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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3 2 INTRODUÇÃO À ANATOMIA ...................................................................... 4 3 OSTEOLOGIA GERAL ................................................................................ 6 4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) .......................................................... 10 5 SISTEMA MUSCULAR (MIOLOGIA) ......................................................... 16 6 SISTEMA CIRCULATÓRIO ....................................................................... 21 7 SISTEMA RESPIRATÓRIO ....................................................................... 28 8 SISTEMA NERVOSO ................................................................................ 33 9 SISTEMA DIGESTIVO ............................................................................... 40 10 SITEMA REPRODUTOR ........................................................................ 48 10.1 Masculino ............................................................................................ 48 10.2 Feminino ............................................................................................. 52 REFERENCIAS ................................................................................................ 54 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 4 2 INTRODUÇÃO À ANATOMIA Anatomia é o ramo da ciência que trata da forma e estrutura dos organismos. Etimologicamente, anatomia significa separação ou desassociação de partes do corpo. No período inicial de seu desenvolvimento, a anatomia era uma simples ciência descritiva, baseada em observações realizadas a olho nu e com o uso de instrumentos simples de dissecação – bisturi, pinça e outros. Neste campo de pesquisa desenvolveu-se na ciência da anatomia microscópica ou histologia, convencionalmente distinguida da anatomia macroscópica. (CAMPOS, 2011) Tipos de Anatomia: (Alves, 2010) - MACROSCOPICA = Possível ao alcance visual; - MICROSCOPICA OU HISTOLOGICA = Só ao alcance microscópico; -EMBRIOLOGICA = Se estuda durante a primeira fase do desenvolvimento, indo até a formação dos tecidos e órgãos; - ONTOGÊNCIA = É utilizada para designar o desenvolvimento completo total do indivíduo; - FILOGÊNCIA = É a história ancestral das espécies é constituída pelas modificações evolutivas que sofreu, mostradas pelos registros geológicos. - VETERINÁRIA = Lida com a forma e a estrutura dos principais animais domésticos. É geralmente estudada tendo em vista a formação profissional e, portanto, é de caráter altamente descritivo. Trata da forma e estrutura dos principais animais domésticos; - COMPARADA = É a descrição e a comparação dos animais, estabelece a estrutura dos animais e a base para a sua classificação; - ESPECIAL = É a descrição da estrutura de um simples tipo ou espécie. Descreve a estrutura de um só tipo ou espécie. Métodos especiais de estudar Anatomia: Anatomia Sistemática: Estuda o corpo formado por órgãos que se agrupam em aparelhos que tem origem e estrutura similares e estão associados para realizarem certas funções. (Alves, 2010) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 5 Exemplos: 1. Osteologia: descrição do esqueleto (osso e cartilagem), cujas funções são apoiar e proteger as partes macias do corpo; 2. Sindesmologia: descrição das junturas, cujas funções são dar mobilidade aos seguimentos dos ossos rígidos e mantê-los unidos através de fortes faixas fibrosas, os ligamentos; 3. Miologia: descrição dos músculos e estruturas acessórias que funcionam para colocar os ossos e as articulações em movimentos; 4. Esplancnologia: descrição das vísceras (incluindo os aparelhos digestivo, respiratório e urogenital, o peritônio e as glândulas endócrinas); 5. Angiologia: descrição dos órgãos da circulação (coração, artérias, veias, linfáticos e baço); 6. Neurologia: descrição do sistema nervos, sua função é controlar e coordenar todos os outros órgãos e estruturas; 7. Estesiologia: É o estudo dos órgãos dos sentidos que põem o indivíduo em contato com o meio ambiente e tegumentos, que funciona principalmente como um revestimento protetor do corpo, como uma parte importante do sistema regulador de temperatura. Anatomia Aplicada: Considera, o anatômico em relação a outras disciplinas como a cirurgia, semiologia, clínica, etc. (Alves, 2010) Anatomia topográfica: Para que a posição e aferição das partes do corpo sejam indicadas precisamente, empregam-se certos termos descritivos que precisam ser conhecidos desde já. (Alves, 2010) - Dorsal e Ventral; - Plano Mediano, Plano Frontal e Plano Transversal; - Cranial e Caudal. A divisão do corpo dos animais domésticos: Divide-se em cinco partes fundamentais: Cabeça – pescoço – tronco – membros – cauda. *Obs.: Tronco = tórax, abdome, pelve. Membros = torácicos (anteriores) e pelvinos (posteriores). CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 6 FONTE: MELO, 2010. 3 OSTEOLOGIA GERAL O estudo da osteologia é importante pela ação dos ossos e esqueleto, na proteção das partes moles do corpo, conformação e sustentação do corpo, como sistema de alavanca, na produção de células sanguíneas e por ser depósito de íons Ca e P. (MELO, 2010) O Sistema esquelético (ou esqueleto) consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local de produção de várias células do sangue. O esqueleto pode ser dividido inicialmente em três partes: (1) axial, (2) apendicular e (3) esplâncnico. (CAMPOS, 2011) o O esqueleto axial compreende a coluna vertebral, as costelas, o esterno e o crânio. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 7 o O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicos e pélvicos. o O esqueleto esplâncnico ou visceral consiste de certos ossos desenvolvidos na substância de algumas vísceras ou órgãos moles, como por exemplo, o osso hioide (base da língua), o osso do pênis do cão e o osso do coração do boi e carneiro.O número de ossos do esqueleto de um animal varia em função da espécie, idade (fusão dos ossos durante o crescimento), e dentro da mesma espécie. (CAMPOS, 2011) Os ossos são comumente divididos em quatros classes de acordo com sua forma e função. Esta classificação não é satisfatória; alguns ossos, por exemplo, as costelas e o esterno, não são claramente classificados, e outros podem ser invariavelmente classificados. Classificação dos ossos: Osso longo: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges. (MELO, 2010) Osso plano: seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. São também chamados de ossos Laminares. (MELO, 2010) Osso curto: são aqueles que apresentam dimensões similares no comprimento, largura e espessura. Exemplo: carpo, tarso e sesamóides. Sua principal função parece aquela de difusão da concussão, pois diminuem a fricção ou mudam a direção dos tendões ou aumentam a força da alavancagem para os músculos e tendões. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 8 Osso irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e os ossos temporais são exemplos marcantes. (MELO, 2010) Osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxila, temporal, etmoide e esfenoide. (MELO, 2010) Osso sesamóide: se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. Os primeiros são chamados intratendíneos e os segundos Peri articulares. A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso plano, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). (MELO, 2010) Estrutura dos ossos: O osso é uma estrutura viva com vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Por isso cresce, está sujeito a doenças e quando quebrado cicatriza. Torna-se mais delgado e mais fraco com o desuso e hipertrofia-se para suportar aumento de peso. São constituídos por tecido orgânico e substâncias minerais. (CAMPOS, 2011) Os ossos funcionam como uma armação do corpo e como alavancas para os músculos e inserções de músculos, proporcionam proteção para algumas vísceras (coração, encéfalo, pulmões e medula espinhal), contém a medula óssea (formação das células sanguíneas) e constitui uma reserva mineral (fósforo, cálcio). A arquitetura do osso pode ser estudada por meio de cortes longitudinais e transversos do mesmo. O osso consiste de uma camada externa de substância compacta densa, na qual está a substância esponjosa mais frouxamente arranjada. Nos ossos longos típicos, a diáfise está escavada para formar a cavidade medular. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 9 A substância compacta difere grandemente em espessura em várias situações, ou seja, de acordo com as pressões e tensões aos quais o osso está sujeito. Nos ossos longos ela é mais espessa próximo à diáfise e mais delgada nas extremidades. Espessamentos circunscritos são encontrados em pontos que estão sujeitos à pressão ou tração especiais. Constituição de um Osso: - Periósteo: tecido conjuntivo fibroso que reveste a superfície externa do osso, exceto as superfícies articulares. (Que são revestidas por cartilagem hialina). - Endósteo: tecido conjuntivo delicado que reveste as cavidades do osso, incluindo os espaços e cavidades medulares. - Tecido Ósseo Esponjoso: formado por trabéculas ósseas, que delimitam os espaços intercomunicantes ocupados pela medula óssea. - Tecido Ósseo Compacto: É uma massa sólida, onde predomina o cálcio em sua composição, na qual os espaços só são visíveis ao microscópio. -Medula Óssea: Estrutura mole que preenche as pequenas cavidades de tecido esponjoso e que nos ossos longos está contida numa cavidade central chamada cavidade medular. Compreende dois tipos: Medula Óssea Amarela: é encontrada na diáfise dos ossos longos, é composta de tecido conjuntivo formado por células adiposas. Medula Óssea Vermelha: localiza-se nas epífises de certos ossos longos, ricamente vascularizada, consiste em células sanguíneas e suas precursoras. • Tem como função a formação de diversas células sanguíneas: eritrócitos (transporte de oxigênio), leucócitos (glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo), megacariócitos (células com núcleo grande, cujos fragmentos formam as plaquetas, que, são necessárias na coagulação sanguínea. (MELO, 2010) Células Ósseas: - Osteoblastos: atuam na síntese da matriz óssea - Osteoclasto: atuam na reabsorção óssea CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 10 - Osteócito: são as células do osso maduro. Propriedades Físicas: Os ossos são rígidos e elásticos. Resistem às forças de tensão e de pressão e podem suportar cargas estáticas e dinâmica muitas vezes maior que o peso do corpo. (MELO, 2010) A rigidez do osso resulta da deposição de uma complexa substância mineral na matriz orgânica, principalmente complexos de fosfato de cálcio que pertencem ao grupo mineral apatita. O esqueleto dos vertebrados tem sido por vários anos, de muito interesse no que se diz respeito a pesquisadores e cientistas que o considera como sendo um sistema inerte, entretanto quando associado a outro sistema, é responsável pela locomoção, e qualquer outra atividade mecânica e física dos Vertebrados. (MELO, 2010) Classificações: 1. Esqueleto axial: ossos da cabeça e da coluna vertebral, esterno e costelas. 2. Esqueleto apendicular superior: escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, carpos, metacarpos, falanges e sesamóides. 3. Esqueleto apendicular inferior: osso coxal (ílio, ísquio e púbis), fêmur, tíbia, fíbula, ossos do tarso e metatarsos, falanges e sesamóides. FONTE: CAMPOS, 2011. 4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) Uma articulação ou juntura é formada pela união de dois ou mais ossos ou cartilagens por outro tecido. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 11 Além de sua função de união, um tipo especial de juntura; a juntura sinovial ou articulação propriamente dita é constituída de modo a permitir o movimento de um seguimento em relação a outro. (ALVES, 2011) As articulações apresentam certas características podendo ser tanto estrutural como funcional que se classificam em três tipos: Fibrosa, Cartilaginosa e Sinovial. Junturas ou Articulações Fibrosas: Neste grupo, os segmentos estão unidos por tecido fibroso de tal modo que impedem os movimentos; assim, elas são frequentemente denominadas articulações fixas ou imóveis. Não apresentam cavidade articular. A maioria destas articulações é temporária em razão do meio de união ser invadido pelo processo de ossificação, resultando numa sinostose. (CAMPOS, 2011) As principais classes de articulações deste grupo são as seguintes: - Suturas: são as junturas fibrosas que ocorrem entre os ossos do crânio. De acordo com a morfologia das bordas articulares, as suturas classificam-se em: Planas (bordas articulares mais ou menos retilíneas, como na sutura internasal), Escamosas (bordas articulares encaixando-se em bisel, como na sutura entre a parte escamosa do temporale o pariental) e Serradas (bordas articulares unindo- se em linha denteada, como na sutura interfrontal). No feto a quantidade de tecido conjuntivo fibroso entre as bordas articulares é maior, o que confere aos ossos do crânio fetal um certo grau de mobilidade. Após o nascimento, com a idade, ocorre um processo de ossificação progressiva das suturas. - Sindesmoses: São junturas fibrosas que ocorrem entre outros ossos que não os do crânio. Como por exemplo, citam-se as uniões fibrosas que ocorre entre os ossos metacárpicos e metatársicos do equino e entre o rádio e a ulna do cavalo. Com a idade, estas junturas também se ossificam. - Gonfose: É um termo especial utilizado para designar a juntura fibrosa entre a raiz do dente e seu alvéolo. Para alguns autores, não se trata de uma verdadeira juntura, já que os dentes não fazem parte do esqueleto. Junturas ou Articulações Cartilagíneas: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 12 São aquelas em que o meio de união entre as superfícies articulares é constituído por tecido cartilaginoso. Os ossos das articulações estão unidos por fibrocartilagens ou cartilagem hialina, ou uma combinação de ambas. (CAMPOS, 2011) Classificam-se nos seguintes tipos: - Sincondrose (articulações de cartilagem hialina): este tipo de articulação (algumas vezes denominada de articulação cartilaginosa primária) é um tipo temporário, visto que a cartilagem hialina se converte em osso antes da fase adulta. As epífises e a diáfise de um osso longo estão unidas por uma placa epifisária cartilaginosa nos animais jovens. A fusão óssea ocorre na fase adulta e a articulação desaparece. (CAMPOS, 2011) Exemplos: sincondrose mandibular nos bovinos, sincondrose, esfeno- occipital. Com a idade as sincondroses frequentemente se ossificam. - Sínfise (Articulação Fibrocartilaginosa): Juntura cartilagínea em que os ossos estão unidos por cartilagem fibrosa. Como exemplos, citam-se a sínfise pelvina e a união entre os corpos das vértebras (disco intervertebral). Como as sincondroses, as sínfises podem se ossificar com a idade, reduzindo progressivamente a mobilidade entre os ossos unidos. (ALVES, 2011) Junturas ou Articulações Sinoviais: São aquelas no qual o meio interposto entre as superfícies articulares é um fluído especial o líquido sinovial. Constituem as articulações propriamente ditas, junturas que têm a função de, além de unir dois ou mais elementos ósseos, possibilitar o deslocamento de um em relação a outro, resultando em movimento dos seguimentos corporais. (ALVES, 2011) São igualmente denominadas articulações verdadeiras ou móveis. As junturas sinoviais são caracterizadas pela presença de uma cápsula articular. Esta é uma estrutura membranácea que envolve à semelhança de um (manguito) na sua forma mais simples um tubo, as extremidades dos ossos que se articulam. Assim, a cápsula articular delimita uma cavidade cavidade articular na qual está contido o líquido sinovial. A cápsula articular é constituída por duas camadas: uma externa, membrana fibrosa, e outra interna, membrana sinovial. A membrana fibrosa é resistente, formada por tecido conjuntivo denso; em alguns pontos, ela pode ser reforçada por faixas fibrosas mais espessas, os CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 13 ligamentos capsulares. A membrana sinovial é lisa, brilhante e reveste inteiramente toda a cápsula articular. Em determinados pontos, ela forma expansões, as pregas e vilos sinoviais, que se projetam no interior da cavidade articular. É bastante inervada e vascularizada. O líquido sinovial, produzido pela membrana sinovial, é um fluido claro, transparente e dotado de viscosidade, devido a presença de mucinas; contém também albumina, sais, gotículas lipídicas e resíduos celulares. Sua função primordial é lubrificar as superfícies articulares de modo a reduzir o atrito e desgaste entre elas. Admite-se também que desempenha função no transporte de nutrientes para as cartilagens articulares, que são avasculares, bem como na remoção de seus catabolitos. (ALVES,2011) Observe as seguintes estruturas abaixo: f.l (Camada fibrosa); s.l (membrana sinovial da cápsula articular). As cartilagens articulares são em branco, os ossos estão pontilhados e a cavidade articular em negro. FONTE: ALVES, 2011. Na grande maioria das articulações, a função de união da cápsula articular é reforçada pela presença de faixas resistentes de tecido conjuntivo fibroso, os ligamentos. Além dos já mencionados ligamentos capsulares, situados na espessura da própria cápsula articular, existem ligamentos extra capsulares e ligamentos intra-articulares. Os ligamentos extra capsulares, como o nome indica, situam-se externamente à cápsula articular. Os ligamentos intra- articulares situam-se no interior da cavidade articular. (ALVES,2011) Em algumas articulações encontram-se, interpostas entre as superfícies articulares, estruturas fibrocartilagíneas, os discos e os meniscos intra- CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 14 articulares. Para eles, admitem-se duas funções: a) amortecer as pressões sobre a articulação; b) possibilitar melhor adaptação ou congruência de uma superfície articular a outra, facilitando o deslizamento. Meniscos são encontrados na articulação do joelho, enquanto disco intra-articular ocorre na articulação temporamandibular. Também no interior da cavidade articular podem ser encontrados acúmulos de tecidos adiposo, revestidos por membrana sinovial, formando coxins mais ou menos desenvolvidos, como por exemplo, o coxim adiposo infra patelar da articulação do joelho. (ALVES,2011) Os elementos citados até agora são constantes e necessários em todas as articulações sinoviais. Outras estruturas entram na constituição das articulações: - Ligamentos: são fortes cintas ou membranas (tecido fibroso branco) que unem os ossos entre si. São praticamente inelásticos, com exceção do ligamento nucal (tecido elástico). Podem ser subdivididos, de acordo com sua localização, em peri ou extra-articulares e intra-articulares (não necessariamente dentro da cavidade articular). Os situados nos lados de uma articulação denominam-se ligamentos colaterais. - Discos e meniscos articulares: são placas de fibrocartilagem ou tecido fibroso denso embutido entre as cartilagens; dividem a cavidade articular parcial ou completamente em dois compartimentos. Tornam mais congruentes certas superfícies articulares, permitem maior amplitude e variedade de movimentos e diminuem a concussão. Na realidade, simplificam o movimento articular. - Cartilagem marginal (lábio articular): é um anel de fibrocartilagem que rodeia a borda de uma cartilagem articular. Amplia a cavidade e contribui na prevenção de fraturas da borda articular. o Principais movimentos executados nas junturas sinoviais: Em uma articulação, o movimento faz-se em torno de um eixo, que é sempre perpendicular do plano no quais os segmentos ósseos envolvidos se movimentam. Os principais movimentos executados nas articulações são os seguintes: (ALVES,2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 15 - Movimentos angulares: nestes movimentos ocorre diminuição ou aumento do ângulo entre o segmento que se desloca e aquele que se mantém fixo. No primeiro caso ocorre flexão e no segundo extensão. Quando o segmento móvel se aproxima do plano mediano ocorre adução e quando se afasta do mesmo plano ocorre abdução. - Rotação: é o movimento no qual o segmento gira em torno de seu próprio eixo longitudinal. Distinguem-se uma rotação no sentido do plano mediano ou pronação e uma rotação em sentido oposto ou supinação. Estes movimentos são muito limitados nos animais domésticos, mas rotação típica ocorre na articulação entre atlas e áxis. - Circundação: é um movimento complexo, resultante da combinação dos movimentos de adução, extensão, abdução, flexão e rotação. O extremo distaldo segmento que se desloca descreve um círculo e o corpo do segmento. De acordo com o número de eixos em torno dos quais se se realizam os movimentos, as articulações se classificam em 3 tipos: (ALVES,2011) - Mono-axiais: quando os movimentos se realizam em torno de um único eixo e em um único plano. Permitem apenas flexão e extensão, ocorrendo na grande maioria das articulações entre ossos dos membros. - Bi-axiais: quando os movimentos podem se realizar em torno de dois eixos e, portanto, em dois planos, permitindo flexão e extensão, adução e abdução. Um exemplo típico é a articulação temporomandibular. - Tri-axiais: quando os movimentos podem ser executados em torno de três eixos, permitindo flexão, extensão, adução, rotação e resultando da combinação de todos, circundação. Como por exemplo, cita-se a articulação do quadril. De acordo com a forma das superfícies articulares, as articulações classificam-se nos seguintes tipos: (ALVES,2011) - Plana: articulação em que as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo apenas deslizamento de uma sobre a outra em qualquer direção. Exemplos: articulação entre os ossos do carpo. - Gínglimo: articulação que permito apenas movimentos angulares de flexão e extensão, à maneira de dobradiça. O nome, no caso, não se refere a morfologia das superfícies articulares, mas ao aspecto o movimento executado. Exemplo: articulação do cotovelo. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 16 - Cilindroide: articulação em que as superfícies articulares são segmentos de cilindro, permitindo, portanto, movimentos de rotação. Exemplo: articulação entre o atlas e o dente do áxis. - Condilar: articulação em que uma superfície articular ovoide, o côndilo, se aloja em uma cavidade elíptica. É do tipo bi-axial, permitindo flexão e extensão, adução e abdução. Exemplo: articulação temporomandibular. - Esferoide: articulação em que uma das superfícies articulares é um segmento de esfera e a oposta é uma concavidade na qual a primeira se encaixa. É do tipo tri-axial, permitindo movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundação. Exemplos: articulações entre a cavidade glenóide da escápula e cabeça do úmero (ombro), entre o acetábulo e cabeça do fêmur (quadril). 5 SISTEMA MUSCULAR (MIOLOGIA) O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco. (MELO, 2010) No tecido muscular há três tipos de músculos: esquelético (estriado, voluntário), liso (involuntário), cardíaco (estriado, involuntário). - Músculo liso: As células do músculo liso são sempre fusiformes. Seu tamanho varia muito, dependendo de sua origem. Suas fibras não apresentam estriações e por isso são chamados de liso. Tendem a ser de cor pálida, sua contração é lenta e sustentada, e não estão sujeitos à vontade do indivíduo; de onde deriva seu nome de involuntário. (CAMPOS, 2011) O músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo. (MELO, 2010) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 17 FONTE: MELO, 2010. - Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. (MELO, 2010) As fibras musculares se agrupam em feixes. Cada músculo se compõe de muitos feixes de fibras musculares. É avermelhado, de contração brusca, e seus movimentos dependem da vontade dos indivíduos. Constitui o tecido mais abundante do organismo e representa de 40 a 45% do peso corporal total. (CAMPOS, 2011) FONTE: MELO, 2010. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 18 - Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo. (MELO, 2010) Suas fibras se dispõem juntas para formar uma rede contínua e ramificada. Portanto, o miocárdio pode contrair-se em massa. O coração responde a um estímulo do tipo "tudo ou nada", daí que se classifique como unitário simples. O músculo cardíaco se contrai ritmicamente. (CAMPOS, 2011) FONTE: MELO, 2010. A musculatura esquelética é a parte ativa do sistema locomotor. Tradicionalmente é denominada apenas como musculatura ou músculos. Os músculos esqueléticos são altamente vascularizados e inervados por nervos cerebrospinais (sensoriais e motores) e nervos autônomos vegetativos (simpáticos e parassimpáticos), que juntos formam uma unidade funcional. (KONIG; LIEBICH, 2016) Nomenclatura dos Músculos: Os músculos são denominados de acordo com sua posição no esqueleto, como por exemplo: intercostal, peitoral, parótido-auricular, nasal. Forma: como por exemplo: trapézio, romboide, serrátil, deltoide, bíceps, tríceps, grácil, piriforme. Direção de suas fibras – como por exemplo: reto, oblíquo, transverso ou ainda com a ação que executa – como por exemplo: flexor, extensor, abdutor, tensor. (Alves, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 19 Classificação dos Músculos: - Quanto à disposição das fibras musculares: As fibras dos músculos esqueléticos estão paralelas ou obliquamente dispostas em relação no eixo de contração do músculo. Fibras paralelas são encontradas nos músculos longos e nos largos. Nos músculos longos dos membros, as fibras tendem a convergir para os tendões, conferindo aspecto fusforme ao músculo. Músculo que possuem fibras oblíquas em relação aos tendões são denominados peniformes (em forma de pena). Quando as fibras se prendem numa só borda do tendão, o músculo é do tipo unipendado, quando as fibras se prendem em duas bordas, ele é bipenado e, quando elas se prendem em dois ou mais tendões, ele é classificado como multipenado. (Alves, 2011) FONTE: ALVES, 2011. - Quanto à origem: Os músculos que se originam por dois, três ou quatro tendões são denominados bíceps, tríceps, ou quadríceps, respectivamente. Cada um destes tendões de origem é denominado cabeça, daí a razão da denominação destes músculos. (Alves, 2011) - Quanto ao ventre muscular: A maioria dos músculos esqueléticos possui apenas um ventre. Entretanto, alguns apresentam dois ou mais ventres. Os músculos com dois CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 20 ventres são denominados digástricos. Músculos poligástricos são aqueles que possuem mais de dois ventres. (Alves, 2011) - Quanto a inserção: Alguns músculos inserem-se por dois tendões. Eles são denominados bicaudados. Músculos policaudados são aqueles que se inserem por mais de dois tendões. - Quanto a função: Agonista: é um músculo ou um grupo dos músculos que provocam diretamente o movimento desejado. A ação da gravidade pode também agir como um agonista. Por exemplo: se uma pessoa segura um objeto e o dedo, até uma mesa a gravidade provoca a descida. A única ação muscular envolvida é a de controlar o grau de baixamento. Exemplo: Flexão do braço. (Alves, 2011) Antagonista: são músculos que diretamente se opõem ao movimento desejado. Assim, o tríceps do braço, o qual é extensor do antebraço quando age como um agonista, é o antagonista dos flexores do antebraço. Dependendo da intensidade e força do movimento, os antagonistas podem relaxar-se, ou, por processo de alongamento durante a contração, eles podem controlar o movimento e torna-lo suave, livre e vibrações e preciso. O termo antagonista é pobre, porque tais músculos cooperam mais do que se opõem.A gravidade pode também agir como um antagonista, como acontece quando o antebraço é flexionado de sua posição anatômica. (Alves, 2011) Sinergista: quando um músculo atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista. Inervação e nutrição: sabemos que a atividade muscular é controlada pelo SNC. Nenhum músculo pode contrair-se se não receber estímulo através de um nervo, se acaso o nervo for seccionado, o músculo deixa de funcionar e por esta razão entra em atrofia. Para executar seu trabalho mecânico, os músculos necessitam de considerável quantidade de energia. (Alves, 2011) Em vista disso os músculos recebem eficiente suprimento sanguíneo através de uma ou mais artérias, que neles penetram e se ramificam intensamente, nervos e artérias penetram sempre pela face profunda do músculo. Pois assim estão melhor protegidos. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 21 6 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório compreende o coração, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos. O coração é a bomba muscular do sistema circulatório. Os vasos sanguíneos, que consistem em artérias, capilares e veias, formam um sistema continuo no qual o sangue circula pelo corpo. (KÖNIG; LIEBICH, 2016) O sangue transporta oxigênio e outras moléculas necessárias para o metabolismo celular normal, para tecidos e na volta, transporta produtos celulares dos tecidos para o fígado, os rins e o pulmão para seu metabolismo e excreção. Nos mamíferos domésticos, com exceção do gato, o volume sanguíneo é cerca de 6 a 8% do peso corporal, enquanto no gato ele representa apenas 4% do peso do corpo. (KONIG; LIEBICH, 2016) O tempo de circulação, ou seja, o tempo que leva para uma célula sanguínea ser transportada de uma veia jugular ao redor do corpo, depende do tamanho do animal, mas também de fatores mediados pelo sistema neuroendócrino. Em animais de grande porte, o tempo aproximado é de 30 segundo, e de apenas 7 segundos no gato. (KÖNIG; LIEBICH, 2016) Segundo Alves (2011), o sistema circulatório divide-se em: · Sistema vascular sanguíneo: cujos componentes são os vasos condutores de sangue (artérias, veias, capilares) e o coração (o qual pode ser considerado como um vaso modificador). · Sistema linfático: formado pelos vasos condutores de linfa (capilares, linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por órgãos linfoides (linfonodos e tonsilas). · Órgãos hematopoéticos: representados pela medula óssea e o órgão linfoides (baço, timo e linfonodos). Coração: O coração é o órgão central do sistema circulatório. Localizado na porção central da cavidade torácica e levemente inclinado para o lado esquerdo, ele é envolvido por uma túnica chamada pericárdio. Já suas cavidades internas CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 22 são forradas por uma membrana chamada endocárdio. A parte muscular do coração, por sua vez, recebe o nome de miocárdio. (MELO, 2010) O coração é dividido em duas partes por uma membrana central. Assim, há o lado direito, ou venoso, por onde flui o sangue venoso, rico em gás carbônico; e o lado esquerdo, ou arterial, por onde flui o sangue arterial, rico em oxigênio. Tanto o lado direito (venoso) como o lado esquerdo (arterial) do coração possuem cavidades receptoras de sangue, chamadas de átrios, e também cavidades ejetoras, chamadas ventrículos. Uma particularidade do coração é que, embora seja um músculo involuntário, ele é constituído por fibras estriadas, normalmente presentes nos músculos de controle voluntário (os músculos involuntários geralmente têm fibras lisas). Estas fibras estão unidas umas às outras, o que consequentemente faz com que elas percam a individualidade. (MELO, 2010) No equino, seu formato é o de um cone irregular e um tanto achatado. Está inserido em sua base pelos grandes vasos, mas afora isto fica inteiramente livre no pericárdio. Ele é assimétrico na posição, as quantidades (por peso) à direita e esquerda do plano mediano sendo de uma proporção de aproximadamente 4:5. O peso médio do coração é de aproximadamente 4 Kg (0,4% do peso corporal). O eixo longo (do meio da base até o ápice) está direcionado ventral e caudalmente. A base do coração está direcionada dorsalmente e sua parte mais elevada situa-se aproximadamente, na junção do terço dorsal e médio do diâmetro dorsoventral do tórax. O ápice situa-se centralmente dorsal a última esternébra. (CAMPOS, 2011) No bovino, 5/7 do coração (70%) encontram-se no lado esquerdo do plano mediano do tórax, devido ao grande tamanho do pulmão direito. No adulto pesa 2,5 Kg, ou de cerca de 0,4 a 0,5 do peso do corpo. O comprimento da base ao ápice é relativamente maior que no equino, sendo a base menor. No ovino, também é cônico e alongado, o peso absoluto varia de 220 a 240g e sua percentagem de peso é de 0,45 e 0,50%. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 23 FONTE: CAMPOS, 2011. A circulação do sangue começa no ventrículo direito, de onde o sangue venoso (rico em gás carbônico) é bombeado para o pulmão através da artéria pulmonar. No pulmão é feita a troca do gás carbônico pelo oxigênio, transformando o sangue em sangue arterial (rico em oxigênio). (MELO, 2010) O sangue arterial é, então, levado de volta ao coração, entrando pelo átrio esquerdo. Este ciclo coração-pulmão-coração, responsável pela transformação do sangue venoso em arterial, é chamado de pequena circulação. Uma vez no átrio esquerdo, o sangue arterial é bombeado para o ventrículo esquerdo, e daí é levado pela artéria aorta e ramificações para suprir todas as células do corpo com oxigênio. Nesse processo, o sangue transforma- se novamente em sangue venoso, e começa a viagem de volta ao coração através de pequenas veias até atingir a veia cava, chegando, finalmente, ao coração pelo átrio direito, completando o ciclo que se chama de grande circulação. Daí será bombeado para o ventrículo direito, recomeçando o ciclo. (MELO, 2010) Para que o sangue passe dos átrios para os ventrículos e, destes, para as artérias, o músculo do coração precisa se contrair e se expandir, funcionando como uma bomba. Quando o movimento é de contração, é chamado de sístole. Quando o movimento é de expansão, é chamado de diástole. Assim, os átrios se contraem, entrando em sístole e pressionando o sangue na direção dos ventrículos, que nesse momento se expandem (entram em diástole) para CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 24 recebê-lo. Em seguida, os ventrículos entram em sístole, pressionando o sangue para as artérias, enquanto os átrios entram em diástole para receber mais sangue das veias. E assim sucessivamente. Artérias: Artérias são grossos vasos sanguíneos responsáveis por conduzir o sangue do coração a todas as partes do corpo. Da artéria aorta, que é a artéria por onde o sangue sai do coração, ele é distribuído por uma extensa malha de artérias menores e arteríolas, até chegar aos capilares. (MELO, 2010) As paredes das artérias são resistentes e elásticas, de maneira a manter a circulação do sangue sempre constante. Em cada batida do coração, o sangue é empurrado com força para dentro da artéria. Nesse momento, suas paredes se dilatam, permitindo a entrada de um grande volume de sangue. Em seguida, as paredes se contraem novamente, empurrando o sangue mais para a frente. Capilares: Para atingir todas as regiões do corpo, as artérias vão se ramificando em arteríolas menores até se tornarem vasos mais finos do que fios de cabelo - daí o nome de capilares. São os responsáveis por levar o oxigênio e nutrientes para cada célula do organismo. Os capilares acabam se reagrupando para formar as veias que levam o sangue de volta ao coração. (MELO, 2010) Veias: As veias são os vasos sanguíneos que levam o sangue venoso de volta para o coração. Algumas delas, como as localizadas nos membrosinferiores do corpo como as pernas, possuem pequenas válvulas que impedem o refluxo do sangue, fechando-se após a passagem com a pressão exercida pelo peso do próprio sangue. Graças a esse sistema de válvulas, o coração faz menos esforço para bombear o sangue contra a gravidade. (MELO, 2010) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 25 FONTE: CAMPOS, 2011. Vasos Linfáticos: Este sistema de vasos auxilia no retorno dos líquidos dos espaços tissulares para a circulação. O líquido entra nos capilares linfáticos, se transforma em linfa e depois é levado para os vasos sanguíneos, onde se mistura com o sangue. Baço: Situado na parte esquerda do abdômen, o baço tem como principal função garantir a imunidade do organismo. Ele destrói os glóbulos vermelhos envelhecidos e produz linfócitos (um tipo de glóbulos brancos), que entram no sangue e ajudam na produção de anticorpos. O baço é um órgão linfoide apesar de não filtrar linfa, ou seja, é um órgão excluído da circulação linfática, porém interposto na circulação sanguínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. (MELO, 2010) Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecidos, substâncias estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático. (MELO, 2010) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 26 FONTE: MELO, 2010. Tipos de circulação sanguínea: - Circulação sistêmica: é a circulação que se inicia no ventrículo esquerdo com o sangue oxigenado. Este abandona o ventrículo esquerdo através da aorta e por meio de suas artérias distribuidoras alcança os diferentes órgãos. Após suprir seus tecidos, o sangue retorna ao coração desaguando no átrio direito através das veias cavas, cranial e caudal. (ALVES, 2011) - Circulação pulmonar: é a circulação que tem início no ventrículo direito do coração e atinge a rede capilar do pulmão, correndo inicialmente no tronco pulmonar e depois nas artérias pulmonares. Após sofrer a hematose, o sangue oxigenado abandona os pulmões por meio das veias pulmonares e chega ao átrio esquerdo. (ALVES, 2011) - Circulação portal: nesta circulação um tronco venoso está interposto entre duas redes capilares. Os exemplos de circulação portal é o sistema porta- hepático e o sistema porta-hipofisário. No primeiro, a veia porta está situada entre capilares do intestino e do fígado. (ALVES, 2011) - Circulação fetal: o sangue oxigenado procedente da placenta chega ao feto através da veia umbilical. Sistema linfático CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 27 O sistema linfático auxilia o sistema vascular sanguíneo na drenagem dos líquidos tissulares. Ele é constituído de vasos linfáticos, tecido linfático ou linfoide e de linfa. O tecido linfático encontra-se difuso em alguns órgãos ou organiza-se em estruturas isoladas denominadas linfonodos. As grandes moléculas de proteínas dos líquidos tissulares que não atravessam as paredes dos capilares sanguíneos são absorvidas pelo sistema linfático. Além disto, o sistema produz os linfócitos que são lançados na corrente sanguínea. (ALVES, 2011) Funções do sangue (ALVES, 2011) - Função respiratória: com o auxílio da hemoglobina dos eritrócitos, dá-se o transporte de oxigênio do pulmão para dentro dos tecidos. O sangue também serve para o transporte de ácido carbônico para os pulmões. - Função de nutrição: com o auxílio do sangue ocorre um transporte de substâncias nutritivas a partir do canal intestinal para as células, ocorrendo ainda um suprimento uniforme de todos os tecidos com ligações indispensáveis à vida. - Função de excreção: transporte de produtos finais do metabolismo para os órgãos excretórios. - Função de defesa: com o auxílio dos anticorpos, das enzimas e dos leucócitos, o sangue está em condições de participar nos processos de defesa contra microrganismos, corpos estranhos e toxinas, entre outros. - Função de regulação do equilíbrio hídrico do organismo: a água que entre em excesso é depositada nos espaços intersticiais, para em seguida ser eliminada pelos rins, pulmões e pele. - Função de regulação de pH: com base na alta capacidade de tamponamento, o sangue está em condições de manter o pH dentro de limites muitos estreitos. - Função de regulação da pressão osmótica: em consequência da regulação da concentração proteica e salina no sangue, a pressão osmótica é mantida dentro de limites muito estreitos. Isto é importante para os processos de trocas nos capilares e para o equilíbrio hídrico dos tecidos. - Função de transporte hormonal: o sangue transporta os hormônios e, portanto, juntamente com o sistema nervoso, serve para a coordenação das funções orgânicas em todo o organismo. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 28 - Função de distribuição do calor: o sangue assimila o calor formado durante os processos metabólicos e distribui por todo este calor. - A regulação da pressão sanguínea: neste caso, são importantes as alterações do volume sanguíneo. Uma redução do volume sanguíneo leva geralmente a uma redução da pressão sanguínea e vice-versa. 7 SISTEMA RESPIRATÓRIO A respiração é uma função básica dos seres vivos. Consiste na absorção do oxigênio, pelo organismo, e a eliminação do gás carbônico resultante do metabolismo celular. (ALVES, 2011) Anatomicamente o sistema respiratório consiste de uma parte condutora, uma parte respiratória e um mecanismo de bombeamento pelo qual o ar alternativamente é puxado para dentro (inspiração) e expelido (expiração) do sistema. (CAMPOS,2011) - Porção condutora: o nariz, a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os bronquíolos até aos bronquíolos terminais. A porção condutora conduz o ar para os pulmões, inicia-se no nariz que serve para filtrar, aquecer e umidificar o ar, que será conduzido para a traqueia, divide–se nos brônquios fonte direito e esquerdo até chegar à porção respiratória bronquíolo respiratório, ducto alveolar e saco alveolar. (CAMPOS,2011) - Porção respiratória: que compreende bronquíolos respiratórios (inclusive), ductos alveolares e sacos alveolares, é nesta segunda porção ocorre a troca gasosa. - Os componentes do aparelho de bombeamento: são os sacos pleurais que abarcam os pulmões e formam câmaras de vácuo ao redor deles, o esqueleto do tórax e seus músculos e o diafragma. Os movimentos da caixa torácica e diafragma resultam numa alteração no volume torácico. Este, por sua vez, afeta a pressão negativa dentro dos sacos pleurais, e como resultado o ar é conduzido ou expelidos dos pulmões. Órgãos respiratórios: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 29 Nariz No seu estudo incluem-se: - Nariz esterno; - Cavidade nasal; - Seios paranasais. Um nariz proeminente, que se projeta do restante da face, tal como se observa no homem, não é observado nos animais domésticos. Nos animais domésticos, o nariz está incorporado ao esqueleto da face e estende-se do nível transverso dos olhos até a extremidade rostral da cabeça. (CAMPOS, 2011) A cavidade nasal está dividida em dois antímeros, pelo septo nasal que é em parte cartilaginoso (cartilagem do septo nasal) e em parte ósseo (lâmina perpendicular do osso etmoide e osso vômer). (ALVES,2011) Uma função da cavidade nasal é a olfação. Os animais dependem do sentido do olfato em uma extensão bem maior que o homem, e alguns animais são bem mais dependente do sentido do olfato do que outros para sobreviver. Os animais com bom sentido do olfato são chamados macrosmáticos, os com fraco sentido do olfato são chamados microsmático,e os sem sentido de olfato são anosmáticos. (CAMPOS,2011) Duas outras funções da cavidade nasal são: preparo e a filtração do ar inspirado. O ar deve ser umedecido e aquecido antes de atingir os bronquíolos terminais. E a filtração do ar é conseguida pela captação das partículas de poeira e bactérias (remoção ciliar e ação de lisoenzimas, respectivamente). Seios paranasais: são cavidades encontradas no interior dos ossos da maxila, frontal, esfenoide e etmoide. Eles são revestidos por uma túnica mucosa respiratória e comunicam-se direta ou indiretamente com a cavidade nasal. (CAMPOS, 2011) Os principais seios paranasais são: - Seio frontal; - Seio maxilar; - Seio palatino – reduzido nos equinos e caprinos; - Seio esfenoidal – ocorre em 50% dos bovinos; - Seio etmoidal – de difícil visualização. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 30 Faringe É um órgão tubular que serve tanto a respiração e a digestão. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. (ALVES, 2011) Laringe A laringe é um órgão do sistema respiratório e da fonação constituída por cartilagens e músculos. Atua como uma válvula que se fecha durante a deglutição e ruminação e permanece aberta na respiração e eructação. Esta situação na região intermandibular e em parte na região ventral do pescoço. É formada por um esqueleto cartilaginoso, mantendo a comunicação entre a faringe e a traqueia. Suas principiais cartilagens são: tiroide, cricóide, aritenoídes (par) e epiglote. (ALVES, 2011) FONTE: CAMPOS, 2011. A laringe dos ruminantes é relativamente curta e larga e no suíno é relativamente longa. (CAMPOS, 2011) - Funções: o Papel na olfação: auxilia na olfação ao ajudar a segurar o ar inspirado, com seus odores, atingirá as terminações nervosas olfatórias da mucosa nasal. o Papel na deglutição: nos mamíferos serve como uma valva para impedir a entrada de material estranho dentro da traqueia durante a deglutição. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 31 o Papel na respiração: a laringe deve promover, quando necessário, um caminho livre para o ar que entra nos pulmões. o Papel na regulação da pressão intratorácica: Em determinados mamíferos, a laringe é projetada como uma valva de entrada ou saída ou ambas para impedir a entrada ou saída ou ambas de ar nos pulmões. Desse modo, os animais com valva de entrada de ar eficiente são aqueles que usam os membros anteriores para subir. A fim de obter a contração máxima dos músculos que contraem os membros anteriores, a caixa torácica terá que estar fixa na posição expiratória (exemplo: gato). Valva de saída: nenhuma espécie doméstica. o Papel na fonação: há animais que não possuem voz, mas mesmo assim possuem laringe. Há animais que produzem sons por outros meios. O som é produzido por vibração das cordas vocais. Traqueia A traqueia é um tubo flexível, cartilaginoso e membranoso que se estende da laringe, pelo pescoço abaixo, através da cavidade mediastinal cranial até o mediastino médio. Ele bifurca-se imediatamente dorsal à base do coração, ao nível da 5ª vértebra torácica, nos brônquios principais direito e esquerdo. (CAMPOS, 2011) A traqueia mede cerca de 75 a 80 cm nos bovinos cada brônquio principal, origina-se bifurcação da traqueia e atinge o hilo pulmonar. De cada brônquio principal origina-se os brônquios lobares (um para cada lobo do pulmão). O lobo cranial do pulmão direito dos ruminantes e suínos é ventilado pelo brônquio traqueal. (ALVES, 2011) Pulmão CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 32 FONTE: KÖNIG; LIEBICH, 2016 Os pulmões direito e esquerdo são os órgãos da respiração em que o sangue é oxigenado e deles são removidos os produtos gasosos do metabolismo tecidual, essencialmente o dióxido de carbono. Os pulmões estão localizados na cavidade torácica, e cada pulmão está livre para se movimentar, pois está invaginado num saco pleural e inserido apenas por sua raiz e pelo ligamento pulmonar. (CAMPOS, 2011) Os pulmões apresentam fendas profundas denominadas fissuras do pulmão. Cada pulmão está dividido em lobos. O critério usado se baseia na divisão dos brônquios. Todos os mamíferos domésticos possuem um lobo cranial e um lobo caudal nos dois pulmões. Possuem também um lobo acessório no pulmão direito. Todos eles com exceção do cavalo, apresentam um lobo médio no pulmão direito. (ALVES, 2011) Nos ruminantes, o pulmão direito apresenta quatro lobos (cranial, médio, caudal e acessório) e duas fissuras interlobares (cranial e caudal), e uma única fissura interlobar. Os lobos craniais dos pulmões direito e esquerdo, estão divididos por uma fissura pouco profunda, (interlobar) em partes cranial e caudal. (ALVES, 2011) Os pulmões sadios de animais vivos em áreas rurais são de coloração cor- de –rosa claro, enquanto que os de animais que vivem em áreas urbanas são acinzentados na coloração e muitas vezes aparecem com manchas cinza- escuras; esta diferença é devida a impregnação do tecido pulmonar pela poeira atmosférica. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 33 Cavidade torácica A cavidade torácica é uma das três principais cavidades do corpo. Ela contém dois pulmões, cada um com um saco pleural e outros órgãos. A cavidade torácica varia de formato, dependendo da espécie e raça. O formato da cavidade torácica é alterado durante cada ciclo respiratório, pois durante a inspiração o volume da cavidade precisa aumentar para permitir que o ar seja levado para dentro dos pulmões. Essa alteração do formato ocorre essencialmente pelo movimento do diafragma, e me menor grau pelos movimentos das articulações do esqueleto torácico. (CAMPOS, 2011) O diafragma é o músculo mais importante na respiração. Quando ele se contrai, a curvatura de seu domo é reduzida e sua parte central movimenta-se caudalmente. Como resultado, o volume da cavidade torácica é aumentado e o ar é levado para dentro dos pulmões. (CAMPOS, 2011) Nos animais não equídeos, o esforço respiratório é só de uma fase (inspiração e expiração), nos equinos, o esforço é duas fases. 8 SISTEMA NERVOSO O Sistema nervoso é um meio complexo de comunicação e controle no corpo do animal, em alguns invertebrados pode ser inexistente, difuso ou composto por gânglios e dois cordões ventrais, nos vertebrados é formado por encéfalo, medula e nervos, os quais estabelecem ligações entre essas partes centrais (encéfalo e medula) e as demais partes do corpo. Juntamente com o Sistema Hormonal, controla todas as funções orgânicas. É constituído pelo tecido nervoso, cujas células são os neurônios. (PASTORELLO et al, 2014) O sistema nervoso é o mais complexo e diferenciado do organismo, sendo o primeiro a se diferenciar embriologicamente e o último a completar o seu desenvolvimento (CORDEIRO, 1996). Fica-se evidente que o encéfalo e a medula fazem parte do Sistema Nervoso Central (SNC), já os nervos cranianos e espinhais fazem parte do Sistema Nervoso Periférico (SNP). (Apud PASTORELLO et al, 2014) No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuroglia). CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 34 Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto,as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. (CAMPOS, 2011) A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação – chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. (CAMPOS,2011) Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. De acordo com suas funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em: 1. Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. 2. Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao estímulo). 3. Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e os neurônios motores. As células da neuroglia cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. Há diversos tipos celulares, distintos quanto à morfologia, a CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 35 origem embrionária e às funções que exercem. Distinguem-se, entre elas, os astrócitos, oligodendrocitos e micróglia. Têm formas estreladas e prolongações que envolvem as diferentes estruturas do tecido. (CAMPOS, 2011) DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso central recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O sistema nervoso periférico carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas). (CAMPOS, 2011) FONTE: CAMPOS, 2011. Sistema nervoso central O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos. (CAMPOS, 2011) Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula – também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnoide (a do meio) e pia- CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 36 máter (a interna). Entre as meninges aracnoide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor. - Medula espinhal: é a parte do SNC que está alojada no canal vertebral. Representa-se como um espesso cordão de tecido nervoso, que se estende desde a transição occipto-atlântica até o nível das vértebras L6, S1 ou S2. (ALVEZ, 2011) Rostralmente continua-se com o bulbo. Seu comprimento total está na dependência do tamanho do animal, variando também conforme o número de vértebras. A medula espinhal é formada por um manto de substância branca envolvendo um músculo de substância cinzenta. A cor branca é devida a presença de numerosas fibras mielínicas, enquanto que a cinzenta é constituída por corpos de neurônios. (ALVEZ, 2011) - Encéfalo: a porção do SNC contida na cavidade craniana. O estudo de sua morfologia externa será iniciado pelo bulbo, que é a sua porção mais caudal. - Bulbo: é a porção do SNC derivado da miolencéfalo. Apresenta-se como uma continuação direta do extremo cranial da medula espinhal, rostralmente limita-se com a ponte. A morfologia geral do bulbo assemelha-se a de um cone, achatado dorsoventralmente e com a base voltada para a ponte. No bovino adulto suas dimensões são de 4 cm de comprimento e 3 cm de largura. O bulbo repousa sobre a porção basilar do osso occipital e sal face dorsal apresenta-se quase que inteiramente coberta pelo cerebelo. (ALVES, 2011) - Ponte: é derivada do metencéfalo, vista ventralmente, apresenta-se como uma larga cinta disposta transversalmente cranialmente ao bulbo e caudalmente ao mesencéfalo. (ALVES, 2011) Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da respiração, além de ser um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro a medula. (CAMPOS, 2011) Nos animais domésticos ao contrário do homem, a ponte alcança um desenvolvimento apenas razoável. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 37 - Mesencéfalo ou Ístmo: juntamente com o bulbo e a ponte constituem o tronco encefálico, e constituído por uma parte dorsal, o teto, e uma central, representada pelas redúnculos cerebrais. (ALVES, 2011) O mesencéfalo é responsável por algumas funções como a visão, audição, movimento dos olhos e movimento do corpo. - Cerebelo: deriva como a ponte, do metencéfalo e faz parte, juntamente com cérebro, do sistema nervoso suprasegmentar. Está situado sobre a face dorsal do mesencéfalo, ponte e bulbo, aos quais está ligado pelos pedículos cerebrais. (ALVES, 2011) O cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular. (CAMPOS, 2011) - Cérebro: Compreendem duas grandes massas irregulares ovoides, os hemisférios cerebrais de origem telencefálica. Os dois hemisférios estão incompletamente separados, ao nível do plano sagital mediano, por uma espessa camada de fibras nervosas dispostas transversalmente, o corpo caloso, que constitui importante meio de união entre os hemisférios. (ALVES, 2011) Caudalmente, os hemisférios cerebrais estão separados do cerebelo pela fissura transversa do cérebro. Como no cerebelo, cada hemisfério cerebral é formado por um núcleo de substância branda, envolvida por uma camada de substância cinzenta, e córtex cerebelar. A superfície do córtex apresenta-se caracteristicamente marcada por um grande número de depressões, os sulcos, os quais delimitam elevações sinuosas denominadas giros. O número de desenvolvimento destes sulcos e giros variam entre as espécies Domésticas, devendo ser lembrado que as aves não as possuem. Os núcleos da base são massas de substâncias cinzentas situadas no interior de cada hemisfério cerebral. O cérebro pode ser dividido em lobos correspondendo cada um do osso craniano correspondente. (ALVES, 2011) O encéfalo nos animais domésticos mostra um desenvolvimento rápido até a puberdade e permanece quase que invariável depois deste momento. De uma maneira geral o encéfalo de um equino adulto pesa em torno de 100 – 700 g., de um bovino 400 - 550 g., de um suíno 90 – 160 g., e de um canino nas mesmas condições 30 – 180 g. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 38 - Meninges: O SNC, ou seja, o encéfalo e medula espinhal são envolvidas e protegidas por camadas de tecido não nervoso, é sim conjuntivas denominadas meninges. Estas camadas são do exterior para o interior, Dura Máter, a Aracnoide e a Pia Máter. A dura máter e a membrana externa, resistente, que envolve todo o SNC. O espaço entre a dura máter e a parede do canal vertebral constitui a cavidade epidural, preenchida por tecido adiposo e plexos venosos. A aracnoide é a túnica média, sendo formada por um folheto colado à dura máter e por uma rede de trabéculas muito delicadas, que vão se prender na pia máter. Entre a dura máter e a aracnoide permanece um espaço virtual, a cavidade ou espaço subdural, preenchida por uma fina película de líquido. Abaixo da aracnóide,entre esta e a pia máter, encontra-se o espaço subaracnóideo, onde circula o líquor. A pia máter é a membrana interna, delgada e em estreito contato com os componentes do SNC. (ALVES, 2011) - Líquor: ou líquido cérebro espinhal, é um líquido de composição química pobre em proteínas, que circula nos ventrículos com suas intercomunicações e espaço subaracnóide. É produzido por formações especiais os plexos coroides localizados ao nível dos ventrículos. Tem como função, proteção aos órgãos do SNC, agindo como amortecedor de choques. O líquor pode ser retirado do espaço subaracnóide, através de punções feitas nos espaços interarcuais: occipitoatlantico, lombo-sacral, sacrococcígeo e o estudo de sua composição podem ser valiosos para o diagnóstico de várias enfermidades. (ALVES, 2011) Sistema Nervoso Periférico O sistema nervoso periférico compreende todos os órgãos nervosos com exceção do encéfalo e medula espinhal. É um elo de comunicação entre os meios exterior e interior com o SNC, sendo constituídos de nervos (cranianos espinhais), gânglios e terminações nervosas. (ALVES, 2011) - Nervos: São cordões formados por fibras nervosas que unem o SNC aos órgãos periféricos. As fibras nervosas estão organizadas em feixes e são mantidas unidas por tecido conjuntivo. O calibre dos nervos varia com o número e calibre das fibras nervosas que os formam e com a quantidade de tecido conjuntivo associado. O estroma conjuntivo dos nervos está organizado em 3 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 39 túnicas: epinervo (envolve o nervo como um todo), perinervo (envolve cada feixe de fibras nervosas) e endonervo (envolve cada fibra nervosa). (ALVES, 2011) - Nervos cranianos: Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos. (CAMPOS, 2011) Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos. FONTE: CAMPOS, 2011. - Nervos espinhais: São aqueles originados ao nível da medula espinhal. Seu número varia entre as espécies domésticas de acordo com o número de segmentos medulares de onde originam, sendo 42 pares no equino, 37 pares nos ruminantes, 33 pares no suíno e 36 a 37 pares nos caninos. De acordo com a região da medula espinhal onde se originam classificam-se em nervos espinhais cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos. (ALVES, 2011) A tabela abaixo resume a distribuição dos nervos espinhais nas diferentes espécies: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 40 FONTE: ALVES, 2011. Se originam da substância cinzenta da medula espinhal e emergem do canal, vertebral, ou seja, dos forames intervertebrais e logo em seguida se dividem em dois ramos, dorsal e ventral. Os ramos ventrais se distribuem na pele, músculos e estruturas associadas das porções látero-ventrais do pescoço, tronco e membros. - Gânglios: São acúmulos de corpos de neurônios fora do SNC apresentado geralmente como uma dilatação. Enquanto, que os acúmulos de corpos de neurônios no SNC se denominam núcleo. (ALVES, 2011). - Terminações nervosas: Existem nas extremidades de fibras sensitivas e motoras. Nas fibras motoras o exemplo mais típico é a placa motora das fibras sensitivas as terminações nervosas são estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou interior do corpo. Assim, os cones e bastonetes da retina são estimulados apenas elos raios luminosos. Os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras. Na pele e mucosa existem receptores especializados para os agentes causadores de calor, frio, pressão, tato, enquanto que as sensações dolorosas são captadas por terminações nervosas livres, isto é, não há uma estrutura receptora especializada para este tipo de estímulo. Quando os receptores sensitivos são estimulados originam impulsos nervosos que caminham pelas fibras em direção ao SNC. (ALVES, 2011) 9 SISTEMA DIGESTIVO Para que o organismo se mantenha vivo e funcionante é necessário que ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Muitos alimentos para CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 41 que sejam absorvidos e assimilados precisam ser solúveis e sofrer modificação química, os órgãos que constituem o sistema digestório são especialmente adaptados para que estas exigências sejam cumpridas. Assim suas funções são as de apreensão, mastigação, deglutição, digestão, absorção dos alimentos e expulsão dos resíduos. (ALVES, 2011) O sistema digestório compõe-se do canal alimentar, que se prolonga desde a boca até o ânus e também inclui glândulas anexas, glândulas salivares, o fígado e o pâncreas, cujas secreções digestivas penetram o canal alimentar. (KÖNIG; LIEBICH, 2016) Se divide em: - Sistema digestório cefálico: cavidade bucal e faringe; - Sistema digestório anterior: esôfago e estômago; - Sistema digestório médio: intestino delgado; - Sistema digestório terminal: intestino grosso. FONTE: KÖNIG; LIEBICH, 2016 Boca É a primeira parte do aparelho digestório. O termo boca designa não apenas a cavidade e suas paredes, como também as estruturas acessórias que nela se projetam, como dentes, língua, e drenam, como no caso as glândulas salivares. A boca tem como principais funções à preensão, a mastigação e a salivação de alimentos. Na maioria das espécies (exceto: equino), funciona como uma via aérea, quando o fluxo através do nariz encontra-se diminuído. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 42 A cavidade bucal tem início entre os lábios e continua na faringe. É dividida pelos dentes e bordas maxilares em uma parte externa, vestíbulo, limitado pelos lábios e bochechas e uma interna, a cavidade bucal propriamente dita. Nos equinos é uma cavidade cilíndrica que, quando está fechada, está totalmente preenchida pelas estruturas nelas contidas; resta um pequeno espaço entre a raiz da língua, palato mole e a epiglote, denominada orofaringe. Já nos ruminantes o vestíbulo é espaçoso; nos suínos, a cavidade bucal propriamente dita é relativamente profunda, sendo o comprimento influenciado pela raça. (CAMPOS, 2011) Os lábios são duas pregas músculo membranosas que circundam o orifício da boca. O lábio superior, denominado lábio maxilar, une-se com o lábio inferior, lábio mandibular nas comissuras labiais. (ALVES, 2011) Em algumas espécies como a equina, os lábios são utilizados para coletar o alimento e introduzi-lo na boca; para esta finalidade devem ser sensíveis e móveis. Nos bovinos, os lábios são muito grossos e incomparavelmente imóveis. O meio do lábio maxilar e a superfície entre as narinas estão desprovidas de pêlos e denominados de plano nasolabial. Os lábios dos caprinos e ovinos são finos e móveis; o lábio maxilar é marcado por um filtro evidente, sendo fora isso coberto por pêlos. Nos suínos, o lábio superior, grosso e curto, está unido ao focinho; o lábio inferior é pequeno e pontudo. Os lábios não são dotados de muita mobilidade. (CAMPOS, 2011) As bochechas formam os lados da boca e são contínuas rostralmente com os lábios. Tendem a ser mais amplas nos herbívoros. A língua é um órgão muscular situado no assoalho da boca. Está fixada por músculo ao osso hioide, à mandíbula e à faringe. Nos ruminantes ela tem importante função na apreensão de alimentos, além das funções na gustação, tato, mastigação, deglutição e sucção comuns aos demais animais. O dorso da língua está coberto por uma série de projeções da mucosa, denominadas pupilas linguais com funções gustativas e mecânicas. Dentre as pupilas linguais gustativas destacam-se valadas e fungiformes e as mecânicas: filiformes e lenticulares. Os caninos, equinos e suínos apresentam ainda as papilas folhadas com funções gustativas. (ALVES, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 43 Os dentes são estruturas esbranquiçadas, duras, constituídas principalmente de tecidoscalcificados e que têm a função de aprender, cortar e triturar os alimentos. Estão implantados parcialmente nos alvéolos dos ossos incisivos (exceto nos ruminantes), maxila e mandíbula. Em cada dente distinguem-se 3 partes: raiz (implantada no alvéolo), coroa (entre as precedentes). Faringe A faringe é a parte do sistema digestório situada por detrás das cavidades nasal e bucal seguida caudalmente pela laringe e esôfago. O ar e o alimento passam através da cavidade faríngea. O ar, durante a respiração, passa de um sentido rostrodorsal para caudoventral e vice-versa, enquanto durante a entrada dos alimentos, o bolo alimentar terá um trajeto rostroventral para caudodorsal através da cavidade faríngea. Portanto as passagens de ar e de alimentos cruzam-se na cavidade faríngea, e é tarefa da faringe direcionar adequadamente o ar e os alimentos para evitar engasgamento. (CAMPOS, 2011) Esôfago É um longo tubo músculo-membranoso que continua a faringe e é continuado pelo estômago apresentando porções cervical, torácica e abdominal. O esôfago situa-se dorso-lateralmente a esquerda da traqueia, isso no terço distal do pescoço e tem que atravessar o músculo diafragma para atingir o abdome. O lume do esôfago aumenta por ocasião da passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura lisa de sua parede (movimentos peristálticos). (ALVES, 2011) No equino, o esôfago tem cerca de 125 – 150 cm de comprimento, e apresenta três segmentos: cervical (10 a 15 cm), torácico (56,5 – 66 cm) e abdominal (2 – 3 cm). No bovino mede de 90 a 105 cm e não apresenta o segmento abdominal, pois o estômago está em contato com o diafragma. Em pequenos ruminantes tem aproximadamente 45 cm, com diâmetro de 2 cm. No suíno, o esôfago é curto e quase reto. Ele possui calibre potencial no adulto de quase 7 cm, em qualquer extremidade e de cerca de 4,2 cm em sua parte média. (CAMPOS, 2011) Estômago CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 44 O estômago, interposto entre o esôfago e no intestino delgado, é a parte dilatado do aparelho digestivo onde os alimentos são armazenados temporariamente e se inicia a digestão de proteínas e tem início a emulsificação de gorduras. (CAMPOS, 2011) Um estômago inteiramente revestido por uma mucosa glandular coberta por um epitélio cilíndrico é encontrado nos carnívoros e no homem; um estômago em que a mucosa é desprovida de glândulas é revertido por epitélio estratificado pavimentoso estendendo-se até a cárdia é encontrado no suíno, equino e ruminante. No equino, a capacidade gástrica varia de 8 a 15 litros. No suíno é de 5,7 a 8 litros e quando cheio, seu eixo maior é transversal e sua curvatura maior estende-se caudalmente no assoalho do abdome, um pouco mais à frente do que a metade da distância entre a cartilagem xifoide e o umbigo. (CAMPOS, 2011). Estômago dos ruminantes Ocupa quase 3⁄4 da cavidade abdominal. Ele preenche a metade esquerda da cavidade, excetuando-se o pequeno espaço ocupado pelo baço e parte do intestino delgado e estende-se para dentro da metade direita. São quatro compartimentos: o rúmen, o retículo, o omaso e o abomaso. Os três primeiros compartimentos são aglandulares (pré-estômagos ou pró-ventrículos), enquanto o abomaso é glandular. (CAMPOS, 2011) A capacidade do estômago varia grandemente com a idade e o tamanho do animal. No bovino de tamanho médio a capacidade é de 52– 68 kg, mas o limite extremo é de 104 kg. No bezerro recém-nascido o rúmen e o retículo, em conjunto possuem cerca da metade da capacidade do abomaso, e permanecem em colapso e sem funcionamento enquanto a dieta for limitada a leite. Nos ovinos e caprinos a capacidade do estômago é de 7-8 kg e o rúmen e o omaso são relativamente pequenos. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 45 FONTE: CAMPOS, 2011. - Rúmen: É a maior parte do proventrículo e ocupa quase todo o antímero esquerdo da cavidade abdominal. A sua mucosa apresenta-se de cor marrom escuro e com numerosas papilas. De tamanho e forma variada. (ALVES, 2011) -Retículo: É o mais cranial e o menor nos quatro compartimentos nos bovinos, está localizado entre a 6ª e 7ª ou 8ª costelas. É importante que o retículo esteja em contato com o diafragma, o qual, por sua vez, está em contato com o pericárdio e os pulmões. (CAMPOS, 2011) Nos caprinos e ovinos é relativamente maior que nos bovinos. A mucosa do retículo lembra favos de mel. Quando o órgão está muito repleto, as figuras geométricas podem ser visualizadas através da camada serosa a olho nu. -Omaso: Tem forma arredondada nos bovinos e ovoides nos pequenos ruminantes. A sua mucosa forma inúmeras pregas longitudinais semelhantes às folhas de um livro, denominadas lâminas do omaso. (ALVES, 2011) Ele é claramente separado dos demais compartimentos situa-se principalmente a direita do plano mediano, oposto da 7ª à 11ª costelas. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 46 O omaso dos ovinos e caprinos é bem menor que o reticulo, sua capacidade sendo de apenas 300 ml. Está situado a direita do plano mediano e não está em contato com o assoalho abdominal. -Abomaso: Corresponde ao estômago dos demais mamíferos domésticos. Tem forma de um saco delgado, e situa-se no assoalho da cavidade abdominal à direita do plano mediano. A mucosa do abomaso é lisa e aveludada apresentando pregas no sentido longitudinal, denominadas pregas espirais. (ALVES, 2011) O abomaso nos caprinos e ovinos é relativamente maior e mais longo que nos bovinos. Intestinos O intestino começa no piloto e continua até o ânus. Divide-se em intestino delgado e intestino grosso, partes que nem sempre diferem tanto em calibre quanto seus nomes sugerem. Contudo, o limite torna-se evidente pela excrescência de um divertículo cego, o ceco, na origem do intestino grosso. (CAMPOS, 2011) O intestino delgado é constituído de três partes, o duodeno, que é curto e bem firmemente fixo em posição, o jejuno e o íleo, que são sustentados pelo grande mesentério. Seu comprimento está sujeito a grandes variações raciais e individuais, variando de 30 a 50 cm nos bovinos, 20 a 40 cm nos pequenos ruminantes. E aproximadamente 25 cm nos equinos. O duodeno é o primeiro segmento do intestino delgado. Abraça a cabeça do pâncreas e nele desemboca o ducto colédoco que traz a bile e o ducto pancreático, que traz a secreção pancreática, que auxiliam na digestão jejuno íleo. O jejuno e íleo são as duas porções finais do intestino delgado e o limite entre ambas não é nítido. É o jejuno que se inicia o mesentério. A porção final CURIOSIDADE!! O conteúdo alimentar difere: no rúmen e retículo tem aspectos similares, sendo assim aparência grosseira e úmida, no último entretanto as fibras são menores e mais úmida. No omaso, o conteúdo já é mais seco e no abomaso assemelha-se a um “mingau” fino. (CAMPOS, 2011) CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 47 do íleo desemboca no intestino grosso em um ponto que marca o limite entre o cécum e o cólon (óstio ileal). (ALVES, 2011) O intestino grosso também compreende três partes: ceco, colon e reto. O reto une-se ao curto canal anal que leva ao exterior, mas este canal não faz parte do intestino no sentido estrito. O ceco é uma estrutura tubular de fundo cego, possui comprimento médio de 75 cm e diâmetro de 12 cm no bovino, e um comprimento de 30 cm e diâmetro de 8 cm nos caprinos e ovinos. A capacidade é de cerca de 3,5 kg nos bovinos e de 700 g nos pequenos ruminantes. (CAMPOS, 2011) O cólon é a maior parte do intestino grosso, medindo de 6 a 13 metros de comprimento nos bovinos, 3 a 7 metros nos pequenos ruminantes e cerca de 7 metros nos equinos. Já o reto é a porção final do tubo digestório que se abre no ânus. É muito filatável e seu comprimento varia de 20 a 30 cm nos bovinos, 10 a 15 cm nos pequenos ruminantes e 30 cm nos equinos.
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