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Comunicações sem fio: Princı́pios do NOMA Victória Tomé Oliveira Universidade Federal do Ceará - UFC Engenharia de Computação Brazil, Ceará Email: victoriat.oliveira@alu.ufc.br I. INTRODUÇÃO Desde chamadas telefônicas analógicas até todos os serviços de Protocolo da Internet, incluindo voz e mensagens, cada transição foi incentivada pela necessidade de atender aos requisitos da nova geração de tecnologia móvel. Posteriormente, a tecnologia de comunicações móveis está atualmente enfrentando um novo desafio, dando origem a uma sociedade hiperconectada através do surgimento de serviços de quinta geração (5G). Com um enorme potencial para os consumidores e a indústria, o 5G deverá ser lançado em 2020. Do ponto de vista da tecnologia de acesso por rádio da próxima geração, uma mudança radical na velocidade dos dados e uma redução significativa na latência de ponta a ponta é um fator importante. preocupação com o 5G, uma vez que o rápido desenvolvimento da Internet móvel e da Internet das Coisas (IoT) acelera exponencialmente a demanda por aplicativos de alta taxa de dados [5]. A conexão fı́sica subjacente em uma rede celular é chamada de tecnologia de acesso via rádio, que é implementada por uma rede de acesso via rádio (RAN). Uma RAN utiliza basicamente uma técnica de acesso ao canal para fornecer aos terminais móveis uma conexão com a rede principal. O design de uma técnica de acesso múltiplo adequado é um dos aspectos mais importantes na melhoria da capacidade do sistema. Acesso múltiplo as técnicas podem amplamente ser categorizadas em duas abordagens diferentes, a saber, orthogonal multiple access (OMA) e non-orthogonal multiple access (NOMA). Um esquema ortogonal permite que um receptor perfeito separe completamente sinais indesejados do sinal desejado usando diferentes funções básicas [14]. O OMA é uma opção realista para obter um bom desempe- nho em termos de taxa de transferência no nı́vel do sistema. No entanto, devido à onda próxima acima mencionada, as redes 5G requerem aprimoramento adicional na eficácia do sistema. Nesse sentido, pesquisadores de todo o mundo começaram a investigar o NOMA como um promissor esquema de acesso múltiplo para acesso futuro ao rádio. O NOMA alcança eficiências espectrais superiores por superposition coding (SC) no transmissor e successive interference cancellation (SIC) no receptor [1]. Além disso, a evolução das redes sem fio para 5G coloca novos desafios para a energy efficiency (EE), já que toda a rede será ultra-densa. Com um aumento extremo no número de nós da infra-estrutura, o consumo total de energia pode simplesmente superar um nı́vel aceitável. Embora energia substancial seja basicamente consumida pelo hardware, o NOMA possui uma capacidade inerente de adaptar a estratégia de transmissão de acordo com o tráfego e os channel state information (CSIs) dos usuários. Assim, ele pode alcançar um bom ponto de operação, onde a eficiência do espectro e o EE se tornam ótimos [13]. Nos últimos anos, o NOMA atraiu muita atenção de pes- quisadores que tentam atender aos requisitos de 5G. Como consequência, já existem muitos esforços de pesquisa nesse campo. As tendências de pesquisa no NOMA incluem diversos tópicos, por exemplo, vários métodos de análise de desem- penho, análise de justiça, EE e emparelhamento de usuários. Muitos pesquisadores estão tentando melhorar ainda mais o desempenho de outras tecnologias sem fio existentes, como comunicações cooperativas, MIMO (Multiple Input Multiple Output), comunicações leves e redes de retransmissão usando o NOMA [5]. II. NOMA Non-Orthogonal Multiple Access (NOMA) é uma técnica por meio da qual vários usuários podem compartilhar os mesmos recursos de tempo, frequência ou código, ajustando sua relação de alocação de potência. A motivação por trás desta abordagem reside no fato de que a técnica NOMA, uma vez que explora oportunamente as condições do canal, é capaz de atender a múltiplos usuários com diferentes requisitos de qualidade de serviço (QoS), usando um mesmo recurso [15]. Além disto, o NOMA é apontado como uma potencial estratégia para ser integrada com os paradigmas de acesso múltiplo tradicionais, como o FDMA, TDMA, CDMA e o OFDMA. Uma vez que o NOMA explora a nova dimensão do domı́nio da potência [12]. A técnica NOMA permite alcançar uma maior eficiência no uso do espectro, taxas de dados mais elevadas e latências de transmissão baixas. Em uma rede baseada em NOMA, os usuários com as melhores condições de canal removem primeiramente as mensagens destinadas a outros usuários da rede, aplicando um algoritmo de cancelamento sucessivo de interferência, para então decodificarem suas próprias mensa- gens [17]. III. COMUNICAÇÃO COOPERATIVA Os sistemas de comunicação sem fio são concebidos de modo que um ou vários usuários se comuniquem individual- mente e de forma direta, isto é, através de um enlace ponto-a- ponto, com a respectiva estação base associada ou vice-versa. Um sistema de comunicação sem fio cooperativo se refere a um outro tipo de arquitetura, que se difere da abordagem tradi- cional, já que a transmissão de um dado usuário é aprimorada de maneira cooperativa por outros usuários da rede, chamados de relays. Existem diferentes tipos e combinações de sistemas cooperativos, desta forma, os parâmetros mais relevantes serão citados a seguir. A. Disponibilidade do Enlace de Transmissão Direta Em um processo de comunicação sem fio, dependendo das condições de propagação do sinal, pode ou não haver a presença do enlace de transmissão direta entre fonte e destino [4]. B. Protocolos de Retransmissão As técnicas de processamento e retransmissão do sinal rece- bido por um relay podem ser classificados em dois protocolos, sendo eles, Amplify-and-foeward (AF) e Decode-and-Forward (DF). O AF é classificado como um protocolo de retransmissão transparente, ou seja, não modifica, de qualquer forma, a informação presente no sinal, esse protocolo é caracterizado como um dos métodos mais simples de retransmissão, uma vez que o relay apenas amplifica e retransmite o sinal recebido [7]. O DF é classificado como um protocolo de retransmissão regenerativo, pois neste caso a informação ou a forma de onda podem ser modificados. Um relay dp tipo DF detecta, decodifica, regenera e recodifica o sinal proveniente da fonte antes de retransmiti-lo ao destino [7]. C. Modos de Retransmissão Half-Duplex e Full-Duplex As técnicas de retransmissão podem ser classiicadas em duas formas básicas, sendo elas, retransmissão Half-Duplex (HD) e retransmissão Full-Duplex (FD). No modo de retransmissão HD, o relay recebe e encaminha os sinais em canais ortogonais, desta maneira consumindo o dobro de recursos do canal, quando comparado com uma comunicação ponto-a-ponto entre fonte e destino, causando perda em eficiência espectral. Em contra partida, o modo de retransmissão FD permite recuperar a perda em eficiência espectral inerente ao modo HD, já que o relay é capaz de receber e transmitir os sinais na mesma frequência e no mesmo intervalo de tempo [10]. D. Estratégias de Seleção de Relays Existe cenários com múltiplos relays, a partir disto surgiram técnicas para a seleção desses relays, essas técnicas surgiram com o objetivo de usufruir da diversidade espacial fornecida pelas comunicações cooperativas, mesmo usando apenas um relay, escolhido dentre os outros nós dipostos a cooperar. As principais estratégias de seleção de relays são, Opportunistic Relay Selection (ORS) e Partial Relay Selection (PRS) [11]. O ORS tem como estratégia a escolha de um único relay para assistir a fonte com base nas informações de estado do canal (CSI) global, ou seja, de toda a rede. E contra partida, o PRS tem como estratégia acionar o relay com base em CSI parcial, ou seja, de uma parte da rede [11] [6]. IV.REFERENCIAL TEÓRICO Recentemente, o uso combinado de NOMA a retransmissão FD vem ganhando destaque. Com NOMA, é possı́vel ter um aumento em eficiência espectral, já que os sinais de múltiplos usuários são multiplexados no domı́nio da potência. Entretando, o uso de NOMA em cojunto com relays que operam em modo FD traz um aumento ainda maior na eficiência espectral do sistema, sem abrir mão das vantafens em termos de confiabilidade e extensão de cobertura, provida pelas comunicações cooperativas. Devido a este fato, diversos trabalhos de pesquisa vem sendo desenvolvidos, os quais avaliam o desempenho de esquemas cooperativos baseados em NOMA. As contruibuições decorrentes desses trabalhos podem ser classificadas considerando dois aspectos. O pri- meiro aspecto é o conceito de NOMA, aplicado às redes cooperativas. Em [9], a probabilidade de outage e a capacidade ergótica agregada de uma rede cooperativa baseada em NOMA fo- ram avaliadas, considerando um canal com desvanecimento Nakagami-m, em que a fonte se comunica em múltiplos destinos simultaneamente, através de um relay HD do tipo AF. Em [8], a probabilidade de outage e a taxa agregada de uma esquema NOMA em um sistema com múltiplos relay AF e PRS foram examinadas, onde uma fonte transmite o sinal para dois destinos com auxı́lio de um dos vários relays, os quais operam em modo HD. O segundo aspecto é referido na literatura como NOMA cooperativo. Nesse caso, à diferença do aspecto anterior, o usuário mais próximo, além de ser um usuário de rede, desem- penha também o papel de relay, sendo capaz de retransmitir as mensagens destinadas aos usuários mais distantes. Em [19], a probabilidade de outage e a capacidade ergódica agregada foram avaliadas em um sistema NOMA cooperativo, considerando esquemas de alocação de potência com fatores fixos e ótimos. Em [16], a probabilidade de outage e a ordem de diversidade foram analisadas, para uma sistema NOMA cooperativo com uma fonte e vários usuários. V. DESAFIOS DO NOMA Muitos pesquisadores trabalharam no projeto e implementação de técnicas NOMA e na solução de vários problemas tecnológicos associados a esses métodos. A literatura demonstra que o NOMA é compatı́vel com comunicações cooperativas, relé e MIMO e melhora significativamente os ganhos de desempenho. Além das preocupações de pesquisa na literatura, existem vários outros desafios e questões em aberto que precisam ser cuidadosamente abordados. Esta seção tentará fornecer algumas instruções de pesquisa para pesquisadores interessados em investigar o NOMA em uma escala maior. A. Emparelhamento dinâmico de usuário A interferência entre canais é forte em sistemas NOMA, pois vários usuários compartilham o mesmo tempo, frequência e código de propagação. A partir disto, o resultado é difı́cil que todos os usuários do sistema executem NOMA em conjunto [3]. B. Impacto da distorção da transmissão A transmissão de informações da fonte, como voz e o vı́deo através dos canais de comunicação é geralmente considerado com perda. Os dados transmitidos sempre sofrem distorção enquanto se propagam para o receptor. Para lidar com essa transmissão com perdas, foi prestada uma atenção teórica considerável na avaliação da fidelidade da fonte nos canais desbotados [2]. C. Redes heterogêneas Uma rede heterogênea (HetNet) é uma rede sem fio com- posta por nós com diversos poderes de transmissão e tamanhos de cobertura. A HetNet tem potencial suficiente para redes sem fio de próxima geração em termos de capacidade e cobertura com consumo de energia reduzido. A infraestrutura que apresenta uma implantação de alta densidade de nós de baixa potência também pode aumentar significativamente o EE, em comparação com a implantação de baixa densidade de menos nós de alta potência [18]. VI. CONCLUSÃO O NOMA é uma tecnologia candidata de acesso múltiplo para o acesso de rádio da próxima geração. Seu ganho de diversidade se origina do domı́nio de potência dos sinais a serem transmitidos de maneira sobreposta. Muitos resultados de pesquisa foram encontrados a favor do NOMA em termos de probabilidade de interrupção, capacidade alcançável, garan- tias de taxa de usuários fracos e experiências de usuário de ponta. Espera-se que as discussões de várias questões impor- tantes, como emparelhamento dinâmico de usuários, análise de distorção, análise de interferência, alocação de recursos, redes heterogêneas, agregação de portadora e seleção de antena de transmissão, facilitem e forneçam uma base para futuras pesquisas sobre o NOMA em 5G. REFERÊNCIAS [1] A. Benjebbour, Y. Saito, Y. Kishiyama, A. Li, A. Harada, and T. Naka- mura. Concept and practical considerations of non-orthogonal multiple access (noma) for future radio access. 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