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Direito Penal - Parte Geral: Teoria da Norma

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2020
Vinícius Assumpção
Direito Penal
Parte Geral
Organizadores 
 Frederico Amado | Lucas Pavione
Coleção
Resumos para
Concursos 9
6ª 
edição
revista,
atualizada 
e ampliada
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 3Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 3 17/05/2020 22:39:5717/05/2020 22:39:57
capítulo 
2
NORMA PENAL
 \ LEIA A LEI:
 ͳ Arts. 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 do Código Penal.
 ͳ Art. 53, caput e §§ 1º ao 5º da CF/88
 ͳ Convenção de Viena – Dec. 56.435/1965
1. �NOÇÕES�PRELIMINARES
O estudo do Direito Penal Comum pode ser dividido em duas gran-
des partes: parte geral (arts. 1º a 120, CP) e parte especial (arts. 121 
a 359-H). O presente estudo recairá sobre a parte geral que, por sua 
vez, implica no estudo de três teorias, quais sejam: Teoria da Norma – 
também chamada de Teoria da lei Penal; Teoria do Delito – ou Teoria 
do Crime; e, por fim, a Teoria da Pena – denominada por Figueiredo 
Dias Teoria das Consequências.
Parte geral do 
Direito Penal
Teoria do Delito Teoria da PenaTeoria da Norma
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 43Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 43 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção44
2. �TEORIA�DA�NORMA
No estudo da Teoria da Norma, três pontos devem ser aborda-
dos: o tempo, o lugar e a pessoa, cenários e personagem da conduta 
típica.
3. �APLICAÇÃO�DA�LEI�PENAL�NO�TEMPO
Segundo o Código Penal, o crime se considera praticado no mo-
mento da ação ou da omissão, ainda que seja outro o momento do 
resultado (art. 4º, CP). Isto significa que foi adotada pelo Código Penal 
a teoria da ação ou da atividade.
Em outras palavras, o tempo do crime é o momento em que a con-
duta delituosa foi praticada, independentemente do momento em que 
ocorra o resultado desta conduta.
Com base na teoria da atividade, é importante imaginar as seguin-
tes situações:
Situação�1
A atirou em B na tarde de 20/06/2019, tendo a vítima sido so-
corrida e imediatamente internada no hospital da cidade. No dia 
20/07/2019, B veio a falecer em decorrência do tiro desferido por A. 
O momento do crime é o momento do disparo.
Fato 
Conduta
20.06.2013
Tempo do crime
20.07.2013
Resultado 
Morte
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 44Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 44 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
Cap. 2 • norma penal 45
Situação�2
X, aos 17 anos, 11 meses e 28 dias, desfere cinco facadas em Y. Le-
vado ao hospital, Y morre uma semana após os golpes, oportunidade 
em que X já havia completado a maioridade penal. X será considerado 
inimputável em razão da menoridade, já que, ao tempo do crime, pos-
sui 18 anos incompletos.
3.1�Sucessão�de�leis�penais�no�tempo
A lei penal que rege o fato é aquela vigente no momento da ação 
ou da omissão. Em outras palavras, tempus regit actum.
Entretanto, à luz do princípio da irretroatividade da lei penal e 
da retroatividade da lei penal benéfica (art. 5º, XL, CF/88), importa 
analisar as seguintes hipóteses:
A) �Nova�lei�incriminadora�–�novatio legis�incriminadora
A lei nova que trata como crime a conduta anteriormente tida 
como indiferente penal não retroagirá, sendo aplicada apenas para os 
fatos praticados após a sua entrada em vigor.
Exemplo: no ano de 2012, passou a ser crime a constituição de 
milícia privada (art. 288-A, CP, incluído pela Lei 12.720/2012). As mi-
lícias constituídas antes da lei não poderão ser punidas por este dis-
positivo penal.
B) �Nova�lei�maléfica�ou�prejudicial�ao�réu�–�novatio legis in 
pejus ou lex gravior
A nova lei que de qualquer modo prejudica o réu também não re-
troagirá, podendo ser aplicada apenas aos fatos praticados após a sua 
entrada em vigor.
Exemplo: o tráfico de drogas era conduta reprimida com pena de 
3 a 15 anos de reclusão, quando da vigência da Lei 6.368/76; com a 
entrada em vigor da Lei 11.343/2006, a pena mínima foi elevada para 
5 anos. O agente que praticara o fato no ano de 2005 será punido pela 
primeira lei, tendo em vista que a lei posterior é mais gravosa e não se 
aplica retroativamente.
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 45Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 45 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção46
Lei A
Lei�nº�6.368/76
Pena 3 a 15 anos
Leia mais benéfica
2005
Ano�da�conduta
Vigência da Lei A
Lei B
Lei�nº�11.343/2006
Pena 5 a 15 anos
Lei prejudicial
Novatio legis in pejus
Lex gravior
Em caso de crimes permanentes (a execução se prolonga no tem-
po) ou crimes continuados (ocorre uma reiteração delitiva), a nova lei 
mais grave será aplicada, se, quando da entrada em vigor dessa lei, a 
permanência ou continuidade não havia cessado. 
 \ POSIÇÃO�DO�STF
Nesse sentido, a súmula 711�do�STF�disciplina que “A lei penal mais grave aplica-se 
ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação 
da continuidade ou da permanência.”
Exemplo: C sequestra Y em 2019 e esse crime se prolonga até o 
ano de 2021. Em 2020, surge nova lei que aumenta a pena para o cri-
me de sequestro, entretanto C continuou mantendo a vítima em seu 
cativeiro. A lei nova, ainda que mais grave, será aplicada a C.
C)�Nova�lei�que�revoga�o�crime�–�Abolitio criminis
A lei nova pode ainda ter por objetivo revogar a norma penal incri-
minadora, passando a tratar determinada conduta como indiferente 
penal. A este fenômeno se dá o nome de abolição do crime.
Nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, “ninguém 
pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória”. A abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade 
(art. 107, III, CP).
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 46Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 46 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
Cap. 2 • norma penal 47
Percebe-se, portanto, que a lei revogadora retroage, beneficiando 
a todos, independentemente de se encontrar o agente sendo processa-
do (extingue-se o processo), na fase da execução da pena (será posto 
em liberdade) ou até mesmo após o cumprimento da sanção penal 
(extinguem-se os registros criminais).
Exemplo: “X” cometeu o crime de adultério no ano de 2004, tendo 
sido condenado a 5 meses de detenção por infringir o art. 240, CP. 
Durante o cumprimento da pena, foi publicada a Lei 11.106/2005, que 
revogou aquela norma. A punibilidade de “X” será extinta em razão da 
abolição do crime.
Exemplo 2: a Lei 13.654/2018 revogou o inciso I do art. 157 do 
Código Penal, abolindo a causa de aumento de pena referente ao em-
prego de arma branca no crime de roubo. Deve haver a aplicação re-
troativa a todas as pessoas condenadas que tenham tido sua pena ma-
jorada em função dessa causa de aumento, como, aliás, confirmou o 
STJ (Quinta Turma, AgRg no AREsp 1351373, de 19/02/2019).
 \ ATENÇÃO
A Lei 13.964/2019 (“Pacote Anticrime”) alterou novamente o art. 157, incluindo ex-
pressamente a casa de aumento, de 1/3 à 1/2, pelo emprego de arma branca (inc. 
VII). Essa norma é prejudicial, portanto não retroagirá.
O instituto da abolitio criminis foi empregado em contexto bas-
tante específico sendo denominado abolitio criminis temporária�ou�
temporalis. A expressão foi utilizada pelos tribunais superiores para 
se referir à possibilidade criada pelos arts. 30 e 32 do Estatuto do De-
sarmamento (Lei 10.826/2003) de regularização da situação daque-
les proprietários e possuidores de arma de fogo em determinado perí-
odo. Como durante aquele prazo (de 23/12/2003 a 31/12/2009 para 
o art. 12 da Lei e de 24/12/2003 a 23/10/2005 para o art. 16 da Lei, 
vide súmula 513 do STJ) a prática da conduta foi permitida, passou-
-se a chamar de abolitio criminis; como a permissão foi temporária, 
utilizou-se o adjetivo “temporário”ou “temporalis” para caracterizar 
a situação.
 \ ATENÇÃO
A lei revogadora, que cria a abolitio criminis, atinge apenas os efeitos�penais da senten-
ça condenatória; os efeitos�civis permanecem hígidos. Assim, se a “X” (exemplo acima) 
foi atribuído o dever de indenizar, este efeito da sentença subsistirá, em razão da sua na-
tureza civil.
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 47Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 47 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção48
Deve-se observar que, com a modificação promovida no Código 
de Processo Penal pela Lei 11.719/2008, o juiz poderá, na própria 
sentença penal condenatória, arbitrar o valor mínimo indenizatório 
devido em razão dos prejuízos causados pelo delito. Apesar desta pre-
visão, constante do art. 387, IV, CPP, o dever de indenizar prevalece 
sendo efeito civil da sentença.
2004
Crime de Adultério
Momento da conduta
Retroatividade
Cessação dos efeitos 
penais da sentença 
condenatória
Extinção da 
punibilidade
2005
Lei revogadora
Abolitio Criminis
Por fim, não se deve confundir a abolitio criminis com o “princí-
pio�da�continuidade�normativa�típica”. A continuidade normativo 
típica é o fenômeno através do qual o legislador revoga determinado 
dispositivo da lei, mas mantém o caráter criminoso da conduta, alo-
cando aquela proibição em outra norma penal.
Exemplo 1: o art. 214, CP, disciplinava a conduta do atentado violento 
ao pudor, tendo sido revogado pela Lei 12.015/2009. Apesar da revoga-
ção do dispositivo, o legislador tratou da mesma conduta, porém no art. 
213 do CP, de modo que não se operam os efeitos da “abolitio criminis”, 
uma vez que a proibição permanece, tendo apenas migrado de norma.
 \ POSIÇÃO�DO�STJ
“De início, cabe registrar que, diante do princípio da continuidade normativa, não há 
falar em abolitio criminis quanto ao crime de atentado violento ao pudor cometido 
antes da alteração legislativa conferida pela Lei 12.015/2009. A referida norma não 
descriminalizou a conduta prevista na antiga redação do art. 214 do CP (que tipifica-
va a conduta de atentado violento ao pudor), mas apenas a deslocou para o art. 213 
do CP, formando um tipo penal misto, com condutas alternativas (estupro e atentado 
violento ao pudor)” (Quinta Turma, HC 243.678. de 10/04/2014).
Exemplo 2: é possível exemplificar transcrevendo decisão do STJ. 
“Insta salientar, inicialmente, que a Lei n. 6.815/1980 foi expressa-
mente revogada pela Lei n. 13.445/2017. No entanto, a conduta de 
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 48Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 48 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
Cap. 2 • norma penal 49
fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de 
registro, de alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a 
obtenção de passaporte para estrangeiro, laissez passer ou, quando 
exigido, visto de saída, prevista no art. 125, XIII, da Lei n. 6.815/1980, 
não deixou de ser crime no Brasil com a revogação da referida lei, 
não havendo que se falar em abolitio criminis, mas subsume-se ago-
ra ao art. 299 do Código Penal. Operou-se, na espécie, o princípio da 
continuidade normativa típica” (STJ, Quinta Turma, AgRg no AREsp 
1.422.129-SP, de 12/11/2019).
D)  Nova lei que beneficia o réu – novatio� legis� in�mellius ou 
lex�mitior
A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenató-
ria transitada em julgado (art. 2º, p. único, CP).
Sempre que a lei penal beneficiar o agente, ela será aplicada de 
maneira retroativa, ainda que haja sentença definitiva.
Exemplo: a conduta daquele que induzia, instigava ou auxiliava 
alguém a usar droga era punida pelo art. 12, § 1º, I, da Lei 6.368/76, 
com pena de até 15 anos; atualmente, com a nova Lei de Drogas (Lei 
11.343/2006) a conduta continua sendo crime, porém a pena máxima 
é de 3 anos. Todos aqueles condenados pela lei anterior deverão ter 
sua pena reavaliada, em razão do advento da lex mitior.
Quando a nova lei benéfica for publicada, deverá ser aplicada a 
todos os processos que estejam em curso, pelo juiz sentenciante. En-
tretanto, caso a lex mitior surja quando o processo houver sido encer-
rado por decisão definitiva (trânsito em julgado), caberá ao juízo das 
execuções a aplicação da lei.
 \ POSIÇÃO�DO�STF
“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a 
aplicação de lei mais benigna.” (súmula 611)
E)�Combinação�ou�conjugação�de� leis�penais�no�tempo�–� lei�
terceira�ou�lex tertia
Discute-se como proceder caso a nova lei penal traga, ao mesmo 
tempo, benefícios e prejuízos ao réu. 
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 49Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 49 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção50
Exemplo: o crime de tráfico de drogas era punido com pena de 3 a 15 
anos (Lei 6.368/76). A pena foi aumentada, sendo agora de 5 a 15 anos 
(Lei 11.343/2006). A lei posterior, portanto, é prejudicial ao réu e não 
deve retroagir. Entretanto, a norma penal que aumentou a pena previu 
uma causa de diminuição de pena para o agente que é réu primário, tem 
bons antecedentes, não integra organização criminosa e não se dedica a 
atividades criminosas (art. 33, § 4º, Lei de Drogas). Caso o agente prati-
que o fato em 2000 e seja julgado apenas em 2008, qual lei aplicar?
Ano 2000
LEI A
Lei 6.368/76
(lei vigente)
Pena: 3 a 15 anos
2008
LEI B
Lei 11.343/2006
Pena: 5 a 15 anos (prejuízo)
Causa de diminuição de pena de 
1/6 a 2/3 (benefício)
LEI A+B = LEI C?
Pena 3 a 15 anos
+
Causa de diminuição 
de pena
FATO JULGAMENTO LEI�APLICADA?
Em primeiro lugar, frise-se que o fenômeno da combinação de leis 
penais no tempo não foi regulado pelo Código Penal, restando à dou-
trina e jurisprudência refletir sobre o tema.
Na hipótese de se admitir a conjugação de leis e de acordo com o 
exemplo acima, seria aplicada a pena de 3 a 15 anos (Lei 6.368/76) 
com a redução de pena de 1/6 a 2/3 (Lei 11.343/2006). Entretanto, 
pelas lições de Nelson Hungria, esta operação implicaria na criação 
de uma “lex tertia”, ou lei terceira, o que deveria ser vedado ao juiz em 
razão do princípio da separação dos poderes, tendo em vista que a 
criação de leis penais é ato exclusivo do Legislativo.
 \ POSIÇÃO�DO�STF
O Plenário do STF pacificou o entendimento de que é inadmissível a combinação das 
leis penais no tempo. Deve ser aplicada aquela mais favorável ao réu, porém é vedado 
conjugá-las (Plenário, RE 600817, de 19/11/2013)
 \ POSIÇÃO�DO�STJ
“É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da inci-
dência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo 
da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis” (súmula 501)
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 50Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 50 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
Cap. 2 • norma penal 51
F)�Lei�intermediária�ou�“lex�intermedia”
O fenômeno da lei intermediária ocorre quando, após a prática da 
conduta do agente, surge lei benéfica que é revogada antes do julga-
mento do agente. Existem, portanto, três normais penais: a vigente à 
época do fato, a que lhe sucede e a vigente à época do julgamento do 
agente. De todas, a intermediária é a mais benéfica, logo, ainda que já 
revogada ao tempo da sentença, será aplicada, preservando a retroati-
vidade da lei mais benéfica.
LEI A LEI B LEI�C
Pena 4 a 10 anos
Vigente à época do fato
Pena 2 a 5 anos
Lei Intermediária
Mais benéfica em 
relação ao fato / 
revogada quando 
da sentença
Pena 3 a 8 anos
Vigente à época 
da sentença
 \ POSIÇÃO�DO�STF
“Dada a garantia constitucional de retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu, é 
consensual na doutrina que prevalecea norma mais favorável, que tenha tido vigên-
cia entre a data do fato e a da sentença: o contrário implicaria retroação da lei nova, 
mais severa, de modo a afastar a incidência da lei intermediária, cuja prevalência, 
sobre a do tempo do fato, o princípio da retroatividade in melius já determinara” 
(Primeira Turma, RE 418876, 04/06/2004)
4. �EXTRA-ATIVIDADE�DA�LEI�PENAL
Pelo que se pode ver, a lei penal aplicável ao fato é, em regra, a lei 
vigente ao seu tempo (tempus regit actum). Contudo, esta lei poderá 
ser afastada caso a lei posterior revogue o crime (abolitio criminis), ou 
seja, mais benéfica ao agente (lex mitior ou novatio legis in mellius). 
Existe ainda a possibilidade de aplicação daquela lei que não existia à 
época do fato e que fora revogada à época da sentença, entretanto será 
aplicada por ser intermediária e mais benéfica.
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 51Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 51 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção52
Em síntese, a lei penal pode ser dotada de extra-atividade. Extra-
-atividade é o gênero do qual são espécies a retroatividade e a ultrati-
vidade. Veja-se:
Efeito Leis Motivo
Retroatividade
Lei revogadora/Abolitio Crimi-
nis/Lei descriminalizadora
Aplica-se a fatos pratica-
dos antes da sua entrada 
em vigor
Nova lei benéfica/novatio legis 
in mellius/lex mitior
Lei intermediária/Lex interme-
dia*
Ultratividade
Lei revogada por nova lei preju-
dicial/novatio legis in pejus/lex 
gravior
A norma revogada con-
tinuará produzindo efei-
tos aos fatos praticados 
durante a sua vigência, 
tendo em vista a impossi-
bilidade de retroatividade 
da lei nova
Lei intermediária/lex interme-
dia*
Embora já revogada, apli-
ca-se no momento da sen-
tença
 \ ATENÇÃO
A lei intermediária é a única dotada de duplo efeito (retroatividade e ultratividade).
5. �LEIS�EXCEPCIONAL�E�TEMPORÁRIA
A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de 
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, apli-
ca-se ao fato praticado durante sua vigência (art. 3º, CP).
A lei excepcional é aquela criada para regular situação atípica que 
possui vigência indeterminada temporalmente. A lei temporária, por 
sua vez, também é instituída para disciplinar fato extraordinário, con-
tudo prevê, desde a sua edição, prazo para a sua vigência.
Duas características são comuns a essas leis: sua ultratividade�
gravosa e sua autorrevogabilidade. 
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 52Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 52 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
Cap. 2 • norma penal 53
A ultratividade gravosa significa que, mesmo depois de revogada, 
é possível aplicar a lei para condenar o réu por fato praticado durante 
a sua vigência. 
A autorrevogabilidade, por sua vez, se depreende da desnecessi-
dade de edição de nova lei para revogá-las: cessada a circunstância 
que deu origem à lei excepcional ou encerrado o prazo previsto pela 
lei temporária, revogam-se as leis respectivas.
 \ ATENÇÃO
A lei excepcional ou temporária será aplicada ao fato praticado durante a sua vigên-
cia, ainda que o resultado tenha se dado posteriormente.
Excepcional Temporária
Se
m
el
ha
nç
as
Fundamento Regulam situação extraordinária
Efeito Ultratividade gravosa
Revogação Autorrevogabilidade
Aplicação Aplicam-se aos fatos praticados durante a sua vigência
D
ife
re
nç
as
Prazo
Indeterminado
(enquanto durar a situação 
que lhe deu origem)
Determinado
(prazo fixado por ocasião 
da edição da lei)
Exemplo
É crime ligar a televisão “en-
quanto durar” o racionamento 
de energia.
Entre Maio de 2013 e Agos-
to de 2014, é crime portar 
arma de brinquedo.
 \ ATENÇÃO
A Lei 12.663, conhecida como Lei Geral da Copa, trouxe exemplo de normais penais 
temporárias, tendo em vista que os crimes previstos nos arts. 30 a 33 daquele diploma 
tem vigência determinada – até o dia 31 de dezembro de 2014, conforme art. 36 da 
Lei.
Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 53Resumos p Conc v9-Assumpcao-Dir Penal PGeral-6ed.indb 53 17/05/2020 22:40:0317/05/2020 22:40:03
vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção54
6. �APLICAÇÃO�DA�LEI�PENAL�NO�ESPAÇO
Acerca da competência territorial, três teorias precisam ser estu-
dadas. Veja-se:
6.1.�Teoria�da�Atividade�
Segundo a teoria da atividade, a competência para processar e jul-
gar o crime será a do local da ação ou da omissão, independentemente 
de onde ocorreu o resultado. Esta teoria foi adotada pela Lei dos Jui-
zados (art. 63 da Lei 9.099/95) 
Exemplo: A, da cidade de Salvador, telefonou para B, residente em 
Manaus, ameaçando-o de morte. A justiça competente para processar 
e julgar o feito é a de Salvador.
6.2.�Teoria�do�Resultado
A teoria do resultado foi adotada como regra pelo art. 70 do Códi-
go de Processo Penal. Segundo ela, o crime será processado e julgado 
no local em que se deu o seu resultado e não a ação ou omissão. 
Essa teoria será aplicada nos crimes plurilocais, que são aqueles 
que envolvem mais de uma localidade, todas dentro do mesmo país.
Exemplo: A, em São Paulo, acessa de maneira indevida a conta ban-
cária de B, no Rio de Janeiro, subtraindo-lhe trezentos reais. Local do 
crime é o Rio de Janeiro, lugar em que houve a diminuição patrimonial.
 \ POSIÇÃO�DO�STJ
“O delito de furto mediante fraude, previsto no art. 155, § 4º, inciso II, do CP, consis-
tente na subtração de valores de conta-corrente mediante fraude utilizada para ludi-
briar o sistema informatizado de proteção de valores mantidos sob guarda bancária, 
deve ser processado perante o Juízo do local da conta fraudada.” (Terceira Seção, CC 
119914, de 01/02/2013 – cf. também Terceira Seção, CC 168.878, de 06/12/2019)
6.2.1.�Entendimento�contra legem�do�STJ
Em algumas situações específicas, o STJ tem relativizado o art. 
70 do Código de Processo Penal, para flexibilizar a teoria do resul-
tado e adotar, excepcionalmente, a teoria da atividade e o “princípio 
do esboço do resultado”. Isso significa que, em algumas situações, a 
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Cap. 2 • norma penal 55
jurisprudência autoriza que a consumação do crime se dê em uma co-
marca, mas o processo e julgamento ocorram no local da ação.
Inicialmente, o entendimento da Corte se aplicava a crimes plu-
rilocais com resultado morte, especialmente o crime de homicídio. A 
justificativa para tanto era: (a) o réu, na maioria das vezes, mora no 
local onde aconteceu o crime; (b) as testemunhas estarão onde a con-
duta delituosa aconteceu; (c) a reprodução simulada dos fatos deve 
ser feita onde a atividade criminosa aconteceu.
Exemplo: A atira em B em Guarulhos. B é transferido para Hospital 
em São Paulo, onde vem a óbito. Para o STJ, o foro competente para 
julgar o crime de homicídio será a cidade de Guarulhos, local da ação.
 \ POSIÇÃO�DO�STJ
“Com base nesse raciocínio, esta Corte tem entendido possível a flexibilização da teoria 
do resultado ao definir-se a competência para o conhecimento e julgamento do crime 
de homicídio, admitindo que, excepcionalmente, seja ela fixada não com base no lugar 
onde ocorreu a morte da vítima, mas, sim, no local que mais facilite a coleta de pro-
vas e melhor sirva para a formação da verdade real.” (Terceira Seção, CC 151836, de 
26/06/2017 – cf. também Terceira Seção, CC 166289, de 30/10/2019)
É importante ter atenção sobre o posicionamento do STJ sobre o 
tema, pois a sua compreensão foi ampliada, excepcionalmente, para 
abranger outros delitos, como o de furto mediante fraude e crimes 
contra a lei de licitações. Esse alargamento da exceção tem sido fun-
damentado na maior eficiência da coleta de provas no local da ação.
 \ POSIÇÃO�DO�STJ
O STJ entendeu, excepcionalmente, que o princípio do esboço do resultadopode ser 
aplicado ao crime de furto mediante fraude, quando a ação tiver se desenvolvido em 
diversos locais (crime plurilocal): “FURTO MEDIANTE FRAUDE. PLURALIDADE DE 
DELITOS CUJOS RESULTADOS OCORRERAM EM DIVERSAS CIDADES LOCALIZADAS 
EM DIFERENTES ESTADOS. CONEXÃO INSTRUMENTAL (ART. 76, III, CPP). INCON-
VENIÊNCIA DA APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DO LOCAL ONDE OCORREU O MAIOR 
NÚMERO DE INFRAÇÕES (ART. 78, II, “B”, DO CPP) E DA PREVENÇÃO (ART. 78, II, “C”, 
DO CPP) NO CASO CONCRETO. FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA PELO LOCAL DA AÇÃO: 
EXCEPCIONALIDADE JUSTIFICADA PELA FACILIDADE DE COLETA DE PROVAS” (Ter-
ceira Seção, CC 131.566/DF, de 29/09/2015 – cf. também Sexta Turma, HC 444.024, 
de 02/08/2019)
6.3.�Teoria�da�Ubiquidade
A teoria da ubiquidade foi adotada expressamente pelo art. 6º do 
Código Penal e é a mais cobrada em provas de concurso. Segundo este 
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vol. 9 – DIREITO PENAL – PARTE GERAL • Vinícius Assumpção56
dispositivo, local do crime é aquele em que se deu a ação ou a omissão, 
bem como o local em que se produziu ou deveria ter produzido o resul-
tado.
 \ ATENÇÃO
Tempo do crime – teoria da atividade; Lugar do crime – teoria da ubiquidade.
A teoria da ubiquidade não se contrapõe às teorias da atividade e 
do resultado, devendo ser aplicada aos denominados “crimes�à�distân-
cia”, assim compreendidos aqueles em que a ação ou omissão ocorre 
em um país e o resultado se produz ou deveria ter se produzido em 
outro país.
Exemplo: A, no Brasil, envia uma carta bomba para seu desafeto, que 
está na Argentina. Brasil e Argentina são competentes para julgamento.
Exemplo 2: A, no Brasil, envia uma carta bomba para seu desafeto 
na Argentina, mas, ao abrir a carta, o dispositivo não explode, sobrevi-
vendo a vítima. Brasil e Argentina são competentes para julgamento. 
Neste caso, aplica-se a teoria da ubiquidade porque o resultado “deve-
ria ter se produzido” no Brasil.
Artigo�6º�do�Código�Penal Teoria�da�Ubiquidade(crimes�à�distância)
Lugar da ação ou da omissão Teoria da Atividade 
Lugar onde se produziu o resultado Teoria do Resultado
Lugar onde deveria ter se produzido o 
resultado Hipótese de tentativa
6.4.�Lugar�do�crime�e�territorialidade
No território brasileiro, como regra, aplica-se a lei penal brasilei-
ra. Diz-se, por isso, que foi adotado o princípio da territorialidade.
A regra da territorialidade cede espaço para a lei estrangeira, des-
de que haja previsão para tanto em convenções, tratados ou regras de 
direito internacional (art. 5º, CP). Diante dessa exceção, é certo que 
o Brasil adotou, quanto à aplicação da lei penal brasileira no espaço, 
o�princípio�da�territorialidade�mitigada, temperada ou abrandada. 
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Cap. 2 • norma penal 57
Para fins de aplicação da norma penal, deve-se entender por ter-
ritório brasileiro:
Território�físico,�material,�efetivo�ou�real
Toda a superfície terrestre (solo e subsolo)
As águas interiores
O mar territorial
O espaço aéreo correspondente
Território�por�extensão,�flutuante�ou�por�equiparação
Embarcações e aeronaves brasileiras públicas ou privadas, desde que a serviço do 
governo brasileiro
Art. 5º, § 1º
Embarcações e aeronaves brasileiras mercantes ou de propriedade privada no espa-
ço aéreo correspondente ou em alto-mar
Art. 5º, § 1º
Embarcações estrangeiras privadas em porto ou mar territorial brasileiro
Art. 5º, § 2º
Aeronaves estrangeiras privadas em pouso no território brasileiro ou em voo no es-
paço aéreo correspondente
Art. 5º, § 2º
6.5.�Extraterritorialidade
Em situações especificamente previstas em lei, a norma penal bra-
sileira poderá alcançar fatos praticados fora do Brasil. A esse fenôme-
no, dá-se o nome de extraterritorialidade�(art. 7º, CP). A extraterri-
torialidade pode ser classificada em:
6.5.1. Extraterritorialidade incondicionada
Quando a aplicação da lei brasileira aos fatos cometidos no estran-
geiro não depende de qualquer condição, estamos diante da extrater-
ritorialidade incondicionada. É o que se verifica nos crimes: 
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Crimes Exemplo
Contra a vida ou a liberdade do Presidente 
da República
Homicídio; sequestro.
Atenção: latrocínio não é crime contra 
a vida.
Contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa públi-
ca, sociedade de economia mista, autarquia 
ou fundação instituída pelo Poder Público
Furto de agência dos Correios; falsifica-
ção de cédula brasileira
Contra a administração pública, por quem 
está a seu serviço
Corrupção passiva praticada em agên-
cia do Banco do Brasil instalada em país 
estrangeiro
De genocídio, quando o agente for brasilei-
ro ou domiciliado no Brasil Lei 2.889/56
 \ ATENÇÃO
A lei de tortura traz hipótese de extraterritorialidade incondicionada quando prevê: 
“O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em 
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob 
jurisdição brasileira” (art. 2º, Lei 9.455/97).
6.5.2.  Extraterritorialidade condicionada
Além dos delitos acima indicados, é possível aplicar a lei penal 
brasileira em outras hipóteses, a saber: 
Crimes
Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (ex: tráfico de drogas)
Praticados por brasileiro
Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Nestes casos, porém, exige o Código Penal o concurso de algumas 
condições. São elas: a) a entrada do agente no território nacional; b) ser 
o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime 
incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido 
a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
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