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Oficinas Literárias Acadêmicos 1 Ana Carolina Fernandes Nascimento Bolatto Gabriela Galvão Deitos Hugo Filipe Cruz Raquel Auxiliadora Gomes da Silva Rosane Webber Bonfim Suzemari Webber Tutor Externo 2 Ana Cicília Demétrio RESUMO Este paper tem por objetivo discorrer a importância das oficinas literárias no desenvolvimento da sociedade e comunidade escolar. Abordamos o seu conceito e surgimento; um breve relato sobre sua trajetória. Quais são as suas finalidades e seus valores para os docentes e discentes, sua relação com a afetividade, o lúdico, a facilidade da aquisição da leitura e produção de textos, além de aflorar às expressões de sentimentos antes adormecido. Por outro lado elencamos algumas dificuldades e desafios encontrados nesta metodologia. Exemplificamos em metodologia e métodos como ocorre na prática uma contação de história, como se dá a sua organização e os tipos de oficinas literárias que encontramos. Por fim fazemos um relato sobre a nossa conclusão sobre o tema “Oficinas Pedagógicas”. Palavras-chave: Oficinas literárias, Leitura, Aprendizado. 1. INTRODUÇÃO Este paper é resultado da prática interdisciplinar VII e tem como tema central as “Oficinas pedagógicas” e com enfoque nas Oficinas Literárias, temos por finalidade fundamentar como surgiram essas oficinas, elencando o seu propósito e sua importância para a sociedade. Nosso objetivo é incentivar a produção de oficinas literárias dentro dos espaços escolares; estimular a criatividade e o prazer pela leitura; ressaltar a importância da literatura, salientar a relação que a literatura tem com a afetividade, argumentar sobre esta valorosa ferramenta que resgata a imaginação e a criatividade de docentes e discentes, estimulando o processo de ensino - aprendizagem. 1 Nome dos Acadêmicos 2 Nome do Tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Pedagogia (1831) – Prática do Módulo VII – 10/04/2020 Relatamos como se realiza um plano de ação de uma contação de história e como é feita a organização dos espaços, evidenciando alguns tipos existentes, o seu público alvo e como é constituída a sua formação, além de expor às dificuldades e desafios enfrentados pelos profissionais que trabalham com esta metodologia. Abordamos este tema por metodologia bibliográfica, pois se faz necessário para a fundamentação teórica desta pesquisa, recursos online, explanação com a tutora externa, recursos de multimídia e experiências observadas pelos acadêmicos. 2. OFICINAS LITERÁRIAS; SEU CONCEITO E SURGIMENTO. Com o decorrer dos anos têm se tornado cada vez mais comum ouvirmos falar em oficinas literárias, ou também conhecidas como oficinas de leitura, mas afinal o que seria isso? As oficinas servem como auxiliadoras do processo de ensino aprendizagem, o que acontece é que muitos alunos frequentantes das escolas aprenderam a ler e escrever, mas possuem grandes dificuldades em interpretação e produção textual por exemplo e para sanar esse déficit foram criadas as oficinas literárias. Antes mesmo da existência das oficinas literárias, na cultura de povos antigos era costume das famílias se reunirem em volta de fogueiras, a luz de velas ou até mesmo com lamparinas para contarem suas histórias, que por muitas vezes eram histórias dos próprios antecedentes. Nesta perspectiva, a cultura da contação de histórias surgiu quando o ser humano começou a tentar explicar a vida e o mundo a sua volta. A partir das suas necessidades, os seres humanos, por meio da oralidade, passavam suas vivências, crenças, conhecimentos, experiências para as gerações futuras. Vale ressaltar que a arte de contar história é uma ação viva do ser humano e que ocupa a imaginação até os dias atuais. (MATOS et al 2016, p.5). Porém conforme o passar dos anos e com a chegada das tecnologias essa cultura da contação de histórias foi diminuindo, agora pais e mães trabalham fora para sustentar suas famílias e quando chegam cansados de seus trabalhos já não disponibilizam tanto de seu tempo para as crianças, passando essas a ficarem muito mais tempo em frente aos eletrônicos, perdendo assim aos poucos o costume da contação de histórias que existiu por tanto tempo. Conforme Barreto (2019) as oficinas se iniciaram nos Estados Unidos por volta de 1930, de início sendo inseridas nos currículos escolares com o nome de Escrita Criativa e nas décadas seguintes foi ganhando força em países como: França, Espanha, México e Argentina. " No Brasil, data de 1962 um dos primeiros cursos dessa natureza, ministrado pelo professor Cyro dos Anjos na Universidade de Brasília (UnB)” (BARRETO, 2019) e a partir de então foram sendo inseridas aos poucos nos outros estados do país. Em Porto Alegre RS a mais famosa e antiga é a do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, que trabalha desde 1985 ininterruptamente e pela qual já passaram muitos alunos. 2.1 A IMPORTÂNCIA DAS OFICINAS PARA A SOCIEDADE E SEUS OBJETIVOS As oficinas literárias tem como principais objetivos ser um espaço adequado para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma lúdica. Quando falamos em ludicidade, logo temos em mente o brinquedo, a brincadeira, a fantasia, o jogo, a dança, a música, a arte, o teatro. Quando pensamos em um ambiente lúdico surge a imagem de uma brinquedoteca, uma loja de brinquedos, um parque de diversões, uma praça, um circo. Uma pessoa com características lúdicas remonta alguém que brinca – o artista, o mágico, o palhaço. (LANGE, 2015, p. 12) Ser um lugar que proporcione o aprendizado dos saberes, que permita a experimentação, que possibilita as descobertas e a autodescoberta, fábrica da invenção, inovação e criação. Possibilitar à criança um novo olhar, uma nova forma de perceber as coisas ao seu redor. É dada a ela a oportunidade de se expressar, de conhecer o novo e expor aquilo que em algum momento se calou em sua vida. Favorece o fortalecimento de sua identidade e criatividade, contribuindo na construção do sujeito desinibido, seguro de si, inteligente e competente. É uma ferramenta muito importante porque contribui como um todo no processo da aprendizagem e evolução dos alunos. Instrumento que permite a união da teoria com a prática, assim como por exemplo; num filme ou peça de teatro, onde a história que se conta é também reproduzida através das cenas feitas pelos atores. Outro exemplo são as músicas que envolvem movimentos e expressões corporais, a teoria seria o que ela está imaginando ou ouvindo e a interação com o seu corpo seria a prática. Como se diz: “a arte, sem a ciência, nada é”. É nesse contexto que as oficinas se fazem importante, pois nessa combinação do lúdico, das possibilidades e liberdades para explorar e experimentar o desconhecido, podendo utilizar o abstrato através da imaginação ou audição juntamente com o concreto através da ciência, se constrói o conhecimento de forma mais contundente. Será possível através das oficinas que os alunos expressem os seus sentimentos ou até mesmo as angústias. É preciso que o aprender seja de forma natural, sem a cobrança do tempo ou a imposiçãodo medo. Esses fatores podem restringir significativamente a criatividade e então a oficina literária perderá o seu sentido. A criatividade relaciona-se com a capacidade de inventar, de criar, de compor através da imaginação. Remete-se a liberdade pessoal e a derrubada de algo ultrapassado, criando-se algo novo, uma nova ideia, um novo conceito. De acordo com Hintz e Lamas (2002, p.15) “ Uma pessoa que pinta, escreve, compõe, dança esculpe… pensa com seus sentidos. Criar é uma forma de raciocinar na qual perceber e pensar são inseparáveis. Através da criação, o ser humano exprime seus impulsos e interiores e relaciona-se com o mundo que o rodeia”. 2.2 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS Dentro de uma oficina literária podem acontecer verdadeiras transformações, a criança aprende a desenvolver sua imaginação, suas emoções e sentimentos de forma espontânea e prazerosa, quando a criança aprende a ler ou produzir um texto de forma significativa e esse fato for valorizado corretamente pelo professor, ela passa a querer compartilhar essas conquistas com seus próprios colegas e familiares tornando-os o seu primeiro público e os incentivando de forma direta ou indireta ao hábito da leitura ou até mesmo a produção de textos. Desde as primeiras culturas, o ser humano surge dotado de um dom singular: mais do que "homo faber", ser fazedor, o homem é um ser informador. Ele é capaz de estabelecer relacionamentos entre os múltiplos eventos que ocorrem ao redor e dentro dele. Relacionando os eventos, ele se configura em sua experiência de viver e lhes dá um significado. Nas perguntas que o homem faz ou nas soluções que encontra, ao agir, ao imaginar, ao sonhar. (OSTROWER, 1977, p. 2) A prática da leitura e a produção de texto permite ao sujeito compreender e interpretar melhor o seu lugar no mundo, o chamado, “quem eu sou". Ajuda no desenvolvimento social, emocional e cognitivo, amplia os diversificados conceitos de mundo para ele, auxilia no pensamento crítico, tornando -se um ser atuante na sociedade e sendo capaz de modificar o seu contexto em que vive conforme a sua necessidade. As oficinas literárias são ambientes adequados para que estas práticas se constituam. É na infância que a maioria dos hábitos se formam. É um local que também favorece ao professor melhores condições para a sua docência, lhe dá uma maior e melhor percepção para formar os aprendizes e quem sabe até descobrir e treinar aquela criança que se destaca ou que têm mais aptidão artística podendo torná-la até mesmo em um novo talento. Como num ciclo, uma criança que aprende a ler e interpretar corretamente um bom texto, também será capaz de produzir textos com qualidade contribuindo na formação de leitores exigentes, com capacidade de distinguir aquilo que é importante ou não. Neste sentido, fica claro a importância das oficinas literárias acontecerem nas escolas durante a formação das crianças, pois com seus atributos, fomentam na construção dos indivíduos para uma sociedade mais leitora e artística. Porém, oficinas literárias só irão se efetivar e alcançar os seus objetivos se tiverem um clima de afetividade e a mesma relaciona-se com a Zona de Desenvolvimento Proximal, conforme Demétrio (2007, p. 51 - 52): Quando o professor não dá a devida importância às interações que se estabelecem entre alunos/alunos e alunos/professor, impede também que os alunos sejam capazes de colocar em movimento vários processos de desenvolvimento que, sem a ajuda externa, não se concretizam. Esses processos de aprendizagem, construindo novos conhecimentos nas práticas escolares, quando mediados se internalizam e passam a fazer parte das aquisições do seu desenvolvimento individual. É preciso também, que às oficinas de literatura tenha em sua essência a liberdade para o imaginário, sem limites para as possibilidades, autonomia para a experimentação. Que sejam feitas de forma lúdica, com um ambiente leve e incentivador. Capaz de multiplicar os saberes, as descobertas e as potencialidades de cada um. 2.3 DIFICULDADES E DESAFIOS ENCONTRADA DENTRO DAS OFICINAS LITERÁRIAS As oficinas literárias entram para auxiliar muitas vezes aquele aluno a qual passa por dificuldades reforçando desta maneira uma nova oportunidade de facilitar o processo de aprendizagem, desta maneira acredita-se que o indivíduo se torne um agente transformador para o cidadão comum especialmente na aquisição da leitura e escrita, levando a um caminho mais eficaz e seguro possibilitando maiores chances de atingir uma melhor situação econômica social. Ensinar a ler e escrever é uma tarefa árdua, especialmente quando a problemática da alfabetização intensifica-se entre nós, o ensino é criticado e seus resultados têm sido vistos como fracos em vários aspectos, contribuindo assim para que fatores como os tratamentos dados à educação escolar e ao trabalho do professor que não é correspondente a sua importância social, além de outros que afetam a sociedade por conseqüência atingem às escolas internamente, dificultam ainda mais o processo de ensino-aprendizagem. Recuperar o sujeito perdido na instituição escolar, seja o professor ou aluno, significa recuperar a palavra, o direito de pensar e ter um espaço próprio que não se esgota nos deveres impostos. Recuperar o sujeito significa compreender a pessoa como geradora de subjetivação, como momento de ruptura que participa nas diferentes opções que se derivam dessa ruptura. (GONZÁLES, 2005, p.222). Uma das principais funções das oficinas literárias é promover a socialização do saber e do conhecimento, sistematizada com a escrita utilizada para registrar os saberes elaborados pela humanidade, ler é indispensável para o processo de ensino-aprendizagem e ter acesso a herança social da humanidade. Até recentemente alfabetizar era sinônimo de seguir uma cartilha, (decoreba), hoje as metodologias mudaram tendo novos caminhos didáticos e as oficinas surgiram para reduzir esse número de pessoas que ainda tem dificuldades para elaborar ou desenvolver conhecimentos referente a leitura ou escrita. As oficinas literárias em âmbito escolar tem por finalidade a mediação da leitura através do objeto de investigação e intervenção, neste relato de experiência, que resulta na aplicação da aproximação entre leitor e a literatura, defendemos resultados bastante efetivos na formação do leitor ao aplicar procedimentos de leitura, de modo geral, tal perspectiva entende que a problemática exposta propõe uma série de ações que reforça uma visão utilitarista compreendendo aproximação dos alunos com a leitura. Deparamo-nos com inúmeros desafios, entre eles instigar nossos alunos a ter prazer pela leitura, afastando a triste ideia de ser um martírio escolar por muitos alunos, por ter a leitura como uma obrigação ou sacrifício, desta forma podemos afirmar que: “Saber ler e escrever possibilita o sujeito do seu próprio conhecimento, pois sabendo ler ele se torna capaz de atuar sobre o acervo do conhecimento acumulado pela humanidade através de escrita e desse modo produzir ele também,um conhecimento “(BARBOSA, 2013, p.19). 3. METODOLOGIA E MÉTODOS Plano de ação: Contação de história “ Cadê meu travesseiro” ( Ana Maria Machado) Disciplinas: Artes visuais, Língua Portuguesa e Literatura Objetivos: Adquirir o prazer pela leitura através de um ambiente que favoreça o encantamento e a imaginação; participar ativamente das discussões propostas colaborando para o desenvolvimento do tema em questão; participar da dramatização da história ampliando seus processos criativos; demonstrar compreensão das analogias feita pelo Educador entre o conto e a realidade; apresentar seu posicionamento crítico ao analisar a postura dos personagens; ampliar seu repertório literário através do contato de diversos contos da Literatura Infantil; Conteúdo programático: Devemos procurar um um local bem arejado, iluminado, aconchegante e que seja convidativo, para que desperte o interesse das crianças pela leitura a ser realizada, sentaremos em roda ou de uma forma que todos possam visualizar as ilustrações e ouvir bem a história contada, utilizaremos no final materiais para que as crianças ilustrem em folhas à parte da história que mais lhe chamou a atenção. Recursos: Livro: “Cadê meu travesseiro” ( Ana Maria Machado); folhas; lápis de cor; giz de cera; cola tesoura; brinquedos; fantoches; fantasias e figuras para colorir com relação aos livros. Sequência didática: inicialmente realizamos uma dinâmica de acolhimento e entrosamento, para facilitar o conhecimento mútuo e a interação entre os participantes. Fazemos uma reflexão do tema que os levem a refletir sobre a realidade e suas inter-relações com o nível, seja ele individual, coletivo ou grupal. No decorrer da história os participantes podem compartilhar a própria história de vida, onde este cotidiano está inserido no contexto mais amplo. Como a história traz vários contos clássicos; faremos uma dinâmica entre a história já conhecida por eles e a história contada naquele momento. Para finalizar abriremos a roda de conversa para que as crianças exponham suas opiniões e questionamentos sobre o conto, sendo sanadas pelos acadêmicos na sequência. Avaliação: Participação, interesse, criatividade, comportamento e aprendizagem que desenvolveram; coerência na elaboração e interpretação oral e escrita do texto e às histórias trabalhadas; posicionamento crítico sobre ações e comportamentos; reconhecimento de diferentes tipos de histórias; envolvimento coletivo, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. 3.1 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS Para organizar uma oficina literária devemos procurar um local, que deve ser bem arejado, iluminado, aconchegante e que seja convidativo, para que desperte o interesse das crianças pela atividade a ser realizada. Como recurso de materiais didáticos utilizamos: livros; folhas; lápis de cor; giz de cera; cola tesoura; brinquedos; fantoches; fantasias e figuras para colorir com relação aos livros. Uma oficina se estrutura em vários momentos: inicialmente tem que ter uma dinâmica de acolhimento e entrosamento, para facilitar o conhecimento mútuo e a interação entre os participantes. Tem-se a reflexão de um tema de interesse dos participantes, que possa levar a refletir sobre a realidade e suas inter-relações com o nível, seja ele individual, coletivo ou grupal. No decorrer da oficina os participantes podem compartilhar a própria história de vida, onde este cotidiano está inserido no contexto mais amplo. As oficinas possibilitam um processo educativo composto de sensibilização, compreensão, reflexão, análise, ação e avaliação. Esse trabalho concebe o homem como ser capaz de assumir-se como sujeito de sua história e da história, como agente de transformação de si e do mundo e como fonte de criação, liberdade e construção dos projetos pessoais e sociais, numa dada sociedade, por uma prática crítica e participativa. ( GRACIANI, 1997, p. 310). Assim o público alvo engloba toda a comunidade escolar entre alunos, professores, profissionais da educação e até mesmo os familiares; são beneficiados com os resultados das oficinas literárias. Santos, Possamai, Pasqualini (2013, p. 3) afirmam que: A literatura infanto-juvenil é um aparato facilitador para despertar o prazer da leitura e deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar e familiar. O desafio é incentivar a dimensão prazerosa, lúdica e estética da literatura e, ainda, por meio dela, proporcionar que o leitor se depare com sentidos e identificações do lido, explorando-os, aprendendo sobre os medos, angústias, lutas, coragem, amor e o mundo que o cerca. 3.2 TIPOS DE OFICINAS Oficina de criação literária: a formação do leitor sempre foi o ponto alto das pesquisas em estudos pedagógicos, que se preocupam em solucionar as dificuldades ao estímulos da leitura. A criação de oficinas literárias é um processo através do qual se produz a literatura, abrangendo estudos e exercícios práticos dos gêneros e espécies de formas literárias. Ela se torna importante visto que valoriza as multiplicidade discursivas como, música, cinema, games etc. As histórias são nossa memória, as bibliotecas são os depósitos dessa memória, e a leitura é o ofício por meio do qual podemos recriar essa memória recitando-a e glosando-a, traduzindo-a para a nossa própria experiência, permitindo-nos construir sobre os alicerces do que as gerações passadas quiserem preservar. (MANGUEL, 2008, p.19). A escrita Criativa: a escrita criativa tornou-se conhecida a partir de oficinas literárias desde 1970, é usada para o exercício de escrita de qualquer gênero independente do ambiente de aprendizagem seja ele informal ou acadêmico o único propósito é de ensinar técnicas e motivações específicas no campo da criatividade a fim de aprimorar a escrita de literatura. Nos dias de hoje encontramos vários cursos e vários blogs são criados e livros escritos com o objetivo de divulgar que, qualquer um pode ser escritor desde que encare a sério tal propósito. As oficinas literárias, também chamadas de Oficinas de Escrita Criativa, são grupos formados com a proposta clara e objetiva de discutir o processo de criação do texto literário, suas técnicas, suas dificuldades, suas particularidades, e isso a partir da troca de experiências, da leitura e da discussão tanto de textos de autores consagrados como dos próprios participantes da oficina, sempre na tentativa de olhar friamente para um texto e tentar ver, por trás de sua fachada, os andaimes da criação literária (BARBOSA, 2012, p. 10). Oficinas de contação de história: sabemos o quanto é importante a contração de história como fonte de estímulo na aprendizagem da leitura. Essa atividade é fundamental, ela transmite conhecimentos e valores. As histórias despertam o gosto pela leitura fazendo com que a criança tenha bons desempenhos, levando ela a pensar, sentir mais as emoções e criar novas ideias, por meio da contração de história é repassado costumes, tradições valores capazes de estimular a formação do cidadão. De acordo com Amarilha (2001, p.19), A estrutura narrativa da história favorece tanto o envolvimentocognitivo como o emocional do receptor/leitor: [...] o receptor da história envolve-se em eventos diferentes daqueles que está vivendo na vida real e, através desse envolvimento intelectual, emocional e imaginativo, experimenta fatos, sentimentos, reações de prazer ou frustração, podendo, assim, lembrar, antecipar, e conhecer algumas das inúmeras possibilidades do destino humano. Pelo processo de viver “temporariamente” os conflitos, angústias e alegrias dos personagens da história, o receptor multiplica as suas próprias alternativas de experiências do mundo, sem que com isso corra algum risco. Oficinas de Leitura: a leitura é de grande relevância, pois surge como um meio estimulador pois favorece o desenvolvimento ético, estético e intelectual do ser humano, pois ao ler e ouvir a criança deixa aflorar seus sentimentos. É importante incentivar a leitura desde os primeiros dias de vida, pois é através do mesmo, que as crianças desenvolvem saberes, criatividade, experimentam sensações sendo assim é fundamental estimular e ter contato com a literatura no dia-a- dia. “Ler significa abrir todas as comportas para entes o mundo através dos olhos dos autores e da vivência dos personagens ... Ler sempre foi maravilha, gostosura, necessidade primeira e básica, prazer insubstituível… e continua, lindamente, sendo exatamente isso! (ABRAMOVICH, 1997, p.14)”. 4. CONCLUSÃO: Concluímos que a contação de histórias está inserida em nossa cultura há muitos anos mas que com a chegada das tecnologias as pessoas começaram a deixar este costume de lado. Já as oficinas literárias resgatam este ato dentro dos espaços escolares, permitindo que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma mais prazerosa, possibilitando a liberdade de expressão. Com isto fomentamos a importância das oficinas pedagógicas, pois elas contribuem para a formação dos indivíduos para a sociedade. Compreendemos que infelizmente esta prática não é valorizada como deveria, devendo ser utilizada como uma ferramenta de extrema necessidade para a educação, fugindo da memorização de cartilhas para a alfabetização a pouco tempo utilizada. Assim a comunidade em geral carece de leitura, de boas obras literárias com facilidade de acesso, pois apresentam dificuldades de interpretação de textos, de interpretar questões de sua natureza e do seu mundo. Poucos têm o conhecimento de escritores de literatura, assim como poucos desfrutam de opções de lazer, arte e cultura, sendo assim o público alvo das oficinas envolve toda a comunidade escolar entre alunos, professores, profissionais da educação e até mesmo os familiares sendo estes beneficiados com os seus resultados. Dessa forma precisamos que as crianças sejam envolvidas no mundo literário desde bebês, resgatando nossos costumes, com canções de ninar, músicas, móbiles sobre os berços ou nas paredes, decorações com desenhos e personagens, toda essa ludicidade integra as crianças para o despertar das emoções e imaginações. Neste sentido, é fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde a mais tenra idade. Acreditamos que temos grandes desafios pela frente, em instigar os alunos a ter interesse e prazer pela leitura, mas quando isso acontece abrimos um novo mundo, repleto de possibilidades a serem alcançadas através deste novo olhar pela leitura. 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GRACIANI, Maria Stela S. *Pedagogia social de rua* . São Paulo: Cortez, 1997. GONZÁLEZ REY, F Epistemología qualitativa y subjetividad. La Habana: Pueblo y Educación, 1997. LAMAS, Berenice Sica; HINTZ, Marli Marlene. Oficina de criação literária: um olhar de viés. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2002. LANGE, Mariana De Bastiani. Práticas pedagógicas do ensino lúdico. Indaial: Uniasselvi, 2015. MANGUEL, Alberto.A cidade das palavras: As histórias que contamos para saber quem somos. São Paulo : Companhia das letras, 2008. MATOS, Josicleide da Silva. A Cultura da contação de histórias: um passo para a formação do leitor. 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