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1 CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO Esta Cartilha foi produzida pela Liga de Cirurgia Vascular do Cariri (LICIVASC) da Universidade Federal do Cariri (UFCA) em Maio de 2020 Equipe (ordem alfabética): Jorge Lucas de Sousa Moreira (jorgelucas715@gmail.com) Leonardo Mendonça de Araújo (leonardo_menara@hotmail.com) Nalbert Luiz de Araújo Santana (nalbertsantana@gmail.com) Samuel de Sá Barreto Lima (desamuel_01@hotmail.com) Willian de Souza Araújo (araujowillian818@gmail.com) Professor Orientador: André de Oliveira Porto Autores do Cordel: Fernando Silva e Elaíne Apolinario *** Referências utilizadas: LUCCHESE, Fernando. Desembarcando o Diabetes: um manual para quem tem e para quem não quer ter diabetes. Coleção Sesi: Embarcando para a Vida Saudável, Porto Alegre - RS, v. 504, p. 113-125, ago. 2010. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual do Pé Diabético: Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília – DF, 2016. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (Brasil) (org.). Complicações do Diabetes. 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E, 29% relataram ter recebido assistência em consultórios particulares ou clínicas privadas. Nesta pesquisa, percebeu-se que 5% dos usuários com diagnóstico de diabetes com menos de dez anos do diagnóstico e 5,8% dos pacientes com mais de dez anos apresentam feridas nos pés. Tratando-se de amputações, se verificou que ocorre em 0,7% e 2,4% desses usuários. Diante desses dados, a Liga de Cirurgia Vascular do Cariri, situando- se no município de Barbalha, no interior do Estado do Ceará, Brasil. Vem por meio desta cartilha trazer informações e orientações a população geral de modo a contribuir com redução nos casos de lesões, sobretudo feridas nos pés em pacientes com diabetes, tendo em vista, que o retardo no diagnóstico e tratamento leva a condições que interferem diretamente no bem estar social e limitações na rotina do dia-a-dia daquele paciente. Este material não substitui uma consulta com o médico e tem como único objetivo esclarecer algumas dúvidas que podem surgir para paciente ou cuidador. *** 1 Definição para Pé diabético: O diabetes é uma doença do metabolismo clinicamente expressa por hiperglicemia crônica e distúrbios lipídicos e proteicos do sangue que foram amplamente relatados como associados a várias complicações que comprometem significativamente a qualidade de vida. Entre as complicações vasculares diabéticas, as úlceras nos pés representam a primeira causa de hospitalização em diabéticos e uma causa significativa dos custos com saúde (mais de 20% a 40% dos recursos de saúde foram relatados como relacionados aos cuidados com os pés relacionados ao diabetes) (TUTTOLOMONDO, 2015). O pé diabético é uma das complicações mais graves do diabetes mellitus e representa um grave problema de saúde pública. É definida como ulceração e / ou destruição de tecidos profundos associados a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica no membro inferior. A prevenção de complicações do diabetes, a detecção precoce e o manejo adequado das feridas do pé diabético são os marcos para evitar grandes amputações. Nos últimos anos, muitos desenvolvimentos no manejo do pé diabético foram observados com melhorias nos resultados; no entanto, ainda existem muitas áreas nas quais falta consenso (e orientação), levando a abordagens não homogêneas (SALUTINI et al., 2019). Apesar dos avanços no conhecimento e nos tratamentos, de 12 a 25% das pessoas com diabetesdesenvolverão ulceração nos pés em algum estágio de sua doença, muitas das quais precisarão de amputação (PATRO; SURANA; MAHAPATRA, 2019). *** Mecanismo da Fisiopatologia do Pé diabético: A fisiopatologia do pé diabético é bastante complexa. Se o diabetes não for controlado por vários anos, surgem frequentemente complicações. Vasculopatia e neuropatia são as complicações mais importantes que levam a problemas nos pés diabéticos. Pequenos traumas podem ter efeitos devastadores. Como médicos de cuidados primários que tratam diabetes, precisamos considerar três fatores importantes: vasculopatia / neuropatia / trauma levará a uma úlcera. A infecção aumenta as chances de amputação, principalmente se o paciente tiver má circulação periférica (SETACCI et al., 2020). 2 Mais especificamente, a fisiopatologia da ulceração do pé diabético é multifatorial, mas acredita-se que a neuropatia periférica seja responsável pela maioria dos casos. As úlceras nos pés são uma complicação comum, séria e onerosa do diabetes, precedendo 84% das amputações dos membros inferiores em pacientes diabéticos e aumentando o risco de morte em 2,4 vezes em relação aos diabéticos sem úlceras (PATRO; SURANA; MAHAPATRA, 2019). *** Como se adquire a lesão? As lesões nos pés dos diabéticos estão muito relacionadas a lesões nos nervos e má circulação do sangue na região. Os principais fatores para apresentação de lesões são: • Ausência de controle do diabetes, resultando em alta glicemia (glicose no sangue), sendo o principal fator; • Hipertensão; • Colesterol alto; • Estresse; • Sedentarismo; • Tabagismo (fumo); • Ausência de cuidados e higiene com os pés; • Genética (casos anteriores na família). Esses fatores, principalmente associados, podem favorecer que apareçam problemas como: Nos casos mais simples e de menor complicação: Ressecamento dos pés; Rachaduras; Pequenas feridas; Calos; 3 Formigamentos. Nos casos de maior complicação: Dores (similares a queimações ou picadas); Úlceras (feridas abertas); Necrose Perca dos sentidos nos pés – fazendo com que o paciente não sinta ao pisar em um espinho, não sinta um corte, não sinta que está no chão quente o que causará complicações ainda mais graves. *** Como prevenir? A prevenção inicial de qualquer complicação é prevenir a doença que a causa, para isso, é essencial ter o controle do diabetes. Pacientes que controlam a doença e seguem o tratamento corretamente possuem uma vida normal como qualquer outra pessoa que não tem diabetes. O tratamento é realizado na atenção primária à saúde (postos de saúde) e, normalmente, apresentam os resultados esperados. Os tratamentos vão desde mudanças de atitudes do paciente, até tratamentos farmacológicos, sempre com acompanhamento médico. *** Os tratamentos do diabetes vão incluir: Monitoramento da glicemia, para saber se está nos níveis adequados; Controle de outras doenças associadas como hipertensão e colesterol alto; Remédios e/ou insulina receitados pelo médico; Diminuição da gordura corporal, especialmente em pacientes com sobrepeso; Mudanças de comportamento como redução do estresse, atividades físicas e melhoria da alimentação. Em casos que sintomas de complicações nos pés começam a aparecer as medidas vão incluir: Limpeza adequada dos pés; 4 Manter as unhas curtas; Avaliação constante dos pés (olhar se apareceram feridas, se ele está ressecado, se possui calos...); Pedra-pomes e lixa para pés para tratar calos, sempre observando a qualidade do produto, e utilizando-o com o pé úmido e hidrata-lo após o uso. Hidratação e massagem nos pés após o banho e quando os sentir desidratados; Uso constante de calçados e em casos mais sérios sapatos específicos para diabéticos. *** Como é realizado o diagnóstico? O diagnóstico é dividido em duas etapas: 1. A coleta da história do paciente tendo enfoque nas principais alterações na última semana, mês ou ano. 2. Exame físico do paciente que podemos dividi-lo em: Aspectos gerais, em que vai avaliar estado de consciência, sinais vitais, dados antropométricos, dentre outros. E, exame específico, onde o paciente é convidado a se deitar na maca para avaliação detalhada dos pés. *** Para avaliar o paciente, o médico solicitará algumas informações da história de vida do paciente, por exemplo, a quanto tempo tem diabetes mellitus e desde quando está descontrolado, se houver, perguntará se houve complicações, como, infarto cardíaco, acidente vascular encefálico (AVE), antigamente chamado de AVC (acidente vascular cerebral), se já foi diagnosticado com doença arterial periférica, ou seja, algum nível de obstrução das artérias, normalmente, paciente costuma se queixar de câimbras. Além do já mencionado, o médico vai perguntar se já teve úlceras antes, ou ferimentos que não cicatrizavam, perguntará se precisou amputar o dedo, ou passar pelo procedimento cirúrgico chamado de by-pass de membros, essa cirurgia consiste de criação de um novo caminho para o sangue passa porque o antigo estava comprometido. Outra questão a ser abordada é a presença de dor. Alguns pacientes costumam dizer que sentem desconforto, na consulta será avaliado qual tipo 5 desconforto tem. Seja dor ou desconforto, o mais importante é caracterizar o tipo se a sensação no local é uma queimação, se sente formigamento ou algo que faz lembrar “picada”, tem alguns pacientes que simplesmente não sentem nada, pode bate na quina de mesa e não dói. Todos esses achados são importantes e se tiver algum deles, não se esqueça de falar, desde quando começou, onde inicia e termina; se piora pelo dia ou noite; se quando faz movimento piora ou melhora. Quanto mais detalhado for, melhor será para médico que poderá prescrever um tratamento mais adequado. Além das perguntas já mencionadas, os hábitos de vida serão indagados, como, se fuma ou já fumou, de qual forma é feita higiene dos pés, se todos os dias o próprio paciente ou cuidador tirar uns minutinhos para ver como está o pé e, também, como está à visão, se continua normal ou se tem alguma perda. Além da coleta da história é realizado também o exame físico neste momento o enfoque será nos membros inferiores, ou seja, perna e pé. No começo desta apresentação foi citado o exame físico geral, contudo, não abordaremos nesse momento para não ficar algo grande e cansativo, até porque, o objeto de estudo são as complicações do Pé diabético. O exame dos pés se inicia pela inspeção, ou seja, olhar a procura de algum tipo de alteração visível. Pode ser aumento das proeminências dos metatarsos, dedos em garra, dedos em martelo, joanetes e perda do arco plantar, conhecido, também, pelo nome de Artropatia de Charcot. Além disso, o médico vai observar se há região com coloração diferente, presença de pelos, o estado de conservação das unhas e, a forma como são cortadas, observar se a pele está esfoliada, presença de calos, dentre outros fatores que possam chamar atenção. Após a inspeção, será realizada a palpação, ou seja, o ato de pegar com as mãos. Nessa etapa será avaliada, temperatura, hidratação da pele e, realização de testes para medir sensibilidade, para saber se quando a mão do médico toca no pé do paciente ele consegue sentir, ou então com auxílio do diapasão que é um instrumento metálico em forma de “Y” que ao bater na palma da mão do médico fica vibrando, avaliar se paciente consegue sentir as vibrações. Além disso, o médico vai observar se há região com coloração diferente, presença de pelos, o estado de conservação das unhas e, a forma como são cortadas, observar se a pele está esfoliada, presença de calos, dentre outros fatores quepossam chamar atenção. Após a inspeção, ocorre a palpação, ou seja, o ato de pegar com as mãos. Nessa etapa será avaliada, temperatura, hidratação da pele e, realização de testes para medir sensibilidade, para saber se quando a mão do médico toca no pé do paciente ele consegue sentir, ou então com auxílio do diapasão que é um 6 5 instrumento metálico em forma de “Y” que ao bater na palma da mão do médico fica vibrando, avaliar se paciente consegue sentir as vibrações. Existe ainda um instrumento chamado de monofilamento de Semmes-Weinstem, que são varetas metálicas finas, no qual será utilizada para encostar no pé e, o paciente vai responder se sente ou não sente quando encostado. Realizado esses testes, se houver feridas, será avaliado presença de pus, tamanho, se é uma ou várias, dependendo da avaliação, alguns exames poderão ser solicitados ou apenas orientações de como proceder com curativo e qual melhor opção. *** Quanto tempo a lesão pode durar e quais possíveis complicações? A úlcera por si é uma complicação em pacientes com diabetes de longa data, mas ela pode ser agravada por associação de uma infecção por bactéria ou fungo que vão atrasar o processo de cicatrização. Se tratando de fungo, o agente mais comum a causar infecção é Tinea pedis, conhecido popularmente como “pé de atleta” que tem preferência pelos espaços entre os dedos dos pés, mas podem ocorrer em outros lugares, normalmente, são portas de entrada para que bactérias causem infecção no local. Outra infecção comum de acontecer são as onicomicose, ou seja, presença de fungo nas unhas. Caracterizam-se por causa mudança na estrutura da unha tornando-as irregular, pode apresentar algum tipo de coloração, por exemplo, amarelada, o tratamento é demorado, em torno de seis meses a um ano. Logo, nos primeiros sinais, ajuda médica deve ser procurada, pois, quando mais cedo se inicia o tratamento mais rápido se obterá cura. Se tratando de bactérias, não há agente específico que possa afirmar de certeza só com observação, tendo em vista a variedade da flora da pele, a conduta consiste em administrar um antibiótico para combater as bactérias mais comuns. Assim como no fungo, quanto mais rápido for procurado auxílio médico melhores serão os resultados. Em relação ao tempo de cura é muito relativo, vai depender se diabetes está controlada, idade do paciente, se há presença de infecção, o 7 tamanho da úlcera que, por sua vez, é um dos principais fatores, pois quanto maior mais tempo será necessário, por fim, a se o material para fazer curativo está disponível, ou seja, se há na farmácia do posto de saúde local para fornecê-lo ou se paciente pode comprar. Vale destacar, uma diabetes descompensada, pode levar a amputação do membro quando este se encontra muito comprometido. *** Recomendações para fazer curativo: As infecções são complicações que podem aumentar o tempo de cicatrização de feridas e, em casos mais graves, ameaçar a vida dos pacientes. O curativo é uma conduta terapêutica que visa amenizar o risco de infecções, por meio da limpeza e da manutenção de uma cobertura estéril nas feridas, realizada por profissionais da saúde. Para que esse tratamento seja eficaz é necessário seguir algumas recomendações: • Trocar o curativo secundário todos os dias; • Lavar sempre as mãos; • Utilizar sempre de técnicas estéreis adequadas, evitando qualquer tipo de contaminação dos materiais envolvidos nesse procedimento; • Remover o curativo anterior utilizando soro fisiológico, se houver aderência; • Observar bem se as feridas não apresentam odor, secreção purulenta e alterações de cor e/ou de volume, caso haja é necessário avaliação médica; • Lavar as feridas com um jato de soro fisiológico (SF) a 20 cm de distância e, as proximidades com gaze umedecida com SF, caso a pele esteja suja ao redor dessa ferida pode ser utilizado sabonete, desde que a pele esteja íntegra e não ocorra o contato com a lesão; • Aplicação de uma cobertura apropriada para o tipo de lesão, determinada pelo profissional de saúde; • Proteger a ferida com gaze estéril e fixar com esparadrapo; • Buscar atendimento médico caso ocorra alguma intercorrência, como sangramento e dor; *** 8 Nutrição e atividade física: O controle diário da glicemia é fundamental para prevenir úlceras no pé diabético, sendo necessário a prática de exercícios e de hábitos alimentares corretos. No aspecto da nutrição não existe um plano alimentar universal para diabéticos, pois os indivíduos possuem diferentes necessidades de nutrientes, exigindo umas consultas específicas com nutricionista para cada indivíduo. O controle da dieta, juntamente com o tratamento medicamentoso e a prática de atividades físicas, permite que o nível de açúcares no sangue(glicemia) seja retomado a um nível aceitável e diminuindo os danos que a diabetes causa ao sistema circulatório. *** Questão jurídica geral: A Lei 11.347/06 determina que os portadores de diabetes recebam, gratuitamente, do SUS, os medicamentos necessários para o tratamento de sua condição e os materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar. Os insumos (seringas com agulha acoplada para aplicação de insulina; tiras reagentes de medida de glicemia capilar; e lancetas para punção digital) devem ser disponibilizados aos portadores de diabetes mellitus insulino-dependentes e que estejam cadastrados no cartão SUS e/ou no Programa de Hipertensão e Diabetes – Hiperdia. Posso receber benefícios previdenciários como o auxílio-doença e aposentadoria por invalidez? O benefício de auxílio-doença funda-se no art. 59 da Lei 8.213/91, que garante sua concessão ao segurado que esteja incapacitado para o trabalho ou para a sua atividade habitual, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, na forma do art. 42 da mesma lei, é devida ao segurado total e permanentemente incapacitado para o exercício de atividade que lhe assegure a subsistência. Deve ser pedida após o auxílio-doença. Em ambos os casos é necessário cumprir um período de carência, ou seja, um número mínimo de contribuições mensais ao INSS. Essa carência poderá ser dispensada em alguns casos específicos, como quando a diabetes leva a cegueira, por exemplo. Para receber qualquer dos benefícios, o segurado deve passar por uma perícia do INSS, pra comprovar que está realmente incapacitado para o trabalho. Ou seja, não basta o diagnóstico da doença, é preciso que seja comprovada a incapacidade. *** 9 CORDEL: *Pé Diabético* Atenção meus amiguinhos Escutem o meu recado Vou falar de uma doença E é para todos terem cuidado Adquirir conhecimento É um ótimo movimento Para se manter informado. Essa Doença Medonha É chamada Pé diabético O diabo já está no nome Com o sufixo de ético Mas de ético não tem nada É uma doença malvada Como é dito pelos médicos. Pelo nome já se percebe O que está relacionado É uma "rama" do Diabetes Que já faz um mal danado Se a gente não se cuidar E deixar ele piorar Ficando descontrolado. O pé diabético provoca Uma Série de alterações Principalmentes nos pés Pode causar complicações Nos membros inferiores Dentre os piores fatores O risco de amputações. Falo um pouco dos sintomas Que já são um sofrimento Feridas que não cicatrizam, Dores e formigamento Uma dormência agoniada Sensação de agulhada Num verdadeiro tormento. E não para por ai O que não é bom sinal Queimação nos pés e pernas Perda de sensibilidade local O jeito é se prevenir Se cuidando, para fugir De passar por esse mal. Proteção total dos pés Por diversas maneiras Verificando se tem calos, Cortes, Feridas ou Frieiras Usar meias sem costurasPrevenir as rachaduras E evitar as coceiras. Examinar os pés diariamente Em um local iluminado Quando for cortar as unhas Usar um alicate adequado Como hábito infindável Usar um calçado confortável Jamais sapatos apertados. Manter sempre os pés limpos É uma boa prevenção É um ótimo conselho Em qualquer ocasião Sendo ou não diabético Melhor é visitar o médico Para obter informação. 10
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