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Prévia do material em texto

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 
 
 
 
Título: A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DOS TRABALHADORES POBRES 
DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (1780-1848) 
 
Autor: Noelí Cristina Perobelli França 
Disciplina/Área: História 
Escola de Implementação do 
Projeto e sua localização: 
Escola Estadual Eurides Cavalcanti 
Tenório- E.F. Localizada na rua 
Semíramis de Barros Braga, 450 
Município da escola: Cruzeiro do Sul 
Núcleo Regional de Educação: Paranavaí 
Professor-Orientador: Professor Dr. Roberto Leme Batista 
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná – 
Campus de Paranavaí (UNESPAR). 
Relação Interdisciplinar: Não 
Resumo: Esta Unidade Didática visa apreender 
o período da Revolução Industrial, 
com ênfase na questão dos 
trabalhadores pobres. Analisa as 
condições de vida e trabalho da classe 
trabalhadora do período, discute 
desde a transição do trabalho 
artesanal para o trabalho 
manufatureiro e consequentemente 
para o trabalho assalariado na grande 
indústria. O objetivo é entender as 
transformações econômicas e sociais 
que afetaram a vida daqueles que 
viviam do trabalho. A produção da 
unidade se deu por meio de leituras da 
historiografia clássica sobre o tema. 
Empreendemos um esforço para 
produzir um material voltado para o 
ensino dos conteúdos para as turmas 
do 8º ano do Ensino Fundamental. 
Palavras-chave: Revolução Industrial; exploração; 
trabalhador pobre; lutas. 
Formato do Material Didático: Unidade Didática 
Público: Alunos do 8º ano do Ensino 
Fundamental 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Esse material didático pedagógico estruturado em unidade didática, é 
resultado de estudos, proporcionado pelo Programa de Desenvolvimento 
Educacional – PDE, da Secretaria do Estado de Educação do Paraná, em 
parceria com a Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR / Campus de 
Paranavaí, desenvolvido e implementado no período de 2016 e 2017 
respectivamente. 
A produção da unidade didática faz parte do processo de implementação 
do Projeto de Intervenção Pedagógica, que será aplicado na Escola Estadual 
Eurides Cavalcanti Tenório – Ensino Fundamental / séries finais, do município 
de Cruzeiro do Sul, para alunos do 8º ano, no ano letivo de 2017, com carga 
horária de 32 horas/aula. 
O trabalho apresenta o desenvolvimento da Revolução Industrial com 
vistas a compreender o fenômeno dos trabalhadores pobres no período de 
1780 a 1848, e ofertar ao educando a compreensão a respeito das condições 
de existência dos trabalhadores pobres do campo e da cidade neste período. 
Para produzir o conhecimento sobre a temática dos trabalhadores 
pobres é preciso conduzir o estudo do período da Revolução Industrial inglesa; 
a transição do campo para a cidade, evidenciando as condições que firmaram 
a Inglaterra como pioneira do setor industrial no mundo. Com isso a classe de 
artesãos foi pressionada a abandonar suas técnicas de subsistência e transpor-
se para o trabalho assalariado, mudando drasticamente sua condição de 
existência. 
O conteúdo será ministrado por meio de diversos recursos didáticos e 
vários momentos de aprendizagem, tendo como meta estimular o processo 
cognitivo, sensibilizando o aparelho perceptivo dos alunos, verdadeiros sujeitos 
da educação, levando-os a perceber o objeto do conhecimento como sua 
produção. As atividades serão desenvolvidas em cinco partes, possibilitando ao 
educando a apreensão da realidade histórica no mundo do trabalho. 
Desta forma espera-se que os educandos apreendam o conteúdo acerca 
da temática e compreendam as condições de existência dos trabalhadores 
pobres no período da Revolução Industrial. 
 Noelí Cristina Perobelli França 
UNIDADE DIDÁTICA 
A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DOS TRABALHADORES POBRES 
DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (1780-1848) 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Esta unidade didática apresenta o conteúdo sobre a questão dos 
trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial inglesa, suas 
condições de subsistência e trabalho. 
Para melhor compreensão e entendimento da temática, o trabalho foi 
delineado a partir de pesquisa, leitura, análise e interpretação historiográfica, 
com a utilização de fontes variadas, como textos impressos, imagens e vídeos 
que proporcionarão a compreensão da temática e o conteúdo relacionado a 
ela, viabilizando a aquisição do conhecimento, de forma crítica, diante dos 
problemas enfrentados pelos trabalhadores pobres no período da Revolução 
Industrial britânica. 
Para facilitar o conhecimento sobre o conteúdo atribuído a questão dos 
trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial, o trabalho será 
dividido em partes assim distribuídas. 
 
 
 
 
 
A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DOS TRABALHADORES POBRES 
DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (1780-1848) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1ª PARTE: Introdução ao tema 
 
 
 No período da Revolução Industrial, “qualquer que fosse a verdadeira 
situação dos trabalhadores pobres, não pode haver nenhuma dúvida de 
que todos aqueles que pensavam um pouco sobre sua situação – isto é, 
que aceitavam as aflições dos pobres como parte do destino e do eterno 
rumo das coisas – consideravam que o trabalhador era explorado pelo rico, 
que cada vez mais enriquecia, ao passo que os pobres ficavam cada vez 
mais pobres. [...] O mecanismo social da sociedade burguesa era 
profundamente cruel, injusto e desumano” (HOBSBAWM, 2010, p. 332). 
 
 
OS TRABALHADORES E AS FÁBRICAS 
 
Ao analisar a situação dos trabalhadores britânicos, Engles (2008), 
afirma que a “a história da classe operária na Inglaterra inicia-se na segunda 
metade do século passado, com a invenção da máquina a vapor e das 
máquinas destinadas a processar o algodão”. Essas invenções deram início a 
uma revolução na indústria, que automaticamente, mudou a sociedade 
burguesa (Engels, 2008, p. 45). 
Para Hobsbawm (2010), a fase inicial da Revolução Industrial não levou 
todos os trabalhadores para as fábricas mecanizadas. “[...] ela multiplicou o 
número de artesãos pré-industriais”, qualificando a mão de obra doméstica “[...] 
melhorando suas condições [...]”, em um momento, em que a mão de obra era 
escassa (HOBSBAWM, 2010, p. 330). 
O avanço mecânico nas indústrias fez com que “homens independentes 
se transformassem em dependentes, e que pessoas se transformassem em 
„mãos‟”. No entanto, “[...] criava multidões de desclassificados, empobrecidos e 
famintos tecelões manuais, tecelões mecânicos e etc [...]” (HOBSBAWM, 2010, 
p.330). 
Provavelmente houve melhoras nas condições de vida da nova classe 
proletária, mas perderam sua liberdade e foram submetidos a regras mais 
rígidas de disciplina e ao controle autoritário do capitalista industrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO 
Tecelão: quem tece o pano no tear. (Fonte: mini dicionário Houaiss da língua 
portuguesa, 2010, p. 746). 
Tear: máquinas para fabricar tecidos, tapetes, etc. (Fonte: mini dicionário Houaiss 
da língua portuguesa, 2010, p. 746) 
Proletário: Classe social que não possui os meios de produção, sendo por isso 
obrigado a vender sua força de trabalho para assegurar a sobrevivência. (Fonte: 
Novíssimo dicionário de economia, Paulo Sandroni, 1999, p. 502). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 1. Braços e Palhas Fig. 2. Mãos, tramas e dramas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trabalhadores no campo antes do Trabalho de fiação (tear manual) 
 Revolução Industrial 
 
 
 Fig. 3. Chamas da Resignação Fig. 4. Arrastando o jugoTrabalho de jovens e crianças em Trabalho infantil nas minas de 
 Indústrias dos Séc.XVII e XVIII carvão 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
 
1- Descreva quais as condições de trabalho representadas nas imagens: 
 
2- Quem detinha o poder no período da Revolução Industrial? Justifique: 
 
3 - O que você entende por trabalhador pobre? Quem é? Como eram as 
condições de vida? Escreva um relato com base na visualização dos vídeos: 
SAIBA MAIS 
Sugestões de vídeos 
Vídeos: Fases da Revolução (4:00), disponível em: 
www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4 
Primeira Revolução Industrial (4:24), disponível em 
www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew 
Acesso aos vídeos: 01/10/2016 
 
http://www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4
http://www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew
 
 
 
 
 
 
1 - A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 Fig. 5. Gargalos do Poder/Fábricas – séc. XVII e XVIII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
 
A Revolução Industrial inglesa estimulou grandes transformações na 
sociedade, na economia e principalmente na vida do trabalhador pobre do 
século XVIII e XIX. 
A introdução dos avanços tecnológicos, como as máquinas de fiar, o tear 
mecânico e a máquina a vapor não foram os fatores determinantes para que 
ocorresse a Revolução Industrial, mas aceleraram o processo da revolução, 
transformando profundamente a vida das pessoas que se viram obrigadas a 
ceder o seu lugar de produtor independente a sujeitos submetidos ao controle 
de patrões. 
Inúmeros fatos concorreram para que ocorressem as transformações 
econômicas, sociais e culturais na Inglaterra do séc. XVIII e houvesse a 
disparidade no desenvolvimento das cidades e indústrias. Com o 
desenvolvimento das máquinas, as habilidades artesãs deixaram de ser 
prioridade, mas demoraram décadas para a ocorrência deste processo. 
2º PARTE – Entendimento dos fatos 
históricos 
 
 
 Estudiosos como Paul Mantoux e Eric J. Hobsbawm discorrem em suas 
obras sobre a Revolução industrial, vejamos algumas definições: 
 
 
Foi na Inglaterra, na última terça parte do século XVIII, que nasceu a grande 
indústria moderna. Desde o princípio, sua arrancada foi tão repentina, e teve 
tais consequências, que pode ser comparada a uma revolução (MANTOUX, 
s/d, p.13). 
 
 
 Para Mantoux a Revolução Industrial se deu repentinamente, porém 
estava ligada a causas remotas, que consequentemente provocariam um 
desenvolvimento inacabado. 
Hobsbawm defende que a Revolução Industrial não se caracterizou 
como um processo finalizado; salienta que a revolução foi um conjunto de 
transformações que modificaram a vida do ser humano; define o processo 
como a transformação mais visível da humanidade já registrada em 
documentos. Vejamos o que afirma Hobsbawm: 
 
 
[...] a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim [...]. 
Ela ainda prossegue; quando muito podemos perguntar quando as 
transformações econômicas chegaram longe o bastante para estabelecer 
uma economia substancialmente industrializada, capaz de produzir, em 
termos amplos, tudo que desejasse dentro dos limites das técnicas 
disponíveis, uma “economia industrial amadurecida”. [...] Sob qualquer 
aspecto, este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história 
do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades 
(HOBSBAWM, 2010, p. 60). 
 
 
De acordo com as definições, a revolução industrial foi um fator pré- 
determinante para as transformações política, econômicas e sociais, iniciadas 
na Inglaterra que se expandiram pelo mundo. 
 
 
1.1 – O PIONEIRISMO INGLÊS 
 
As inovações tecnológicas e científicas não foram fatores determinantes 
para a Revolução Industrial inglesa, pois as bases tecnológicas e científicas 
que nortearam os inventos dessa época já existiam no final do século XVII; 
Hobsbawm salienta que na França a ciência e a tecnologia eram mais 
avançadas do que na Inglaterra. Vejamos o que diz Hobsbawm a esse 
respeito: 
 
“Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se 
fazer a revolução industrial. Suas inovações técnicas foram bastante 
modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que 
trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de 
carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiandeira 
automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a 
máquina a vapor rotativa de James Watt (1784), necessitava de mais 
conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século” 
(HOBSBAWM, 2010, p. 62). 
 
 O avanço britânico não ocorreu em razão de sua superioridade 
tecnológica e científica, porém a Inglaterra possuía as condições necessárias 
para o pioneirismo inglês na Revolução Industrial, concentradas na Grã-
Bretanha que havia encontrado uma solução criativa para o problema agrário; 
proprietários com espírito comercial monopolizavam a terra através do decreto 
das cercas (Enclosure Acts) (HOBSBAWM, 2010, p. 63). 
Com a monopolização das terras o poder se concentra nas mãos de 
uma minoria e aumenta o número de camponeses desprovidos que são 
arrastados para o trabalho mecanizado, aumentando a quantidade de mão de 
obra barata, outra condição do pioneirismo inglês na Revolução Industrial. 
Com a transformação da terra em mercadoria, através da Lei dos 
cercamentos, as terras foram privatizadas e posteriormente comercializadas, já 
que o Estado via a terra como mercadoria geradora de lucros, o que continuou 
sendo vantagem dos proprietários capitalistas, contribuindo para a formação 
das classes burguesa e operária. 
Além do que, a Inglaterra possuía recursos suficientes resultantes das 
explorações comerciais nas colônias americanas e africanas no século XVI e 
XVII; era detentora de uma poderosa frota naval e possuía muitas minas de 
carvão que eram a matéria prima necessária para produzir a energia utilizada 
nas indústrias; contava com a mão de obra barata para o trabalho nas minas e 
nas fábricas e o crescimento urbano decorrente da lei dos cercamentos. 
Engels enfatiza que “as transformações provocadas pela revolução 
industrial trouxeram inúmeras mudanças na sociedade e na vida do trabalhador 
inglês” e acrescenta “[...] é por isso que a Inglaterra é também o país clássico 
para o desenvolvimento do principal resultado dessa revolução: o proletariado” 
(ENGELS, 2008, p. 45). 
Portanto, Hobsbawm argumenta que a pobreza dos camponeses e a 
perda das terras não eram provocadas pelos cercamentos em si, mas sim 
conseqüências da concentração e consolidação das fazendas; deve-se ao 
processo geral de concentração de terras que “ocorreu em campos abertos ou 
cercados, entre cercamentos novos e antigos; através da expropriação, vendas 
forçadas ou voluntárias e principalmente nos grandes tratos de terra que 
haviam sido colocadas sob cultivo”. O fato concreto é que o fenômeno dos 
cercamentos “teria levado ao empobrecimento uma população estável, e foi 
catastrófica para uma população que crescia rapidamente” (HOBSBAWM, 
1978, p.95-96). 
Para Thompson, “[...] a indústria do algodão foi certamente a pioneira na 
Revolução Industrial e a tecelagem foi o modelo preeminente para o sistema 
fabril”; porém não se pode fazer referência ao crescimento da economia e a 
vida em sociedade baseada na transformação da indústria algodoeira e as 
relações de trabalho (THOMPSON,1987, p.15). Enquanto que para Hobsbawm 
(2010), na economia inglesa, houve o aumento da produção e a queda do 
custo, possibilitando o surgimento de um mercado próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – TRANSFORMAÇÕES NO CAMPO E CONCENTRAÇÃO DA 
PROPRIEDADE 
 
 
Para Hobsbawm, as condições adequadas para que a revolução 
industrialeclodisse estava presente na Grã-Bretanha, pois ali havia a mais de 
um século ocorrida a revolução burguesa; o lucro, a propriedade privada e o 
desenvolvimento econômico eram estabelecidos como os supremos objetivos 
do Estado. 
 
 
 
 
SAIBA MAIS... 
 Burguesia é uma classe social ligada às atividades urbanas, 
formada por profissionais liberais e proprietários de negócios 
de comércio, indústrias e finanças; classe poderosa, política e 
economicamente. 
Fonte: Mini dicionário contemporâneo da língua portuguesa, 2004, Caldas 
Aulete, p. 120 
Enclosures acts é uma expressão inglesa que significa 
cercamento. A partir do século XVII, na Inglaterra, passou a 
designar o processo de eliminação dos campos abertos ou 
pastos comuns mediante o cercamento de terras. O processo 
de cercamento provocou a substituição de lavouras por 
pastagens para a produção de lã, causando a ruína dos 
Camponeses, que antes habitavam essas terras e sua 
migração maciça para as cidades. 
Fonte: Novíssimo Dicionário de Economia – Paulo Sandroni, 1999, p.206 
 
A Monopolização da terra 
“A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionária, já 
tinha sido encontrada na prática. Uma relativa quantidade de proprietários 
com espírito comercial já quase monopolizava a terra, que era cultivada por 
arrendatários empregando camponeses sem terras ou pequenos 
agricultores. Um bocado de resquícios, verdadeiras relíquias da antiga 
economia coletiva do interior ainda estavam para ser removido pelos 
decretos das cercas (enclosures acts) e as transações particulares”. “[...] as 
atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o 
mercado; a manufatura de há muito se tinha disseminado por um interior não 
feudal. A agricultura já estava preparada para levar a termos suas três 
funções fundamentais em uma era de industrialização: aumentar a produção 
e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em 
rápido crescimento; fornecer um grande e crescente excedente de recrutas 
em potencial para as cidades e as indústrias; e fornecer um mecanismo para 
o acúmulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia” 
(HOBSBAWM, 2010, p. 63). 
 
 
Hobsbawam (2010) descreve que “o que acontecia à terra determinava a 
vida e a morte da maioria dos seres humanos entre 1789 e 1848”. “[...] o 
impacto da revolução dupla sobre a propriedade e o aluguel da terra e sobre a 
agricultura foi o mais catastrófico fenômeno do período”. “[...] A grande camada 
de gelo dos sistemas agrários tradicionais e das relações sociais do campo em 
todo mundo cobria o fértil solo do crescimento econômico [...]”. O solo teria que 
se tornar fértil e cultivável a qualquer custo, para que a empresa privada 
pudesse obter lucros. (HOBSBAWAM, 2010, p. 240). Isto implicava três fases 
de alterações: 
 
 
 
“Em primeiro lugar, a terra tinha de ser transformada em uma mercadoria, 
possuída por proprietários privados e livremente negociáveis por eles. Em 
segundo, tinha que passar a ser propriedade de uma classe de homens 
desejosos por desenvolver seus recursos produtivos para o mercado e 
estimulados pela razão, isto é, pelos seus próprios interesses e pelo lucro. 
Em terceiro lugar, a grande massa da população rural tinha que ser 
transformada de alguma forma, pelo menos em parte, em trabalhadores 
assalariados, com liberdade de movimento, para o crescente setor não 
agrícola da economia” (HOBSBAWAM, 2010, p. 240). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 - CERCAMENTOS E FORMAÇÃO DA MÃO DE OBRA OPERÁRIA 
 
 
Antes da Revolução Industrial a maioria dos trabalhadores desenvolvia 
suas tarefas baseadas no campo e em atividades artesanais para suprir suas 
necessidades básicas. 
Entre os séculos XVIII e XIX a agricultura sofreu o processo das 
enclosures, um sistema de cercamento de terras que beneficiou os 
proprietários particulares e levou muitos camponeses a abandonar o campo em 
direção às cidades em busca de emprego. Sem moradia e sem perspectiva de 
subsistência, surge um grande contingente de desempregados que passaram a 
se refugiar em pequenos espaços insalubres, mal ventilados, sem o mínimo de 
infraestrutura, misturados a bandidos e prostitutas. 
A quantidade de desempregados desprovidos de recursos agradou aos 
burgueses industriais que passaram a contratá-los como operários e explorá-
los nas fábricas; pagavam baixos salários e os submetiam a longas jornadas de 
trabalho. 
Visualização do vídeo: “A revolução Industrial na Inglaterra” 
(25:20), 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU 
Acesso ao vídeo em 30/09/2016 
 
http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU
O movimento de cercamentos demarcou as terras, expropriou muitos 
trabalhadores rurais e transformou a terra em mercadoria e beneficiou uma 
camada privilegiada da sociedade. Os camponeses desprovidos de recursos 
engrossaram a mão de obra que foi explorada nas minas e nas fábricas. 
Após considerar as consequências do processo de cercamentos 
Hobsbawm destaca: 
 
 
[...] houve uma classe sem dúvida profundamente prejudicada pelo 
cercamento: a dos camponeses e pequenos proprietários marginais, os 
quais faziam suas glebas produzir usando às vezes mão-de-obra 
assalariada e valendo-se, certamente, das pequenas (mas, para eles, 
essenciais) vantagens dos direitos comuns: pastos para animais e aves, 
material de construção, madeira para consertar implementos, cercas e 
portões etc. O cercamento podia perfeitamente reduzi-los à simples 
condição de assalariado. Mais que isso, transformava a eles e aos 
trabalhadores, de membros dignos de uma comunidade, com um rol 
definido de direitos, em inferiores subalternos dos ricos. Não era uma 
mudança pequena (HOBSBAWM, 1978, p. 94-95). 
 
 
É nesse processo que se faz atribuir a “degradação dos pobres”. “[...] o 
fato concreto é que o fenômeno dos cercamentos teria levado ao 
empobrecimento uma população estável, e foi catastrófica para a população 
que crescia rapidamente” (HOBSBAWM, 1978, p. 95-96). Esse crescimento 
populacional criou um excedente que ganhava a vida vendendo sua 
capacidade de trabalho. A queda nas condições de trabalho ocasionou a 
degradação e a pauperização crescente na vida dos trabalhadores pobres; 
foram submetidos a péssimas condições de trabalho e baixos salários. 
Neste contexto os homens foram postos em segundo plano, pois as 
mulheres e crianças desenvolviam as tarefas fabris por uma remuneração 
menor, isso agradava aos proprietários industriais e passaram a ter preferência 
pela mão de obra feminina e infantil. 
 
2.2 O TRABALHO FEMININO E INFANTIL NAS FÁBRICAS 
 
 Para Engles (2008, p.179), a partir da introdução das máquinas na 
fiação e na tecelagem, o trabalho masculino passou a ser dispensável, pois a 
logística das máquinas não exigia força física e sim habilidade manual para 
operá-las. Os dedos ágeis das crianças e mulheres executavam de forma 
eficaz o entrelaçamento das tramas e principalmente a reparação dos fios que 
se rompiam. 
O trabalho das mulheres e crianças não se restringia apenas nas 
fábricas, mas se estendia às minas de carvão, onde devido ao excesso de 
trabalho, insalubridade e má alimentação; muitas eram levadas a óbito. 
Para Hobsbawm (2010) “nas fábricas onde a disciplina do operariado era mais 
urgente, descobriu-se que era mais conveniente empregar as dóceis (e mais 
baratas) mulheres e crianças” (HOBSBAWM, 2010, p. 92). 
 
 
 
 ATIVIDADES 
 
 
Pesquisar e escrever: 
 
1 - As tarefas que eram executadas pelas mulheres e crianças, nas 
fábricas. 
 
2 – As formas de castigos e punições a que as crianças eram 
submetidas nas fábricas. 
 
3 – Selecione imagens de mulheres executando tarefas em fábricas e 
reproduza-as em ilustrações ou colagens para exposição em mural. 
 
 
 
 
2.3 – TRABALHADORES RURAIS 
 
Thompson (1987) salienta que no período referente àRevolução 
Industrial, o contingente de trabalhadores rurais se firmava como maioria na 
classe de trabalhadores. Estabelece quatro formas peculiares de comparação 
entre empregador e empregado. O historiador afirma que na primeira categoria 
os trabalhadores sentiam-se seguros e menos independentes; embora os 
salários fossem baixos tinham direito à alimentação e alojamento na 
propriedade do empregador. Na segunda categoria “[...] coexistiam algumas 
das melhores e das piores condições [...]”. De um lado havia o lavrador ou o 
pastor que era assegurado por um fazendeiro justo. No outro lado havia jovens 
trabalhadores em situação instável e subnutridos. Na terceira categoria, 
mulheres e crianças trabalhavam por salários miseráveis; “[...] artesãos 
urbanos que abandonavam seu trabalho, atraídos pelos melhores salários na 
época da colheita; e os trabalhadores qualificados pagos por empreitada [...]”. 
Na quarta categoria havia práticas distintas de trabalho “subcontratações ou 
salários familiares encobertos” não viáveis para estatísticas (THOMPSON, 
1987, p. 42-43). 
 
 
3 – TRABALHADORES POBRES E LEIS ASSISTENCIALISTAS 
 
 
Para solucionar o problema da pauperização da classe trabalhadora 
implantaram-se na Inglaterra programas assistencialistas. Em 1601 foi criada a 
Lei dos pobres durante o reinado de Elizabeth I, através da implantação de 
impostos que segundo o Estado beneficiariam os trabalhadores pobres. 
Para Mantoux (s/d), a Lei dos Pobres atendia os trabalhadores ingleses 
com a intenção de acabar com os vagabundos e mendigos; diminuindo a 
pobreza existente no país, levando os trabalhadores a obrigação do trabalho 
árduo e piorando a situação da classe trabalhadora pobre. 
Com a Lei dos pobres, o trabalho passa a ser obrigatório e caso 
houvesse resistência eram forçados a trabalhar por salários miseráveis. Se por 
alguma razão ficasse comprovada a incapacidade para trabalhar seriam 
sustentados por sua paróquia de assistência. Confirme o que diz Hobsbawm: 
 
“Se por uma razão ou outra não pudessem trabalhar ou ganhar o seu 
sustento, aí então deveriam ser sustentados, educados, ter atendimento 
médico e ser enterrados por sua comunidade, isto, é, por sua paróquia”. 
(HOBSBAWM; Rudé; 1982 p. 51) 
 
Em 1795, foi implantada na Grã- Bretanha a Lei Speenhamland, com a 
intenção de o Estado contribuir com a classe necessitada, através de uma 
espécie de abono salarial baseada no preço do pão. A lei determinava o direito 
dos trabalhadores de receber do Estado uma quantia que garantisse sua 
subsistência. Hobsbawm salienta que os juízes de Speenhamland agiram com 
espírito humanista e suas decisões acabaram por se transformar num sistema 
segundo o qual “os pobres teriam garantido um salário de subsistência através 
de subsídios quando necessário; o sistema, embora bem intencionado, 
eventualmene levou a uma pobreza ainda maior do que antes” (HOBSBAWM, 
2010, p.90). 
Por quarenta anos, as decisões dos juízes de Speenhamland nortearam 
a remuneração no campo; embora sua criação tenha um espírito humanista, 
este sistema se tornou “uma carga para todas as classes rurais do sul da 
Inglaterra”, de tal maneira que “[...] a „lei dos pobres‟ não era mais algo para se 
recorrer quando um homem não conseguia garantir a sua subsistência, ela se 
tornou o quadro geral, limite dentro do qual era possível a vida do trabalhador. 
Pois, de fato a Lei dos Pobres na perspectiva da – Speenhamland – fazia 
desaparecer a distinção entre trabalhador e pobre” (HOBSBAWM, 1982, p.49). 
Para Hobsbawm o Sistema de Speenhamland foi uma catástrofe, pois 
“[...] pauperizava, desmoralizava e imobilizava o trabalhador, que podia confiar 
que não morreria de fome em sua própria paróquia ou em nenhuma parte do 
país” (HOBSBAWM, 1978, p.97). 
Em 1834 houve reformulação na Lei dos Pobres, que segundo 
Hobsbawm (1978), se tornou mais rígida e desumana. A Nova Lei dos Pobres 
tornava obrigatório o trabalho nos albergues locais, por salários abaixo do 
estabelecido no mercado para ter direito ao auxílio proposto pela lei; isso 
passou a agravar ainda mais a situação dos trabalhadores pobres, que se 
viram abandonados a própria sorte. Os efeitos desta lei foram desastrosos para 
a classe trabalhadora. Hobsbawm (1978), explica que a precária assistência 
que os trabalhadores recebiam do governo “[...] consistia mais uma fonte de 
degradação e opressão do que um meio de socorro material” (HOBSBAWM, 
1978, p. 83). 
 
 
ATIVIDADE 
 
 
1 – Após leitura e discussão em grupos sobre os programas 
assistencialistas aos trabalhadores pobres no período da Revolução Industrial. 
Como você interpreta a lei de Speenhamland? Foi uma lei que deu certo? Por 
quê? 
2 – Diante da reformulação da Lei dos pobres, quais foram as 
consequências para o trabalhador? 
 
 
 
 
 
 
 
 Assista ao filme Daens: um grito de justiça (legendado), que reproduz as 
condições de vida deplorável e as injustiças no trabalho sofridas por homens, 
mulheres e crianças da pequena cidade de Aalst na Bélgica, em meados do 
século XIX. 
 Disponível em: https://vimeo.com/46428638 ( Acesso em 12/10/2016) 
 
 
 
PARA IR ALÉM 
 
https://vimeo.com/46428638
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Após assistir ao filme: 
1 – Descreva as condições de trabalho a que eram submetidos os 
trabalhadores nas indústrias têxteis, na pequena cidade. 
 
2 – Qual era a forma de tratamento aplicada às mulheres e crianças, nas 
indústrias têxteis em cenas do filme? 
 
3- No filme é retratado um fato que leva os trabalhadores pobres a se 
mobilizarem contra a exploração que favorece apenas o enriquecimento da 
burguesia e contribui para a generalização da pobreza. Que fato foi este? 
 
4 – Assinale no quadro abaixo, as questões abordadas no filme em 
relação ao mundo do trabalho industrial: 
 
Foram abordados no filme Deans: um grito de 
justiça 
Sim Não 
As precárias condições de trabalho da classe 
operária 
 
A segurança no trabalho 
Igualdade entre patrões e operários 
A exploração do trabalho feminino e infantil 
O direito a alimentação adequada 
FICHA TÉCNICA DO FILME: 
Título Original: Daens 
Título em português: Daens: Um Grito de Justiça 
 Ano e local de produção: 1993, na Bélgica. 
 Atores principais: Jan Decleir, Gerard Desarthe, Antje de Boeck, 
Michael Pas, Wun Meuwissen, Julien Schoenaerts, Karel Boetens, 
Linda Van Dijck 
 Duração: 138 min. 
Gênero: Biografia, Drama, História. 
 
 
Salários suficientes para o sustento da família 
As longas jornadas e insegurança no trabalho 
Os abusos e maus tratos sofridos por jovens, 
mulheres e crianças no ambiente fabril 
 
A fome e miséria a que eram submetidos os 
trabalhadores 
 
As precárias condições de higiene 
 
 
 
4 - A IMPORTÂNCIA DO ALGODÃO PARA A REVOLUÇÃO 
INDUSTRIAL 
 
 
 
 Fig. 6. Plumas e Fardos / manufatura do algodão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
 
 
Para Eric J.Hobsbawm, “Quem fala da Revolução Industrial fala do 
algodão.” Enfatiza que “o algodão deu o tom da mudança industrial e foi o 
esteio das primeiras regiões que não teriam existido se não fosse a 
industrialização e que expressaram uma nova forma de sociedade, o 
capitalismo industrial, baseada numa nova forma de produção, a „fábrica‟” 
(HOBSBAWM,1978, pág. 53). 
Segundo Thompson, “[...] a indústria do algodão foi certamente a 
pioneira na Revolução Industrial e a tecelagem foi o modelo preeminente para 
o sistema fabril.” Não se pode fazer referência ao crescimento da economia e a 
vida em sociedade baseada na transformação da indústria algodoeira e as 
relações de trabalho (THOMPSON,1987, p.15). Enquanto que para Hobsbawm 
(2010), na economia inglesa houve o aumento da produção e a queda do custo 
possibilitando o surgimento de um mercado próprio. 
 
Histórico da produção algodoeira 
 “A manufatura de algodão foi um subprodutotípico da crescente corrente 
de comércio internacional, e principalmente colonial [...]. A única fabricação 
de algodão puro conhecida pela Europa no começo do séc. XVIII era a da 
Índia, cujos produtos eram vendidos pelas companhias orientais no exterior e 
na Inglaterra, onde recebiam a violenta oposição dos fabricantes nacionais 
de lã, linho e seda. Em 1700 a manufatura inglesa de lã conseguiu proibir 
inteiramente sua importação, e com isso deu acidentalmente, aos futuros 
fabricantes nacionais de algodão, algo como que um livre trânsito no 
mercado interno. [...] Até 1770, mais de 90% das exportações britânicas de 
algodão dirigiam-se para os mercados coloniais dessa forma, e sobretudo 
para a África. A enorme expansão das exportações após 1750 deu ímpeto à 
fabricação - entre aquele ano e 1770 as exportações de algodão mais que 
duplicaram. 
 [...] o algodão cada vez mais substituía o linho, mas a partir da década de 
1790 ela passou a exportar sempre a maior parte de sua produção. Em fins 
do séc. XIX, cerca de 90% da produção era exportada. O algodão era e 
continuou a ser, essencialmente, uma atividade de exportação. [...] A 
fabricação britânica de algodão era decerto a melhor do mundo em sua 
época, mas terminou, como tinha começado, por basear-se não em sua 
superioridade competitiva e sim num monopólio dos mercados coloniais e 
subdesenvolvidos que lhe era garantido pelo Império Britânico, pela marinha 
de sua Majestade e pela supremacia comercial inglesa [...]. 
 [...] Como se sabe, o problema técnico que determinou a natureza da 
mecanização na fabricação do algodão foi o desequilíbrio entre a eficiência 
da fiação e da tecelagem. A roca de fiar, mecanismo muito menos produtivo 
que o tear manual (principalmente aquele acelerado pela „lançadeira volante‟ 
[flying shuttle], inventada na década de 1730 e disseminada na de 1760) não 
conseguia suprir os tecelões com fio em quantidade suficiente [...]” 
(HOBSBAWM, 1978, p. 54-55). 
 
 
Segundo Hobsbawm, três inovações tecnológicas “fizeram pender o 
prato da balança: o „filatório‟ (spinning Jenny), na década de 1760”, “permitia a 
um artesão trabalhar com vários fios de uma só vez”; o tear hidráulico (water 
frame), “de 1768, que pôs em prática a idéia original de fiar com uma 
combinação de rolos e fusos; e a fusão dos dois, a „mula‟ da década de 1780, a 
que logo foi aplicada a energia do vapor. As duas últimas inovações 
implicavam produção fabril” (HOBSBAWM, 1978, p.55). 
 Hobsbawm (2010) destaca que a inclusão das tecnologias nas fábricas 
impulsionou a economia inglesa, aumentou a produção e reduziu o custo, 
possibilitando o aparecimento de um mercado próprio. 
O mercado doméstico perde campo para o exportador e impulsiona o 
desenvolvimento da indústria algodoeira britânica a qual foi mecanizada, a 
utilização dos teares movidos a água e a motor tornaram-se mais vantajosos, 
por serem mais baratos e garantirem maior produção; sem contar com a falta 
de mão de obra barata e eficiente. Nesse processo de crescimento de 
produção e diminuição de mão barata e eficiente, a classe que mais perdeu, foi 
a dos trabalhadores pobres, como a dos artesãos, por exemplo, cuja forma de 
produção foi eliminada, restou meramente, sua força de trabalho que teve a 
mão de obra substituída pela máquina, o que gerou baixos salários, miséria e o 
descontentamento da classe. 
 
A relevância do ferro, carvão e aço no decurso da revolução industrial. 
 O fator significativo para o impulso industrial na Inglaterra foi a grande 
quantidade de recursos minerais como o ferro e o carvão. O carvão teve sua 
importância primária na produção do vapor como fonte de energia, que 
impulsionou a industrialização por toda a parte. A utilização do ferro foi 
primordial no desenvolvimento da indústria pesada, na construção de 
locomotivas, ferrovias, fabricação de ferramentas e máquinas; o uso do aço 
era restrito neste período devido ao seu alto custo. 
 Para Hobsbawm (2010), é evidente que nenhuma economia industrial pode 
se desenvolver sem recursos de capital, tanto que para “se avaliar o potencial 
industrial de qualquer país, o mais abalizado índice isolado é a quantidade de 
sua produção de ferro e aço” (HOBSBAWM, 2010, p. 80-81). 
 A capacidade na produção do ferro teve seu aumento “graças a algumas 
inovações simples como a pudelagem e a laminação na década de 1780”, 
como expõe Hobsbawm (2010, p. 81), “certamente, não era grande o 
bastante para fazer da Grã-Bretanha um enorme produtor de ferro”. “[...] Esta 
imensa indústria, embora provavelmente não se expandindo de forma 
suficientemente rápida rumo a uma industrialização realmente maciça em 
escala moderna, era grande o bastante para estimular a invenção básica que 
iria transformar as indústrias de bens de capital: a ferrovia” (HOBSBAWM, 
2010, p. 82). 
 “Nenhuma outra inovação da revolução industrial incendiou tanto a 
imaginação quanto a ferrovia”. “[...] a razão é que nenhuma outra invenção 
revelava de forma tão cabal o poder e a velocidade da nova era” 
(HOBSBAWM, 2010, p. 83). 
 “[...] A estrada de ferro, arrastando sua enorme serpente emplumada de 
fumaça, à velocidade do vento, através de países e continentes, com suas 
obras de engenharia, estações e pontes formando um conjunto de 
construções que fazia as pirâmides do Egito e os aquedutos romanos e a 
Grande Muralha da China empalidecer de provincianismo, era o próprio 
símbolo do triunfo do homem pela tecnologia” (HOBSBAWM, 2010, p. 83-84). 
 A invenção da locomotiva permitiu expandir mercadorias e pessoas, por 
toda parte, assim o aumento da velocidade e da massa de comunicação 
passaram a ser de grande importância para a humanidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO 
Pudelagem: técnica que consiste em descarbonizar o ferro fundido, 
retirando as impurezas e o transformando em aço. 
Provincianismo: maneira de ser, ou costume próprio de uma província. 
Província: subdivisão de um país, de um império 
 
Fontes: WWW.dicionárioinformal.com.br/pudelagem/ 
 https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-
8#q=província/provincianismo 
Acesso em 10/10/2016 
 
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=prov�ncia/provincianismo
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=prov�ncia/provincianismo
 ATIVIDADES: 
 
1 – Descreva porque o algodão foi importante para o contexto da 
Revolução Industrial: 
2 – A mecanização nas indústrias de tecelagem prejudicou uma classe 
social. 
a) Que classe foi essa? 
b) De que forma foram prejudicados? 
3 – Explique a importância do ferro e do carvão para o processo da 
Revolução Industrial: 
 
 
5 - CIDADES INDUSTRIAIS E A VIDA DO OPERÁRIO INGLÊS 
 
 
 Fig. 7. Becos do sofrimento / cenário dos bairros industriais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
 
 A construção das fábricas nas cidades inglesas caracterizou o aspecto 
visual da Revolução Industrial. Com a expansão das fábricas, os trabalhadores 
rurais migraram para os centros urbanos, aumentando em grande quantidade o 
número de pessoas nas cidades e os problemas sociais; significou a adoção de 
novos hábitos e a precarização na forma de garantir a condição de existência. 
Engels (2008) descreve que o progresso londrino, sacrificou o melhor do 
ser humano, que foi tolhido de viver com dignidade; o perfil da multidão foi 
transfigurado em algo repulsivo. Veja a minuciosa descrição feita por Engels: 
 
[...] Mas os sacrifícios que tudo isso custou, só os descobrimos mais tarde. 
Depois de pisarmos, por uns quantos dias, as pedras das ruas principais, 
depois de passar a custo pela multidão, entre as filas intermináveis de 
veículos e carroças, depois de visitar os “bairros de má fama” desta 
metrópole, só então começamos a notar que esses londrinos tiveram de 
sacrificar a melhorparte de sua condição de homens para realizar todos 
esses milagres da civilização que é pródiga a cidade, só então começamos a 
notar que mil forças neles latentes permaneceram inativas e foram asfixiadas 
para que só algumas pudessem desenvolver-se mais e multiplicar-se 
mediante a união com as de outro (ENGELS, 2008, p. 69). 
 
 Engels (2008) frisa que as condições de vida da classe trabalhadora na 
Inglaterra são fortes e consistentes, retrata fielmente a degradação humana, 
menciona que “[...] doentes e sadios dormem num único e mesmo cômodo, às 
vezes na mesma cama, ficamos surpresos pelo fato de uma doença tão 
contagiosa como o tifo não se propagar ainda mais” (ENGELS, 2008, p. 140). 
Além do tifo, outras doenças acometiam os trabalhadores pobres da revolução 
industrial, devido às péssimas condições do local de trabalho e moradia e da 
carência alimentar. 
 
Vida nas grandes cidades e saúde dos trabalhadores pobres 
“[...] É verdadeiramente revoltante o modo como a sociedade moderna trata a 
imensa massa dos pobres [...]. Põe-nos em bairros cuja construção torna a 
circulação do ar muito mais difícil como em qualquer outro local. Impede-os 
de usar os meios adequados para se manterem limpos: a água corrente só é 
instalada contra pagamento e os cursos de água poluídos não podem ser 
utilizados para higiene; compele-os a jogar na rua todos os detritos e as 
imundícies, toda água servida e até mesmo os excrementos mais 
nauseabundos, para os quais não há outra forma de escoamento – enfim 
obriga-os a empestear seus próprios locais de moradia. E nem isso lhes 
basta: acumula sobre eles todos os males possíveis. [...] se os pobres 
resistirem a tudo isso sobrevém uma crise que os transforma em 
desempregados e lhes retira o mínimo que até então a sociedade lhes 
destinara. [...] afirma muito corretamente que as doenças pulmonares são a 
consequência inevitável dessa condição habitacional e, por isso, são 
particularmente frequentes entre os operários. [...] em especial nos bairros 
operários, favorece ao extremo o desenvolvimento da tuberculose. [...] além 
de outras doenças respiratórias e da escarlatina o grande rival da 
tuberculose, causador de devastações entre os operários, é o tifo” (ENGELS, 
2008, p. 137-138). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foram alterados os aspectos das cidades, em face do aumento das 
concentrações populacionais e os aglomerados de fábricas por toda parte, 
fumaça e poluição passam a compor o cenário urbano, bairros de má fama 
foram surgindo onde se concentravam a classe operária. 
 
O cenário das grandes cidades industriais 
 Todas as grandes cidades têm “bairros de má fama” onde se concentra a 
classe operária. “[...] Na Inglaterra, esses „bairros de má fama‟ se estruturam 
mais ou menos da mesma forma que em todas as cidades: as piores casas 
DICIONÁRIO 
Excremento: matéria sólida (fezes) ou fluida (urina, suor, muco nasal, etc.) 
excretada pelo organismo humano ou animal. 
Nauseabundo: que causa náuseas, nojo, asqueroso, repugnante. 
Tifo: doença infectocontagiosa causada por várias espécies de microrganismos. 
Escarlatina: doença infectocontagiosa caracterizada por febre alta, erupção 
escarlate e descamação. 
Tuberculose: doença infectocontagiosa e endêmica, podendo atingir todos os 
tecidos do corpo, esp.os pulmões, caracterizada pela formação de tubérculos 
caseosos. 
 
Fonte: https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-
instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-
8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose (acesso em 08/12/2016) 
 
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=excremento/nauseabundo/tifo/escarlatina/tuberculose
na parte mais feia da cidade; quase sempre, uma longa fila de construções 
de tijolos, de um ou dois andares, eventualmente com porões habitados e em 
geral dispostas de maneira irregular. [...] Habitualmente, as ruas não são 
planas nem calçadas, são sujas, tomadas por detritos vegetais e animais, 
sem esgotos ou canais de escoamento, cheias de charcos estagnados e 
fétidos. A ventilação na área é precária, dada a estrutura irregular do bairro e, 
como nesses espaços restritos vivem muitas pessoas, é fácil imaginar a 
qualidade do ar que se respira nessas zonas operárias – onde, ademais, 
quando faz bom tempo, as ruas servem aos varais que, estendidos de uma 
casa a outra, são usados para secar a roupa” (ENGELS, 2008, pág. 70). 
 Engels evidencia que os grandes centros urbanos são compostos de uma 
desordenada massa “de casas de três ou quatro andares, com ruas estreitas, 
sujas e tortuosas onde reina uma agitação intensa”. “[...] Os mercados são as 
próprias ruas: cestos de legumes e frutas, todos naturalmente de péssima 
qualidade e dificilmente comestíveis. [...] As casas são habitadas dos porões 
aos desvãos, sujas por dentro e por fora [...] mas nada comparado aos becos 
e vielas [...] onde a sujeira e barulho superam a imaginação” (ENGELS, 2008, 
p. 71). 
 
Nessas moradias é difícil encontrar casas com estruturas intactas, 
geralmente apresentam paredes em ruínas, janelas, portas e batentes 
quebrados. “Aqui vivem os mais pobres entre os pobres, os trabalhadores mais 
mal pagos, todos misturados com ladrões, escroques e vítimas da prostituição” 
(ENGELS, 2008, pág. 71). 
 Em meio a este clima de tensões os trabalhadores eram sujeitados a 
baixos salários, precárias condições de alimentação e moradia, o que não 
permitia aos trabalhadores dar condições dignas de vida para a família, o que 
muitas vezes os levavam a um estado deplorável de existência. 
 
ATIVIDADES: 
 
1 - Para Engels, o que seriam os bairros de má fama? 
2- Aponte as características das cidades industriais descritas no texto e 
observadas na imagem do início do texto: 
3 – Quais as condições de moradia apontadas por Engels? 
4 – Quais as condições de trabalho e sobrevivência do operário 
industrial? 
5 – Destaque no texto quais as doenças que acometiam os operários, no 
período da Revolução Industrial: 
 
 
6 – MOVIMENTOS TRABALHISTAS 
 
Fig. 8. Braços que protestam / Trabalhadores quebrando máquinas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
 
Os trabalhadores compreenderam que havia a necessidade de 
protestarem contra as condições impostas pelos capitalistas; demonstrando o 
descontentamento contra as injustiças as quais sofriam. Os trabalhadores 
explorados, cada vez mais empobrecidos, criaram organizações que se 
confrontavam com a classe dominante. Dessas manifestações surgiram 
movimentos como o cartismo e o ludismo, que através de motins invadiam 
fábricas e quebravam máquinas. Segundo Engels, (2008), inúmeras formas de 
protestos e leis foram efêmeras, existiam grupos secretos com promessas de 
total fidelidade uns com os outros, contudo essas ações de caráter sigiloso 
eram os entraves para o avanço de seus ideais; outro obstáculo era a questão 
de operários que não aderiam aos movimentos por compactuar com vantagens 
que os burgueses ardilosamente ofereciam. 
 Descontentes com as injustiças a classe dos trabalhadores operários e 
as demais categorias de trabalhadores passam a organizar greves com 
reivindicações de melhores salários, melhorias nas condições de trabalho e 
principalmente diminuição da jornada. 
Quando as greves não mais surtiam efeito, o movimento operário criou a 
organização sindical como forma de resistência à exploração capitalista; dessa 
organização surgem associações denominadas Trade Unions, constituídas de 
trabalhadores de diversas categorias. 
Para Hobsbawm (2010, p.340) “o movimento trabalhista foi uma 
organização de autodefesa, de protesto e de revolução”,onde a classe dos 
trabalhadores pobres ganhava coerência e propósito para organizarem suas 
reivindicações. 
 O que manteve a união da classe dos trabalhadores pobres para lutar 
por melhores condições de vida e de trabalho foi a condição de miséria que se 
encontravam; como enfatiza Hobsbawm (2010, p. 341), o ódio, a fome, a 
miséria e a esperança insurgiu com a carência de organização e maturidade 
para organizar rebeliões para a conquista da ordem social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a leitura dos textos, responda aos questionamentos: 
1 – O que foi o Ludismo? Como o governo reagiu contra o movimento? 
2 – Cite algumas reivindicações das associações operárias ( Trade-
unions)? Quais foram conquistadas? 
3 – Pesquise e registre: O que foi o cartismo? Quais suas 
reivindicações? 
 
(Discutir o resultado da pesquisa) 
PARA APROFUNDAR O CONHECIMENTO 
Fazer a leitura do texto: “A luta dos trabalhadores”, na 
página 89 e 90, do livro didático “História, sociedade e 
cidadania, 8º ano/Alfredo Boulos Júnior-3ª Ed.-São Paulo: 
FTD, 2015” 
 
 
 
 
 1 - Série A Fábrica: The Mill – parte I e II 
 
A mini-série é baseada em fatos reais; retrata as árduas e longas 
jornadas de trabalho, em condições de risco, que muitos trabalhadores eram 
expostos na fábrica Quarry Bank em Cheshire. Retrata, ainda, o recrutamento 
de crianças em casas de abrigo e orfanatos para o trabalho de aprendizes, sem 
remuneração. 
 
Episódio 1 – (Sub. Español - duração: 47:32); disponível em: 
http://www.yputube.com/watch?v=cblC0sVnRbU 
 
Episódio 2 – (Sub. Espanõl – duração: 46:57); disponível em: 
http://WWW.youtube.com/watch?v=AQk3QB-Zrpo 
Acesso aos episódios em 12/08/2016 
 
 Após assistir aos dois episódios da série The Mill respondam: 
 
1 - A série, The Mill - parte 1, faz referência ao tema de estudo orientado 
até o momento? Cite cenas que afirmem sua resposta: 
2 - Como a série exibida, retrata as condições de vida dos trabalhadores 
no período da Revolução Industrial? 
3 - Selecione a cena mais impactante retratada no filme e descreva: 
 
 Ouvir a música: Revolução Industrial / Pré – histórica; 
Disponível em: https://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-
industrial.html Acesso em 14/09/2016 
 
Após ouvir a música acompanhada da letra responda: 
1 – Com base no conteúdo estudado, a música faz referência a que 
período da história? 
2– Quais as classes sociais citadas na letra da música? Descreva o 
 3ª PARTE – Análise de filmes e música 
 
http://www.yputube.com/watch?v=cblC0sVnRbU
http://www.youtube.com/watch?v=AQk3QB-Zrpo
https://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html
https://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html
perfil de cada uma: 
3- Reescreva a estrofe em que descreve a transição do trabalhador do 
campo para a cidade 
 
 Assistir ao filme Oliver Twist, que relata o sofrimento de um 
Menino órfão e o fenômeno da delinquência juvenil, ocasionada pelas 
deploráveis condições da sociedade inglesa no período da Revolução 
Industrial. 
Disponível em: http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/ 
Acessado em: 14/09/2016 
 
 
FICHA TÉCNICA DO FILME: 
Título: Oliver Twist 
 Ano de produção: 1997 
Duração: 1:32 h 
Gênero: Drama, aventura 
Dirigido por: Roman Polanski (Tony Bill) 
 
 
Após a visualização do filme responda as questões: 
A – Do que trata o filme? 
B – Qual o personagem principal? Descreva como era a sua vida: 
C – Quais os problemas sociais retratados no filme? 
D – Escolha três personagens e descreva os perfis: 
 
 
 
 
 
1- Em grupos pesquisar os temas abaixo que serão sorteados: 
 A- O trabalho feminino nas fábricas; 
B - A exploração do trabalho infantil nas fábricas; 
C- As dificuldades e lutas dos trabalhadores pobres da Revolução 
Industrial; 
4ª PARTE – Aplicação do conhecimento 
 
http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/
D - As condições de trabalho dos operários da indústria da revolução 
Industrial; 
 Cada grupo apresentará o resultado da pesquisa, utilizando um 
recurso didático: 
 Opcões: Mural, encenação, jogral, paródia e/ou outros. 
 
2 – Analise a charge e o texto de Engels: 
 
 Fig. 9. Charge Revolução Industrial 
 Fig. 10. O topo e a margem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
 
 TEXTO 
 
É por isso que a guerra social, a guerra de todos contra todos, é aqui 
explicitamente declarada. Tal como o amigo Stirner, os homens só se 
consideram reciprocamente como objetos utilizáveis: cada um explora o outro 
e o resultado é que o mais forte pisa no mais fraco e os poucos fortes, isto é, 
os capitalistas, se apropriam de tudo, enquanto aos muito fracos, aos pobres, 
mal lhes resta apenas a vida (ENGELS, 2008, p. 68). 
 
a) Estabeleça comparações entre a charge e o texto de Engels: 
 b) Escreva o que você entendeu da análise da charge : 
 
3 - Leia o texto poético que retrata o sistema fabril no período da 
Revolução Industrial. 
 FÁBRICAS DA INJUSTIÇA 
 
 A fumaça, a fuligem abraçam os dias 
 O céu tem cor gris; 
 O algodão, as nuvens 
 Perdem a brancura do giz 
 
 Dentro das fábricas, 
 Nuvens de algodão 
 São manipuladas... 
 Por mãos calejadas e exploradas 
 
 Dentro do peito, 
 Escondem-se sonhos 
 Tudo em volta assusta, 
 Engrenagens trepidam, 
 Tecem, moldam 
 Olhares medonhos 
 
 Homens, Mulheres e crianças 
 Definham as faces, a cada momento... 
 Carregam nos ombros 
 A desesperança e o sofrimento 
 
 Os senhores das fábricas 
 Oprimem sem clemência... 
 O poder pede urgência; 
 O que importa é o lucro 
 
 E assim... A fumaça das chaminés 
 Encardem o céu; 
 Transformam tudo 
 Em negro véu. 
 Autora: Maria Fátima Scremin, 2016 
 
DICIONÁRIO 
Gris: cor cinza 
Trepidar: 
estremecer, 
causar tremor 
 
 ATIVIDADE 
 
1 - Após a leitura do 
texto poético, e análise 
do vídeo: Revolução 
Industrial na Inglaterra; 
em grupos, reproduzam 
através de desenhos ou 
colagens o cotidiano das 
fábricas no período da 
Revolução Industrial. 
 
ATIVIDADE 
DOMICILIAR 
 
 Utilizando o 
conhecimento adquirido 
até o momento, em 
dupla, produzam um 
texto poético enfatizando 
as transformações 
provocadas na vida dos 
trabalhadores pobres 
pela Revolução 
Industrial. 
(os alunos 
compartilharão suas 
poesias) 
 
 
 
 
 
Este é o momento de mostrar o que você aprendeu, começaremos pelo 
questionamento inicial. 
 
Analise as imagens: 
 
 Fig. 1. Braços e Palhas Fig. 2. Mãos, tramas e dramas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trabalhadores no campo antes da Trabalho de fiação 
 Revolução Industrial 
 
 
 Fig. 3. Chamas da Resignação Fig. 4. Arrastando o jugo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trabalho de jovens e crianças em Trabalho infantil nas minas de 
 Indústrias dos Séc.XVII e XVIII carvão 
 
 FONTE: Scremin, 2016 
5ª PARTE - Avaliação 
 
 
 
1- Descreva quais as condições de trabalho representadas nas imagens:2- Quem detinha o poder no período da Revolução Industrial? Justifique: 
 
3 - O que você entende por trabalhador pobre? Quem é? Como eram as 
condições de vida? 
 
 
 Preencha a cruzadinha: 
 
 1 – País de origem da Revolução Industrial: 
 2 – A revolução Industrial contribuiu com a expansão do sistema: 
3 – Durante a revolução Industrial mulheres e crianças foram levadas a 
desenvolver trabalhos nas: 
4 – Eram submetidas a castigos físicos quando não desenvolviam 
corretamente suas tarefas nas fábricas: 
5 – Sistema de cercamentos que obrigou trabalhadores do campo a 
refugiarem-se nas cidades: 
6 – Um dos motivos que levou a Inglaterra ao pioneirismo industrial: 
7 - O sistema fabril substituiu o sistema: 
8 – Classe explorada que surgiu com a Revolução Industrial: 
9 – Substituiu o trabalho humano na Revolução Industrial: 
10- Classe detentora do poder e dos meios de produção industrial: 
11- O trabalho na industrial atualmente necessita de mão de obra: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 T 
 4 R 
 A 
 3 B 
 9 A 
 5 L 
 H 
 1 A 
 D 
 O 
 8 R 
 E 
 S 
 * 
 2 P 
6 * * O * 
 B 
 10 R 
 E 
 11 S 
 
 
 
 
 
 
 Com base nos estudos feitos, escreva uma narrativa histórica, 
apontando as condições de trabalho e existência dos trabalhadores pobres. 
Destaque em seu texto as expressões abaixo: 
 
Exploração - direitos - reivindicações - sindicatos - conquistas - condições 
precárias - empregador capitalista - trabalhadores pobres 
 
Conclusão Pessoal 
 
 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 
 
Caros professores 
 
A presente unidade didática intitulada, “A Condição de Existência dos 
Trabalhadores Pobres Durante a Revolução Industrial Inglesa (1780-1848)” 
está dividida em cinco partes, distribuídas em conteúdos, análises e atividades 
referentes a questão dos trabalhadores pobres, no período da Revolução 
Industrial; para facilitar ao educando a compreensão da temática aqui discutida. 
 
 1ª Parte: 
Será apresentado e discutido com os alunos a questão dos 
trabalhadores pobres acerca da Revolução Industrial através de leitura de 
textos, vídeos, imagens e questionamentos. O resultado obtido será 
resguardado para a conclusão, no intuito de confrontar o conhecimento com o 
início e término do trabalho. 
As imagens poderão ser expostas na TV multimídia ou no data show. 
 
 2ª Parte: 
Inicialmente serão aplicados os textos historiográficos, através de leitura 
de textos impressos, em duplas ou grupos, e também em data show para 
explanação da professora. As atividades propostas para esta parte do trabalho 
serão desenvolvidas em duplas e em caráter individual. Serão apresentados 
vídeos para troca de ideias entre os alunos e professora; pesquisas no 
laboratório de informática sobre o trabalho feminino e infantil, para resolução 
dos questionamentos propostos, que poderão ser realizados em contraturno. 
Após a pesquisa e resolução das atividades os alunos farão um mural com o 
título: “A Mulher no Mundo do Trabalho”; com imagens de mulheres em 
atividades de trabalho, essas imagens poderão ser colagens, desenhos ou 
fotografias trazidas de casa. 
Para ir além, os alunos serão convidados em contraturno, para a “tarde 
do cinema” para apreciação do filme Daens: um grito de justiça, com espaço 
interativo para troca de ideias relacionadas ao filme e a temática em discussão. 
A seguir os alunos receberão um quadro previamente impresso para 
assinalar de forma afirmativa ou negativa, questões abordadas ou não no filme. 
 
 Sugestão: a pesquisa na parte 2 poderá ser realizada em atividade 
domiciliar. 
 
3ª Parte: 
Será exibida em contraturno, uma parte da série “A Fábrica”: The Mill, 
para que os alunos conheçam e compreendam as condições de trabalho a que 
crianças e adolescentes eram expostos no período da Revolução Industrial. 
Em grupos, haverá troca de ideias, comparações entre contextos sociais, 
questões enfatizando o assunto e apresentação do que foi discutido pelos 
grupos. 
A música Revolução Industrial, será apresentada na TV multimídia para 
audição, seguindo a letra impressa. Após ouvir a música será organizada uma 
roda de conversa onde cada um poderá expor sua opinião a respeito do que 
entendeu da letra da música; em seguida, em trios, responderão aos 
questionamentos que serão registrados. 
Em outro contraturno será exibido o filme Oliver Twist, para apreciação 
da turma e resolução de atividades, para que observem a forma de tratamento 
autoritário e rígido dirigido às crianças no período da Revolução Industrial. 
 
4ª Parte: 
Será a oportunidade de o aluno reproduzir seu conhecimento acerca da 
temática. 
Serão sorteados os temas abaixo: 
- O trabalho feminino nas fábricas; 
 - A exploração do trabalho infantil nas fábricas; 
- As condições de trabalho dos operários da indústria no período da 
Revolução Industrial 
 
Em grupos de cinco alunos, pesquisar, discutir o assunto e sortear uma 
forma de apresentar aos demais grupos da sala, que poderá ser através de 
encenação, elaboração de mural, jogral, paródia entre outros. As pesquisas e 
discussões serão realizadas em sala de aula e no laboratório de informática; 
enquanto que o recurso escolhido pelos grupos para apresentação deverá ser 
previamente preparado em atividade extraescolar. 
Neste momento os alunos também farão a análise de uma citação de 
Engels e de uma charge que reproduz a condição de exploração da classe 
pobre que ascende a riqueza da burguesia capitalista industrial. A charge 
demonstra que os capitalistas estão no topo do pódio (poder), graças ao 
trabalho árduo e explorado do trabalhador pobre nas indústrias desde os 
primórdios da industrialização. 
Em dupla, responderão aos questionamentos propostos na produção 
didática neste 4º momento. 
Dando continuidade, em sala de aula, será analisado um texto poético, 
intitulado “Fábricas da injustiça” que descreve o ambiente fabril, o aspecto 
físico e sentimento dos operários. Em duplas realizarão atividades de leitura e 
discussão; em seguida produzirão poemas ilustrados, retratando o ambiente 
fabril descrito no texto. Para encerrar a atividade, os trabalhos dos alunos 
serão expostos em mural. 
 
5ª Parte: 
Diante de todo o contexto histórico apresentado, faz-se necessário, 
aprimorar as atividades sobre o tema apresentado na unidade didática. 
Neste momento, será reaplicado o questionário inicial com a análise das 
imagens. Serão entregues cruzadinhas impressas para diagnosticar a 
apreensão dos conteúdos propostos. 
Dando continuidade à produção do conhecimento e com base nos 
estudos feitos até então, os alunos serão orientados para redigir uma narrativa 
histórica, relatando as condições de trabalho e vida dos trabalhadores; 
utilizando as palavras destacadas previamente pela professora. 
Para finalizar, serão confrontadas as questões do início do 
trabalho com as atividades da avaliação final. 
Encerramento: exposição dos trabalhos produzidos no decorrer do 
projeto, para apreciação da comunidade. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AULETE, Caldas. Mini dicionário contemporâneo da língua 
portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. 
 
ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. 
São Paulo: Bomtempo, 2008. 
 
HOBSBAWM, Eric J. A Era das revoluções: 1789-1848. São Paulo: 
Paz e Terra 2010. 
 
_________. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Rio de 
Janeiro: Forense-Universitária, 1978. 
 
HOBSBAWM, E.J.; RUDÉ, George. Capitão Swing: A expansão 
capitalista e as revoltasrurais na Inglaterra do início do século XIX. Rio de 
Janeiro: Francisco Alves, 1982. 
 
HOUAISS, Antônio. Mini dicionário da língua portuguesa. Brasil: Objetiva 
– MOD., 2010. 
 
JÚNIOR, Alfredo Boulos.História Sociedade e Cidadania; 8º ano. 
Ed.São Paulo, 2015. 
 
MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no século XVIII: estudo 
sobre os primórdios da grande indústria moderna na Inglaterra. São Paulo: 
Editora da Unesp; Hucitec, s/d. 
 
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: 
Editora Best Seller, 1999. 
 
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. V. II. Rio 
de Janeiro: 1987. 
 
SITES: 
 
A Revolução Industrial na Inglaterra; vídeo disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU (acesso em 30/09/2016). 
 
Daens: um grito de justiça/legendado; filme disponível em: 
http://vimeo.com/46428638 (acesso em 12/10/2016). 
 
Dicionário Informal.com.br/pudelagem/ disponível em: 
http://www.google.com.br/webhp?sourced=chrome-
instant&ion=1&espev=2&ie=UTF-8#q= (acesso em 10/10/2016). 
 
Fases da Revolução Industrial; vídeo disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4 (acesso em 01/10/2016). 
 
Oliver Twist; filme disponível em: 
http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/ (acesso em 
14/09/2016). 
 
Primeira Revolução Industrial; vídeo disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew (acesso em 01/10/2016). 
 
Revolução Industrial/Pré-histórica; música disponível em: 
http://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html (acesso em 
14/09/2016) 
 
The Mill: A Fábrica; mini série; episódio 1 disponível em: 
http:WWW.youtube.com/watch?v=cblC0sVnRbU (acesso em 12/08/2016). 
 
The Mill: A Fábrica; mini série; episódio 2 disponível em: 
http:WWW.youtube.com/watch?v=AQK3QB-Zrpo (acesso em 12/08/2016). 
 
Imagens e texto poético “Fábricas da Injustiça” cedidos por Maria Fátima 
Scremin. 
http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU
http://vimeo.com/46428638
http://www.google.com.br/webhp?sourced=chrome-instant&ion=1&espev=2&ie=UTF-8#q
http://www.google.com.br/webhp?sourced=chrome-instant&ion=1&espev=2&ie=UTF-8#q
http://www.youtube.com/watch?v=-r71y4WvRy4
http://www.filmesparadownloads.com/oliver-twist-legendado/
http://www.youtube.com/watch?v=Z_n6mYXwew
http://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html

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