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CURSO DEPEN 2020 - AULA 03 - DIREITOS HUMANOS

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Aula 03
Direitos Humanos e Participação Social
p/ DEPEN (Com Videoaulas) Pós-Edital
Autor:
Ricardo Torques
Aula 03
11 de Maio de 2020
08983671661 - Gilson da silva soares
 
 
 
 
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Sumário 
Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos ................................................................... 4 
1 - Noções Gerais ........................................................................................................................................... 4 
2 - Estrutura..................................................................................................................................................... 6 
3 - Principais Regras Mínimas ......................................................................................................................... 7 
4 - Regras Mínimas para o Tratamento dos Presos ...................................................................................... 11 
4.1 - Preâmbulo ........................................................................................................................................ 11 
4.2 - Anexo ............................................................................................................................................... 13 
4.3 - Observações Preliminares ................................................................................................................ 13 
5 - Regras de aplicação geral ..................................................................................................................... 15 
5.1 - Princípios básicos .............................................................................................................................. 15 
5.2 - Registro ............................................................................................................................................ 18 
5.3. - Separação de categorias ............................................................................................................... 20 
5.4 - Alojamento ....................................................................................................................................... 21 
5.5 - Higiene pessoal ................................................................................................................................ 22 
5.6 - Vestuário e roupas de cama ............................................................................................................ 23 
5.7 - Alimentação ...................................................................................................................................... 23 
5.8 - Exercício e desporto ......................................................................................................................... 24 
5.9 - Serviços médicos ............................................................................................................................... 26 
5.10 - Restrições, disciplina e sanções ...................................................................................................... 31 
5.11 - Instrumentos de coação .................................................................................................................. 37 
5.12 - Revistas aos reclusos e inspeção de celas ...................................................................................... 39 
5.13 - Informações e direitos de reclamação dos reclusos ....................................................................... 41 
Ricardo Torques
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5.14 - Contatos com o mundo exterior...................................................................................................... 42 
5.15 - Biblioteca ....................................................................................................................................... 44 
5.16 - Religião .......................................................................................................................................... 45 
5.17 - Depósito de objetos pertencentes aos reclusos .............................................................................. 46 
5.18 - Notificações .................................................................................................................................... 46 
5.19 - Investigações .................................................................................................................................. 47 
5.20 - Transferência de reclusos ............................................................................................................... 48 
5.21 - Pessoal do estabelecimento prisional ............................................................................................. 48 
5.22 - Inspeções internas e externas ......................................................................................................... 53 
6 - Regras aplicáveis a categorias especiais: Reclusos Condenados ............................................................ 55 
6.1 - Princípios Gerais .............................................................................................................................. 55 
6.2 - Tratamento ....................................................................................................................................... 56 
6.3 - Classificação e individualização ...................................................................................................... 57 
6.4 - Privilégios ......................................................................................................................................... 58 
6.5 - Trabalho ........................................................................................................................................... 58 
6.6 - Educação e lazer .............................................................................................................................. 60 
6.7 - Relações sociais e assistência pós-prisional ...................................................................................... 60 
7 - Regras aplicáveis a categorias especiais: Reclusos Com transtornos mentais e/ou com problemas de 
saúde ............................................................................................................................................................ 61 
8 - Regras aplicáveis a categorias especiais: Reclusos detidos ou a aguardar julgamento ........................ 62 
9 - Regras aplicáveis a categorias especiais: Presos civis ............................................................................ 64 
10 - Regras aplicáveis a categorias especiais: Presos presas ou detidas sem acusação ............................. 64 
Resumo .............................................................................................................................................................. 65 
Lista de Questões com Comentários .................................................................................................................. 67 
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Lista de Questões sem Comentários .................................................................................................................. 81 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 86 
 
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REGRASMÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O TRATAMENTO DE 
PRESOS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Na aula de hoje estudaremos as Regras Mínimas para o Tratamento dos Presos. 
Dessa forma, abordaremos os seguintes pontos do edital: 
3 Regras mínimas da ONU para o tratamento de pessoas presas. 
Vamos lá?! 
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O TRATAMENTO 
DE PRESOS 
1 - Noções Gerais 
Em 1955 foi realizado o I Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e para o Tratamento de 
Delinquentes. Entre outros assuntos, foi editado um conjunto de regras de direitos humanos voltado para 
aqueles que estão em cumprimento de penas, denominado de Regras Mínimas para o Tratamento dos 
Presos. 
Essas regras constituem o que a doutrina denomina de soft law, vale dizer, constituem um conjunto de 
normas desprovidas de caráter jurídico vinculante em relação aos signatários. Assim, os Estado que 
participaram do Congresso que resultou na aprovação das Regras Mínimas não estão obrigados, pelo simples 
fato de terem participado da criação do documento, a observarem, após a internalização, suas regras no 
direito interno. 
Permite-se, assim, que os Estados membros venham aderir posteriormente às regras. 
 
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Apenas para fixar bem o assunto, as soft law distinguem-se das normas jus cogens. Neste caso, a norma pela 
simples existência vincula os Estados, ainda que não tenham aderido expressamente ao seu texto. Já as soft 
law somente tornam-se obrigatórias para o Estado membro caso ele assuma formalmente tal 
responsabilidade perante a comunidade internacional. 
Seguindo com o nosso estudo, questiona-se: quais são as regras tratadas no documento da ONU? Como o 
próprio nome indica, são contemplados direitos humanos muito relevantes que devem ser assegurados a 
todos, inclusive às pessoas que se encontram presas. 
Entre os direitos albergados destacam-se o direito à integridade física e psíquica, o direito à igualdade, o 
direito à liberdade de religião e o direito à saúde. 
 
Portanto, se na prova questionarem: 
As Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas Presas, da ONU, preveem uma série 
de direitos humanos, exceto o direito de liberdade de religião, plenamente restringido 
em face da condenação penal. 
Certo ou errado? 
O direito à liberdade de religião não foi mencionado acima? Foi, portanto, incorreta a afirmação. Muito 
cuidado pessoal, o direito de ir e vir – principal dos direitos de liberdade – sofre restrição, quando a pessoa 
é responsabilizada penalmente. Isso não significa que todos os direitos de liberdade sofram restrição. Como 
vimos a liberdade de escolher e professar a religião que lhe é própria é uma garantia, assegurada 
internacional e, também, em nosso ordenamento constitucional, inclusive para aqueles que se encontram 
presos. 
Regras Mínimas para 
Tratamento das Pessoas 
Presas da ONU
soft law
os Estados que 
participaram do 
documento possuem a 
prerrogativa de aderir ao 
seu texto
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2 - Estrutura 
O diploma é composto por 95 itens, ou melhor, 95 regras mínimas que estão divididas em três seções. 
 
Na primeira parte (observações preliminares) são fixadas regras gerais acerca do sistema penitenciário, que 
devem ser adaptadas às condições sociais, econômicas, legais e geográficas de cada Estado. 
A primeira observação aponta que as Regras indicam um modelo geral, contendo princípios e práticas 
reconhecidos pela comunidade internacional e que são aptos a tornar o estabelecimento prisional mais 
adequado para o reestabelecimento social do preso. Para tanto, há um esforço em estabelecer padrões 
gerais a serem observados indistintamente a todos os Estados, independentemente dos aspectos 
peculiares de cada nação. 
A segunda observação considera, em modo complementar, o fato de que devem ser levadas em conta as 
realidades de cada local. Efetivamente, não é possível o cumprimento de todas as regras de uma hora para 
outra. Essas Regras, no entanto, são as condições mínimas postas pela Organização das Nações Unidas para 
que se considere adequado o sistema prisional. É importante observar que nessa segunda observação há um 
reconhecimento expresso de que é possível que as regras sejam afastadas justificadamente em casos 
particulares. 
A terceira observação apenas traz um apontamento geral sobre a estruturação das Regras. Quanto às regras 
de aplicação geral são estabelecidas regras referentes à administração geral dos estabelecimentos 
penitenciários, com a fixação de direitos àqueles que encontram-se presos por sentença definitiva ou 
provisoriamente. 
Por fim, as regras aplicáveis às categorias específicas que envolvem os reclusos condenados, reclusos 
alienados e doentes mentais, reclusos detidos ou aguardando julgamento, condenados por dívidas ou prisão 
civil e reclusos detidos ou presos sem acusação. 
Por fim, a quarta observação indica que as Regras não se aplicam à detenção disciplinar adolescentes, os 
quais devem ser submetidos a regramento distinto. Essa observação deve ser interpretada com 
temperamento, podendo-se aplicar as Regras a estabelecimentos para adolescentes desde que isso seja mais 
benéfico. 
Vamos ver uma questão a respeito desse assunto: 
observações preliminares introdução
regras de aplicação geral arts. 1º a 55
regras aplicáveis a categoriais especiais arts. 86 a 122
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(IBFC/SEAP-MG - 2018) O Conselho Econômico e Social da ONU aprovou através da sua Resolução 663 C I 
(XXIV), de 31 de julho de 1957, aditada pela resolução 2076 (LXII) de 13 de maio de 1977 e, em 25 de maio 
de 1984, através da Resolução 1984/47, 13 (treze) procedimentos para a aplicação efetiva das Regras 
Mínimas para o Tratamento de Presos. 
Assinale a alternativa incorreta: 
a) O objetivo primário das Regras Mínimas é estabelecer os princípios que devem nortear minimamente uma 
organização penitenciária 
b) As Regras Mínimas podem ser aplicadas independentemente da cultura, religião, etnia sem prejuízo ao 
indivíduo recluso 
c) Os conceitos que balizam a aplicação das Regras inspiram-se em elementos essenciais que se mostraram 
mais adequados ao sistema penitenciário moderno 
d) As Regras Mínimas não estão destinadas a determinar a organização dos estabelecimentos para 
delinquentes juvenis ou instituições de reeducação 
e) Em 22 de maio de 2015, as Nações Unidas oficializaram a atualização do novo quadro de normas 
incorporando novas doutrinas de Direitos Humanos, as Regras Mínimas também a partir desta data são 
conhecidas como as “Regras de Mandela” (Mandela’s Rules) 
Comentários 
A alternativa B é incorreta, sendo o gabarito da questão. Conforme a segunda observação preliminar, devem 
ser levadas em conta aspectos locais quanto ao cumprimento das Regras. A alternativa A é correta, 
correspondendo à primeira observação preliminar. A alternativa C é correta, correspondendo à observação 
preliminar 1 também. A alternativa D é correta, pois as Regras de Mandela não se destinam à organização 
de estabelecimentos para adolescentes, conforme a observação preliminar 4, sendo possível a sua aplicação 
a esses estabelecimentos, no entanto. A alternativa E é correta. 
3 - Principais Regras Mínimas 
Neste tópico, vamos destacar dentre todos os dispositivos do documento aqueles considerados mais 
importantes e que possuem maior probabilidade de aparecerem em prova, os quais serão elencados em 
forma de tópicos. 
Antes de tudo, é essencial perceber que asRegras exigem um tratamento digno à pessoa do preso. É vedada 
absolutamente a tortura ou outras penas e tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, os quais não 
podem ser justificados em qualquer situação, bem como há um dever por parte dos agentes prisionais de 
manter a segurança dos presos, dos visitantes e de todas as pessoas que prestem serviço no 
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estabelecimento. A regra 3 expressa a ideia de que a própria segregação dos presos é a penalidade, devendo-
se evitar ao máximo qualquer outro tipo de situação desagradável aos presos e, principalmente, deve-se 
manter a autodeterminação do preso. 
Ainda, há menção, na regra 4, dos objetivos de se aplicar as sanções de prisão, que são: proteger a sociedade 
contra a criminalidade e reduzir a reincidência. Para que isso seja alcançado, é preciso que o encarceramento 
seja utilizado como um modo de reintegrar o indivíduo à sociedade, devendo-se fornecer ao preso educação, 
formação profissional, trabalho e qualquer outra atividade que propicie a ressocialização. 
(i) princípio básico das regras mínimas: aplicação indistinta sem discriminação. 
 As normas previstas aplicam-se a todos sem qualquer fora de discriminação (raça, cor, sexo, língua, 
religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, condições financeiras, origem etc.). Além disso, 
eventuais crenças religiosas e preceitos morais específicos devem ser respeitados por todos. Evidentemente, 
eventuais ações em benefício de certo grupo de pessoas, principalmente aos deficientes, não podem ser 
consideradas como discriminação. 
(ii) Registro dos presos 
 Os estabelecimentos penitenciários devem manter cadastro com as informações do preso. Entre as 
informações constará identidade, motivo da prisão, juiz que a ordenou, data e hora da prisão bem como 
estipulação da data de saída. É muito importante que os registros sejam auditáveis e que impeçam o acesso 
não autorizado ou a modificação de qualquer informação contida no sistema. Além disso, os registros devem 
ser confidenciais, sendo acessível, conforme a regra 9, ao preso e àqueles que necessitem de acesso por 
razões profissionais. Ainda, os registros devem ser utilizados para a produção de dados estatísticos que 
mostrem tendências e características da população prisional. 
(iii) Conservação dos bens pessoais 
 Eventuais bens que estejam com o preso deve permanecer devidamente custodiados se não puderem 
ficar com a pessoa. Quando da liberação, esses bens devem ser restituídos. Os bens devem ser devidamente 
inventariados pelo estabelecimento. Eventuais medicamentos utilizados pelo preso podem ser utilizados 
pelo preso conforme decisão de profissional médico. 
(iv) Informação 
 Ao ingressar no estabelecimento penitenciário o preso de devem ser informados a respeito das regras 
relativas à pena que cumprirá. Neste ato será informado do regime da prisão, regras do estabelecimento 
penal, procedimentos internos, notadamente, como deve proceder em caso de solicitação de informações e 
apresentação de reclamações. Nessa parte de informações, é previsto o direito dos presos de formularem 
pedidos ou reclamações perante a administração prisional, bem como o preso deve ter acesso ao inspetor. 
Os pedidos devem ser apreciados prontamente e a solução deve ser rápida. 
(v) Organização dos presos 
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Ä Determina-se que os presos sejam agrupados em locais segundo categorias específicas, separados uns dos 
outros. Nesse contexto: 
HOMENS  MULHERES 
PREVENTIVOS  POR SENTENÇA JUDICIAL DEFINITIVA 
ADULTOS  ADOLESCENTES 
POR CONDENAÇÃO PENAL  POR CONDENAÇÃO CÍVEL 
(vi) locais de reclusão 
 Um mesmo local de prisão não pode ser ocupado, em regra, por mais de uma pessoa. Excepcionalmente, 
em caso de excesso temporário no estabelecimento é possível que seja ocupado por mais de uma pessoa. 
Os locais de reclusão devem ser salubres, com boas condições de higiene e de saúde, com vestuários, roupa 
e alimentação adequados. 
(vii) Atendimento à saúde 
 Está previsto que os estabelecimentos penais devem possuir ao menos um médico (com conhecimentos 
na área de psiquiatria) e dentista para atender aos presos. 
 Aos presos doentes deve ser despendido atendimento especial, com adequado tratamento às 
necessidades da pessoa doente. 
 Às presas gestantes deve-se assegurar instalações especiais, notadamente para atender ao nascimento 
da criança. 
 Quando da admissão do preso é necessário o atendimento prévio para que sejam tomadas as medidas 
necessárias, caso verificada alguma condição específica. 
(viii) Acesso a biblioteca 
Os estabelecimentos penitenciários devem contar com uma biblioteca para uso e reunião dos reclusos. 
(ix) Ordem e Disciplina 
 A ordem e disciplina deve ser mantida, segundo as regras estabelecidas ao órgão penitenciário. Em razão 
disso, tais regras devem ser obedecidas estritamente, sem discriminações ou com rigores excessivos. 
 Infrações disciplinares devem ser tratadas como tais, com aplicação das sanções previstas internamente, 
por intermédio de comissões disciplinares, sem arbitrariedades. Desse modo, é inaceitável que o preso seja 
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punido disciplinarmente com excesso (pois constitui abuso de poder) ou sem observância das prescrições 
internas (pois constitui ato arbitrário). 
Ainda em relação às infrações disciplinares: 
• O preso não pode ser punido sem ser informado da infração de que é acusado. 
• O preso não poderá ser punido sem oportunidades de defesa. 
Dentre as punições a serem aplicadas por infrações disciplinares, veda-se: penas corporais e colocação em 
solitárias, bem como punições cruéis, desumanas ou degradantes. 
Veda-se, ainda, a utilização das algemas, coletes de força, correntes e ferros como sanção. 
(x) Contato com o mundo exterior 
 Embora o apenado permaneça segregado do convício social, deverá ser fraqueado o direito do preso de 
comunicar-se com a família (visitas, correspondências), bem como devem ter acesso aos noticiários, segundo 
normas e controles da administração carcerária. 
Desse modo, falecimentos, doenças e transferências devem ser informados ao preso e à família. 
(xi) Pessoal Penitenciário 
 Exige-se a formação específica e diretrizes referentes à atuação dos servidores nesta área da segurança 
pública, ressaltando a missão social de grande importância, bem como diretrizes sobre o relacionamento dos 
funcionários com os reclusos, especialmente tendo-se em conta o tratamento com as mulheres. 
(xii) Reinserção do preso na sociedade 
 O sistema penitenciário não deve agravar o sofrimento inerente a essa situação, exceto pontualmente, 
por razões justificáveis de segregação e para a manutenção da disciplina. 
 O fim da pena de privação de liberdade é a proteção da sociedade contra o crime, o que só pode ser 
assegurado se o recluso, após seu regresso à liberdade, tenha vontade e aptidão para seguir um modo de 
vida de acordo com a lei e provendo suas próprias necessidades. 
 Devem ser adotadas medidas com a finalidade de permitir a reintegração, entre elas: 
 Análise da personalidade do preso, em atenção à individualização da pena, de forma que o 
tratamento seja desenvolvido em atenção às necessidades individuais. 
 Desenvolvimento de aptidões para o trabalho como uma forma de ganhar a vida de maneira honesta. 
 Desenvolvimento de medidas voltadas educação, que constitui obrigatoriedade para analfabetos ejovens reclusos. 
 Desenvolvimento de atividades de recreio e culturais. 
 Aproximação do preso com a família. 
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(xiii) Atendimento especial para presos doentes mentais, que devem ser atendidos em estabelecimentos 
apropriados. 
(xiv) Os presos preventivos devem ser mantidos em prisão específica, garantindo-se atendimento com 
médicos e dentistas pessoais, bem como o direito de ser entrevistado pelo advogado com privacidade. 
De um modo geral das principais regras que vimos acima... 
 
 
Finalizamos, assim, as principais regras. Na sequência vamos citar a íntegra do documento, cuja leitura é 
imprescindível para um bom desempenho em prova. 
De todo modo, para facilitar o estudo e a absorção dos assuntos vamos destacar as principais informações 
com recursos visuais, bem como faremos breves apontamentos sempre que necessário para os assuntos 
mais relevantes. Sigamos! 
4 - Regras Mínimas para o Tratamento dos Presos 
Adotadas pelo Primeiro Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos 
Delinquentes, realizado em Genebra em 1955, e aprovadas pelo Conselho Econômico e Social das Nações 
Unidas através das suas resoluções 663 C (XXIV), de 31 de Julho de 1957 e 2076 (LXII), de 13 de Maio de 
1977.Resolução 663 C (XXIV) do Conselho Econômico e Social 
4.1 - Preâmbulo 
O Conselho Econômico e Social 
• As Regras Mínimas para Tratamento das Pessoas possuem natureza jurídica de soft law.
• O princípio básico das regras é a não discriminação.
• São asseguradas diversas regras, uma vez que há restrição do direito fundamental à
liberdade de ir e vir, mas demais direitos humanos permanecem hígidos.
• A prisão não implica a restrição a todos os direitos de liberdade.
• O objetivo da prisão é a reinserção social e prevenção da reincidência.
REGRAS MÍNIMAS PARA TRATAMENTO DAS PESSOAS PRESAS
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1. Aprova as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, adotadas pelo Primeiro 
Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes 
(37); 
2. Chama a atenção dos Governos para o Conjunto destas regras e recomenda: 
a) Que a sua adoção e aplicação nos estabelecimentos penitenciários e correcionais seja 
favoravelmente encarada; 
b) Que o Secretário-Geral seja informado de cinco em cinco anos dos progressos feitos 
relativamente à sua aplicação; 
c) Que os Governos adotem as medidas necessárias para dar a mais ampla publicidade 
possível às Regras Mínimas, não apenas junto dos organismos públicos interessados, mas 
também junto das organizações não governamentais que se ocupam da defesa social; 
3. Autoriza o Secretário-Geral a adotar os procedimentos necessários para assegurar, em 
termos adequados a publicação das informações recebidas nos termos da alínea b) do 
parágrafo 2, supra, e a pedir, se necessário, informações suplementares. 
Do preâmbulo acima, destaca-se que as Regras Mínimas estabelecidas possuem caráter programáticos e a 
ONU conclama os Estados a adotar as regras. 
De acordo com o documento os Estados: 
• Devem adotar e aplicar as regras nos respectivos estabelecimentos penitenciários; 
• Devem informar a cada cinco anos o Secretário-Geral da ONU quando aos progressos obtidos na 
área; e 
• Devem adotar medidas para conferir publicidade das Regras para sociedade. 
Prosseguindo com o documento: 
Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos 
Resolução adotada a 31 de Agosto de 1955 
O Primeiro Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos 
Delinqüentes, 
Tendo adotado as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, anexas à presente 
resolução, 
1. Solicita ao Secretário-Geral que, de acordo com a alínea d) do anexo à Resolução 415(V) 
da Assembléia Geral das Nações Unidas, submeta estas Regras à aprovação da Comissão 
dos Assuntos Sociais do Conselho Econômico e Social; 
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2. Confia em que estas Regras sejam aprovadas pelo Conselho Econômico e Social e, se o 
Conselho considerar oportuno, pela Assembléia Geral, e que sejam transmitidas aos 
Governos com a recomendação de (a) que examinem favoravelmente a sua adoção e 
aplicação na administração dos estabelecimentos penitenciários, e (b) que o Secretário-
Geral seja informado de três em três anos dos progressos realizados no que respeita à 
sua aplicação; 
3. Expressa o desejo de que, para manter os Governos informados dos progressos 
realizados neste domínio, se solicite ao Secretário-Geral que publique na Revista 
Internacional de Política Criminal as informações enviadas pelos Governos, em 
cumprimento do disposto no parágrafo 2, e que autorize o pedido de informação 
suplementar, se necessário; 
4. Expressa ainda o desejo de que se solicite ao Secretário-Geral que tome as medidas 
necessárias para assegurar que a mais ampla publicidade seja dada a estas Regras. 
No preâmbulo há determinação para que os Estados informem as condições de aplicação das Regras ao 
Secretário-Geral da ONU. No item 2, por sua vez, é fixado o período de três anos para que o Secretário-Geral 
seja informado pelo Conselho Econômico e Social quanto à adesão e aplicação das Regras. 
4.2 - Anexo 
É propriamente no anexo que são estabelecidas as regras. Vamos iniciar pelas Observações Preliminares. 
4.3 - Observações Preliminares 
Das observações preliminares, extrai-se que o objetivo das Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas 
Presas é estabelecer princípios e regras para uma adequada prática e organização penitenciária, com vista 
ao tratamento humano aos presos. 
 
Devemos estar atentos que não é objetivo do documento estabelecer um modelo de sistema penitenciário. 
Além do objetivo, é importante ressaltar que as regras gerais estabelecidas devem ser aplicadas a par de 
todas as peculiaridades que cada Estado possui no tratamento dos crimes. Sugere-se, assim, que todas as 
regras que leremos adiante sejam aplicadas a todos os estabelecimentos penais. 
Por fim... 
OBEJTIVO
Estabelecer princípios e regras para uma adequada prática e 
organização penitenciária, com vista ao tratamento humano 
aos presos.
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Vejamos os dispositivos: 
Observação preliminar 1 
As regras que a seguir se enunciam não pretendem descrever em pormenor um modelo 
de sistema prisional. Procuram unicamente, com base no consenso geral do pensamento 
atual e nos elementos essenciais dos sistemas contemporâneos mais adequados, 
estabelecer o que geralmente se aceita como sendo bons princípios e práticas no 
tratamento dos reclusos e na gestão dos estabelecimentos prisionais. 
Observação preliminar 2 
1. Tendo em conta a grande variedade de condicionalismos legais, sociais, económicos e 
geográficos em todo o mundo, é evidente que nem todas as regras podem ser aplicadas 
em todos os locais e em todos os momentos. Devem, contudo, servir para estimular 
esforços constantes com vista a ultrapassar dificuldades práticas na sua aplicação, na 
certeza de que representam, no seu conjunto, as condições mínimas aceites como 
adequadas pela Organização das Nações Unidas. 
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área relativamente à qual o pensamento evolui 
constantemente. Não visam impedir experiências e práticas, desde que as mesmas sejam 
compatíveis com os princípiose tentem 
incrementar a realização dos objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste espírito, 
a administração prisional central poderá sempre justificar uma autorização de afastamento 
das regras. 
Observação preliminar 3 
1. A primeira parte das regras trata de matérias relativas à administração geral dos 
estabelecimentos prisionais e é aplicável a todas as categorias de reclusos, dos foros 
criminal ou civil, em regime de prisão preventiva ou já condenados, incluindo os que 
AS REGRAS MÍNIMAS PARA TRATAMENTO DAS PESSOAS PRESAS NÃO TEM POR 
OBJETIVO A ORGANIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE 
ADOLESCENTES, MUITO EMBORA AS REGRAS GERAIS POSSAM SER APLICÁVEIS.
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estejam detidos por aplicação de “medidas de segurança” ou que sejam objeto de 
medidas de reeducação ordenadas por um juiz. 
2. A segunda parte contém as regras que são especificamente aplicáveis às categorias de 
reclusos de cada secção. Contudo, as regras da secção A, aplicáveis aos reclusos 
condenados, serão também aplicadas às categorias de reclusos a que se referem as secções 
B, C e D, desde que não sejam contraditórias com as regras específicas destas secções e na 
condição de representarem uma melhoria de condições para estes reclusos. 
Observação preliminar 4 
1. As presentes regras não têm como objetivo regular a administração de instituições 
criadas em particular para jovens, como reformatórios ou centros educativos, mas, em 
geral, a primeira parte destas regras mínimas aplica-se igualmente a tais instituições. 
2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer caso, incluir os menores que 
dependem da jurisdição dos Tribunais de Menores. Como regra geral, os jovens 
delinquentes não devem ser condenados a penas de prisão. 
5 - Regras de aplicação geral 
5.1 - Princípios básicos 
As Regras de Mandela, assim como a nossa Constituição Federal, têm a dignidade da pessoa humana em 
grande conta. Todas as regras visam de uma forma ou de outra concretizar o respeito à pessoa do preso e, 
em alguma medida também, o respeito à coletividade vitimada. 
Regra 1 
Todos os reclusos devem ser tratados com o respeito inerente ao valor e dignidade do ser 
humano. Nenhum recluso deverá ser submetido a tortura ou outras penas ou a 
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes e 
deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes justificáveis em qualquer circunstância. 
A segurança dos reclusos, do pessoal do sistema prisional, dos prestadores de serviço e dos 
visitantes deve ser sempre assegurada. 
Essas regras estabelecem a necessidade de respeito à individualidade de cada um dos presos, não 
sendo viável qualquer forma de discriminação, por qualquer motivo. 
Regra 2 
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1. Estas Regras devem ser aplicadas com imparcialidade. Não deve haver nenhuma 
discriminação em razão da raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem 
nacional ou social, património, nascimento ou 
outra condição. É necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos morais do grupo 
a que pertença o recluso. 
2. Para que o princípio da não discriminação seja posto em prática, as administrações 
prisionais devem ter em conta as necessidades individuais dos reclusos, particularmente 
daqueles em situação de maior vulnerabilidade. 
As medidas tomadas para proteger e promover os direitos dos reclusos portadores de 
necessidades especiais não serão consideradas discriminatórias. 
Lembre-se... 
 
Confira como o assunto pode ser cobrado em prova: 
 
(Inédita - 2019) Em relação às Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas Presas da ONU, julgue a 
assertiva seguinte: 
Alguns dos princípios que norteiam as Regras Mínimas são o da imparcialidade e o da não discriminação. 
Comentários 
A assertiva está correta. A maioria das questões de prova referentes ao assunto podem ser acertadas se 
tivermos em mente o que dispõe a Regra 2, que estabelece o princípio básico: 
Regra 2: Estas Regras devem ser aplicadas com imparcialidade. Não deve haver nenhuma discriminação em 
razão de raça [...] 
Lembre-se que medidas positivas em defesa de alguns grupos de presos, especialmente os deficientes, 
devem ser aceitas e não são consideradas discriminação. 
• As Regras devem ser aplicadas imparcialmente;
• Não haverá discriminação; e
• As necessidades individuais dos reclusos devem ser levadas em conta.
PRINCÍPIO BÁSICO DAS REGRAS MÍNIMAS
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Vamos à regra 3. 
Como as Regras preservam a dignidade da pessoa humana, o direito de autodeterminação do próprio preso 
não deve ser anulado pela prisão: a própria prisão é a punição. 
Regra 3 
A detenção e quaisquer outras medidas que excluam uma pessoa do contacto com o 
mundo exterior são penosas pelo facto de, ao ser privada da sua liberdade, lhe ser retirado 
o direito à autodeterminação. Assim, o sistema prisional não deve agravar o sofrimento 
inerente a esta situação, exceto em casos pontuais em que a separação seja justificável ou 
nos casos em que seja necessário manter a disciplina. 
A regra 4 é importanter ao mencionar os objetivos da pena de prisão: 
 
Regra 4 
1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de qualquer outra medida restritiva da liberdade 
são, prioritariamente, proteger a sociedade contra a criminalidade e reduzir a 
reincidência. Estes objetivos só podem ser alcançados se o período de detenção for 
utilizado para assegurar, sempre que possível, a reintegração destas pessoas na sociedade 
após a sua libertação, para que possam levar uma vida autossuficiente e de respeito para 
com as leis. 
2. Para esse fim, as administrações prisionais e demais autoridades competentes devem 
proporcionar educação, formação profissional e trabalho, bem como outras formas de 
assistência apropriadas e disponíveis, incluindo 
aquelas de natureza reparadora, moral, espiritual, social, desportiva e de saúde. Estes 
programas, atividades e serviços devem ser facultados de acordo com as necessidades 
individuais de tratamento dos reclusos. 
Um dos objetivos da prisão é minimizar a diferença entre detenção e liberdade, garantindo-se a efetiva 
ressocialização do preso. 
Regra 5 
Objetivos da pena de prisão ou outra 
medida restritiva da liberdade: 
Proteger a sociedade contra a criminalidade
Reduzir a reincidência
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1. O regime prisional deve procurar minimizar as diferenças entre a vida durante a 
detenção e aquela em liberdade que tendem a reduzir a responsabilidade dos reclusos 
ou o respeito à sua dignidade como seres humanos. 
2. As administrações prisionais devem fazer todos os ajustes possíveis para garantir que os 
reclusos portadores de deficiências físicas, mentais ou qualquer outra incapacidade 
tenham acesso completo e efetivo à vida prisional em base de igualdade. 
Sigamos! 
5.2 - Registro 
É importante anotar que os registros são confidenciais, exceto em relação aos presos e em relação a 
profissionais que necessitem fazer uso dos registros. 
Observe que registo é como se escreve a palavra registro em Portugal! 
Regra 6 
Em todos os locais em que haja pessoas detidas, deve existir um sistema uniformizado de 
registo dos reclusos. Este sistema pode ser um banco de dados ou um livro de registo, com 
páginas numeradas e assinadas.Devem 
existir procedimentos que garantam um sistema seguro de auditoria e que impeçam o 
acesso não autorizado ou a modificação de qualquer informação contida no sistema. 
Observe a possibilidade conferida pela letra (a) da regra 7 de o preso autoatribuir-se gênero, o que é um 
tema que está muito em voga hoje. 
Regra 7 
Nenhuma pessoa deve ser admitida num estabelecimento prisional sem uma ordem de 
detenção válida. As seguintes informações devem ser adicionadas ao sistema de registro 
do recluso, logo após a sua admissão: 
(a) Informações precisas que permitam determinar a sua identidade, respeitando a 
autoatribuição de género; 
(b) Os motivos da detenção e a autoridade competente que a ordenou, além da data, 
horário e local de prisão; 
(c) A data e o horário da sua entrada e saída, bem como de qualquer transferência; 
(d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclamações acerca de maus-tratos sofridos; 
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(e) Um inventário dos seus bens pessoais; 
(f) Os nomes dos seus familiares e, quando aplicável, dos seus filhos, incluindo a idade, o 
local de residência e sua custódia ou tutela; 
(g) Contato de emergência e informações acerca do parente mais próximo. 
Regra 8 
As seguintes informações devem ser adicionadas ao sistema de registo do recluso durante 
a sua detenção, quando aplicáveis: 
(a) Informação relativa ao processo judicial, incluindo datas de audiências e representação 
legal; 
(b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação; 
(c) Informação relativa ao comportamento e à disciplina; 
(d) Pedidos e reclamações, inclusive alegações de tortura, sanções ou outros tratamentos 
cruéis, desumanos ou degradantes, a menos que sejam de natureza confidencial; 
(e) Informação sobre a imposição de sanções disciplinares; 
(f) Informação sobre as circunstâncias e causas de quaisquer ferimentos ou de morte e, em 
caso de falecimento, o destino do corpo. 
Regra 9 
Todos os registos mencionados nas Regras 7 e 8 serão mantidos confidenciais e só serão 
acessíveis aos que, por razões profissionais, solicitem o seu acesso. Todos os reclusos 
devem ter acesso aos seus registos, nos termos previstos em legislação interna, e direito a 
receber uma cópia oficial destes registos no momento da sua libertação. 
A regra 10 estabelece um importante uso para os registros: a possibilidade de criação de estatísticas para 
avaliação da situação prisional. 
Regra 10 
O sistema de registo dos reclusos deve também ser utilizado para gerar dados fiáveis sobre 
tendências e características da população prisional, incluindo taxas de ocupação, a fim de 
criar uma base para a tomada de 
decisões fundamentadas em provas. 
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5.3. - Separação de categorias 
A separação de categorias é essencial nos estabelecimentos prisionais, pois se percebeu que a reunião desses 
grupo causa efeitos prejudiciais em relação a um deles. 
Regra 11 
As diferentes categorias de reclusos devem ser mantidas em estabelecimentos prisionais 
separados ou em diferentes zonas de um mesmo estabelecimento prisional, tendo em 
consideração o respetivo sexo e idade, antecedentes criminais, razões da detenção e 
medidas necessárias a aplicar. 
Assim: 
(a) Homens e mulheres devem ficar detidos em estabelecimentos separados; nos 
estabelecimentos que recebam homens e mulheres, todos os locais destinados às mulheres 
devem ser completamente separados; 
(b) Presos preventivos devem ser mantidos separados dos condenados; 
(c) Pessoas detidas por dívidas ou outros reclusos do foro civil devem ser mantidos 
separados dos reclusos do foro criminal; 
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos separados dos adultos. 
Vamos ver uma questão a respeito: 
(VUNESP/PC-SC - 2018) Segundo as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos 
(Regras de Mandela), é correto afirmar que 
a) o sistema de registro dos presos, que deve ser aberto a todos os interessados, será utilizado para gerar 
dados confiáveis acerca de tendências e características da população prisional, incluindo taxas de ocupação, 
a fim de criar as bases para a tomada de decisões fundadas em evidências. 
b) as administrações prisionais e autoridades competentes devem oferecer educação, formação profissional 
e trabalho, e outras formas de assistência apropriadas e disponíveis, inclusive aquelas de natureza 
reparadora, moral, espiritual, social, esportiva e de saúde. Tais programas, atividades e serviços devem ser 
oferecidos em consonância com as necessidades individuais de tratamento dos presos. 
c) ao impor uma sanção disciplinar, deve ser levado em conta se e como uma eventual doença mental ou 
incapacidade do preso possa ter contribuído para sua conduta ou ato que fundamentou a sanção. Os 
administradores prisionais devem punir de forma compatível e adequada a conduta do preso considerada 
como resultado de sua doença mental ou incapacidade intelectual. 
d) todos os presos devem ser tratados com respeito e dignidade. Nenhum preso deverá ser submetido a 
tortura ou tratamentos ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes e deverá ser protegido de tais atos, 
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não sendo estes justificáveis, a não ser em defesa da segurança dos servidores prisionais, dos prestadores 
de serviço e dos visitantes. 
e) as diferentes categorias de presos devem ser mantidas em estabelecimentos prisionais separados, levando 
em consideração seu sexo, idade, antecedentes criminais, razões da detenção e necessidades de tratamento, 
não podendo diferentes categorias ser mantidas no mesmo estabelecimento, ainda que em recintos internos 
distintos. 
Comentários 
A assertiva B é a correta, sendo o gabarito. A regra 4.2 prevê que a oferta dos serviços públicos mencionados 
deve ser feita para propiciar a reintegração dos presos à sociedade, o que deve ser feito conforme à situação 
individual de cada um. A assertiva A é incorreta, pois os registros não são abertos a todos os interessados, 
mas são confidenciais, só sendo acessíveis ao própria preso e a outros que precisem fazer uso para 
finalidades profissionais. A assertiva C é incorreta, conforme regra 39.3, não sendo possível aplicar sanção a 
condutas que decorrem de doença mental ou incapacidade intelectual. A assertiva D é incorreta, pois, 
conforme a regra 1,é vedado absolutamente o uso de tortura ou outras sanções cruéis, desumanas ou 
degradantes, inadmissível em qualquer hipótese. A assertiva E é incorreta, conforme regra 11, sendo 
admissível a manutenção de categorias diferentes no mesmo estabelecimento prisional, desde que em 
recintos distintos. 
5.4 - Alojamento 
A regra é que cada preso possua cela própria. 
Aqui é importante lembrar que as regras de Mandela não são de aplicação absoluta. É evidente que a 
aplicação dessa em particular é inviável no Brasil. No entanto, deve-se efetivas essa disposição na medida 
do possível. 
Não há muito mistério quanto a essas normas: as instalações prisionais devem ser salubres, basicamente. 
A regra mais importante é a do artigo 12, que estabelece que as celas ou locais destinados ao descanso 
noturno não devem ser ocupados por mais de um recluso. Evidentemente, não pode ser uma regra absoluta, 
sendo possível a ocupação por mais de um preso em caso de excesso populacional da prisão, o que deveria 
ser uma situação transitória, no entanto. 
Regra 12 
1. As celas ou locais destinados ao descanso noturno não devem ser ocupados por mais 
de um recluso. Se, por razõesespeciais, tais como excesso temporário de população 
prisional, for necessário que a administração prisional central adote exceções a esta regra 
deve evitar-se que dois reclusos sejam alojados numa mesma cela ou local. 
2. Quando se recorra à utilização de dormitórios, estes devem ser ocupados por reclusos 
cuidadosamente escolhidos e reconhecidos como sendo capazes de serem alojados nestas 
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condições. Durante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilância regular, adaptada ao 
tipo de estabelecimento prisional em causa. 
Regra 13 
Todos os locais destinados aos reclusos, especialmente os dormitórios, devem satisfazer 
todas as exigências de higiene e saúde, tomando-se devidamente em consideração as 
condições climatéricas e, especialmente, a cubicagem de ar disponível, o espaço mínimo, 
a iluminação, o aquecimento e a ventilação. 
Regra 14 
Em todos os locais destinados aos reclusos, para viverem ou trabalharem: 
(a) As janelas devem ser suficientemente amplas de modo a que os reclusos possam ler ou 
trabalhar com luz natural e devem ser construídas de forma a permitir a entrada de ar 
fresco, haja ou não ventilação artificial; 
(b) A luz artificial deve ser suficiente para permitir aos reclusos ler ou trabalhar sem 
prejudicar a vista. 
Regra 15 
As instalações sanitárias devem ser adequadas, de maneira a que os reclusos possam 
efetuar as suas necessidades quando precisarem, de modo limpo e decente. 
Regra 16 
As instalações de banho e duche devem ser suficientes para que todos os reclusos possam, 
quando desejem ou lhes seja exigido, tomar banho ou duche a uma temperatura adequada 
ao clima, tão frequentemente quanto necessário à higiene geral, de acordo com a estação 
do ano e a região geográfica, mas pelo menos uma vez por semana num clima temperado. 
Regra 17 
Todas as zonas de um estabelecimento prisional utilizadas regularmente pelos reclusos 
devem ser sempre mantidas e conservadas escrupulosamente limpas. 
5.5 - Higiene pessoal 
O estabelecimento prisional deve fornecer os serviços necessários para o adequado saneamento pessoal dos 
presos. Aliás, a regra 18 estabelece que é exigível dos reclusos que se mantenham limpos. 
Regra 18 
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1. Deve ser exigido a todos os reclusos que se mantenham limpos e, para este fim, ser-
lhes-ão fornecidos água e os artigos de higiene necessários à saúde e limpeza. 
2. A fim de permitir aos reclusos manter um aspeto correto e preservar o respeito por si 
próprios, ser-lhes-ão garantidos os meios indispensáveis para cuidar do cabelo e da barba; 
os homens devem poder barbear-se regularmente. 
5.6 - Vestuário e roupas de cama 
Aqui, da mesma forma, roupas e utensílios de cama devem ser limpos e adequados. Principalmente, é preciso 
que existam utensílios de cama em locais frios para evitar o sofrimento sem causa dos presos. 
Regra 19 
1. Deve ser garantido vestuário adaptado às condições climatéricas e de saúde a todos os 
reclusos que não estejam autorizados a usar o seu próprio vestuário. Este vestuário não 
deve de forma alguma ser degradante ou 
humilhante. 
2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido em bom estado. As roupas interiores 
devem ser mudadas e lavadas tão frequentemente quanto seja necessário para a 
manutenção da higiene. 
3. Em circunstâncias excecionais, sempre que um recluso obtenha licença para sair do 
estabelecimento, deve ser autorizado a vestir as suas próprias roupas ou roupas que não 
chamem a atenção. 
Regra 20 
Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar o seu próprio vestuário, devem ser 
tomadas disposições no momento de admissão no estabelecimento para assegurar que 
este seja limpo e adequado. 
Regra 21 
A todos os reclusos, de acordo com padrões locais ou nacionais, deve ser fornecido um 
leito próprio e roupa de cama suficiente e própria, que estará limpa quando lhes for 
entregue, mantida em bom estado de conservação e mudada com a frequência suficiente 
para garantir a sua limpeza. 
5.7 - Alimentação 
Os presos devem receber alimentação adequada por parte do estabelecimento prisional. 
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Regra 22 
1. A administração deve fornecer a cada recluso, a horas determinadas, alimentação de 
valor nutritivo adequado à saúde e à robustez física, de qualidade e bem preparada e 
servida. 
2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se prover com água potável sempre que 
necessário. 
Vamos ver uma questão sobre o assunto: 
 
(FCC/DPE-SC - 2017) Sobre o acesso à água no sistema prisional: 
a) a Lei de Execução Penal garante o acesso à água para fins de higiene pessoal na temperatura apropriada 
ao clima da região em que a pessoa está presa. 
b) o suprimento do fornecimento de água por meio dos familiares dos presos não configura irregularidade 
no funcionamento do estabelecimento prisional, pois o fim pode ser atingido. 
c) as Regras de Mandela preveem o direito de todo preso a ter acesso a água sempre que necessitar como 
parte do direito à alimentação, mencionando expressamente a qualidade de água potável. 
d) em recente decisão, o STJ afirmou que o acesso à água aquecida para banho é uma questão administrativa, 
que não pode ser pleiteada por via de ação civil pública. 
e) ao contrário da dieta alimentar, a redução do acesso à água potável é permitida de modo excepcional 
pelas Regras de Mandela, desde que não configure ausência completa do fornecimento. 
Comentários 
A alternativa C é a correta e gabarito da questão. De fato, a regra 22.2 das Regras de Mandela preveem o 
acesso à água potável ao preso. A assertiva A está errada, pois a LEP não prevê regra a respeito. A assertiva 
B está errada, pois o dever de fornecer água é do Estado, não dos familiares. A assertiva D está errada, pois 
o STJ, no REsp 1.537.530, assentou a viabilidade de se requerer o acesso à água aquecida para banho por 
meio de ação civil pública. A assertiva E é errada, pois as Regras de Mandela preveem o acesso normal à 
água potável. 
5.8 - Exercício e desporto 
Presos que não trabalham ao ar livre devem receber ao menos uma hora diária de exercício ao ar livre. 
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Aos jovens deve ser garantida educação física e recreativa. 
Regra 23 
1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho no exterior devem ter pelo menos uma hora 
diária de exercício adequado ao ar livre quando o clima o permita. 
2. Os jovens reclusos e outros de idade e condição física compatíveis devem receber, 
durante o período reservado ao exercício, educação física e recreativa. Para este fim, serão 
colocados à disposição dos reclusos o espaço, instalações e equipamento adequados. 
 
(IDECAN/PC-RJ - 2017) Em relação às Regras de Mandela, analise as afirmativas a seguir. 
I. Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo menos uma hora diária de exercícios ao ar livre, 
se o clima permitir. 
II. As administrações prisionais devem assegurar a proporcionalidade entre a sanção disciplinar e a infração 
para a qual foi estabelecida e devem manter registros apropriados de todas as sanções disciplinares 
impostas. 
III. Os presos devem ter acesso aos documentos relacionados aos seus processos judiciais e serem 
autorizados a mantê-los consigo, sem que a administração prisional tenha acesso a estes.Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) 
 a) I, II e III. 
 b) I, apenas. 
 c) III, apenas. 
 d) I e III, apenas. 
Comentários 
A assertiva A é a correta, sendo o gabarito. A afirmativa I é correta, pois a regra 23.1, que garante que o 
preso que não trabalhe a céu aberto tenha uma hora diária de exercícios ao ar livre, se o clima permitir. A 
afirmativa II é correta, conforme regra 39.2, sendo assegurada a proporcionalidade das sanções aplicadas 
ao preso, as quais devem ser mantidas em registro. A afirmativa III é correta, sendo que a regra 53 garante 
ao preso acesso a documentos relacionados aos seus processos judiciais, os quais podem ser mantidos pelo 
preso. 
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5.9 - Serviços médicos 
Os presos devem receber adequado serviço médico fornecido pelo estabelecimento prisional. Especialmente 
em relação às prisões, é preciso que se evitem epidemias de doenças que são facilmente transmissíveis em 
razão do contato físico ou intelectual. 
Regra 24 
1. A prestação de serviços médicos aos reclusos é da responsabilidade do Estado. Os 
reclusos devem poder usufruir dos mesmos padrões de serviços de saúde disponíveis à 
comunidade e ter acesso gratuito aos serviços de saúde necessários, sem discriminação em 
razão da sua situação jurídica. 
2. Os serviços médicos devem ser organizados em estreita ligação com a administração 
geral de saúde pública de forma a garantir a continuidade do tratamento e da assistência, 
incluindo os casos de VIH, tuberculose e de outras doenças infeciosas e da 
toxicodependência. 
Regra 25 
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter um serviço de saúde incumbido de 
avaliar, promover, proteger e melhorar a saúde física e mental dos reclusos, prestando 
particular atenção aos reclusos com necessidades especiais ou problemas de saúde que 
dificultam sua reabilitação. 
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por uma equipa interdisciplinar, com pessoal 
qualificado e suficiente, capaz de exercer a sua atividade com total independência clínica, 
devendo ter conhecimentos especializados de psicologia e psiquiatria. Todos os reclusos 
devem poder beneficiar dos serviços de um dentista qualificado. 
Regra 26 
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos médicos individuais, confidenciais, 
atualizados e precisos para cada um dos reclusos, que a eles devem ter acesso, sempre 
que solicitado. O recluso pode também ter acesso ao seu registo médico através de uma 
terceira pessoa por si designada. 
2. O registo médico deve ser encaminhado para o serviço de saúde do estabelecimento 
prisional para o qual o recluso é transferido, encontrando-se sujeito à confidencialidade 
médica. 
Regra 27 
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem assegurar o pronto acesso a tratamentos 
médicos em casos urgentes. Os reclusos que necessitem de cuidados especializados ou de 
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cirurgia devem ser transferidos para estabelecimentos especializados ou para hospitais 
civis. Se os estabelecimentos prisionais possuírem instalações hospitalares próprias, estas 
devem dispor de pessoal e equipamento apropriados que permitam prestar aos reclusos 
doentes os cuidados e o tratamento adequados. 
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por profissionais de saúde responsáveis e não 
podem ser modificadas ou ignoradas pela equipa prisional não médica. 
Regra 28 
Nos estabelecimentos prisionais para mulheres devem existir instalações especiais para o 
tratamento das reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz e das 
convalescentes. Desde que seja possível, devem ser tomadas medidas para que o parto 
tenha lugar num hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento prisional, tal facto 
não deve constar do respetivo registo de nascimento. 
Regra 29 
1. A decisão que permite à criança ficar com o seu pai ou com a sua mãe no 
estabelecimento prisional deve ser baseada no melhor interesse da criança. Nos 
estabelecimentos prisionais que acolhem os filhos de reclusos, devem ser tomadas 
providências para garantir: 
(a) Um infantário interno ou externo, dotado de pessoal qualificado, onde as crianças 
possam permanecer quando não estejam ao cuidado dos pais; 
(b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem médica no ingresso e monitoração 
constante de seu desenvolvimento por especialistas. 
2. As crianças que se encontrem nos estabelecimentos prisionais com os pais nunca devem 
ser tratadas como prisioneiras. 
Regra 30 
Um médico, ou qualquer outro profissional de saúde qualificado, seja este subordinado ou 
não ao médico, deve observar, conversar e examinar todos os reclusos, o mais depressa 
possível após a sua admissão no estabelecimento prisional e, em seguida, sempre que 
necessário. Deve dar-se especial atenção a: 
(a) Identificar as necessidades de cuidados médicos e adotar as medidas de tratamento 
necessárias; 
(b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso recém-admitido tenha sido submetido 
antes de sua entrada no estabelecimento prisional; 
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(c) Identificar qualquer sinal de stresse psicológico ou de qualquer outro tipo causado pela 
detenção, incluindo, mas não só, o risco de suicídio ou de lesões autoinfligidas e sintomas 
de abstinência resultantes do uso de drogas, medicamentos ou álcool; devem ser tomadas 
todas as medidas ou tratamentos individualizados apropriados; 
(d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é portador de uma doença 
infectocontagiosa, deve providenciar-se o isolamento clínico e o tratamento adequado 
durante todo o período de infeção; 
(e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar, praticar exercícios e participar das 
demais atividades, conforme for o caso. 
Regra 31 
O médico ou, quando aplicável, outros profissionais de saúde qualificados devem visitar 
diariamente todos os reclusos que se encontrem doentes, que se queixem de problemas 
físicos ou mentais ou de ferimentos e todos aqueles para os quais a sua atenção é 
especialmente necessária. Todos os exames médicos devem ser conduzidos em total 
confidencialidade. 
Regra 32 
1. A relação entre o médico ou outros profissionais de saúde e o recluso deve ser regida 
pelos mesmos padrões éticos e profissionais aplicados aos pacientes da comunidade, em 
particular: 
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do recluso e a prevenção e tratamento de 
doenças, baseados apenas em fundamentos clínicos; 
(b) A adesão à autonomia do recluso no que concerne à sua própria saúde e ao 
consentimento informado na relação médico-paciente; 
(c) A confidencialidade da informação médica, a menos que manter tal confidencialidade 
resulte numa ameaça real e iminente para o paciente ou para os outros; 
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou passivamente, em atos que possam 
consistir em tortura ou sanções ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, 
incluindo experiências médicas ou científicas que possam ser prejudiciais à saúde do 
recluso, tais como a remoção de células, tecidos ou órgãos. 
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, deve ser permitido ao recluso, com base no 
seu livre e informado consentimento e de acordo com as leis aplicáveis, participar em 
ensaios clínicos e outras pesquisas de saúde acessíveis à comunidade, se o resultado de tais 
pesquisas e experiências forem capazes de produzir um benefício direto e significativo à 
sua saúde; e doar células, tecidos ou órgãos a parentes. 
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Regra 33 
O médico deve comunicar ao diretor sempre que julgue que a saúde física ou mental do 
recluso foi ou será desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou pela aplicação de 
qualquer modalidade do regime de detenção. 
Regra 34 
Se, durante o exame de admissão ou na prestação posterior de cuidados médicos, o médico 
ou profissional de saúde detetar qualquer sinal de tortura, punição ou tratamentos cruéis, 
desumanos ou degradantes, deve registar e comunicar tais casos à autoridade médica, 
administrativa ou judicial competente. Devem ser seguidos os procedimentos de 
salvaguarda apropriados para garantir que o recluso ou as pessoas a ele associados não 
sejam expostos a perigos previsíveis. 
Regra 35 
1. O médico ou o profissional de saúde pública competente deve proceder a inspeções 
regulares e aconselhar o diretor sobre: 
(a) A quantidade, qualidade, preparação e distribuição de alimentos; 
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e dos reclusos; 
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, iluminação e ventilação do estabelecimento; 
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de cama dos reclusos; 
(e) A observância das regras respeitantes à educação física e desportiva, nos casos em que 
não haja pessoal especializado encarregado destas atividades. 
2. O diretor deve tomar em consideração os relatórios e os conselhos do médico referidos 
no parágrafo 1 desta Regra e na Regra 33 e tomar imediatamente as medidas sugeridas 
para que estas recomendações sejam seguidas; em caso de desacordo ou se a matéria não 
for da sua competência, transmitirá imediatamente à autoridade superior a sua opinião e 
o relatório médico. 
Vamos ver algumas questões que podem cair na prova: 
 
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(Inédita - 2019) Em relação às Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas Presas da ONU, julgue a 
assertiva seguinte: 
Os serviços médicos e odontológicos serão ofertados aos presos conforme condições que encontrarão na 
sociedade. Dessa forma, os presos deverão despender parte da remuneração auferida com o trabalho para 
pagar por tais serviços. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Conforme a regra 24.1, é responsabilidade do Estado fornecer os serviços médicos 
indispensáveis ao preso. Portanto, errado dizer que os presos devem despender sua própria remuneração. 
Vejamos mais questões: 
(Inédita - 2017) Em relação às Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas Presas da ONU, julgue a 
assertiva seguinte: 
Há previsão de acompanhamento médico, porém não há regra relativa a tratamentos odontológicos. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. A Regra 24.1 é genérica, devendo os presos ter acesso aos mesmos padrões de 
saúde disponíveis à coletividade, o que envolve tratamento odontológico. 
-- 
(FCC/DPE-SC - 2017) Sobre a assistência na execução penal, é correto afirmar: 
a) Assistência religiosa viola a laicidade do Estado, tendo sido reconhecida sua não recepção pela 
Constituição de 1988 segundo o Supremo Tribunal Federal. 
b) A assistência educacional na Lei de Execução Penal prevê o princípio da universalização, bem como 
modalidade de ensino de educação de jovens e adultos − EJA. 
c) É vedada a assistência à saúde fora do estabelecimento prisional no regime fechado. 
d) A assistência humanitária por meio de organizações não governamentais de direitos humanos tem 
previsão expressa na Lei de Execução Penal, sendo garantida mediante autorização judicial. 
e) Ao contrário das Regras de Mandela, a Lei de Execução Penal prevê no âmbito da assistência à saúde a 
atuação psicológica, que, no entanto, não tem a garantia da confidencialidade e pode ser utilizada em 
exames criminológicos. 
Comentários 
A assertiva B é a correta, sendo o gabarito. De fato, o artigo 18-A, § 2°, da LEP mencionam a universalização 
do ensino, bem como há previsão de educação para jovens e adultos. A assertiva A está errada, pois o artigo 
24 da LEP prevê a assistência religiosa aos presos. A assertiva C está errada, pois o artigo 14, § 2°, da LEP 
assegura assistência fora do estabelecimento prisional quando não houver os aparelhos disponíveis. A 
assertiva D está errada, não havendo previsão expressa na LEP acerca de assistência humanitária. Por fim, a 
assertiva E está errada, pois é prevista a confidencialidade do auxílio psicológico ao preso. 
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(VUNESP/PC-SP - 2018) Nos moldes das Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos 
(Regras de Mandela), na hipótese de haver uma presa em estado de gravidez ou com filhos em 
determinado estabelecimento prisional, 
a) após o nascimento da criança, esta poderá ficar com a mãe no estabelecimento prisional, no máximo, até 
completar dois anos de idade. 
b) os exames pré e pós-natais não devem ser realizados no próprio estabelecimento prisional, devendo a 
presa ser conduzida a hospital ou clínica especializada sempre que necessitar. 
c) devem-se adotar as medidas para que o nascimento ocorra em hospital fora da unidade prisional, mas se 
a criança nascer no próprio estabelecimento prisional, este fato deve constar de sua certidão de nascimento. 
d) providências devem ser tomadas para garantir creches internas ou externas dotadas de pessoal 
qualificado, onde as crianças poderão ser deixadas quando não estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua 
mãe. 
e) se a mãe, após o nascimento do filho, quiser manter a criança com ela no estabelecimento prisional, essa 
decisão deve se basear no melhor interesse da mãe e deve ser tomada pelo Diretor da unidade prisional. 
Comentários 
A assertiva D é a correta, sendo o gabarito. Conforme a regra 29, creches internas ou externas dotadas de 
pessoal qualificado, onde as crianças poderão ser deixadas quando não estiverem sob o cuidado de seu pai 
ou sua mãe. (letra D) . A assertiva A está errada, não havendo limite de idade especificado. A assertiva B 
está errada, pois os exames podem ser realizados no estabelecimento prisional que esteja devidamente 
equipado. A assertiva C é errada, não devendo o fato de nascer em estabelecimento prisional constar da 
certidão de nascimento. A assertiva E é errada, devendo-se adotar em verdade o melhor interesse da criança. 
5.10 - Restrições, disciplina e sanções 
As regras sobre restrição, disciplina e sanções são essenciais aos estabelecimentos prisionais, em que é 
comum ocorrerem amotinamentos, crimese outras formas de violência. 
Regra 36 
A ordem e a disciplina devem ser mantidas com firmeza, mas sem impor mais restrições 
do que as necessárias para a manutenção da segurança e da boa organização da vida 
comunitária. 
Essa regra 36 estabelece um limite para as medidas de ordem e disciplina, que devem se restringir ao que 
for estritamente adequado à manutenção da segurança e boa organização da vida na comunidade prisional. 
Regra 37 
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Os seguintes pontos devem ser determinados por lei ou por regulamentação emanada 
pela autoridade administrativa competente: 
A regra 37 concretiza o princípio da legalidade das sanções: as sanções devem estar previstas em lei ou 
regulamentação administrativa, bem como o procedimento para sua aplicação. 
No Brasil, a regulamentação está principalmente na lei de execuções penais. 
(a) Condutaque constitua infração disciplinar; 
(b) O tipo e a duração das sanções disciplinares que podem ser aplicadas; 
(c) Autoridade competente para pronunciar essas sanções; 
(d) Qualquer forma de separação involuntária da população prisional geral, como o 
confinamento solitário, o isolamento, a segregação, as unidades de cuidado especial ou 
alojamentos restritos, seja por razão de sanção disciplinar ou para a manutenção da ordem 
e segurança, incluindo políticas de promulgação e os procedimentos que regulamentem o 
uso e a revisão da imposição e da saída de qualquer forma de separação involuntária. 
Perceba, quanto à letra (d), que é autorizada a separação involuntária do preso em relação à população 
prisional restante, seja como medida disciplinar seja como medida de manutenção da ordem e da segurança. 
A medida deve estar prevista em lei, no entanto. 
Regra 38 
1. As administrações prisionais são encorajadas a fazer uso, sempre que possível, da 
prevenção de conflitos, da mediação ou de qualquer outro meio alternativo de resolução 
de litígios para prevenir infrações disciplinares e 
resolver conflitos. 
A regra 38 recomenda que sejam utilizados meios preventivos de conflitos, principalmente a mediação. 
2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram separados, a administração prisional deve 
tomar as medidas necessárias para aliviar os efeitos prejudiciais do confinamento neles 
provocados, bem como na comunidade que os recebe quando são libertados. 
Regra 39 
1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com base nas disposições legais ou 
regulamentares referidas na Regra 37 e nos princípios de equidade e de processo legal; e 
nunca duas vezes pela mesma infração. 
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A regra 39 reitera o princípio da legalidade das sanções disciplinares, bem como ressalta um novo princípio: 
o do ne bis in idem, quer dizer, não se deve aplicar duas sanções pelo mesmo fato. 
2. As administrações prisionais devem assegurar a proporcionalidade entre a sanção 
disciplinar aplicável e a infração cometida e devem manter registos apropriados de todas 
as sanções disciplinares aplicadas. 
Essa regra 39.2 afirma a proporcionalidade que deve existir entre a sanção e o fato infracional, bem como a 
necessidade de manutenção de registro das sanções aplicadas. 
3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as administrações prisionais devem ter em conta 
se, e como, uma eventual doença mental ou incapacidade de desenvolvimento do recluso 
contribuiu para a sua conduta e para a prática da infração ou ato que fundamentou a 
sanção disciplinar. As administrações prisionais não devem punir qualquer conduta do 
recluso se esta for considerada como resultado direto da sua doença mental ou 
incapacidade intelectual. 
Por fim, essa regra 39.3 estabelece o princípio da culpabilidade, mais especificamente, da culpabilidade, 
segundo o qual o preso, para que seja suscetível de se submeter a infração disciplinar, deve ser imputável, 
quer dizer, deve ser capaz de compreender o fato e de autodeterminar sua conduta, o que não acontece 
quando há doenças mentais ou incapacidade de desenvolvimento do recluso. 
Regra 40 
1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar no estabelecimento prisional em 
cumprimento de qualquer medida disciplinar. 
2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento adequado de sistemas baseados na 
autoadministração, sob os quais atividades ou responsabilidades sociais, educacionais ou 
desportivas são confiadas, sob supervisão, aos 
reclusos, organizados em grupos, para fins de tratamento. 
Regra 41 
1. Qualquer alegação de infração disciplinar praticada por um recluso deve ser 
prontamente transmitida à autoridade competente, que deve investigá-la sem atrasos 
injustificados. 
A regra 41.1 estabelece a necessidade de que haja efetiva investigação das infrações disciplinares por parte 
da autoridade competente, concretizando o princípio do devido processo legal. 
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2. O recluso deve ser informado, sem demora e numa língua que compreenda, da natureza 
das acusações apresentadas contra si, devendo-lhe ser garantido tempo e os meios 
adequados para preparar a sua defesa. 
A regra 41.2 estabelece a comunicação ao preso da acusação que lhe é feita, bem como a garantia de que 
possa apresentar defesa em tempo adequado. 
3. O recluso deve ter direito a defender-se pessoalmente ou através de advogado, quando 
os interesses da justiça assim o requeiram, em particular nos casos que envolvam infrações 
disciplinares graves. Se o recluso não entender ou não falar a língua utilizada na audiência 
disciplinar, devem ser assistidos gratuitamente por um intérprete competente. 
Ao preso deve ser assegurada defesa técnica por advogado, particularmente em infrações disciplinares 
graves. 
No Brasil, no entanto, é sempre necessária a defesa técnica do preso em processos disciplinares, conforme 
fixou a jurisprudência do STJ. 
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor recurso das sanções disciplinares impostas 
contra a sua pessoa. 
Deve ser possível a interposição de recurso em face de decisões que aplicam sanção disciplinar. 
5. No caso da infração disciplinar ser julgada como crime, o recluso deve ter direito a todas 
as garantias inerentes ao processo legal, aplicáveis aos processos criminais, incluindo total 
acesso a um advogado. 
Regra 42 
As condições gerais de vida expressas nestas Regras, incluindo as relacionadas com a 
iluminação, a ventilação, a temperatura, as instalações sanitárias, a nutrição, a água 
potável, a acessibilidade a ambientes ao ar livre e ao exercício físico, a higiene pessoal, os 
cuidados médicos e o espaço pessoal adequado, devem ser aplicadas a todos os reclusos, 
sem exceção. 
A razão de ser dessa regra 42 é garantir que mesmo aos reclusos que sofram infração disciplinar devem ser 
garantidas instalações salubres. 
Regra 43 
1. Em nenhuma circunstância devem as restrições ou sanções disciplinares implicar 
tortura, punições ou outra forma de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. As 
seguintes práticas, em particular, devem ser proibidas: 
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(a) Confinamento solitário indefinido; 
(b) Confinamento solitário prolongado; 
(c) Detenção em cela escura ou constantemente iluminada; 
(d) Castigos corporais ou redução da alimentação ou água potável do recluso; 
(e) Castigos coletivos. 
Essas são as punições disciplinares que estão terminantemente vedadas. É importante decorar o rol dessas 
punições, que são divididas em dois grupos. Veja os esquemas abaixo com as principais sanções vedadas: 
 
 
Não são só essas as sanções vedadas: vejamos os demais dispositivos da regra. 
2. Os instrumentos de imobilização jamais devem ser utilizados como sanção por infrações 
disciplinares. 
3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas não devem incluir a proibição de contato 
com a família. O contato familiar só pode ser restringido durante um período limitado de 
tempo e enquanto for estritamente necessário para a manutenção da segurança e da 
ordem. 
EM NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA DEVEM 
AS RESTRIÇÕES OU SANÇÕES 
DISCIPLINARES IMPLICAR: 
Tortura
Punição ou tratamento cruel, desumano ou degradante
PRÁTICAS PROIBIDAS: 
Confinamento solitário indefinido
Confinamento solitário prolongado
Detenção em cela escura ou constantemente 
iluminada
Castigos corporais ou redução da alimentação 
ou água potável do recluso
Castigos coletivos
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