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Curso de Graduação Online | UNISUAM PEDAGOGIA Avaliação Educacional UN ID AD E 1 http://www.unisuam.edu.br Apresentação da Disciplina Fonte: Freepik Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 2 "Seja bem-vindo à diSciplina avaliaÇÃo edUcacional" Bem-vindo à disciplina Avaliação Educacional, que tem por objetivo possibilitar ao educando a compreensão sobre o ato de avaliar e suas interfaces no contexto educacional. Esta disciplina está estruturada em 4 unidades, a saber: Unidade 1 - A contextualização Histórica de Avaliação Educacional Unidade 2 - Definição e a Construção da Avaliação Unidade 3 - Funções da Avaliação Educacional e Institucional Unidade 4 - Avaliação da Aprendizagem Ao longo de cada unidade sugerimos leituras a partir de links para textos e vídeos. Desejamos a você um ótimo estudo! 3 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Nesta unidade, abordaremos a contextualização histórica da avaliação educacional, sua evolução, seu enfoque, seus objetivos e efeitos. Abordaremos também os tipos de avaliação para enriquecimento do que será apreendido até aqui. E, para facilitar o seu aprendizado, esta unidade está estruturada em cinco tópicos: T1. Campo da Avaliação: evolução, enfoques e definição T2. Objetivos e Efeitos da Avaliação T3. A Evolução da Avaliação no Brasil T4. Funções do Processo Avaliativo T5. A Avaliação na Educação Infantil Fonte: Colégio Visconde de Porto Seguro Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 4 1 T1 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Ao final, você será capaz de: • Reconhecer o conceito de avaliação educacional, suas principais abordagens e estratégias; • Reconhecer a história da avaliação no Brasil e no mundo e como a evolução da avaliação vem acontecendo na educação Infantil. Desejamos que este curso possibilite a construção de ferramentas que oportunizem a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Então, vamos iniciar nossa aula, com temas instigantes para um complemento do conhecimento. Então, vamos lá! Campo da Avaliação: evolução, enfoques e definição A avaliação é uma prática cotidiana. Seja ela de forma espontânea, ou a que envolve emoções e sentimentos, ela está sempre presente e tem o julgamento de valor do outro e de nós mesmos. Do que estamos fazendo e o resultado dessas ações. Seja em ambiente familiar, profissional ou afetivo. A avaliação é um componente que colabora para o desenvolvimento humano e para a perpetuação de valores e paradigmas previamente estabelecidos pela sociedade. Você avalia o tempo todo, pois é assim que existe a relação com o mundo. A palavra avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuição de valores sobre o objeto a ser analisado. Porém, a compreensão de avaliação do processo ensino-aprendizagem tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos. A avaliação se faz presente em todos os domínios da atividade humana. O “julgar”, o “comparar”, isto é, “o avaliar” faz parte de nosso cotidiano, seja através das reflexões informais que orientam as frequentes opções diárias ou, formalmente, através da reflexão organizada e sistemática que define a tomada de decisões (DALBEN, 2005, p. 66). 5 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional A Evolução da Avaliação A avaliação vem se transformando ao logo da história. Guba e Lincoln (1989 apud FIRME, 1994) descreveram que a partir do início do século XX, ela vem atravessando pelo menos quatro gerações, denominadas: mensuração, descritiva, julgamento e a última, negociação. Conheça como funciona cada uma delas. Definição de Avaliação Atualmente, alguns educadores conseguiram modificar a percepção sobre a avaliação e já percebem que a ampliação do conhecimento do aluno não se dá em apenas um determinado momento; além disso, percebem as peculiaridades de cada indivíduo. Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 6 Conheça a definição de avaliação na percepção de diferentes autores renomados: Meirieu A avaliação não é tudo; não deve ser o todo, nem na escola nem fora dela; e se o frenesi avaliativo se apoderar dos espíritos, absorver e destruir as práticas, paralisar a imaginação, desencorajar o desejo, então a patologia espreita-nos e a falta de perspectivas, também (MEIRIEU, 1994) Hoffmann O fenômeno da avaliação é indefinido, de tal maneira que o termo vem sendo utilizado com diferentes significados, relacionado à prática avaliativa tradicional: prova, conceito, boletim, recuperação e reprovação. Dar nota é avaliar, e o registro de notas denomina-se avaliação. Ao mesmo tempo outros significados são atribuídos ao termo, tais como análise de desempenho e julgamento de resultado. E mais... A avaliação é essencial à educação. Inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. Um professor que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido indagativo, investigativo, do termo, instala sua docência em verdades absolutas, pré-moldadas e terminais (HOFFMAN, 1994). Belonni A avaliação constitui-se num processo sistemático de análise de uma atividade, fatos ou coisas que permite compreender, de forma contextualizada, todas as suas dimensões e implicações, com vistas a estimular seu aperfeiçoamento (BELONNI, 2000). Perrenoud A avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. A avaliação é um processo que deve estar a serviço das individualizações da aprendizagem (PERRENOUD, 1999). Luckesi Avaliar x Examinar (uma questão histórica). Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória, nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. Examinar é classificatório e seletivo, e por isso mesmo, excludente, já que não se destina à construção do melhor resultado possível, e sim à classificação estática do que é examinado. São situações opostas entre si, porém, nossos professores, em seu cotidiano, não percebem tal distinção e quando dizem que estão avaliando, na verdade estão examinando (LUCKESI, 2000). 7 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Mendéz Ressalta que, no âmbito educativo, a avaliação deve ser entendida como atividade crítica de aprendizagem, porque se assume que avaliação é aprendizagem no sentido de que por meio dela adquirimos conhecimento. Já Cipriano Carlos Luckesi define a avaliação da aprendizagem como “um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo (MENDÉZ, 2002). Luckesi (2000) menciona que a prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a busca do melhor de todos os educandos, por isso é diagnóstica, e não voltada para a seleção de uns poucos, como se comportam os exames. Concluímos que qualquer tipo de avaliação, seja ela pessoal ou da aprendizagem, tem o fundamental papel de tomada de decisão para a melhoria da qualidade. Seja de relações ou de ensino, situando a necessidade de regulações constantes para encontrar parâmetros que possam estabelecer quais as melhores formas de agir, para atingir o indivíduo, de modo que ele consiga agregar da melhor maneira, o que se deseja transmitir, para a sua sobrevivência na sociedade. Objetivos e Efeitos da Avaliação Nesta aula traduziremosqual o objetivo da avaliação e qual o efeito que isso causa em quem é avaliado e como alguns autores descrevem esses objetivos, para que você, aluno, possa compartilhar dessa experiência e assim, conseguir fazer a sua própria definição do que é avaliar. T2 Fo nt e : F re e p ik Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 8 Pinto et al. (2016) em seu estudo sobre meta-avaliação do processo de avaliação institucional mencionam que a avaliação: [...] traz em sua essência uma concepção diagnóstica. Por meio da avaliação é possível saber se os objetivos traçados foram atingidos de forma parcial ou integral, se as ações realizadas e os serviços prestados promoveram resultados satisfatórios às demandas dos envolvidos ou beneficiados; enfim, se o objeto avaliado revelou seu mérito e seu valor (SCRIVEN, 1991). Em outras palavras, busca-se saber se o objeto avaliado atende aos critérios estabelecidos pelos avaliadores, ou ainda, sugeridos pelos interessados nos resultados da avaliação (ELLIOT, 2011) (PINTO et al., 2016, p. 1). Objetivos da Avaliação A avaliação, de um modo geral, tem por objetivo auxiliar quem está avaliando, dando suporte ao avaliado para seu crescimento e na sua integração consigo mesmo, ajudando-o na apropriação dos conteúdos significativos (conhecimentos, habilidades, hábitos, convicções). Apresenta-se, então, como um meio constante de fornecer suporte no que se refere ao processo de assimilação dos conteúdos e/ou seu processo de constituição de si mesmo como cidadão. Em suma, o objetivo da avaliação é permitir a tomada de decisão mais adequada, tendo em vista o autodesenvolvimento do indivíduo. Os ObjetivOs da avaliaçãO fOrnecem supOrte nO prOcessO de assimilaçãO dOs cOnteúdOs Fo nt e : A ch ie ve 9 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Em contrapartida, a avaliação responde a uma necessidade social. E na escola não é diferente. Ela recebe o mandato social de educar quem ali é matriculado, e assim, obtém de quem foi contratado para educar a conduta aprendida e desenvolvida pelo educando. Assim, o histórico escolar serve como testemunho social do que a instituição dá ao coletivo sobre a qualidade do desenvolvimento do indivíduo. Por conta dessa situação, existe a necessidade de se aliarem, educador e educando, no processo de construção da aprendizagem. Temos, então, dois objetivos; o primeiro, como suporte a quem está avaliando, e o segundo como verificador do que supostamente deve ser aprendido pela sociedade e que será transformado em medição individual. Concluindo, a avaliação dentro do contexto escolar deve auxiliar o desenvolvimento pessoal do educando, e também responder à sociedade pela qualidade do trabalho realizado na instituição. conceitos sobre Objetivos da avaliação A avaliação não é algo isolado e está sempre vinculada a um projeto ou um conceito teórico. Assim, a avaliação é determinada pelas concepções que fundamentam a proposta de ensino, como afirma Caldeira (2000, p. 122): A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma; está delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada prática pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e, consequentemente, de ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica. Vários autores teorizam a respeito de quais são os objetivos da avaliação. O importante é sabermos adequá-las a cada situação e, assim, agirmos da melhor maneira possível em relação ao objeto estudado. Fonte: Guiame.com.br deve-se escOlher a melhOr fOrma de adequar O cOnceitO dOs ObjetivOs da avaliaçãO aO ObjetO de estudO Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 10 Para eles, os objetivos da avaliação podem ser para: Obtenção de informações Os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão” (MIRAS; SOLÉ, 1996, p. 375). Valorização do que foi aprendido A avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação é um processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o indivíduo revelou ter aprendido durante o desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem (NÉRICI, 1977). Melhorar o ensino-aprendizagem A avaliação pode ser considerada um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’ (BLOOM; HASTINGS; MADAUS, 1975). Correlação do grau aprendido com o grau de avaliação esperado Bobbit e Tyler (1974) apontam como critérios importantes para instrumentos de avaliação: a objetividade, a fidedignidade e a validade, ou seja, o grau de correlação com o grau de avaliação esperado. Um de seus pensamentos: “qualquer meio de obter dados sobre as espécies de comportamento representadas pelos objetivos educacionais da escola ou faculdade é um procedimento apropriado de avaliação” (BOBBIT; TYLER, 1974, p. 101). Os Efeitos da Avaliação A avaliação educacional é utilizada para definir objetivos específicos, que correspondem à atividade que se deve observar na avaliação. Fonte: Taringa! Os ObjetivOs da avaliaçãO devem gerar efeitOs aO prOgressO educaciOnal 11 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Alguns critérios como a objetividade, a fidedignidade e a validade são importantes para instrumentos de avaliação. Espera-se que, assim, os resultados sirvam para: • comparação entre o anterior e o atual, se aconteceu algum progresso educacional para uma análise nas melhorias que deverão ser realizadas; • levantamento de hipóteses ou explicações para promover uma mudança e constatar se realmente são aceitáveis. Esteban (2002) menciona que: a avaliação foi sendo trabalhada como uma prática que traz ao mesmo tempo os saberes e os não-saberes de quem ensina e de quem aprende, mostrando que não é só a professora quem ensina, nem é só o/a aluno/a quem aprende. Avaliando as crianças, as professoras também se avaliam”. Essa afirmativa de que aluno ensina ao aprender e que professor aprende ao ensinar é uma conclusão que Paulo Freire já havia chegado há algumas décadas e, que revolucionou a relação professor/aluno (ESTEAN, 2002, p. 137). Alguns critérios importantes no processo de avaliação: • Tem que ser benéfico; • Deve ser isento de parcialidade, justo e uniforme; • Deve ser global; • Deve ser eficaz na produção e mudanças no comportamento; • Deve estar ao alcance dos alunos; • O processo de avaliação deve ser aberto; • As conclusões finais devem ter certa validade e longo prazo. • Deve ser praticável e não deve ser incômodo e inútil. Clique no link abaixo e leia o artigo de Maria Tereza Esteban que trata dos desafios da avaliação no processo ensino-aprendizagem. Boa Leitura! http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 2 4 7 8 2 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 & s c r i p t = s c i _ abstract&tlng=pt saiba mais? Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 12 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100011&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100011&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100011&script=sci_abstract&tlng=pt A Evolução da Avaliação no Brasil Para falarmos da avaliação no Brasil, vamos recordar um pouco de como ela foi se firmando por meio dos tempos. Milênios atrás, chineses e gregos já criavam critérios para selecionar indivíduos para assumir determinados trabalhos (DIAS, 2002). Soeiro e Aveline (1982) também destacaram o tipo de avaliação em cada época da história, a saber: Na Idade Média, os alunos que completavam o bacharelado precisavamser aprovados em um exame para poder ensinar e os mestres só recebiam o título de doutor se lessem publicamente o Livro das Sentenças de Pedro Lobardo ou posteriormente se defendessem tese. Outra forma de avaliação era realizada por meio de exercícios orais utilizados pelas universidades medievais e mais tarde pelos jesuítas. T3 13 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Os exercícios orais, que se tem na história como sinal de primeiro sistema de avaliação da aprendizagem escolar, começaram com o ensino jesuítico, que permaneceu no Brasil por 210 anos (de 1549 até 1759). Sua característica era uma postura tradicional com o foco no professor e levava o aluno a uma prática que o distanciava da convivência com a sociedade, no que se refere às práticas da vida cotidiana. Sobre essa questão Libâneo diz: Os objetivos, explícitos ou implícitos, referem-se à formação de um aluno ideal desvinculado com a sua realidade concreta. O professor tende a encaixar o aluno num modelo idealizado de homem que nada tem a ver com a vida presente e futura. A matéria de ensino é tratada separadamente, isto é, desvinculada dos interesses dos alunos e dos problemas reais da sociedade e da vida (LIBÂNEO, 1994, p. 64). Breve Histórico da Avaliação da Aprendizagem no Brasil O período do Império, época marcada pelas mudanças históricas tanto na política como no processo educativo, foi o início da formação de professores para as escolas primárias. Assim, as formas avaliativas quase nunca eram realizadas. No período republicano, uma avaliação da aprendizagem formou-se de forma sistemática: Educandos avaliados constantemente com a realização de provas (orais, escritas e práticas), restringindo a avaliação em aprovação e reprovação. Porém, em 1904, a avaliação passou a ser sistematizada a partir de notas que iam de 0 a 5. Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 14 Na Primeira República, iniciou em 1920 trazendo discussões sobre o formato do ensino tradicional limitado à elite e pautado na aprendizagem de forma mecânica. A partir de 1932, com o Manifesto dos Pioneiros, que tinha entre seus idealizadores Anísio Teixeira, a luta por uma escola democrática que contemplasse toda população ganhou mais força. A Escola Nova apresentou a proposta em que os professores tivessem como parâmetro os interesses dos alunos, tornando-se assim facilitadores, ao invés de apenas transmissores de conteúdos. Desse modo, o sistema avaliativo era feito de forma subjetiva, permitindo que o aluno tivesse autonomia sobre sua formação. Funções do Processo Avaliativo Ferreira (2002) nos dá uma dimensão sobre as funções da avaliação, amplamente difundida no meio educacional por Bloom1, que descreveu a avaliação como “um processo constante, destinado a fornecer ao aluno e ao professor um feedback contínuo quanto à sua eficiência, à medida que avançam na hierarquia do ensino (IDEM, 2002, p. 100). 1 Taxonomia dos Objetivos Educacionais, também popularizada como Taxonomia de Bloom, é uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais. Foi resultado do trabalho de uma comissão multidisciplinar de especialistas de várias universidades dos Estados Unidos, liderada por Benjamin S. Bloom, no ano de 1956 Leia o artigo de Luckesi que trata do conceito e prática da avaliação da aprendizagem. Para isso, clique no link abaixo. Boa Leitura! http://www.educacaopublica.rj.gov.br/ oficinas/ed_ciencias/avaliacao/avaliacao_ historia.html saiba mais? T4 avaliaçãO cOmO um prOcessO cOnstante para fOrnecer feedback aO dOcente e estudante cOm O ObjetivO de avançar O ensinO 15 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Benjamin_S._Bloom&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/1950 A autora descreve as funções da avaliação, que são classificadas em: diagnóstico, verificação e apreciação. Acompanhe as ideias de outros autores, que também compartilham esse pensamento de Bloom. Função Diagnóstica A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que “proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino- aprendizagem”. Segundo Bloom, esse tipo de avaliação pretende averiguar a posição do aluno em face de novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes. Função Formativa Haydt (1995, p. 17) define a função da avaliação formativa como a que permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas. Representa o principal meio pelo qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Fonte: Soescola.com avaliaçãO diagnóstica tem a funçãO de cOnstatar Os cOnhecimentOs préviOs que O estudante pOssui em face as nOvas aprendizagens Fonte: Bikain Akademia a avaliaçãO fOrmativa fOrnece O rendimentO da aprendizagem nO decOrrer das atividades escOlares Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 16 Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. Para Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar correção e recuperação. Essa avaliação pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução. Função Somativa Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378): determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. Pode ser chamada também de função creditativa, com o propósito de classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento. Nessa função, pretende-se aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativo e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares. avaliaçãO sOmativa tem a funçãO de classificar Os alunOs aO final de um períOdO Clique no link abaixo para ler o artigo Taxonomia de Bloom que trata dos domínios de aprendizagem, de Benjamin S. Bloom. h t t p s : //c l a u d i o m o re i r a .wo rd p re s s . com/2009/10/08/taxonomia-de-bloom- dominios-de-aprendizagem/ saiba mais? Fonte: UniVantage Advisors 17 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional A Avaliação na Educação Infantil Para ampliar a temática sobre sistemas de avaliação, agora falaremos da que enfoca a educação básica. Para a educação básica, os sistemas de avaliação devem estar voltados, assim como afirma Gama (1994), para a teoria das inteligências múltiplas de Garden. Como uma abordagem que abre novas possibilidades em educação, propondo perspectivas originais para a avaliação de indivíduos e oferecendo opções que permitem aos educandos realizações pessoais em várias áreas do saber. T5 Fo nt e : P si co n lin ew s Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 18 A Prática da Avaliação na Educação A importância dessa discussão está em provocar uma reflexão em torno dos dois aspectosque envolvem a prática de avaliação, que são por sua vez, respaldados pela própria legislação: um no que tange ao aspecto quantitativo e outro que considera o qualitativo. Defende-se a premissa de que ambos os aspectos podem se complementar no decorrer do processo ensino-aprendizagem, desencadeando a construção do conhecimento dos discentes. Tendo em vista um Projeto Político Pedagógico comprometido com uma concepção emancipatória, é necessário admitir que o aspecto quantitativo da avaliação deva complementar o qualitativo, entendendo que ambos são necessários e integram o processo de escolarização e formação do aluno. então, como avaliar na educação básica? A escolha de como avaliar deve ser feita de forma criteriosa e com objetividade e deve integrar todo um planejamento, ter objetivos claros e não como simples verificador de conhecimentos dos alunos, mas como uma oportunidade de, com base em informações coletadas em vários momentos do processo de trabalho, fazer novas e diferenciadas intervenções, ajustes ou modificações de planos. Além disso, tais planos devem contemplar a definição dos critérios, que serão usados como referência para se preparar os instrumentos adequados para atingir os objetivos propostos na avaliação e no trabalho realizado no dia-a- dia escolar, e para pôr em prática o planejamento, que terá que se adequar às características da classe. Para isso, é importante que o educador faça uma avaliação diagnóstica. Uma questão importante também que se deve levar em consideração diz respeito ao conhecimento que o aluno traz consigo, as informações que ele já possui, assim como as suas habilidades em relação aos conteúdos. O educador deve dar oportunidade para que ele faça uma autoavaliação para despertar nele a capacidade de análise e interpretação do que conseguiu aprender e assim contribuir para a construção de sua autonomia.Clique no link abaixo para conhecer mais sobre a teoria das inteligências múltiplas de Garden que é um contrapeso para o paradigma da inteligência única. Boa leitura! http://www.psiconlinews.com/2015/05/ teoria-das-inteligencias-multiplas-de- gardner.html aprofundando> 19 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional Mudanças nas Práticas Avaliativas Segundo Fusari (1998, p. 44 apud OLIVEIRA, 2012, p. 03): na prática docente atual, o planejamento tem-se reduzido à atividade em que o professor preenche e entrega à secretaria da escola um formulário. Este é previamente padronizado e diagramado em colunas, onde o docente redige os seus “objetivos gerais”, “objetivos específicos”, “conteúdos”, “estratégias” e “avaliação”. [...] É preciso esclarecer que o planejamento não é isto. Ele deve ser concebido, assumido e vivenciado no cotidiano da prática social docente, como um processo de reflexão. Esta reflexão deve estar envolvida pela pesquisa e pela avaliação, buscando o entendimento dos problemas para que se tenha um conhecimento acerca da totalidade, do todo. Com isso haverá o embasamento do pensar e do agir do educador. Diante da sua importância a avaliação precisa ser mediadora e acolhedora para assim acompanhar a criança em todos os momentos e para contribuir com seu avanço rumo à ampliação de seu conhecimento, de si e do mundo, contribuindo para a sua interação e socialização. No acompanhamento do desenvolvimento do educando o educador pode rever e aprimorar o seu trabalho, pois quando a avaliação é bem planejada todos ganham, inclusive o próprio sistema educacional, porque como explica Fernandes (2007, p. 40): “orienta os estudantes acerca dos saberes, das capacidades e das atitudes que eles têm de desenvolver. Entender e realizar uma prática avaliativa ao longo do processo é pautar o planejamento dessa avaliação, bem como construir seus instrumentos, partindo das interações que vão se construindo no interior da sala de aula com os estudantes e suas possibilidades de entendimentos dos conteúdos que estão sendo trabalhados (FERNANDES, 20017, p. 21). Fonte: Freepik acOmpanhar O prOcessO de avaliaçãO da criança cOntribuirá cOm O avançO rumO à ampliaçãO de seu cOnhecimentO Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 20 Assim, percebe-se que a avaliação traz toda uma complexidade para a prática pedagógica e provoca alguns questionamentos quanto a sua conceituação, mas o que fica claro é que ela tem que ser realizada de forma a contribuir para o aprendizado do educando. É também um processo que implica uma reflexão sobre a prática do educador, que deve estar sempre voltada para alcançar o bom desenvolvimento da aprendizagem de seus educandos. Para isso, é fundamental que o educador tenha um novo olhar para avaliar e que o faça levando em consideração alguns critérios, fazendo um bom planejamento, para que não se torne apenas um ato de medir, e deve ter cuidado nos instrumentos utilizados, para que de fato possam colaborar para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Conclusão Chegamos ao final da primeira unidade. Espero que tenha conseguido assimilar todos os conhecimentos apresentados nas aulas. E, seguindo em frente, nos encontramos na segunda unidade. Até lá! Referências BLOOM, B.S., HASTINGS, J.T., MADAUS, G.F. Evaluación del aprendizaje. Buenos Aires: Troquel, 1975. DALBEN, Ângela I. L. de Freitas. Avaliação escolar. Revista Presença Pedagógica. Belo Horizonte, v.11, n.64, jul./ago. 2005. ESTEBAN, Maria Teresa. A avaliação No Processo Ensino/ Aprendizagem: os desafios postos pelas múltiplas faces do cotidiano. Revista Brasileira de Educação. [online]. 2002. Disponível em: < http:// www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100011&script=sci_ abstract&tlng=pt>. Acesso em: 16 mar. 2017. ___________. Pedagogia de Projetos: entrelaçando o ensinar, o aprender e o avaliar à democratização do cotidiano escolar. In: SILVA, J. F.; HOFFMANN, J.; ESTEBAN, M. T. (Orgs.) Práticas Avaliativas e Aprendizagens Significativas: em diferentes áreas do currículo. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2004. Assista ao vídeo “Avaliação: caminhos para a aprendizagem”, de Jussara Hoffman, que trata sobre o significado da avaliação mediadora como um caminho para a aprendizagem. h t t p s : // w w w . y o u t u b e . c o m / watch?v=ln7pcf1Th3M saiba mais? 21 Unidade 01 A Contextualização Histórica de Avaliação Educacional FERNANDES, Cláudia de Oliveira. Indagações sobre Currículo: currículo e avaliação. Brasília, 2007. FERREIRA, Lucinete. Retratos da Avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002. FUSARI, J. C. A Construção do Projeto de Ensino e a Avaliação. Série ideias. São Paulo: FDE, 1998 Secretaria de Educação Básica, 2007. GAMA, M.C. A teoria das inteligências múltiplas ou a descoberta das diferenças. Revista Ensaio. Rio de Janeiro, jan./mar. 1994, vol.1, nº 2, p. 13-20. GUBA, E. G.; LINCOLN, Y. S. Fourth generation evaluation. London: Sage Publications, 1989. HOFFMANN, Jussara. Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Editora Mediação, 1996. ___________. Avaliação na Pré-escola: um Olhar sensível e reflexivo sobre a criança na avaliação na educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2000. ___________. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009. LUCKESI, Cipriano. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Revista Pátio, ano 3, n° 12, p.11, 2000. MEIRIEU, P. Prefácio. In: HADJI, Charles. A avaliação, Regras do Jogo: das intenções aos instrumentos. Tradução Júlia Lopes Ferreira e José Manuel Cláudio. Portugal: Porto editora, 1994. MIRAS, M., SOLÉ, I. A Evolução da Aprendizagem e a Evolução do Processo de Ensino e Aprendizagem. In: COLL, C., PALACIOS, J., MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e Educação: psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. PINTO, Rodrigo S.; MELLO, Simone P. T. de; MELO, Pedro A. Meta- avaliação: uma década do processode avaliação institucional do SINAES. Revista Avaliação. 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