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1 
 
ESPÉCIES NORMATIVAS INFRACONSTITUCIONAIS 
Resumo 7 
Teoria da Legislação/2020 
Profª.: Elianne Christine Lemos 
 
Espécies Normativas 
Espécies normativas, também chamadas de degraus normativos, modalidades 
normativas ou tipos normativos, são pautas de conduta, gerais e obrigatórias, elaboradas 
pelo Poder Legislativo, para reger a vida em sociedade. Possuem a natureza de atos 
jurídicos-primários, porquanto retiram o seu fundamento de validade da Constituição 
Federal – berço originário de todas elas (art. 59, I a VII). 
Ato Normativo Primário e Ato Normativo Secundário 
Ato Normativo Primário é assim designado por buscar o seu fundamento de validade 
diretamente no Texto Constitucional. Realmente, o constituinte proclamou que o processo 
legislativo compreende a elaboração de: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das 
leis. 
Ato Normativo Secundário é assim chamado pelo fato de buscar o seu fundamento de 
validade em normas intercaladas, ou seja, em outra espécie legislativa que não são 
expostas pela Constituição Federal. São outras espécies legislativas, por isso que chama 
instrumento secundário, pois não pode inovar no ordenamento jurídico. Dependem de leis 
infraconstitucionais para sua validade. 
Conforme observa-se na pirâmide de Hans Kelsen: 
 
2 
 
ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS 
 
1-Emendas Constitucionais ou Proposta de Emendas à Constituição(PEC) - Art. 59,I 
Art. 60, §§ 1º ao 5º da CF; 
• Fruto do trabalho do Poder Constituinte Derivado Reformador (altera o 
trabalho do Poder Constituinte Originário); 
• A classificação da Constituição Federal brasileira quanto à Estabilidade ou 
Processo de modificação: Rígida 
• Emenda Constitucional de Revisão: Ver ADCT – art. 3º - uma análise de 
possíveis dispositivos que necessitam de modificação. Não se confunde com 
Emendas Constitucionais. 
A Revisão Constitucional ocorreu uma única vez, REGRA TRANSITÓRIA-
ADCT). 
• Podem ser entendidas como instrumento de modificação, acréscimo ou supressão 
do texto constitucional originário. 
 
PROCEDIMENTO LEGISLATIVO ESPECIAL 
 
FASE INTRODUTÓRIA - CF., Art. 60, I ao III 
Iniciativa de Proposta de Emenda à Constituição. 
• Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
• I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; 
• II - do Presidente da República; 
• III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
• Obs.: Não se aplica Iniciativa Popular às PEC. 
 
FASE CONSTITUTIVA – ART. 60, § 2º 
• Fundamentada nos Regimentos Internos das duas Casas. 
• Câmara dos Deputados, artigos 201 ao 203; e Senado Federal, artigos 354 ao 373. 
• A Casa Iniciadora será sempre a Câmara dos Deputados (art. 201 do RICD). 
• A Casa Revisora será o Senado. 
 
 
3 
 
Tramitação da PEC na Câmara dos Deputados – CCJR 
• Quando uma PEC chega na Câmara dos Deputados, deve ser enviada, antes de 
tudo, para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJR), para 
que seja emito o parecer da CCJR. 
• Nomeia-se um relator. 
• A CCJR (Maioria Absoluta) decidirá pela admissibilidade integral, 
admissibilidade com emendas ou pela inadmissibilidade. 
• Admissibilidade Integral – é a aceitação da Proposta – cria-se uma Comissão 
Especial. 
• Admissibilidade com emendas - As emendas só serão aceitas se visarem apenas 
corrigir erros da proposta que impedem a admissibilidade. Dizemos então, que 
a emenda tem caráter saneador. 
• Nas dez primeiras sessões, os deputados pertencentes à CCJR têm a oportunidade 
de apresentar emendas ao projeto, apenas se tiverem apoio de pelo menos um terço 
da composição da Câmara (171 deputados) por emenda apresentada. 
• Inadmissibilidade - Se não preencher os requisitos exigidos pela Constituição, a 
comissão decide pela sua inadmissibilidade. Quando isso ocorre, a PEC na 
Câmara acabou. Ela irá para o arquivo. Nesse caso, diz-se que a decisão da CCJR 
tem caráter terminativo, é uma proposta inconstitucional que não irá a Plenário. 
• A PEC em questão, deixa de ser examinada, a não ser em um único caso: quando 
os autores da proposta pedirem sua apreciação preliminar pelo Plenário. Nesse 
caso, ele precisará do apoio de um terço do total dos deputados que vão decidir 
apenas se a proposta pode ou não ser admitida. 
Tramitação da PEC na Câmara dos Deputados - Comissão Especial 
• Aprovada na CCJR, o presidente da Câmara cria uma Comissão Especial para o 
chamado exame de mérito. 
• O parecer da Comissão Especial será apenas uma sugestão, uma indicação para 
orientar a decisão do Plenário da Câmara. Por isso, a aprovação do parecer do 
relator na Comissão Especial não exige o chamado quórum qualificado de três 
quintos. 
• Na Comissão Especial, para ser votado o parecer, será exigida a presença da 
maioria dos integrantes da comissão. 
• O relator faz, então, um parecer, que pode ser de aprovação total, rejeição total 
ou parcial, emendas pontuais e substitutivo. Se aceito, diz-se que a 
admissibilidade foi aprovada. 
 
 
 
4 
 
Votação no Plenário da Câmara dos Deputados 
• Aprovada na COMISSÃO ESPECIAL, a PEC está pronta para votação em 
plenário. É necessária a aprovação em dois turnos, com espaço de pelo menos 
cinco sessões entre um turno e outro. Esse prazo é chamado de interstício. 
• Para ser aprovada, a proposta deverá obter os votos de três quintos, no mínimo, 
do número total de Deputados da Câmara em cada turno da votação. Ou seja, 
aprovação de 308 dos 513 deputados. A esse quórum que aprovar emendas à 
Constituição, dá-se o nome de quórum qualificado. 
• Após a aprovação da proposta em segundo turno, ela deverá também voltar à 
Comissão Especial para a redação final do que foi aprovado. Se for o caso, 
poderão ser propostas emendas de redação. 
Votação no Plenário no Senado Federal 
Tramitação no Senado – CCJC 
• O Presidente da Câmara mandará a proposta aprovada para o Senado onde 
tramitará segundo as regras de seu Regimento Interno que é diferente do da 
Câmara. No Senado, a proposta irá apenas para a Comissão de Constituição e 
Justiça e Cidadania (CCJC), que dará parecer sobre todos os seus aspectos. 
• Para propor emendas, a Comissão deve ter a assinatura de pelo menos um terço 
do Senado. 
Plenário do Senado 
• Aprovada na CCJC, a proposta segue diretamente para o plenário, que abre prazo 
de cinco sessões para discussão. A aprovação também se dá em dois turnos. São 
necessário, aprovação de 49 dos 81 senadores. O intervalo entre as votações é de 
no mínimo cinco sessões ordinárias (cinco dias úteis). 
• Durante a discussão em segundo turno apenas emendas que não alterem o mérito 
da proposta poderão ser apresentadas. Outras emendas poderão ser apresentadas 
durante a discussão da proposta no Plenário em primeiro turno. Essas emendas 
deverão ser assinadas pelo menos por um terço dos senadores. 
• O Senado poderá rejeitar a proposta, propor alterações ou aprová-la 
integralmente: 
• Rejeitar a proposta - a PEC é mandada para o arquivo e não poderá mais ser 
apresentada na mesma Legislatura. Dizemos que está com impedimento 
constitucional. 
• Propor alterações - a matéria retornará à Comissão Especial da Câmara para a 
apreciação das alterações. Volta-se, então, praticamente ao mesmo ponto de 
partida da tramitação, já que as propostas deverão seguir o mesmo procedimento 
da proposta original. 
• Aprová-la integralmente - a Câmara será comunicada e deverá ser convocada 
sessão do Congresso para a promulgação. 
5 
 
• Se aprovada em definitivo por ambasas casas do Congresso Nacional, o 
Senado convocará sessão conjunta das duas Casas para promulgação da 
emenda. 
 
FASE COMPLEMENTAR – ART. 60, § 3º 
• PROMULGAÇÃO – ART. 60, § 3º 
• § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
• Conjuntamente pelas duas Casas – não haverá sanção ou veto presidencial. 
• PUBLICAÇÃO – Caberá ao Congresso Nacional realizá-la. 
 
LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS AO PODER DE REFORMA 
• A Constituição não pode ser objeto de emenda na vigência de intervenção federal, 
estado de sítio e estado de defesa (CF., art. 60, § 1º). Assim, enfrentando situações 
de crise constitucional (anormalidades constitucionais), a Constituição não pode 
ser emendada, visando, a inibição do poder de reforma. 
• Estado de sítio: A anormalidade esta generalizada por todo o território nacional. 
• Estado de defesa: A anormalidade ocorre em alguns pontos do território nacional. 
• Intervenção federal: A União quebra, temporária e excepcionalmente a 
autonomia dos Estados, por desrespeitarem as regras do artigo 34 da Constituição 
Federal. 
 
LIMITAÇÃO TEMPORAL AO PODER DE REFORMA 
• A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada 
(barrada na Comissão) não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa (CF., art. 60, § 5º). 
• Sessão Legislativa - Ano parlamentar que abrange o período de 15 de fevereiro a 
30 de junho e de 1° de agosto a 15 de dezembro. 
 
LIMITAÇÕES EXPLÍCITAS (CF., ART. 60, § 4º) – CLÁUSULAS PÉTREAS 
• Não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir 
as matérias estipuladas nas cláusulas pétreas ou a modificar o elemento conceitual do 
instituto. 
• Tais propostas não serão sequer objeto de deliberação: 
6 
 
I- Forma Federativa do Estado: Não pode ser objeto de emenda constitucional a 
proposta tendente a abolir a forma federativa de Estado (matéria estipulada na CF) e 
nem a tendente a modificar a auto-organização ou autonomia dos Estados (elemento 
essencial de um Estado Federal). 
II - Voto direto, secreto, universal e periódico: Não pode ser objeto de emenda 
constitucional a proposta tendente a abolir ou modificar o voto e suas características. 
• Voto direto: eleitor escolhe diretamente o mandatário. 
• Voto secreto: garantia da liberdade de expressão. Todos têm o direito de ninguém 
saber o conteúdo de sua votação (cabine indevassável). 
• Voto universal: direito de voto a todos os nacionais sem qualquer discriminação. 
• Voto periódico: direito de periodicamente renovar os governantes. No Brasil, não 
pode haver investidura vitalícia. 
Cláusulas Pétreas 
III - Separação dos Poderes: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta 
de ingerência de um poder no outro, pois seria tendente a abolir a separação dos 
poderes. 
• Pelo princípio da separação dos poderes, as funções do Estado estão divididas 
entre o Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário, que são independentes, 
mas harmônicos entre si (art. 2º da CF). 
• IV- Direitos e garantias individuais: Não pode ser objeto de emenda constitucional 
a proposta tendente a abolir ou modificar os direitos e garantias individuais. 
• Os Direitos Individuais são uma espécie dos Direitos Fundamentais, juntamente 
com os Direitos Sociais e os Direitos Políticos, mas somente os Direitos individuais 
e uma parte dos Direitos Políticos (voto e suas características) fazem parte das 
cláusulas pétreas, estando de fora os Direitos Sociais. 
• Direitos sociais: podem ser objeto de emenda constitucional, pois não estão previstos 
nas cláusulas pétreas e se o constituinte quisesse inclui-los, utilizaria o gênero 
“Direitos Fundamentais”. 
• Direito individual fora do artigo 5º da CF: 
Art. 228 da CF: “São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos à normas 
da legislação especial.” 
• Legislação especial no caso é o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA 
• Imputabilidade penal ou maioridade penal: A maioridade penal, também 
conhecida como idade da responsabilidade criminal, é a idade a partir da qual o 
indivíduo pode ser penalmente responsabilizado por seus atos. 
• Corrente minoritária: Não pode ser objeto de emenda constitucional, pois é um 
direito individual e há precedente no STF reconhecendo um direito individual, 
mesmo fora do art 5º da CF. Acredita-se que a referida norma constitucional está 
7 
 
protegida por uma cláusula de intangibilidade, portanto, não pode ser modificada 
sequer por Emenda à Constituição. 
• Corrente majoritária: Pode ser objeto de emenda constitucional, pois os princípios 
de direito penal e de direito processual penal, referentes à pessoa individual, estão 
localizados no artigo 5º da CF e se o constituinte não incluiu neste artigo, o artigo 
228, demonstra que aquela regra não está revestida de imutabilidade. 
Regra geral: É possível modificar o artigo 5º da CF, mais precisamente os Direito 
Individuais, desde que para benefício e aumento da proteção do indivíduo. 
 
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 
• Art. 5º, § 3º da C.F. 
• É ratificada por Decreto Legislativo. 
• Assuntos referentes aos Direito Humanos – são aprovadas com as exigências 
estabelecidas pelo Art. 60º da CF. 
• Outros assuntos: entram no ordenamento jurídico como Lei Ordinária. 
 
Glossário: 
Admissibilidade - quando qualquer projeto de lei ou emenda é aprovado para ir à Plenário tanto na 
Câmara como no Senado. 
Apreciação preliminar - quando o autor de uma proposta pede que a mesma saia do arquivo da casa para 
uma reexaminação. 
Caráter saneador - é quando um relator substitui as emendas de uma proposta de acordo com a sugestão 
do Plenário. 
Caráter terminativo - quando qualquer projeto de lei ou emenda é enviado para o arquivo da casa ao não 
ser aprovado no início de sua tramitação na CCJ. 
Concessão de vista - quando deputados requerem mais tempo para examinar uma proposta durante uma 
discussão. 
Exame de mérito - análise do conteúdo de uma proposta ou projeto por uma comissão especial. 
Impedimento constitucional - proposta que é rejeitada pelo Senado e segue para o arquivo, impedida 
para sempre de voltar a análise. 
Inadmissibilidade - quando qualquer projeto de lei ou emenda não é aprovado para ir à Plenário tanto na 
Câmara como no Senado. 
Interstício - tempo entre a votação entre os dois turnos na votação de uma proposta ou projeto. O 
interstício não pode ultrapassar cinco sessões. 
Parecer - é a uma decisão sobre a constitucionalidade da proposta ou projeto. 
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) - atualiza, emenda um item da Constituição Federal. É uma 
das propostas que exige mais tempo para preparo, elaboração e votação, uma vez que modificará a 
Constrição Federal. 
Tramitação - caminho percorrido rumo á aprovação ou não por qualquer projeto de emenda ou lei 
proposto no Legislativo. 
 
 
 
8 
 
2-LEI COMPLEMENTAR - Art. 59, II 
As leis complementares são leis infraconstitucionais. Vêm explicitadas no Texto 
Constitucional, equivalendo a um terceiro gênero de leis (tertium genus normativo). Estão 
arroladas no art. 59, II da Lex Mater. 
 
No ordenamento jurídico brasileiro, a lei complementar possui posição hierárquica 
superior à lei ordinária e às demais espécies normativas, exceto à Constituição Federal. 
 
Sua função é complementar a Constituição (daí o seu nome). 
 
São adotadas para regulamentar assuntos específicos, quando expressamente 
determinadas pela Constituição Federal. Por exemplo: 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 1º Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado 
deorigem serão reguladas em lei complementar. 
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou 
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, 
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do 
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) 
 
Para a sua aprovação, é necessária maioria absoluta do Congresso Nacional. Como estabelece o 
dispositivo constitucional (art. 69): 
 
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. 
 
 
A lei complementar foi reintroduzida na Constituição de 1967, e tem sido usada com mais 
frequência após a promulgação da Constituição Federal de 1988. A última Lei 
Complementar que entrou em vigor foi a de número 158, publicada em 23 de fevereiro 
de 2017: 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI COMPLEMENTAR Nº 158, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2017 
 
Acrescenta § 14 ao art. 3o da Lei Complementar no 
63, de 11 de janeiro de 1990, para dispor sobre o 
cálculo do valor adicionado de energia hidrelétrica 
para fins de repartição do produto da arrecadação 
do imposto sobre a circulação de mercadorias e 
serviços pertencente aos Municípios. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lcp%20158-2017?OpenDocument
9 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei Complementar: 
Art. 1o O art. 3o da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990, passa a vigorar acrescido do 
seguinte § 14: 
“Art. 3o ................................................................ 
§ 14. O valor da produção de energia proveniente de usina hidrelétrica, para fins da apuração do valor 
mencionado no inciso I do § 1o, corresponderá à quantidade de energia produzida, multiplicada pelo preço médio da 
energia hidráulica comprada das geradoras pelas distribuidoras, calculado pela Agência Nacional de Energia 
Elétrica (Aneel).” (NR) 
Art. 2o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 23 de fevereiro de 2017; 196o da Independência e 129o da República. 
MICHEL TEMER 
Dyogo Henrique de Oliveira 
Fernando Coelho Filho 
 
 
Critérios para numeração das leis: 
Lei Complementar nº 95, de 26 de Fevereiro de 1998. 
 
Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a 
consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único 
do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a 
consolidação dos atos normativos que menciona. 
 
Art. 2º, § 2º - Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios: 
 
I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da 
Constituição; 
II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração sequencial em 
continuidade às séries iniciadas em 1946. 
 
 Para elaboração das leis complementares o rito processual é o Procedimento 
Legislativo Ordinário, o modelo usado na elaboração das leis ordinárias. Passa pelas 
fases: introdutória; constitutiva; e complementar. 
 
 A revogação é realizada por outra Lei Complementar, apenas. 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI COMPLEMENTAR Nº 107, DE 26 DE ABRIL DE 2001 
 
Altera a Lei Complementar no 95, de 26 
de fevereiro de 1998. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp63.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp63.htm#art3%C2%A714
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lcp%20107-2001?OpenDocument
10 
 
3-LEI ORDINÁRIA OU COMUM - Art. 59, III 
É o ato legislativo primário, comum (estabelece dispositivo da legislação ordinária 
comum), geral (atinge números indeterminados de pessoas), abstrato (elas não se dirigem 
a um sujeito determinado, porque são impessoais), escrito (solenemente elaboradas). 
 
Caracteriza, fundamentalmente, o Estado Democrático de Direito, porque “ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo sem a sua determinação” (CF,art.5º,II). 
 
O método para descobrir se a lei é ordinária é o da exclusão: toda lei que não trouxer o 
título de “complementar”, nem “lei delegada”, será ordinária, ou seja, o legislador não 
adjetiva-a (não a nomina). Exemplos: 
 
 
Códigos brasileiros Leis ordinárias e respectivos números 
Código Comercial 
 
Lei nº 556, de 25 de junho de 1850 
PARTE PRIMEIRA - DO COMÉRCIO 
EM GERAL 
Parte revogada pela Lei 10.406, de 10.1.2002 
Código Brasileiro de 
Telecomunicações 
 
 
 Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962 
 
 Código Eleitoral 
 
 Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 
 
Código Tributário Nacional 
 
 Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 
 
Código de Processo Civil 
 
 Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 
 
Código Brasileiro de 
Aeronáutica 
 
 
 Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 
 
Código de Defesa do 
Consumidor 
 
 
 Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 
 
Código de Trânsito Brasileiro 
 
 Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 
 
Código Civil 
 
 Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
 
Código Florestal 
 
 Lei nº 12.651, de 25.maio de 2012 
 
 
Princípio do Paralelismo das Formas 
 
Toda vez que se for revogar ou modificar uma lei tem que ser por outra lei do mesmo 
nível. Assim: 
a) A Constituição se altera por emenda Constitucional; 
b) Lei complementar por lei complementar; 
c) Lei ordinária por outra lei ordinária. 
 
Revogação 
Art. 2º do Decreto-lei 4.657/42 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro) 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou 
revogue. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art2045
11 
 
Uma lei pode ser permanente ou temporária, sendo que a permanência é a regra (princípio 
da Continuidade). 
As leis temporárias podem caducar por: 
a) Advendo do termo; (data certa: copa do mundo, lei orçamentária, etc.) 
b) Consecução dos seus fins; (duplicação de uma estrada, etc) 
c) Implemento da Condição Resolutiva. (Evento futuro e incerto. Caso de enchente; 
surto de dengue, etc) 
A lei permanente terá vigor até que outra lei a modifique ou a revogue. 
“Modifique ou revogue”, significa que pode haver a revogação parcial (derrogação) ou 
a revogação total (Ab-rogação). 
 
O Procedimento legislativo de formação das Leis Ordinárias é o ORDINÁRIO. 
 
Diferenças entre Leis Complementares e Leis Ordinárias 
 
Analisa-se duplo aspecto: formal e material. 
 
FORMAL: a distinção entre ambas está na fase da votação. Enquanto o quorum para a 
lei ordinária ser aprovada é por maioria simples ( CF, art. 47), o quorum para a aprovação 
da lei complementar é por maioria absoluta ( CF, art. 69). 
 
MATERIAL: a lei complementar caracteriza-se pelo fato de que somente ela poderá 
dispor sobre dado assunto. O constituinte faz menção expressa, taxativamente. Havendo 
silêncio do constituinte, a lei será ordinária, porque inexistirá qualquer exigência para 
certa matéria ser regulamentada pela legislação comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4-LEI DELEGADA – Art. 59, IV 
 
Lei Delegada é a espécie normativa feita e editada pelo Presidente da República, após 
prévia autorização do Poder Legislativo. 
Nela ocorre uma delegação externa da atividade legiferante, porque os membros do 
Congresso Nacional transferem o poder de criar leis para alguém que está fora do 
ambiente parlamentar, no caso o Presidente daRepública. 
As lei delegadas apresentam a natureza de atos normativos primários, porquanto retiram 
seu fundamento de validade da Carta Magna, do mesmo modo que as demais espécies 
normativas. 
Para serem aprovadas é preciso que o Congresso Nacional as autorize por meio de 
Resoluções. Cumprida essa formalidade, o Presidente da República poderá editá-las, 
ensejando-lhes o ingresso na ordem jurídica, como atos normativos primários, extraídos, 
diretamente, da Carta Magna, à semelhança das outras categorias do art. 59. 
Atualmente temos apenas 13 leis delegadas. A última delas, por sinal, foi editada em 
1992. 
 
Procedimento Legislativo Especial das Leis Delegadas 
 
O Procedimento legislativo especial da Lei Delegada encontra-se rigorosamente 
demarcada na Constituição Federal, cujas normas são de observância obrigatória na 
feitura dessa espécie normativa primária (art. 68, §§ 1º a 3º). 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar 
a delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, 
os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria 
reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso 
Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará 
em votação única, vedada qualquer emenda. 
 
Inicia-se por meio da chamada iniciativa solicitada, pela qual o Presidente da República 
solicita a delegação ao Congresso Nacional. 
 
A iniciativa solicitada é uma ato exclusivo e discricionário do Chefe do Poder Executivo; 
nenhuma outra autoridade, ou órgão do Estado poderá exercê-la, sob pena de ferir a 
Constituição. 
 
13 
 
Somente o Presidente da República é que deverá indicar o assunto a ser regulado por lei 
delegada. Aliás, não é toda e qualquer matéria que pode ser objeto de Lei Delegada, 
porque vigoram nesse campo, os Princípios da Separação do Poderes e da Reserva 
Constitucional de Competência Legislativa. 
 
Após o Congresso Nacional receber do Presidente da República a solicitação para fazer 
a Lei Delegada, a matéria é posta em votação. A sessão que irá deliberar deverá ser 
bicameral, conjunta ou separada. Se obtiver a maioria simples de votos, a matéria é 
aprovada. 
 
A partir daí a delegação ao Presidente da República terá a forma de RESOLUÇÃO do 
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
 
Depois que o ato resolutivo vier a tona, ele retorna ao Presidente da República, que, a 
partir daí, estará autorizado a fazer a Lei Delegada, promulgando-a e determinando sua 
publicação. As leis delegadas não admitem emendas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
5-MEDIDAS PROVISÓRIAS – (MP’s) - Art. 59, V 
Conceitos (vários autores): 
 É o ato monocrático do Chefe do Executivo com força de lei, editada em caso de 
relevância e urgência, que deve ser imediatamente submetida à apreciação do 
Congresso Nacional. 
 É um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República, em 
casos de relevância e urgência. Produz efeitos imediatos, mas depende de 
aprovação do Congresso Nacional para transformação definitiva em lei. (Portal da 
Câmara dos Deputados). 
 Competência do chefe do executivo é indelegável (não pode ser transmitido a 
outrem) – art. 84, XXVI. 
 As MP’s são extensivas aos Prefeitos e Governadores, com base no art. 25 da 
Constituição brasileira: “Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições 
e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição”. 
Localização Jurídica da MP 
 Art. 62, §§ 1º ao 12 da Constituição Federal de 1988 com alteração dada pela 
Emenda Constitucional nº 32/2001; e 
 Resolução 01/2002. 
 Substitui DECRETO-LEI: 
 - Criado em 1937; (Getúlio Vargas) 
 - Retirado em 1946; (Governo Eurico Gaspar Dutra) 
 - Reimplantado em 1967; (Costa e Silva) 
 - Modificado em 1988 (Medida Provisória); (José Sarney) 
 -Alterada em 2001 (E.C.). Teve como finalidade diminuir a excessiva 
discricionariedade na edição de medidas provisórias, prevendo uma série de limitações 
materiais, bem como a impossibilidade de reedições sucessivas. 
Exemplos de Decreto-Lei 
Código Penal Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
Código de Processo Penal Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 
Consolidação das Leis do Trabalho Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 
Código de Águas Decreto-Lei nº 24.643, de 10 de julho de 1934 
Código de Minas Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 
Código Penal Militar Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 
 
15 
 
Quadro Comparativo 
Decretos-lei Medidas Provisórias 
Pressupostos de admissibilidade: 
relevância ou urgência; 
Pressupostos de admissibilidade: 
relevância e urgência; 
Subordinavam–se ao aumento de 
despesas; 
 
Podem dispor sobre certas matérias, 
exceto sobre aquelas previstas no art. 62, 
Ia IV da CF; 
Não precisavam do aval do CN; 
 
Dependem de aprovação do CN para 
serem convertidas em lei; 
Mesmo rejeitadas, mantinham os efeitos 
produzidos durante sua vigência; 
Se não forem convertidas em lei, perdem 
os efeitos que produziram; 
Não podiam ser objeto de emendas. Podem ser objeto de emendas. 
 
Definição dos termos: 
 Relevância é a importância que demanda providência imediata, que em certo 
momento exige cuidado normativo excepcional; 
 Urgência é algo irremediável, não pode ficar para depois. 
 
Natureza Jurídica da MP segundo Entendimento do STF: 
“As MP’s configuram espécies normativas de natureza infraconstitucional, dotadas de 
força e eficácia legais, embora não sejam leis, no sentido exato da terminologia, pois 
nascem de um ato presidencial, e não do labor legiferante, propriamente dito.” (STF) 
 
Características: 
 Efêmeras: passageiras, transitórias – têm um prazo de vida curtíssimo; duram, no 
máximo 120 dias. 
 Excepcionais ou atípicas: não nascem do Poder Legislativo, não são leis, e sim 
de um ato monocrático e unipessoal do Presidente da República. (Sofre crítica 
doutrinária, pois não deveria incluir entre as espécies normativas, arroladas no art. 
59 da CF). 
 Precárias: se não forem transformadas em lei perdem sua eficácia. 
 Condicionadas: à satisfação de dois pressupostos simultâneos: a relevância e a 
urgência. 
 A MP não é promulgada ou proferida como a lei; é tão somente editada, expedida 
ou adotada. 
 
Justificativa do(a) Presidente da República 
A justificativa para o(a) PR editar Medidas Provisórias, com força de lei, é a existência 
de um estado de necessidade, que impõe ao Poder Público a adoção imediata de 
providências, de caráter legislativo, inalcançáveis segundo as regras ordinárias de 
16 
 
legiferação, em face do periculum in mora que fatalmente decorria do atraso na 
concretização da prestação legislativa. 
 
Limites à discricionariedade presidencial – Art. 62, §1º 
Em 2001 o texto original sofreu alteração através da E.C. nº 32 com objetivo de frear a 
excessiva discricionariedade presidencial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, 
de 2001) 
Art. 62, § 1º - É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: 
 a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
 b) direito penal, processual penal e processual civil; 
 c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreirae a garantia de seus 
membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro 
ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de 
sanção ou veto do Presidente da República. 
 
Efeitos imediatos da MP 
 EFEITO NORMATIVO 
-Possui vigência e eficácia imediatos; 
-As medidas provisórias entram em vigor assim que são editadas e somente depois é que 
são votadas pelo Congresso. 
-Passível de ADIN - Há o Controle Jurisdicional impedindo que o Presidente da 
República atue com excesso de poder. 
 EFEITO PROCEDIMENTAL 
-Depois de editadas pelo Presidente da República, elas produzem efeito de lei por 60 dias, 
contados a partir da data de sua publicação no D.O.U. 
-Estimulando o CN a instaurar o adequado procedimento de conversão de lei (art. 62, § 
3º), perdendo sua eficácia (art. 62, §§ 11 e 12), se não forem convertidas em lei no prazo 
de 60 dias prorrogável, nos termos do § 7º uma vez por igual período. 
17 
 
-Não tendo encerrada o prazo inicial e não tendo encerrada a votação nas duas Casas do 
Congresso, tal prazo é prorrogado por novos 60 (sessenta dias), uma só vez, perfazendo 
o total de 120 dias. 
-Assim temos os seguintes prazos para a conversão da MP em lei: 
Prazo inicial (originário) - 60 dias 
Prazo extraordinário (suplementar) – 60 dias 
Prazo máximo (total) – 120 dias 
-A contagem dos prazos para votação ficam suspensos durante os períodos de recesso 
congressual. 
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de 
fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
 
Regime de Urgência Constitucional 
Embora o prazo inicial de validade das medidas provisórias seja de 60 dias, se ela não for 
apreciada dentro de 45 dias, contados de sua publicação, entrará em regime de urgência 
constitucional (CF, art. 62, § 6º, acrescentado pela EC n. 32/2001). 
O que significa regime de urgência Constitucional? 
Significa que as MP’s sobrestar-se-ão todas as matérias que estiverem sendo apreciadas 
pela Casa Legislativa. 
PROCEDIMENTO LEGISLATIVO SUMÁRIO E ESPECIAL 
 Fase Introdutória: 
Iniciativa Legislativa Exclusiva: reservada aos Chefes do Executivo. 
A medida provisória é publicada no Diário Oficial da União, e passa a vigorar 
imediatamente para toda sociedade. Porém, para ser convertida em Lei (Ordinária), 
deverá ser aprovada pelo Congresso Nacional. 
A conversão da medida provisória em lei deverá ocorrer dentro de um prazo de 60 
(sessenta) dias. O prazo de conversão da medida provisória em lei terá início na data 
da edição da medida provisória. 
 Fase Constitutiva: 
Tramitação após a entrada em vigor: 
Deliberação Parlamentar: 
-Discussão pela Comissão Mista: 
-Chegando ao Congresso Nacional, a Medida Provisória é encaminhada a uma comissão 
mista. A comissão mista é composta por 12 (doze) Senadores e por 12 (doze) Deputados, 
que apresentará parecer favorável ou não. Observarão: 
18 
 
-Aspectos constitucionais, incluindo relevância e urgência. 
-A adequação financeira e orçamentária. 
-O cumprimento do Presidente da República de enviar o texto, acompanhado da 
respectiva mensagem e da exposição de motivos, devidamente fundamentados. 
-O mérito da MP 
Uma das funções da Comissão Mista é emitir um parecer único sobre a matéria inserida 
na medida provisória ressaltando sua constitucionalidade, relevância e urgência, seu 
mérito e sua adequação financeira e orçamentária. O parecer da Comissão Mista será 
encaminhado ao Plenário da Câmara dos Deputados e, uma vez aprovado, a medida 
provisória será enviada ao Senado Federal, para discussão e votação. 
-Votação: 
Depois que a comissão mista analisar a MP e emitir um parecer, ela irá para a Câmara do 
Deputados, para deliberação principal e a primeira votação (CF, art. 62, § 8º). 
Aprovada pela Câmara dos Deputados, por maioria simples, a MP vai para Senado, que 
a revisará e votará. 
Poderá ocorrer quatro situações: 
1. Aprovação Integral de MP pelo Congresso Nacional; 
2. Aprovação com Modificação pelo Congresso Nacional (EMENDA); 
3. Rejeição expressa da MP pelo Congresso Nacional. 
4. Rejeição tácita da MP pelo Congresso Nacional. 
 
Posição do Congresso Nacional 
 APROVAÇÃO INTEGRAL DE MEDIDAS PROVISÓRIAS 
Aprovação Integral: É a concordância irrestrita do CN com seus fundamentos fáticos 
e jurídicos. Também chamada de aprovação sem alteração. 
Resolução 01/2002, art. 12 – “Aprovada Medida Provisória, sem alteração de mérito, 
será o seu texto promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional para 
publicação, como lei, no Diário Oficial da União. “ 
CÂMARA DOS DEPUTADOS 
Centro de Documentação e Informação 
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Ramez Tebet, Presidente do Senado 
Federal, nos termos do parágrafo único do art. 52 do Regimento Comum, promulgo a 
seguinte: 
RESOLUÇÃO Nº 1, DE 2002-CN 
Dispõe sobre a apreciação, pelo Congresso Nacional, das Medidas Provisórias a que se 
refere o art. 62 da Constituição Federal, e dá outras providências. 
 
19 
 
Uma vez aprovada integralmente a medida provisória, será convertida em lei (ordinária) 
e será promulgada pelo Presidente do Senado Federal remetendo ao Presidente da 
República que publicará a lei de conversão. Se por acaso a medida provisória não for 
apreciada dentro de um prazo de 45 (quinze) dias, entrará em regime de urgência. 
 
 APROVAÇÃO COM MODIFICAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL 
Aprovação com alterações: É aquela em que a MP é aprovada à luz das mudanças 
produzidas por emendas em seu texto original. É a comissão mista que sugere tais 
modificações, mediante pareceres fundamentados, ampliando ou restringindo o conteúdo 
da medida provisória. Tais emendas poderão ser supressivas ou aditivas. 
É vedada a apresentação de emendas visando incluir assuntos estranhos ao texto 
original. Devem ser apresentadas no prazo de 05 dias após a publicação da medida 
provisória. 
 Os Parlamentares que apresentarem as emendas à medida provisória deverão também 
apresentar as relações jurídicas decorrentes de possível alteração da medida emendada. 
Caso o Congresso aprove a medida provisória emendada, ela se transformará em projeto 
de lei de conversão, que será remetido ao Presidente da República que a analisará, 
sancionando ou vetando a alteração. 
O Poder Executivo dará a palavra final. 
Deliberação Executiva: 
SANÇÃO/VETO: somente em casos de modificação pelo Congresso. 
 
 REJEIÇÃO EXPRESSA DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL 
Rejeição expressa: É aquela em que a MP é formalmente rejeitada, pelo Congresso 
Nacional. 
Se a MP sofrer rejeição, ela retroagirá, perdendo todos os efeitos que produziu. Efeito EX 
TUNC. 
Nesse caso, caberá ao Poder Legislativo, em 60 dias, disciplinar as relações jurídicas dela 
decorrentes, mediante DECRETO LEGISLATIVO (CF, art. 62, §3º). 
Impossibilidade de reedição de MP expressamente rejeitada pelo CN, na mesma sessão 
legislativa. E, caso ocorra, poderá ser considerado crime de responsabilidade, já que 
estaria impedindo o livre exercício do Poder Legislativo, pois poderia considerar que o 
Presidente da República utilizaria o Congresso apenas “como mero aprovador de sua 
própria vontade”, de acordo com Tércio Sampaio Ferraz Jr. 
 
 
 
 
20 
 
 REJEIÇÃO TÁCITA (silenciosa) DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL 
Rejeição tácita: É a reprovação silenciosa do CN, que a deixa de examinar dentro do prazo 
previsto constitucionalmente. Assim, ela será tacitamente rejeitada, ou seja, perderá sua 
eficácia. 
Caso o Congresso Nacional não se manifeste no prazo de 60 dias, a medida provisória 
perderá sua eficácia, por isso é chamada rejeição tácita, pois o Congresso não se manifestaexplicitamente sobre o ato normativo, apenas não o aprecia no tempo correto (CF, art. 62, 
§§ 3º e 7º). 
Essa situação permite que o prazo seja prorrogado apenas uma vez, acrescentando mais 
60 dias ao prazo. Porém, se caso o Congresso não se manifestar novamente, a rejeição se 
tornará definitiva e assim estará impedida sua reedição. 
E se não for editado o Decreto Legislativo para regular as relações jurídicas decorrentes 
da MP que perdeu eficácia por ausência de apreciação? Neste caso, as relações jurídicas 
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência continuam a vigorar 
com base nas regras da MP extinta. ( CF, art. 62, § 11). 
 
 Fase Complementar 
-PROMULGAÇÃO: pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. 
-PUBLICAÇÃO: pelo Presidente da República. 
Exemplo de MPV editada por Temer: 
MEDIDA PROVISÓRIA nº 726, de 2016 
Autoria: Presidente da República 
Comissão: Comissão Mista da Medida Provisória nº 726, de 2016 
Assunto: Administrativo - Administração pública: órgãos públicos. 
Ementa e explicação da ementa 
Ementa: Altera e revoga dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização 
da Presidência da República e dos Ministérios. 
Explicação da Ementa: 
Altera a estrutura da administração pública federal direta, em especial os ministérios e órgãos que integram a 
Presidência da República. Extingue, transforma e cria órgãos; trata da integração dos órgãos resultantes da 
transformação; cria e transforma cargos; transfere competências entre os órgãos; dispõe sobre o acervo 
patrimonial e o quadro de servidores efetivos dos órgãos e entidades extintos, transformados, transferidos, 
incorporados ou desmembrados; altera as competências dos órgãos. 
Situação Atual Tramitação encerrada 
Decisão: Aprovada na forma de Projeto de Lei de Conversão 
Destino: À sanção 
Norma jurídica gerada: Lei nº 13.341 de 29/09/2016 
Último local: 10/01/2017 - Coordenação de Arquivo 
Último estado: 30/09/2016 - TRANSFORMADA EM NORMA JURÍDICA COM VETO PARCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
6-DECRETOS LEGISLATIVOS - Art. 59, VI 
Decreto Legislativo é o ato normativo primário destinado a regular assuntos de 
competência exclusiva do CONGRESSO NACIONAL, com eficácia análoga à de uma 
lei. 
A finalidade dos Decretos Legislativos é referendar (assinar como responsável) atos 
presidenciais. 
Seu objeto configura-se, basicamente, às matérias previstas no art. 49 da Constituição 
Federal, incumbindo-lhe também, disciplinar as relações jurídicas decorrentes de 
Medidas Provisórias (CF, art. 62, § 3º) 
 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir 
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do 
País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, 
ou suspender qualquer uma dessas medidas; 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
 Etc... 
 
Art. 49 da Constituição Federal 
Conforme o art. 49, o Decreto Legislativo tem como objeto, matérias apontadas como de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, por exemplo: resolver definitivamente 
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar guerra 
ou a celebrar a paz; e autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País por mais de quinze dias. 
O Art. 62, § 3º da Constituição Federal, disciplina as relações jurídicas decorrentes de 
Medida Provisória não convertida em lei. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a 
edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos 
do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto 
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. 
 
Procedimento Legislativo Especial de formação dos decretos legislativos 
Os Decretos Legislativos submetem-se a um procedimento legislativo especial. São, 
obrigatoriamente, discutidos e votados tanto na Câmara dos Deputados como no Senado 
da República. Para sua aprovação exige-se maioria simples. 
22 
 
Após aprovados, são promulgados e publicados pelo Presidente do Senado, nos termos 
do art. 48 do Regimento Interno do Senado Federal: “Compete ao Presidente do Senado 
Federal promulgar as resoluções do Senado e os decretos legislativos”. 
O Presidente da República, em nenhum momento, participa desse procedimento, 
inerente à competência do Poder Legislativo. Quer dizer, os Decretos Legislativos não 
estão sujeitos a sanção, nem veto pelo Chefe do Executivo. Também é o Presidente do 
Senado Federal que manda publicá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
7- RESOLUÇÕES - Art. 59, VII 
São atos normativos primários, que em regra regulamentam matéria de interesse interno 
de competência do Congresso Nacional, ou de competência privativa do Senado Federal 
ou da Câmara dos Deputados. As resoluções desempenham efeitos intrínsecos e 
extrínsecos. 
Os efeitos intrínsecos constituem a regra, pois derivam das disposições previstas nos 
Regimentos Internos das respectivas Casas Legislativas. 
Os Regimentos Internos são aprovados através da própria Resolução, nesse sentido: o 
Regimento Interno do CN; e os Regimentos Internos de cada Casa do Congresso; as 
atribuições dadas ao Senado e à Câmara dos Deputados, nos arts. 51 e 52 da CF. 
Já os efeitos extrínsecos das resoluções são excepcionais, porque só se verificam quando 
a Constituição assim determina. É o caso da delegação legislativa, veiculada por 
Resoluções, além de matérias financeiras e tributárias (CF, arts. 68, § 2º, 52, IV a X, e155, 
§ 2º, V), ficando a cargo dos Regimentos Internos de ambas as Casas Legislativas, porque 
a Constituição não lhes disciplinou o processo de formação. 
 
Espécies de Resoluções 
As espécies de resoluções variam a depender da finalidade a que se destina: 
 Resolução administrativa: referenda nomeações pelo Senado Federal; 
 Resolução tributária: fixa alíquotas de tributos; 
 Resolução co-participativa: suspende lei declarada inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal; e 
 Resolução delegativa: autoriza o Poder Executivo a elaborar lei delegada. 
Procedimento Legislativo Especial de formação das Resoluções 
Diz-se que o Procedimento Legislativo para a formação de Resoluções é especial porque 
dele não participa o Presidente da República. Identicamente ao Decretos Legislativos, 
inexiste sanção ou veto, uma vez que a competência para cria-la adstringe-se ao âmbito 
do Poder Legislativo. 
O procedimento para a feitura das Resoluções não encontra disciplina normativa expressa 
na Constituição. Mas sim no Regimento Interno do Congresso Nacional e Dos 
Regimentos Internos de cada uma das Casas Legislativas. 
Conforme o art. 200, § 2º, do Regimento Interno da Câmara Dos Deputados, as 
Resoluções da Câmara serão promulgadas pelo seu Presidente, no prazo de duas sessões 
após o recebimento dos autógrafos, que, não fazendo, caberá aos vice-presidentes, 
segundo a sua numeração ordinal. 
E, pelo art. 48, n. 28 do Regimento Interno do Senado Federal, compete ao Presidente do 
Senado promulgar as Resoluções senatoriais. 
Já a resolução congressual deverá ter aprovação das duas Casas Legislativas, cabendo ao 
Presidente doSenado, no exercício da Presidência do Congresso Nacional, promulgá-la.

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