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Processos de Manufatura não Convencionais Prof. Leonardo Meneghel leonardo.meneghel@gmail.com @fsg.edu.br Baseado no material do Dr. André João de Souza, livros do Senai, open.edu, fabricantes (vídeos etc.) Processos de Fabricação 2 De forma genérica, os processos manufatura por usinagem são divididos por convencional e não convencional. Processos convencionais são os processos puramente mecânicos, com a utilização de geometria definida ou não. São considerados processos não convencionais os que incorporam processos mecânicos unidos ou não a processos térmicos, elétricos químicos e a uniões destes. Processos de Fabricação 3 Tabela comparando diferentes processos de usinagem com Não indicado = é possível realizar mas com muitas contraindicações Não aplicável = não possível usinar Aplicável = permite a utilização Recomendado = método mais indicado PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS 4 Jato abrasivo 5 Jato abrasivo, jato de granalha, jato de areia, shot blast, são algumas das nomenclaturas utilizadas para o processo mecânico de usinagem por abrasão. Nesse processo as peças são submetidas a um jato abrasivo, impulsinado por ar/água pressurizada (conhecido por jato manual) ou força centrífuga de turbinas (jato automático). Utilizado para limpar a superfície e preparar para posterior processo de pintura, por exemplo. O processo de shot peening é similar, mas com maior intensidade de projeção das partículas, produzindo uma superfície encruada (tensão de compressão) e aumentando a vida contra fadiga por trincas superficiais https://www.youtube.com/watch?v=IkxAIINFNEA https://www.youtube.com/watch?v=upqgnYpfKY0&t=6s Corte por Jato de Água 6 O processo de jato de água é utilizado para efetuar corte de materiais, geralmente utilizado para grande espessuras (total até ~30 cm usualmente) e materiais não metálicos. Para efetuar o corte, um jato com alta pressão (~650 MPa a velocidade de ~760 m/s) de água juntamente com partículas abrasivas são direcionadas a peça. A pressão do jato de água supera a tensão de compressão entre as moléculas do material e desta forma separa. Este tipo de corte possui as vantagens de não afetar termicamente o material, cortar chapas empilhadas, corta materiais como titânio, granitos, aços, alumínios etc.. (exceto vidro temperado) resultando em uma boa superfície da região cortada. https://www.youtube.com/watch?v=n1aUrx4WG5ohttps://www.youtube.com/watch?v=owYiwoRrVec Material cortado Água pressurizada ”Jóia” Abrasivo Tubo de mistura Suporte Jato de corte Corte por Plasma 7 Efetua o corte aplicando energia termoelétrica gerando o plasma pelo aquecimento do gás com o arco elétrico entre a tocha e o material condutor sendo cortado. O plasma gerado para o corte derrete e vaporiza o metal enquanto o fluxo de gás afasta/empurra o material líquido originando o corte. Os equipamentos de corte plasma automáticos até ~200 mm e os portáteis até ~40 mm. O corte afeta termicamente o material e a região cortada (até 5 mm), possui exatidão de ~0,8 mm, produz arredondamento em cantos cortados com raio de 4 mm (para mais conforme espessura). Tocha para corte manualRebarbaSeção cortada https://www.youtube.com/watch?v=IQ9fncx20_A Corte/marcação por Laser 8 A separação por corte ou marcação de superfície por laser utiliza a energia termoelétrica. No corte, o material da peça é fundido e vaporizado pelo intenso feixe de luz concentrada. O LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) é um feixe de luz que produz intensa energia e é possível cortar chapas finas de materiais como metais, vidros (exceto temperado), cerâmicas, madeira, plásticos, tecidos, etc... O corte é térmico e a região cortada é afetada pela temperatura (temperando a ”borda”, queimando a região cortada da madeira, etc...). O laser possui uma excelente precisão ~0,1 mm e uma região cortada com pouca rebarba (chapas menores que ~6 mm com Rz de ~20 µm) e, apesar de cortar chapas superiores a 30 mm, é vantajoso em chapas finas até ~13 mm, acima disso corte fica muito lento e o corte por plasma é recomendado. https://www.youtube.com/watch?v=pMSyGOoesfM Tocha de corte Laser Gravação usando laser https://www.youtube.com/watch?v=y00ypF2sqyg Usinagem por Ultrassom 9 A peça permanece estacionária em um tanque contendo fluído com partículas abrasivas, este fluído é injetado entre a peça e a ferramenta vibratória e o material da peça é desgastado formando o negativo da ferramenta. A remoção de material ocorre pela alta frequência da ferramenta (10 a 40kHz e amplitude de 5 a 100 µm) transmitindo alta velocidade no abrasivo do fluído (20 a 60% de abrasivo na água/óleo) que impacta na peça removendo pequenos cavacos. Neste processo é a remoção de material é de ~1 cm3.min-1 (convencional chega a 3000 cm3.min-1), as partículas de abrasivo são de 5 a 100 µm e geralmente de carboneto de boro, as ferramentas de corte são fabricadas de aço médio carbono, monel (níquel ligado), etc e as forças de corte variam de 5 a 450 N (geralmente 45 N), usina praticamente todo tipo de material mas é mais eficiente em materiais duros, usina com exatidão de 0,02 mm com rugosidade de Ra ~1 µm. https://www.youtube.com/watch?v=UyK7Ph6yosk Usinagem por ultrassom Usinagem apenas por ultrassom, ano de 1966 https://www.youtube.com/watch?v=fEvo5jarIW4 Usinagem com auxílio do ultrassom Usinagem por Feixe de Elétrons 10 Processo de usinagem termoelétrico para remoção de material e é utilizado apenas para usinar componentes pequenos. https://www.youtube.com/watch?v=-Ghqda-s45w Sistema para produção do feixe de elétrons O feixe de elétrons é criado em um canhão emissor de elétrons, o feixe passa por lentes que ajustam o foco do feixe até a peça, o processo ocorre em vácuo. Processo utilizado principalmente para produzir furos muito pequenos sendo de 0,1 a 1 mm. Usinagem por Eletroerosão 11 Neste processo de usinagem a peça condutora e a ferramenta condutora são imersas em um líquido dielétrico e por arco voltaico de alta frequência (faíscas) vaporizam pequenas partes da peça. Utilizado para produzir ranhuras, orifícios, cavidades, etc. Possuem basicamente dois tipos de processos, a fio e por penetração. A fio, um fio condutor é constantemente desenrolado no rolo superior passando pela peça e enrolado no rolo inferior, ao passar pela peça produz o ”corte” conforme programação no equipamento. Por penetração, um eletrodo fabricado de grafite ou cobre é aproximado da superfície e, devido as constantes descargas elétricas produz um negativo do eletrodo. A distância do eletrodo a peça varia de 10 a 500 µm (o frequente afastamento do eletrodo de penetração é para a entrada do fluido dielétrico e limpeza da cavidade), o processo é lento, rugosidade obtida de Ra 1,6 a 5 µm e devido a elevação da temperatura localmente, deixa uma camada de até 0,15 mm afetada (refundida) que deve ser removida caso necessite de resistência a corrosão e fatiga. https://www.youtube.com/watch?v=4KoUHbyUIEUhttps://www.youtube.com/watch?v=5Ex_kn_EQ9I Eletroerosão a fio FIO ELETRODO ELETRODO Eletroerosão por penetração Usinagem Química 12 A usinagem química é o meio de usinar materiais pela sua dissolução em uma solução agressiva (ácida ou básica). Este tipo de usinagem ainda é amplamente utilizada na aeronáutica para redução de massa em grandes peças, mas também é utilizada para componentes menores. Entretanto, é mais conhecida pela utilização na indústria da eletrônica na confecção de placas de placas de circuito as PCIs ou PCBs (Placa de circuito Impresso ou Printed circuit board). Existem diversos tipos de soluções para diferentes materiais, removendo material, portanto usinando. Para metais são utilizadas soluções de ácido nítrico, para o cobre (placas de circuito) são utilizadas soluções de percloreto de cloro, etc... https://www.youtube.com/watch?v=P08uX38rr7o Placa de circuito de TV da década de 1940 Usinagem química em fenolite com percloreto de ferro Laptop de 2011 Fabricação Seriadade PCB https://www.youtube.com/watch?v=ljOoGyCso8 s Usinagem química do alumínio para a indústria aeronáutica https://www.youtube.com/watch?v=OFYAUAOwrzY Pequenos componentes usinados Usinagem Eletroquímica 13 Utiliza o processo de eletrólise, que é a reação não espontânea de decomposição de uma substância com o uso da corrente elétrica. A reação ocorre com a passagem de correte elétrica por dois materiais condutores. Dois processos são muito conhecidos, o polimento eletroquímico e a usinagem eletroquímica. O polimento eletroquímico é muito utilizado para melhorar o acabamento em joias e para reduzir a rugosidade em superfícies utilizadas no processamento de alimentos. A usinagem eletroquímica é utilizada para usinagem de partes complexas e em metais de difícil usinagem. Os equipamentos de usinagem eletroquímica possui considerável capacidade produtiva e não afetam termicamente a peça, produz furos de até 3 mm, tolerâncias dimensionas de 0,02 mm e Ra ~0,6 µm. Por outro lado, o processo consome muita energia elétrica (0,1 a 5 A/mm2) e não pode ser utilizada para materiais não condutores nem macios. https://www.youtube.com/watch?v=PfDTc6lTnhA Eletro polimento Processos de polimento https://www.youtube.com/watch?v=OFYAUAOwrzY Processo de usinagem eletroquímica do ”ferro” Usinagem eletroquímica* *Sem eletrólito para mostrar a ferramenta eletrólito + - P eç a Fe rr am en ta