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[PROJETO] O Mundo Moderno dos Contos de Fadas em Once Upon a Time TALITA

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O MUNDO MODERNO DOS CONTOS DE FADAS EM ONCE UPON A TIME
Aluna: Talita Rodrigues Damasceno
Orientador: Prof. Dr. Lilian Cristina Corrêa
Apoio: PIVIC Mackenzie
Resumo: 
Os contos de fadas, também denominados contos maravilhosos, apresentam uma narrativa fantástica, cuja principal característica é a problemática existencial que leve o leitor a refletir sobre questões morais. Nesta narrativa, não é primordial a presença de uma fada, entretanto, magias e encantamentos são recursos muito utilizados para entreter o público. Por meio desses elementos, a tradução intersemiótica do longa-metragem Cinderela (1950), produzido pelos Estúdios Disney, é uma das adaptações que mais atrai o público, principalmente o infantil. 
Para manter a interação que existia entre o leitor e a obra, as produções Disney também lançaram um livro ilustrado (2011), que contém imagens inspiradas no longa-metragem.
Com base na obra de Charles Perrault, uma análise intersemiótica entre o conto, o longa-metragem e o livro ilustrado pode ajudar a compreender de que maneira ocorre o processo de trasladação das adaptações, assim como sua recepção e a aproximação do público, além de destacar elementos da narrativa, elevando a valorização da Literatura Infantil.
Palavras-chave: tradução intersemiótica, contos de fadas, Perrault, Cinderela, Disney.
Introdução
A partir da série Once Upon a Time (ABC, 2011), pretende-se desenvolver uma análise intersemiótica entre a narrativa do seriado, escrito por Adam Horowitz e Edward Kitsis, e as narrativas dos tradicionais contos de fadas que a inspiram.
A narrativa de Once Upon a Time gira em torno da clássica história de Branca de Neve, adaptada dos Irmãos Grimm, que após os acontecimentos do conto, apresenta uma possível continuação que desenvolve-se ao longo da jornada de cada personagem. No primeiro capítulo, a Rainha Má invade o casamento de Branca de Neve e do Príncipe Encantado, ameaçando-os com uma maldição que destruirá a felicidade de todos os habitantes da Floresta Encantada, local onde a maior parte dos personagens dos contos de fadas vive.
Com a maldição concretizada, os conhecidos personagens são transportados, sem memórias de quem são, para a fictícia cidade de Storybrooke. A única pessoa capaz de quebrar a maldição é o fruto do amor-verdadeiro, ou seja Emma Swan, filha de Branca de Neve e do Princípe Encantado, que por correr risco de vida, foi enviada ao mundo “real”, para que assim pudesse sobreviver. Emma, a “Salvadora”, vive em Boston e, ao completar 28 anos, conhece Henry, um menino de dez anos que identifica-se como filho o filho biológico que Emma deu para adoção ainda bebê. Ao levar Henry para Storybrooke e ser apresentada a um livro intitulado OnceUpon a Time, que o menino explica ser a origem dos contos de fadas, Emma decide ficar na cidade e investigar de onde realmente vieram todas aquelas pessoas. A partir desta decisão a trama se desenvolve, estabelecendo diversas comparações entre o mundo imaginário e o mundo real.
Oriundos de contos populares orais, os contos de fadas tornaram-se populares através das narrativas dos Irmãos Grimm, Charles Perrault, Hans Christian Andersen e Charles Dickens, entre outros. 
Na adaptação televisiva, ocorre a interação entre a linguagem televisiva e os textos literários que as inspiram. Segundo Luiz Fiorin:
(...) o dialogismo é o modo de funcionamento real da linguagem, é o princípio constitutivo do enunciado. Todo enunciado constitui-se a partir de outro enunciado, é uma réplica a outro enunciado. Portanto, nele ouvem-se sempre, ao menos, duas vozes. (FIORIN, 2008, p. 24)
A intertextualidade com os contos de fadas é constante e, a cada episódio os autores constroem a narrativa a fim de que o telespectador realmente acredite que todos os personagens tenham uma conexão que não foi abordada nos livros.
 Em Introdução à Literatura Fantástica, Todorov ressalta a abordagem da narrativa fantástico-maravilhosa na construção da dúvida do leitor acerca da interpretação do discurso que permeia o mundo real e o imaginário, desenvolvido ao longo da leitura.
Primeiro é preciso que o texto obrigue o leitor a considerar o mundo das personagens como um mundo de criaturas vivas e a hesitar entre uma explicação natural e uma explicação sobrenatural dos acontecimentos evocados. A seguir, a hesitação pode ser igualmente experimentada por uma personagem; desta forma o papel do leitor é, por assim dizer, confiado a uma personagem e ao mesmo tempo a hesitação encontra-se representada, torna-se um dos temas da obra; no caso de uma leitura ingênua, o leitor real se identifica com a personagem. Enfim, é importante que o leitor adote uma certa atitude para com o texto: ele recusará tanto a interpretação alegórica quanto a interpretação “poética”. Estas três exigências não têm valor igual. A primeira e a terceira constituem verdadeiramente o gênero; a segunda pode não ser satisfeita. Entretanto a maior parte dos exemplos preenchem as três condições. (TODOROV, 2010, p. 39) 
Nesse trecho percebe-se a importância da experiência que o leitor tem ao acompanhar a obra na consolidação do gênero fantástico, e ao acompanhar um seriado baseado em tais contos, a experiência pode ser maximizada ou modificada.
Um seriado, que ainda é visto por muitos apenas como entretenimento, pode abranger diversas áreas que podem ser usadas no meio acadêmico. A proposta apresentada para o trabalho de iniciação científica é favorável, também, para a área de Letras, uma vez que dificilmente ocorrem estudos específicos sobre adaptações televisivas e sua estrutura narrativa, comparando-a com as obras que a originaram.
Para o presente projeto pretende-se analisar a primeira temporada da série, compreendida em 22 episódios, que evidencia os contos de fadas e suas relações com o mundo imaginário e o mundo moderno.
Método
	As influências que envolvem as linguagens analisadas neste trabalho, implicam na compreensão da importância que as adaptações têm, não só para o entendimento da obra original, mas também para que ocorram olhares diferentes para o que antes era supostamente tradicional e imutável. O estudo se dará através da análise do gênero fantástico e suas origens, sua consolidação no mundo literário e, depois, as similaridades entre a literatura e a televisão. 
A linguagem da televisão, tende a ser vista como uma linguagem mais fácil e direta e, unida à literatura, tende a não só atrair o público para seus episódios, como também para despertar a curiosidade sobre suas origens e a abordagem de textos oriundos de narrativas fantástico-maravilhosas aproximam a relação entre leitor e espectador. 
O realismo maravilhoso visa tocar a sensibilidade do leitor como ser da coletividade, como membro de uma (desejável) comunidade sem valores unitários e hierarquizados. O efeito de encantamento restitui a função comunitária da leitura, ampliando a esfera de contato social e os horizontes culturais do leitor. A capacidade do realismo maravilhoso de dizer a nossa atualidade pode ser medida por esse projeto de comunhão social e cultural, em que o racional e o irracional são recolocados igualitariamente (CHIAMPI, 1980, p. 69).
Em, O Realismo Maravilhoso, IrlemarChiampi reforça a importância da abordagem das narrativas fantástico-maravilhosas na construção de um leitor que se identifica com as obras lidas. Os contos de fadas propiciam aos seus leitores uma experiência de fuga do ambiente em que ele se encontra, para uma realidade construída, porém cheia de esperança, e nessa esperança que os criadores do seriado se inspiraram. 
A estratégia utilizada foi mergulhar no universo dessas figuras icônicas e encontrar por que elas mexiam conosco de forma tão profunda. Acabamos por encontrar uma força que parecia interligar todos os contos. A esperança. Para nós, esse é o significado de que a vida vai melhorar. (CAMPOS, 2014, p. 5).
O seriado OnceUpon a Time materializa os contos de fadas de uma maneira lúdica, mas ao mesmo tempo voltados para situações contemporâneas, conflitos sociais e morais e a formação da identidade.A narrativa do seriado, apesar da linearidade, também apresenta diversos recortes do passado de cada personagem, de cada conto, auxiliando assim na compreensão dos fatos que estão sendo retratados na trama.
Uma única história pode ser contada de vários modos: ou seja, uma única fábula pode ser construída por meio de inúmeras tramas, com formas distintas de dispor os dados, de organizar o tempo. (XAVIER, 2003, p. 65).
Os criadores de OnceUpona Time, através dos contos maravilhosos mundialmente conhecidos, recontam histórias que foram diversas vezes voltadas somente ao público infantil. Essa nova “tradução” dos contos em narrativas seriadas permite ao público novas interpretações e leituras complexas sobre algo supostamente já conhecido.
Na infância, mais do que em qualquer outra idade, tudo está em transformação. Enquanto não conseguirmos considerável segurança dentro de nós mesmos, não podemos nos comprometer em lutas psicológicas difíceis, a menos que uma saída positiva nos pareça segura, quaisquer que sejam as oportunidades que para isto a realidade apresente. O conto de fadas oferece materiais de fantasia que sugerem à criança sob forma simbólica o significado de toda batalha para conseguir uma auto realização, e garante um final feliz. (BETTELHEIM, 2002, p. 40)
O resgate ao passado auxilia a compreensão do presente, pois afinal, se esses contos perduram por séculos, se reinventando e conquistando diversos leitores, faz-se necessário o aprofundamento no contexto histórico em que as obras foram escritas e no impacto que hoje causam ao serem traduzidas e veiculadas na televisão.
A ocupação com o passado é também um ocupar-se com o presente. O passado não é apenas lembrança, mas sobrevivência como realidade inscrita no presente. As realizações antigas dos antepassados traçam os caminhos da realidade de hoje e seus descaminhos. (PLAZA, 1987, p. 2).
	É possível que, conforme o telespectador vá acompanhando a série, surja nele um interesse pela leitura dos livros, a fim de estabelecer comparações com as histórias originais, o que contribui para ampliar, ainda mais, seu conhecimento sobre a literatura. Assim como, também, é presumível que surja no leitor o interesse de assistir um seriado que parte de um ponto de partida que não é comumente abordado em adaptações de contos de fadas. Todavia, a leitura não depende do seriado e vice-versa, uma vez que poderá haver pessoas que apenas lerão o livro e outras que somente assistirão o serie.
	O intuito deste estudo é investigar o processo de transladação do campo literário para o seriado, pois apesar dos contos de fadas serem considerados clássicos da literatura, constantemente são reinventados a fim de que novas interpretações e identificações possam ser feitas.
Referências bibliográficas
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. 16. Edição. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
CAMPOS, Elisa. OnceUpon a Time: uma antologia de contos de fadas. 1º Edição. São Paulo: Planeta, 2014.
CHIAMPI, Irlemar. O Realismo Maravilhoso. 1 ed. São Paulo: Annablume, 2012.
FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin. 1 º Edição. São Paulo: Ed. Ática, 2008.
PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 1987.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à Literatura Fantástica. 4ª Edição. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 2010.
XAVIER. Ismail. Do texto ao filme: a trama, a cena e a construção do olhar do cinema. In: Literatura, cinema e televisão. São Paulo: SENAC, 2007.
Talita, gatíssima,
Finally, here I am, answering your paper!
Acho que seria legal começar fazendo as leituras com o Fiorin e a Brait, tentando desvendar Dialogismo, Polifonia e Cia...
TRY:
FIORIN. Introdução ao Pensamento de Bakhtin.
BRAIT, Beth. Bakhtin. Conceitos-chave.
DIANA LUZ e FIORIN. Dialogismo, polifonia e intertextualidade.
Todos eles vc encontrará facilmente na biblioteca.
Faça a leitura focando na ideia de releitura e tente agregar ao seu texto do projeto.
Mil beijocas

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