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Aula 2 Fundamentos do Desenho Digital

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/
Projeto Assistido por Computador
Aula 2: Fundamentos do Desenho Digital
Apresentação
Antes dos avanços tecnológicos, todos os processos relacionados ao desenho eram manuais, ou seja, não havia técnicas
nem recursos computacionais. Por exemplo, na Engenharia Predial, os desenhos eram elaborados a partir de instrumentos
simples (como lápis, caneta e esquadros), respeitando-se as normas técnicas preestabelecidas.
No entanto, com a computação grá�ca, os trabalhos de desenho técnico foram evoluindo, tornando-se computadorizados
a partir de vários programas com essa �nalidade. Alguns desses programas ganharam espaço no mercado e se �rmaram,
passando por atualizações e sendo incrementados com novas ferramentas. Tal crescimento tornou altamente �exível a
utilização deles, passando cada usuário a criar seus trabalhos com os recursos que mais lhe agradavam ou eram úteis, da
maneira que melhor lhe convinha ou como lhe era ensinado.
Contudo, os diversos problemas advindos dessa “livre organização” na utilização dos recursos dos programas de
desenho/projeto atingem, principalmente, o processo de comunicação entre os diferentes níveis e etapas de
desenvolvimento dos projetos que envolvem o desenho técnico.
Objetivos
Demonstrar como o programa funciona;
Descrever o funcionamento do sistema de coordenadas, das unidades de mensuração e da organização do desenho
em layers.
Primeiras palavras
O desenho técnico representa o que se quer tornar real; para isso, é preciso adotar a respectiva normatização, que
estabelece regras e conceitos de representação grá�ca, a partir de uma simbologia especí�ca e predeterminada.
A normatização do desenho atende a padrões internacionais, como a International Organization for Standardization (ISO).
Porém, cada país tem regras próprias, como é o caso do Brasil, cujas normas são editadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Nela se baseia grande parte das recomendações deste trabalho, a �m de auxiliar o aluno no uso
adequado e otimizado da ferramenta AutoCAD .®
/
De acordo com Ruggeri (2004), a adoção de recursos de informática no desenvolvimento de projetos de Engenharia e
Arquitetura trouxe consigo avanços em termos de custos, tempo, qualidade e intercambialidade dos trabalhos. No entanto,
a disseminação desorganizada desses recursos causou uma série de problemas de ordem gerencial no processo de
produção dos serviços e produtos.
Antes dos avanços tecnológicos, todos os processos relacionados ao desenho eram manuais, ou seja, não havia técnicas
nem recursos computacionais.
Exemplo
Na Engenharia Predial, os desenhos eram elaborados a partir de instrumentos simples (lápis, caneta e esquadros),
respeitando-se normas técnicas preestabelecidas.
Os modos de representação funcionavam da seguinte forma: eram �xadas espessuras para traçados conforme seus
signi�cados na representação grá�ca, sendo que cada espessura de traçado correspondia a uma caneta. Desse modo,
independentemente de quem fosse o desenhista, não eram possíveis muitas variações. Assim, antes da Informática na
produção de projetos de Engenharia e Arquitetura, existia um sistema de trabalho com poucos recursos, difundido e
normalizado em seus aspectos primordiais (RUGGERI, 2004).
Com a computação grá�ca, os trabalhos de desenho técnico foram evoluindo, tornando-se computadorizados a partir de
vários programas para tal �nalidade. Alguns desses programas ganharam espaço no mercado e se �rmaram, passando
por atualizações e sendo incrementado com novas ferramentas. Esse crescimento tornou altamente �exível a utilização
destes programas, passando cada usuário a criar seus trabalhos a partir dos recursos que mais lhe agradavam ou eram
úteis, da maneira que melhor lhe convinha ou como lhe era ensinado. A organização na utilização dos recursos grá�cos
computacionais dependia apenas da vontade de cada usuário, não seguindo nenhuma regra (RUGGERI, 2004).
/
Os problemas advindos dessa “livre organização” na utilização dos recursos dos programas de desenho/projeto são
diversos e atingem, principalmente, o processo de comunicação que ocorre nos diferentes níveis e etapas de
desenvolvimento dos projetos com o desenho técnico.
 Visualização da Área de Trabalho
Diferentemente do que ocorre no processo tradicional (no qual o espaço do desenho está limitado pelo tamanho da folha
de papel), no desenho digital, a área grá�ca não tem tamanho de�nido, e seus limites podem ser con�gurados para
qualquer tipo ou organização de desenho. Esse recurso possibilita o desenho de objetos das mais diferentes dimensões
no mesmo espaço grá�co. Dessa forma, o desenhista pode representar um detalhe do edifício, o próprio edifício, a quadra
onde este se situa, o entorno desta quadra, ou seja, objetos de diferentes escalas de medidas, em uma mesma área ou um
espaço de desenvolvimento do modelo (Figura 2.1).
 Figura 2.1 Tela Gráfica. Apresenta zoom infinito e pode ser dividida em views. Fonte: O autor (2019).
Outra característica importante da área do ou espaço de desenho e/ou modelagem é, no caso dos programas com
suporte 3D, sua tridimensionalidade.
/
Sendo o espaço tridimensional, os objetos podem ser representados não
apenas por suas projeções em um único plano de trabalho (plano de
desenho ou projeção), mas por suas alturas, larguras e profundidades,
utilizando‐se um sistema cartesiano triaxial de coordenadas.
Quem quiser obter informações essenciais para trabalhar com o AutoCAD pode acessar a própria página da Autodesk,
em que são disponibilizadas várias aulas e dicas interessantes sobre o programa.
®
 Unidades de Medida para a Criação de Entidades Vetoriais
O AutoCAD trabalha de forma adimensional. Isso signi�ca que, se você faz uma linha com 200 unidades no AutoCAD
2015, essa linha será de 200 mm (caso o AutoCAD esteja con�gurado para mm) ou 200 inches (polegadas), se o
AutoCAD estiver con�gurado para polegadas.
® ®
®
®
Atenção
A mudança de unidades tem real interferência na plotagem, na inserção de blocos, quando determinamos as escalas e
utilizamos o arquivo a �m de levar alguma informação para outro software.
Com o objetivo de con�gurar as unidades e sua exibição,
utilizamos o comando Units. Para acessá-lo, basta digitar
Units na linha de comando do AutoCAD ou ir ao menu
format → Units (Figura 2.2).
®
 Figura 2.2 Janela Units. Fonte: O autor (2019).
Depois de executar o comando, a seguinte janela será exibida, na qual você encontrará todas as con�gurações para
/
colocar as unidades de seu desenho de acordo com suas necessidades.
É possível também mudar a exibição; por exemplo, podemos utilizar o painel propriedades para obter o comprimento de
uma linha e ter esse valor em vários formatos disponíveis (Figura 2.3).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Figura 2.3 Janela do Units. Fonte: O autor (2019).
As unidades podem ser exibidas da seguinte maneira:
Scienti�c: 1.55E+01;
Architectural: 1'-3 1/2';
Fractional: 15 ½;
Decimal: 15.50;
Engineering: 1'-3.50'.
É possível também colocar o número de casas signi�cativas em que se deseja que o AutoCAD trabalhe, e ele pode
arredondar para o número de casas desejado. Em geral, usa-se no Brasil a unidade decimal. Para desenhos mecânicos,
usa-se mais a con�guração em milímetros, com duas casas decimais para os projetos; para desenho na área de
construção civil e mapas, deixa-se a con�guração em metros, com 3 casas decimais. Na janela Units, vemos também que
é possível con�gurar o ângulo (Figura 2.4).
®
/
 Figura 2.4 Janela do Units. Fonte: O autor (2019).
As con�gurações de ângulo do AutoCAD podem ser:
Decimal Degrees: 30.5000;
Deg/min/sec: 30d30’00”;
Grads: 33,8889;
Radians: 0,5323;
Surveyor’s Units: N30d30’E (primeiro quadrante).
®
A referência angular do AutoCAD se dá no sentido anti-horário. Porém, é possível mudar esse sentido, acionando apenas
o ClockWise (Figura 2.5).
®
/
 Figura 2.5 Janela do Units.Fonte: O autor (2019).
Caso você esteja trabalhando com mapas ou arquivostopográ�cos, a referência passa a ser o azimute – o ângulo horário
formado a partir do norte do desenho. Para isso, bastaria acionar o Clokwise, Direction, e clicar em North 270d.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
/
Ainda na janela Units (Figura 2.6), podemos con�gurar a
unidade de entrada dos blocos que serão inseridos no
projeto. Quando alguém cria um bloco, ele o faz em certa
unidade, a princípio desconhecida por nós. Se o bloco for
feito em milímetros, e o seu projeto estiver con�gurado
em metros, ao inserir o bloco, este virá 1000 vezes maior.
Para corrigir esse problema, basta um Scale no momento
de inserção do bloco. Porém, isso pode ser alterado
também nessa janela.
 Figura 2.6 Janela do Units. Fonte: O autor (2019).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Dica
Recomenda-se deixar aqui sem unidades (Unitless) ou, então, em milímetros (para desenhos mecânicos) ou metros (para
desenhos na área de construção civil).
 Sistemas de Coordenadas
O AutoCAD é um programa que funciona vetorialmente, ou seja, cada ponto na tela corresponde a um vetor com a
origem em X= 0 e Y= 0, ou relativo a um ponto já especi�cado na tela, com determinado comprimento e um ângulo em
relação ao eixo X.
O AutoCAD também trabalha com coordenadas polares. O plano de trabalho inicial do AutoCAD é o cartesiano, no qual
se tem a origem do sistema de coordenadas, que corresponde à origem do Sistema de Coordenadas do Usuário (UCS; do
inglês, user coordinate system) (Figura 2.7). Aqui também o eixo X à direita é positivo e à esquerda é negativo; e o eixo Y
para cima da origem é positivo e para baixo é negativo.
®
® ®
/
 Figura 2.7 Quadrantes do plano cartesiano. Fonte: https://site/tutoriaisAutoCAD®/coordenadas.
A área de trabalho mostra (por default) sempre o primeiro quadrante, ou seja, a área do plano em que X e Y são positivos e
o UCS na origem do sistema.
Dica
Experimente ativar o modo grade, dar um zoom completo e deslocar o mouse em torno do UCS, para veri�car as mudanças
de valores das coordenadas que ocorrem simultaneamente na barra de status no lado esquerdo.
A vírgula só separa os pontos coordenados (X, Y) – em qualquer situação dentro do AutoCAD –, e o ponto separa
números “quebrados” (mantissa), uma condição americana. Por exemplo: 54.87 – 12.14 – 34.69 etc.
Algumas considerações importantes serão apresentadas a seguir:
A orientação X sempre será na horizontal;
Para a direita, valores positivos (+);
Para a esquerda, valores negativos (–);
A orientação Y sempre será na vertical;
Para cima, valores positivos (+);
®
/
Para baixo, valores negativos (–).
Nos pares ordenados, sempre X é o primeiro termo, e Y, o segundo (X,Y).
O ícone do Sistema de Coordenadas do Model Space é importante, pois ele muda de acordo com a vista utilizada,
indicando condições de desenho e sentido dos eixos X, Y e Z. É possível ativar e desativar o ícone do UCS clicando em:
View → Display → UCS → Icon → On.
 Tipos de coordenadas
 Clique no botão acima.
Tipos de coordenadas
Coordenadas absolutas
Trabalham como se fossem a introdução de coordenadas de pontos em um grá�co, adicionando-se um ponto na
tela ou teclando em pares coordenados X e Y, separados por vírgula. As coordenadas absolutas (Figura 2.8) têm
como base o zero absoluto (no canto inferior esquerdo da tela grá�ca) do AutoCAD (interseção do eixo X com o
eixo Y).
EXEMPLO
Command: L < ENTER >
From point: 0,0 < ENTER >
To point: 40,0 < ENTER >
To point: 40,10 < ENTER >
To point: 30,10 < ENTER >
To point: 30,30 < ENTER >
To point: 20,50 < ENTER >
To point: 10,30 < ENTER >
To point: 10,10 < ENTER >
To point: 0,10 < ENTER >
To point: 0,0 < ENTER > ou close
To point: < ENTER > �nalizando
®
/
Coordenadas relativas cartesianas
São as coordenadas dos pontos em relação ao último ponto clicado. Para de�nir um ponto a partir das
coordenadas relativas ao último clicado, durante a execução de um comando (por exemplo, linha), basta digitar,
na linha de comandos, o símbolo @ (arroba), seguido dos valores separados por vírgula. Por exemplo, digitar @1,2
para entrar com as coordenadas relativas delta X = 1 e delta Y = 2, em que delta X e delta Y são as diferenças
entre coordenadas absolutas (x e y) do novo ponto e do último ponto clicado (Figuras 2.9 e 2.10).
 Figura 2.8 Exemplo de coordenadas absolutas. Fonte: O autor (2019).
 Figura 2.9 Códigos para inserção de coordenadas relativas. Fonte: O autor (2019).
/
Para percebermos a diferença entre as coordenadas relativas e as absolutas, vamos desenhar uma linha com os
mesmos pontos, mas sem a @ antes do segundo par ordenado, isto é, com coordenadas absolutas. Podemos ver
o resultado na Figura 2.11.
 Figura 2.10 Exemplo de coordenadas relativas. Fonte: O autor (2019).
 Figura 2.11 Diferenças entre coordenadas relativas e absolutas. Fonte: O autor (2019).
/
Como podemos observar, obtemos resultados diversos usando diferentes sistemas de coordenadas. Note que o
comprimento da linha é diferente nos dois casos. Com coordenadas relativas, o 2º ponto é distante 6,3 (X,Y) do 1º
ponto. Com coordenadas absolutas, o 2o ponto é distante 7,2 (X,Y) do 1º ponto. Sendo assim, em X, temos: -1...6
= 7; em Y, temos: 1...3 = 2.
Coordenadas relativas polares
A coordenada polar pede uma distância relativa D e um ângulo direcional A (Figura 2.12). Seu comando é @D< A,
em que:
 Figura 2.12 Códigos para inserção de coordenadas relativas polares. Fonte: O autor (2019).
/
Coordenadas cilíndricas e esféricas
Por não serem de uso comum, as coordenadas cilíndricas e esféricas não serão detalhadamente estudadas neste
documento. Aqui apenas falaremos como funcionam.
De�nimos as coordenadas cilíndricas por uma distância, um ângulo no plano XY e uma altura em relação ao eixo
Z. Para exempli�car o uso de coordenadas cilíndricas, digite “point” (comando para inserir um ponto na área
grá�ca) e < enter >. Digite no prompt: 2< 30, 1.5. Assim, 2 é a distância do ponto com relação às coordenadas (0,0)
do plano XY; 30 é o ângulo com relação ao plano XY; e 1.5 é a altura com relação ao eixo Z.
De�nimos as coordenadas esféricas por uma distância, um ângulo no plano XY e um ângulo medido em relação
ao plano XY. Para exempli�car o uso de coordenadas esféricas, digite “point” < enter >. Digite no prompt: 2< 30<
30. Assim, 2 é a distância do ponto com relação as coordenadas (0,0) do plano XY; 30 é o ângulo medido no plano
XY; e 30 é o angulo com relação ao plano XY.
 Figura 2.13 Exemplo de aplicação de coordenadas relativas polares. Fonte: O autor (2019).
 Criação de entidades
/
Diferenças podem ser detectadas entre o desenho tradicional e o auxiliado por computador, como a representação dos
elementos repetitivos do desenho arquitetônico. No desenho digital, ao contrário do tradicional, não há necessidade da
representação múltipla desses elementos, o que simpli�ca o processo.
Exemplo
Os programas CAD oferecem o recurso de uso de blocos ou gabaritos eletrônicos (em analogia aos gabaritos do desenho
tradicional), que nada mais são do que estruturas geométricas compostas. Nessas estruturas, é possível agrupar diversas
entidades de qualquer tipo e atribuir‐lhes um nome de identi�cação e um ponto para sua inserção em um ou mais desenhos.
O trabalho com blocos permite uma padronização do desenho entre arquivos e usuários. Evita‐se, com a utilização de
blocos, que cada usuário desenhe de forma distinta de certo padrão estabelecido.
Um elemento repetitivo, como o desenho de uma esquadria ou de um equipamento sanitário, precisa ser representado
uma única vez, podendo então ser estruturado e armazenado como um bloco para ser utilizado em in�nitos projetos
várias vezes.
Organizar os blocos na forma de biblioteca possibilita que os usuários dos programas CAD colecionem blocos na forma
de arquivos em disco. Na web, por exemplo, o usuário pode obter uma in�nidade de blocos prontos e, assim, ampliar a sua
biblioteca de blocos, de acordo com a sua necessidade. Tambémexiste a possibilidade de organizar a biblioteca de blocos
na forma de menu de ícones, o que torna bastante simples e organizada a manipulação de uma grande quantidade de
blocos.
O uso de blocos de forma e�ciente e correta demanda uma rígida
padronização dos layers e das cores de seus elementos. O usuário,
ao criar um bloco e, principalmente, utilizar algum feito por
terceiros, deve veri�car se as cores e os layers se adaptam à sua
metodologia e ao seu padrão de desenho.
Como citado, os programas CAD, em geral, usam o sistema de estilo de impressão vinculado à cor (o qual determina que
as espessuras de linhas sejam relacionadas às suas cores). Dessa forma, pode ocorrer con�ito entre as cores das
geometrias e textos presentes nos blocos e as utilizadas como padrão pelo usuário.
Isso ocorre, por exemplo, se determinado usuário utiliza por padrão a cor branca para representação das alvenarias e, por
conseguinte, a mesma está vinculada a uma espessura grossa de linha; ou se ele pretende utilizar o bloco de uma porta
cuja representação tenha sido feita com a mesma cor. Tal situação gera um con�ito de cores e espessuras.
No que se refere à nomenclatura dos layers, também pode haver con�ito. Se o usuário tem por padrão, por exemplo,
utilizar o layer “ARQ‐Esquadrias” para representação de portas e janelas em um projeto arquitetônico, e pretende utilizar
um bloco de uma janela que foi criado no layer “Janelas”, igualmente ocorrerá con�ito, dessa vez na nomenclatura dos
layers. Assim, a incorporação de blocos elaborados por terceiros na biblioteca de blocos exige uma prévia edição para
padronização deles.
Para inserir um bloco, basta digitar o comando Block ou clicar no ícone Insert Block. Uma caixa de diálogo vai aparecer
(Figura 2.14).
/
 Figura 2.14 Inserir blocos. Fonte: O autor (2019).
Por meio do Browse, é possível você buscar onde baixou blocos e inseri-los no seu desenho. O bloco poderá vir com layers
diferentes do padrão, bem como com diferenças nas cores e escalas, mas tudo isso pode ser editado e otimizado no
bloco, depois ou mesmo antes de se inserir o bloco. É possível abrir o arquivo original do bloco e alterar o padrão do bloco
adquirido para os padrões do seu desenho. Salve esse padrão e, a partir daí, utilize-o sem problemas. Ou ainda, a cada
inserção do bloco, faça as alterações que achar necessárias. Por exemplo, imagine que você vai inserir um bloco de uma
bacia com caixa acoplada da Deca® no seu desenho. Na página do fabricante, você pode acessar o arquivo para baixá-lo
e depois inseri-lo no ambiente de trabalho do AutoCAD (Figura 2.15).®
 Figura 2.15 Blocos para download dos fabricantes. Fonte: http://www.deca.com.br.
Feito o download do arquivo, para inseri-lo, basta digitar Block no Comand e, no Browser, ir até a pasta na qual o arquivo foi
salvo. Selecione-o e insira-o no desenho (Figura 2.16).
/
 Figura 2.16 Blocos para download dos fabricantes. Fonte: O autor (2019).
Após inseri-lo, você nota que o vaso sanitário está maior do que a casa. Isso ocorreu porque o fabricante desenhou o
bloco dele em milímetros, e você desenhou a casa em metros. Corrija este problema colocando fator de escala no
desenho, o que pode ser feito depois de ter inserido o bloco ou na própria janela de inserção, alterando a escala (X e Y)
para 0.001. O bloco virá na dimensão correta em relação ao seu desenho, porém, as camadas e cores não serão
ajustadas. Para isso, basta dar um duplo clique no bloco, e ele abrirá uma janela de edição (Figura 2.17).
 Figura 2.17 Edição de blocos. Fonte: O autor (2019).
Ao entrar na edição do bloco, você poderá editar as cores, as camadas, a escala do bloco e tudo o que achar necessário.
Ao fechá-lo, aceite as alterações para que possa trabalhar com blocos sem perder padrões de desenho (Figura 2.18).
/
 Figura 2.18 Salvar a edição de blocos. Fonte: O autor (2019).
 Sistema de organização em camadas
Os programas CAD possibilitam a organização dos vários elementos de um desenho de Arquitetura em distintas camadas
ou níveis (layers). Esse recurso permite o agrupamento das geometrias de acordo com os elementos do desenho que
representam, ou seja, em temas. Assim, por exemplo, linhas, arcos, círculos e outros elementos geométricos que
representam as paredes de uma planta baixa podem fazer parte de uma única camada, nomeada de forma a identi�car os
elementos do desenho que a compõe (paredes ou alvenarias).
Comentário
A organização do desenho em camadas possibilita uma série de operações que facilitam bastante o processo de
representação. Além de facilitar o desenho, a sobreposição de camadas (que pode a /qualquer momento ser ligada ou
desligada, bloqueada e desbloqueada) permite representar sobre uma mesma base, como a planta baixa, diversos temas
referentes a essa edi�cação.
Assim, por exemplo, podem‐se sobrepor informações dos variados projetos complementares, veri�cando‐se as
compatibilidades e os re�exos de uns sobre os outros.
A cada camada criada, pode ser atribuída uma cor diferente; assim, os elementos nela desenhados, por con�guração
padrão, receberão a cor escolhida. O uso de cores diversas tem mais de uma utilidade: em primeiro lugar, permite
identi�car visualmente na tela do computador os elementos pertencentes a determinada camada ou categoria de
informação; em segundo lugar, possibilita, nos programas que se utilizam do estilo de impressão com base na cor (Color –
dependent plot style), diferenciar previamente as espessuras de impressão dos elementos (Figura 2.19).
/
 Figura 2.19 Variedade de layers em um projeto. Fonte: O autor (2019).
Cabe ao desenhista e/ou projetista estabelecer metodologia própria ou, de preferência, utilizar um sistema padronizado
para criar, nomear e atribuir cores às camadas de seus desenhos, de forma a tornar possível a integração entre seus
diversos trabalhos e a troca de informação e integração com outros pro�ssionais que porventura interajam com o
desenho/projeto da edi�cação.
A busca por uma padronização nos desenhos e projetos digitais de Arquitetura que permita a intercambialidade na
informação entre pro�ssionais e projetos já gerou, no Brasil, discussões, estudos e trabalhos. O mais signi�cativo deles é o
da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea), a qual propõe, com base no modelo das normas
americanas/canadense e europeias, um sistema de nomenclatura de layers, diretórios e arquivos de projetos.
A princípio, existe apenas o layer “0” (o layer “Defpoints” também será criado automaticamente em seguida – usado para
impressão e explicado na Aula 5). Para criar novos layers, é necessário clicar no botão New Layer ou, com o botão direito,
escolher a opção New Layer. Será pedido então um nome para esse novo layer.
O novo layer agora aparecerá na janela Layer Properties Manager. É aconselhável já se de�nir uma nova cor para ele,
ressaltando-se que é pela cor de uma entidade que são de�nidas as con�gurações de impressão (espessura de linha, cor
etc.). Portanto, recomenda-se deixar elementos que terão as mesmas con�gurações de impressão em layers com a
mesma cor.
/
 Figura 2.20 Janela para criar e editar layers. Fonte: O autor (2019).
Trocar um objeto de layer é bastante simples: seleciona(m)-se o(s) objeto(s) e escolhe-se o novo layer ao qual desejamos
inseri-lo diretamente no painel Layers no Ribbon. Tanto na janela Layers Properties quanto no painel Layers, temos
algumas opções que de�nem as propriedades de cada layer (Figura 2.21).
1 Esse botão sem para ligar/desligar um layer. Todos os objetos na camada sumirão, mas ainda poderão serrastreados.
2 Serve para congelar um layer. Os objetos desaparecerão da tela e não poderão ser mais rastreados.
3 Esse botão é utilizado para travar um layer. Embora visível, nenhum objsto poderá ser modi�cado.
4 O botão serve para alterar a cor do layer em questão.
5 A pequena impressora é utilizada para permitir/impedir a impressão dos objetos contidos na camada emquestão. Costuma-se impedir a impressão do layer Viewport, que seráestudada mais adiante.
 Tabela 2.21 Simbologia e propriedades dos layers. Fonte: O autor (2019).
 Como isolar um layer
Ativar o comando é um processo bem simples: basta clicar no botão Isolate, sobre qualquer objeto e pressionar enter, para
que a camada desse objeto seja isolada. No entanto, nem todo pro�ssional sabe, mas a ferramenta Isolate permite
trabalharmos de duas maneiras:
1. Deixar o layer escolhido ativo (current) e todos os outros desligados (Off); ou
2. Deixar o layer escolhido ativo (current) e todos os outros bloqueados (Lock).
A seguir, mostraremos como alterar e como utilizar a primeira opção.
/
Isolate off (desligando os demais layers)
Geralmente, essa opção já vem ativada, mas, de qualquer forma, vamos ensinar como ativar.
Na aba Home, localize o painel Layers (Figura 2.22), dentro do qual temos o botão Isolate (Atalho LAYISO).
 Figura 2.22 Painel layers. Fonte: O autor (2019).
Clique nesse botão e, antes de clicar em qualquer objeto, observe que na linha de comando temos a opção Settings. Clique
nela (Figura 2.23).
 Figura 2.23 LAYISO na barra Command. Fonte: O autor (2019).
Agora temos duas opções: Off e Lock and Fade. Selecione a opção Off (N).
 Figura 2.24 Configurações para isolar layers. Fonte: O autor (2019).
Assim, quando a ferramenta Isolate for ativada, ao selecionar qualquer objeto, a camada correspondente a ele será a ativa
(current), e todas as outras estarão desligadas.
/
Essa opção deixa o ambiente de trabalho mais limpo, facilitando a edição dos objetos que estão nessa camada; a�nal,
apenas objetos que pertencem à camada selecionada estão visíveis (todos os demais �caram desligados), o que pode ser
conferido no campo Layers.
 Ferramentas de seleção
Os comandos de seleção possibilitam selecionar o elemento desejado e, assim, copiar, mover e alterar suas propriedades,
entre outras atividades.
Como clicar diretamente sobre o objeto
Clica-se na entidade que se deseja selecionar. A seleção se con�rmará quando o objeto mostrar suas linhas sombreadas
em azul e marcadores de edição, chamados Grips (azuis, por padrão). Retira-se a seleção apertando a tecla ESC uma vez.
Para selecionar mais de uma entidade, diferente de quando selecionamos vários arquivos no Windows, não precisamos
pressionar a tecla SHIFT; basta clicar sobre os objetos de interesse. Para tirar da seleção apenas uma entidade de uma
seleção múltipla, clica-se sobre o objeto segurando-se a tecla SHIFT (Figura 2.25).
 Figura 2.25 Selecionando um objeto usando o click sobre ele. Fonte: O autor (2019).
Seleção por janelas
 Figura 2.25 Selecionando um objeto da
esquerda para direita. Fonte: O autor (2019).
/
Select Window
Uma forma prática de selecionar um ou mais elementos de uma só vez é utilizar a Select Window. Clica-se na tela em um
vértice da janela de seleção e abre-se a janela, da esquerda para a direita. Todas as entidades completamente dentro do
retângulo azul serão selecionadas. Se a janela passar sobre um objeto apenas parcialmente, ele não será selecionado.
 Figura 2.26 Selecionando um objeto da
direita para a esquerda. Fonte: O autor (2019).
Select Crossing
É parecida com a Select Window, porém seleciona também os elementos que são “cortados” pela sua borda. Clica-se na
tela em um vértice da janela de seleção, e esta se abre, da direita para a esquerda. Todas as entidades dentro do retângulo
verde completa ou parcialmente serão selecionadas.
 Figura 2.27 Selecionando um objeto
mantendo o botão esquerdo do mouse
acionado. Fonte: O autor (2019).
Lasso Selecting
A seleção em laço é um comando novo que surgiu no AutoCAD . Para utilizá-lo, clica-se na tela mantendo-se o botão
esquerdo do mouse pressionado. Em vez de formar janelas retangulares, nesse comando de seleção a forma dependerá
do caminho feito pelo cursor. De maneira similar ao que acontece no Select Window e no Select Crossing, se o primeiro
movimento for realizado da esquerda para a direita, abrirá uma janela azul e, se o primeiro movimento for realizado da
direita para a esquerda, abrirá uma janela verde.
®
/
 Atividade
1. Como funciona a normatização de desenho técnico?
2. O espeço de desenho, no caso do Projeto Assistido por Computador, não se limita ao tamanho do papel. Caracterize
esse espaço de desenho.
3. Qual é o comando utilizado para con�gurar unidades no AutoCAD ?®
a) Units
b) Line
c) Scale
d) Circle
4. Se um bloco for criado em uma escala diferente da que estamos usando em nosso projeto, que comando deve ser
utilizado para corrigir o problema?
a) Units
b) Line
c) Scale
d) Circle
5. Como organizamos os nomes de arquivos por meio de códigos, segundo Ruggeri (2004)?
Notas
Referências
BALDAM, R.; COSTA, L. AutoCad 2015: utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo: Érica, 2012.
MONTENEGRO, G.A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
Próxima aula
Sistemas de coordenadas;
/
Criação de entidades;
Sistema de organização em camadas.
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Leia o texto:
Manual de Referência para Padronização de Projetos em CAD <https://docplayer.com.br/97700-Manual-de-referencia-
para-padronizacao-de-projetos-em-cad.html> , desenvolvido com base no trabalho da AsBEA pelo Sindicato da Indústria
da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon‐GO), pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Faculdade de Tecnologia Senai de Desenvolvimento Gerencial (Fatesg),
publicado pelo Senai/Fatesg em 2007.
https://docplayer.com.br/97700-Manual-de-referencia-para-padronizacao-de-projetos-em-cad.html

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