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O que pensam as micro e pequenas empresas sobre sustentabilidade

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Lixo hospitalar: Descarte de resíduos hospitalares.
Jason R. Melo; Joyce L. Felix; ¹
Juliana S. Zimermann; Leonardo Almeida;
Nayara M. M. Alves; Rafael M. Mendes. 
Orientadora: Professora Andréa C. Rodrigues Peine Jaira
Resumo
Os lixos hospitalares são resíduos originários de ações de serviços de saúde em hospitais. São divididos em: resíduos sólidos, resíduos em estado semissólido e líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos. 
Como alvo de inúmeras discussões o descarte inadequado de lixo hospitalar tem colocado em risco a saúde da população e do meio ambiente, devido principalmente à falta de procedimentos técnicos qualificados e adequados no manejo dos produtos gerados, como materiais biológicos contaminados, objetos perfurocortantes, peças anatômicas, substancias tóxicas, inflamáveis e radioativas.
Trataremos então ao decorrer desse tema abordando a forma de como são gerados esses resíduos, suas classificações, o modo errado como são coletados e armazenados e a forma correta que deveriam ser realmente tratados pela saúde pública e privada na sociedade mundial de acordo com as leis vigentes. 
Palavras-chave: Descarte. Lixo Hospitalar.
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¹ Alunos do curso de administração Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU. 
Jason M. R.A 552483-0; Joyce F. R.A 571765-2; Juliana Z. R.A 571006-0; Leonardo A. R.A 566901-6; Nayara A. R.A 599798-2 e Rafael M. R.A 577599-8
1. Introdução à sustentabilidade
 A sustentabilidade caracteriza-se pela capacidade do ser humano interagir com o mundo sem agredi e preservando o meio ambiente para que não haja o comprometimento dos recursos naturais de gerações futuras.
 Não deixa de ser um conceito complexo, pois atende a inumeráveis variáveis interdependentes, mas podemos dizer que é a capacidade de uma integração a questões sociais, econômicas, energéticas e ambientais.
 O seu principio aplica-se a um único empreendimento, desde uma pequena comunidade até o mundo todo e para que esse empreendimento seja considerável realmente sustentável é preciso que seja culturalmente diverso ecologicamente correto e viável e socialmente justo.
 A seguir trataremos de uma questão pouco estudada em alguns países e onde nem sempre a sustentabilidade é aplicada e por consequência acabam por acarretar em doenças e problemas de saúde pública, desde uma pequena comunidade como citado acima até um parâmetro maior como no mundo todo.
 O tema escolhido para se discutir à sustentabilidade nos dias de hoje foi o descarte de lixo hospitalar, seu mau manuseio e as conseqüências que isso acarreta a sociedade a curto, médio e longo prazo.
 Nos países desenvolvidos o lixo hospitalar já recebe o tratamento adequado quanto ao seu plano de gerenciamento, já nos países em desenvolvimento como o Brasil e outros países existem normas e leis, porém essa concepção ainda é recente e originária de países desenvolvidos que obtêm a técnica, a capacitação necessária e, principalmente, recursos específicos. 
Há um Plano de Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde 
(PGRSS) que é um documento que aponta e descreve as ações necessárias a manipulação desses resíduos gerados nas instituições de saúde e é de competência de todo gerador de resíduos de serviços de saúde elaborar seu PGRSS²
2. Descarte de lixos no Brasil
No Brasil, cerca de 120 mil toneladas de lixo urbano são geradas por dia, sendo que 1% a 3% dessa quantidade é produzida nos estabelecimentos de saúde. Desse total, entre 10% a 25% representam um alto risco à saúde, sendo que a fiscalização não é regular e efetiva, ou seja, muitos estabelecimentos não cumprem as normas da lei. Estudos feitos pelas organizações como a ANVISA3 comprovam que se o lixo hospitalar for encaminhando de forma correta é possível também reduzir a possibilidade de contaminação do lixo comum. “O mau gerenciamento desses resíduos pode trazer danos à saúde pública e ao meio ambiente. Cada órgão fiscalizador tem um papel essencial definido e que precisa ser reforçado”, afirma a chefe da Unidade de infraestrutura em Serviços de Saúde, Regina Barcellos. As secretarias estaduais e municipais, em conjunto com os órgãos de limpeza urbana, meio ambiente e a Comissão Nacional de Energia Nuclear já auxiliam na divulgação e na orientação de tais procedimentos para o controle dos resíduos produzidos nos serviços de saúde.
 
Um problema que ocorre com grande frequência por falta de fiscalização é o deposito de resíduos hospitalares em céu aberto expondo pessoas à contaminação que consequentemente acabam buscando tratamento em hospitais assim comprometendo a qualidade de vida pública4.
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² Existem diversas publicações de Manuais para o Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde.
³ Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.
4 Cabe ressaltar o estudo desenvolvido pelo Advogado Antonio Fernando Pedro Pinheiro publicado no site Ambiente Legal o levantamento dos problemas ocasionados pelo descarte inadequado de lixo hospitalar.
3. Materiais com maior índice de perigo
Os materiais como seringas, ampolas, algodão, luvas, cateter, lâmina de bisturi, conteúdos de remédios, pipetas5, tubos de coleta de sangue, entre outros, que após a sua utilização são separados e transformados em lixo hospitalar. 
O acondicionamento tem que ser feito em sacos plásticos, brancos leitosos e devem ser vedados, identificados e esse procedimento é feito por um detentor de registro6.
Resíduo biológico como membros do corpo humano e fetos que não tenha um valor cientifico legal e não tenha havido requisição pelos familiares, necessitam de tratamentos especiais. Sendo que o seu acondicionamento dever ser feito em sacos brancos leitosos revestidos por sacos vermelhos identificados com o símbolo de risco biológico e a inscrição “peça anatômica/produto de fecundação” e encaminhado ao necrotério e também deve ser comunicado ao serviço social para preenchimento do formulário de autorização para encaminhamento ao cemitério municipal.
4. Resíduos sem tratamentos
Existem também os resíduos que não precisam de tratamento que são: linhas arteriais, filtros de ar e gases aspirados de área contaminada, membrana filtrante de equipamento medico hospitalar, sobras de amostras de laboratórios e seus recipientes contendo fezes, urina, secreções, resíduos de tecidos adiposos proveniente de lipo aspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere esse tipo de resíduo. Recipiente e materiais resultantes do processo de assistência de saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. 
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5 Tubo graduado para se medir e transferir líquidos.
6 Aquele que tem a simples posse de uma coisa; que impede ou limita o funcionamento de um mecanismo, o vazamento de um fluido; depositário
Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou dos estudos anatomopatológicos7 ou de confirmação diagnosticam. Nesses casos a conduta deve ser acondicionamento para descarte sem necessidade de tratamento: em lixeiras brancas identificadas com símbolos de risco biológico revestidas com sacos brancos.
Os resíduos que não apresentam um maior risco biológico, químico e radiológico são: fraldas, absorventes, papel de uso sanitário, vestiário descartável, resto de alimentos e resíduos de gesso que devem ser postos nas lixeiras normalmente, com sacos de lixo pretos ou cinzas.
Devemos também dar atenção especial aos materiais pontiagudos, perfurocortantes8, que são instrumentos que contém pontas, cantos, bordas rígidas e agudas que podem cortar ou perfurar, como agulhas, lâminas de bisturi, ampolas de vidro e quaisquer lâminas de vidros quebrados no laboratório. Tudo isso deve ser separado em recipientes rígidos ou sólidos, resistentes, com tampa e com identificação para evitar acidentes e contaminação. Esses materiais são classificados como lixo biológico, radioativo, químico, e perfuro cortantes. Todos estes resíduosdevem ser vistos e tratados de formas minuciosas e com uma grande atenção por conter grande risco à saúde populacional. O resíduo tem que ser tratado e não pode ser misturado com o lixo domestico.
Nos países em desenvolvimento como o Brasil e outros na América Latina, a concepção sobre o tratamento adequado aos resíduos hospitalares, ainda precisa ser mais discutida e aperfeiçoada, pois seu gerenciamento gera maiores gastos e custos para o governo local, não disponível na maior parte das vezes.
No Brasil, o tratamento dos resíduos hospitalar ganha força cada vez mais e tem contado com auxílio de várias associações com inúmeros
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7 Peças do organismo alteradas por processos patológicos
8 Objetos que furam e cortam ao mesmo tempo. Ex: agulhas, ampolas de vidro, bisturis, etc.
projetos, e ajuda de alguns órgãos de grande importância como a CETESB em São Paulo e a FEEMA no Rio de Janeiro.
As populações dos países em desenvolvimento e dos países desenvolvidos vêm expondo por meio das redes os seus argumentos sobre o assunto, questionando as várias diferenças entre os resíduos hospitalares e domiciliares, apontando os riscos que os resíduos podem trazer a saúde populacional e ao meio ambiente também.
Não só no Brasil, mas em vários países em desenvolvimento na América Latina, há várias experiências negativas quanto ao sistema diferenciado de tratamento desses dejetos como o caso de Porto Alegre em 1996, onde houve uma má aquisição de incineradores, e em 1993, em Santa Catarina, onde os caminhões incineradores quase não operavam. Na capital da Argentina houve uma avaliação com incineradores hospitalares, dos quais foram analisados 17 deles, sendo que oito desses equipamentos nunca haviam entrado em serviço, quatro deixaram de operar a algum tempo, um operava em péssimas condições de uso e apenas quatro incineravam resíduos patológicos. A utilização inadequada desses incineradores em unidades hospitalares sem nenhum controle ambiental é praticada em várias localidades, sendo exposta a saúde da população entorno, pela má emissão dos gases poluentes que acabam por comprometer a saúde de um todo.
A incineração de tais produtos não é um método seguro para se esterilizar os resíduos hospitalares e há uma técnica mais avançada para o tratamento desses resíduos infecciosos que se baseia na esterilização por micro-ondas. Foi desenvolvida inicialmente para ser utilizada em pequenas unidades da saúde e acabou por adquirir grandes proporções e hoje é também utilizada em unidades de grande porte.
Infelizmente na América Latina grande partes dos resíduos hospitalares produzidos são colocados diretamente no solo, a céu aberto e não passam por um tratamento especial adequado.
5. Destino final
O destino desses resíduos sempre foram os mesmos, em lixões, aterros sanitários, redes de esgotos e por muito tempo a sociedade não prestava a devida atenção no fato de que esses tipos de resíduos eram descartados de forma incorreta e consequentemente poluíam rios, solos, lençóis freáticos, prejudicando todo nosso meio ambiente. E com todos esses problemas surgindo e atingindo a saúde da população o poder público acabou por tomar parte desse problema e começaram a ver os surgimentos de impactos negativos causados aos recursos naturais, e o despropósito nessa parte e o grande potencial infectante que estavam sendo gerados em diversos escalões a curto, médio e longo prazo. 
No Brasil cerca de 80% dos municípios não organizam de forma correta a coleta de lixo urbana e hospitalar, comprometendo assim a qualidade de vida pública.
Pensar em como organizar e por em prática a adequação do descarte de lixo hospitalar é uma das principais iniciativas a serem enfrentadas e debatidas pelos administradores públicos de toda a América Latina.
Atualmente é obrigatória a responsabilidade de cada órgão o gerenciamento total dos resíduos hospitalares, pois a ANVISA e CONAMA9 criaram essa legislação e vigiam o cumprimento da mesma.
Devem ser observadas e obedecidas às normas federais, estaduais e municipais, sendo que os resíduos são manipulados por profissionais qualificados e separados minuciosamente em partes: comum, químico, infectante, perfurocortantes, radioativo e biológico. Os mesmos são lacrados em sacos leitosos para não haver vazamentos, rupturas, sempre respeitando o limite de peso e não podendo reutilizar o mesmo recipiente. Ele também tem que obter uma identificação de que material está dentro e esse último é de extrema importância, pois através da identificação que o material será levado ao lugar adequado. Há também uma parte que 
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9 Conselho Nacional do Meio Ambiente.
parece sem importância, mas ao contrário conta muito também no processo que é o transporte interno. Ele dever ocorrer em horários fixos e atentando para que não coincida com o tráfego dos carrinhos comuns do hospital, ou seja, os que contêm roupas, comidas e medicamentos. O descarte desses resíduos deve ser feitos de forma consciente e responsável, sempre observando o momento desde a sua geração até o seu destino final, respeitando suas etapas de acordo que a lei vigente exige.
Depois de separados, esses resíduos são coletados pela empresa com licença especializada para esse tipo de coleta, e atender todas as exigências e vigências das normas da vigilância sanitária. Os caminhões já saem com uma rota para retirada dos resíduos sanitários. Atualmente os caminhões são mais preparados e á prova de vazamentos aonde são levados para pontos de destino temporários, criados para receber o resíduo coletado, em relação a distancia entre o local de coleta, tratamento e o destino final no apropriado (aterro sanitário).
O tratamento é feito por duas formas: 
· Incineração – Processo de destruição térmica (queima), sobre uma alta temperatura entre 900 a 1250 °C com tempo controlado, onde os resíduos são descompostos, liberando-se o calor e gerando cinzas que depois se transformam em resíduos inertes. Esse processo é feito para resíduos perigosos, o que necessitam de destruição completa e segura.
· Micro ondas e desativação eletro térmica – Nesse processo os resíduos são triturados e depois aquecidos em um aparelho parecido com um micro ondas doméstico.
Após o tratamento os lixos têm como destino final o aterro sanitário – Deposito de resíduo tratado que contém a impermeabilização de todas as áreas, sendo protegido de águas subterrâneas, nascentes e dos córregos, dos sistemas de coleta e tratamento de gases. 
6. Conclusão
O descarte de resíduos é uma questão de sustentabilidade por trazer altos níveis de problemas à sociedade.
O descarte ou exposição incorreta, por trata-se de resíduos hospitalares já usados podem: poluir o solo, contaminar águas potáveis ou nascentes, causando doenças de pele e infecto contagiosas, podendo levar uma pessoa à morte, pois isso atinge a população mais carente. Porque ela possui condição financeira para morar em um lugar melhor ou ter estudo para trabalhar em um lugar aonde onde não seja preciso rasgar os sacos no lixão para procurar, papelão, latinhas de alumínio, cobre etc., para vender e assim sustentar a sua família.
A forma correta dentre outras para a coleta seria adotar uma política de mudança no gerenciamento interno dos hospitais de forma que os resíduos perfurantes e alguns outros semelhantes e de maior risco biológico sejam esterilizados, ou seja, submetidos a um processo de desinfecção, que haja uma limpeza interna e externa do dejeto dentro dos padrões adequados, podendo resultar em uma melhoria da qualidade do ambiente no geral, reduzindo-se assim os riscos de uma maior infecção por parte dos doentes e também possibilitando que tais resíduos possam assim ser dispostos junto ao lixo domiciliar em aterros sanitários, não comprometendo o meio ambiente e a saúde pública.
Atualmente, é de responsabilidade de cada instituição hospitalar gerenciar, armazenar e pagar para o recolhimento e o descarte em local apropriado desses resíduos.
Em nossa percepção, a obrigaçãodeveria e seria do poder público, porque se trata de um problema que atinge diretamente e indiretamente a sociedade e o meio ambiente. 
Referências:
Bibliográficas
BARBIERI, José Carlos; MACHLINE, Claude. Logística Hospitalar: Teoria e prática. São Paulo: Editora Saraiva 2006.
Links:
http://pt.scribd.com/doc/6511020/anvsa-lixo-hospitalar; Acessado em: 18/04/2012 às 13h:05min.
http://www.fipen.edu.br/revistahermes/edicoes/revista6/artigo_araujo.pdf; Acessado em: 18/04/2012 às 13h:40min.
http://www.bvsde.paho.org/bvsaidis/brasil20/iii-062.pdf; Acessado em: 18/04/2012 às 14h:34min.
http://www.ecourbis.com.br/; Acessado em: 18/04/2012 às 14h:45min.
http://www.scielo.br/pdf/%0D/csp/v17n3/4651.pdf; Acessado em: 18/04/2012 às 14h:55min
http://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n2/a03v12n2.pdf; Acessado em: 18/04/2012 às 15h:09min
http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo_hospitalar; Acessado em: 18/04/2012 às 15h:27min.
http://www.coladaweb.com/medicina-e-enfermagem/objetos-perfurocortantes; Acessado em: 19/04/2012 às 16h26min
http://boasaude.uol.com.br/realce/emailorprint.cfm?id=14162&type=lib; Acessado em: 19/04/2012 às 16h23min
http://www.visa.goias.gov.br/arquivos/manual_PGRSS.pdf; Acessado em: 18/04/2012 às 16h:42min.
http://www.anvisa.gov.br/institucional/faleconosco/faleconosco.asp; Acessado em: 18/04/2012 às 17h:00min.
http://www.pinheiropedro.com.br/biblioteca/boletim_amb_legal/01a08/amblegal0006/residuos.htm; Acessado em: 18/04/2012 às 17h:15min.

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