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RESENHA CRÍTICA ESTUDO DE CASO AIDS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Resenha Crítica de Caso HIV / AIDS No Brasil: Provimento De Prevenção Em Um Sistema Descentralizado de Saúde
Felipe Anderson Pessoa de Freitas
Trabalho da disciplina Políticas Públicas
 
 Tutor: Prof. Antonio Luis Draque Penso
Boa Vista - Roraima 
2019
CASO DE HARVARD – HIV/AIDS NO BRASIL: PROVIMENTO DE PREVENÇÃO EM UM SISTEMA DESCENTRALIZADO DE SAÚDE
RESENHA
REFERÊNCIA: HIV/AIDS no Brasil: Provimento de prevenção em um sistema descentralizado de saúde. Escola de negócios de Harvard, GHD-018 Abril de 2011.
Este caso trata de toda o dilema enfrentado no Brasil para fomentar políticas públicas voltadas para prevenção e tratamento de portadores de HIV – AIDS, desde o seu surgimento, até a efetivação das políticas públicas, vale ressaltar que o Brasil foi um dos poucos países emergentes a trabalhar de forma cooperada poder público e sociedade civil em prol dos portadores da doença, através deste trabalho muito foi feito para que a infecção diminuísse e fosse estabilizada, como também a liberação de medicamento com acesso para os infectados, porém ainda há muito o que se fazer acerca desse tema de suma importância e de impacto para a saúde pública brasileira.
O caso cita a visão geral do Brasil, na época em que surgiu a incidência de infectados pelo HIV, neste período conforme citado o Brasil era o 5º país mais populoso do mundo e tinha uma composição de raças bem diversificadas, sendo citado as regiões mais populosas e prósperas o sul e sudeste do país, também é citado que o Brasil foi governado no período de 1964 a 1984 por uma ditadura militar e em seguida em 1989 o Brasil adotou uma constituição nova e um modelo de república democrática.
No ano de 2009 vale ressaltar que o Brasil já era uma das economias emergentes que mais cresciam no mundo, tal estudo de caso também cita as políticas públicas aplicadas na época, para distribuir renda e combater a pobreza e desigualdade social que assolava o país a muito tempo, tais políticas de fomento vieram também com uma urbanização cada vez maior do pais o que causou a construção de muitas zonas periféricas onde boa parte da população na faixa da pobreza residia.
Em seguida é tratado sobre a saúde no Brasil, perpassando pelo período onde apenas quem tinha acesso a saúde eram os mais ricos e geralmente de raça branca, tal disparidade se mostrava muito forte desde os anos 80, após o período de entrada no regime democrático os defensores da saúde pública mais conhecidos como “sanitaristas”, protestavam veemente contra as desigualdades no acesso a saúde enfrentado pela nação, cita-se que no período da ditadura apenas os trabalhadores do setor formal tinha seguro saúde, sendo que outros milhões de fazendeiros e trabalhadores do setor informal não tinham este acesso, no entanto em resposta ao movimento dos sanitaristas quando o Brasil construiu sua nova constituição foi inserido como um dos princípios o acesso a saúde como um direito humano a ser fornecido pelo governo e então foi criado o “SUS” sistema único de saúde, tal sistema foi criado para oferecer cuidado gratuito a todos.
O Sus tinha como principal financiador o governo, sendo que este sistema conforme citado no caso atendia ¾ da população do país, havia também o sistema privado de saúde que era utilizado pela parcela mais rica da população que estava concentrada nos grandes centros urbanos, vale citar que as pessoas que utilizavam esse sistema particular também podiam ter acesso ao sistema público. Outro fator importante acerca do sistema público de saúde é que o mesmo era guiado por cinco princípios, conforme citado no caso, sendo eles : “ 1- cobertura gratuita e universal, 2- serviços abrangentes de prevenção ao tratamento, 3- igualdade, 4- descentralização e 5- participação pública, tais princípios foram utilizados nas leis especificas de saúde e implantados na governança do sistema.
Portanto o SUS tinha uma governança descentralizada, sendo um único centro de comando nas esferas federais, estaduais e municipais, ou seja dentro da esfera federal quem comandava era o ministério da saúde, da estadual eram as secretárias estaduais de saúde e por fim as secretárias municipais de saúde dentro da esfera municipal, com relação as políticas públicas fomentadas o ministérios da saúde era responsável pelas políticas nacionais de saúde, já nos estados as secretárias de saúde além de controlar hospitais terciários e universitários, repassavam recurso as secretárias municipais que investiam direto no atendimento de saúde prestando a maioria dos serviços de saúde pública.
Outro ponto que é importante ser citado ainda acerca do sistema único de saúde foi o seu financiamento pelo governo, entre os anos de 2000 a 2007 o financiamento do sistema mais que dobrou, ocorria o financiamento pelos impostos dos governos estaduais e municipais e este investimento era entre 12 e 15 por cento do orçamento deles, quanto ao governo federal não havia teto para investimento na saúde, porém apesar do grande investimento feito nessa área através dos orçamentos públicos, analistas na época relatavam que o “ sistema sofria de falta crônica de financiamento e distribuição desigual de recurso” cita-se também que grande parte do investimento eram feitos nas regiões mais populosas e mais prosperas não é atoa que vemos o péssimo reflexo do mal investimento na saúde quando se trata das regiões mais afastadas e mais pobres do país.
Com o intuito de abranger o atendimento médico e ambulatorial as regiões mais afastadas e carentes de atendimento foi criado pelo governo o programa “PSF” programa de saúde da família, que era composto por um clínico geral, um enfermeiro, um auxiliar de saúde e quatro agentes de saúde que ficavam responsável por uma localidade com um quantitativo definido de famílias a ser atendida, vale ressaltar que este programa auxiliou na abrangência de aplicação de vacinas e prevenção de doenças como também, na identificação das necessidades de saúde e na promoção da busca de tratamento e uso de medicamento pelos atendidos, portanto o grande legado deste programa foi sua abrangência de atendimento nos lugares mais remotos e mais necessitados, que antes não eram atendidos. 
Em se tratando da AIDS e sua epidemiologia, os primeiros casos a surgir no Brasil, foram por volta de 1982 entre homossexuais, sendo este grupo conhecido como grupo de risco, em tal período o SUS estava em seu estágio inicial e não estava em todo território nacional, também ainda não tinha uma boa estrutura epidemiológica o que dificultava rastrear os novos casos de HIV-AIDS. Neste período o ministério da saúde previa o aumento em três vezes dos casos da doença, onde a grande maioria dos acometidos eram homens de classe média que residiam nas grandes capitais tais como São Paulo e Rio de Janeiro. A doença também foi diagnosticada em hemofílicos, heterossexuais, recebedores de transfusão de sangue e recém nascidos conforme aponta o estudo de caso trabalhado, também conforme citado pelo estudo a epidemia de AIDS no Brasil crescia na mesma proporção que na África do Sul, país que tinha alto índice de infectados da doença, sendo assim o Bando Mundial previa que nos anos 2000 seriam 1,2 milhões de brasileiros infectados com a doença, porém no início desse período a identificação da população adulta com HIV onde havia maior número de infectados, estava por volta de 630.000,00 pessoas, diferente da África que já estava em 5,7 milhões de adultos infectados.
Com relação a transmissão da doença, a mesma se dá através de relações sexuais sendo este o fator causador de 97% das transmissões, contudo a infecção estava concentrada nos grupos de risco, sendo os homossexuais, e usuários de droga ou transfusão, porém vale ressaltar que a infecção também cresceu entre homens heterossexuais e mulheres que viviam em zonas mais pobres do país. Diante do contexto do surgimento da AIDS, como também da abrangência da sua transmissão em uma escala global,houve uma mobilização fervorosa da sociedade civil no Brasil por conta da AIDS, visto que se tratava de uma doença realmente preocupante e que precisava de medidas e políticas públicas para ser controlada e eventualmente tratada.
Desta forma através dessa mobilização que ocorreu foi criado em São Paulo o primeiro programa de controle de AIDS em 1983 conforme cita o estudo de caso, esse programa foi criado em pareceria com ONGs que davam auxilio a essas pessoas que viviam com a doença, porém vale ressaltar que esses primeiros programas tiveram caráter emergencial, por isso as lideranças que conduziam os mesmos aprendiam de fato na prática, porque não havia muitas informações sobre a doença e nem como lhe dar com ela, então era algo totalmente empírico para quem estava a frente do programa. 
Posterior a isso foi criado uma comissão nacional da AIDS no Brasil que era formada pela sociedade civil, membros do governo e da área acadêmica, este comitê procurou apoio junto a especialistas de saúde dos estados unidos para tratar de três fatores, sendo eles: “ o controle de suprimento de sangue doado no Brasil, definir critérios de diagnóstico da AIDS e criar o laboratório nacional e sistemas de vigilância” sendo essas as principais bandeiras de luta da comissão que também serviu como um elo de participação pública e controle social acerca da doença.
Ainda em relação a programas de prevenção o programa de São Paulo como já citado, permanecia como base para as medidas contra a infecção do HIV, através deste programa a mesma sociedade civil que se mobilizou antes cobrava do governo que houvesse a expansão dos serviços de prevenção e tratamento para todo o país, porém esta mesma sociedade civil reconhecia as limitações do governo e se reuniu com suas lideranças e conseguiram um empréstimo no Banco Mundial para dar auxilio aos projetos de tratamento e prevenção relacionados ao HIV, sendo assim com esse recurso foram criados ao longo do tempo três projetos sendo eles o AIDS I, AIDS II, AIDS III, tais projetos auxiliaram na ampliação da oferta de serviços de tratamento e prevenção pelo país, como também conseguiu alcançar áreas marginalizadas que até então não eram atendidas, vale ressaltar que isto foi possível graças as parcerias com as ONG´s que fizeram a parte de ir até essas comunidades mais distantes, cita-se também que os projetos focaram nas populações de risco, como uma forma de conter a contaminação pelo vírus.
O estudo cita também a luta travada para que fosse possível o acesso ao tratamento de forma gratuita pelo SUS, neste período em alguns países de primeiro mundo já haviam criado um medicamento anti-retroviral que combatia a evolução do vírus, dando ao paciente uma sobrevida, porém pelo alto custo desses medicamentos nem todos tinham acesso, apenas em São Paulo e alguns outros poucos estados ofereciam este tratamento, diante da situação as organizações não governamentais lutavam pelo acesso universal a este tratamento levando em conta como um direito constitucional o direito a saúde para todos e muitos pacientes utilizaram isso como base para processar o governo devido a falha na oferta deste tratamento, portanto essas ações juntamente com o ativismo da sociedade civil e das ONG’s fez o governo criar uma lei federal que garantia aos pacientes o acesso a tal medicação, porém algumas organizações internacionais alertaram ao Brasil quanto a esta decisão, visto que o recurso do país para este tratamento era limitado.
Após aprovação da lei federal, todo o tratamento era oferecido pelo SUS, em seus centros especializados e hospitais, sendo que o PNA (Programa Nacional da Aids) supervisionava o sistema nacional de laboratórios e a cadeia de suprimento dos medicamentos anti-retrovirais e os custos deste medicamento saiam do orçamento do PNA, no entanto mesmo após esse grande passo de acesso ao tratamento os ativistas exigiam do governo a liberação dos medicamentos mais novos e como resposta o governo começou uma campanha internacional juntamente com países em desenvolvimento em busca de medicamentos mais baratos, chegando até a discursar nos meios de comunicação contra as grandes indústrias farmacêuticas, esta foi uma forma utilizada pelo governo de tentar baratear o custo do tratamento que de fato era elevado. 
Vale ressaltar que mesmo após campanhas, as negociações falharam e foi quando ocorreu do presidente do país a época Luís Inácio Lula da Silva quebrar a patente de uma grande indústria farmacêutica e emitir uma licença compulsória para a fabricação do medicamento e conseguiu com isto reduzir o custo para o governo economizando cera de 30 milhões por ano, tal atitude foi amplamente divulgada na mídia internacional na época. 
Outra vertente também tratada no estudo de caso foi o investimento do recurso relacionado a AIDS, como foi visto anteriormente o Banco Mundial patrocinou projetos voltados ao tema, e tais recursos não eram somente utilizados para comprar medicamentos e implementar medidas de prevenção, pois também eram usados no financiamento de pesquisas epidemiológicas e sistemas de monitoramento e avaliação, porém tais esforços em coletar dados em tempo hábil para tomada de decisão era um dos pontos fracos destes projetos, pois o sistema de monitoramento nacional tinha seus esforços empreendidos em nível nacional, regional e de fornecimento de serviços, porém na esfera municipal é onde se encontravam as dificuldades, devido a complexidade e a falta de estrutura em regiões mais distantes. Apesar disso este sistema de monitoramento contra a AIDS era um dos mais eficientes do sistema público de saúde do Brasil.
No entanto apesar de ser considerado eficiente tal sistema se baseava na divulgação dos óbitos relacionados a doença para utilizar como dado epidemiológico, ou seja, o sistema não era alimentado de forma sistemática, sendo que o sistema dependia dos relatos de casos de AIDS, tornando o mesmo muito limitado. Neste período foi proposto que fosse modificado os dados para notificações de casos de AIDS e não apenas relatos como dito anteriormente, porém sofreu resistência de alguns estados principalmente da região norte e nordeste que não quiseram inserir este formato para não aumentar o custo do seus sistemas de saúde que já se encontravam em dificuldade, foi então quando o PNA criou um sistema de monitoramento e avaliação independente com financiamento do Banco Mundial, sendo este programa chamado de MonitorAIDS, o mesmo foi implementado em parceria com o Ministério da Saúde, parceiros técnicos dos EUA e o instituto de comunicação e informação científica e tecnológica da saúde. 
Este sistema era baseado na internet e reunia dados eletrônicos do ministério da saúde, de pesquisas epidemiológicas e estudos específicos, sendo o objetivo subsidiar de informação a política de implantação do programa contra a AIDS de forma transparente. Com este intuito foram criados diversos indicadores para atingir uma informação transparente e completa, mas apesar das dificuldades citadas inclusive nas esferas municiais quanto ao tratamento e monitoramento das informações acerca da doença o MonitorAIDS era um avanço que tinha como proposição padronizar as informações relacionadas a AIDS em um único espaço e facilitar a tomada de decisões acerca das políticas voltadas a doença em todas as esferas governamentais.
Outro passo importante nas políticas implantadas na luta contra a AIDS, foi a descentralização, pois todos os estados e diversas cidades tinham seus próprios programas de combate a AIDS, o programa nacional fornecia auxilio técnico e financeiro a estes estados e cidades, como também continuava a financiar os programas nacionais e as ONG’s, porém monitorar centenas de projetos espalhados pelo país estava exigindo muito da equipe do programa nacional, portanto foi decidido que a descentralização também ocorreria em outros níveis e então foi transferido controles financeiros e administrativos adicionais as secretárias estaduais e municipais de saúde. Como citado no estudo de caso entre 2001 e2003 foi iniciado um processo de descentralização que consistia em oficinas e reuniões com diversos elos que consistiam a frente de combate a doença sendo estes acadêmicos, líderes de ONG’s e autoridades governamentais de todos os níveis, desta forma a política de descentralização estava sendo de fato implantada pelo programa nacional e os três objetivos principais desta política citados no estudo eram “passar a responsabilidade de financiar e monitorar projetos de ONG’s para os estados, melhorar a integração dos programas contra HIV/AIDS nos níveis do SUS e desenvolver programas de capacitação e melhorar a comunicação entre governos locais e as ONG’s”.
Diante do contexto o PNA transferiu 10% do seu orçamento para os 26 estados e 480 cidades sendo que estas cidades continham cerca de quase 60% da população e 90% dos casos de AIDS, ou seja, o motivo da descentralização nessas cidades se dava pela sua alta taxa de infecção. Também foi criado os planos de ações e metas anuais com o objetivo de se tornar a ferramenta básica de gestão dos programas contra a AIDS, estes planos eram baseados em resultados, descrevendo como os programas estaduais e municipais deveriam utilizar o recurso federal para atingir as metas definidas, sendo que estas metas eram específicas e conforme a realidade local de cada município e estado e sobretudo tinham que ser mensuráveis.
No ano de 2009 o programa nacional de combate a AIDS, havia se tornado o departamento nacional de DST, AIDS e HEPATITES VIRAIS, fazendo parte do ministério da saúde, tal mudança representava a institucionalização da política pública de enfrentamento as estas doenças infecciosas, porém não teve tanto efeito nas operações diárias já antes executadas pelo PNA. Desta forma a missão do departamento era “formular e promover políticas públicas para HIV, DST’s e hepatites virais de modo ético, eficiente e participativo”, dentre suas ações o departamento executou políticas nacionais e diretrizes, geriu o sistema nacional de vigilância e informação e transferiu recursos para estados e municípios, oferecendo também treinamento técnico e resolução de conflitos locais, se mostrando convergente com a política de descentralização já adotada antes de sua transformação de programa para departamento.
Com relação a sua estrutura organizacional o departamento se localizava em Brasília próximo ao prédio do ministério da saúde, o departamento é constituído por nove unidades programáticas e sete unidades de apoio, também estava dentro do departamento nacional o centro internacional de cooperação técnica sobre AIDS/HIV, onde seus membros auxiliavam outras países no fortalecimento de seus programas de combate à doença. Vale ressaltar também que no objetivo de ampliar a sua cobertura nacional o departamento trabalha em parceria com outros setores governamentais, tais como os ministérios dos direitos humanos, educação e defesa. 
Já no quesito orçamento o departamento nacional em 2009 tinha o valor de R$ 845 milhões que representavam 2,5% do orçamento do ministério da saúde, sendo que 75% do orçamento do departamento ia para cuidado e tratamento da AIDS e grande parte para a compra dos medicamentos anti-retrovirais, 13% eram destinados a tratamento e vigilância e por fim 11% eram destinados aos estados e municípios obedecendo a política de descentralização adotada desde o PNA, ao final de 2009 o departamento negociou junto ao Banco Mundial um quarto projeto chamado de SUS-AIDS, que teve por objetivo fortalecer o sistema de saúde e melhorar a governança em todos os seus níveis.
Com relação a política de prevenção e controle do HIV o departamento havia instituído três focos de atividade integrada sendo eles “garantir o acesso universal para tratamento e cuidados ARV gratuito, aumentar o acesso a diagnóstico e prevenção e manter um relacionamento proativo com a sociedade civil independente”. O trabalho do departamento contribuía para a prevenção, porém havia uma equipe com 20 pessoas responsável por essa temática e envolvida diretamente com a coordenação e os esforços para as ações de prevenção, sendo estas ações distribuição de preservativos, materiais educacionais e testes rápidos de HIV, como também gerar demanda pela procura desses serviços através da mídia e campanhas de orientação.
Um dos principais métodos do departamento para evitar a contaminação e implementar a prevenção era o uso de preservativo, por isso o país havia se tornado um dos maiores compradores de preservativo do mundo, chegando a comprar em 2007 1 bilhão de preservativos masculinos, 8 milhões de preservativos femininos e 15 milhões de lubrificantes para a distribuição dos estados e ONG’s, desta forma dados indicavam que quase todos os brasileiros sabiam que o uso do preservativo protegia contra o contagio da HIV, porém metade da população o usava com frequência, vale citar também as campanhas educacionais, onde o departamento trabalhou com o ministério da educação para implementar educação sexual e prevenção de DST/HIV nas escolas do país, como também realizou campanhas a nível nacional tendo como exemplo a campanha nacional do dia mundial da AIDS e a campanha de prevenção no período de carnaval.
Estas foram algumas das principais ações de prevenção do departamento, apesar de um grande alcance tais campanhas ainda de fato não chegavam a alguns lugares isolados como por exemplo interior do Amazonas, desta forma é necessário formular ações cada vez mais descentralizadas e frequentes para que todos tenham acesso a informação e prevenção.
O departamento também atuava firmemente no tratamento visto que a prevenção e o tratamento são um elo inseparável e precisam atuar de forma conjunta, portanto o departamento era responsável pela compra dos medicamentos anti-retrovirais, também definiam diretrizes do tratamento, certificavam instalações, mantinham o sistema de laboratórios nacionais e os sistemas de informação e rastreamento de medicamentos e por fim as secretárias de saúde dos estados e municípios eram responsáveis pela distribuição do medicamento e do acompanhamento da terapia. 
Ainda em 2009 os pacientes tinham acesso a 19 medicamentos diferentes e disponíveis em 32 combinações diferentes, sendo 13 produzidos no Brasil e 19 importado de outros países. Também não se pode deixar de falar de outro pilar importante em todo esse sistema o monitoramento e avaliação o departamento nacional reunia os dados e conduzia o monitoramento e avaliação, porém conforme citado no estudo de caso não estava claro quem era a unidade responsável por essa ação se era a unidade de vigilância ou a unidade de P&D, pois haviam cinco centros regionais para auxiliar tecnicamente as regiões, porem três deles perderam financiamento quando essa responsabilidade no quesito de avaliação e monitoramento passou para o estado, portanto segundo o Banco Mundial, apesar dos avanços no campo de M&A, os dados básicos eram moderados pois se baseavam em pesquisas limitadas do ponto de vista principalmente geográfico e os dados de grupos mais distantes eram praticamente inexistentes, ou seja, tínhamos uma informação de baixa qualidade para subsidiar as tomadas de decisões do departamento nacional contra a AIDS, portanto diante do contexto o departamento identificou três questões principais para melhorar o M&A e essas questões foram pautadas no quarto projeto financiado em parte pelo Banco Mundial, o já citado projeto SUS-AIDS, então conforme citado no estudo de caso essas questões são as seguintes: “ melhorara a compreensão e e a adequação de gerenciamento baseado em resultados principalmente nos níveis estaduais e locais, descentralizar ainda mais o treinamento de monitoração e avaliação e por fim melhorar a relação de atividades e monitoramento financeiro usando o sistema de monitoramento PAM. 
Tudo isso tinha por objetivo melhorar os dados recolhidos pelo sistema de monitoramento afim de subsidiar e afinar as políticas públicas voltadas para a doença vindas a partir do departamento nacional. Após todas essa fases e transformações queperpassaram as politicas públicas voltadas para o tratamento de HIV-AIDS, muito ainda teria de ser feito, pois é um trabalho continuo e no tocante a isto o departamento nacional realizava monitoramento da descentralização iniciada ainda na época do PNA, através de relatórios baseados na internet que eram disponibilizados pelo público, tal sistema permitia que o cidadão verificasse o plano anual de metas dos estados e municípios e observar como estava a situação de cada um deles com relação as metas, portanto é citado no estudo que pelo menos 75% dos estados e cidades haviam alcançado 75% das metas no final de 2009, com destaque para a cidade de São Paulo que havia alcançado 99%. Este monitoramento também revelava como estavam os entes com relação a sua gestão de modo geral acerca do combate e prevenção a doença, demonstrando que de fato a descentralização tinha trazido benefícios para o combate a doença.
Porém ainda com relação a descentralização havia em alguns estados e municípios falhas no quesito de transferência de recurso federal contra para as ONG’s que atendiam populações vulneráveis e não alcançadas anteriormente, vale ressaltar também que alguns entes não possuíam contas organizadas para a saúde e funcionários suficiente e com conhecimento em contabilidade para realizar as transferências. Ou seja, faltava planejamento e também não havia facilidade na questão do orçamento público, visto que as leis orçamentárias dificultavam a contratação de ONG’s como também necessitava de aprovação do legislativo de cada estado, desta forma aumentando a burocracia em torno desta ação. 
Diante do contexto e observando as dificuldades de estrutura orçamentária e planejamento além das dificuldades políticas por conta da legislação que acaba por interromper transferências de fundo, ou retirada de fundos de estados com desempenho aquém o departamento nacional resolveu não punir os estados e município, ao contrário disso o departamento forneceu auxilio técnico para ajudar programas com dificuldade de planejamento do seu orçamento e de contratação, portanto esse auxilio técnico buscou capacitar os funcionários do estado e município para vencer essas dificuldades.
Outro ponto tratado também com relação ao repasse de recurso federal era a cobrança do departamento nacional com estados que estavam tendo aumento dos casos de AIDS, e não estavam gastando o recurso federal recebido pelo departamento para a prevenção e combate a doença, ou seja esses programas não estavam cooperando, como também estavam administrando mal o recurso recebido para este fim. Entre esses estados estavam São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Diante da situação relatada de dificuldade de repasse de recurso para as ONG’s, como também a limitação por conta das leis orçamentárias, fez com que as organizações não governamentais desaprovassem a abordagem descentralizada, pois na opinião deles seria melhor voltar a atribuição para o departamento nacional que financiava diretamente os projetos, porém o departamento nacional relutava contra esta opção por considerar a descentralização um dos princípios do sistema único de saúde, além do que traria mais responsabilidade para o departamento e o sobrecarregaria.
Apesar dos avanços, dificuldades e percalços pelo caminho, houve muito progresso no combate à doença como citado no estudo, visto que em 2009, 97% dos brasileiros sabiam que o HIV poderia ser transmitido por relação sexual, 46% dos brasileiros relataram uso frequente de preservativo com parceiros casuais, já 47% dos profissionais do sexo receberam auxilio a prevenção, também cerca de um terço dos pacientes com HIV receberam serviços de saúde e a distribuição de testes rápidos aumentou em 330% e por fim 62% das gestantes passavam pelo teste de HIV e o ministério da saúde estimava que o acesso aos medicamento anti-retrovirais preveniram 1,3 milhões de hospitalizações por conta da doença, desta forma observa-se que tiveram muitos resultados positivos apesar das dificuldades.
Muito foi feito no combate a infecção do HIV, de certo modo por suas limitações o Brasil mesmo assim se destacou nesse quesito, todos os esforços das organizações não governamentais, da sociedade civil e do governo para que as pessoas tivessem acesso ao tratamento de forma indefinida trouxe bons resultados, porém havia as dificuldades dos lugares mais distantes por conta do acesso, pelo fraco desempenho dos entes destes lugares em suas atuações e também vale ressaltar o problema nos repasses de recurso, nas contratações das ONG’s, também na dificuldade de implementação da descentralização, devido a falta de conhecimento técnico e planejamento entre outros problemas, mas todos esses problemas, servem de experiência e subsídio para que sejam sanados com políticas públicas eficientes e estruturadas, buscando sempre a excelência na gestão e integração das esferas e setores envolvidos na causa, pois independentemente de ideologia ou politica o acesso a saúde como tratado neste caso é um direito humano e constitucional e deve ser ofertado da melhor maneira possível.

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