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03- Egito

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Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo
Professora: Adalgisa Rolim
2018.1
Antiguidade ao século 18
Aula 3 - Introdução
Há mais de 4000 anos antes de Cristo, a dominação das técnicas agrícolas permitiu o surgimento de várias civilizações ao redor do mundo. No extremo nordeste da África, em uma região de características desérticas, a civilização egípcia floresceu graças aos abundantes recursos hídricos e terras férteis que se localizavam nas margens do rio Nilo.
O ciclo das águas nesta região promovia o regular transbordamento do rio que, durante a seca, deixava um rico material orgânico na superfície de suas terras. Percebendo tal alteração, os egípcios tiveram a capacidade de desenvolver uma civilização próspera que se ampliou graças às fartas colheitas realizadas. Dessa forma, temos definido o processo de desenvolvimento e expansão dos egípcios.
Períodos do Antigo Egito
A história do Egito divide-se em três fases: o Antigo Império; Médio Império e o Novo Império. Ao longo desses três períodos, o Egito atingiu o apogeu. Porém, a partir do século VII a.C. o Egito foi invadido por vários povos e perdeu o seu antigo esplendor. A seguir, uma rápida explanação sobre cada período.
ANTIGO IMPÉRIO (3200 a.C. – 2100 a. C.)
Durante o Antigo Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que permitiram a expansão da agricultura; são desse período ainda as grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época.
As pirâmides eram túmulos dos faraós. Para o seu interior era levada grande quantidade de objetos que pertenciam ao soberano, como móveis, jóias e outros objetos preciosos.
Durante o Antigo Império, o faraó conquistou amplos poderes. Isso acabou gerando alguns conflitos: os grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos nomos não aceitaram a situação e procuraram diminuir o poder do faraó. Essas disputas acabaram por enfraquecer o poder político do Estado.
MÉDIO IMPÉRIO (2100 a.C. – 1580 a.C.)
Durante o Médio Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A capital passou a ser Tebas.
Nesse período, conquistas territoriais trouxeram prosperidade econômica. Mas algumas agitações internas voltariam a enfraquecer o império, o que possibilitou, por volta de 1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo nômade de origem asiática. Os hicsos permaneceram no Egito cerca de 170 anos.
NOVO IMPÉRIO (1580 a.C. – 715 a.C.)
O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas territoriais. Em seu final ocorreram agitações internas e outra onda de invasões. Devido ao enfraquecimento do Estado, o Egito foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos (30 a.C.)
A Pirâmide Social - FARAÓS:
 O Faraó tinha poder absoluto e era considerado um deus vivo na Terra. Ele era dono de todo o Egito, chefe da administração, dos cultos religiosos e também comandava o exército. Tinha como principais funções/responsabilidades manter a ordem e a justiça na sociedade. Caso não cumprisse com suas obrigações, teria como punição a morte (desaparecimento) eterna.
NOBREZA:
 Nessa classe enquadravam-se os Viziers (pessoas ligadas diretamente ao Faraó), os Sacerdotes, os oficiais do exército e as suas famílias. Nessa classe a Rainha era escolhida e, apesar de o Faraó ter muitas esposas, apenas ela tinha o poder real. O casamento era feito entre parentes, a fim de manter o sangue “azul” da Dinastia.
ESCRIBAS:
 Considerada uma classe muito importante, os Escribas eram os únicos que poderiam seguir carreira como administradores ou ingressar no serviço público. A escrita servia para o registro de tudo que acontecia no cotidiano egípcio e devido a ela é que conhecemos um pouco da história dos habitantes das margens do Nilo.
OS SOLDADOS:
 Essa classe era pequena e sua principal função era garantir a segurança do território, fazendo quando preciso escolta nas expedições aos países vizinhos. Posteriormente, devido às invasões e à necessidade de uma defesa mais sólida, o exército e a tecnologia em combate foram aumentando.
OS ARTESÃOS:
 Essa classe era formada por pessoas com habilidades em todos os tipos de artesanato. Alguns trabalhavam em aldeias e produziam artefatos para o comércio local. Já os mais habilidosos eram convocados a trabalhar para o Faraó ou para a classe da nobreza.
OS CAMPONESES:
 Essa classe era formada pela maior parte dos antigos egípcios. Eram pessoas que trabalhavam nas lavouras a fim de gerar todo o sustento necessário. Ficavam com uma parte do que era cultivado, mas a grande maioria arrecadada permanecia com os donos das terras (Nobres ou Faraó).
OS ESCRAVOS:
 Estudiosos divergem quanto à existência dessa classe no antigo Egito. Mas o que se tem de mais concreto é que os escravos eram pessoas capturadas em guerra e serviam como mão de obra. Eram uma minoria, já que em toda a história egípcia poucas foram as guerras, em comparação a outras civilizações.
Arquitetura Egípcia 
A Arquitetura egípcia é fundamental porque a escultura e a pintura estão ligados. A cultura egípcia foi profundamente marcada pela religião e pela supremacia política do faraó. Esses dois elementos exerceram grande influência nas artes (arquitetura, escultura e pintura) e na atividade literária e científica.
O povo do antigo Egito, que viviam no vale do Nilo, foi o criador de uma cultura poderosa e original. Sua ansiedade para prolongar a vida além da morte, social e organização coletiva, suas crenças religiosas profundas e ao mesmo isolamento determinado pela geografia, contribuiu para o desenvolvimento de uma civilização cuja continuidade foi mantido, praticamente inalterada, durante trinta séculos. Arte egípcia é definida pelos desejos dos faraós para a construção de obras eternas e vão para a posteridade. É a razão pela qual eles usaram pedra para levantar os edifícios mais significativos.
O caráter geral da arte egípcia são:
A monumentalidade. Apreciável, especialmente na arquitetura e na escultura: é uma de suas características mais evidentes. 
O peso. Devido à predominância da linha horizontal e grandes superfícies sólidas. 
Hierática. Inspirado pela religião oficial, e seu serviço, arte egípcia é submetido a uma série de cânones imutáveis. 
O impessoal. Ignore o expressivo liberdade do artista. Seu objetivo era satisfazer as exigências da vida e que era o centro do culto nacional: Faraó. 
A durabilidade. É o desejo que emerge monumentos egípcios, um resultado direto do sentimento religioso que inspirou.
As pirâmides tinham base quadrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.
 Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon. Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos.
Arquitetura Funerária 
A arquitetura funerária foi uma das primeiras manifestações da arte egípcia. Ela se destaca especialmente nos túmulos reais que, em geral, são monumentos. Há três tipos: mastabas, pirâmides e hipogeus.
Mastabas
A mastaba (túmulo de reis e de nobres) é uma câmara funerária, coberta por uma singela construção de tijolos, de base retangular, com paredes inclinadas. As mastabas foram aumentando de altura, acrescentando-lhes vários andares, em degraus (pisos escalonados); e, assim, evoluíram lentamente para a forma piramidal.
Pirâmides
Foram erguidas mais de 70. A sua construção processou-se no período do Antigo Império. As pirâmides mais famosas - pelo seu gigantesco tamanho - são as de Gizé (perto de Mênfis), mandadas erguer pelos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos (IV dinastia).
A maior das pirâmides, a deQuéops, tinha uns 147 m de altura e uns 234 m de lado (da base). [...]
Para a construção da pirâmide de Quéops - dizem as crônicas - foram empregados 100.000 homens, durante 20 anos. Seus blocos de pedra (2.300.000, com um peso médio de 2.500 kg por unidade) estão ajustados com extraordinária precisão. "Em alguns lugares, a largura das juntas não ultrapassa 25 micromilímetros."
A pirâmide de Quefrén é apenas 3 metros mais baixa que a de Quéops. Está ligada por um longo corredor a um pequeno templo, à cuja direita se ergue a Esfinge, estátua monstruosa com o corpo de leão e cabeça humana.
Hipogeus 
 No período tebano apareceu um novo tipo de túmulo real: o hipogeu, túmulo subterrâneo, cavado no flanco das montanhas, formado por uma série de câmaras onde se depositavam os esquifes.
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel: 
Palmiforme – flores de palmeira; 
Papiriforme – flores de papiro; e 
Lotiforme – flor de lótus
Para seu conhecimento: 
Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos. 
Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.
Escrita
Hieróglifos – considerados a escrita sagrada; 
Hierática – uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; 
 Demótica – a escrita popular.
Livro dos Mortos
Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.
Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo. 
Mumificação: 
a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. 
b) nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes. 
c) as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio. 
d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.

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