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TGP - aula 3

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Aula 3
Organização Judiciária
(Continuação)
Disciplina: Teoria Geral do Processo
Docente: Ana Ketsia B. M. Pinheiro
Faculdade Estácio de Sá - FAL
O Superior Tribunal de Justiça 
Criado pela CF/88;
 É órgão destinado a julgar, em última instância, matéria relativa ao direito federal infraconstitucional, tendo poder para dar a palavra final em tal matéria;
Sua competência está no art. 105 da CF.
O Superior Tribunal de Justiça somente está abaixo do Supremo Tribunal Federal e tem competência em todo o território nacional;
Está relacionado com as justiças comuns, exercendo a jurisdição comum, não estando afeto às justiças especiais (eleitoral, trabalhista, militar).
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Importante!
O STJ também possui competência originária.
 
É um tribunal unificador do direito, apresentando, por conseguinte, súmulas.
Defendendo a lei federal, julga os recursos contra as decisões dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais (art. 105, inc. III, “a”, da CF), que envolvam aplicação de lei federal.
Nunca Esqueça!
O Superior Tribunal de Justiça tem, em seu quadro, no mínimo, 33 Ministros. 
Sua composição é heterogênea, já que um terço dos Ministros são nomeados entre os Desembargadores dos Tribunais Regionais Federais, um terço entre os Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados, e um terço entre os advogados e membros do Ministério Público. 
A escolha dos Ministros é feita pelo Presidente da República a partir de listas elaboradas na forma constitucional, sendo a nomeação feita depois da aprovação pelo Senado Federal. 
As exigências para ser Ministro do Superior Tribunal de Justiça são as mesmas para ser Ministro do Supremo Tribunal Federal, exceto quanto ao requisito da nacionalidade (para o STJ podem ser Ministros os brasileiros natos ou naturalizados). 
PARA INTEGRAR O STF, SÓ BRASILEIROS NATOS – CF, art. 12, § 3.º, IV!
CF, Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;      
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;        
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.        
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. 
O CNJ foi criado pela Emenda Constitucional 45/2004, que ficou conhecida como ‘Reforma do Judiciário’. 
Segundo a CF, art 103-B, § 4º, compete ao CNJ o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
Atenção!
O Conselho Nacional de Justiça será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal (CF, art 103-B, § 1º).
CF, art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:         
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;        
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;        
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;        
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;        
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;         
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;        
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;                
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;        
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;       
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;         
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;        
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;        
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.  
Tribunais e Juízes dos Estados
Na organização das Justiças dos Estados e do Distrito Federal temos:
Juízo de Direito: órgão de primeiro grau (togados e vitalícios);
Tribunais de Justiça: órgão de segundo grau;
Juizados Especiais Cíveis e Criminais (togados e leigos);
Juízes de Paz;
Tribunal do Júri (art. 5.º, inc. XXXVIII, da CF).
Os tribunais são divididos em câmaras (ou turmas). 
A reunião de todas as câmaras de um tribunal recebe o nome de Tribunal Pleno.
O Juiz de Primeiro Grau trabalha numa divisão chamada Comarca, que é o foro em que tem competência o Juiz de Primeiro Grau, isto é, o seu território (pode abranger mais de um Município ou Distrito). Em cada comarca haverá um ou mais juízos (varas).
Classificação das Comarcas
As Comarcas se dividem em até três entrâncias. No estado do RN a Lei de Organização Judiciária prevê as três Entrâncias, sendo numeradas ordinalmente (1.ª, 2.ª e 3.ª). 
ATENÇÃO! A numeração ordinal é atribuída em ordem crescente de importância e a classificação é feita segundo os critérios do movimento forense, população, número de eleitores e receita tributária. 
Carreira da Magistratura
É composta pelos seguintes cargos: 
Juiz Substituto; 
Juiz de Direito de Primeira Entrância; 
Juiz de Direito de Segunda Entrância;
Juiz Auxiliar; 
Juiz de Direito de Terceira Entrância;
Desembargador. 
O ingresso na magistratura é feito mediante concurso público de provas e títulos, com uma comissão composta por três Desembargadores e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Não Esqueça! Outra forma de ingresso ocorre, direta e automaticamente, para os Tribunais de Justiça. São advogados e membros do Ministério Público advindos de lista sêxtupla, tornada tríplice e apresentada ao Governador do Estado para escolha e nomeação para o cargo de Desembargador, popularmente chamado “Quinto Constitucional”. 
Justiça Militar Estadual
De acordo com a CF, art. 125, § 3º: A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. 
Tribunal do Júri
Júri é o tribunal em que cidadãos, previamente alistados, decidem sobre a culpabilidade ou não dos acusados nos crimes dolosos contra a vida.
O procedimento adotado pelo Júri tem duas fases:
1ª fase - juízo de acusação (feito pelo juiz de direito). Nela, o objetivo é identificar se o crime apontado na acusação deve ser julgado pelo Tribunal do Júri. Essa fase se inicia com o oferecimento da denúncia ou queixa e termina com a sentença de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária.
2ª fase - juízo da causa. Trata-se da fase de julgamento, pelo Júri, da acusação admitida na fase anterior. Começa com o trânsito em julgado da sentença de pronúncia e se encerra com a sentença do Juiz Presidente do Tribunal Popular.
O Tribunal do Júri é composto por um juiz presidente e vinte e cinco jurados, dos quais SETE serão sorteados para compor o conselho de sentença e que terão o encargo de afirmar ou negar a existência do fato criminoso atribuído a uma pessoa. Assim, é o cidadão, sob juramento, quem decide sobre o crime. Essa decisão do jurado é de acordo com a sua consciência e não segundo a lei. 
Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais 
A estrutura da Justiça Federal é compostapor:
Juízes Federais: órgãos de primeiro grau;
Tribunais Regionais Federais (divididos por regiões): órgãos de segundo grau;
Tribunal do Júri Federal?
A Justiça Federal de primeiro grau de jurisdição é representada pelos juízos federais que se localizam em todos os estados e no Distrito Federal. 
O território brasileiro é dividido em sessões judiciárias, uma no Distrito Federal e uma em cada Estado. 
As sessões estão distribuídas em regiões – que são cinco. Varia o número de varas por sessões.
Nosso estado integra a 5ª Região. O TRF da 5ª Região é responsável pelos processos vindos da JFAL · JFCE · JFPB · JFPE · JFRN · JFSE
O STF reconhece a existência do júri federal, como no HC 79.044-5/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim:
"HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. JÚRI FEDERAL. O Júri Federal é competente para julgar Patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal que comete homicídio no desempenho de suas funções. Nesse caso o interesse da Administração Pública Federal é evidenciado pelo exercício da atividade estatal no momento do crime. Habeas Corpus indeferido." (2ª Turma - Unânime - publicado no DJ de 30/06/2000)
Em outubro de 2016, o TRF da 3ª Região teve seu primeiro Tribunal do Júri. Sete jurados julgaram um homem acusado de matar uma contadora nomeada como perita num processo trabalhista, em 2008. O caso foi para a Justiça Federal em São Paulo porque a vítima foi morta enquanto exercia função federal.
Célia Maria Galbetti foi baleada no mesmo dia em que avaliou os livros contábeis de uma ótica na zona sul de São Paulo, a fim de levantar recursos para a quitação de uma execução trabalhista. O dono da empresa, José Correia Neto, havia sido condenado a pagar indenização trabalhista a uma ex-funcionária. Ele virou réu pelo homicídio e foi condenado a 13 anos e 4 meses de reclusão.
CF, art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

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