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1 ESPÉCIES NORMATIVAS INFRACONSTITUCIONAIS Resumo 7 Teoria da Legislação/2020 Profª.: Elianne Christine Lemos Espécies Normativas Espécies normativas, também chamadas de degraus normativos, modalidades normativas ou tipos normativos, são pautas de conduta, gerais e obrigatórias, elaboradas pelo Poder Legislativo, para reger a vida em sociedade. Possuem a natureza de atos jurídicos-primários, porquanto retiram o seu fundamento de validade da Constituição Federal – berço originário de todas elas (art. 59, I a VII). Ato Normativo Primário e Ato Normativo Secundário Ato Normativo Primário é assim designado por buscar o seu fundamento de validade diretamente no Texto Constitucional. Realmente, o constituinte proclamou que o processo legislativo compreende a elaboração de: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. Ato Normativo Secundário é assim chamado pelo fato de buscar o seu fundamento de validade em normas intercaladas, ou seja, em outra espécie legislativa que não são expostas pela Constituição Federal. São outras espécies legislativas, por isso que chama instrumento secundário, pois não pode inovar no ordenamento jurídico. Dependem de leis infraconstitucionais para sua validade. Conforme observa-se na pirâmide de Hans Kelsen: 2 ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS 1-Emendas Constitucionais ou Proposta de Emendas à Constituição(PEC) - Art. 59,I Art. 60, §§ 1º ao 5º da CF; • Fruto do trabalho do Poder Constituinte Derivado Reformador (altera o trabalho do Poder Constituinte Originário); • A classificação da Constituição Federal brasileira quanto à Estabilidade ou Processo de modificação: Rígida • Emenda Constitucional de Revisão: Ver ADCT – art. 3º - uma análise de possíveis dispositivos que necessitam de modificação. Não se confunde com Emendas Constitucionais. A Revisão Constitucional ocorreu uma única vez, REGRA TRANSITÓRIA- ADCT). • Podem ser entendidas como instrumento de modificação, acréscimo ou supressão do texto constitucional originário. PROCEDIMENTO LEGISLATIVO ESPECIAL FASE INTRODUTÓRIA - CF., Art. 60, I ao III Iniciativa de Proposta de Emenda à Constituição. • Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: • I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; • II - do Presidente da República; • III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. • Obs.: Não se aplica Iniciativa Popular às PEC. FASE CONSTITUTIVA – ART. 60, § 2º • Fundamentada nos Regimentos Internos das duas Casas. • Câmara dos Deputados, artigos 201 ao 203; e Senado Federal, artigos 354 ao 373. • A Casa Iniciadora será sempre a Câmara dos Deputados (art. 201 do RICD). • A Casa Revisora será o Senado. 3 Tramitação da PEC na Câmara dos Deputados – CCJR • Quando uma PEC chega na Câmara dos Deputados, deve ser enviada, antes de tudo, para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJR), para que seja emito o parecer da CCJR. • Nomeia-se um relator. • A CCJR (Maioria Absoluta) decidirá pela admissibilidade integral, admissibilidade com emendas ou pela inadmissibilidade. • Admissibilidade Integral – é a aceitação da Proposta – cria-se uma Comissão Especial. • Admissibilidade com emendas - As emendas só serão aceitas se visarem apenas corrigir erros da proposta que impedem a admissibilidade. Dizemos então, que a emenda tem caráter saneador. • Nas dez primeiras sessões, os deputados pertencentes à CCJR têm a oportunidade de apresentar emendas ao projeto, apenas se tiverem apoio de pelo menos um terço da composição da Câmara (171 deputados) por emenda apresentada. • Inadmissibilidade - Se não preencher os requisitos exigidos pela Constituição, a comissão decide pela sua inadmissibilidade. Quando isso ocorre, a PEC na Câmara acabou. Ela irá para o arquivo. Nesse caso, diz-se que a decisão da CCJR tem caráter terminativo, é uma proposta inconstitucional que não irá a Plenário. • A PEC em questão, deixa de ser examinada, a não ser em um único caso: quando os autores da proposta pedirem sua apreciação preliminar pelo Plenário. Nesse caso, ele precisará do apoio de um terço do total dos deputados que vão decidir apenas se a proposta pode ou não ser admitida. Tramitação da PEC na Câmara dos Deputados - Comissão Especial • Aprovada na CCJR, o presidente da Câmara cria uma Comissão Especial para o chamado exame de mérito. • O parecer da Comissão Especial será apenas uma sugestão, uma indicação para orientar a decisão do Plenário da Câmara. Por isso, a aprovação do parecer do relator na Comissão Especial não exige o chamado quórum qualificado de três quintos. • Na Comissão Especial, para ser votado o parecer, será exigida a presença da maioria dos integrantes da comissão. • O relator faz, então, um parecer, que pode ser de aprovação total, rejeição total ou parcial, emendas pontuais e substitutivo. Se aceito, diz-se que a admissibilidade foi aprovada. 4 Votação no Plenário da Câmara dos Deputados • Aprovada na COMISSÃO ESPECIAL, a PEC está pronta para votação em plenário. É necessária a aprovação em dois turnos, com espaço de pelo menos cinco sessões entre um turno e outro. Esse prazo é chamado de interstício. • Para ser aprovada, a proposta deverá obter os votos de três quintos, no mínimo, do número total de Deputados da Câmara em cada turno da votação. Ou seja, aprovação de 308 dos 513 deputados. A esse quórum que aprovar emendas à Constituição, dá-se o nome de quórum qualificado. • Após a aprovação da proposta em segundo turno, ela deverá também voltar à Comissão Especial para a redação final do que foi aprovado. Se for o caso, poderão ser propostas emendas de redação. Votação no Plenário no Senado Federal Tramitação no Senado – CCJC • O Presidente da Câmara mandará a proposta aprovada para o Senado onde tramitará segundo as regras de seu Regimento Interno que é diferente do da Câmara. No Senado, a proposta irá apenas para a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), que dará parecer sobre todos os seus aspectos. • Para propor emendas, a Comissão deve ter a assinatura de pelo menos um terço do Senado. Plenário do Senado • Aprovada na CCJC, a proposta segue diretamente para o plenário, que abre prazo de cinco sessões para discussão. A aprovação também se dá em dois turnos. São necessário, aprovação de 49 dos 81 senadores. O intervalo entre as votações é de no mínimo cinco sessões ordinárias (cinco dias úteis). • Durante a discussão em segundo turno apenas emendas que não alterem o mérito da proposta poderão ser apresentadas. Outras emendas poderão ser apresentadas durante a discussão da proposta no Plenário em primeiro turno. Essas emendas deverão ser assinadas pelo menos por um terço dos senadores. • O Senado poderá rejeitar a proposta, propor alterações ou aprová-la integralmente: • Rejeitar a proposta - a PEC é mandada para o arquivo e não poderá mais ser apresentada na mesma Legislatura. Dizemos que está com impedimento constitucional. • Propor alterações - a matéria retornará à Comissão Especial da Câmara para a apreciação das alterações. Volta-se, então, praticamente ao mesmo ponto de partida da tramitação, já que as propostas deverão seguir o mesmo procedimento da proposta original. • Aprová-la integralmente - a Câmara será comunicada e deverá ser convocada sessão do Congresso para a promulgação. 5 • Se aprovada em definitivo por ambasas casas do Congresso Nacional, o Senado convocará sessão conjunta das duas Casas para promulgação da emenda. FASE COMPLEMENTAR – ART. 60, § 3º • PROMULGAÇÃO – ART. 60, § 3º • § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. • Conjuntamente pelas duas Casas – não haverá sanção ou veto presidencial. • PUBLICAÇÃO – Caberá ao Congresso Nacional realizá-la. LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS AO PODER DE REFORMA • A Constituição não pode ser objeto de emenda na vigência de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa (CF., art. 60, § 1º). Assim, enfrentando situações de crise constitucional (anormalidades constitucionais), a Constituição não pode ser emendada, visando, a inibição do poder de reforma. • Estado de sítio: A anormalidade esta generalizada por todo o território nacional. • Estado de defesa: A anormalidade ocorre em alguns pontos do território nacional. • Intervenção federal: A União quebra, temporária e excepcionalmente a autonomia dos Estados, por desrespeitarem as regras do artigo 34 da Constituição Federal. LIMITAÇÃO TEMPORAL AO PODER DE REFORMA • A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada (barrada na Comissão) não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (CF., art. 60, § 5º). • Sessão Legislativa - Ano parlamentar que abrange o período de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1° de agosto a 15 de dezembro. LIMITAÇÕES EXPLÍCITAS (CF., ART. 60, § 4º) – CLÁUSULAS PÉTREAS • Não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir as matérias estipuladas nas cláusulas pétreas ou a modificar o elemento conceitual do instituto. • Tais propostas não serão sequer objeto de deliberação: 6 I- Forma Federativa do Estado: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a abolir a forma federativa de Estado (matéria estipulada na CF) e nem a tendente a modificar a auto-organização ou autonomia dos Estados (elemento essencial de um Estado Federal). II - Voto direto, secreto, universal e periódico: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a abolir ou modificar o voto e suas características. • Voto direto: eleitor escolhe diretamente o mandatário. • Voto secreto: garantia da liberdade de expressão. Todos têm o direito de ninguém saber o conteúdo de sua votação (cabine indevassável). • Voto universal: direito de voto a todos os nacionais sem qualquer discriminação. • Voto periódico: direito de periodicamente renovar os governantes. No Brasil, não pode haver investidura vitalícia. Cláusulas Pétreas III - Separação dos Poderes: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta de ingerência de um poder no outro, pois seria tendente a abolir a separação dos poderes. • Pelo princípio da separação dos poderes, as funções do Estado estão divididas entre o Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário, que são independentes, mas harmônicos entre si (art. 2º da CF). • IV- Direitos e garantias individuais: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a abolir ou modificar os direitos e garantias individuais. • Os Direitos Individuais são uma espécie dos Direitos Fundamentais, juntamente com os Direitos Sociais e os Direitos Políticos, mas somente os Direitos individuais e uma parte dos Direitos Políticos (voto e suas características) fazem parte das cláusulas pétreas, estando de fora os Direitos Sociais. • Direitos sociais: podem ser objeto de emenda constitucional, pois não estão previstos nas cláusulas pétreas e se o constituinte quisesse inclui-los, utilizaria o gênero “Direitos Fundamentais”. • Direito individual fora do artigo 5º da CF: Art. 228 da CF: “São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos à normas da legislação especial.” • Legislação especial no caso é o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA • Imputabilidade penal ou maioridade penal: A maioridade penal, também conhecida como idade da responsabilidade criminal, é a idade a partir da qual o indivíduo pode ser penalmente responsabilizado por seus atos. • Corrente minoritária: Não pode ser objeto de emenda constitucional, pois é um direito individual e há precedente no STF reconhecendo um direito individual, mesmo fora do art 5º da CF. Acredita-se que a referida norma constitucional está 7 protegida por uma cláusula de intangibilidade, portanto, não pode ser modificada sequer por Emenda à Constituição. • Corrente majoritária: Pode ser objeto de emenda constitucional, pois os princípios de direito penal e de direito processual penal, referentes à pessoa individual, estão localizados no artigo 5º da CF e se o constituinte não incluiu neste artigo, o artigo 228, demonstra que aquela regra não está revestida de imutabilidade. Regra geral: É possível modificar o artigo 5º da CF, mais precisamente os Direito Individuais, desde que para benefício e aumento da proteção do indivíduo. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS • Art. 5º, § 3º da C.F. • É ratificada por Decreto Legislativo. • Assuntos referentes aos Direito Humanos – são aprovadas com as exigências estabelecidas pelo Art. 60º da CF. • Outros assuntos: entram no ordenamento jurídico como Lei Ordinária. Glossário: Admissibilidade - quando qualquer projeto de lei ou emenda é aprovado para ir à Plenário tanto na Câmara como no Senado. Apreciação preliminar - quando o autor de uma proposta pede que a mesma saia do arquivo da casa para uma reexaminação. Caráter saneador - é quando um relator substitui as emendas de uma proposta de acordo com a sugestão do Plenário. Caráter terminativo - quando qualquer projeto de lei ou emenda é enviado para o arquivo da casa ao não ser aprovado no início de sua tramitação na CCJ. Concessão de vista - quando deputados requerem mais tempo para examinar uma proposta durante uma discussão. Exame de mérito - análise do conteúdo de uma proposta ou projeto por uma comissão especial. Impedimento constitucional - proposta que é rejeitada pelo Senado e segue para o arquivo, impedida para sempre de voltar a análise. Inadmissibilidade - quando qualquer projeto de lei ou emenda não é aprovado para ir à Plenário tanto na Câmara como no Senado. Interstício - tempo entre a votação entre os dois turnos na votação de uma proposta ou projeto. O interstício não pode ultrapassar cinco sessões. Parecer - é a uma decisão sobre a constitucionalidade da proposta ou projeto. Proposta de Emenda à Constituição (PEC) - atualiza, emenda um item da Constituição Federal. É uma das propostas que exige mais tempo para preparo, elaboração e votação, uma vez que modificará a Constrição Federal. Tramitação - caminho percorrido rumo á aprovação ou não por qualquer projeto de emenda ou lei proposto no Legislativo. 8 2-LEI COMPLEMENTAR - Art. 59, II As leis complementares são leis infraconstitucionais. Vêm explicitadas no Texto Constitucional, equivalendo a um terceiro gênero de leis (tertium genus normativo). Estão arroladas no art. 59, II da Lex Mater. No ordenamento jurídico brasileiro, a lei complementar possui posição hierárquica superior à lei ordinária e às demais espécies normativas, exceto à Constituição Federal. Sua função é complementar a Constituição (daí o seu nome). São adotadas para regulamentar assuntos específicos, quando expressamente determinadas pela Constituição Federal. Por exemplo: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado deorigem serão reguladas em lei complementar. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Para a sua aprovação, é necessária maioria absoluta do Congresso Nacional. Como estabelece o dispositivo constitucional (art. 69): Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. A lei complementar foi reintroduzida na Constituição de 1967, e tem sido usada com mais frequência após a promulgação da Constituição Federal de 1988. A última Lei Complementar que entrou em vigor foi a de número 158, publicada em 23 de fevereiro de 2017: Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI COMPLEMENTAR Nº 158, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2017 Acrescenta § 14 ao art. 3o da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990, para dispor sobre o cálculo do valor adicionado de energia hidrelétrica para fins de repartição do produto da arrecadação do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços pertencente aos Municípios. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lcp%20158-2017?OpenDocument 9 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: Art. 1o O art. 3o da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte § 14: “Art. 3o ................................................................ § 14. O valor da produção de energia proveniente de usina hidrelétrica, para fins da apuração do valor mencionado no inciso I do § 1o, corresponderá à quantidade de energia produzida, multiplicada pelo preço médio da energia hidráulica comprada das geradoras pelas distribuidoras, calculado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).” (NR) Art. 2o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 23 de fevereiro de 2017; 196o da Independência e 129o da República. MICHEL TEMER Dyogo Henrique de Oliveira Fernando Coelho Filho Critérios para numeração das leis: Lei Complementar nº 95, de 26 de Fevereiro de 1998. Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona. Art. 2º, § 2º - Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios: I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da Constituição; II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração sequencial em continuidade às séries iniciadas em 1946. Para elaboração das leis complementares o rito processual é o Procedimento Legislativo Ordinário, o modelo usado na elaboração das leis ordinárias. Passa pelas fases: introdutória; constitutiva; e complementar. A revogação é realizada por outra Lei Complementar, apenas. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI COMPLEMENTAR Nº 107, DE 26 DE ABRIL DE 2001 Altera a Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp63.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp63.htm#art3%C2%A714 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lcp%20107-2001?OpenDocument 10 3-LEI ORDINÁRIA OU COMUM - Art. 59, III É o ato legislativo primário, comum (estabelece dispositivo da legislação ordinária comum), geral (atinge números indeterminados de pessoas), abstrato (elas não se dirigem a um sujeito determinado, porque são impessoais), escrito (solenemente elaboradas). Caracteriza, fundamentalmente, o Estado Democrático de Direito, porque “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo sem a sua determinação” (CF,art.5º,II). O método para descobrir se a lei é ordinária é o da exclusão: toda lei que não trouxer o título de “complementar”, nem “lei delegada”, será ordinária, ou seja, o legislador não adjetiva-a (não a nomina). Exemplos: Códigos brasileiros Leis ordinárias e respectivos números Código Comercial Lei nº 556, de 25 de junho de 1850 PARTE PRIMEIRA - DO COMÉRCIO EM GERAL Parte revogada pela Lei 10.406, de 10.1.2002 Código Brasileiro de Telecomunicações Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962 Código Eleitoral Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 Código Tributário Nacional Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código de Processo Civil Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código Brasileiro de Aeronáutica Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 Código de Defesa do Consumidor Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 Código de Trânsito Brasileiro Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 Código Civil Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 Código Florestal Lei nº 12.651, de 25.maio de 2012 Princípio do Paralelismo das Formas Toda vez que se for revogar ou modificar uma lei tem que ser por outra lei do mesmo nível. Assim: a) A Constituição se altera por emenda Constitucional; b) Lei complementar por lei complementar; c) Lei ordinária por outra lei ordinária. Revogação Art. 2º do Decreto-lei 4.657/42 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro) Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art2045 11 Uma lei pode ser permanente ou temporária, sendo que a permanência é a regra (princípio da Continuidade). As leis temporárias podem caducar por: a) Advendo do termo; (data certa: copa do mundo, lei orçamentária, etc.) b) Consecução dos seus fins; (duplicação de uma estrada, etc) c) Implemento da Condição Resolutiva. (Evento futuro e incerto. Caso de enchente; surto de dengue, etc) A lei permanente terá vigor até que outra lei a modifique ou a revogue. “Modifique ou revogue”, significa que pode haver a revogação parcial (derrogação) ou a revogação total (Ab-rogação). O Procedimento legislativo de formação das Leis Ordinárias é o ORDINÁRIO. Diferenças entre Leis Complementares e Leis Ordinárias Analisa-se duplo aspecto: formal e material. FORMAL: a distinção entre ambas está na fase da votação. Enquanto o quorum para a lei ordinária ser aprovada é por maioria simples ( CF, art. 47), o quorum para a aprovação da lei complementar é por maioria absoluta ( CF, art. 69). MATERIAL: a lei complementar caracteriza-se pelo fato de que somente ela poderá dispor sobre dado assunto. O constituinte faz menção expressa, taxativamente. Havendo silêncio do constituinte, a lei será ordinária, porque inexistirá qualquer exigência para certa matéria ser regulamentada pela legislação comum. 12 4-LEI DELEGADA – Art. 59, IV Lei Delegada é a espécie normativa feita e editada pelo Presidente da República, após prévia autorização do Poder Legislativo. Nela ocorre uma delegação externa da atividade legiferante, porque os membros do Congresso Nacional transferem o poder de criar leis para alguém que está fora do ambiente parlamentar, no caso o Presidente daRepública. As lei delegadas apresentam a natureza de atos normativos primários, porquanto retiram seu fundamento de validade da Carta Magna, do mesmo modo que as demais espécies normativas. Para serem aprovadas é preciso que o Congresso Nacional as autorize por meio de Resoluções. Cumprida essa formalidade, o Presidente da República poderá editá-las, ensejando-lhes o ingresso na ordem jurídica, como atos normativos primários, extraídos, diretamente, da Carta Magna, à semelhança das outras categorias do art. 59. Atualmente temos apenas 13 leis delegadas. A última delas, por sinal, foi editada em 1992. Procedimento Legislativo Especial das Leis Delegadas O Procedimento legislativo especial da Lei Delegada encontra-se rigorosamente demarcada na Constituição Federal, cujas normas são de observância obrigatória na feitura dessa espécie normativa primária (art. 68, §§ 1º a 3º). Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Inicia-se por meio da chamada iniciativa solicitada, pela qual o Presidente da República solicita a delegação ao Congresso Nacional. A iniciativa solicitada é uma ato exclusivo e discricionário do Chefe do Poder Executivo; nenhuma outra autoridade, ou órgão do Estado poderá exercê-la, sob pena de ferir a Constituição. 13 Somente o Presidente da República é que deverá indicar o assunto a ser regulado por lei delegada. Aliás, não é toda e qualquer matéria que pode ser objeto de Lei Delegada, porque vigoram nesse campo, os Princípios da Separação do Poderes e da Reserva Constitucional de Competência Legislativa. Após o Congresso Nacional receber do Presidente da República a solicitação para fazer a Lei Delegada, a matéria é posta em votação. A sessão que irá deliberar deverá ser bicameral, conjunta ou separada. Se obtiver a maioria simples de votos, a matéria é aprovada. A partir daí a delegação ao Presidente da República terá a forma de RESOLUÇÃO do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. Depois que o ato resolutivo vier a tona, ele retorna ao Presidente da República, que, a partir daí, estará autorizado a fazer a Lei Delegada, promulgando-a e determinando sua publicação. As leis delegadas não admitem emendas. 14 5-MEDIDAS PROVISÓRIAS – (MP’s) - Art. 59, V Conceitos (vários autores): É o ato monocrático do Chefe do Executivo com força de lei, editada em caso de relevância e urgência, que deve ser imediatamente submetida à apreciação do Congresso Nacional. É um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência. Produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso Nacional para transformação definitiva em lei. (Portal da Câmara dos Deputados). Competência do chefe do executivo é indelegável (não pode ser transmitido a outrem) – art. 84, XXVI. As MP’s são extensivas aos Prefeitos e Governadores, com base no art. 25 da Constituição brasileira: “Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição”. Localização Jurídica da MP Art. 62, §§ 1º ao 12 da Constituição Federal de 1988 com alteração dada pela Emenda Constitucional nº 32/2001; e Resolução 01/2002. Substitui DECRETO-LEI: - Criado em 1937; (Getúlio Vargas) - Retirado em 1946; (Governo Eurico Gaspar Dutra) - Reimplantado em 1967; (Costa e Silva) - Modificado em 1988 (Medida Provisória); (José Sarney) -Alterada em 2001 (E.C.). Teve como finalidade diminuir a excessiva discricionariedade na edição de medidas provisórias, prevendo uma série de limitações materiais, bem como a impossibilidade de reedições sucessivas. Exemplos de Decreto-Lei Código Penal Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código de Processo Penal Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 Consolidação das Leis do Trabalho Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 Código de Águas Decreto-Lei nº 24.643, de 10 de julho de 1934 Código de Minas Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 Código Penal Militar Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 15 Quadro Comparativo Decretos-lei Medidas Provisórias Pressupostos de admissibilidade: relevância ou urgência; Pressupostos de admissibilidade: relevância e urgência; Subordinavam–se ao aumento de despesas; Podem dispor sobre certas matérias, exceto sobre aquelas previstas no art. 62, Ia IV da CF; Não precisavam do aval do CN; Dependem de aprovação do CN para serem convertidas em lei; Mesmo rejeitadas, mantinham os efeitos produzidos durante sua vigência; Se não forem convertidas em lei, perdem os efeitos que produziram; Não podiam ser objeto de emendas. Podem ser objeto de emendas. Definição dos termos: Relevância é a importância que demanda providência imediata, que em certo momento exige cuidado normativo excepcional; Urgência é algo irremediável, não pode ficar para depois. Natureza Jurídica da MP segundo Entendimento do STF: “As MP’s configuram espécies normativas de natureza infraconstitucional, dotadas de força e eficácia legais, embora não sejam leis, no sentido exato da terminologia, pois nascem de um ato presidencial, e não do labor legiferante, propriamente dito.” (STF) Características: Efêmeras: passageiras, transitórias – têm um prazo de vida curtíssimo; duram, no máximo 120 dias. Excepcionais ou atípicas: não nascem do Poder Legislativo, não são leis, e sim de um ato monocrático e unipessoal do Presidente da República. (Sofre crítica doutrinária, pois não deveria incluir entre as espécies normativas, arroladas no art. 59 da CF). Precárias: se não forem transformadas em lei perdem sua eficácia. Condicionadas: à satisfação de dois pressupostos simultâneos: a relevância e a urgência. A MP não é promulgada ou proferida como a lei; é tão somente editada, expedida ou adotada. Justificativa do(a) Presidente da República A justificativa para o(a) PR editar Medidas Provisórias, com força de lei, é a existência de um estado de necessidade, que impõe ao Poder Público a adoção imediata de providências, de caráter legislativo, inalcançáveis segundo as regras ordinárias de 16 legiferação, em face do periculum in mora que fatalmente decorria do atraso na concretização da prestação legislativa. Limites à discricionariedade presidencial – Art. 62, §1º Em 2001 o texto original sofreu alteração através da E.C. nº 32 com objetivo de frear a excessiva discricionariedade presidencial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Art. 62, § 1º - É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreirae a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Efeitos imediatos da MP EFEITO NORMATIVO -Possui vigência e eficácia imediatos; -As medidas provisórias entram em vigor assim que são editadas e somente depois é que são votadas pelo Congresso. -Passível de ADIN - Há o Controle Jurisdicional impedindo que o Presidente da República atue com excesso de poder. EFEITO PROCEDIMENTAL -Depois de editadas pelo Presidente da República, elas produzem efeito de lei por 60 dias, contados a partir da data de sua publicação no D.O.U. -Estimulando o CN a instaurar o adequado procedimento de conversão de lei (art. 62, § 3º), perdendo sua eficácia (art. 62, §§ 11 e 12), se não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias prorrogável, nos termos do § 7º uma vez por igual período. 17 -Não tendo encerrada o prazo inicial e não tendo encerrada a votação nas duas Casas do Congresso, tal prazo é prorrogado por novos 60 (sessenta dias), uma só vez, perfazendo o total de 120 dias. -Assim temos os seguintes prazos para a conversão da MP em lei: Prazo inicial (originário) - 60 dias Prazo extraordinário (suplementar) – 60 dias Prazo máximo (total) – 120 dias -A contagem dos prazos para votação ficam suspensos durante os períodos de recesso congressual. Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Regime de Urgência Constitucional Embora o prazo inicial de validade das medidas provisórias seja de 60 dias, se ela não for apreciada dentro de 45 dias, contados de sua publicação, entrará em regime de urgência constitucional (CF, art. 62, § 6º, acrescentado pela EC n. 32/2001). O que significa regime de urgência Constitucional? Significa que as MP’s sobrestar-se-ão todas as matérias que estiverem sendo apreciadas pela Casa Legislativa. PROCEDIMENTO LEGISLATIVO SUMÁRIO E ESPECIAL Fase Introdutória: Iniciativa Legislativa Exclusiva: reservada aos Chefes do Executivo. A medida provisória é publicada no Diário Oficial da União, e passa a vigorar imediatamente para toda sociedade. Porém, para ser convertida em Lei (Ordinária), deverá ser aprovada pelo Congresso Nacional. A conversão da medida provisória em lei deverá ocorrer dentro de um prazo de 60 (sessenta) dias. O prazo de conversão da medida provisória em lei terá início na data da edição da medida provisória. Fase Constitutiva: Tramitação após a entrada em vigor: Deliberação Parlamentar: -Discussão pela Comissão Mista: -Chegando ao Congresso Nacional, a Medida Provisória é encaminhada a uma comissão mista. A comissão mista é composta por 12 (doze) Senadores e por 12 (doze) Deputados, que apresentará parecer favorável ou não. Observarão: 18 -Aspectos constitucionais, incluindo relevância e urgência. -A adequação financeira e orçamentária. -O cumprimento do Presidente da República de enviar o texto, acompanhado da respectiva mensagem e da exposição de motivos, devidamente fundamentados. -O mérito da MP Uma das funções da Comissão Mista é emitir um parecer único sobre a matéria inserida na medida provisória ressaltando sua constitucionalidade, relevância e urgência, seu mérito e sua adequação financeira e orçamentária. O parecer da Comissão Mista será encaminhado ao Plenário da Câmara dos Deputados e, uma vez aprovado, a medida provisória será enviada ao Senado Federal, para discussão e votação. -Votação: Depois que a comissão mista analisar a MP e emitir um parecer, ela irá para a Câmara do Deputados, para deliberação principal e a primeira votação (CF, art. 62, § 8º). Aprovada pela Câmara dos Deputados, por maioria simples, a MP vai para Senado, que a revisará e votará. Poderá ocorrer quatro situações: 1. Aprovação Integral de MP pelo Congresso Nacional; 2. Aprovação com Modificação pelo Congresso Nacional (EMENDA); 3. Rejeição expressa da MP pelo Congresso Nacional. 4. Rejeição tácita da MP pelo Congresso Nacional. Posição do Congresso Nacional APROVAÇÃO INTEGRAL DE MEDIDAS PROVISÓRIAS Aprovação Integral: É a concordância irrestrita do CN com seus fundamentos fáticos e jurídicos. Também chamada de aprovação sem alteração. Resolução 01/2002, art. 12 – “Aprovada Medida Provisória, sem alteração de mérito, será o seu texto promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional para publicação, como lei, no Diário Oficial da União. “ CÂMARA DOS DEPUTADOS Centro de Documentação e Informação Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, nos termos do parágrafo único do art. 52 do Regimento Comum, promulgo a seguinte: RESOLUÇÃO Nº 1, DE 2002-CN Dispõe sobre a apreciação, pelo Congresso Nacional, das Medidas Provisórias a que se refere o art. 62 da Constituição Federal, e dá outras providências. 19 Uma vez aprovada integralmente a medida provisória, será convertida em lei (ordinária) e será promulgada pelo Presidente do Senado Federal remetendo ao Presidente da República que publicará a lei de conversão. Se por acaso a medida provisória não for apreciada dentro de um prazo de 45 (quinze) dias, entrará em regime de urgência. APROVAÇÃO COM MODIFICAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL Aprovação com alterações: É aquela em que a MP é aprovada à luz das mudanças produzidas por emendas em seu texto original. É a comissão mista que sugere tais modificações, mediante pareceres fundamentados, ampliando ou restringindo o conteúdo da medida provisória. Tais emendas poderão ser supressivas ou aditivas. É vedada a apresentação de emendas visando incluir assuntos estranhos ao texto original. Devem ser apresentadas no prazo de 05 dias após a publicação da medida provisória. Os Parlamentares que apresentarem as emendas à medida provisória deverão também apresentar as relações jurídicas decorrentes de possível alteração da medida emendada. Caso o Congresso aprove a medida provisória emendada, ela se transformará em projeto de lei de conversão, que será remetido ao Presidente da República que a analisará, sancionando ou vetando a alteração. O Poder Executivo dará a palavra final. Deliberação Executiva: SANÇÃO/VETO: somente em casos de modificação pelo Congresso. REJEIÇÃO EXPRESSA DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL Rejeição expressa: É aquela em que a MP é formalmente rejeitada, pelo Congresso Nacional. Se a MP sofrer rejeição, ela retroagirá, perdendo todos os efeitos que produziu. Efeito EX TUNC. Nesse caso, caberá ao Poder Legislativo, em 60 dias, disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes, mediante DECRETO LEGISLATIVO (CF, art. 62, §3º). Impossibilidade de reedição de MP expressamente rejeitada pelo CN, na mesma sessão legislativa. E, caso ocorra, poderá ser considerado crime de responsabilidade, já que estaria impedindo o livre exercício do Poder Legislativo, pois poderia considerar que o Presidente da República utilizaria o Congresso apenas “como mero aprovador de sua própria vontade”, de acordo com Tércio Sampaio Ferraz Jr. 20 REJEIÇÃO TÁCITA (silenciosa) DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL Rejeição tácita: É a reprovação silenciosa do CN, que a deixa de examinar dentro do prazo previsto constitucionalmente. Assim, ela será tacitamente rejeitada, ou seja, perderá sua eficácia. Caso o Congresso Nacional não se manifeste no prazo de 60 dias, a medida provisória perderá sua eficácia, por isso é chamada rejeição tácita, pois o Congresso não se manifestaexplicitamente sobre o ato normativo, apenas não o aprecia no tempo correto (CF, art. 62, §§ 3º e 7º). Essa situação permite que o prazo seja prorrogado apenas uma vez, acrescentando mais 60 dias ao prazo. Porém, se caso o Congresso não se manifestar novamente, a rejeição se tornará definitiva e assim estará impedida sua reedição. E se não for editado o Decreto Legislativo para regular as relações jurídicas decorrentes da MP que perdeu eficácia por ausência de apreciação? Neste caso, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência continuam a vigorar com base nas regras da MP extinta. ( CF, art. 62, § 11). Fase Complementar -PROMULGAÇÃO: pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. -PUBLICAÇÃO: pelo Presidente da República. Exemplo de MPV editada por Temer: MEDIDA PROVISÓRIA nº 726, de 2016 Autoria: Presidente da República Comissão: Comissão Mista da Medida Provisória nº 726, de 2016 Assunto: Administrativo - Administração pública: órgãos públicos. Ementa e explicação da ementa Ementa: Altera e revoga dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. Explicação da Ementa: Altera a estrutura da administração pública federal direta, em especial os ministérios e órgãos que integram a Presidência da República. Extingue, transforma e cria órgãos; trata da integração dos órgãos resultantes da transformação; cria e transforma cargos; transfere competências entre os órgãos; dispõe sobre o acervo patrimonial e o quadro de servidores efetivos dos órgãos e entidades extintos, transformados, transferidos, incorporados ou desmembrados; altera as competências dos órgãos. Situação Atual Tramitação encerrada Decisão: Aprovada na forma de Projeto de Lei de Conversão Destino: À sanção Norma jurídica gerada: Lei nº 13.341 de 29/09/2016 Último local: 10/01/2017 - Coordenação de Arquivo Último estado: 30/09/2016 - TRANSFORMADA EM NORMA JURÍDICA COM VETO PARCIAL 21 6-DECRETOS LEGISLATIVOS - Art. 59, VI Decreto Legislativo é o ato normativo primário destinado a regular assuntos de competência exclusiva do CONGRESSO NACIONAL, com eficácia análoga à de uma lei. A finalidade dos Decretos Legislativos é referendar (assinar como responsável) atos presidenciais. Seu objeto configura-se, basicamente, às matérias previstas no art. 49 da Constituição Federal, incumbindo-lhe também, disciplinar as relações jurídicas decorrentes de Medidas Provisórias (CF, art. 62, § 3º) Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Etc... Art. 49 da Constituição Federal Conforme o art. 49, o Decreto Legislativo tem como objeto, matérias apontadas como de competência exclusiva do Congresso Nacional, por exemplo: resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar guerra ou a celebrar a paz; e autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País por mais de quinze dias. O Art. 62, § 3º da Constituição Federal, disciplina as relações jurídicas decorrentes de Medida Provisória não convertida em lei. § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. Procedimento Legislativo Especial de formação dos decretos legislativos Os Decretos Legislativos submetem-se a um procedimento legislativo especial. São, obrigatoriamente, discutidos e votados tanto na Câmara dos Deputados como no Senado da República. Para sua aprovação exige-se maioria simples. 22 Após aprovados, são promulgados e publicados pelo Presidente do Senado, nos termos do art. 48 do Regimento Interno do Senado Federal: “Compete ao Presidente do Senado Federal promulgar as resoluções do Senado e os decretos legislativos”. O Presidente da República, em nenhum momento, participa desse procedimento, inerente à competência do Poder Legislativo. Quer dizer, os Decretos Legislativos não estão sujeitos a sanção, nem veto pelo Chefe do Executivo. Também é o Presidente do Senado Federal que manda publicá-los. 23 7- RESOLUÇÕES - Art. 59, VII São atos normativos primários, que em regra regulamentam matéria de interesse interno de competência do Congresso Nacional, ou de competência privativa do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados. As resoluções desempenham efeitos intrínsecos e extrínsecos. Os efeitos intrínsecos constituem a regra, pois derivam das disposições previstas nos Regimentos Internos das respectivas Casas Legislativas. Os Regimentos Internos são aprovados através da própria Resolução, nesse sentido: o Regimento Interno do CN; e os Regimentos Internos de cada Casa do Congresso; as atribuições dadas ao Senado e à Câmara dos Deputados, nos arts. 51 e 52 da CF. Já os efeitos extrínsecos das resoluções são excepcionais, porque só se verificam quando a Constituição assim determina. É o caso da delegação legislativa, veiculada por Resoluções, além de matérias financeiras e tributárias (CF, arts. 68, § 2º, 52, IV a X, e155, § 2º, V), ficando a cargo dos Regimentos Internos de ambas as Casas Legislativas, porque a Constituição não lhes disciplinou o processo de formação. Espécies de Resoluções As espécies de resoluções variam a depender da finalidade a que se destina: Resolução administrativa: referenda nomeações pelo Senado Federal; Resolução tributária: fixa alíquotas de tributos; Resolução co-participativa: suspende lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal; e Resolução delegativa: autoriza o Poder Executivo a elaborar lei delegada. Procedimento Legislativo Especial de formação das Resoluções Diz-se que o Procedimento Legislativo para a formação de Resoluções é especial porque dele não participa o Presidente da República. Identicamente ao Decretos Legislativos, inexiste sanção ou veto, uma vez que a competência para cria-la adstringe-se ao âmbito do Poder Legislativo. O procedimento para a feitura das Resoluções não encontra disciplina normativa expressa na Constituição. Mas sim no Regimento Interno do Congresso Nacional e Dos Regimentos Internos de cada uma das Casas Legislativas. Conforme o art. 200, § 2º, do Regimento Interno da Câmara Dos Deputados, as Resoluções da Câmara serão promulgadas pelo seu Presidente, no prazo de duas sessões após o recebimento dos autógrafos, que, não fazendo, caberá aos vice-presidentes, segundo a sua numeração ordinal. E, pelo art. 48, n. 28 do Regimento Interno do Senado Federal, compete ao Presidente do Senado promulgar as Resoluções senatoriais. Já a resolução congressual deverá ter aprovação das duas Casas Legislativas, cabendo ao Presidente doSenado, no exercício da Presidência do Congresso Nacional, promulgá-la.
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