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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Ms. Nelson Calsavara Garcia Junior 
 
Revisão Textual: 
Profª. Ms. Magnólia Gonçalves Mangolini 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A leitura integral da bibliografia é fundamental e deve ser feita antes da utilização de 
quaisquer recursos que foram colocados à sua disposição. Com isso, haverá por parte do 
aluno um entendimento inicial e ele deverá utilizar os demais recursos para complementar e 
ou facilitar a compreensão da bibliografia em questão. 
 A Economia Durante a I Guerra Mundial 
(1914-1918) 
 O Ciclo da era do Ouro (1900-1913) 
 Desafios para a Política Econômica 
 Introdução 
A primeira unidade aborda o período de 1900-1930, tendo 
como destaque o cultivo do café e suas implicações políticas, 
econômicas e sociais. Além disso, o período foi marcado pela I Guerra 
Mundial e no final da década, ocorreu a Grande Depressão. 
 
 O Período de Pós-guerra (1919-1922) 
 A Recuperação, Desequilíbrio Externo e 
Ajuste Recessivo (1922-1926) 
 O Boom e a Depressão (1927-1930) 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explore 
Para o bom andamento dos trabalhos, será fundamental o seu envolvimento e interesse, 
por meio da leitura completa da bibliografia proposta (ABREU, M. P. A Ordem 
do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, 1889-1989. Rio de 
Janeiro: Campus, 2004, Capítulo II Apogeu e Crise na Primeira República: 1900 - 1930, 
páginas 31 a 72), pelo contato com o professor para o esclarecimento de dúvidas, ou 
ainda pela resolução das tarefas propostas, audição do arquivo em PowerPoint, leitura 
do conteúdo proposto e do material complementar. 
 
Atenção 
 
Outro ponto importante é o cumprimento de prazos na realização das tarefas. Ainda 
que você tenha à sua disposição o melhor computador e um provedor de alta 
velocidade para acesso à Internet, lembre-se que esses equipamentos às vezes 
apresentam problemas, sem contar com a queda de energia e assim por diante. Por 
isso, evite deixar para entregar suas atividades no último dia, na última hora. 
 
7 
 
 
 
 
 
 
Com uma economia totalmente voltada para o agronegócio, com destaque para o 
cultivo do café, o estudo da economia brasileira do período de 1900 a 1930 apresenta 
uma característica muito importante: a acentuada vulnerabilidade em relação ao setor 
externo. Em outras palavras, a economia brasileira estava muita sujeita a “choques 
exógenos”. Além disso, outro ponto relevante para o sucesso ou não dessa commodity foi 
o comportamento do clima, responsável pela flutuação da oferta. 
Se o setor cafeeiro teve um grande destaque, é justo supor que os senhores, 
donos das fazendas de café também o tiveram e constituíram uma camada social 
chamada plutocracia, com muita influência política. 
Em relação às ideologias, foi percebido um desgaste dos pressupostos liberais, 
fomentados pelos efeitos principalmente da variação da demanda internacional, já que 
isso ocasionava um efeito multiplicador (positivo ou negativo) considerável em nossa 
economia. 
Dentro do período estudado, notam-se algumas diferenças, como: o período de 
1900-1913, considerado o ciclo da era de ouro, devido o crescimento econômico; depois 
1914-1918 marcado pela I Guerra Mundial. A seguir, os anos de 1919-1923 com 
crescimento no início, seguido de queda da atividade econômica. Por fim, mais dois 
períodos distintos fecham o estudo dessa unidade: 1922-1926 (período marcado pela 
recuperação econômica, desequilíbrio externo e o ajuste recessivo) e 1927-1930 (boom e 
a depressão mundial). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
O panorama do período que compreende os anos entre 1900 e 1930 apresentou 
grandes desafios e muitos acontecimentos que influenciaram a economia brasileira. 
Apesar de a visão liberal preencher o pensamento econômico mundial, ela seria 
rapidamente superada pelos ideais “keynesianos”, após a publicação, em 1936, da obra “A 
Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, de autoria do economista britânico John 
Maynard Keynes. 
Os ideais apresentados nessa obra foram de muita utilidade para as economias 
mundiais, principalmente no que tange a viabilização da recuperação da atividade econômica 
no período pós-crise internacional iniciada em 1929, conhecida popularmente como a Grande 
Depressão. Em suma, Keynes recomendava uma participação maior do Estado na economia, 
para a manutenção do emprego e seus efeitos multiplicadores. 
 
Como se verá adiante, a instabilidade econômica gerada pelos sucessivos 
choques externos que se iniciam em 1914 e se estendem pela primeira metade 
dos anos 20, mina as bases das alianças políticas tradicionais entre os grandes 
estados e – sob estímulo adicional das ideologias emergentes na Europa do 
pós-guerra – debilita a crença nas vantagens do liberalismo econômico 
(ABREU, 2004). 
 
Esses efeitos podem ser explicados rapidamente de forma muito simples, pois se há 
emprego, existe salário e, por conseguinte, existirá consumo, proporcionando a manutenção 
da atividade econômica. 
Para uma economia extremamente dependente de receitas oriundas da exportação de 
produtos agrícolas, a superprodução do café no ano 1929 potencializou os efeitos da crise. 
Como o café não é um produto indispensável, em momento de crise internacional o 
consumo por parte dos países importadores foi reduzido, fato que resultou em déficit externo 
devido á queda no consumo mundial. 
Mas a política econômica não foi conduzida 
fielmente de acordo com os ideais liberais (exceto a 
gestão de fluxos financeiros e comerciais), pois o 
governo ao longo de todo o período em questão 
utilizou dos instrumentos disponíveis para incentivar 
a atividade econômica, com investimento em obras 
públicas, desvalorizações cambiais, o controle de 
importações pós-crise, a criação da Caixa de 
Conversão entre outros. 
Em suma: política keynesiana antes da 
publicação de Keynes? 
Isso merece uma reflexão. 
 
 
9 
Ao término do período, nota-se uma ruptura com o modelo de economia primário-
exportadora do café, pois com a instalação da crise internacional, o país não conseguiu as 
receitas de outrora com a venda café, fato que forçou a obtenção de outra saída, a busca por 
uma industrialização independente do café, que será abordada na próxima unidade. 
 
Assim, quando após um breve interlúdio de estabilidade o país recebe o 
impacto avassalador da crise internacional de 1929 – complicado aqui pela 
crise da superprodução de café, que amplifica enormemente os efeitos 
negativos generalizados da Grande Depressão sobre as economias primário-
exportadoras – não é só o sistema político que se desintegra. Com ele, termina 
também o modo caracteristicamente liberal de gestão dos fluxos comerciais e 
financeiros entre a economia brasileira e a economia mundial, mantido desde 
a era imperial (ABREU, 2004). 
 
 
 
 
 
Com base na introdução apresentada, é possível afirmar que o desafio do período na 
condução da política econômica esteve focado em: 
a) proteger a economia de flutuações externas, devido ao modelo primário exportador; 
b) conciliar interesses políticos. 
 
Dado as características que marca uma 
economia baseada na produção e 
comercialização de, basicamente, produtos 
primários (vide Figura I), o país esteve muito 
vulnerável a choques exógenos motivados pelas 
flutuações na oferta do café (devido ao clima) que 
resultaram na queda de receita das exportações e 
baixa “elasticidade preço da demanda”. 
Ainda como parte do destaque do período, nota-se a atuação dos governos na conduta 
da política econômica por meio de: 
a) política fiscal; 
b) monetária e cambial; 
c) banqueiros do exterior (devido aos empréstimos obtidos); 
d) intervenção no preço do café através da oferta. 
 
 
Atenção 
Um destaqueimportante foram os choques 
externos, baseados em flutuações da demanda 
internacional pelo café (queda da demanda 
internacional, notada diversas vezes), que tiveram 
início com a I Guerra Mundial em 1914, com 
duração até 1925. 
 
10 
 
 
 
 
 
 
Por último, havia a subordinação do Parlamento à Presidência que possuía uma 
relação estreita com a oligarquia cafeeira. Em outras palavras, haveria, se necessário, apoio 
militar e maioria no Congresso, que resultava no Pacto Oligárquico, para assegurar a 
manutenção de um regime antidemocrático. 
Esse não é um ponto consensual, pois a historiografia da época apresenta uma 
dicotomia, sendo que alguns autores enfocam o poder da plutocracia cafeeira durante o 
período e outros que minimizaram esse poder e enfatizam medidas de política ortodoxa 
adotadas pontualmente. 
 
O fim da Primeira República marca, portanto, o início de uma dupla transição. 
Por um lado, a de uma economia primário-exportadora baseada no café, com 
um regime cambial e comercial relativamente livre, para uma economia 
voltada “para dentro” com severos controles sobre as transações externas. Por 
outro lado, a transição de um sistema político onde a plutocracia paulista tinha 
papel hegemônico, para algo mais difuso em termos de distribuição regional e 
social da apropriação corporativa dos favores do Estado, ampliados em 
decorrência do fim do laissez-faire nas transações comerciais com o resto do 
mundo (ABREU, 2004). 
 
 
 
 
 
 
O início do período foi marcado pelo crescimento econômico devido a dois fatores, a saber: 
a) aumento das exportações de borracha; 
b) investimentos europeus nos países periféricos. 
 
A política monetária ortodoxa foi adotada em virtude da imposição dos ingleses, graças 
à concessão de empréstimo. 
 
Uma pergunta importante que não será 
respondida aqui, porém serve de reflexão é: 
E os bancos nacionais? Qual foi o papel deles? 
Explore 
Para ajudar na reflexão, sugiro, como indicação de 
leitura, um texto chamado “Natureza e 
Contradições do Desenvolvimento Financeiro”, 
escrito pela economista Maria da Conceição 
Tavares, com data de 1971. 
 
11 
Figura I: Pauta de exportações 
brasileiras – 1900. 
Fonte: GREMAUD, Amaury Patrick & 
SANDOVAL, Marco Antonio & TONETO Jr, 
Rudinei. Economia Brasileira 
Contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. Página 332. 
 
Devido aos fatores apresentados, foi percebido um aumento de divisas na economia, 
que por sua vez resultou na apreciação do câmbio e incitou em 1906, a criação da Caixa de 
Conversão que emitia notas conversíveis em ouro, e vice-versa, a uma taxa de câmbio, com o 
objetivo de controlar a liquidez na economia. 
Ainda no mesmo ano (1906) foi percebida uma super safra de café em São Paulo. 
Inicialmente a saída foi á retenção da safra em estoques para impactar positivamente o preço. 
Porém seria necessário recorrer ao mercado internacional para custear os estoques, já que no 
mercado nacional, os bancos não conseguiriam atender a demanda. 
Para buscar uma saída para essa situação, em 1906 os 
governadores dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais se reuniram (no que ficou conhecido como o 
Convênio de Taubaté). Dessa reunião surgiu a ideia de propor 
ao governo que passasse a comprar e estocar o café que não 
fosse vendido, sendo que este seria comercializado 
futuramente, quando a crise abrandasse, pois acreditavam que 
desta forma conseguiriam manter os preços do café em alta. 
Apesar de relutante, o governo federal avalizou para os banqueiros londrinos um 
empréstimo, com a intenção de garantir a manutenção dos estoques e assegurar o reflexo 
desejado sobre o preço do produto. 
A partir de 1908 a economia voltou a crescer em um período que durou até 1913 (pré I 
Guerra Mundial), quando teve iniciou um novo período de crise de liquidez. 
 
 
Os anos entre o fim do período de ajuste recessivo da virada do século e a 
desaceleração que precede a Primeira Guerra Mundial marcam um ciclo de 
crescimento que, em termos de duração e extensão do progresso material, não 
teve paralelo na memória daqueles que o testemunharam (ABREU, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
Com o início da guerra, foram tomadas algumas medidas para aliviar a crise de 
liquidez, tais como: 
a) fechamento da Caixa de Conversões, feriado bancário, moratória temporária e emissão 
de notas inconversíveis; 
b) empréstimo de 15 milhões de libras para pagamento de juros dos empréstimos federais 
(sem amortizações até 1927). 
 
As exportações brasileiras (vide Figura II) foram em partes garantidas pela demanda de 
países neutros da Escandinávia. Entretanto, foi percebido queda das importações, fato que 
diminuiu significativamente a receita governamental baseada amplamente no Imposto de 
Importação, além de contribuir para a queda da atividade industrial. 
 
Figura II: Anexo Estatístico. 
ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: 
Campus, 2004, Capítulo II (Apogeu e Crise na Primeira República: 1900-1930). Página 393. 
 
Taxas de variação em relação ao Ano anterior a menos que se especifique de outra 
Ano 
Produto 
Interno Bruto 
(1) 
Produto 
Industrial 
(2) 
Produto 
agrícola 
(3) 
Produto 
do setor 
serviços 
(4) 
Deflator 
Implícito 
do PIB 
(5) 
Formação 
Bruta de 
Capital Fixo 
(% PIB) (6) 
Exportaçõe 
s (US$ 10 6 ) 
(7) 
Importaçõe 
s (US$ 10 6 ) 
(8) 
Balança 
Comercial 
(US$ 10 6 ) 
(9) 
Serviços 
Fatores 
(US$ 10 6 ) 
(10) 
1910 7,3 4,4 4,7 7,5 4,3 n.d. 307,3 201,1 106,2 n.d. 
1911 0,4 9,0 - 7,4 4,2 2,2 n.d. 325,0 220,9 104,1 n.d. 
1912 10,6 10,7 11,0 11,9 7,6 n.d. 363,3 261,0 102,3 n.d. 
1913 1,6 0,9 - 2,2 - 0,3 - 11,3 n.d. 318,9 273,6 45,3 n.d. 
1914 1,3 - 8,7 6,7 - 9,3 3,0 n.d. 228,6 146,0 82,5 n.d. 
1915 - 1,2 12,9 - 0,9 3,7 13,3 n.d. 256,8 115,1 141,7 n.d. 
1916 4,4 11,4 4,2 8,8 20,9 n.d. 265,8 148,3 121,1 n.d. 
1917 5,4 8,7 3,6 3,2 8,8 n.d. 269,4 158,6 141,5 n.d. 
1918 2,0 - 1,1 3,0 0,3 8,3 n.d. 300,1 193,9 97,7 n.d. 
1919 5,9 14,8 - 1,3 14,4 8,8 n.d. 291,6 280,4 300,3 n.d. 
1920 10,1 5,2 13,4 11,2 19,0 n.d. 580,6 381,8 26,4 n.d. 
1921 1,9 - 1,8 4,1 - 4,2 - 15,3 n.d. 408,2 201,1 23,1 n.d. 
1922 7,8 18,8 0,5 9,8 9,1 n.d. 224,2 231,5 134,6 n.d. 
1923 8,6 13,3 3,9 19,4 30,1 n.d. 366,1 207,7 129,0 n.d. 
1924 1,4 - 1,1 1,0 4,5 11,0 n.d. 422,7 282,7 140,0 n.d. 
1925 0,0 1,1 - 3,2 2,3 18,4 n.d. 496,9 359,3 137,6 n.d. 
1926 5,2 2,4 3,2 1,8 - 18,1 n.d. 458,1 339,6 118,5 n.d. 
1927 10,8 10,8 10,8 9,2 - 2,2 n.d. 431,2 335,4 95,8 n.d. 
1928 11,5 7,0 18,4 12,0 11,5 n.d. 473,9 388,8 85,2 n.d. 
1929 1,1 - 2,2 0,3 - 0,9 - 3,6 n.d. 460,4 367,7 92,8 n.d. 
 
13 
Novas mudanças foram implantadas pelo governo para adaptação a um cenário de 
guerra que se apresentava como duradouro: 
a) para a receita governamental: ampliação da base de produtos sujeitos ao imposto de 
consumo; 
b) redução das despesas governamentais; 
c) emissão monetária para cobrir principalmente à expansão das atividades do Banco do 
Brasil, que deveria ter mais responsabilidade no âmbito creditício. 
 
Apesar da interrupção do fornecimento de bens de capital nesse período pela 
dificuldade de importação, a produção doméstica foi estimulada pela ociosidade dos demais 
fatores de produção. 
Contudo, surgiram alguns problemas diplomáticos que impactaram negativamente na 
economia: 
a) os aliados impuseram restrições à importação do café; 
b) o governoalemão estava com pagamento atrasado referente a uma dívida de 1906. 
 
Os alemães depositaram parte da dívida em marcos, em um banco alemão, mas sem 
efeito para a resolução da questão. A decisão do embate ocorreu quando eles afundaram com 
seus submarinos, dois navios brasileiros e também pela entrada dos americanos na guerra 
contra os alemães, visto que ofereceram garantias de colaborar com a defesa nacional. 
Como contrapartida ao não pagamento da dívida do governo alemão, o Brasil se 
apropriou dos navios ancorados em território nacional antes do início da guerra e arrendou-os 
ao governo francês. 
No fim do período da guerra, uma nevasca fez com que o preço do café saltasse de 
10,8 centavos de dólar por libra-peso em junho, para 22 centavos no fim do ano. Isso 
assegurou ao Brasil uma posição mais confortável. 
 
 
 
 
 
Com a fim da guerra, a economia brasileira acompanhou o movimento de auge 
experimentado pelas principais economias e posteriormente também mergulhou em uma 
recessão. 
 
 
 
14 
 
O movimento de auge ocorreu devido à conjunção de alguns fatores, a saber: 
a) aumento significativo do preço do café; 
b) aumento as exportações motivadas pelo café e pela diversificação da pauta, oriunda do 
período de guerra; 
c) aumento retardado das importações devido às dificuldades de reconstrução das 
economias. 
 
Esse período de auge foi percebido apenas no ano de 1919, devido ao surgimento de 
inflação nas economias centrais. Contudo, o período de recessão atingiu a economia brasileira 
com a redução drásticas das exportações (vide Figura II), agravada com a aceleração tardia 
das importações, crise no setor cafeeiro e falta de crédito no mercado interno. 
 
O rápido boom nos países centrais teve, entretanto, vida curta. A adoção de 
políticas monetárias restritivas nos dois principais centros financeiros 
internacionais, em resposta à persistência de fortes pressões inflacionárias após 
o fim da guerra, precipitou o início de violenta recessão, nos Estados Unidos e 
Reino Unido, e queda vertiginosa dos preços internacionais a partir de meados 
de 1920 (ABREU, 2004). 
 
Como solução para a questão creditícia, o governo atribuiu novas funções ao Banco do 
Brasil, tornando-o emprestador de última instância. Além disso, o câmbio fora desvalorizado 
(Vide Figura III) e mesmo assim, em 1921, o governo entendeu que deveria intervir no preço 
do café, para evitar os déficits comerciais. Para tanto, o governo utilizou novamente o Banco 
do Brasil como provedor de crédito. 
Em 1921 a crise continuou a se agravar em razão da dificuldade de financiamento do 
desequilíbrio fiscal, com o aumento da dívida do Tesouro de curto prazo com o Banco do 
Brasil, que colocava em cheque o crédito destinado ao café. 
No último trimestre de 1921, foi conseguido um empréstimo de curto prazo, junto a 
bancos comerciais ingleses, para a defesa do crédito ao setor cafeeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Ano 
Termos de 
Intercâmbio 
(27) 
Nível de 
Atividade EUA 
(28) 
Taxa de 
Juros nos 
EUA 
(%)(29) 
Preços ao 
Consumidor 
Rio de 
Janeiro (30) 
Taxas de 
Câmbio Livre 
(moeda 
nac/US$) 
(31) 
Taxas de 
Câmbio Oficial 
(moeda 
nac/US$) (32) 
Participação 
do Imposto de 
Renda na 
Receita Total 
(%) (33) 
1910 20,2 2,8 5,7 n.d. 3 - - 
1911 -1,2 2,6 4,8 n.d. 3,1 - - 
1912 0,3 5,7 5,4 n.d. 3,1 - - 
1913 -25,1 0,9 6,2 2,0 3,1 - - 
1914 -15,6 -4,3 5,5 0 3,3 - - 
1915 -23,8 -0,8 4,0 8,8 4,0 - - 
1916 -3,2 7,9 3,8 7,2 4,2 - - 
1917 -23,8 0,7 5,1 10,1 3,9 - - 
1918 -2,5 12,3 6,0 12,2 3,9 - - 
1919 54,0 -3,5 5,4 3,4 3,7 - - 
1920 -26 -4,3 7,5 9,9 4,5 - - 
1921 -17,5 -8,6 6,6 3,0 7,5 - - 
1922 64,7 15,8 4,5 9,3 7,5 - - 
1923 12,5 12,1 5,1 10,1 9,7 - - 
1924 38,0 -0,1 4,0 16,9 9,1 - 1,5 
1925 0,8 8,4 4,0 7,0 8,1 - 2,0 
1926 -1,8 5,9 4,3 2,7 6,9 - 2,2 
1927 -15,9 0,0 4,1 2,6 8,4 - 3,0 
1928 22,3 0,6 4,9 -1,5 8,3 - 3,1 
1929 -2,1 6,7 5,9 -0,7 8,5 - 3,2 
Figura III: Anexo Estatístico. 
ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: 
Campus, 2004, Capítulo II (Apogeu e Crise na Primeira República: 1900-1930). Página 396. 
 
 
 
 
No fim de 1922 o preço do café voltou a subir, impactando favoravelmente nas 
exportações, que por sua vez contribuíam para a queda do déficit comercial. 
Outro sinal positivo foram os programas de obras públicas e o crédito mais farto, que 
aumentaram a renda disponível, favorecendo o rápido crescimento da produção industrial. 
Um papel importante nesse cenário foi á depreciação cambial. O governo somente 
voltou a tentar apreciar o câmbio a partir do final de 1922, quando o mil réis havia 
desvalorizado um terço em comparação ao valor de maio de 1920 (vide Figura III). 
 
16 
 
Nesse momento, uma questão chave para o governo do presidente Artur Bernardes era 
a crise fiscal. Para atacar essa questão, uma das propostas foi à realização de uma reforma 
monetária para transformar o Banco do Brasil em Banco Central, retirando o poder do 
Tesouro para emitir moeda. 
Além disso, seria adotado um novo plano de defesa do café em que os preços não 
seriam mais controlados pelo governo por meio da compra e estocagem do produto. Seriam 
construídos armazéns nas regiões produtoras e o governo seria responsável pela construção e 
pelo controle do volume embarcado para os portos. Caberia ao produtor às despesas entre a 
entrega do café ao armazém e seu embarque para a exportação. 
Obviamente seria necessário que o sistema de financiamento funcionasse, ainda mais 
porque os mercados dos EUA e Inglaterra estavam fechados para empréstimos, por causa da 
política interna de valorização do café. 
Em 1922, o Banco do Brasil foi dotado do monopólio de emissão de moeda, com 
montante suficiente para atender a demanda do orçamento e da defesa do café em momentos 
de turbulência. 
Já em 1923, graças a uma política monetária restritiva, o aumento da demanda de 
crédito devido às colheitas do café e a impossibilidade do governo de liquidar sua dívida, o 
Banco do Brasil fez sua primeira emissão de moeda (após a mudança do estatuto). 
A partir da segunda metade de 1923, a situação se agravou e o governo do presidente 
Artur Bernardes enfrentou uma crise cambial. A intenção do governo foi a de buscar um 
empréstimo (externo) para pagar a dívida do Tesouro com o Banco do Brasil, fazendo com 
que o banco ganhasse fôlego para atender a demanda de crédito sem a necessidade de 
emissão de moeda. 
Em negociação com banqueiros ingleses, foi requerido à quantia de 25 milhões de 
libras. Os ingleses impuseram algumas condições, sendo que uma delas era a visita de uma 
comissão que proporia reformas e políticas que deveriam ser adotadas. 
Por fim, o governo inglês vetou o empréstimo e, além dos problemas já existentes, 
ocorreram revoltas militares em 1924 no estado de São Paulo. 
Para conter a revolta foram necessários gastos militares que não estavam previstos, 
fazendo com que o Banco do Brasil novamente emitisse moeda. 
No ano seguinte, o preço do café saltou por duas vezes, em virtude do plano nacional 
de defesa, trazendo certo alívio paras as contas nacionais. 
Novas políticas ortodoxas foram implantadas com o intuito de equilibrar o orçamento, 
que surtiram efeito negativo na produção industrial, já que esse setor dependia muito dos 
bancos comerciais e o mercado financeiro não possuía instrumentos para atender a demanda 
por crédito. 
 
17 
Como resultado, a taxa de câmbio apreciou-se em mais de 40% (vide Figura III) e a 
inflação desacelerou, pois, em 1926, a mesma caiu 10%. 
 
 
 
 
Com a sucessão presidencial ocupada por Washington Luís, ocorreram mudanças 
importantes a respeito da política monetária e cambial. Tal mudança foi deflagrada pela 
grande onda de protestos oriundos do setor industrial (vide Figura II), sobretudo o setor têxtil. 
Diante das pressões e de uma situação econômica mais favorável, suportadapelo 
controle inflacionário e a melhora das contas externas, o novo governo voltou a adotar o 
padrão ouro. 
Outro fator importante para diminuir as pressões sobre as contas públicas foi um novo 
financiamento conseguido em Londres, para o custeio do café. 
Nesse momento, o financiamento do café era de responsabilidade do governo do 
Estado de São Paulo, através do Banco do Estado, papel que anteriormente fora do Banco do 
Brasil. 
Reforçada por resultados favoráveis oriundos da cafeicultura, de empréstimos externos 
utilizados para obras públicas e de políticas creditícias mais frouxas, a economia apresentou 
resultados favoráveis em 1927 e 1928, com crescimento de 10,8% e 11,5% respectivamente 
(vide Figura II). 
Após um período de crescimento, no início de 1929, o governo voltou a apertar a 
política monetária, em virtude da estagnação das exportações e aumento das importações, 
além do estancamento de empréstimos estrangeiros. 
Com a diminuição do crédito, a produção industrial caiu (vide Figura II), motivada em 
parte pela queda também das importações, fatos que contribuíram para que o produto real 
estagnasse. 
Nesse momento, uma nova crise oriunda do café se desenhava, basicamente por dois 
motivos: 
a) uma safra recorde em 1929, devido a condições meteorológicas favoráveis, demandou 
maiores financiamentos, já que os estoques estavam cheios; 
b) falta de financiamento externo para a manutenção dos estoques. 
 
O agravamento da situação seguiu até 11 de outubro, quando não havia mais dinheiro 
para o financiamento do café, fazendo com que os preços despencassem. 
 
18 
 
Ao final do ano, os preços caíram na medida de 1/3 do valor praticado quando da 
defesa do preço. Para contribuir com o aumento da crise, foi percebido contração das vendas 
de café nos países consumidores, e a situação tomou rumos ainda mais tensos, tornando-se 
uma crise internacional sem precedentes. 
O colapso dos preços do café foi o golpe de misericórdia no equilíbrio do balanço de 
pagamentos. Mas, em impressionante semelhança com os eventos que antecederam o 
colapso do padrão ouro antes da guerra, o governo federal agarrou-se teimosamente à 
manutenção do padrão no pressuposto otimista de que seria possível obter um grande 
empréstimo de estabilização a curto prazo. O resultado foi aprofundar mais ainda a 
contração monetária ao longo de 1930, transformando a recessão iniciada no início de 
1929 em uma crise de proporções sem precedentes, que acabaria por sepultar o 
regime (ABREU, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Disponível no site: 
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1889-1989. Rio de Janeiro: Campus, 2004, Capítulo II (Apogeu e Crise na Primeira 
República: 1900-1930). Páginas 31 a 72. 
 
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Economia Brasileira Contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Página 332. 
 
 
 
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