavalcanti Tenório- E.F. Localizada na rua Semíramis de Barros Braga, 450 Município da escola: Cruzeiro do Sul Núcleo Regional de Educação: Paranavaí Professor-Orientador: Professor Dr. Roberto Leme Batista Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná – Campus de Paranavaí (UNESPAR). Relação Interdisciplinar: Não Resumo: Esta Unidade Didática visa apreender o período da Revolução Industrial, com ênfase na questão dos trabalhadores pobres. Analisa as condições de vida e trabalho da classe trabalhadora do período, discute desde a transição do trabalho artesanal para o trabalho manufatureiro e consequentemente para o trabalho assalariado na grande indústria. O objetivo é entender as transformações econômicas e sociais que afetaram a vida daqueles que viviam do trabalho. A produção da unidade se deu por meio de leituras da historiografia clássica sobre o tema. Empreendemos um esforço para produzir um material voltado para o ensino dos conteúdos para as turmas do 8º ano do Ensino Fundamental. Palavras-chave: Revolução Industrial; exploração; trabalhador pobre; lutas. Formato do Material Didático: Unidade Didática Público: Alunos do 8º ano do Ensino Fundamental APRESENTAÇÃO Esse material didático pedagógico estruturado em unidade didática, é resultado de estudos, proporcionado pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria do Estado de Educação do Paraná, em parceria com a Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR / Campus de Paranavaí, desenvolvido e implementado no período de 2016 e 2017 respectivamente. A produção da unidade didática faz parte do processo de implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica, que será aplicado na Escola Estadual Eurides Cavalcanti Tenório – Ensino Fundamental / séries finais, do município de Cruzeiro do Sul, para alunos do 8º ano, no ano letivo de 2017, com carga horária de 32 horas/aula. O trabalho apresenta o desenvolvimento da Revolução Industrial com vistas a compreender o fenômeno dos trabalhadores pobres no período de 1780 a 1848, e ofertar ao educando a compreensão a respeito das condições de existência dos trabalhadores pobres do campo e da cidade neste período. Para produzir o conhecimento sobre a temática dos trabalhadores pobres é preciso conduzir o estudo do período da Revolução Industrial inglesa; a transição do campo para a cidade, evidenciando as condições que firmaram a Inglaterra como pioneira do setor industrial no mundo. Com isso a classe de artesãos foi pressionada a abandonar suas técnicas de subsistência e transpor- se para o trabalho assalariado, mudando drasticamente sua condição de existência. O conteúdo será ministrado por meio de diversos recursos didáticos e vários momentos de aprendizagem, tendo como meta estimular o processo cognitivo, sensibilizando o aparelho perceptivo dos alunos, verdadeiros sujeitos da educação, levando-os a perceber o objeto do conhecimento como sua produção. As atividades serão desenvolvidas em cinco partes, possibilitando ao educando a apreensão da realidade histórica no mundo do trabalho. Desta forma espera-se que os educandos apreendam o conteúdo acerca da temática e compreendam as condições de existência dos trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial. Noelí Cristina Perobelli França UNIDADE DIDÁTICA A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DOS TRABALHADORES POBRES DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (1780-1848) 1. INTRODUÇÃO Esta unidade didática apresenta o conteúdo sobre a questão dos trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial inglesa, suas condições de subsistência e trabalho. Para melhor compreensão e entendimento da temática, o trabalho foi delineado a partir de pesquisa, leitura, análise e interpretação historiográfica, com a utilização de fontes variadas, como textos impressos, imagens e vídeos que proporcionarão a compreensão da temática e o conteúdo relacionado a ela, viabilizando a aquisição do conhecimento, de forma crítica, diante dos problemas enfrentados pelos trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial britânica. Para facilitar o conhecimento sobre o conteúdo atribuído a questão dos trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial, o trabalho será dividido em partes assim distribuídas. A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DOS TRABALHADORES POBRES DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (1780-1848) 1ª PARTE: Introdução ao tema No período da Revolução Industrial, “qualquer que fosse a verdadeira situação dos trabalhadores pobres, não pode haver nenhuma dúvida de que todos aqueles que pensavam um pouco sobre sua situação – isto é, que aceitavam as aflições dos pobres como parte do destino e do eterno rumo das coisas – consideravam que o trabalhador era explorado pelo rico, que cada vez mais enriquecia, ao passo que os pobres ficavam cada vez mais pobres. [...] O mecanismo social da sociedade burguesa era profundamente cruel, injusto e desumano” (HOBSBAWM, 2010, p. 332). OS TRABALHADORES E AS FÁBRICAS Ao analisar a situação dos trabalhadores britânicos, Engles (2008), afirma que a “a história da classe operária na Inglaterra inicia-se na segunda metade do século passado, com a invenção da máquina a vapor e das máquinas destinadas a processar o algodão”. Essas invenções deram início a uma revolução na indústria, que automaticamente, mudou a sociedade burguesa (Engels, 2008, p. 45). Para Hobsbawm (2010), a fase inicial da Revolução Industrial não levou todos os trabalhadores para as fábricas mecanizadas. “[...] ela multiplicou o número de artesãos pré-industriais”, qualificando a mão de obra doméstica “[...] melhorando suas condições [...]”, em um momento, em que a mão de obra era escassa (HOBSBAWM, 2010, p. 330). O avanço mecânico nas indústrias fez com que “homens independentes se transformassem em dependentes, e que pessoas se transformassem em „mãos‟”. No entanto, “[...] criava multidões de desclassificados, empobrecidos e famintos tecelões manuais, tecelões mecânicos e etc [...]” (HOBSBAWM, 2010, p.330). Provavelmente houve melhoras nas condições de vida da nova classe proletária, mas perderam sua liberdade e foram submetidos a regras mais rígidas de disciplina e ao controle autoritário do capitalista industrial. DICIONÁRIO Tecelão: quem tece o pano no tear. (Fonte: mini dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2010, p. 746). Tear: máquinas para fabricar tecidos, tapetes, etc. (Fonte: mini dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2010, p. 746) Proletário: Classe social que não possui os meios de produção, sendo por isso obrigado a vender sua força de trabalho para assegurar a sobrevivência. (Fonte: Novíssimo dicionário de economia, Paulo Sandroni, 1999, p. 502). Fig. 1. Braços e Palhas Fig. 2. Mãos, tramas e dramas Trabalhadores no campo antes do Trabalho de fiação (tear manual) Revolução Industrial Fig. 3. Chamas da Resignação Fig. 4. Arrastando o jugoTrabalho de jovens e crianças em Trabalho infantil nas minas de Indústrias dos Séc.XVII e XVIII carvão FONTE: Scremin, 2016 1- Descreva quais as condições de trabalho representadas nas imagens: 2- Quem detinha o poder no período da Revolução Industrial? Justifique: 3 - O que você entende por trabalhador pobre? Quem é? Como eram as condições de vida? Escreva um relato com base na visualização dos vídeos: SAIBA MAIS Sugestões de vídeos Vídeos: Fases da Revolução (4:00), disponível em: www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4 Primeira Revolução Industrial (4:24), disponível em www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew Acesso aos vídeos: 01/10/2016 http://www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4 http://www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew 1 - A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fig. 5. Gargalos do Poder/Fábricas – séc. XVII e XVIII FONTE: Scremin, 2016 A Revolução Industrial inglesa estimulou grandes transformações na sociedade, na economia e principalmente na vida do trabalhador pobre do século XVIII e XIX. A introdução dos avanços tecnológicos, como as máquinas de fiar, o tear mecânico e a máquina a vapor não foram os fatores determinantes para que ocorresse a Revolução Industrial, mas aceleraram o processo da revolução, transformando profundamente a vida das pessoas que se viram obrigadas a ceder o seu lugar de produtor independente a sujeitos submetidos ao controle de patrões. Inúmeros fatos concorreram para que ocorressem as transformações econômicas, sociais e culturais na Inglaterra do séc. XVIII e houvesse a disparidade no desenvolvimento das cidades e indústrias. Com o desenvolvimento das máquinas, as habilidades artesãs deixaram de ser prioridade, mas demoraram décadas para a ocorrência deste processo. 2º PARTE – Entendimento dos fatos históricos Estudiosos como Paul Mantoux e Eric J. Hobsbawm discorrem em suas obras sobre a Revolução industrial, vejamos algumas definições: Foi na Inglaterra, na última terça parte do século XVIII, que nasceu a grande indústria moderna. Desde o princípio, sua arrancada foi tão repentina, e teve tais consequências, que pode ser comparada a uma revolução (MANTOUX, s/d, p.13). Para Mantoux a Revolução Industrial se deu repentinamente, porém estava ligada a causas remotas, que consequentemente provocariam um desenvolvimento inacabado. Hobsbawm defende que a Revolução Industrial não se caracterizou como um processo finalizado; salienta que a revolução foi um conjunto de transformações que modificaram a vida do ser humano; define o processo como a transformação mais visível da humanidade já registrada em documentos. Vejamos o que afirma Hobsbawm: [...] a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim [...]. Ela ainda prossegue; quando muito podemos perguntar quando as transformações econômicas chegaram longe o bastante para estabelecer uma economia substancialmente industrializada, capaz de produzir, em termos amplos, tudo que desejasse dentro dos limites das técnicas disponíveis, uma “economia industrial amadurecida”. [...] Sob qualquer aspecto, este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades (HOBSBAWM, 2010, p. 60). De acordo com as definições, a revolução industrial foi um fator pré- determinante para as transformações política, econômicas e sociais, iniciadas na Inglaterra que se expandiram pelo mundo. 1.1 – O PIONEIRISMO INGLÊS As inovações tecnológicas e científicas não foram fatores determinantes para a Revolução Industrial inglesa, pois as bases tecnológicas e científicas que nortearam os inventos dessa época já existiam no final do século XVII; Hobsbawm salienta que na França a ciência e a tecnologia eram mais avançadas do que na Inglaterra. Vejamos o que diz Hobsbawm a esse respeito: “Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se fazer a revolução industrial. Suas inovações técnicas foram bastante modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiandeira automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a máquina a vapor rotativa de James Watt (1784), necessitava de mais conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século” (HOBSBAWM, 2010, p. 62). O avanço britânico não ocorreu em razão de sua superioridade tecnológica e científica, porém a Inglaterra possuía as condições necessárias para o pioneirismo inglês na Revolução Industrial, concentradas na Grã- Bretanha que havia encontrado uma solução criativa para o problema agrário; proprietários com espírito comercial monopolizavam a terra através do decreto das cercas (Enclosure Acts) (HOBSBAWM, 2010, p. 63). Com a monopolização das terras o poder se concentra nas mãos de uma minoria e aumenta o número de camponeses desprovidos que são arrastados para o trabalho mecanizado, aumentando a quantidade de mão de obra barata, outra condição do pioneirismo inglês na Revolução Industrial. Com a transformação da terra em mercadoria, através da Lei dos cercamentos, as terras foram privatizadas e posteriormente comercializadas, já que o Estado via a terra como mercadoria geradora de lucros, o que continuou sendo vantagem dos proprietários capitalistas, contribuindo para a formação das classes burguesa e operária. Além do que, a Inglaterra possuía recursos suficientes resultantes das explorações comerciais nas colônias americanas e africanas no século XVI e XVII; era detentora de uma poderosa frota naval e possuía muitas minas de carvão que eram a matéria prima necessária para produzir a energia utilizada nas indústrias; contava com a mão de obra barata para o trabalho nas minas e nas fábricas e o crescimento urbano decorrente da lei dos cercamentos. Engels enfatiza que “as transformações provocadas pela revolução industrial trouxeram inúmeras mudanças na sociedade e na vida do trabalhador inglês” e acrescenta “[...] é por isso que a Inglaterra é também o país clássico para o desenvolvimento do principal resultado dessa revolução: o proletariado” (ENGELS, 2008, p. 45). Portanto, Hobsbawm argumenta que a pobreza dos camponeses e a perda das terras não eram provocadas pelos cercamentos em si, mas sim conseqüências da concentração e consolidação das fazendas; deve-se ao processo geral de concentração de terras que “ocorreu em campos abertos ou cercados, entre cercamentos novos e antigos; através da expropriação, vendas forçadas ou voluntárias e principalmente nos grandes tratos de terra que haviam sido colocadas sob cultivo”. O fato concreto é que o fenômeno dos cercamentos “teria levado ao empobrecimento uma população estável, e foi catastrófica para uma população que crescia rapidamente” (HOBSBAWM, 1978, p.95-96). Para Thompson, “[...] a indústria do algodão foi certamente a pioneira na Revolução Industrial e a tecelagem foi o modelo preeminente para o sistema fabril”; porém não se pode fazer referência ao crescimento da economia e a vida em sociedade baseada na transformação da indústria algodoeira e as relações de trabalho (THOMPSON,1987, p.15). Enquanto que para Hobsbawm (2010), na economia inglesa, houve o aumento da produção e a queda do custo, possibilitando o surgimento de um mercado próprio. 2 – TRANSFORMAÇÕES NO CAMPO E CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE Para Hobsbawm, as condições adequadas para que a revolução industrialeclodisse estava presente na Grã-Bretanha, pois ali havia a mais de um século ocorrida a revolução burguesa; o lucro, a propriedade privada e o desenvolvimento econômico eram estabelecidos como os supremos objetivos do Estado. SAIBA MAIS... Burguesia é uma classe social ligada às atividades urbanas, formada por profissionais liberais e proprietários de negócios de comércio, indústrias e finanças; classe poderosa, política e economicamente. Fonte: Mini dicionário contemporâneo da língua portuguesa, 2004, Caldas Aulete, p. 120 Enclosures acts é uma expressão inglesa que significa cercamento. A partir do século XVII, na Inglaterra, passou a designar o processo de eliminação dos campos abertos ou pastos comuns mediante o cercamento de terras. O processo de cercamento provocou a substituição de lavouras por pastagens para a produção de lã, causando a ruína dos Camponeses, que antes habitavam essas terras e sua migração maciça para as cidades. Fonte: Novíssimo Dicionário de Economia – Paulo Sandroni, 1999, p.206 A Monopolização da terra “A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionária, já tinha sido encontrada na prática. Uma relativa quantidade de proprietários com espírito comercial já quase monopolizava a terra, que era cultivada por arrendatários empregando camponeses sem terras ou pequenos agricultores. Um bocado de resquícios, verdadeiras relíquias da antiga economia coletiva do interior ainda estavam para ser removido pelos decretos das cercas (enclosures acts) e as transações particulares”. “[...] as atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o mercado; a manufatura de há muito se tinha disseminado por um interior não feudal. A agricultura já estava preparada para levar a termos suas três funções fundamentais em uma era de industrialização: aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; fornecer um grande e crescente excedente de recrutas em potencial para as cidades e as indústrias; e fornecer um mecanismo para o acúmulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia” (HOBSBAWM, 2010, p. 63). Hobsbawam (2010) descreve que “o que acontecia à terra determinava a vida e a morte da maioria dos seres humanos entre 1789 e 1848”. “[...] o impacto da revolução dupla sobre a propriedade e o aluguel da terra e sobre a agricultura foi o mais catastrófico fenômeno do período”. “[...] A grande camada de gelo dos sistemas agrários tradicionais e das relações sociais do campo em todo mundo cobria o fértil solo do crescimento econômico [...]”. O solo teria que se tornar fértil e cultivável a qualquer custo, para que a empresa privada pudesse obter lucros. (HOBSBAWAM, 2010, p. 240). Isto implicava três fases de alterações: “Em primeiro lugar, a terra tinha de ser transformada em uma mercadoria, possuída por proprietários privados e livremente negociáveis por eles. Em segundo, tinha que passar a ser propriedade de uma classe de homens desejosos por desenvolver seus recursos produtivos para o mercado e estimulados pela razão, isto é, pelos seus próprios interesses e pelo lucro. Em terceiro lugar, a grande massa da população rural tinha que ser transformada de alguma forma, pelo menos em parte, em trabalhadores assalariados, com liberdade de movimento, para o crescente setor não agrícola da economia” (HOBSBAWAM, 2010, p. 240). 2.1 - CERCAMENTOS E FORMAÇÃO DA MÃO DE OBRA OPERÁRIA Antes da Revolução Industrial a maioria dos trabalhadores desenvolvia suas tarefas baseadas no campo e em atividades artesanais para suprir suas necessidades básicas. Entre os séculos XVIII e XIX a agricultura sofreu o processo das enclosures, um sistema de cercamento de terras que beneficiou os proprietários particulares e levou muitos camponeses a abandonar o campo em direção às cidades em busca de emprego. Sem moradia e sem perspectiva de subsistência, surge um grande contingente de desempregados que passaram a se refugiar em pequenos espaços insalubres, mal ventilados, sem o mínimo de infraestrutura, misturados a bandidos e prostitutas. A quantidade de desempregados desprovidos de recursos agradou aos burgueses industriais que passaram a contratá-los como operários e explorá- los nas fábricas; pagavam baixos salários e os submetiam a longas jornadas de trabalho. Visualização do vídeo: “A revolução Industrial na Inglaterra” (25:20), Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU Acesso ao vídeo em 30/09/2016 http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU O movimento de cercamentos demarcou as terras, expropriou muitos trabalhadores rurais e transformou a terra em mercadoria e beneficiou uma camada privilegiada da sociedade. Os camponeses desprovidos de recursos engrossaram a mão de obra que foi explorada nas minas e nas fábricas. Após considerar as consequências do processo de cercamentos Hobsbawm destaca: [...] houve uma classe sem dúvida profundamente prejudicada pelo cercamento: a dos camponeses e pequenos proprietários marginais, os quais faziam suas glebas produzir usando às vezes mão-de-obra assalariada e valendo-se, certamente, das pequenas (mas, para eles, essenciais) vantagens dos direitos comuns: pastos para animais e aves, material de construção, madeira para consertar implementos, cercas e portões etc. O cercamento podia perfeitamente reduzi-los à simples condição de assalariado. Mais que isso, transformava a eles e aos trabalhadores, de membros dignos de uma comunidade, com um rol definido de direitos, em inferiores subalternos dos ricos. Não era uma mudança pequena (HOBSBAWM, 1978, p. 94-95). É nesse processo que se faz atribuir a “degradação dos pobres”. “[...] o fato concreto é que o fenômeno dos cercamentos teria levado ao empobrecimento uma população estável, e foi catastrófica para a população que crescia rapidamente” (HOBSBAWM, 1978, p. 95-96). Esse crescimento populacional criou um excedente que ganhava a vida vendendo sua capacidade de trabalho. A queda nas condições de trabalho ocasionou a degradação e a pauperização crescente na vida dos trabalhadores pobres; foram submetidos a péssimas condições de trabalho e baixos salários. Neste contexto os homens foram postos em segundo plano, pois as mulheres e crianças desenvolviam as tarefas fabris por uma remuneração menor, isso agradava aos proprietários industriais e passaram a ter preferência pela mão de obra feminina e infantil. 2.2 O TRABALHO FEMININO E INFANTIL NAS FÁBRICAS Para Engles (2008, p.179), a partir da introdução das máquinas na fiação e na tecelagem, o trabalho masculino passou a ser dispensável, pois a logística das máquinas não exigia força física e sim habilidade manual para operá-las. Os dedos ágeis das crianças e mulheres executavam de forma eficaz o entrelaçamento das tramas e principalmente a reparação dos fios que se rompiam. O trabalho das mulheres e crianças não se restringia apenas nas fábricas, mas se estendia às minas de carvão, onde devido ao excesso de trabalho, insalubridade e má alimentação; muitas eram levadas a óbito. Para Hobsbawm (2010) “nas fábricas onde a disciplina do operariado era mais urgente, descobriu-se que era mais conveniente empregar as dóceis (e mais baratas) mulheres e crianças” (HOBSBAWM, 2010, p. 92). ATIVIDADES Pesquisar e escrever: 1 - As tarefas que eram executadas pelas mulheres e crianças, nas fábricas. 2 – As formas de castigos e punições a que as crianças eram submetidas nas fábricas. 3 – Selecione imagens de mulheres executando tarefas em fábricas e reproduza-as em ilustrações ou colagens para exposição em mural. 2.3 – TRABALHADORES RURAIS Thompson (1987) salienta que no período referente àRevolução Industrial, o contingente de trabalhadores rurais se firmava como maioria na classe de trabalhadores. Estabelece quatro formas peculiares de comparação entre empregador e empregado. O historiador afirma que na primeira categoria os trabalhadores sentiam-se seguros e menos independentes; embora os salários fossem baixos tinham direito à alimentação e alojamento na propriedade do empregador. Na segunda categoria “[...] coexistiam algumas das melhores e das piores condições [...]”. De um lado havia o lavrador ou o pastor que era assegurado por um fazendeiro justo. No outro lado havia jovens trabalhadores em situação instável e subnutridos. Na terceira categoria, mulheres e crianças trabalhavam por salários miseráveis; “[...] artesãos urbanos que abandonavam seu trabalho, atraídos pelos melhores salários na época da colheita; e os trabalhadores qualificados pagos por empreitada [...]”. Na quarta categoria havia práticas distintas de trabalho “subcontratações ou salários familiares encobertos” não viáveis para estatísticas (THOMPSON, 1987, p. 42-43). 3 – TRABALHADORES POBRES E LEIS ASSISTENCIALISTAS Para solucionar o problema da pauperização da classe trabalhadora implantaram-se na Inglaterra programas assistencialistas. Em 1601 foi criada a Lei dos pobres durante o reinado de Elizabeth I, através da implantação de impostos que segundo o Estado beneficiariam os trabalhadores pobres. Para Mantoux (s/d), a Lei dos Pobres atendia os trabalhadores ingleses com a intenção de acabar com os vagabundos e mendigos; diminuindo a pobreza existente no país, levando os trabalhadores a obrigação do trabalho árduo e piorando a situação da classe trabalhadora pobre. Com a Lei dos pobres, o trabalho passa a ser obrigatório e caso houvesse resistência eram forçados a trabalhar por salários miseráveis. Se por alguma razão ficasse comprovada a incapacidade para trabalhar seriam sustentados por sua paróquia de assistência. Confirme o que diz Hobsbawm: “Se por uma razão ou outra não pudessem trabalhar ou ganhar o seu sustento, aí então deveriam ser sustentados, educados, ter atendimento médico e ser enterrados por sua comunidade, isto, é, por sua paróquia”. (HOBSBAWM; Rudé; 1982 p. 51) Em 1795, foi implantada na Grã- Bretanha a Lei Speenhamland, com a intenção de o Estado contribuir com a classe necessitada, através de uma espécie de abono salarial baseada no preço do pão. A lei determinava o direito dos trabalhadores de receber do Estado uma quantia que garantisse sua subsistência. Hobsbawm salienta que os juízes de Speenhamland agiram com espírito humanista e suas decisões acabaram por se transformar num sistema segundo o qual “os pobres teriam garantido um salário de subsistência através de subsídios quando necessário; o sistema, embora bem intencionado, eventualmene levou a uma pobreza ainda maior do que antes” (HOBSBAWM, 2010, p.90). Por quarenta anos, as decisões dos juízes de Speenhamland nortearam a remuneração no campo; embora sua criação tenha um espírito humanista, este sistema se tornou “uma carga para todas as classes rurais do sul da Inglaterra”, de tal maneira que “[...] a „lei dos pobres‟ não era mais algo para se recorrer quando um homem não conseguia garantir a sua subsistência, ela se tornou o quadro geral, limite dentro do qual era possível a vida do trabalhador. Pois, de fato a Lei dos Pobres na perspectiva da – Speenhamland – fazia desaparecer a distinção entre trabalhador e pobre” (HOBSBAWM, 1982, p.49). Para Hobsbawm o Sistema de Speenhamland foi uma catástrofe, pois “[...] pauperizava, desmoralizava e imobilizava o trabalhador, que podia confiar que não morreria de fome em sua própria paróquia ou em nenhuma parte do país” (HOBSBAWM, 1978, p.97). Em 1834 houve reformulação na Lei dos Pobres, que segundo Hobsbawm (1978), se tornou mais rígida e desumana. A Nova Lei dos Pobres tornava obrigatório o trabalho nos albergues locais, por salários abaixo do estabelecido no mercado para ter direito ao auxílio proposto pela lei; isso passou a agravar ainda mais a situação dos trabalhadores pobres, que se viram abandonados a própria sorte. Os efeitos desta lei foram desastrosos para a classe trabalhadora. Hobsbawm (1978), explica que a precária assistência que os trabalhadores recebiam do governo “[...] consistia mais uma fonte de degradação e opressão do que um meio de socorro material” (HOBSBAWM, 1978, p. 83). ATIVIDADE 1 – Após leitura e discussão em grupos sobre os programas assistencialistas aos trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial. Como você interpreta a lei de Speenhamland? Foi uma lei que deu certo? Por quê? 2 – Diante da reformulação da Lei dos pobres, quais foram as consequências para o trabalhador? Assista ao filme Daens: um grito de justiça (legendado), que reproduz as condições de vida deplorável e as injustiças no trabalho sofridas por homens, mulheres e crianças da pequena cidade de Aalst na Bélgica, em meados do século XIX. Disponível em: https://vimeo.com/46428638 ( Acesso em 12/10/2016) PARA IR ALÉM https://vimeo.com/46428638 Após assistir ao filme: 1 – Descreva as condições de trabalho a que eram submetidos os trabalhadores nas indústrias têxteis, na pequena cidade. 2 – Qual era a forma de tratamento aplicada às mulheres e crianças, nas indústrias têxteis em cenas do filme? 3- No filme é retratado um fato que leva os trabalhadores pobres a se mobilizarem contra a exploração que favorece apenas o enriquecimento da burguesia e contribui para a generalização da pobreza. Que fato foi este? 4 – Assinale no quadro abaixo, as questões abordadas no filme em relação ao mundo do trabalho industrial: Foram abordados no filme Deans: um grito de justiça Sim Não As precárias condições de trabalho da classe operária A segurança no trabalho Igualdade entre patrões e operários A exploração do trabalho feminino e infantil O direito a alimentação adequada FICHA TÉCNICA DO FILME: Título Original: Daens Título em português: Daens: Um Grito de Justiça Ano e local de produção: 1993, na Bélgica. Atores principais: Jan Decleir, Gerard Desarthe, Antje de Boeck, Michael Pas, Wun Meuwissen, Julien Schoenaerts, Karel Boetens, Linda Van Dijck Duração: 138 min. Gênero: Biografia, Drama, História. Salários suficientes para o sustento da família As longas jornadas e insegurança no trabalho Os abusos e maus tratos sofridos por jovens, mulheres e crianças no ambiente fabril A fome e miséria a que eram submetidos os trabalhadores As precárias condições de higiene 4 - A IMPORTÂNCIA DO ALGODÃO PARA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fig. 6. Plumas e Fardos / manufatura do algodão FONTE: Scremin, 2016 Para Eric J.Hobsbawm, “Quem fala da Revolução Industrial fala do algodão.” Enfatiza que “o algodão deu o tom da mudança industrial e foi o esteio das primeiras regiões que não teriam existido se não fosse a industrialização e que expressaram uma nova forma de sociedade, o capitalismo industrial, baseada numa nova forma de produção, a „fábrica‟” (HOBSBAWM,1978, pág. 53). Segundo Thompson, “[...] a indústria do algodão foi certamente a pioneira na Revolução Industrial e a tecelagem foi o modelo preeminente para o sistema fabril.” Não se pode fazer referência ao crescimento da economia e a vida em sociedade baseada na transformação da indústria algodoeira e as relações de trabalho (THOMPSON,1987, p.15). Enquanto que para Hobsbawm (2010), na economia inglesa houve o aumento da produção e a queda do custo possibilitando o surgimento de um mercado próprio. Histórico da produção algodoeira “A manufatura de algodão foi um subprodutotípico da crescente corrente de comércio internacional, e principalmente colonial [...]. A única fabricação de algodão puro conhecida pela Europa no começo do séc. XVIII era a da Índia, cujos produtos eram vendidos pelas companhias orientais no exterior e na Inglaterra, onde recebiam a violenta oposição dos fabricantes nacionais de lã, linho e seda. Em 1700 a manufatura inglesa de lã conseguiu proibir inteiramente sua importação, e com isso deu acidentalmente, aos futuros fabricantes nacionais de algodão, algo como que um livre trânsito no mercado interno. [...] Até 1770, mais de 90% das exportações britânicas de algodão dirigiam-se para os mercados coloniais dessa forma, e sobretudo para a África. A enorme expansão das exportações após 1750 deu ímpeto à fabricação - entre aquele ano e 1770 as exportações de algodão mais que duplicaram. [...] o algodão cada vez mais substituía o linho, mas a partir da década de 1790 ela passou a exportar sempre a maior parte de sua produção. Em fins do séc. XIX, cerca de 90% da produção era exportada. O algodão era e continuou a ser, essencialmente, uma atividade de exportação. [...] A fabricação britânica de algodão era decerto a melhor do mundo em sua época, mas terminou, como tinha começado, por basear-se não em sua superioridade competitiva e sim num monopólio dos mercados coloniais e subdesenvolvidos que lhe era garantido pelo Império Britânico, pela marinha de sua Majestade e pela supremacia comercial inglesa [...]. [...] Como se sabe, o problema técnico que determinou a natureza da mecanização na fabricação do algodão foi o desequilíbrio entre a eficiência da fiação e da tecelagem. A roca de fiar, mecanismo muito menos produtivo que o tear manual (principalmente aquele acelerado pela „lançadeira volante‟ [flying shuttle], inventada na década de 1730 e disseminada na de 1760) não conseguia suprir os tecelões com fio em quantidade suficiente [...]” (HOBSBAWM, 1978, p. 54-55). Segundo Hobsbawm, três inovações tecnológicas “fizeram pender o prato da balança: o „filatório‟ (spinning Jenny), na década de 1760”, “permitia a um artesão trabalhar com vários fios de uma só vez”; o tear hidráulico (water frame), “de 1768, que pôs em prática a idéia original de fiar com uma combinação de rolos e fusos; e a fusão dos dois, a „mula‟ da década de 1780, a que logo foi aplicada a energia do vapor. As duas últimas inovações implicavam produção fabril” (HOBSBAWM, 1978, p.55). Hobsbawm (2010) destaca que a inclusão das tecnologias nas fábricas impulsionou a economia inglesa, aumentou a produção e reduziu o custo, possibilitando o aparecimento de um mercado próprio. O mercado doméstico perde campo para o exportador e impulsiona o desenvolvimento da indústria algodoeira britânica a qual foi mecanizada, a utilização dos teares movidos a água e a motor tornaram-se mais vantajosos, por serem mais baratos e garantirem maior produção; sem contar com a falta de mão de obra barata e eficiente. Nesse processo de crescimento de produção e diminuição de mão barata e eficiente, a classe que mais perdeu, foi a dos trabalhadores pobres, como a dos artesãos, por exemplo, cuja forma de produção foi eliminada, restou meramente, sua força de trabalho que teve a mão de obra substituída pela máquina, o que gerou baixos salários, miséria e o descontentamento da classe. A relevância do ferro, carvão e aço no decurso da revolução industrial. O fator significativo para o impulso industrial na Inglaterra foi a grande quantidade de recursos minerais como o ferro e o carvão. O carvão teve sua importância primária na produção do vapor como fonte de energia, que impulsionou a industrialização por toda a parte. A utilização do ferro foi primordial no desenvolvimento da indústria pesada, na construção de locomotivas, ferrovias, fabricação de ferramentas e máquinas; o uso do aço era restrito neste período devido ao seu alto custo. Para Hobsbawm (2010), é evidente que nenhuma economia industrial pode se desenvolver sem recursos de capital, tanto que para “se avaliar o potencial industrial de qualquer país, o mais abalizado índice isolado é a quantidade de sua produção de ferro e aço” (HOBSBAWM, 2010, p. 80-81). A capacidade na produção do ferro teve seu aumento “graças a algumas inovações simples como a pudelagem e a laminação na década de 1780”, como expõe Hobsbawm (2010, p. 81), “certamente, não era grande o bastante para fazer da Grã-Bretanha um enorme produtor de ferro”. “[...] Esta imensa indústria, embora provavelmente não se expandindo de forma suficientemente rápida rumo a uma industrialização realmente maciça em escala moderna, era grande o bastante para estimular a invenção básica que iria transformar as indústrias de bens de capital: a ferrovia” (HOBSBAWM, 2010, p. 82). “Nenhuma outra inovação da revolução industrial incendiou tanto a imaginação quanto a ferrovia”. “[...] a razão é que nenhuma outra invenção revelava de forma tão cabal o poder e a velocidade da nova era” (HOBSBAWM, 2010, p. 83). “[...] A estrada de ferro, arrastando sua enorme serpente emplumada de fumaça, à velocidade do vento, através de países e continentes, com suas obras de engenharia, estações e pontes formando um conjunto de construções que fazia as pirâmides do Egito e os aquedutos romanos e a Grande Muralha da China empalidecer de provincianismo, era o próprio símbolo do triunfo do homem pela tecnologia” (HOBSBAWM, 2010, p. 83-84). A invenção da locomotiva permitiu expandir mercadorias e pessoas, por toda parte, assim o aumento da velocidade e da massa de comunicação passaram a ser de grande importância para a humanidade. DICIONÁRIO Pudelagem: técnica que consiste em descarbonizar o ferro fundido, retirando as impurezas e o transformando em aço. Provincianismo: maneira de ser, ou costume próprio de uma província. Província: subdivisão de um país, de um império Fontes: WWW.dicionárioinformal.com.br/pudelagem/ https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF- 8#q=província/provincianismo Acesso em 10/10/2016 https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=prov�ncia/provincianismo https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=prov�ncia/provincianismo ATIVIDADES: 1 – Descreva porque o algodão foi importante para o contexto da Revolução Industrial: 2 – A mecanização nas indústrias de tecelagem prejudicou uma classe social. a) Que classe foi essa? b) De que forma foram prejudicados? 3 – Explique a importância do ferro e do carvão para o processo da Revolução Industrial: 5 - CIDADES INDUSTRIAIS E A VIDA DO OPERÁRIO INGLÊS Fig. 7. Becos do sofrimento / cenário dos bairros industriais FONTE: Scremin, 2016 A construção das fábricas nas cidades inglesas caracterizou o aspecto visual da Revolução Industrial. Com a expansão das fábricas, os trabalhadores rurais migraram para os centros urbanos, aumentando em grande quantidade o número de pessoas nas cidades e os problemas sociais; significou a adoção de novos hábitos e a precarização na forma de garantir a condição de existência. Engels (2008) descreve que o progresso londrino, sacrificou o melhor do ser humano, que foi tolhido de viver com dignidade; o perfil da multidão foi transfigurado em algo repulsivo. Veja a minuciosa descrição feita por Engels: [...] Mas os sacrifícios que tudo isso custou, só os descobrimos mais tarde. Depois de pisarmos, por uns quantos dias, as pedras das ruas principais, depois de passar a custo pela multidão, entre as filas intermináveis de veículos e carroças, depois de visitar os “bairros de má fama” desta metrópole, só então começamos a notar que esses londrinos tiveram de sacrificar a melhorparte de sua condição de homens para realizar todos esses milagres da civilização que é pródiga a cidade, só então começamos a notar que mil forças neles latentes permaneceram inativas e foram asfixiadas para que só algumas pudessem desenvolver-se mais e multiplicar-se mediante a união com as de outro (ENGELS, 2008, p. 69). Engels (2008) frisa que as condições de vida da classe trabalhadora na Inglaterra são fortes e consistentes, retrata fielmente a degradação humana, menciona que “[...] doentes e sadios dormem num único e mesmo cômodo, às vezes na mesma cama, ficamos surpresos pelo fato de uma doença tão contagiosa como o tifo não se propagar ainda mais” (ENGELS, 2008, p. 140). Além do tifo, outras doenças acometiam os trabalhadores pobres da revolução industrial, devido às péssimas condições do local de trabalho e moradia e da carência alimentar. Vida nas grandes cidades e saúde dos trabalhadores pobres “[...] É verdadeiramente revoltante o modo como a sociedade moderna trata a imensa massa dos pobres [...]. Põe-nos em bairros cuja construção torna a circulação do ar muito mais difícil como em qualquer outro local. Impede-os de usar os meios adequados para se manterem limpos: a água corrente só é instalada contra pagamento e os cursos de água poluídos não podem ser utilizados para higiene; compele-os a jogar na rua todos os detritos e as imundícies, toda água servida e até mesmo os excrementos mais nauseabundos, para os quais não há outra forma de escoamento – enfim obriga-os a empestear seus próprios locais de moradia. E nem isso lhes basta: acumula sobre eles todos os males possíveis. [...] se os pobres resistirem a tudo isso sobrevém uma crise que os transforma em desempregados e lhes retira o mínimo que até então a sociedade lhes destinara. [...] afirma muito corretamente que as doenças pulmonares são a consequência inevitável dessa condição habitacional e, por isso, são particularmente frequentes entre os operários. [...] em especial nos bairros operários, favorece ao extremo o desenvolvimento da tuberculose. [...] além de outras doenças respiratórias e da escarlatina o grande rival da tuberculose, causador de devastações entre os operários, é o tifo” (ENGELS, 2008, p. 137-138). Foram alterados os aspectos das cidades, em face do aumento das concentrações populacionais e os aglomerados de fábricas por toda parte, fumaça e poluição passam a compor o cenário urbano, bairros de má fama foram surgindo onde se concentravam a classe operária. O cenário das grandes cidades industriais Todas as grandes cidades têm “bairros de má fama” onde se concentra a classe operária. “[...] Na Inglaterra, esses „bairros de má fama‟ se estruturam mais ou menos da mesma forma que em todas as cidades: as piores casas DICIONÁRIO Excremento: matéria sólida (fezes) ou fluida (urina, suor, muco nasal, etc.) excretada pelo organismo humano ou animal. Nauseabundo: que causa náuseas, nojo, asqueroso, repugnante. Tifo: doença infectocontagiosa causada por várias espécies de microrganismos. Escarlatina: doença infectocontagiosa caracterizada por febre alta, erupção escarlate e descamação. Tuberculose: doença infectocontagiosa e endêmica, podendo atingir todos os tecidos do corpo, esp.os pulmões, caracterizada pela formação de tubérculos caseosos. Fonte: https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome- instant&ion=1&espv=2&ie=UTF- 8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose (acesso em 08/12/2016) https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose na parte mais feia da cidade; quase sempre, uma longa fila de construções de tijolos, de um ou dois andares, eventualmente com porões habitados e em geral dispostas de maneira irregular. [...] Habitualmente, as ruas não são planas nem calçadas, são sujas, tomadas por detritos vegetais e animais, sem esgotos ou canais de escoamento, cheias de charcos estagnados e fétidos. A ventilação na área é precária, dada a estrutura irregular do bairro e, como nesses espaços restritos vivem muitas pessoas, é fácil imaginar a qualidade do ar que se respira nessas zonas operárias – onde, ademais, quando faz bom tempo, as ruas servem aos varais que, estendidos de uma casa a outra, são usados para secar a roupa” (ENGELS, 2008, pág. 70). Engels evidencia que os grandes centros urbanos são compostos de uma desordenada massa “de casas de três ou quatro andares, com ruas estreitas, sujas e tortuosas onde reina uma agitação intensa”. “[...] Os mercados são as próprias ruas: cestos de legumes e frutas, todos naturalmente de péssima qualidade e dificilmente comestíveis. [...] As casas são habitadas dos porões aos desvãos, sujas por dentro e por fora [...] mas nada comparado aos becos e vielas [...] onde a sujeira e barulho superam a imaginação” (ENGELS, 2008, p. 71). Nessas moradias é difícil encontrar casas com estruturas intactas, geralmente apresentam paredes em ruínas, janelas, portas e batentes quebrados. “Aqui vivem os mais pobres entre os pobres, os trabalhadores mais mal pagos, todos misturados com ladrões, escroques e vítimas da prostituição” (ENGELS, 2008, pág. 71). Em meio a este clima de tensões os trabalhadores eram sujeitados a baixos salários, precárias condições de alimentação e moradia, o que não permitia aos trabalhadores dar condições dignas de vida para a família, o que muitas vezes os levavam a um estado deplorável de existência. ATIVIDADES: 1 - Para Engels, o que seriam os bairros de má fama? 2- Aponte as características das cidades industriais descritas no texto e observadas na imagem do início do texto: 3 – Quais as condições de moradia apontadas por Engels? 4 – Quais as condições de trabalho e sobrevivência do operário industrial? 5 – Destaque no texto quais as doenças que acometiam os operários, no período da Revolução Industrial: 6 – MOVIMENTOS TRABALHISTAS Fig. 8. Braços que protestam / Trabalhadores quebrando máquinas FONTE: Scremin, 2016 Os trabalhadores compreenderam que havia a necessidade de protestarem contra as condições impostas pelos capitalistas; demonstrando o descontentamento contra as injustiças as quais sofriam. Os trabalhadores explorados, cada vez mais empobrecidos, criaram organizações que se confrontavam com a classe dominante. Dessas manifestações surgiram movimentos como o cartismo e o ludismo, que através de motins invadiam fábricas e quebravam máquinas. Segundo Engels, (2008), inúmeras formas de protestos e leis foram efêmeras, existiam grupos secretos com promessas de total fidelidade uns com os outros, contudo essas ações de caráter sigiloso eram os entraves para o avanço de seus ideais; outro obstáculo era a questão de operários que não aderiam aos movimentos por compactuar com vantagens que os burgueses ardilosamente ofereciam. Descontentes com as injustiças a classe dos trabalhadores operários e as demais categorias de trabalhadores passam a organizar greves com reivindicações de melhores salários, melhorias nas condições de trabalho e principalmente diminuição da jornada. Quando as greves não mais surtiam efeito, o movimento operário criou a organização sindical como forma de resistência à exploração capitalista; dessa organização surgem associações denominadas Trade Unions, constituídas de trabalhadores de diversas categorias. Para Hobsbawm (2010, p.340) “o movimento trabalhista foi uma organização de autodefesa, de protesto e de revolução”,onde a classe dos trabalhadores pobres ganhava coerência e propósito para organizarem suas reivindicações. O que manteve a união da classe dos trabalhadores pobres para lutar por melhores condições de vida e de trabalho foi a condição de miséria que se encontravam; como enfatiza Hobsbawm (2010, p. 341), o ódio, a fome, a miséria e a esperança insurgiu com a carência de organização e maturidade para organizar rebeliões para a conquista da ordem social. Após a leitura dos textos, responda aos questionamentos: 1 – O que foi o Ludismo? Como o governo reagiu contra o movimento? 2 – Cite algumas reivindicações das associações operárias ( Trade- unions)? Quais foram conquistadas? 3 – Pesquise e registre: O que foi o cartismo? Quais suas reivindicações? (Discutir o resultado da pesquisa) PARA APROFUNDAR O CONHECIMENTO Fazer a leitura do texto: “A luta dos trabalhadores”, na página 89 e 90, do livro didático “História, sociedade e cidadania, 8º ano/Alfredo Boulos Júnior-3ª Ed.-São Paulo: FTD, 2015” 1 - Série A Fábrica: The Mill – parte I e II A mini-série é baseada em fatos reais; retrata as árduas e longas jornadas de trabalho, em condições de risco, que muitos trabalhadores eram expostos na fábrica Quarry Bank em Cheshire. Retrata, ainda, o recrutamento de crianças em casas de abrigo e orfanatos para o trabalho de aprendizes, sem remuneração. Episódio 1 – (Sub. Español - duração: 47:32); disponível em: http://www.yputube.com/watch?v=cblC0sVnRbU Episódio 2 – (Sub. Espanõl – duração: 46:57); disponível em: http://WWW.youtube.com/watch?v=AQk3QB-Zrpo Acesso aos episódios em 12/08/2016 Após assistir aos dois episódios da série The Mill respondam: 1 - A série, The Mill - parte 1, faz referência ao tema de estudo orientado até o momento? Cite cenas que afirmem sua resposta: 2 - Como a série exibida, retrata as condições de vida dos trabalhadores no período da Revolução Industrial? 3 - Selecione a cena mais impactante retratada no filme e descreva: Ouvir a música: Revolução Industrial / Pré – histórica; Disponível em: https://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao- industrial.html Acesso em 14/09/2016 Após ouvir a música acompanhada da letra responda: 1 – Com base no conteúdo estudado, a música faz referência a que período da história? 2– Quais as classes sociais citadas na letra da música? Descreva o 3ª PARTE – Análise de filmes e música http://www.yputube.com/watch?v=cblC0sVnRbU http://www.youtube.com/watch?v=AQk3QB-Zrpo https://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html https://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html perfil de cada uma: 3- Reescreva a estrofe em que descreve a transição do trabalhador do campo para a cidade Assistir ao filme Oliver Twist, que relata o sofrimento de um Menino órfão e o fenômeno da delinquência juvenil, ocasionada pelas deploráveis condições da sociedade inglesa no período da Revolução Industrial. Disponível em: http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/ Acessado em: 14/09/2016 FICHA TÉCNICA DO FILME: Título: Oliver Twist Ano de produção: 1997 Duração: 1:32 h Gênero: Drama, aventura Dirigido por: Roman Polanski (Tony Bill) Após a visualização do filme responda as questões: A – Do que trata o filme? B – Qual o personagem principal? Descreva como era a sua vida: C – Quais os problemas sociais retratados no filme? D – Escolha três personagens e descreva os perfis: 1- Em grupos pesquisar os temas abaixo que serão sorteados: A- O trabalho feminino nas fábricas; B - A exploração do trabalho infantil nas fábricas; C- As dificuldades e lutas dos trabalhadores pobres da Revolução Industrial; 4ª PARTE – Aplicação do conhecimento http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/ D - As condições de trabalho dos operários da indústria da revolução Industrial; Cada grupo apresentará o resultado da pesquisa, utilizando um recurso didático: Opcões: Mural, encenação, jogral, paródia e/ou outros. 2 – Analise a charge e o texto de Engels: Fig. 9. Charge Revolução Industrial Fig. 10. O topo e a margem FONTE: Scremin, 2016 TEXTO É por isso que a guerra social, a guerra de todos contra todos, é aqui explicitamente declarada. Tal como o amigo Stirner, os homens só se consideram reciprocamente como objetos utilizáveis: cada um explora o outro e o resultado é que o mais forte pisa no mais fraco e os poucos fortes, isto é, os capitalistas, se apropriam de tudo, enquanto aos muito fracos, aos pobres, mal lhes resta apenas a vida (ENGELS, 2008, p. 68). a) Estabeleça comparações entre a charge e o texto de Engels: b) Escreva o que você entendeu da análise da charge : 3 - Leia o texto poético que retrata o sistema fabril no período da Revolução Industrial. FÁBRICAS DA INJUSTIÇA A fumaça, a fuligem abraçam os dias O céu tem cor gris; O algodão, as nuvens Perdem a brancura do giz Dentro das fábricas, Nuvens de algodão São manipuladas... Por mãos calejadas e exploradas Dentro do peito, Escondem-se sonhos Tudo em volta assusta, Engrenagens trepidam, Tecem, moldam Olhares medonhos Homens, Mulheres e crianças Definham as faces, a cada momento... Carregam nos ombros A desesperança e o sofrimento Os senhores das fábricas Oprimem sem clemência... O poder pede urgência; O que importa é o lucro E assim... A fumaça das chaminés Encardem o céu; Transformam tudo Em negro véu. Autora: Maria Fátima Scremin, 2016 DICIONÁRIO Gris: cor cinza Trepidar: estremecer, causar tremor ATIVIDADE 1 - Após a leitura do texto poético, e análise do vídeo: Revolução Industrial na Inglaterra; em grupos, reproduzam através de desenhos ou colagens o cotidiano das fábricas no período da Revolução Industrial. ATIVIDADE DOMICILIAR Utilizando o conhecimento adquirido até o momento, em dupla, produzam um texto poético enfatizando as transformações provocadas na vida dos trabalhadores pobres pela Revolução Industrial. (os alunos compartilharão suas poesias) Este é o momento de mostrar o que você aprendeu, começaremos pelo questionamento inicial. Analise as imagens: Fig. 1. Braços e Palhas Fig. 2. Mãos, tramas e dramas. Trabalhadores no campo antes da Trabalho de fiação Revolução Industrial Fig. 3. Chamas da Resignação Fig. 4. Arrastando o jugo Trabalho de jovens e crianças em Trabalho infantil nas minas de Indústrias dos Séc.XVII e XVIII carvão FONTE: Scremin, 2016 5ª PARTE - Avaliação 1- Descreva quais as condições de trabalho representadas nas imagens:2- Quem detinha o poder no período da Revolução Industrial? Justifique: 3 - O que você entende por trabalhador pobre? Quem é? Como eram as condições de vida? Preencha a cruzadinha: 1 – País de origem da Revolução Industrial: 2 – A revolução Industrial contribuiu com a expansão do sistema: 3 – Durante a revolução Industrial mulheres e crianças foram levadas a desenvolver trabalhos nas: 4 – Eram submetidas a castigos físicos quando não desenvolviam corretamente suas tarefas nas fábricas: 5 – Sistema de cercamentos que obrigou trabalhadores do campo a refugiarem-se nas cidades: 6 – Um dos motivos que levou a Inglaterra ao pioneirismo industrial: 7 - O sistema fabril substituiu o sistema: 8 – Classe explorada que surgiu com a Revolução Industrial: 9 – Substituiu o trabalho humano na Revolução Industrial: 10- Classe detentora do poder e dos meios de produção industrial: 11- O trabalho na industrial atualmente necessita de mão de obra: 7 T 4 R A 3 B 9 A 5 L H 1 A D O 8 R E S * 2 P 6 * * O * B 10 R E 11 S Com base nos estudos feitos, escreva uma narrativa histórica, apontando as condições de trabalho e existência dos trabalhadores pobres. Destaque em seu texto as expressões abaixo: Exploração - direitos - reivindicações - sindicatos - conquistas - condições precárias - empregador capitalista - trabalhadores pobres Conclusão Pessoal ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS Caros professores A presente unidade didática intitulada, “A Condição de Existência dos Trabalhadores Pobres Durante a Revolução Industrial Inglesa (1780-1848)” está dividida em cinco partes, distribuídas em conteúdos, análises e atividades referentes a questão dos trabalhadores pobres, no período da Revolução Industrial; para facilitar ao educando a compreensão da temática aqui discutida. 1ª Parte: Será apresentado e discutido com os alunos a questão dos trabalhadores pobres acerca da Revolução Industrial através de leitura de textos, vídeos, imagens e questionamentos. O resultado obtido será resguardado para a conclusão, no intuito de confrontar o conhecimento com o início e término do trabalho. As imagens poderão ser expostas na TV multimídia ou no data show. 2ª Parte: Inicialmente serão aplicados os textos historiográficos, através de leitura de textos impressos, em duplas ou grupos, e também em data show para explanação da professora. As atividades propostas para esta parte do trabalho serão desenvolvidas em duplas e em caráter individual. Serão apresentados vídeos para troca de ideias entre os alunos e professora; pesquisas no laboratório de informática sobre o trabalho feminino e infantil, para resolução dos questionamentos propostos, que poderão ser realizados em contraturno. Após a pesquisa e resolução das atividades os alunos farão um mural com o título: “A Mulher no Mundo do Trabalho”; com imagens de mulheres em atividades de trabalho, essas imagens poderão ser colagens, desenhos ou fotografias trazidas de casa. Para ir além, os alunos serão convidados em contraturno, para a “tarde do cinema” para apreciação do filme Daens: um grito de justiça, com espaço interativo para troca de ideias relacionadas ao filme e a temática em discussão. A seguir os alunos receberão um quadro previamente impresso para assinalar de forma afirmativa ou negativa, questões abordadas ou não no filme. Sugestão: a pesquisa na parte 2 poderá ser realizada em atividade domiciliar. 3ª Parte: Será exibida em contraturno, uma parte da série “A Fábrica”: The Mill, para que os alunos conheçam e compreendam as condições de trabalho a que crianças e adolescentes eram expostos no período da Revolução Industrial. Em grupos, haverá troca de ideias, comparações entre contextos sociais, questões enfatizando o assunto e apresentação do que foi discutido pelos grupos. A música Revolução Industrial, será apresentada na TV multimídia para audição, seguindo a letra impressa. Após ouvir a música será organizada uma roda de conversa onde cada um poderá expor sua opinião a respeito do que entendeu da letra da música; em seguida, em trios, responderão aos questionamentos que serão registrados. Em outro contraturno será exibido o filme Oliver Twist, para apreciação da turma e resolução de atividades, para que observem a forma de tratamento autoritário e rígido dirigido às crianças no período da Revolução Industrial. 4ª Parte: Será a oportunidade de o aluno reproduzir seu conhecimento acerca da temática. Serão sorteados os temas abaixo: - O trabalho feminino nas fábricas; - A exploração do trabalho infantil nas fábricas; - As condições de trabalho dos operários da indústria no período da Revolução Industrial Em grupos de cinco alunos, pesquisar, discutir o assunto e sortear uma forma de apresentar aos demais grupos da sala, que poderá ser através de encenação, elaboração de mural, jogral, paródia entre outros. As pesquisas e discussões serão realizadas em sala de aula e no laboratório de informática; enquanto que o recurso escolhido pelos grupos para apresentação deverá ser previamente preparado em atividade extraescolar. Neste momento os alunos também farão a análise de uma citação de Engels e de uma charge que reproduz a condição de exploração da classe pobre que ascende a riqueza da burguesia capitalista industrial. A charge demonstra que os capitalistas estão no topo do pódio (poder), graças ao trabalho árduo e explorado do trabalhador pobre nas indústrias desde os primórdios da industrialização. Em dupla, responderão aos questionamentos propostos na produção didática neste 4º momento. Dando continuidade, em sala de aula, será analisado um texto poético, intitulado “Fábricas da injustiça” que descreve o ambiente fabril, o aspecto físico e sentimento dos operários. Em duplas realizarão atividades de leitura e discussão; em seguida produzirão poemas ilustrados, retratando o ambiente fabril descrito no texto. Para encerrar a atividade, os trabalhos dos alunos serão expostos em mural. 5ª Parte: Diante de todo o contexto histórico apresentado, faz-se necessário, aprimorar as atividades sobre o tema apresentado na unidade didática. Neste momento, será reaplicado o questionário inicial com a análise das imagens. Serão entregues cruzadinhas impressas para diagnosticar a apreensão dos conteúdos propostos. Dando continuidade à produção do conhecimento e com base nos estudos feitos até então, os alunos serão orientados para redigir uma narrativa histórica, relatando as condições de trabalho e vida dos trabalhadores; utilizando as palavras destacadas previamente pela professora. Para finalizar, serão confrontadas as questões do início do trabalho com as atividades da avaliação final. Encerramento: exposição dos trabalhos produzidos no decorrer do projeto, para apreciação da comunidade. REFERÊNCIAS AULETE, Caldas. Mini dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Bomtempo, 2008. HOBSBAWM, Eric J. A Era das revoluções: 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra 2010. _________. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1978. HOBSBAWM, E.J.; RUDÉ, George. Capitão Swing: A expansão capitalista e as revoltasrurais na Inglaterra do início do século XIX. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982. HOUAISS, Antônio. Mini dicionário da língua portuguesa. Brasil: Objetiva – MOD., 2010. JÚNIOR, Alfredo Boulos.História Sociedade e Cidadania; 8º ano. Ed.São Paulo, 2015. MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no século XVIII: estudo sobre os primórdios da grande indústria moderna na Inglaterra. São Paulo: Editora da Unesp; Hucitec, s/d. SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Editora Best Seller, 1999. THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. V. II. Rio de Janeiro: 1987. SITES: A Revolução Industrial na Inglaterra; vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU (acesso em 30/09/2016). Daens: um grito de justiça/legendado; filme disponível em: http://vimeo.com/46428638 (acesso em 12/10/2016). Dicionário Informal.com.br/pudelagem/ disponível em: http://www.google.com.br/webhp?sourced=chrome- instant&ion=1&espev=2&ie=UTF-8#q= (acesso em 10/10/2016). Fases da Revolução Industrial; vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4 (acesso em 01/10/2016). Oliver Twist; filme disponível em: http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/ (acesso em 14/09/2016). Primeira Revolução Industrial; vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew (acesso em 01/10/2016). Revolução Industrial/Pré-histórica; música disponível em: http://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html (acesso em 14/09/2016) The Mill: A Fábrica; mini série; episódio 1 disponível em: http:WWW.youtube.com/watch?v=cblC0sVnRbU (acesso em 12/08/2016). The Mill: A Fábrica; mini série; episódio 2 disponível em: http:WWW.youtube.com/watch?v=AQK3QB-Zrpo (acesso em 12/08/2016). Imagens e texto poético “Fábricas da Injustiça” cedidos por Maria Fátima Scremin. http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU http://vimeo.com/46428638 http://www.google.com.br/webhp?sourced=chrome-instant&ion=1&espev=2&ie=UTF-8#q http://www.google.com.br/webhp?sourced=chrome-instant&ion=1&espev=2&ie=UTF-8#q http://www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4 http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/ http://www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew http://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html
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